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APOSTILA 
DIREITO AMBIENTAL
Professora: Pamora F. Cordeiro
2019
TEORIA GERAL DO DIREITO AMBIENTAL – PARTE I
- CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL E EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
	A ação antrópica (interferência do homem na natureza – exploração dos recursos naturais que resultam em impactos sobre o ambiente) na natureza, tem trazido à tona questões cruciais ao longo das últimas décadas.
	A questão ambiental começou a ser discutida ainda no século XIX em países Europeus e nos Estados Unidos por alguns poucos visionários. No entanto, foi na segunda metade do século XX com o advento do desenvolvimento dos artefatos nucleares, que se iniciou de forma mais contundente a internacionalização das questões ambientais. [1: Pode-se afirmar que praticamente todas as questões ambientais levantadas até o presente momento tem grande relevância na busca do equilíbrio entre a demanda por recursos naturais, seu uso indiscriminado e as consequências advindas desta forma de uso, bem como na interação do quadrinômio população/desenvolvimento/pobreza/meio ambiente.][2: Um exemplo desse fato ocorreu no ano de 1852, quando o químico escocês Robert Angus Smith registrou pela primeira vez vestígios de chuva ácida em Manchester (Reino Unido – noroeste da Inglaterra)]
	Somente no período compreendido entre os anos de 1945 a 1962, houve centenas de denotações nucleares e, aos poucos, foi se constatando que esses testes eram extremamente prejudiciais ao meio ambiente. A chuva ácida decorrente de tais testes gerou uma grande campanha, com forte apoio da opinião pública, resultando na assinatura do Tratado de Proibição Parcial dos Testes Nucleares em 1963, sendo o mesmo considerado como a primeira grande vitória na campanha para salvar o meio ambiente.[3: - 113 e o Tratado de interdição completa de ensaios nucleares - O tratado foi aberto para assinaturas em Nova Iorque em 24 de Setembro de 1996, quando foi assinado por 71 estados, incluindo cinco dos oito estados que possuíam armas nucleares. O CTBT tem hoje a assinatura de 181 estados e foi ratificado por 151. Índia e Paquistão, apesar de não serem estados possuidores de armas nucleares segundo a definição do Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares (NPT), não o assinaram, nem a Coreia do Norte. Índia e Paquistão fizeram testes nucleares em 1998 e a Coréia do Norte abandonou o NPT em 2003 e fez um teste subterrâneo em 9 de outubro de 2006.]
	Nessa linha de raciocínio deve ser destacado ainda na década de 60 o livre de autoria de Raquel Carson – Primareva Silenciosa – que causou uma verdadeira revolução de pensamento em relação às questões ambientais e originou um movimento social em prol de sua defesa, ao advertir sobre os inseticidas (herbicidas, fungicidas, pesticidas, etc) criados para controlar determinadas pragas nas grandes lavouras e os males por eles ocasionados tanto para a saúde humana quanto para o ambiente.[4: O clamor que se seguiu à publicação de Primavera silenciosa forçou o governo a proibir o uso de DDT e instigou mudanças revolucionárias nas leis que preservam o ar, a terra e a água, com a criação, em 1970, da Agência de Proteção Ambiental Norte-Americana. A paixão de Rachel Carson pela questão do futuro do planeta refletiu poderosamente por todo mundo e seu livro foi determinante para o lançamento do movimento ambientalista. (http://www.observatorioeco.com.br/classico-primavera-silenciosa-de-rachel-carson-e-reeditado-no-brasil/)]
	Esse tema insere-se no momento histórico caracterizado pelo início da conscientização dos efeitos decorrentes da revolução industrial iniciada no século XIX e da consolidação do modo de produção capitalista, onde o pensamento predominante exaltava o progresso industrial e econômico, e o consumo descartável,utilizando-se para tanto da exploração incontinenti dos recursos naturais e, via de conseqüência, a geração e acumulação de resíduos-poluentes de toda e qualquer espécie.
	O “despertar ambiental”, segundo Brusztyn, ocorreu no período compreendido entre 1950 – 1969. Como conseqüência, algumas iniciativas foram tomadas para reverter ou desacelerar a ameaça de uma catástrofe de dimensões globais.[5: o desaparecimento de espécies da fauna e da flora, a perda de solos férteis pela erosão e pela desertificação, o aquecimento da atmosfera e as mudanças climáticas, a diminuição da camada de ozônio, a chuva ácida, o acúmulo crescente de lixo e resíduos industriais, o colapso na quantidade e na qualidade da água,o aumento significativo da população mundial, o esgotamento dos recursos naturais, os grandes acidentes nucleares, com efeitos imediatos etc.][6: Políticas Públicas para o desenvolvimento sustentável. In: Bursztyn, M. A difícil sustentabilidade. Rio de Janeiro: Garamond,2001.]
	Foi a partir do encontro destas idéias que nasceu o Clube de Roma, em 1968, que produziu estudos globais sobre os principais problemas ambientais -, passando pela Conferência de Estocolmo (1972) – que agregou à crise ecológica problemas como fome e pobreza dos países do hemisfério sul -, a publicação do relatório Burtland em 1987 – primeiro esboço do conceito de desenvolvimento sustentável -, na ECO 92 – que culminou na elaboração da Agenda 21, na Rio + 10 em Johannesburg – África do Sul.
	Já no Brasil a repercussão dos debates ambientais no Brasil começou a ocorrer após a participação da delegação brasileira na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, quando manifestou juntamente com outros países pobres do sul, sua oposição ao discurso ambientalista considerado como impeditivo do desenvolvimento econômico.
 
	 
Paralelamente, alguns estados brasileiros como São Paulo e Rio de Janeiro, já naquela década, criaram suas Secretarias de Meio Ambiente. Assim surgiram os primeiros órgãos ambientais (SEMAs), com o fito de controlar a poluição as águas e do ar. Outros Estados, como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia também seguiram esta tendência e criaram instituições incumbidas de tratar da proteção do meio ambiente, bem como fiscalizar atividades potencialmente causadoras de impactos.
	No entanto, deve ser ressaltado que a temática ambiental já havia surgido no Brasil bem antes, em 1958, com a criação da Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza, porém só ganhou espaço diante das profundas mudanças políticas, econômicas e sociais ocorridos na década de 70, quando surgiram as primeiras preocupações e propostas efetivas da sociedade e do Estado. 
	
	Assim, uma nova consciência sobre a temática ambiental passou a vigorar a partir da década de 60 repercutindo diretamente sobre as leis e o direito e hoje a questão ambiental ganha dia após dia espaço na preocupação da sociedade e dos estudiosos do tema, cientistas e dos governos. 
	
	De lá para cá outros fatores, elementos e transformações têm sido considerados favoráveis e desfavoráveis para o futuro do meio ambiente, como por exemplo, no primeiro caso, as evoluções tecnológicas aceleradas, a crise financeira que surgiu em 2008, o avanço do efeito estufa, a crescente perda de biodiversidade, a diminuição de recursos. 
Nesse sentido, podem ser ainda mencionadas as alterações/consequências do ponto de vista socioambiental, como a distância das realidades entre países ricos e pobres (incluindo-se aí a exploração dos recursos naturais, a forma de ocupação do solo, as sequelas da ausência de recursos financeiros, etc), as doenças causadas pelo desequilíbrio ecológico resultante da exploração desordenada pelo homem, o consumismo exagerado e a cultura do descarte, o aumento da população nas cidades, o gerenciamento dos resíduos e rejeitos, e assim por diante. 
Além de tudo isso é fato incontroverso que a degradação do meio ambiente, com tudo o que a expressão representa, traz como conseqüência não só riscos para a saúde humana e do planeta, mas também prejuízos econômico-financeiros (perda de área verde, desertificação).
	Como exemplo cita-se os estudos realizadossobre as perdas econômicas decorrentes do aquecimento global feitos pelo ex-economista-chefe do Banco Mundial, Nicholas Stern, que alerta: “Se deixarmos as coisas tal como estão hoje, o planeta vai perder entre 5% e 20% do PIB mundial. Estamos falando sobre perdas que podem chegar a cerca de a 7 trilhões de dólares” – áreas produtivas, gastos com saúde pública etc.
 	De outro lado, abordando-se o ponto de vista positivo podemos mencionar o direcionamento de novas tecnologias para controle de emissões de poluentes, a conscientização social sobre as questões ambientais, a educação ambiental, a valorização das iniciativas “ecologicamente corretas” de indústrias e empresas, a proteção e conservação de determinados espaços físicos etc.
		
	Dentro de todo este contexto de evolução histórica da utilização desmedida dos recursos naturais pelo homem e do despertar das conseqüências para o planeta e a própria humanidade desta exploração, recorrendo-se a métodos menos agressivos e remediação dos danos causados ao ambiente, temos também uma trajetória legislativa de abordagem do tema.
	Ramon Martín Mateo leciona que a conscientização ambiental propiciou o surgimento e o desenvolvimento de uma legislação ambiental em todos os países, sendo ela “variada, dispersa e frequentemente confusa”. Nesse âmbito, destaca que podemos perceber a existência de três tipos de normas: “umas que constituem simples prolongamento ou adaptação das circunstâncias atuais da legislação sanitária ou higienista do século passado e da que, também em épocas anteriores, protegia a paisagem, a fauna e a flora; outras de cunho moderno e de base ecológica, ainda que de dimensão setorial, para o ar, água, o ruído etc; e outras, por fim, mais ambiciosas e que intentam inter-relacionar os fatores em jogo, recolhendo numa normatividade única todas as regras relativas ao ambiente”.[7: Professor emérito de Direito Administrativo e também professor de Direito Ambiental da Universidade de Alicante na Espanha citado por José Afonso da Silva in: Direito Ambiental Constitucional, 3ª ed.; Malheiros, São Paulo, 2000, pág. 34]
	Considera-se ainda como evolução do sistema normativo referente à normas ambientais, sua inclusão nas Constituições mais recentes de alguns países, deixando de figurar somente como atribuição de órgãos ou entidades públicas como já ocorreu em constituições anteriores.
	Dentre as que merecem destaque na fruição de um contexto de proteção ao meio ambiente e preocupação ecológica com a degradação podemos citar a Constituição da República Federal da Alemanha, de 1949, que traz previsão de proteção de plantas agrícolas e florestais, animais e tratam da eliminação do lixo, combate à poluição e luta contra ruído, bem como confere a União o direito de legislar sobre caça, proteção da natureza e a estética da paisagem (arts 74, 20°,24° e art. 73, 3°, respectivamente) e a Constituição Suíça, que desde 1957 vem sendo emendada com a finalidade de se estabelecer normas de proteção ambiental (respeito às características da paisagem e aos povoados, lugares históricos, raridades naturais e florestas).
	No entanto, os estudiosos do tema consideram que o posto de primeiro lugar em Constituição de cunho caracteristicamente ambientalista é da Bulgária de 1971, que declarou em seu artigo 31 que “a proteção, a salvaguarda da natureza e das riquezas naturais, da água, ar e solo (incumbe) aos órgãos do Estado e é dever também de cada cidadão. 
	Destaca-se ainda a Constituição Português, de 1976 que deu estruturação moderna ao tema, relacionando-o com o direito à vida e à qualidade da mesma.
TEORIA GERAL DO DIREITO AMBIENTAL
TEXTO 2
O estudo da teoria geral do direito ambiental é, na verdade, o estudo de uma parte da teoria geral do direito, haja vista que se trata de um ramo desta ciência e integra, portanto, o mundo jurídico.
Ao estudarmos as características que compõe a disciplina, entre elas a abordagem doutrinária e jurisprudencial, as normas, os princípios próprios e marcos regulatórios específicos, bem como sua aplicação, estamos definindo/demarcando o significado e o papel do direito ambiental na ordem jurídica contemporânea.
Nesse contexto, insta salientar que o direito ambiental é um ramo novo do direito moderno, tendo surgido em meados do século XX, como reflexo das discussões mundiais sobre a temática meio ambiente, e que vem sofrendo significativas mudanças ao longo deste período.
Na verdade, como bem observam os doutrinadores da disciplina, “sempre houve normas voltadas para a tutela da natureza”. No entanto, geralmente se tratavam de normas advindas do direito privado, para resguardar o direito de vizinhança, ou normas de direito penal ou, ainda, administrativas, destinadas a aplicar sanções no caso de “mau uso dos elementos naturais ou a utilização de forma prejudicial a terceiros”. Assim, com o passar do tempo e a conscientização sobre os efeitos deletérios das ações antrópicas sobre o meio ambiente – preocupação com os efeitos da poluição e da degradação ambiental (destruição de florestas, chuvas ácidas, desaparecimento de espécies, efeitos causados por certas substâncias sobre o solo, o ar, a água e saúde humana etc), verificou-se que as referidas normas e a antiga forma de sua aplicação não eram e não são suficientes para propiciar uma tutela adequada sobre a limitação das atividades humanas em relação ao meio ambiente.
Essas mudanças de concepção e abordagem a respeito destas ações e atividades decorreram de questionamentos e mudanças sociais, fato que culminou no crescimento da importância deste tema na ordem jurídica planetária (com preocupação menor ou maior dependendo do país e das normas aplicadas).
Como bem coloca GRANZIERA (2011) “a necessidade de organizar as atividades humanas, com vistas a refrear as consequências que começavam a ser sentidas, deu azo ao surgimento de um novo ramo do direito, que se ocupasse sistematicamente da proteção ambiental”. Nessa ótica, seu objetivo é conduzir as atividades humanas de modo a evitar impactos negativos sobre os recursos ambientais ou sobre o meio ambiente.
De acordo com a autora, fundada no ensinamento de Michel Despax (1980) e H.C.Bugge(Noruega), houve a inserção de uma “dimensão ecológica, nos modelos de decisão do regime jurídico e administrativo” com a finalidade de impor limites “a degradação ocasionada pela vida moderna”.
A bem da verdade, em se tratando de um novo ramo do direito, a sua implementação não ocorre de forma uniforme e perfeitamente enquadrada na ordem jurídica, recaindo sobre seu estudo (conceitos) e aplicação (operacionalidade) dúvidas, incongruências e dificuldades. 
Até mesmo porque, existem conflitos de interesse em jogo e questões políticas e econômicas envolvidas, bem como incompreensões sobre o papel que o Direito Ambiental deve exercer (desempenhar) na sociedade, na economia e na vida em geral.
No caso do direito ambiental brasileiro esse quadro se repete, principalmente pelo caráter imediatista que caracteriza a edição de algumas normas. 
Todavia, como bem observa ANTUNES (2012) “a preocupação com do Direito com o meio ambiente é irreversível”.
DIREITO AMBIENTAL - CONCEITOS E OBJETO
**Paulo de Bessa Antunes – “O Direito Ambiental pode ser definido como um direito que se desdobra em três vertentes fundamentais, que são constituídas pelo direito ao meio ambiente, direito sobre o meio ambiente e direito do meio ambiente”.
- Esclarece aquele jurista que tal repartição conceitual existe “na medida em que o Direito Ambiental é um direito humano fundamental que cumpre a função de integrar os direitos à saudável qualidade de vida, ao desenvolvimento econômico e à proteção dos recursos naturais”.
 - E continua: “Mais que um direito autônomo, o Direito Ambiental é uma concepção de aplicação da ordem jurídica que penetra, transversalmente, em todos os ramos do Direito. O Direito Ambiental, portanto, tem uma dimensão humana, uma dimensão ecológica e uma dimensão econômica que se devem harmonizar sob o conceito de desenvolvimentosustentado.”
** Paulo Affonso Leme Machado – “O Direito Ambiental é um Direito sistematizador, que faz a articulação da legislação, da doutrina e da jurisprudência concernentes aos elementos que integram o ambiente. Procura evitar o isolamento dos temas ambientais e sua abordagem antagônica. Não se trata mais de construir um Direito das Águas, um Direito da Atmosfera, um Direito do Solo, um Direito Florestal, um Direito da Fauna ou um Direito da Biodiversidade. O Direito Ambiental não ignora o que cada matéria tem de específico, mas busca interligar estes temas com a argamassa da identidade dos instrumentos jurídicos de prevenção e reparação, de informação, de monitoramento e de participação”.
** Edis Milaré- “complexo de princípios e normas coercitivas reguladoras das atividades humanas que, direta ou indiretamente, possam afetar a sanidade do ambiente em sua dimensão global, visando a sua sustentabilidade para as futuras gerações”.
**Maria Luiza Machado Granziera - “constitui o conjunto de regras jurídicas de direito público que norteiam as atividades humanas, ora impondo limites, ora induzindo comportamentos por meio de instrumentos econômicos, com o objetivo de garantir que essas atividades não causem danos ao meio ambiente, impondo-se a responsabilização e as conseqüentes sanções aos transgressores dessas normas”.[8: Advogada e professora da UniSantos e consultora da ANA. Direito Ambiental., 2ª ed., São Paulo: Ed. Atlas, 2011]
Conceito de Meio Ambiente na Legislação
Legislação Federal: primeira norma a definir legalmente meio ambiente Lei 6.938/81
Art. 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por: 
        I - meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas; 
Além disso, a mesma norma em seu art. 2°, inciso I, considera “o meio ambiente como um patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo”.
Esse conceito é considerado amplo, pois atinge tudo aquilo que “permite a vida, que a abriga e rege” – abrange as comunidades, os ecossistemas e também a biosfera.[9: Paulo Affonso][10: Ecossistema (grego oikos (οἶκος), casa + systema (σύστημα), sistema: sistema onde se vive) designa o conjunto formado por todas as comunidades que vivem e interagem em determinada região e pelos fatores abióticos que atuam sobre essas comunidades][11: Biosfera (do grego βίος, bíos = vida; e σφαίρα, sfaira = esfera; esfera da vida) é o conjunto de todos os ecossistemas da Terra]
- As legislações estaduais seguem essa linha de raciocínio, não limitando o campo ambiental ao homem, mas todas as formas de vida.
Quanto ao objeto, esclarecedora a lição de ANTUNES ao ressaltar a preocupação fundamental do DA é “organizar a forma pela qual a sociedade se utiliza dos recursos ambientais, estabelecendo métodos, critérios, proibições e permissões, definindo o que pode ser apropriado economicamente (ambientalmente) e como isso pode ser feito
( O QUÊ, COMO E POR QUEM)
Pode se dizer, portanto, que o direito ambiental se encontra no coração de toda atividade econômica, haja vista que qualquer atividade econômica se faz sobre a base de uma infraestrutura que consome recursos naturais, notadamente sobre a forma de energia
Evidente e incontestável a relação do DA com o Direito econômico, bem como a regulação proveniente do primeiro no tocante a apropriação ecomica dos bens naturais.
Art. 170 CF/88 inclusão do respeito ao meio ambiente como um dos princípios da atividade econômica e financeira limita qualquer atividade fundada na livre iniciativa que tenha efeitos sobre o meio ambiente licitude e observância das normas.
Temos ainda os preços pela utilização dos recursos ambientais e a criação de incentivos para a utilização menos intensiva de recursos ambientais também são instrumentos importantes de intervenção econômica que condicionam e restringem a “ação do agente economico em busca de atividades menos agressivas em relação ao ambiente no qual está inserido”
Além disso, a lei resguarda ao direito ambiental instrumentos de atuação na proteção e preservação ambiental que também tem sua esfera econômica como a compensação ambiental e a avaliação de impacto ambiental.
Nesse quadro vale ainda enquadrar o direito ambiental na interação formulada por Miguel Reale (quando aborda a constituição do direito) como sendo: norma, fato e valor
Fato própria vida humana
Valor que sustenta a norma ambiental é o relfexo do mundo ético das preocupações com a própria necessidade de sobrevivência do ser humano e da manutenção de salubridade do meio ambiente (proteção qualidade ar, água, solo, florestas, animais) tudo que é essencial à vida.
Norma baseada no fato ambiental e no valor ético ambiental e estabelece os mecanismos normativos capazes de disciplinar as atividades humanas em relação ao Meio Ambiente.
PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO AMBIENTAL
	Celso Antônio ensina que o princípio é, por definição, mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas, compondo-lhes o espírito e servindo de critério para exata compreensão e inteligência delas, exatamente porque define a lógica e a racionalidade do sistema normativo, conferindo-lhe a tônica que lhe dá sentido harmônico.[12: Celso Antônio Bandeira de Mello, Ato Administrativo e Direito dos Administrados, p. 87, RT, 1981.]
	Nesse contexto, também ressalta o prof. Celso Antônio: “violar um princípio é muito mais grave que violar uma norma (...). É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade, conforme o escalão do princípio violado, porque representa insurgência contra todo o sistema, subversão de seus valores fundamentais”[13: Apud. Alexandre Mazza. Manual de Direito Administrativo. Editora Saraiva, 2011, pág. 69]
	“Isso porque a desobediência a um princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos.”
O DIREITO AMBIENTAL NÃO É CODIFICADO, POR ESTA RAZÃO ENTENDE-SE QUE ENQUANTO OS CÓDIGOS FUNCIONAM SISTEMATIZADORES E UNIFICADORES DAS LEIS, NO DIREITO AMBIENTAL CABE AOS PRINCÍPIOS ESSA FUNÇÃO.
Nesse ponto, vale repetir que as normas que integram o direito ambiental brasileiro foram sendo editadas sem sistematização, visando a prima facie, responder a questões de ordem ambiental do momento, aclamadas por fatores de ordem científica (OGM), social (poluição) ou temática (proteção da fauna e flora). 
Além disso, outros fatores também são anunciados para justificar a dificuldade em uniformização dos princípios do DA, haja vista a dinamicidade das mudanças socioambientais e das respostas legais às mesmas. 
Vale dizer ainda que por se tratar de ramo do direito que também aborda interesses e relações entre Estados, está suscetível ainda a situações de conflito de ordem política, econômica, social e científica, possuindo particulares que lhe são peculiares e próprias.
Ademais, a construção doutrinária sobre os princípios que formam este ramo do direito por vezes é uniforme e, por outras, caracteriza entendimentos diversificados entre os renomados jus ambientalistas que tratam da matéria, como será adiante abordado.
Neste ponto deve ser ressaltado a importância da jurisprudência para fortalecer a implementação dos mesmos.
PRINCÍPIO DO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO COMO DIREITO FUNDAMENTAL DA PESSOA HUMANA (Edis Milaré) 
PRINCÍPIO DO DIREITO AO MEIO AMBIENTE EQUILIBRADO (Paulo Affonso)
PRINCÍPIO DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA
(Paulo de Bessa Antunes)
PRINCÍPIO DO DIREITO HUMANO 
(Luiz Paulo Sirvinskas)
- Direito fundamental da pessoa humana – art. 225 da CF/88
- Desfrute de adequadas condições de vida em um ambiente saudável ou, na dicção da lei, “ecologicamente equilibrado”.
- O reconhecimento do direito a um ambiente sadio configura-se como extensão do direito à vida, quer quando sob o enfoque da própria existênciafísica e saúde dos seres humanos, quer quanto ao aspecto da dignidade dessa existência.
-Esse novo direito fundamental foi reconhecido pela Conferência das Nações Unidas Sobre o Ambiente Humano de 1972 (princípio I).
- Foi reafirmado pela Declaração do Rio Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (princípio I) e pela Carta da Terra de 1997 (princípio - - vem conquistando espaço nas constituições mais modernas como a de Portugal – 1976, da Espanha (1978) e do Brasil, de 1988	Comment by DELL: “Estabelecer justiça e defender sem discriminação o direito de todas as pessoas à vida, à liberdade e à segurança dentro de um ambiente adequado à saúde humana e ao bem-estar espiritual”[14: Essa Carta é resultado do evento conhecido como “Fórum Rio + 5”, realizado no RJ em 19.03.1997 –a avaliação do resultado da Política Ambiental nos cinco anos seguintes a ECO 92]
- De acordo com esse princípio, o Estado tem o dever de buscar diretrizes destinadas a assegurar o acesso aos meios de sobrevivência a todos os indivíduos e todos os povos, com a conseqüente obrigação de evitar riscos ambientais que comprometam a vida
- A adoção deste princípio pela carta maior passou a direcionar toda a legislação e a dar uma nova orientação dada a questão ambiental
- De acordo com Milaré esse princípio “é sem dúvida, o princípio transcendental de todo o ordenamento jurídico ambiental, ostentando o status de verdadeira cláusula pétrea
2) PRINCÍPIO DA SOLIDARIEDADE INTERGERACIONAL 
- Busca garantir a solidariedade da presente geração em relação às futuras gerações, “para que estas ultimas também possam usufruir, de forma sustentável, dos recursos naturais” (Milaré). 
- Esse princípio tem sua importância ressaltada diante das constatações feitas através de levantamentos de dados e estudos que não deixam mais dúvidas quanto à esgotabilidade dos recursos ambientais.
- Nesse aspecto pode ser mencionado o Estudo feito pela ONG WWF em 2006 no Relatório Planeta Vivo e que alerta para o fato de já estarmos avançando (consumindo) em cerca de 25% além da capacidade planetária de suporte e reposição – o que significa que parte da porção dos recursos pertencentes a gerações que estão por vir já estão sendo consumidas.
- A Declaração de Estocolmo sobre o Meio Ambiente Humano (1972), preocupada com a finitude dos recursos naturais, estabeleceu em seu Princípio 2 que aqueles devem ser preservados em benefício das gerações atuais e futuras, mediante cuidadoso planejamento.
- Na mesma linha da Declaração do Rio de Janeiro sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (1992) destacou essa relação entre gerações em seu Princípio 3 ao mencionar que o direito ao desenvolvimento “deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas equitativamente as necessidades (...) das gerações atuais e futuras”
- No ordenamento jurídico pátrio, o caput do art. 225 da CF/88 cita expressamente à solidariedade intergeracional, ao impor ao Poder Público e à coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações.
3) PRINCÍPIO DA NATUREZA PÚBLICA DA PROTEÇÃO AMBIENTAL 
- Decorre da previsão legal que considera o meio ambiente como um valor a ser obrigatoriamente/necessariamente assegurado e protegido para uso de todos, ou seja, para fruição humana coletiva.
- O interesse geral ao meio ambiente ecologicamente equilibrado fez e faz surgirem novos valores associados à proteção da natureza e influi necessariamente na organização da sociedade e as suas atividades, e, via de conseqüência NAS LEIS, que estabelecem formas de controle da legalidade e estabelecem os instrumentos aptos a fazer respeitar o novo objeto do Estado.
- Autoriza a criação e existência de uma ordem pública ambiental, tendo por fonte básica a lei, e segundo a qual o Estado deve assegurar o equilíbrio harmonioso entre o homem e seu ambiente. 
- Não é possível em nome desse direito se apropriar individualmente de parcelas do meio ambiente para o consumo privado, pois o caráter jurídico do meio ambiente ecologicamente equilibrado é de um BEM DE USO COMUM DO POVO. 
- A realização individual deste direito fundamental está intrinsecamente ligada à sua realização social.
- Este princípio mantém estreita vinculação com o principio de Direito Público da primazia do interesse público e do Direito Administrativo da indisponibilidade do interesse público, pois se o que interessa é a proteção do meio ambiente, que é de natureza pública, DEVE O MESMO PREVALECER SOBRE OS DIREITOS INDIVIDUAIS PRIVADOS.
- Isso porque o interesse público se sobrepõe aos interesses individuais privados e sempre que houver dúvida sobre a norma a ser aplicada a um caso concreto, deve prevalecer aquela que privilegie os interesses da sociedade – in dúbio, pro ambiente.
- Como conclusão da aplicação deste princípio podemos dizer que “não é dado ao Poder Público – menos ainda aos particulares – transigir em matéria ambiental, apelando para uma disponibilidade impossível”.
- É dever do Estado a proteção ambiental visando PROVER AS NECESSIDADES VITAIS DA SOCIEDADE (todos os entes federados devem cumprir suas tarefas na proteção do meio ambiente sob pena de que esta tutela seja exigida judicialmente)
4) PRINCÍPIO DO CONTROLE DO POLUIDOR PELO PODER PÚBLICO
- Resulta das intervenções do Poder Público necessárias à manutenção, preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à utilização racional e disponibilidade permanente.
- Nesse sentido, a ação dos órgãos e entidades públicas se realiza através do exercício de seu poder de polícia administrativa – que é faculdade inerente à Administração Pública de limitar o exercício dos direitos individuais, visando o bem estar da coletividade.
- O art. 23, caput, VI – estabelece a solidariedade de todos os entes do Poder Público para a proteção do meio ambiente e o combate a todas as formas de poluição.
- Não só da atuação da Administração Pública através de seu Poder de Polícia se exterioriza/aplica/utiliza este princípio, vez que na composição de interesses com os agentes poluidores pode o Poder Pública estabelecer ajustamentos de conduta que levem a cessação das atividades nocivas. 
- Até mesmo porque toda a política ambiental tem característica pedagógica no sentido mais educativo, informativo, preventivo do que propriamente repressivo. 
- Encontra fundamento em vários pontos da Lei Ordinária (art. 5°, §6°, da Lei 7.347/1985), enquanto a CF/88, em seu art. 225, §1°, inc. V – determina ser incumbência do Poder Público “controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substancias que comportem risco a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente”. 
5) PRINCÍPIO DA CONSIDERAÇÃO VARIÁVEL AMBIENTAL NO PROCESSO DECISÓRIO DE POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTO.
- De acordo com esse princípio é elementar a obrigação de se levar em conta a variável ambiental de qualquer ação ou decisão – pública ou privada – que possa causar algum impacto negativo sobre o meio. Em contraposição, há de se procurar o maior acréscimo possível de qualidade ambiental mediante impactos positivos. 
- A consagração deste princípio se deu com o surgimento, no final da década de 60 nos EUA do Estudo de Impacto Ambiental (Lei da Política Nacional do Meio Ambiente – National Environmental Protection Act – NEPA – 69) mecanismo por meio do qual se PROCURA PREVENIR E/OU MITIGAR A POLUIÇÃO E OUTRAS AGRESSÕES À NATUREZA, AVALIANDO-SE, ANTECIPADAMENTE, OS EFEITOS DA AÇÃO DO HOMEM SOBRE SEU MEIO.
- No Brasil a matéria foi regulamentada infraconstitucionalmente por intermédio da Lei 6.938/81 e infralegal (Resoluções CONAMA 01/86 e 237/97) e foi consagrada na CF/88 em seu art. 225, §1°, IV.	Comment by DELL: “exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a qual se dará publicidade”
- Em termos internacionais foi ressaltado pelo Princípio 17 da Declaração do Rio de Janeiro, segundo o qual a “avaliação de impacto ambiental”,como instrumento nacional, deve ser empreendida para atividades planejadas que possam vir a ter impacto negativo considerável sobre o meio ambiente, e que dependam de uma decisão de autoridade nacional competente.
6) PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO COMUNITÁRIA
(Édis Milaré)
PRINCÍPIO DA PARTICIPAÇÃO SOCIAL
(Maria Luiza M. Granziera)
PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO OU DA PARTICIPAÇÃO
(Luiz Paulo Sirvinskas) 
PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO
- Não é exclusivo do Direito Ambiental
- Expressa a idéia de que para a resolução dos problemas do ambiente deve ser dado especial destaque à cooperação entre os Estados e a Sociedade, através de participação dos diferentes grupos sociais na formulação e execução da política ambiental.
- Vale para os três níveis da AP
- O Princípio 10 da Declaração do Rio, de 1992, ao discorrer sobre a participação comunitária na tutela do meio ambiente, estabeleceu que “a melhor maneira de tratar questões ambientais é assegurar a participação, no nível apropriado, de todos os cidadãos interessados”
- Está diretamente ligado ao acesso adequado a informação relativa ao meio ambiente pelos indivíduos, inclusive a disposição pelas autoridades e órgãos públicos de informações (dados, documentos, avisos) sobre materiais e atividades perigosas em suas comunidades, bem como a oportunidade de participação em processos decisórios – (conscientização e participação pública)
- No Brasil o princípio vem contemplado no art. 225, caput, da CF/88, que prescreve ao Poder Público e à coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações.
- Exemplo concreto da aplicação deste princípio é a garantia estabelecida por Lei de realização de audiências públicas no curso de processos de licenciamento ambiental que demandem realização de estudos prévios de impacto ambiental (Resolução CONAMA 237/97, art. 3°, caput).
Granziera menciona que a participação pode dar-se em duas vertentes: 1) com o respeito às normas de proteção ambiental pela coletividade e 2) quando a coletividade, por meio da sociedade civil organizada, exige do Poder Público, medidas para solucionar as questões relativas ao meio ambiente, tais como novas regras, atuação efetiva dos órgãos ambientais, fiscalização da poluição etc. 
ANTUNES registra que: “o direito ambiental tem uma das suas principais origens nos movimentos reivindicatórios dos cidadãos. Logo a democracia é uma de suas bases mais caras e consistentes”.
Esse direito se traduz no direito à informação e participação (publicidade administrativa – aspectos regulatórios e no conjunto de normas constitucionais voltadas para a organização e proteção ambiental)
Como destaque das formas de participação o autor menciona:
o dever jurídico de proteger e preservar o Meio Ambiente;
o direito de opinar sobre as políticas públicas, por intermédio de:
* participação em audiências públicas, integrando órgãos colegiados;
*participação mediante a utilização de mecanismos judiciais e administrativos de controle dos diferentes atos praticados pelo executivo, tais como ações populares, representações e outros
c) iniciativas legislativas que podem ser patrocinadas pelos cidadãos. A materialização do princípio democrático faz-se através de diversos instrumentos processuais e procedimentais
INICIATIVAS LEGISLATIVAS:
Iniciativa popular, art. 14, inc. II CF
Plebiscito, art. 14, I, CF
Referendo, art. 14, inc. II
MEDIDAS ADMINISTRATIVAS
DIREITO DE INFORMAÇÃO ART. 5º, INC. XXXIII
LEI 10.650/03	Comment by Pamôra Figueiredo: Dispõe sobre o acesso público aos dados e informações existentes nos órgãos e entidades integrantes do SisnamaArt. 2o Os órgãos e entidades da Administração Pública, direta, indireta e fundacional, integrantes do Sisnama, ficam obrigados a permitir o acesso público aos documentos, expedientes e processos administrativos que tratem de matéria ambiental e a fornecer todas as informações ambientais que estejam sob sua guarda, em meio escrito, visual, sonoro ou eletrônico, especialmente as relativas a:        I - qualidade do meio ambiente;        II - políticas, planos e programas potencialmente causadores de impacto ambiental;        III - resultados de monitoramento e auditoria nos sistemas de controle de poluição e de atividades potencialmente poluidoras, bem como de planos e ações de recuperação de áreas degradadas;        IV - acidentes, situações de risco ou de emergência ambientais;        V - emissões de efluentes líquidos e gasosos, e produção de resíduos sólidos;        VI - substâncias tóxicas e perigosas;        VII - diversidade biológica;        VIII - organismos geneticamente modificados.        § 1o Qualquer indivíduo, independentemente da comprovação de interesse específico, terá acesso às informações de que trata esta Lei, mediante requerimento escrito, no qual assumirá a obrigação de não utilizar as informações colhidas para fins comerciais, sob as penas da lei civil, penal, de direito autoral e de propriedade industrial, assim como de citar as fontes, caso, por qualquer meio, venha a divulgar os aludidos dados.        § 2o É assegurado o sigilo comercial, industrial, financeiro ou qualquer outro sigilo protegido por lei, bem como o relativo às comunicações internas dos órgãos e entidades governamentais.        § 3o A fim de que seja resguardado o sigilo a que se refere o § 2o, as pessoas físicas ou jurídicas que fornecerem informações de caráter sigiloso à Administração Pública deverão indicar essa circunstância, de forma expressa e fundamentada.
Dispõe sobre o acesso público aos dados e informações existentes nos órgãos e entidades integrantes do Sisnama
EPIA Estudo prévio de impacto ambiental exigência constitucional para todo o empreendimento (instalação, obra ou atividade) potencialmente poluidora o mesmo deve ser submetido à audiência pública
INSTRUMENTOS JUDICIAIS 
AÇÃO POPULAR
AÇÃO CIVIL PÚBLICA
AÇÃO DE CONSTITUCIOALIDADE, INCONSTITUCIONALIDADE, VIOLAÇÃO DE PRECEITO CONSTITUCIONAL
7) PRINCÍPIO DO POLUIDOR-PAGADOR
(EDIS MILARÉ, PAULO DE BESSA ANTUNES, PAULO AFONSO L. MACHADO, MARIA LUIZA M. GRANZIERA, ETC)
-Se inspira na teoria econômica de que os custos sociais externos que acompanham o processo produtivo (ex: custos resultantes dos danos ambientais) precisam ser internalizados. 
- Os agentes econômicos devem levar em conta os custos socioambientais ao elaborar os custos de produção.
- A finalidade de aplicação deste princípio é imputar ao poluidor o custo social da poluição por ele gerada, passando o mesmo a ser responsabilizado pelo dano ecológico de uma forma abrangente, incluindo-se os efeitos da poluição sobre bens e pessoas e sobre toda a natureza.
- Em termos econômicos é o instituto chamado por Michel Prieur de “internalização dos custos externos”.
- Em outras palavras busca-se identificar as externalidades negativas provenientes do processo produtivo – que são aquelas resultantes da produção e recebidas pela sociedade – impondo sua internalização nos custos do próprio produto a ser comercializado.
- Assim existirá redução na desproporcional relação do lucro percebido pelo produtor privado em contrapartida dos custos sofridos pela coletividade, funcionando como uma alternativa da máxima que impera na utilização dos recursos naturais: “privatização dos lucros e socialização das perdas”
- Não significa que a poluição vai ser tolerada mediante um preço, ou, em outras palavras que pagou pode poluir. Ao contrário a poluição ou o dano são cobrados a partir de autorização em lei e tem por finalidade evitar o dano ao ambiente.
- Encontra-se formalizado no Princípio 16 da Declaração do Rio de Janeiro de 1992 que dispõe: “as autoridades nacionais devem procurar promover a internalização dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, tendo em vista a abordagem segundo a qual o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo da poluição, com a devida atenção ao interesse público e sem provocar distorções no comércio e nos investimentos nacionais”.
- Mas, antes disso o princípio em questãojá fazia parte de nosso ordenamento jurídico, pois previsto na PNMA (Lei 6.938/81) em seu art. 4°, inc. VII c/c com o art. 14, §1° da mesma norma que determinam respectivamente: “a imposição ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados” e “é o poluidor obrigado, independentemente de existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade”.
- O art. 225 da CF/88 em seu §3° recepcionou os referidos dispositivos da PNMA reforçando a aplicação deste princípio ao dispor que: “AS CONDUTAS CONSIDERADAS LESIVAS AO MEIO AMBIENTE SUJEITARÃO OS INFRATORES, PESSOAS FÍSICAS OU JURÍDICAS, A SANÇÕES PENAIS E ADMINISTRATIVAS INDEPENDENTEMENTE DA OBRIGAÇÃO DE REPARAR OS DANOS CAUSADOS”
- Tal assertiva demonstra ainda a possibilidade de responsabilização penal e administrativa do poluidor/degradador, independentemente da reparação/indenização civil.
8) PRINCÍPIO DO USUÁRIO-PAGADOR
(Maria Luiza M. Granziera – Paulo Afonso Leme Machado)
Refere-se ao uso autorizado de um recurso ambiental, observadas as normas vigentes, inclusive os padrões legalmente fixados.
Trata-se, portanto, do pagamento pelo uso privativo de um recurso ambiental e não de uma penalidade decorrente de conduta ilícita ou danos causados ao meio ambiente. Exemplo: cobrança pelo uso dos recursos hídricos, prevista no art. 19 da Lei 9.433/97.
MACHADO aduz por sua vez que o “princípio usuário-pagador não é punição, pois mesmo não existindo qualquer ilicitude no comportamento do pagador ele pode ser implementado”. Todavia ele entende que este princípio pode englobar também o do poluidor-pagador, na medida em que o poluidor pode ter que pagar pela poluição que possa ser causada ou que já foi causada.
Outro exemplo deste princípio é a compensação ambiental, que antecipa possíveis cobranças por danos ambientais (art. 36, §3º, Lei 9.985/00 
Art. 36. Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, de acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei. (Regulamento)
§ 3o Quando o empreendimento afetar unidade de conservação específica ou sua zona de amortecimento, o licenciamento a que se refere o caput deste artigo só poderá ser concedido mediante autorização do órgão responsável por sua administração, e a unidade afetada, mesmo que não pertencente ao Grupo de Proteção Integral, deverá ser uma das beneficiárias da compensação definida neste artigo.
9) PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO (todos)
- Inicialmente é importante frisar que didaticamente este é um princípio que gera divergências na doutrina no sentido de que alguns juristas se referem somente ao princípio da prevenção, enquanto outros ao da precaução (Cristiane Derani – Direito Ambiental Econômico) e ainda há aqueles que usam ambas as expressões para designar um só princípio, mas na lição de Paulo Affonso e também Edis Milaré nas últimas edições de sua obra tem feito distinção entre este princípio e o da prevenção.
- Como ponto de partida para diferenciar um princípio do outro pode ser mencionada em uma abordagem etimológica: PREVENÇÃO – é um substantivo do verbo prevenir (do latim prae=antes e venire = vir, chegar), e significa ato ou efeito de antecipar-se, chegar antes; PRECAUÇÃO – é substantivo do verbo precaver-se (do latim prae=antes e cavere = tomar cuidado), e sugere cuidados antecipados com o desconhecido, cautela para que uma atitude ou ação venha a concretizar-se ou a resultar efeitos indesejáveis.
 Em resumo= a prevenção trata dos riscos ou impactos já conhecidos pela ciência, ao passo que a precaução se destina a gerir riscos ou impactos desconhecidos. Enquanto a prevenção trabalha com o risco certo, a precaução vai além e se preocupa com o risco incerto. Ou ainda, a prevenção se dá em relação ao perigo concreto, ao passo que a precaução envolve perigo abstrato.
- Nesse contexto temos que o PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO quando o perigo é certo e se tem elementos seguros para afirmar que uma certa atividade é efetivamente perigosa.
- O dever jurídico de evitar a consumação de danos ao meio ambiente vem sendo salientado em convenções, declarações e sentenças de tribunais internacionais, como na maioria das legislações internacionais.
- De acordo com Machado, a União Européia e o Mercosul passaram “a preconizar a prevenção como medida de antecipação, para que os problemas ambientais sejam solucionados em seu nascedouro – isto é, no tempo adequado”[15: Direito Ambiental Brasileiro. Malheiros Editores. 19ªed.São Paulo: 2011]
- É basilar em Direito Ambiental, pois seus objetivos são fundamentalmente preventivos.
- Na prática representa a prioridade que deve ser dada à medida que evitem os danos e prejuízos ao meio ambiente, de modo a reduzir ou eliminar as causas de ações suscetíveis de alterar a sua qualidade.
- OBJETIVO – IMPEDIR A OCORRÊNCIA DE DANOS AO MEIO AMBIENTE, ATRAVÉS DE IMPOSIÇÃO DE MEDIDAS ACAUTELATÓRIAS, ANTES DA IMPLANTAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS E ATIVIDADES EFETIVA OU POTENCIALMENTE POLUIDORAS.
- Isso porque diante do pouco valor da simples reparação, sempre incerta (a degradação como regra é irreparável) – e muitas vezes onerosa, a prevenção é o único remédio.	Comment by Pamôra Figueiredo: EEX: Como reparar o desaparecimento de uma espécie? Como trazer de volta uma floresta de séculos que sucumbiu a violência do corte raso?- De acordo com Machado sem informação organizada e sem pesquisa não há prevenção e, neste contexto, a aplicação efetiva do princípio admite, no mínimo, doze itens: 1) identificação do inventário das espécies animais e vegetais de um território, quanto à conservação da natureza; 2) identificação das fontes contaminantes das águas e do ar, quanto ao controle da poluição; 3) identificação e inventário dos ecossistemas, com a elaboração de um mapa ecológico; 4) planejamento ambiental e econômico integrados; 5) ordenamento territorial ambiental para a valorização das áreas de acordo com a sua aptidão; 6) Estudo de Impacto Ambiental; 7) prestação de informações contínuas e completas; 8) emprego de novas tecnologias; 9) autorização ou licenciamento ambiental; 10) monitoramento; 11) inspeção e auditoria ambientais; 12) sanções administrativas ou judiciais.
- A Lei 6.938/81 dispõe em seu art. 2°, que em sua PNMA será observado como princípio a “proteção dos ecossistemas, com a preservação das áreas representativas”, e “a proteção das áreas ameaçadas de degradação”, determinações estas que indicam especificamente onde deve ser aplicado o princípio da prevenção, pois não seria possível proteger sem aplicar medidas de prevenção.
- O EIA previsto no art. 225, §1°, IV da CF é exemplo típico desse direcionamento preventivo.
10) PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO
Édis Milaré, Paulo de Bessa Antunes, Maria Luiza Machado Granziera, 
Este princípio tem origem no Direito Alemão (década de 70 – necessidade de avaliação prévia das consequências sobre o meio ambiente das diferentes formas de atuação humana, como projetos e empreendimentos em curso ou em fase de implantação), tornando-se lei no de 1974 e regulamentando uma série de atividades potencialmente danosas relativas à qualidade do ar (limpeza, ruídos e vibrações). Assim, tal princípio foi sendo aperfeiçoado e internacionalizado e hoje é considerado como de grande importância para o direito ambiental, inclusive para o DA brasileiro. 
- O PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO deve ser aplicado quando a informação científica for insuficiente, inconclusiva ou incerta e haja indicações que certo tipo de ação/atividade possa vir a ter efeitos danosos para o ambiente, à saúde das pessoas ou dos animais e dos recursos naturais para fundamentar a decisão a ser tomada.
- Utilizada em questões ainda discutidas quanto amotivos e efeitos (incertezas e controvérsias) como “aquecimento global, organismos geneticamente modificados, clonagem, etc.
- Este princípio foi explicitado pela primeira vez na Conferência da Terra ou ECO 92 (princípio 15) – “A Declaração do Rio Sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento relacionou o critério da precaução, entendendo que “quando houver perigo de dano grave ou irreversível, a falta de certeza cientifica absoluta não deverá ser utilizada com razão para adiar a adoção de medidas eficazes em função dos custos para impedir a degradação do meio ambiente”.
-Implícito no art. 225, §1°, inc. V, CF – determina ser incumbência do Poder Público “controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substancias que comportem risco a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente”. 
- Ressalte-se que normas infraconstitucionais fazem menção expressa ao princípio da precaução, como a Lei 9.605/98 que considera a omissão na adoção de medidas de precaução em caso de risco de dano ambiental grave ou irreversível, como circunstância capaz de sujeitar o infrator a pena mais severa, idêntica a do crime de poluição qualificado pelo resultado (art. 54, §3°) e a Lei da Biossegurança (11.105/2005) que menciona como diretriz “o estimulo ao avanço científico na área de biossegurança e biotecnologia, a proteção à vida e á saúde humana, animal e vegetal, e a observância do princípio da precaução para a proteção do meio ambiente” (art. 1°, caput)
10.1) IN DUBIO PRO NATURA
Paulo de Bessa Antunes
Variável do princípio da princípio da precaução que vem sendo adotado pela jurisprudência in dubio pro ambiente
Consiste na possibilidade de riscos para o meio ambiente decorrentes de situações incertas ou ausência absoluta de certeza científica e na exigência da realização de medidas de prevenção da degradação ambiental 
= incerteza científica quanto à adoção ou não de determinada conduta
11) PRINCÍPIO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE
- Art. 5° da CF/88 – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
XXII – é garantido o direito de propriedade;
XXIII – a propriedade atenderá a sua função social;
- A propriedade hoje é direito fundamental, mas não pode ser colocado na suprema condição de ilimitado e inatingível
- O CC de 2002 também contempla a função ambiental como elemento marcante no direito de propriedade ao dispor que tal direito “deve ser exercitado em consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas”.[16: Art. 1.228, §1° da Lei 10.460/02]
- Assim, a propriedade sem deixar de ser privada, tem sua utilização pelo particular limitada em razão do respeito que deve se ter aos fins éticos e sociais da comunidade a que o seu titular (proprietário) pertence. 
- É a socialização da propriedade – o entendimento de que o social orienta o individual.
- A função social da propriedade rural também está explicitada na CF/88 em seu art. 186. 	Comment by Pamôra Figueiredo: “A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:I – aproveitamento racional e adequado;II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;“IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores”.
- Não se limita a propriedade rural, mas atinge também a propriedade urbana, como determina o art. 182 da Carta Maior, senão vejamos;
“A política de desenvolvimento urbano, executada pelo Poder Público municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei têm por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e garantir o bem-estar de seus habitantes”.
§1° - O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habitantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
§2° - A propriedade urbana cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade expressas no plano diretor.
12) PRINCÍPIO DO DIREITO AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
(Édis Milaré)
PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO
(Paulo de Bessa Antunes)
PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
(Luiz Paulo Sirvinskas e Maria Luiza Machado Granziera)
- Significa o equilíbrio na relação sociedade X meio ambiente e proteção ao meio ambiente X crescimento econômico.
- A Conferência chamada Cúpula da Terra de 1992, inseriu o conceito de sustentabilidade no quadro dos princípios que constituem a Declaração do Rio Sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, traduzindo-o como “O DIREITO DOS SERES HUMANOS A VIVER E PRODUZIR EM HARMONIA COM A NATUREZA (princípio I) e caracterizando-o como forma de manutenção de uma economia compatível com as “NECESSIDADES DE DESENVOLVIMENTO E AMBIENTAIS DAS GERAÇÕES PRESENTES E FUTURAS (princípio 3).
É definido pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento como “aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem a suas próprias necessidades”, podendo também ser empregado como o significado de “melhorar a qualidade de vida humana dentro dos limites da capacidade de suporte dos ecossistemas”.
 - Implícito no art. 225 da CF/88 quando impõe em seu caput ao Poder Público e à coletividade o dever de defender e preservar o meio ambiente para as presentes e futuras gerações.
13) PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO ENTRE OS POVOS
(Édis Milaré)
- O art. 4°, inc. IX da CF/88 estabelece esse princípio com a seguinte redação:
“A Republica Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
(...)IX – cooperação entre os povos para o progresso da humanidade.
-Este princípio tem por finalidade enfatizar a necessidade do livre intercambio de experiências científicas e do mútuo auxilio tecnológico e financeiro entre os países, a fim de facilitar a solução dos problemas ambientais.
Nesse sentido, o teor do Princípio 20 da Declaração Sobre o Ambiente Humano (Estocolmo/1972): 
“Devem ser fomentados em todos os países, especialmente nos em desenvolvimento, a pesquisa e o progresso científico referentes aos problemas ambientais, tanto nacionais quanto multinacionais. A esse respeito, o livre intercâmbio de informações e experiências científicas atualizadas deve ser objeto de apoio e de assistência, a fim de facilitar a solução dos problemas ambientais; a tecnologia ambiental deve ser colocada a serviço dos países em desenvolvimento, em condições tais que favoreçam sua ampla difusão e sem representar, por outro lado, uma carga econômica excessiva para esses países.”
14) PRINCÍPIO DO EQUILIBRIO
(Paulo de Bessa Antunes e Luiz Paulo Sirvinskas)
“Princípio pelo qual devem ser pesadas todas as implicações de uma intervenção no meio ambiente, buscando-se adotar a solução que melhor concilie um resultado globalmente positivo” PBA
Análise de todas as consequências possíveis e previsíveis que podem resultar para o meio ambiente em virtude da ação humana, bem como sopesa-las com as vantagens e benefícios que poderão ser obtidos com as ações e empreendimentos, devendo-se, ao final, serem sempre mais favoráveis ao meio ambiente.
15) PRINCÍPIO DA CAPACIDADE DE SUPORTE
PRINCÍPIO DO LIMITE
(Paulo de Bessa Antunes e Luiz Paulo Sirvinskas)
De acordo com esse princípio “a administração tem o dever de fixar parâmetros para as emissões de partículas, de ruídos e de presença de corpos estranhos no meio ambiente, levando em cona a proteção da vida e do própriomeio ambiente”.
Tais limites geralmente seguem padrões internacionais estabelecidos pela OMS e ONU
RESOLUÇÃO CONAMA nº 382, de 26 de dezembro de 2006 
Publicada no DOU nº 1, de 2 de janeiro de 2007, Seção 1, página 131-137 
• Correlações:
Complementada pela Resolução nº 436, de 2011.
Estabelece os limites máximos de emissão de poluentes 
atmosféricos para fontes fixas
DIREITO AMBIENTAL CONSTITUCIONAL
As Constituições que antecederam a Carta Maior de1988 não se preocuparam com a proteção do ambiente de forma específica e global, sendo esta última a primeira que mencionou a expressão “meio ambiente”.
Esse fato é encarado por alguns doutrinadores como prova do total desacerto e despreocupação com o próprio “meio/espaço” em que vivemos.
A Constituição do Império – 1824 – não fez qualquer referência a matéria, cuidando somente em seu art. 179, n. XXIV da proibição de indústrias contrárias à saúde do cidadão. No entanto, vale dizer que essa medida já representava certo avanço sobre o assunto naquela época.
O texto Republicano de 1891, em seu art. 34, n. 29, atribuía competência legislativa à União para legislar sobre as suas minas e terras.
 Já a Constituição de 1934 dispensou proteção às belezas naturais, ao patrimônio histórico, artístico e cultural em seus arts. 10, inc. III e 148 e também conferiu à União competência em matéria de riquezas do subsolo, mineração, águas, florestas, caça, pesca e sua exploração (art. 5°., XIX,j).
 A Constituição de 1937 também se preocupou com a proteção dos monumentos históricos, artísticos e naturais, bem como das paisagens e locais especialmente dotados pela natureza (art. 134). Além disso, incluiu entre as matérias de competência da União legislar sobre minas, águas, florestas, caça, pesca e sua exploração (art. 16, XIV).
 A Constituição de 1946, manteve a defesa do patrimônio histórico, cultural e paisagístico (art.175) e conservou a competência da União legislar sobre normas gerais de defesa de saúde, das riquezas do subsolo, das águas, florestas, caça e pesca.
 A Constituição de 1967 insistiu na necessidade de proteção do patrimônio histórico, cultural e paisagístico (art. 172, parágrafo único) e determinou ser atribuição da União legislar sobre normas gerais da saúde, sobre jazidas, florestas, caça, pesca e águas (art. 8, XVII,h).
 Na Constituição de 1969 – emenda outorgada pela Junta Militar à Constituição de 67 – mais uma vez cuidou-se da defesa do patrimônio histórico, cultural e paisagístico (art. 180, parágrafo único). Quanto à divisão de competência, manteve as disposições da Constituição emendada. Estabeleceu em seu art. 172 que “a lei regulará, mediante prévio levantamento ecológico, o aproveitamento agrícola de terras sujeitas à intempéries e calamidades” e que o “mau uso da terra impedirá o proprietário de receber incentivos e auxílios do Governo”. 
** A inserção do vocábulo “ecológico”, a disposição de se criar um sistema de avaliação prévia (levantamento ecológico) e a instituição como princípio o bom uso da terra e a proibição de recebimento de incentivos e auxílios para aqueles que degradassem o solo por aquela Carta são considerados pontos promissores vez que surgiram antes mesmo da Conferência de Estocolmo de 1972.
A CONSTITUIÇÃO DE 1988
- A atual CF/88, considerada “verde” em virtude do destaque que concede à proteção ambiental.
- Nesse contexto, vários dispositivos da CF/88 tratam da matéria e da obrigação da sociedade do Estado brasileiro para com o meio ambiente, sendo considerada inclusive como um dos sistemas mais abrangentes e atuais do mundo sobre a tutela do meio ambiente.
- Assim, a dimensão de abordagem do tema pela Carta Magna não se restringe aos dispositivos concentrados no Título VIII – “Da Ordem Social”, Capítulo VI – “Do Meio Ambiente” (art. 225), mas alcança outros regramentos insertos ao longo do texto constitucional nos seus diversos capítulos, decorrentes do caráter multidisciplinar da matéria.
- A reunião dos dispositivos constitucionais deixam transparecer o reconhecimento sobre a importância vital das questões relacionadas ao meio ambiente para a sociedade.
- Essa importância, segundo Paulo de Bessa, se dá por que estas questões e sua resolução são “necessárias para a preservação de valores que não podem ser mensurados economicamente, seja porque a defesa do meio ambiente é um princípio constitucional que fundamenta a atividade econômica”, como disposto no art. 170, VI da CF/88, que diz:
“A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.
- Além disso, a compreensão do art. 225 e dos outros dispositivos voltados para o ambiente exige interação com disciplinas não jurídicas como a geografia, ecologia, mineralogia, ou seja, para sua correta aplicação é necessário que tais preceitos constitucionais (assim como normas infraconstitucionais) sejam consideradas globalmente.
- ART. 225 – NORMAS ESPECÍFICAS
CAPÍTULO PRÓPRIO NA Constituição Federal, sendo que este pode ser dividido em três conjuntos de normas: a) normas-princípio ou norma-matriz – é o meio ambiente ecologicamente equilibrado contido no caput do art. 225; b) normas-instrumento – são os instrumentos inseridos no §1°, I a VII, colocados a disposição do Poder Público para dar cumprimento à norma-matriz; e c) o conjunto de determinações particulares – relaciona-se a objetos e setores, referidos nos §§ 2° e 6°, notadamente no § 4°, vez que são elementos sensíveis que requerem imediata proteção e direta regulamentação constitucional
CAPUT – TITULARIDADE E NATUREZA – PROTEÇÃO DO MEIO AMBIENTE COMO PRINCÍPIO DA ORDEM SOCIAL
- O caput do art. É antropocêntrico pois trata o “direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado” como um “direito fundamental da pessoa humana, como forma de preservar a ‘vida e a dignidade das pessoas’ – núcleo essencial dos direitos fundamentais, pois ninguém contesta que o quadro da destruição ambiental no mundo compromete a possibilidade de uma existência digna para a humanidade e põe em reisco a priopria vida humana” Álvaro Mirra.
 erige o ambiente a “bem de uso comum do povo” patrimônio público que deve ser protegido e assegurado.
 dever constitucional representado por verdadeiras obrigações de fazer ZELAR PELA DEFESA E PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE.
DEVERES ESPECÍFICOS DO PODER PÚBLICO NA TUTELA DO AMBIENTE.
 O dever estatal geral de defesa e preservação do meio ambiente foi repartido em deveres específicos, constates do §1° e inseridos nos sete incisos que integram esse dispositivo.
- DEVER DE PRESERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DOS PROCESSOS ECOLÓGICOS ESSENCIAIS – ART. 225, §1°, inc. I, 1ª parte
- obrigação do Poder Público, nas três esferas de atuação, de em ação conjunta ou conjugada, garantir a manutenção dos processos ecológicos essenciais que estão em boas condições e recuperar aqueles que foram degradados.
- DEVER DE PROMOÇÃO DO MANEJO ECOLÓGICO DAS ESPÉCIES E ECOSSISTEMAS - ART. 225, §1°, inc. I, 2ª parte
- o dever de provimento do manejo ecológico significa que o Poder Público tem de lidar com as espécies de modo a conservá-las e, se possível, recuperá-las – cuidar das relações entre a comunidade biótica e seu habitat – e não deixar que a utilização dos recursos de um ecossistema afete as suas características essências (assim reconhecidas pela ciência) 
- Remédios – programas de manutenção da biodiversidade, reflorestamento com essências nativas e espécies exóticas, as estações ecológicas, o cultivo de florestas industriais[17: Denominação utilizada quando o plantio e/ou replantio de arvores se destina exclusivamente para fins industriais, reservando-se o termo reflorestamento para os casos de reconstituição de cobertura vegetal arbórea permanente.]** A LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL SOBRE O TEMA: LEI 9.985/00.- SNUC e Decreto 4.297/02 que trata do ZONEAMENTO ECOLÓGICO-ECONOMICO – ZEE 
DEVER DE PRESERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE E CONTROLE DAS ENTIDADES DE PESQUISA E MANIPULAÇÃO DE MATERIAL GENÉTICO - ART. 225, §1°, inc. II.
 Biodiversidade ou diversidade biológica é a variedade complexiva de seres que compõe a vida na terra ou como colocado pela Convenção da Biodiversidade, “A VARIABILIDADE DE ORGANISMOS VIVOS DE TODAS AS ORIGENS, COMPREENDENDO, DENTRE OUTROS, OS ECOSSISTEMAS TERRESTRES, MARINHOS E OUTROS ECOSSISTEMAS AQUATICOS E OS COMPLEXOS ECOLÓGICOS DE QUE FAZEM PARTE; COMPREENDENDO AINDA A DIVERSDIADE DENTRO DE ESPÉCIES, ENTRE ESPÉCIES E DE ECOSSISTEMAS”
 Preservar a biodiversidade significa reconhecer, inventariar e manter o leque dessas diferenças de organismos vivos. (quanto mais diferenças existirem, maiores serão as possibilidades de vida e de adaptação as mudanças. Quando a variedade de espécies em um ecossistema se altera, a sua capacidade de absorver poluição, manter a fertilidade do solo, purificar água também é alterada.
A LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL SOBRE O TEMA: LEI 9.985/00 – SNUC e LEI 11.105/05, QUE ESTABELECE NORMAS DE SEGURANÇA E MECANISMOS DE FISCALIZAÇÃO DE ATIVIDADES QUE ENVOLVAM ORGANISMOS GENETICAMENTE MODIFICADOS.
DEVER DE DEFINIR OS ESPAÇOS TERRITORIAIS ESPECIALMENTE PROTEGIDOS. ART. 225, §1°, inc. III.
 A CF/88 inovou ao adotar a terminologia “espaço territorial especialmente protegido” para designar UMA ÁREA SOB REGIME ESPECIAL DE ADMINISTRAÇÃO, COM O OBJETIVO DE PROTEGER OS ATRIBUTOS AMBIENTAIS JUSTIFICADORES DO SEU RECONHECIMENTO E INDIVIDUALIZAÇÃO PELO PODER PÚBLICO.
 Esse dever constitucional foi assimilado pela legislação e infraconstitucional que fez incluir no ROL DE INSTRUMENTOS DA PNMA (Lei 6.938/81) em seu art. 9°, inc. V, com a redação que lhe foi dada pela Lei 7.804/89.
Em seguida, o Decreto que regulamentou a Lei 6.938/81 de n° 99.274/90 tratou destes espaço territoriais especialmente protegidos como “UNIDADES DE CONSERVAÇÃO”
A LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL SOBRE O TEMA: LEI 9.985/00.- SNUC.
 Essa norma define em seu art. 2° o que são Unidades de Conservação.
Espaços territoriais especialmente protegidos doutrina divide em sentido estrito e sentido amplo no primeiro sentido são enquadrados os espaços enunciados na Constituição e denominados como Unidades de Conservação típicas pela Lei 9.985/00 e atípicas no caso daquelas que, embora não expressamente arroladas, apresentam características que se amoldam ao conceito enunciado no art. 2° da referida Lei.
Já no caso dos espaços territoriais especialmente protegidos em sentido amplo se encaixam as demais áreas protegidas, como por exemplo, as ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E RESERVAS FLORESTAIS LEGAIS DISCIPLINADAS PELA LEI 12.651/12– CÓDIGO FLORESTAL e ÁREAS DE PROTEÇÃO ESPECIAL – PREVISTAS NA LEI 6.766/79 – PARCELAMENTO DO SOLO URBANO.
DEVER DE EXIGIR A REALIZAÇÃO DE ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL ART. 225, §1°, inc. IV.
 O Estudo de Impacto Ambiental (EIA), como parte integrante do processo de Avaliação de Impacto Ambiental foi inspirado no Direito americano e introduzido em nosso direito positivo, de forma tímida, pela Lei 6.803/80, que “dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição”
 Com a Lei 6.938/81 o EIA, como componente da AIA, é erigido à categoria de INSTRUMENTO DA PNMA e através da Resolução CONAMA 001/86, tem estabelecidas as definições, as responsabilidades, os critérios básicos e as diretrizes gerais para seu uso e implementação.
 A CF/88 consolidou o papel do EIA como um dos mais importantes instrumentos de proteção do meio ambiente, já que destinado à prevenção de danos.
DEVER DE CONTROLAR A PRODUÇÃO, A COMERCIALIZAÇÃO E O EMPREGO DE TÉCNICAS, MÉTODOS E SUBSTÂNCIAS QUE COMPORTEM RISCO PARA A VIDA, A QUALIDADE DE VIDA E O MEIO AMBIENTE ART. 225, §1°, INC. V
 Este preceito autoriza ao Poder Público interferir nas atividades econômicas de domínio privado para impedir práticas danosas à saúde da população, à saúde ambiental e ao meio ambiente em seu conjunto.
 Representa além de controle das substancias produzidas e utilizadas para produzir verificando sua nocividade para a saúde humana e meio ambiente, e, via de conseqüência a proibição de sua produção, comercialização e utilização, o banimento de tecnologia e processos produtivos obsoletos, inadequados e que resultam em prejuízos sociambientais e para o equilíbrio do meio ambiente.
NA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL O CONTROLE PÚBLICO PREVISTO NESTE INCISO ENCONTROU RESPALDO NA LEI 7.802/89, ALTERADA PELA LEI 9.974/00, QUE DISPÕE SOBRE A PESQUISA, A EXPERIMENTAÇÃO, A PRODUÇÃO, A EMBALAGEM, A ROTULAGEM, O TRANSPORTE, O ARMAZENAMENTO, A COMERCIALIZAÇÃO, A PROPAGANDA COMERCIAL (...) A INSPEÇÃO E A FISCALIZAÇÃO DE AGROTOXICOS, SEUS COMPONENTES E AFINS e LEI 11.105/05
DEVER DE PROMOVER A EDUCAÇÃO AMBIENTAL E A CONSCIENTIZAÇÃO PÚBLICA PARA A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE - ART. 225, §1°, INC. VI
 POLITICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL, DEFINIDA NA LEI 9.795/99 E REGULAMENTADA PELO DEC. 4.281/02 EDUCAÇÃO AMBIENTAL COMO INCUMBENCIA DO PODER PÚBLICO NA PROMOÇÃO DO EXERCICIO DA CIDADANIA
 LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL –LDB – LEI9.934/96 INSERIU A EDUCAÇÃO AMBIENTAL, COMO DIRETRIZ NO CURRICULO DA EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL, NA MODALIDADE TEMA TRANSVERSAL (MEIO AMBIENTE) EM SUA PROPOTAS DE PARAMÊTROS CURRICULARES NACIONAIS – PCN.
DEVER DE PROTEGER A FAUNA E A FLORA - ART. 225, §1°, INC. VII
 FAUNA NÃO SE RESTRINGE A ANIMAIS SILVESTRES PARA A CF/88, POIS NA PROTEÇÃO PREVISTA EM SEU ART. 225, §1°, INC. VII, ESTÃO INCLUSOS TODOS OS ANIMAIS INDISTINTAMENTE, VISTO QUE TODOS OS SERES VIVOS TEM VALOR , FUNÇÃO E IMPORTÂNCIA ECOLÓGICA, SEJA COMO ESPECIE, SEJA COMO INDIVIDUO.
 DIANTE DA DIVERSIDADE DE FUNÇÃO DOS ANIMAIS NA BIOSFERA E EM SEUS ECOSSISTEMAS E DAS FINALIDADES PARA AS QUAIS AS ESPECIES SE DESTINAM, VÁRIOS CRITERIOS DE PROTEÇÃO SÃO LEGITIMADOS PELA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL FINALIDADE DEFINIR A PROTEÇÃO MAIS ADEQUADA A DETERMINADA FAUNA OU ESPECIE ANIMAL, TENDO EM VISTA UM CONJUNTO DE CONDICIONANTES DE ORDEM ECOLOGICA, CIENTÍFICA, ECONÔMICA E CULTURAL.
NA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL : Lei 5.197/67 tutela os animais silvestres. Lei 9.605/98 disciplina os crimes contra a fauna. Lei 11.794/08 estabelece procedimentos para uso científico de animais.
 A FLORA, DE IGUAL MANEIRA, RECEBEU TRATAMENTO DE PROTEÇÃO NO MESMO INCISO DO ART. 225, ATÉ MESMO PORQUE É INEGÁVEL A ESTREITA LIGAÇÃO ENTRE FAUNA E FLORA, EXPRESSADA NAS RELAÇÕES ECOSSISTEMICAS.
NA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LEI 4.771/65 hoje LEI 12.651/12 – CÓDIGO FLORESTAL E LEI 9.985/00 QUE REGULAMENTA OS INCISOS I, II, III E VII DO §1° DO ART. 225 E INSTITUIU O SISTEMA NACIONAL DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO.- SNUC
OBRIGAÇÃO DE RECUPERAR O MEIO AMBIENTE DANIFICADO PELA MINERAÇÃO ART. 225, §2°.
§ 2º - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei
 NÃO HÁ COMO EXTRAIR UM MINERAL SEM DANOS, RAZÃO PELA QUAL TAL ATIVIDADE REPRESENTA UMA AGRESSÃO SUMÁRIA À NATUREZA.
 REPRESENTA UM DOS RAMOS INDUSTRIAIS MAIS PERVERSOS DO PONTO DE VISTA AMBIENTAL.
 ARTIGO 176, §1◦ dispõe sobre o INTERESSE PÚBLICO existente sobre o aproveitamento desse bem [18: Art. 176 – As jazidas em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração e aproveitamento, e pertencem a União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.§1° - A pesquisa e a lavra dos recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais de energia hidráulica a que se refere o caput deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituídasob as leis brasileiras e que tenha sua sede de administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições especificas quando essas atividades se desenvolverem na faixa de fronteira ou terras indígenas.]
 IMPÔS AO MINERADOR A RESPONSABILIDADE DE “RECUPERAR O MEIO AMBIENTE DEGRADADO”, SEGUNDO SOLUÇÃO TECNICA EXIGIDA PELO ÓRGÃO PÚBLICO, NA FORMA DETERMINADA NO ART. 225, §2◦, DA CF. 
**A LEI 6.938/81, EM SEU ART. 2◦,VIII, JÁ SE REFERIA A “RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS” COMO UM DOS PRINCÍPIOS PROGRAMATICOS INFORMADORES DA PNMA.
 OBJETIVO ALMEJADO PELO LEGISLADOR = “É QUE A PRÓPRIA RECUPERAÇÃO DO DANO ECOLOGICO PRODUZIDO PELA MINERAÇÃO SE FAÇA DE ACORDO COM UMA DECISÃO TECNICA, OU SEJA, DE ACORDO COM UMA SOLUÇÃO POSSÍVEL, DIANTE DO FATO DE QUE A MINERAÇÃO SE PROCEDE EM BENS AMBIENTAIS NÃO RENOVÁVEIS.
 RESPONSABILIZAÇÃO DAS CONDUTAS E ATIVIDADES LESIVAS AO MEIO AMBIENTE. ART. 225, §3°.
§ 3º - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
 AO POLUIDOR, NOS TERMOS DA CF, APLICAM-SE MEDIDAS DE CARATER REPARATÓRIO E PUNITIVO.
 A DANOSIDADE AMBIENTAL, POTENCIAL OU EFETIVA, PODE GERAR UMA TRÍPLICE REAÇÃO DO ORDENAMENTO JURÍDICO, OU SEJA, UM ÚNICO ATO PODE DETONAR A IMPOSIÇÃO DE SANÇÕES ADMINISTRATIVAS, PENAIS E CIVIS. 
EX: UMA MESMA CONDUTA PODE GERAR O PAGAMENTO DE MULTA COM FUNDAMENTO NO DECRETO 6.514/2008, A CONDENAÇÃO A PENA DE DETENÇÃO, OU MULTA, OU AMBAS CUMULATIVAMENTE, COM BASE NA LEI 9.605/98 E, AINDA, PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO OU CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER OU NÃO FAZER, COM BASE NO ART. 14, §1°, DA LEI 6.938/81
PROTEÇÃO ESPECIAL A MACROREGIÕES ART. 225, §4°.
§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
 DE ACORDO COM O TEXTO DA CARTA MAGNA ESSAS CINCO MACROREGIÕES, ENTRE OS GRANDES BIOMAS BRASILEIROS, RECEBEM TRATAMENTO PARTICULAR EM RAZÃO DAS CARACTERÍSTICAS DE SEUS ECOSSISTEMAS.
L.
 PATRIMONIO NACIONAL = RIQUEZA QUE HERDAMOS COM A OBRIGAÇÃO DE PRESERVAR E DE TRANSMITIR AS FUTURAS GERAÇÕES, SEM PERDA, É CLARO, DE SEU ADEQUADO APROVEITAMENTO ECONOMICO– SENTIDO AMPLO E NÃO SÓ SENTIDO JURÍDICO
 NÃO HÁ EXCLUSÃO DO DIREITO DOS PROPRIETÁRIOS PARTICULARES DOS IMÓVEIS LOCALIDADOS NAS ÁREAS PROTEGIDAS DE USAR E EXPLORAR NORMALMENTE SUAS PROPRIEDADES, MAS DELIMITAÇÃO DE TAL USO AOS SUPERIORES INTERESSES ECOLÓGICOS E DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL. 
INDISPONIBILIDADE DE TERRAS DEVOLUTAS E DE ÁREAS INDISPENSÁVEIS À PRESERVAÇÃO AMBIENTAL. ART. 225, §5°.
§ 5º - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais.
Art. 20, II –PERTENCEM À UNIÃO AS TERRAS DEVOLUTAS INDISPENSÁVEIS À DEFESA DAS FROTEIRAS, DAS FORTIFICAÇÕES E CONSTRUÇÕES MILITARES, DAS VIAS FEDERAIS DE COMUNICAÇÃO E À PRESERVAÇÃO AMBIENTAL, DEFINIDOS EM LEI.
**SNUC – LEI 9.985/2000
CONTROLE DAS USINAS NUCLEARES ART. 225, §6°.
§ 6º - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei federal, sem o que não poderão ser instaladas.
 A CF/88 CUIDOU DA ENERGIA NUCLEAR EM VÁRIOS DISPOSITIVOS ESTABELECENDO UM RIGOROSO CONTROLE DE SUA EXPLORAÇÃO E USO.
 A UNIÃO TEM COMPETÊNCIA PRIVATIVA PARA LEGISLAR SOBRE ATIVIDADES NUCLEARES, MAS O DEVER DE ZELAR PELO AMBIENTE É COMUM A TODOS OS ENTES FEDERADOS, POR ENVOLVER ASPECTOS REFERENTES À PRESERVAÇÃO, CONTROLE DA POLUIÇÃO, CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, USO SUSTENTÁVEL DOS RECURSOS NATURAIS, PROTEÇÃO E DEFESA DA SÁUDE.
 A COMPETÊNCIA CONCORRENTE PERMITE UM AMPLO CONTROLE DAS ATIVIDADES POTENCIALMENTE OU EFETIVAMENTE POLUIDORAS, COM A PARTICIPAÇÃO INTEGRADA DE TODA A ESTRUTURA DO PODER.
 A ATIVIDADE NUCLEAR, POR FORÇA DA CARTA MAIOR, ALÉM DE SUBMETER-SE AO LICENCIAMENTO ESPECÍFICO, SOB A RESPONSABILIDADE DE CNEN – COMISSÃO NACIONAL DE ENERGIA NUCLEAR – ÓRGÃO COMPETENTE PARA ESPECIFICAR AS INSTALAÇÕES NUCLEARES DE ACORDO COM O ART. 2°, XIII, d, da Lei 6.189/74, com redação dada pela Lei 7.781/89 TAMBÉM ESTÁ SUJEITA AO LICENCIAMENTO PELO IBAMA
 RESOLUÇÃO CONAMA 237/97 – ART. 4°, IV ESTABELECE QUE O IBAMA É COMPETENTE PARA LICENCIAR OS EMPREENDIMENTOS DESTINADOS A PESQUISAR, LAVRAR, PRODUZIR, BENEFICIAR, TRANSPORTAR, ARMAZENAR E DISPOR MATERIAL RADIOATIVO, EM QUALQUER ESTÁGIO, OU QUE UTILIZEM ENERGIA NUCLEAR EM QUALQUER DE SUAS FORMAS E APLICAÇÕES, MEDIANTE PARECER DA CNEN.
 OS DEMAIS REQUISITOS PARA A IMPLANTAÇÃO DE INSTALAÇÕES NUCLEARES ESTÃO INDICADOS NO ART. 7°, §1°, DA LEI 6.189/74.
OUTROS DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS DEDICADOS AO MEIO AMBIENTE OU QUE COM ELE SE RELACIONAM DIRETA OU INDIRETAMENTE:
ART. 5°, INCISOS XXIII, LXXI, LXXIII FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE, MANDADO DE INJUNÇÃO (FALTA DE NORMA REGULAMENTADORA TORNE INVIÁVEL O EXERCÍCIO DOS DIREITOS E LIBERDADES CONSTITUCIONAIS E DAS PRERROGATIVAS INERENTES À NACIONALIDADE, SOBERANIA E CIDADANIA, AÇÃO POPULAR PARA ANULAR ATO LESIVO AO PATRIMÔNIO PÚBLICO, AO MEIO AMBIENTE E AO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL.
ART. 20, INCISOS I, II, III, IV, V, VI, VII, VIII, IX, X, § 1º§ 2º SÃO BENS DA UNIÃO O QUE ATUALMENTE LHE PERTENCEM OU QUE VIEREM A SER ATRIBUIDOS; AS TERRAS DEVOLUTADAS INDISPENSÁVEIS A DEFESA DAS FRONTEIRAS, FORTIFICAÇÕES, CONSTRUÇÕES MILITARES, VIAS FEDERAIS DE COMUNICAÇÃO E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL, DEFINIDAS EM LEI; LAGOS, RIOS, QUAISQUER CORRENTE DE ÁGUA EM TERRENOS DE SEU DOMÍNIO, OU QUE BANHEM MAIS DE UM ESTADO OU SIRVAM DE LIMITE COM OUTROS PAÍSES, OU SE ESTENDAM A TERRÍTORIO ESTRANGEIRO OU DELE PROVENHAM (...) 
ART.21, INCISOS XIX, XX, XXIII COMPETE A UNIÃO INSTITUIR SISTEMA DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS E DEFINIR CRITÉRIOS DE OUTORGA DO DIREITO DE USO; INSTITUIR DIRETRIZES PARA O DESENVOLVIMENTO URBANO, INCLUSIVE HABITAÇÃO, SANEAMENTO E TRANSPORTES URBANOS; EXPLORAR OS SERVIÇOS E INSTALAÇÕES NUCLEARES DE QUALQUER NATUREZA E EXERCER MONOPÓLIO ESTATAL SOBRE A PESQUISA, LAVRA, O ENRIQUECIMENTO E REPROCESSAMENTO, A INDUSTRIALIZAÇÃO E O COMÉRCIO DE MINÉRIOS NUCLEARES E SEUS DERIVADOS, ATENDIDOS OS PRINCÍPIOS PREVISTOS NA CF : PARA FINS PACÍFICOS E MEDIANTE APROVAÇÃO DO CONGRESSO, SOB REGIME DE PERMISSÃO...
ART. 22, INCISOS IV, XII, XXVI COMPETE PRIVATIVAMENTE À UNIÃO LEGISLAR SOBRE ÁGUAS, ENERGIA, INFORMÁTICA ETC; JAZIDAS, MINAS, OUTROS RECURSOS MINERAIS E METALURGIA; ATIVIDADES NUCLEARES DE QUALQUER NATUREZA.
ART. 176 §1° A pesquisa e a lavra dos recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais de energia hidráulica a que se refere o caput deste artigo somente poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede de administração no País, na forma da lei, que estabelecerá as condições especificas quando essas atividades se desenvolverem na faixa de fronteira ou terras indígenas.
ART. 182 DISCIPLINA A POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO URBANO E O PLANO DIRETOR- FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA
ART. 186, II A FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE É ATENDIDA QUANDO OCORRE UTILIZAÇÃO ADEQUADA DOS RECURSOS NATURAIS DISPONÍVEIS E PRESERVAÇÃODO MEIO AMBIENTE.
ART. 216, INCISO V, ◦§° CONSTITUEM PATRIMONIO CULTURAL BRASILEIRO OS BENS DE NATUREZA MATERIAL OU IMATERIAL, TOMADOS INDIVIDUALMENTE OU EM CONJUNTO, NOS QUAIS SE INCLUEM OS CONJUNTOS URBANOS E SÍTIOS DE VALOR HISTÓRICO, PAISAGISTICO, ARTÍSTICO, ARQUEOLÓGICO, ECOLÓGICO E CIENTÍFICO, SENDO QUE CABE AO PODER PÚBLICO EM COLABORAÇÃO COM A COMUNIDADE, PROMOVER E PROTEGER O PATRIMONIO CULTURAL, POR MEIO DE INVENTÁRIOS, REGISTROS, VIGILÂNCIA, TOMBAMENTO E DESAPROPRIAÇÃO, E DE OUTRAS FORMAS DE ACAUTELAMENTO E PRESERVAÇÃO.
ART. 220, §3°, II A MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO, A

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