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Gramática do Design Visual na Capas dos Quadrinhos Marvel de 1966

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UFPE | Departamento de Design | Semiótica Social 2013.2 | Gramática do Design Visual nas 
Capas dos Quadrinhos Marvel de 1966 | Heitor Silva 
Semiótica Social 
 
A semiótica é a teoria que trata dos signos. “O signo é uma o coerência 
fenomênica de qualquer natureza que de algum modo se conecta com uma experiência 
anterior”. 
O que a semiótica trata como signo, a Semiótica Social trata como “recurso 
semiótico”. A semiótica social é a teoria que trata dos significados levando em conta 
contextos sociais e culturais. 
As atividades realizadas pela semiótica social são de observar e analisar para 
produção e interpretação semiótica, descobrir como os recursos semióticos são usados e 
falados em contextos sociais diferentes, descobrir novos recursos e novos usos para os 
existentes. 
 O recurso semiótico leva em conta os signos sob todas as formas, sejam elas 
linguísticas ou não. O potencial semiótico são os tipos de significados que um recurso 
pode ter. Os usos potenciais de um objeto são Affordances. 
 
Gramática Social 
 
 A intenção da Gramática do Design Visual é examinar os significados das 
regularidades encontradas em estruturas visuais. Na GVD, Kress e van Leeuwen 
distinguem três estruturas que operam juntos em toda imagem: as representacionais, as 
interacionais e as composicionais. 
Kress e van Leeuwen especificam dois participantes: representados (pessoa, 
coisas e lugares), e participantes interativos (produtores e leitores, por meio do design 
gráfico). Desses participantes se especificam as relações entre os participantes 
representados, entre participantes interativos e representados e entre os interativos por 
meio do design. 
 As estruturas representacionais se dividem entre narrativas e conceituais. 
 As estruturas de representação narrativas mostram uma ação, e há presença de 
vetores. Essa estrutura é subdivida em: ação (transacional e não-transacional), reação 
(transacional e não-transacional), evento, procedimento mental, procedimento verbal e 
de conversão. 
 A estrutura de representação narrativa de ação transacional consiste na presença 
de um ator, um vetor e uma meta. Quando a estrutura apresenta apenas o autor e o vetor 
sem representar a meta, classifica-se como ação não-transacional. 
 A estrutura de representação narrativa de reação transacional consiste na 
presença de um ator, uma meta e um vetor que é a linha dos olhos (a direção do olhar). 
Quando a estrutura não apresenta a meta para a qual o vetor dos olhos está se 
direcionando, classifica-se como reação não-transacional. 
 Quando a estrutura apresenta apenas o vetor e a meta, ocultando o autor, ou o 
mesmo aparecendo minimamente, classifica-se como evento. 
 Quando a estrutura apresenta algum participante representado com falas ou 
pensamentos por meio de balões ou similares, classifica-se como processo verbal (para 
fala) ou processo mental (para pensamentos). 
 Quando se apresenta uma cadeia de processos transacionais em uma estrutura, 
ela é de conversão. 
 As estruturas de representação conceituais os participantes representados são 
mostrados de forma estática e até mesmo descontextualizados. A representação 
conceitual se divide em: processo classificatório, analítico e processo simbólico 
(atributivo ou sugestivo). 
UFPE | Departamento de Design | Semiótica Social 2013.2 | Gramática do Design Visual nas 
Capas dos Quadrinhos Marvel de 1966 | Heitor Silva 
 Quando vários participantes são mostrados e atribuídos como pertencentes de 
um mesmo grupo, classifica-se como processo classificatório. 
 O processo analítico apresenta uma relação de parte|todo, onde há dois 
participantes: um portador (o todo) e atributo(s) possessivo(s) [parte(s)]. 
 O processo simbólico consiste em apresentar o participante com o que ele 
significa ou é. É simbólico atributivo quando há um há um participante atribuindo um 
significado a um participante representado portador. É simbólico sugestivo quando o 
participante representado é único e sendo o próprio símbolo. 
 As estruturas de interação são com compostas por contato, distância social, 
atitude e subjetividade. 
 A interação de contato pode ser de demanda ou oferta. É de demanda quando o 
participante interativo se sente observado pelo participante representado, quando não, a 
interação é de oferta. 
 A distância social pode ser impessoal – quando o participante representado é 
mostrado em um plano aberto, dos pés à cabeça –, social - quando é mostrado em plano 
médio, a partir da cintura – e pessoal/íntimo – mostrado em close –. 
 A atitude é objetiva quando o participante representado é mostrado de forma 
frontal, e é de orientação para o conhecimento quando há uma demonstração de domínio 
por parte do leitor, ou seja, o participante representado é mostrado como quem o vê de 
cima. Quando isso não ocorre, a atitude é de orientação para o conhecimento. 
Quando o participante não é representado de forma frontal, a atitude é 
subjetividade, que é subjetiva de envolvimento quando, mesmo não estando de forma, 
frontal o representado olha para frente, quando não, é subjetiva de desprendimento. 
Atitude de subjetividade também apresenta as relações de poder, que é de igualdade de 
poder – quando o representado é mostrado no mesmo nível do leitor –, de poder do 
participante interativo – quando o representado é mostrado em um nível mais baixo que 
o do leitor – e de poder do participante representado – quando o representado é 
mostrado em um nível mais alto que o do leitor –. 
As estruturas de interação podem ser de modalidade alta (alto valor de verdade 
na imagem) ou baixa (baixo valor de verdade na imagem). 
As estruturas de composição são compostas por valor informativo, saliência e 
enquadre. 
O valor informativo trata da zona onde o participante representado e os demais 
elementos são localizados, que pode ser esquerda-direita, topo-base e centro margem. 
A saliência trata dos elementos que são planejados para atrair a atenção do leitor 
em diferentes graus. 
O enquadramento trata da presença ou ausência do design gráfico. A imagem 
pode ser continuar ou descontinua, pode apresentar desconexão, conexão, fios, boxes, 
rimas visuais, vinheta, molduras, contrastes de tonalidades etc. 
 
Projeto de pesquisa e análise 
 
 Em cima da Gramática do Design Visual, escolhi para estudar e analisar capas 
de revistas de histórias em quadrinhos que tratam do tem super-heróis cokm ficção 
cientifica. Minha intenção é descobrir como eram feitas as primeiras capas de revistas 
do gênero, se elas seguiam uma regularidade e usavam de algum meio para chamar a 
atenção do leitor. 
 As HQs de super-heróis começaram a ser publicadas pela DC Comics no ano 
de1938, seguida pela Marvel Comics em 1939. Porém, nos anos 50 as editorasde 
UFPE | Departamento de Design | Semiótica Social 2013.2 | Gramática do Design Visual nas 
Capas dos Quadrinhos Marvel de 1966 | Heitor Silva 
quadrinhos passam por tempos difíceis, e as histórias de super-humanos deixam de 
ganhar notoriedade. 
 No final de 50 para o início de 60, a DC revive o gênero, e a Marvel segue esse 
caminho, lançando personagem como a equipe Quarteto Fantástico, mas é com o 
Homem-Aranha que a Marvel revoluciona as HQs de super-heróis e ficção cientifica, 
influenciando até mesmo a pioneira DC Comics. 
 Por esses motivos resolvi escolher as capas das quatro principais histórias que 
foram publicadas pela Marvel nos anos 60. Selecionei as revistas Quarteto Fantastico 
(Fantastic Four), O Espetacular Homem-Aranha (Amazing Spider-Man), Os Vingadores 
(The Avengers) e Fabulosos X-Men (Uncanny X-Men). Decidi pegar as três primeiras 
publicações do ano de 1966, que é quando essas quatro revistas já estão sendopublicadas mensalmente. 
 
 Fantastic Four Amazing Spider-
Man 
The Avengers Uncanny X-Men 
10 de janeiro de 
1966 
#46 
 
#32 
 
#24
 
#16 
 
10 de fevereiro 
de 1966 
#47 
 
#33 
 
#25 
 
#17 
 
10 de março de 
1966 
#48 
 
#34 
 
#26 
 
#18 
 
 
Capas Selecionadas. 
 
 
 
Das capas analisadas, apenas a Fantastic Four #46 classifica-se como estrutura 
de representação conceitual, e é classificatória. As demais são todas de representação 
UFPE | Departamento de Design | Semiótica Social 2013.2 | Gramática do Design Visual nas 
Capas dos Quadrinhos Marvel de 1966 | Heitor Silva 
narrativa. Isso acontece porque a intenção dos quadrinhos dos anos 60 era narrar o 
clímax da história na capa. Entre as narrativas, a maior parte é de ação transacional, e 
duas de conversão, geralmente mostrando os heróis atacando e/ou sendo atacado pelos 
vilões. De evento, reação transacional e não transacional aparece uma para cada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avengers #25 é única que 
apresenta a Estrutura de 
Representação de Reação 
Transacional, onde há troca dos 
olhares dos Vingadores com Vilão 
Dr. Destino,sendo assim Bidirecional. 
 
Uncanny X-Men #17 é a 
única que apresenta a Estrutura de 
representação narrativa de evento, 
onde se vê uma mão abrindo a 
porta, mas o “ator” não aparece. 
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Capas dos Quadrinhos Marvel de 1966 | Heitor Silva 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Fantastic Four #48 é a única capa que a apresenta a 
Estrutura Representativa Narrativa de Reação não-
transacional. Uatu e os demais personagens estão olhando 
para algo fora da capa. 
 
A única capa com estrutura de 
representação conceitual é a Fantastic Four #46, 
sendo de processo classificatório. Onde o 
personagem Raio Negro é o superior, e os 
demais personagens são os subordinados. 
 
As duas capas de estrutura 
de representação narrativa 
de conversão. Onde há os 
vetores dos os heróis 
atacando os vilões e os 
vetores dos vilões também 
atacando os heróis. 
UFPE | Departamento de Design | Semiótica Social 2013.2 | Gramática do Design Visual nas 
Capas dos Quadrinhos Marvel de 1966 | Heitor Silva 
 Das estruturas de interação, apenas a Fantastic Four #46 é demanda, já que é a 
única conceitual, sendo o restante sendo de oferta, já que as mesmas são narrativas. 
 A distância social é na maioria impessoal. 
 
 
 
 
 
E uma memória é social, não havendo pessoal íntimo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UFPE | Departamento de Design | Semiótica Social 2013.2 | Gramática do Design Visual nas 
Capas dos Quadrinhos Marvel de 1966 | Heitor Silva 
A maioria é subjetiva de desprendimento. 
 
 
 
 
 
Apenas a Avengers #26 é subjetiva de envolvimento. 
 
 
 
 E uma memória é objetiva de orientação de ação. 
 
 
 
 
 
UFPE | Departamento de Design | Semiótica Social 2013.2 | Gramática do Design Visual nas 
Capas dos Quadrinhos Marvel de 1966 | Heitor Silva 
 Três capas apresentam poder do leitor 
 
 
 
 Três apresentam igualdade de poder. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As duas que apresentam poder 
do participante representado, 
são as do Amazing Spider-Man, 
o que é comum, já que o 
Homem-Aranha é um herói que 
costuma ser representado em 
cima de prédios. 
 
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Capas dos Quadrinhos Marvel de 1966 | Heitor Silva 
Todas as capas apresentam contraste de cores. 
 A maioria apresentam boxes. 
 
 
 
 
 
Algumas apresentam espaço em branco. 
 
 
 
 Apenas a Avengers #26 apresenta moldura 
 As capas de Uncanny X-Men apresentam vinheta. 
 
 
 
 Os elementos de conexão são os vetores. 
 
 
 
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Capas dos Quadrinhos Marvel de 1966 | Heitor Silva 
Conclusão 
 
As capas das revistas de Histórias em Quadrinhos da Marvel Comics dos anos 
60 que tem como tema super-heróis e ficção cientifica, costumavam seguir um padrão. 
São em maior parte narrativas, contextualizando do que se trata a história, de modo que 
a ilustração da capa poderia muito bem ser usada dentro da história, fazendo todo 
sentido. 
Essas capas retrata o clímax da história, atraindo o leitor para querer saber como 
os personagens chegaram naquela situação e como farão para sair da mesma. Mostra 
como é possível introduzir toda uma história com apenas uma imagem, sendo uma 
ferramenta que pode ser usada no design e publicidade.

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