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AULA UNIDADE 3 PROCESSO CIVIL

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Prof. Carlos Rafael Gomes de Carvalho � HYPERLINK "http://www.ilang.com" \t "_blank" �� INCLUDEPICTURE "http://www.ilang.com/Personalization/Logo/980.png" \* MERGEFORMATINET ���� “Maior que a tristeza de não haver vencido é a vergonha de não ter lutado !” Rui Barbosa
UNIDADE III: Extinção do Processo
O Código de Processo Civil (CPC) regula nos artigos 267 a 269 os casos de extinção. Há tempos que o processo de conhecimento era conhecido como "processo de sentença", uma vez que era sentença que colocava termo ao processo. Assim, a definição anteriormente pretendida no Código versava que sentença era o ato pelo qual o juiz punha termo no processo, decidindo ou não acerca do mérito. Isso foi objeto de muita divergência na doutrina, eis que essa definição era muito fixada no efeito pôr fim ao processo, e não no conteúdo da sentença. Hodiernamente, após uma reforma legislativa, houve alteração dessa idéia, remetendo o conteúdo para os artigos 267 e 269 CPC, tomando-se como parâmetro o art. 162 § 1º CPC.
A relação processual se estabelece com o objetivo de compor ou solucionar a lide, porém nem sempre isso é possível por diversos motivos. Ao se decidir analisando o pedido fala-se que o processo será extinto com resolução de mérito (art. 269 CPC). Entretanto, caso não haja a análise do pedido, ou seja, o processo encerrar-se-á de modo anormal, sem decidir a causa, diz-se que foi extinto sem resolução de mérito (art. 267 CPC).
3.1 – CAUSAS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO (ART. 267 CPC)
I – INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INCIAL
O indeferimento decorre fundamentalmente de vícios na petição inicial, o que significa ausência de:
a) pressuposto processual, já que a regularidade formal da inicial é requisito objetivo positivo de validade da relação processual.
b) falta de condições da ação (art. 295 CPC).
O indeferimento pressupõe processo já pendente, vez que a existência da relação processual depende apenas da petição inicial e distribuição (objetivamente) e de investidura do juiz, capacidade para ser parte (subjetivamente).
Assim, o indeferimento da inicial é sentença, ou seja, ato que põe termo ao processo (art. 162, § 1º CPC), embora o réu tenha sido sequer citado.
Ainda a petição inicial pode ser indeferida nas hipóteses contidas no art. 295 CPC, condicionado o indeferimento, em qualquer caso, ao prévio chamamento do autor para emendar ou completar em 10 dias (art. 284 CPC). 
II – QUANDO FICAR PARADO DURANTE MAIS DE 1(UM) ANO POR NEGLIGÊNCIA DAS PARTES.
Nessa hipótese presume-se o desinteresse em obter a prestação da tutela jurisdicional. Assim, nada adiantará a parte demonstrar que não houve negligência sua, pois, ainda assim, a paralisação constituirá causa de extinção do processo. Em outros termos, bastará o decurso do tempo para que a hipótese se tenha por verificada. O dispositivo fala em negligência das partes, mas poderá ser de uma, de algumas ou de todas. Para que a hipótese de extinção se configure, é necessário que o processo permaneça parado por mais de 1 (um) ano sem que nenhuma das partes haja praticado atos no processo. A extinção pode ocorrer por iniciativa da parte ou do Ministério Público, e, ainda, ser decretada de ofício pelo juiz. Em qualquer hipótese, todavia, a extinção do processo não se dá de forma automática. Antes, o juiz mandará intimar a parte, pessoalmente, por mandado, para dar andamento no feito, em 48 horas. Não ultimada essa providência, e persistindo a inércia, será possível, então, que o magistrado, por sentença, declare a extinção do processo e determine o arquivamento dos autos, tal como prevê o artigo 267, § 1º, do CPC. 
A extinção não deve ser entendida, na espécie, como punição. Uma vez consumada, sujeita ambas as partes ao pagamento proporcional das custas (art. 267, § 2º CPC). 
III – ABANDONO PELO AUTOR POR MAIS DE 30(TRINTA) DIAS
Súmula 240 STJ: “A extinção do processo, por abandono da causa pelo autor, dependerá de requerimento do réu”. 
Artigo 267 § 1º CPC: a inércia e o abandono nesta hipótese é de culpa exclusiva do autor. Veja que é exatamente o contrário da hipótese do inciso II, levando-se em consideração a intenção deliberada de abandonar o processo, o que presume o ânimo de não atuar. 
Se o réu for revel, o juiz proferirá decisão de mérito. Não sendo o réu revel, o juiz deverá, antes de determinar a extinção do processo, ouvir o demandado. O autor responde pelas despesas processuais pelo abandono (art. 267, § 2º CPC). 
IV – AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS PROCES-SUAIS (EXISTÊNCIA E VALIDADE)
Antes entenda-se como Requisitos Subjetivos aqueles referentes aos sujeitos do processo (juiz e as partes) e como Requisitos Objetivos os que dizem respeito à regularidade dos atos processuais, que devem estar de acordo com as disposições legais que os regulam. Se o infringirem, serão alvo de invalidação. Esses vícios podem ser a inexistência, a nulidade absoluta ou relativa, e a anulabilidade do ato. Subdividem-se em Intrínsecos (concernentes à subordinação do procedimento às normas legais. Ex. forma escrita da petição inicial e da sentença, requisitos da citação e das intimações e outros. Os Extrínsecos referem-se à inexistência de fatos impeditivos de sua formação (Ex. falta de pagamento das custas e honorários; instrumento de mandado e outros).
Quando o juiz estiver diante de hipótese em que não estejam presentes os pressupostos processuais, ele poderá extinguir o processo. Não é, no entanto, todo pressuposto que determina a extinção. 
O juiz deverá averiguar se estão presentes os pressupostos processuais previamente ao conhecimento do mérito da causa Edson Prata, in Comentários ao Código de Processo Civil. Rio de Janeiro: Forense, 1987, v. II: arts. 1º a 269, t. I, p. 798, citando Liebman, esclarece que:
“[...] a ausência de um dos pressupostos torna irregular, inválido o processo, e daí não se poder proceder nele ao conhecimento e decisão do mérito, para declarar fundada ou infundada a demanda; ao contrário, o juiz deve limitar-se em tal caso a dar um fim ao processo, declarando-se não poder prover o mérito.”
Para melhor entendimento MARINONI menciona: 
Pressupostos de existência subjetivos
investidura do juiz na jurisdição
capacidade para ser parte. 
Pressuposto de existência objetivo: 
 pedido de tutela jurisdicional
Pressuposto de validade subjetivo:
imparcialidade
competência
capacidade para estar em juízo
capacidade postulatória das partes
Pressupostos de validade objetivos:
necessidade de observância do procedimento
necessidade de observância das normas processuais (citação existente e válida, por exemplo)
V – PEREMPÇÃO, LITISPENDÊNCIA E COISA JULGADA
Perempção: quando o autor, por três vezes, der causa à extinção do processo pelo fundamento previsto no artigo 267, III (abandono da causa), ocorre o fenômeno denominado perempção, que significa a perda do direito de renovar a mesma ação (art. 268, parágrafo único). A parte, todavia, poderá invocar seu direito como matéria de defesa, em eventual ação contra ela intentada. 
Litispendência: a litispendência ocorre quando se repete ação idêntica a uma que se encontra em curso. Por ação idêntica deve se entender aquela que tem as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido. É causa de extinção da segunda ação (aquela em que o réu foi por último citado, ou aquela posteriormente distribuída, quando se está diante de citação ocorrida no mesmo dia). Assim, a afirmação de litispendência encerra o novo processo.
Coisa Julgada:há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por sentença, de que não cabia recurso.
OBS: Coisa julgada e litispendência. A primeira diz com causas em andamento simultâneo; a segunda, em andamento sucessivo, ou seja, refere-se à propositura de ação que já fora decidida por sentença. 
O artigo 467 do CPC define a coisa julgada em seu duplo aspecto: material e formal. Fala-se em coisa julgada material quando o ato decisório resolve o mérito da causa, decidindo a lide e impedindo, conseqüentemente, que ação seja novamente proposta. É a imutabilidade da sentença fora do processo em que foi prolatada; portanto, relativamente a outros feitos judiciais. Coisa julgada formal, de outro lado, refere-se à indiscutibilidade da decisão judicial verificada dentro do processo; logo obstaculiza as partes e o mesmo juiz de decidir a questão. 
A coisa julgada tratada no artigo 267, V, do CPC é a coisa julgada material.
VI – AUSÊNCIA DE CONDIÇÕES DA AÇÃO
Segundo o Código são três as condições da ação: 
a) possibilidade jurídica do pedido: não deve ser entendida em sentido estrito, como se referindo só ao objeto que se pede um juízo, mas no sentido amplo, envolvendo também a causa ou origem jurídica do objeto. O exemplo colacionado é a situação, tantas vezes referida pela doutrina pátria, da dívida de jogo. O objeto, nesse caso, é a cobrança da dívida, que merece proteção do direito. Sua causa (jogo) é que acarreta a impossibilidade jurídica do pedido. 
b) legitimidade das partes: é a pertinência subjetiva da ação, a titularidade na pessoa que propõe a demanda.
c) interesse processual: envolve o binômio adequação e necessidade. Existe interesse processual quando a parte tem necessidade de ir a juízo para alcançar a tutela pretendida e quando essa tutela jurisdicional pode lhe trazer alguma utilidade do ponto de vista prático.
VII – CONVENÇÃO DE ARBITRAGEM
De acordo com o art. 3º da Lei 9.307/96, por “convenção de arbitragem” entenda-se “cláusula compromissória”, que significa a convenção através da qual as partes em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal contrato (art. 3º da mesma lei). Já o art. 9º, idem, menciona o “compromisso arbitral”, que é a convenção através da qual as partes submetem um litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial. Assim, tanto o compromisso quanto a cláusula arbitral representam obstáculos ao desenvolvimento do processo (pressupostos objetivos negativos).
Havendo compromisso arbitral, o juiz não deverá examinar a ação (art. 301, § 4º CPC). O compromisso tem de ser alegado; o juiz não pode declarar sua existência de ofício.
VIII – DESISTÊNCIA PELO AUTOR
A parte autora pode abdicar de sua posição no processo, desde que o juiz homologue (art. 158, parágrafo único do CPC). Uma vez citado o réu, para decretar a homologação o juiz tem de aguardar que o réu concorde com a desistência (art. 267, § 4º do CPC). Sendo sem resolução do mérito, nada impede que o autor que desistiu proponha outra ação com a mesma causa de pedir. Por isso, é melhor para o réu que o autor renuncia. A desistência só pode ocorrer até o momento da sentença.
Na desistência o que se abre mão é do instrumento (processo) como solução do litígio e não do direito material (esse chama-se renúncia).
IX – INTRANSMISSIBILIDADE DO DIREITO
Intransmissibilidade da ação é o desaparecimento do direito de ação em decorrência do desaparecimento do direito material, que se pretendia fazer valer. Na hipótese em que o direito não é transmissível para os herdeiros (obrigação intuitu personae, divórcio, etc.) e ocorre a morte da parte, o processo é extinto porque a ação desaparece e não porque falte pressuposto processual.
Se a ação for transmissível opera-se a habilitação (art. 1.055 a 1.062 CPC). Lembre-se: a obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros (art. 1.700 CC: “A obrigação de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor, na forma do art. 1.694.”).
X - CONFUSÃO ENTRE AUTOR E RÉU
Trata-se de aplicação da regra prevista no artigo 381 do novo Código Civil, que assim reza: “Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor”.
A confusão pode ser total ou parcial (art. 382 CC). Se não abranger toda a dívida, o processo prossegue quanto à parte não atingida.
Caso o autor morra, por exemplo, e seu filho ou herdeiro seja o réu, haverá confusão, e extinção. A confusão é uma modalidade de extinção da obrigação decorrente da circunstância de se confundirem na mesma pessoa as qualidades de credor e devedor (art. 381 a 384 CC). A ação irá desaparecer porque não há mais interesse de agir, por falta de litígio.
XI – DEMAIS CASOS LEGALMENTE PREVISTOS:
CASOS NO CPC
art. 13, inciso I – não suprimento da incapacidade processual ou irregularidade da representação de parte.
art. 37, § único – não ratificação da petição inicial apresentada sem procuração.
art. 47, § único – não promoção da citação de litisconsorte necessário.
art. 265, § 2º – não constituição de novo procurador em substituição ao falecido.
3.1.1. – NOVA PROPOSITURA DA AÇÃO (ART. 268 CPC)
Assegura-se ao autor o direito de intentar novamente a ação, nos casos em que o processo tenha sido extinto sem resolução de mérito, pois o que se extingue é o processo (a relação processual, o instrumento da jurisdição) e desde que o direito de ação permaneça íntegro e possível ser invocado novamente. Há, porém, ressalva, quanto às hipóteses em que a extinção tenha se dado em decorrência da perempção, da litispendência e da coisa julgada. 
Para renovar a ação após a extinção do processo pela primeira ou segunda vez, o autor, segundo Edson Prata, in Comentários ao Código de Processo Civil. Rio de Janeiro: Forense, 1987, v. II: arts. 1º a 269, t. I, p. 823, “provará com a inicial, o pagamento das custas e dos honorários advocatícios da ação anterior”. 
3.1.2. – ART. 268, § ÚNICO – IMPOSSIBILIDADE DE INTENTAR NOVA AÇÃO
A questão institui a figura da PEREMPÇÃO da ação (morte literal da ação) em virtude de três extinções por abandono. Assim, fica o autor impossibilitado de deduzir em face do réu o mesmo pedido, fundado na mesma causa de pedir. Pode alegar em defesa de seu direito em causa que envolva o réu ou terceiro.
3.2 – CAUSAS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO COM RESOLUÇÃO DE MÉRITO (ART. 269 CPC)
O art. 269 CPC não menciona mais a possibilidade de extinção do processo com “julgamento” do mérito. Hoje se fala somente em resolução do mérito, pois agora após a sentença pode haver a fase de execução (e não mais um novo processo, como anteriormente). As sentenças produzem o efeito de coisa julgada material e formal, e não permitem a propositura de uma nova demanda.
I – ACOLHIMENTO OU REJEIÇÃO DO PEDIDO
Quando o pedido é examinado e resolvido. O julgamento de procedência (acolhimento) ou improcedência (rejeição) do pedido, depende exclusivamente da existência ou inexistência do direito material invocado pelo autor. O juiz resolve o litígio, mediante aplicação da vontade da lei, atuando em substituição às partes. A doutrina costuma mencionar que tal previsão é a genuína sentença de mérito.
II – RECONHECIMENTO DO PEDIDO PELO RÉU
O reconhecimento identifica-se como a admissão pelo réu de que o autor tem razão. É um ato unilateral do réu, e necessita de sentença homologatória do juiz. O réu pode expressar de forma explícita.
Não se confunde com a confissão, eis que esta é reconhecimento de fatos. O reconhecimento que enseja a resolução do mérito é aquele que tem por objeto o pedido, a pretensão, o direito. Trata-se de extinção do litígio por autocomposição unilateral, uma vez que o juiz simplesmente a reconhece na sentença.
III – TRANSAÇÃO
As partes transigem e chegam a um acordo (art. 840 CC: “É lícito aos interessados prevenirem ou terminarem olitígio mediante concessões mútuas” e art. 841 CC: “Só quanto a direitos patrimoniais de caráter privado se permite a transação”), cabe ao juiz homologar a transação. Se não houver reciprocidade nas condições do acordo, é claro, não se trata de transação, e sim de desistência ou reconhecimento. São concessões recíprocas que caracterizam autocomposição bilateral.
Importante fazer a distinção entre conciliação e acordo: a) Conciliação é a transação provocada pelo juiz (art. 447 a 449 CPC); b) Acordo é a transação alcançada espontaneamente pelas partes e levada para os autos.
IV – PRONÚNCIA PELO JUIZ DE PRESCRIÇÃO OU DECADÊNCIA. 
Prescrição e decadência são assuntos do direito material. Nada tem a ver com o direito processual. A decadência extingue o direito, enquanto que a prescrição atinge a pretensão (art. 189 CC). Ao pronunciar a decadência ou a prescrição o juiz julga o mérito da causa, formando-se coisa julgada material.
PRESCRIÇÃO: é a extinção da ação, pela inércia continuada de seu titular, durante um certo lapso de tempo fixado pela lei, 
DECADÊNCIA: é a extinção do direito, pela inércia continuada de seu titular, que deixa de exercitá-lo durante o termo prefixado ao seu exercício. A prescrição fulmina a AÇÃO que protege o direito material, já a decadência extingue o próprio DIREITO. 
Resumindo: a prescrição extingue a ação e a decadência extingue o direito. Decadência não se interrompe ou suspende, enquanto que a lei prevê expressamente as formas de suspensão ou interrupção da prescrição (o juiz pronunciará, de ofício, a prescrição - art. 219, § 5º CPC).
É certo que os institutos guardam semelhança, pois ambos partem de uma premissa comum: a inércia do titular de um direito. Ambos são efeitos do elemento tempo nas relações jurídicas, que acarretarão perdas. 
A prescrição é tratada nos artigos 205 e 206 do Código Civil, enquanto que os prazos decadenciais estão ao longo do corpo do Código Civil.
Por fim, cumpre enfatizar que a decadência não depende de provocação da parte interessada; já a prescrição, que é renunciável, depende de invocação pela parte a que beneficia, sempre que o litígio verse sobre questões de natureza patrimonial.
V – RENÚNCIA AO DIREITO
Renúncia é ato abdicativo manifestado pelo autor, que elimina seu direito material, o direito que fundamenta sua pretensão. A renúncia é uma autocomposição unilateral do litígio (ato unilateral do autor), e independe de concordância do réu. 
A desistência atinge somente a posição processual do autor naquela ação específica, e por isso permite a extinção sem exame do mérito. Já a renúncia atinge o direito material, criando coisa julgada. Essa renúncia pode ser feita pelo procurador, desde que tenha poderes especiais (art. 38 CPC).
A validade da renúncia exige a disponibilidade do direito discutido (art. 267, § 4º CPC). Manifestada a renúncia o juiz é chamado a proferir a sentença homologatória desse ato.
REFERÊNCIAS:
CÂMARA, Alexandre Freitas. Lições de Direito Processual Civil. 18ª ed. Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2008.
CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. 6ª ed. ampl. e atual., São Paulo: Revista dos Tribunais, 1986, p. 257.
DIDIER JR. Fredie. et al. Curso de Direito Processual Civil. Bahia: Editora Podivm, 2009.
GRECO FILHO, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro, v.1: teoria geral do processo. 17.ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
JÚNIOR THEODORO, Humberto. Curso de direito processual civil. V.1. 47ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2007.
MARINONI, Luiz Guilherme; MITIDIEIRO, Daniel. Código de processo civil comentado. São Paulo. Revista dos Tribunais, 2008.
MARINONI e ARENHART, Luiz Guilherme e Sérgio Cruz. Curso de Processo Civil. Processo de Conhecimento. Vol. 3. 7ª Ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008.
MONIZ ARAGÃO. Exegese do Código de Processo Civil. v.4. Rio de Janeiro: Aide Editora e Comércio de Livros Ltda., 1981.
MOREIRA, José Carlos Barbosa. O novo Código de Processo Civil Brasileiro: exposição sistemática do procedimento. 21. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2001.
SILVA, Rinaldo Mouzalas de Souza e. Processo Civil. 2ª Ed. Bahia: Editora Podivm, 2009.
�D.P.C II (5º Termo) – Unidade III – Extinção do Processo – Prof Carlos Rafael Gomes de Carvalho

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