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Bacharelado em Design Metodologia Visual . . . . . . Grupo de Estudo / Metodologia Visual Prof. Hans Waechter Bacharelado em Design / Semestre 1 / 2012 60 horas / Terças.feiras das 14:00h as 18:00h . . . . . . Bacharelado em Design Metodologia Visual . . . . . . . . . . . . Design de Superfície “As superfícies adquirem cada vez mais importância no nosso dia-a-dia. Estão nas telas de televisão, nas telas de cinema, nos cartazes e nas páginas de revistas ilustradas, por exemplo. As superfícies eram raras no passado. Fotografias, pinturas, tapetes, vitrais e inscrições rupestres são exemplos de superfícies que rodeavam o homem. Mas elas não equivaliam em quantidade nem em importância às superfícies que agora nos circundam.” (FLUSSER, 2007, p. 102 apud. RÜTHSCHILLING, 2008, p. 24). [...] uma atividade criativa e técnica que se ocupa com a criação e desenvolvimento de qualidades estéticas, funcionais e estruturais, projetadas especificamente para a constituição e/ou tratamento de superfícies, adequadas ao contexto sócio-cultural e às diferentes necessidades e processos produtivos. (RÜTHSCHILLING, 2008, pág. 23). Bacharelado em Design Metodologia Visual . . . . . . . . . . . . Podemos situar o design de superfície como uma transição entre o design gráfico e o design de produtos uma vez que leva em consideração aspectos projetuais característicos dos dois campos, mas possui elementos e ferramentas projetivas próprias. Há uma interação entre fatores típicos de projeto de produtos – o objeto, tridimensional - e de projetos gráficos – a imagem, bidimensional (MINUZZI, 2007). Deste modo, pode-se pensar o DS para todo artefato produzido pelo homem, já que a superfície está sempre presente. Para projetá-la é importante conhecer as três grandes abordagens que interferem, em mais ou menos intensidade, no seu resultado final. Schwartz (2008) as define como: 1. Abordagem Representacional: diz respeito à representação gráfica. É como a superfície é retratada geométrica e graficamente por meio de desenhos projetivo, técnico e geométrico. Bacharelado em Design Metodologia Visual . . . . . . . . . . . . 2. Abordagem Constitucional: relativa aos materiais e processos de produção utilizados. Leva-se em consideração o suporte e a estruturação física e visual do objeto para compor e confeccionar a superfície. Há alguns casos em que, durante o projeto, a superfície é autônoma do objeto que a limita, mesmo levando em consideração as relações entre eles. 3. Abordagem Relacional: envolve uma dinâmica e relação física ou virtual entre sujeito – objeto – meio. Baseia-se nas características observáveis pelo sujeito, suas percepções e interpretações. Ele tem papel ativo já que interage com a superfície e é necessário considerar o contexto e experiências pessoais. Quando relacionadas, as abordagens possibilitam influenciar diretamente na configuração final e definição da superfície do objeto. Consequentemente, mudam sua aparência e modo de projetar e influenciam a percepção do usuário ou consumidor sobre o artefato. A superfície se configura, então, como um elemento comunicativo do produto, sendo o primeiro contato entre sujeito e objeto. Bacharelado em Design Metodologia Visual . . . . . . . . . . . . Sabendo que a superfície é a primeira instância de mediação física e cognitiva entre o homem e o objeto, pode ser dito que ela desempenha o papel de interface e estabelece uma relação interativa e comunicacional entre eles (SCHWARTZ, 2008). A sua percepção se dá pelos sentidos do tato e visão para então ser interpretada a nível pessoal a partir do contexto sociocultural e das referências próprias. No que diz respeito às estampas Pereira e Ribeiro (2008) afirmam que atualmente seu uso em projetos se dá de forma conceitual e não mais simplesmente ornamental. Elas carregam consigo, através de seu estilo, formas e cores, um repertório de significados com propósito de comunicação e de provocar identificação, já que é através dos objetos que o ser humano transmite mensagens sobre ele mesmo. É necessário então, levar em consideração o contexto em qual será desenvolvido, por quem e,principalmente, para quem. Ou seja, um conjunto de elementos que causarão determinadas sensações e irão dialogar com o desejo de compra do consumidor, visto que “os elementos percebidos pelos sentidos, além de agregarem valor estético, definem e qualificam um artefato. Bacharelado em Design Metodologia Visual . . . . . . . . . . . . Segundo Rüthschilling (2008), identificam-se alguns elementos visuais do DS que podem se apresentar de diversas maneiras ou até mesmo inexistir dependendo do projeto, são eles: Figuras ou Motivos, Elementos de Preenchimento e Elementos de Ritmo. As figuras ou motivos são as formas percebidas no primeiro plano, causam a alternância visual entre figura e fundo e conferem o sentido ou tema da composição. Os elementos de preenchimento correspondemao tratamento de fundos, podendo se dar a partir de texturas, grafismos, etc. E os elementos de ritmo são elementos com mais força visual, como as cores e a configuração das figuras, que causam o efeito de continuidade e contigüidade da superfície gerada. Para compor esses elementos e desenvolver um padrão é necessário inicialmente criar um módulo. De acordo com Rüthschilling (2008) o módulo é “a unidade da padronagem, isto é, a menor área que inclui todos os elementos visuais que constituem o desenho.” Bacharelado em Design Metodologia Visual . . . . . . . . . . . . Porém, há também outras maneiras de trabalhar as superfícies sem que se tenha continuidade ou que se usem as noções clássicas de módulo. É o caso dos módulos sem repetição que podem ser aplicadas de forma global ou local chamadas estampas localizadas. Mesmo com outras possibilidades, a repetição trás a vantagem de ser possível cobrir áreas maiores com o uso de um único elemento. Dessa forma, após a definição do módulo e o estudo de seus encaixes o próximo passo é obter um sistema de repetição ou rapport. Esta é uma etapa muito importante no design de superfície e tem grande influência no resultado final do projeto já que, variando o sistema utilizado, é possível modificar completamente o desenho e consequentemente seu efeito ótico e conceito. Existem basicamente três tipos de sistema de repetição: os sistemas alinhados, os sistemas não-alinhados e os sistemas progressivos. No sistema alinhado os módulos são posicionados seguindo suas linhas verticais e horizontais, mas pode haver variações na sua posição. Bacharelado em Design Metodologia Visual . . . . . . . . . . . . São elas: • Translação: mantém sua direção original e desloca-se sobre um eixo. • Rotação: desloca-se de forma radial ao redor de um ponto. • Reflexão: é espelhado em relação a um eixo ou a ambos. No sistema não-alinhado há deslocamento dos módulos em um dos eixos (vertical ou horizontal). Assim como os alinhados, eles também podem utilizar as operações translação, rotação e reflexão, o que torna seu estudo muito mais complexo. Já no sistema progressivo existe uma mudança gradual do tamanho do módulo (dilatação ou contração) sem que se alterem suas proporções. Bacharelado em Design Metodologia Visual . . . . . . . . . . . . No sistema não-alinhado há deslocamento dos módulos em um dos eixos (vertical ou horizontal). Assim como os alinhados, eles também podem utilizar as operações translação, rotação e reflexão, o que torna seu estudo muito mais complexo. Já no sistema progressivo existe uma mudança gradual do tamanho do módulo (dilatação ou contração) sem que se alterem suas proporções. Bacharelado em Design Metodologia Visual . . . . . . . . . . . . Percebe-se a partir dossistemas que existe uma malha ou grade organizando os módulos no espaço (RÜTHSCHILLING, 2008). Elas não são explicitas, porém estão presentes através da disposição dos elementos. Existem diversos tipos, mas podemos citar as mais comuns: • Triangulares: Necessita de mais módulos para estruturar uma mesma área em comparação com as outras. Possui mais precisão, pois apresenta uma concentração de informação visual e estrutural em um espaço menor. Sendo o triângulo capaz de formar o quadrado e o hexágono, pode ser considerada uma malha universal. • Quadrangulares: é a utilizada mais frequentemente. Facilita a visualização da superfície em escala e unidades mensuráveis. • Hexagonais: Se adapta muito bem as formas curvas planas ou espaciais. Utiliza menos módulos para compor uma mesma área em relação às outras. Página 1 Página 2 Página 3 Página 4 Página 5 Página 6 Página 7 Página 8 Página 9 Página 10
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