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17/11/2013 1 Semiótica Notas sobre a Linguística Sistêmico- Funcional de Halliday UFPE | Grupo de trabalho em Semiótica Social 2013.2 Atribuir funcionalidade à linguagem é reconhecer que a linguagem é vinculada ao seu uso e ao seu contexto. Embora analisem a estrutura gramatical, os funcionalistas incluem na análise toda a situação comunicativa: o propósito da fala, seus participantes e seu contexto. Para os funcionalistas, os significados das palavras ou frases dependem da função que elas desempenham na linguagem. A linguagem sob a perspectiva funcional é o entendimento de que o sistema da língua não pode ser estudada fora de seu uso. Alguns autores dessa abordagem são Jakobson, com sua Teoria Funcionalista da Linguagem e Halliday, com a Linguística Sistêmico- Funcional (LSF), também chamada de Gramática Sistêmico-Funcional. Para Jakobson, a linguagem tem como objetivo principal a comunicação, influenciada pelo contexto. Segundo ele, as funções da linguagem podem ser classificadas de acordo com a ênfase dada, de forma predominante, a qualquer dos elementos do ato de comunicação: Teoria Funcionalista da Linguagem 17/11/2013 2 Função Emotiva A Função emotiva é aquela centrada no remetente, ou seja, quando a ênfase é naquele que fala. A linguagem tem função emotiva quando é usada para revelar a opinião do remetente, suas emoções e sua atitude em relação ao que diz. A materialização dessa função na linguagem advém de interjeições, exclamações e principalmente da presença da primeira pessoa do singular. Ex.: Eu gosto muito de bolo de rolo com queijo do reino! Função Referencial A função referencial é aquela centrada no contexto, ou no referente, materializada na linguagem pela 3ª pessoa. Dessa maneira, o remetente oferece informações da realidade, exterior a si mesmo. Ex.: Telejornal Função Conativa A função conativa é orientada para o destinatário. Em mensagens em que essa função é predominante, o locutor tenta influenciar o receptor, portanto, é comum o uso do imperativo e vocativo. Ex.: Anúncio publicitário; discurso político ‘Assista agora a nossa programação’ 17/11/2013 3 Função Fática A função fática é aquela cujo fator constitutivo é o contato. Mensagens em que essa função é predominante têm por objetivo prolongar ou interromper a comunicação, testar a eficiência do canal ou chamar a atenção do interlocutor. Ex.: Pois é; será que vai chover hoje? Alô Função Metalingüística Esta função está presente quando utilizamos a linguagem para falar do código verbal, e é utilizada para tornar a mensagem mais acessível ao receptor e verificar se os interlocutores estão utilizando o mesmo código. A mensagem desempenha essa função quando explicamos algo a alguém utilizando sinônimos. Ex.: ou seja; isto é. Função Poética Na função poética, o fator que tem papel central é a mensagem. Neste sentido, a linguagem tem função poética se o foco está na forma como a mensagem está organizada, isto é, nas escolhas feitas para estruturar a linguagem. Ex.: rimas em poesia, em músicas; expressões escritas de forma particular. Adorei!!! Por favooor? Linguística Sistêmico-Funcional De acordo com Michael Halliday, a língua é um sistema potencial de significados. Cada escolha gera uma série de novas opções que se especificam em redes de possibilidades, a partir das quais a pessoa que fala ou escreve cria os significados. Nessa perspectiva, a gramática funcional não é uma série de regras, mas uma série de recursos para descrever, interpretar, fazer e significar dentro de um determinado contexto. 17/11/2013 4 Linguística Sistêmico-Funcional é sistêmica porque vê a gramática como um sistema de escolhas potenciais é funcional porque procura explicar as implicações comunicativas de uma seleção dentro de um esses sistemas Para Halliday, o caráter social da linguagem está baseado na sua relação indissociável com a estrutura social. Esta, por sua vez, representa um aspecto particular da experiência humana. por um lado, como é que os falantes usam a linguagem para interagir O produto de uma sequência de escolhas é um texto, estruturado em fraseados (wordings). por outro, como é que a linguagem está estruturada para o uso O texto é “o que se quer significar, selecionado em um conjunto de opções que constituem o que pode ser significado” (HALLIDAY, 1978). Do ponto de vista funcional, o significado é algo que as pessoas podem fazer e não algo que a linguagem tem. 17/11/2013 5 Contexto de Situação Contexto de Cultura Para Halliday, a linguagem realiza três metafunções: Ideacional Interpessoal Textual Para ele, as três metafunções são constitutivas de toda e qualquer mensagem e, portanto, ocorrem simultaneamente. Dessa maneira, cada mensagem é ao mesmo tempo sobre algo, dirigida a alguém e organizada com alguma finalidade. Metafunção Ideacional Trata-se da linguagem como representação, isto é, o sistema semântico como expressão da experiência interna e externa do falante Metafunção Interpessoal É o aspecto da linguagem que estabelece relações entre os participantes da interação, por exemplo, ao analisar o texto a partir dessa perspectiva, podemos reconhecer relações de poder. 17/11/2013 6 Metafunção Textual Diz respeito ao mundo verbal, aos recursos linguísticos disponíveis para a organização do fluxo de informações em um texto, fornecendo estratégias para guiá-los em sua interpretação do texto. Linguística Sistêmico Funcional / Semiótica Social A Semiótica Social tem como fonte a Linguística Sistêmico Funcional e estuda quais os diferentes aspectos da sociedade moderna se combinam para criar significados. Signos x Recursos Semióticos Estes recursos semióticos estão em nosso entorno nos comunicando algo, através: da linguagem verbal do gesto da imagem da música Outros recursos semióticos, menos óbvios, são: comida vestimenta objetos do dia a dia valores e significados culturais 17/11/2013 7 A Semiótica Social analisa recursos semióticos como fotografias, anúncios publicitários, páginas de revistas, jornais, imagens paradas de filmes, etc. presente em textos multimodais no Design Gráfico. Tema da capa da revista Época: como ensinar as crianças a comer direito? h tt p :/ / co lu n a s. e p o ca .g lo b o .c o m / fa zc a b e r/ “A foto que me inspirou para começar a pensar nesta capa foi do garoto Gabriel, filho dos meus amigos Ivan Padilha e Maria Laura”. 17/11/2013 8 h tt p :/ / co lu n a s. e p o ca .g lo b o .c o m / fa zc a b e r/ “Fazendo uma busca nos sites de imagens achei esta outra que também é muito boa”. h tt p :/ / co lu n a s. e p o ca .g lo b o .c o m / fa zc a b e r/ “Também fizemos algumas opções com fotos de Marcos Lopes” h tt p :/ / co lu n a s. e p o ca .g lo b o .c o m / fa zc a b e r/ “Mas, na pesquisa de imagem achei este garoto muito simpático e tive a ideia de trocar o doce por um prato de salada” h tt p :/ / co lu n a s. e p o ca .g lo b o .c o m / fa zc a b e r/ “Mas quando coloquei a capa da ÉPOCA SP que tem uma foto de um hambúrguer apetitoso, tive a ideia de fazer ele olhando pra cima. Mudei o olhar do garoto no photoshop e acrescentamos uma legenda: pode sim, mas só no fim de semana”.17/11/2013 9 h tt p :/ / co lu n a s. e p o ca .g lo b o .c o m / fa zc a b e r/ “Aí sim as duas capas estavam conversando”.
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