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CARNES 2018 Salvador - BA Docente: Ísis Maria P. Borges CURSO DE GRADUAÇÃO EM NUTRIÇÃO DISICIPLINA: TÉCNICA DIETÉTICA BÁSICA CONCEITOS Conjunto de tecidos de cor e consistência características, que recobre o esqueleto de diversos animais (PHILIPPI, 2006) Classificação: Coloração, origem e espécie... (ARAÚJO, et al, 2011) Por "carne de açougue" entendem-se as massas musculares maturadas e demais tecidos que as acompanham, incluindo ou não a base óssea correspondente, procedentes de animais abatidos sob inspeção veterinária (BRASIL, 1952) IMPORTÂNCIA NUTRICIONAL Proteínas de alto valor biológico (10 a 20%) Fração lipídica (5 a 30%) Raça, idade, sexo, alimentação. Ácidos graxos X Espécie (Ex: bovina x pescados) Carboidratos (0,8 a 1,0%) Vitaminas → Complexo B Minerais →Ferro (biodisponibilidade), fósforo, sódio e potássio (PHILIPPI, 2006 e ARAÚJO, et al, 2011) 75% ÁGUA - Perecível ESTRUTURA Tecido muscular Fibras Feixe de fibras Músculo (ARAÚJO, 2011) Fibras = Unidade estrutural do tecido muscular Proteínas Miofibrilares → Actina e Miosina → Contração muscular Sarcoplasmática → Mioglobina ESTRUTURA Mioglobina → Vermelho púrpura → Cortes recentes Oximioglobina → Vermelho vivo (brilhante) → Carnes frescas Metamioglobina → Castanho-claro → Armazenamento prolongado (ARAÚJO, et al, 2011) Carnes empacotadas e Carnes embaladas a vácuo ESTRUTURA A formação da metamioglobina é acelerada por contaminação por bactérias, temperaturas elevadas e congelamento. O pigmento da carne cozida, até o estágio mal passado, ainda se deve a oximioglobina. A medida que a temperatura interna aumenta a oximioglobina diminui. Hemicroma = Coloração da carne bem passada Tecido conjuntivo Tecido conjuntivo branco Colágeno → Ex: pés de galinha Calor úmido → gelatina → maciez Tecido conjuntivo amarelo (elastina): Ligamentos, nas paredes das artérias e envolve orgãos Não é amaciada na cocção Animais novos → mais colágeno → mais termolábil Animais velhos → menos colágeno → menos termolábil ESTRUTURA (PHILIPPI, 2006 ; KOVESI, et al, 2007; ARAÚJO, et al, 2011) Fator importante na maciez da carne Tecido adiposo Cobertura (picanha) x Marmorizada (cupim) Suculência, sabor e maciez Reduz tempo de cocção; ESTRUTURA (BARHAM, 2002 e KOVESI, et al, 2007) Kobe Bef → Wagyu R$ 500, 00/kg MÚSCULO X CARNE Abate → Cessa a oxigenação Glicose anaeróbia (gligogênio) → Ácido lático → Redução de PH Actomisina → Enrijecimento Muscular → Rigor Mortis Maturação (15ºC + Umidade Controlada + 2 a 3 dias) Enzimas (Catepsinas) Degradação proteica Refrigerada / Congelada Carne Maturada (PHILIPPI, 2006 ; KOVESI, et al, 2007; ARAÚJO, et al, 2011) TEXTURA DA CARNE o Quantidade de tecido conjuntivo o Idade e Sexo (teor de gordura) o Tipo de corte → traseiros e dianteiros o Quantidade de gordura →marmorização o Alimentação o Maturação → enzimas (colágeno – gelatina) o Tempo de cocção e método de cocção (BARHAM, 2002 ; PHILIPPI, 2006 e KOVESI, et al, 2007) TIPOS DE CARNES - BOVINA Aquisição → SIF Corte → Portaria nº 5, 8/11/1988 Carne moída → menor vida útil Carne fresca: Coloração avermelhada (a vácuo - escura) Não pegajosa Gordura creme e macia (PHILIPPI, 2006 ; KOVESI, et al, 2007; ARAÚJO, et al, 2011) CARNE DO SOL CHARQUE JERKED BEEF TIPOS DE CARNES - BOVINA Salga + Secagem (MONTEBELO e ARAÚJO, 2006; ARAÚJO, et al, 2011) - Quantidade de sal é menor - Cortes da região traseira do animal - Artesanal e não existe padronização Suíno x Leitão Aquisição → SIF, carne rosada, firme e consistente Cortes → Lombo (carré), pernil, paleta, Cocção →75ºC e não consumir com sangue TIPOS DE CARNES - SUÍNA (PHILIPPI, 2006 e SEBESS, 2013) Subprodutos TIPOS DE CARNES - SUÍNA Bacon Presunto (posterior) X Apresuntado Pé de porco / Orelha / Rabo (PHILIPPI, 2006 e ARAÚJO, et al, 2011) Toucinho – camada de gordura aderida a pele do animal, entremeada com camadas finas de carne Bacon – Proveniente do toucinho, das partes com mais carnes - defumação TIPOS DE CARNE - AVES Espécies domésticas ou de caça; Frango → Galeto (3m / 600g), frango comum (3 a 7m / 1kg), Galo ou galinha (>7m / 1,5kg) Maciez → aves de granja x aves criadas soltas Aquisição: SIF Pele clara, cor homogênea, consistência elástica; Resfriado (0 a 4ºC) X Congelado (-18ºC) (PHILIPPI, 2006 e ARAÚJO, et al, 2011) TIPOS DE CARNE - AVES Cortes Peito: macio com menor suculência Coxa e sobrecoxa: macio, suculento e avermelhado (mioglobina) Asa e pescoço: mais osso e pele (maior teor de gordura) Miúdos: pés, coração, fígado, moela (PHILIPPI, 2006 e ARAÚJO, et al, 2011) o Vísceras X Miúdos o Fígado → proteína, ferro e vitamina A (cocção rápida) o Estômago bovino → Dobradinha o Rim → Bovino (cozido, frito ou grelhado) o Coração→ Bovino e aves (cocção mais longa) o Língua Bovina → limpa e fervida TIPOS DE CARNES - VÍSCERAS (ARAÚJO, et al, 2011 e SEBESS, 2013) TIPOS DE CARNE - PESCADOS Classificação: Fluvial e Maritímo Magro (até 6%) e Gordo (> 6%) Popular X Sofisticado O pescado compreende peixes, crustáceos, moluscos anfíbios e mamíferos de água doce ou salgada, utilizados na alimentação humana (BRASIL, 1952) (ARAÚJO, et al, 2011) TIPOS DE CARNE - PESCADOS Composição Nutricional: Proteína de alto valor biológico e boa digestibilidade Ácidos graxos poli-insaturados → ômega 3 Vitaminas do complexo B , A e D Sais minerais: Ca, Fe, P Estrutura → Menor teor de colágeno e menor de hidroxiprolina Coloração → Menor teor de Mioglobina Deterioração Teor de umidade, Ph próximo a neutralidade Lipídios poli-insaturados e Enzimas proteolíticas (PHILIPPI, 2006 e ARAÚJO, et al, 2011) Hidroxiprolina Interfere na conversão do colágeno em gelatina. AQUISIÇÃO Peixes Olhos Guelras Escamas e Pele Ventre (BRASIL, 1997; SEBESS, 2013) PRÉ-PREPARO Descongelamento Refrigeração → 0 a 5ºC reabsorção de água pelas proteínas. Limpeza Lavagem: Carnes vermelhas x Aves (pele) x Pescados (escamas ou couro) Retirada de aparas, excesso de gorduras, carcaças Recheios, Fundos (ARAÚJO, et al, 2011, INSTITUTO AMERICANO DE CULINÁRIA) Subdivisão PRÉ-PREPARO Cortes de filé mignon (ARAÚJO, et al, 2006 e SEBESS, 2013) Subdivisão Cortes de peixes Peixes redondos X Peixes planos PRÉ-PREPARO Filé Postas Goujons (ARAÚJO, et al, 2006 e SEBESS, 2013) União Carne bardeada X Carne lardeada Amaciamento Mecânico Cortar, bater, moer; Rompimento das fibras → impede encolhimento pelo calor Aumento da perda dos sucos da carne;. PRÉ-PREPARO Aves e Pescado ( ?) – tecido conjuntivo (ARAÚJO, et al, 2006 e SEBESS, 2013) Amaciamento Enzimáticos Enzimas proteolíticas Papaína, Bromelina e Ficina (amaciadores industriais) Químicos Ácidos orgânicos → vinagres, bebidas alcoólicas, sucos de frutas Acidez → Rompimento superficial das fibras + desnaturação das proteínas PRÉ-PREPARO (ARAÚJO, et al, 2006 e SEBESS, 2013) Técnicas de Dessalgue Sob refrigeração até 10º C: Proporção: 1 parte do produto/ 2 partes de água. Podem ser feitas 2 a 3 trocas Através de fervura: o Proporção: 1 parte do produto / 2 partes de água o A cada fervura trocar a água 2 a 3 vezes. PRÉ-PREPARO (BRASIL, 1999) PREPARO - COCÇÃO Objetivos → torna-las mais palatáveis, maciais, digeríveis, redução de microorganismos. Tratamento térmico → alteração da pigmentação Desnaturação da globina → coloração parda Reação de Maillard → Melanoidinas Caramelização (pirólise) (ARAÚJO, et al, 2006) PREPARO - COCÇÃO Lipídios Redistribuição das gorduras na carne – maciez Goteio = eliminação de gordura pela carne Flavor Formação de substâncias voláteis Solubilização e decomposição das gorduras Reação de Maillard Aves → Glutadiona (ARAÚJO, et al, 2006) PREPARO - COCÇÃO Temperatura Ponto Característica 57ºC Malpassada Aparência interna brilhante 63ºC Ao ponto para mal passada Vermelho Forte a cor de rosa 71ºC Ao ponto Cor de rosa para rosa claro 77ºC Bem passada Rosa-claro acinzentado nas bordas ao ponto bem passado e nenhum rosa para bem passado (BARHAM, 2002 e ARAÚJO, et al, 2006) Carne de boi, vitela, cordeiro e carneiro > 50ºC → Coagulação das proteínas 70ºC → Encurtamento das Fibras + Rompimento da mioglobina 80ºC → Geleificação + Liberação de gordura 130º a 180ºC → Reação de Maillard PREPARO - COCÇÃO Calor seco Cortes mais macios e menos tecido conjuntivo Assar Inicio: temperaturas mais elevadas – selar o alimento Fundo da assadeira → Deglaçagem Aves →coxas, sobrecoxas e asas Peixes → inteiros (pele) / Adicionar vegetais (vapor) PREPARO - COCÇÃO (ARAÚJO, et al, 2006 e SEBESS, 2013) Grelhar Temp. inicial (200º a 250º C) X Temp. final (180º a 200º C) Não virar a carne muitas vezes / Não virar com o garfo Peixes → Supercozimento Fritar (Fritar x Frigir) T = 150º a 190º C (Observar ponto de fumaça) Peixes → Empanamentos Coxas e sobrecoxas → Queimado na superfície e cru (ossos) PREPARO - COCÇÃO (ARAÚJO, et al, 2006 e SEBESS, 2013) .Calor ùmido Cortes com mais tecido conjuntivo, aves mais velhas Fervura Alimento submerso em meio aquoso / temperaturas baixas Peixes → Moquecas Caranguejo, lagostas → facilitar abertura da carapaça PREPARO - COCÇÃO Escalfar (pochê) Ingrediente + Guarnição aromática em torno de 65º a 80º C. Não ocorre a reação de maillard Peixes Vapor Submeter o alimento ao vapor da água ou de outros líquidos; Técnica do papilote → peixes Panela de pressão / Cestos de Bambu; PREPARO - COCÇÃO (ARAÚJO, et al, 2006 e SEBESS, 2013) Calor Misto Calor seco → cor e sabor, formação da crosta Calor úmido → geleificação e hidratação Pescado → não resistir ao calor seco Ensopar Refoga o alimento em gordura → Acrescenta líquido (tampada) Ensopar X Guisar Ingredientes X Tempo de cocção Caldo → molhos PREPARO - COCÇÃO (ARAÚJO, et al, 2006 e SEBESS, 2013) Pescados PREPARO - COCÇÃO Sashimis Sushis Ceviche (ARAÚJO, et al, 2006 e SEBESS, 2013) REFERÊNCIAS ARAÚJO, et al. Alquimia dos alimentos. Brasília: Editora Senac-DF, 2011. 500p. BARHAM, P. Ciência da culinária. São Paulo: Editora Rocca., 2002. KOVESI, B. et al. 400g: Técnicas de Cozinha. 1 ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional. 2007. PHILIPPI, S. T. Nutrição e técnica dietética. 2 ed. São Paulo: Editora Manole. 2006. SABESS, M. Técnicas de Cozinha Profissional. 3 ed. Rio de Janeiro: Editora Senac. 2013. 360p.
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