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APOSTILA_Leis e Códigos da Geomática - (v.7) (2013)

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Centro Estadual de Educação Tecnológica “Paula Souza”
ETEVAV
ESCOLA TÉCNICA ESTADUAL “VASCO ANTONIO VENCHIARUTTI”
LEIS E CÓDIGOS APLICADOS À GEOMÁTICA
Curso
Técnico em Agrimensura
1º módulo
2013
Conteúdo (Bases tecnológicas) �
Noções de legislação: leis, decretos, códigos, regulamentos e normas.
Direito fundiário referente à retificação de área de registro, partilha, usucapião, escritura, matrícula, registro, translado e normas de registro cartorário. (Lei de Parcelamento do Solo, Lei dos Registros Públicos)
Direito inerentes às propriedades rurais e urbanas: servidão, usufruto, concessões, comodatos, direitos hereditários, direitos possessórios (Código Civil – Direito da Coisas)
Legislação ambiental: Código Florestal.
Procedimentos para determinação de reserva legal e área de preservação permanente (APP)
Esclarecimentos:
 	 	Os temas que compõem a disciplina em questão são bastante abrangentes e, em razão disso, do tempo, e do número de aulas, não será possível esgotar o assunto, ou seja, o presente material apresenta a transcrição de trechos importantes da legislação, bem como, em alguns deles, comentários doutrinários e noções sobre os temas, compatíveis com o curso técnico e com a formação esperada.
1- Noções de legislação: Leis, Decretos, Códigos, regulamentos e normas.
Introdução ao Estudo do Direito:
	“Direito é o conjunto de regras obrigatórias (leis em sentido amplo) que disciplinam a convivência social humana”. São criadas pelo Estado sendo COERCITIVAS (obrigatórias) e impondo SANÇÃO (punição) no descumprimento. É certo que só existe DIREITO onde existe SOCIEDADE, assim sendo a função das normas jurídicas é disciplinar o comportamento social dos homens. Podemos enumerar algumas características da chamada NORMA JURÍDICA (regra social garantida pelo poder de coerção do Estado, cujo objetivo teórico é a promoção da justiça), a saber:
COERCIBILIDADE – possibilidade de sofrer coação, repressão, uso da força. As normas jurídicas distinguem-se das normas religiosas e morais pelo fato de contarem com a força coercitiva (poder) do Estado;
SISTEMA IMPERATIVO E ATRIBUTIVO – em decorrência da coercibilidade a norma jurídica passa a ter uma característica imperativa e atributiva. 
IMPERATIVA – porque a norma tem o poder de imperar, de impor a uma parte o cumprimento de um dever e
ATRIBUTIVA – porque atribui a outra parte da sociedade o direito de exigir o cumprimento do dever imposto pela norma (comumente dizemos – O DIREITO DE UM É O DEVER O OUTRO) ;
PROMOÇÃO DA JUSTIÇA – o conteúdo da norma jurídica deve Ter como finalidade estabelecer a justiça entre os homens (considera-se justiça como o ideal, uma virtude de dar a cada um o que é seu).
FONTES DO DIREITO:
 	O termo Direito é oriundo do latim DIRECTUM, também sendo utilizado o termo JUS (lê-se ius), do qual derivaram e evoluíram as palavras Justiça, Jurisdição, Jurisprudência). Utilizamos a ETIMOLOGIA para saber a origem e evolução dos termos.
 	A palavra FONTE em termos de estudo do Direito significa qual a origem do Direito, ou seja, de onde provêm as normas. 
 	É no artigo 4º da Lei de Introdução ao Código Civil (Decreto-Lei n.° 4.657/1942), que estão previstas algumas fontes do Direito, senão vejamos:
Art. 4º - Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do Direito.
 	É sabido que o intérprete é obrigado a integrar o sistema jurídico, ou seja, diante da lacuna (ausência de norma para o caso concreto) ele deve sempre encontrar uma solução adequada. Aliás, basta verificarmos o verbo "decidirá" para entendermos que o sistema jurídico ordena a decisão do caso concreto.
 	Enumerarmos, portanto, algumas FONTES FORMAIS CLÁSSICAS DO DIREITO, a saber:
A LEI (fonte primária) – a mais importante fonte, entendendo-se por lei – A NORMA JURÍDICA ESCRITA EMANADA DE PODER COMPETENTE. Entende-se por LEGISLAÇÃO o conjunto das normas e por ORDENAMENTO JURÍDICO o conjunto das leis em vigor no País num dado momento.
 	Lei é o preceito jurídico escrito, emanado do legislador e dotado de caráter geral e obrigatório. É, portanto, toda norma geral de conduta, que disciplina as relações de fato incidentes no Direito, cuja observância é imposta pelo poder estatal. 
. A ANALOGIA - é fonte formal mediata do direito, utilizada com a finalidade de integração da lei, ou seja, a aplicação de dispositivos legais relativos a casos análogos, ante a ausência de normas que regulem o caso concretamente apresentado à apreciação jurisdicional (a que se denomina anomia).
. O COSTUME JURÍDICO – o costume é a norma jurídica que evoluiu das práticas reiteradas de condutas erigidas em norma jurídica; O direito consuetudinário ou costumeiro pode ser conceituado como a norma aceita como obrigatória pela consciência do povo, sem que o Poder Público a tenha estabelecido.
. OS PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO – frases de efeito ou máximas derivadas do latim. São postulados que estão implícita ou explicitamente expostos no sistema jurídico, contendo um conjunto de regras. Os princípios gerais de Direito são a última salvaguarda do intérprete, pois este precisa se socorrer deles para integrar o fato ao sistema.
. A JURISPRUDÊNCIA – trata-se do conjunto de decisões judiciais uniformes e reiteradas (que repetem-se), sobre determinado assunto. A jurisprudência é uma função atípica da jurisdição. São decisões reiteradas, constantes e pacíficas do Poder Judiciário sobre determinada matéria num determinado sentido. Não há necessidade de a jurisprudência ser sumulada para ser fonte. Aqui, cabe ressaltar que a jurisprudência não pode ser confundida com a orientação jurisprudencial, que é qualquer decisão do Poder Judiciário que esclareça a norma legal. A orientação jurisprudencial é apenas um método de interpretação da lei e não precisa de uniformidade, sendo rara a adoção da jurisprudência como fonte.
. A DOUTRINA JURÍDICA – o conjunto sistemático de teorias sobre o direito (escritos dos grandes estudiosos da ciência jurídica)
. A EQUIDADE: pressupõe o equilíbrio, o bom senso, a razoabilidade (aquilo que é razoável) do juiz nos casos onde a lei for omissa.
O artigo 4.º, já mencionado, fez questão de estabelecer uma hierarquia entre as fontes, pois só autorizou o juiz a valer-se de outras fontes quando houvesse omissão na lei e impossibilidade de aplicação da analogia, buscando resoluções legais para casos semelhantes.
Assim, temos o seguinte quadro:
fonte principal: lei;
fontes secundárias ou acessórias: analogia, costumes e princípios gerais do Direito, doutrina, jurisprudência e a equidade. 
PRINCIPAIS RAMOS DO DIREITO:
 	Para efeito de estudo, o Direito encontra-se dividido em dois ramos básicos:
o Direito Público – que regula os interesses gerais da sociedade, sendo que nas relações de Direito Público o Estado participa como sujeito ativo (ou seja o titular do poder jurídico), bem como sujeito passivo (destinatário do dever jurídico) mas SEMPRE COMO UM ÓRGÃO DA SOCIEDADE, mantendo a SUPREMACIA ou PODER DE IMPÉRIO (na cobrança de impostos). Nele estão abrangidos:
Direito Constitucional: tem por objeto a estrutura do Estado, o funcionamento dos seus três poderes, estabelecendo os direitos fundamentais da pessoa humana;
Direito Administrativo: estabelece os preceitos relativos à administração da coisa pública;
Direito Penal: define as condutas criminosas, visando preveni-las, e reprimi-las (tipifica, define e comina sanções aos ilícitos penais);
Direito Penal: cuida da organização dos tributos (impostos, taxas, contribuições);
Direito Processual (Civil e Penal): tratam da distribuição da justiça e regulamentam o processamento das ações perante o Poder Judiciário;
Direito do Trabalho: objetiva reger as relações de trabalho subordinado. Alguns doutrinadores entendem que o DireitoTrabalhista é misto, ou seja, integra o Direito Público e o Privado também.
o Direito Privado – aquele que regula as relações entre particulares, ou seja, nas relações jurídicas de direito privado o Estado pode participar como sujeito ativo ou passivo, em regime de coordenação com os particulares, dispensando sua supremacia ou poder de império (situação fática, locação de imóveis, casamento, etc.). Abrange:
Direito Civil: regula os direitos e obrigações de ordem privada, concernentes às pessoas (naturais e jurídicas), aos bens e suas relações;
Direito Comercial ou Empresarial: disciplina, sob os mais variados aspectos, a atividade mercantil.
DIREITO CONSTITUCIONAL
 	Constituição – é a lei máxima que rege o Estado. Existem diversas classificações, sendo as mais comuns:
quanto a forma – escritas ou costumeiras
quanto à origem – dogmáticas ou outorgadas
quanto à consistência – rígidas ou flexíveis
Princípios fundamentais consignados na Constituição:
 	O Estado Democrático de Direito; a forma de governo republicana; a forma federativa de Estado; a divisão funcional dos Poderes constituídos (Legislativo, Executivo e Judiciário); os objetivos nacionais de construção de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos; relacionamento internacional fundamentado na solução pacífica das controvérsias, repudiando o terrorismo e defendendo a autodeterminação dos povos.
 	Hierarquia das normas – as normas do ordenamento jurídico obedecem a seguinte hierarquia – normas constitucionais, complementares, ordinárias, regulamentares e individuais.
ESTADO – conceituado como sendo “um ente abstrato que coordena a vida em sociedade objetivando o bem comum dos cidadãos, bem como, a instituição política dirigida por governo soberano com poderes específicos sobre a sociedade que vive no seu território.
São elementos do Estado (03)
 – o território, a associação de pessoas e um governo soberano.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
 	Lei fundamental de uma sociedade soberana, elaborada pelo povo ou seus legítimos representantes, que organiza o governo, declara direitos e garantias fundamentais e estabelece os preceitos superiores o ordenamento. 
Constituições Estaduais:
 	ORGANIZAM OS PODERES CONSTITUIDOS DOS ESTADOS MEMBROS (PODERES Executivo, Legislativo e Judiciário)
Leis Orgânicas Municipais:
 	Organizam a administração pública municipal e a relação ente os órgãos do Executivo e do Legislativo, disciplinando a competência legislativa do Município, observadas as peculiaridades locais.
O Processo Legislativo e as espécies normativas
 	Processo Legislativo brasileiro é a sucessão de atos realizados para a produção das leis em geral. O conteúdo, a forma e a seqüência desses atos obedecem a regras próprias, ditadas pela Constituição Federal - CF/88, por leis e regimentos especificados conforme o nível de competência normativo.
 	Na produção das leis federais, as regras são ditadas pela CF/88, pela Lei Complementar nº 95/1998, pelos Regimentos Internos da Câmara dos deputados e do Senado Federal e pelo Regimento Comum das duas Casas. Enquanto a CF/88 dita regras de âmbito geral (iniciativa, quorum, trâmite, sanção e veto), os regimentos internos disciplinam os demais detalhes do processo legislativo (trabalho das comissões, prazos para emenda, emissão de pareceres, regras de votação e destaques). A Lei Complementar nº 95, de 26 de fevereiro de 1988, regulamenta o artigo 59, parágrafo único da CF/88, que dispõe sobre a elaboração, redação, a alteração e a consolidação das leis, cujas normas e diretrizes são estabelecidas pelo Decreto n° 4.176, de 28 de março de 2002.
 	As normas jurídicas produzidas de acordo com as regras do processo legislativo são as enumeradas no artigo 59 da CF/88: emendas à constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções.
 	O Processo Legislativo brasileiro é bicameral, pois envolve a manifestação de vontade de duas câmaras legislativas para a produção das normas jurídicas. As normas que se submetem a esse procedimento são as emendas à Constituição Federal, as leis federais complementares, ordinárias e delegadas, as medidas provisórias, os decretos legislativos federais e as resoluções comuns das duas casas do Congresso Nacional. Todas essas normas são apreciadas pelas duas Casas, em conjunto ou separadamente.
 	Cada uma das Casas do Congresso Nacional são independentes entre si e produzem os atos de sua competência conforme as regras dos respectivos regimentos internos. No entanto, há regras definidas na Constituição Federal de 1988 para as disposições comuns do processo legislativo que obrigam as duas Casas, Câmara e Senado, visando similaridade de tratamento às proposições que tramitam entre elas, como é o caso de “projeto de lei” - para exemplificar, um dos procedimentos mais simples do legislativo bicameral: um projeto é aprovado em uma das Casas ("Casa de origem") e encaminhado, em autógrafos, à segunda Casa ("Casa revisora"). A "Casa revisora" poderá rejeitá-lo, aprová-lo na íntegra, ou aprová-lo com emendas. Se rejeitado, o projeto será arquivado. Se aprovado integralmente, será encaminhado à promulgação e, se se tratar de matéria dependente de sanção ou veto do Poder Executivo, ao Presidente de República. No último caso, aprovado com emendas, será encaminhado à Casa de origem, para que esta aprecie as emendas propostas pela Casa revisora.
 	Existem projetos que tramitam conjuntamente nas duas Casas. São os relativos às leis orçamentárias - Plano Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias, Lei Orçamentária Anual e suas alterações e as Medidas Provisórias editadas pelo Poder Executivo. Além disso, ainda submetem-se a deliberação das duas Casas, em sessão conjunta, os vetos presidenciais a projetos de lei.
Emendas à Constituição
A Emenda Constitucional tem por objetivo permitir modificações pontuais na Constituição de um país, sem a necessidade de abolir toda a Carta Magna vigente e construir uma Constituição inteiramente nova.
No mundo moderno, o mecanismo de Emenda Constitucional foi explicitamente criado pela Constituição da Pensilvânia de 1776, mas foi consagrada como uma inovação da Constituição americana de 1787 (promulgada em 1788), sendo posteriormente adaptada por muitos outros países.
É relevante destacar que até então, os processos de mudança constitucional eram geralmente marcados por violência, e/ou grandes mudanças políticas, muitas vezes ocorrendo em meio a revoluções e guerras civis entre os que pretendiam mudar uma constituição e os que queriam mantê-la. Assim, a primeira vantagem da Emenda Constitucional seria a de permitir mudanças institucionais dentro dos trâmites legais e mantendo a ordem legal. Outra vantagem é o fato já citado que a Emenda Constitucional pode mudar apenas um parágrafo, tópico ou tema da Constituição, sem a necessidade de se convocar uma nova Constituinte.
A aprovação de uma emenda geralmente passa por exigências superiores às necessárias para a aprovação de uma Lei ordinária, com mecanismos que vão da ampla maioria (2/3 ou 3/5) na Câmara alta e na baixa, até a aprovação da mudança nos Estados, em alguns casos passa pela revisão do Judiciário (Suprema Corte ou Supremo Tribunal de Justiça), ou até por plebiscitos populares.
No Brasil Emenda Constitucional é uma modificação no texto da Constituição brasileira que deve ser aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, em votação nominal, por três quintos dos votos dos membros de cada casa legislativa. Elas estão autorizadas no art. 60 da mesma, e são a forma legítima e secundária de alterar as disposições constitucionais vigentes.
 	A Constituição estabelece que as alterações do texto somente podem ocorrer se presentes os seguintes requisitos:
a emenda deve ser proposta por no mínimo 1/3 dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado ou pelo Presidente da República ou pela maioria absoluta das AssembléiasLegislativas das unidades da Federação, sendo que cada uma deve manifestar-se pela maioria relativa de seus membros; 
o texto constitucional não pode ser alterado durante a vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio;
 
 	A Emenda Constitucional (EC) é resultado de um processo legislativo especial mais laborioso do que ordinário, previsto para a produção das demais leis. O processo legislativo de aprovação de uma emenda à Constituição está estabelecido no artigo 60 da Constituição Federal e compreende, em síntese, as seguintes fases:
a) apresentação de uma proposta de emenda, por iniciativa de um dos legitimados (art. 60 I a II);
b)discussão e votação em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada quando obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos membros de cada uma delas (art. 60 parágrafo 2º);
c)sendo aprovada, será promulgada pelas Mesas das Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem (art. 60 parágrafo 3º);
d)caso a proposta seja rejeitada ou havida por prejudicada, será arquivada, não podendo a matéria dela constante ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa (art. 60 parágrafo 5º).
 	Não pode haver proposta de emenda à Constituição tendente a abolir a forma federativa do Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; a separação dos Poderes; e os direitos e garantias fundamentais.
Lei Complementar
 	No Direito, a lei complementar é uma lei que tem como propósito complementar, explicar, adicionar algo à Constituição. A lei complementar diferencia-se da lei ordinária desde o quórum para sua formação. A lei ordinária exige apenas maioria simples de votos para ser aceita, já a lei complementar exige maioria absoluta. A lei complementar como o próprio nome diz tem o propósito de complementar, explicar ou adicionar algo à constituição, e tem seu âmbito material predeterminado pelo constituinte; já no que se refere a lei ordinária, o seu campo material é alcançado por exclusão, se a constituição não exige a elaboração de lei complementar então a lei competente para tratar daquela matéria é a lei ordinária. Na verdade não há hierarquia entre lei ordinária e lei complementar, o que há são campos de atuação diversos. Segundo jurisprudência STF não existe tal hierarquia, mas o STJ acha que existe justamente por causa da diferença entre os quóruns, sendo a lei complementar hierarquicamente superior a lei ordinária.
 	No Brasil, a lei que a Constituição Federal de 1988 determinou fosse criada para regulamentar determinada matéria denomina-se "complementar", e exige quórum qualificado, em oposição à lei ordinária, que de tal prescinde.
 	Nem todas as leis complementares, como se pensa erroneamente, destinam-se a complementar diretamente o texto constitucional, pois o constituinte, originário ou reformador, reserva à lei complementar matérias de especial importância ou matérias polêmicas, para cuja disciplina seja desejável e recomendável a obtenção de um maior consenso entre os parlamentares.
Disto decorre que:
– Não existe entre lei complementar e lei ordinária (ou medida provisória) uma relação de hierarquia, pois seus campos de abrangência são diversos. Assim, a lei ordinária que invadir matéria de lei complementar é inconstitucional e não ilegal;
– Lei votada com o procedimento de Lei Complementar e denominada como tal, ainda assim, terá efeitos jurídicos de lei ordinária, podendo ser revogada por lei ordinária posterior, se versar sobre matéria não reservada constitucionalmente à lei complementar;
– Dispositivos esparsos de uma lei complementar que não constituírem matéria constitucionalmente reservada à lei Complementar possuem natureza jurídica de Lei Ordinária
Lei Ordinária
 	No Direito, a lei ordinária é um ato normativo primário e contém, em regra, normas gerais e abstratas. Embora as leis sejam definidas, normalmente, pela generalidade e abstração ("lei material"), estas contêm, não raramente, normas singulares ("lei formal" ou "ato normativo de efeitos concretos").
Exemplo de lei formal:
– Lei orçamentária anual (Constituição, art. 165, § 5o);
– Leis que autorizam a criação de empresas públicas, sociedades de economia mista, autarquias e fundações (Constituição, art. 37, XIX).
O STF tem entendido que os atos normativos de efeitos concretos, por não terem o conteúdo material de ato normativo, não se sujeitam ao controle abstrato de constitucionalidade.
As Leis Ordinárias estão listadas entre as espécies normativas que fazem parte do Processo Legislativo conforme art.59, da Seção VIII (DO PROCESSO LEGISLATIVO), Subseção I (Disposição Geral):
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: 
I - emendas à Constituição; 
II - leis complementares; 
III - leis ordinárias; 
IV - leis delegadas; 
V - medidas provisórias; 
VI - decretos legislativos; 
VII - resoluções 
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. 
A relação da competência para propor leis ordinárias está disposta no art.61, da Subseção III (Das Leis).
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. 
	§ 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:
 	 I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
 	 II - disponham sobre:
 		 a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
 		 b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;
 		c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
 		d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
 		e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
 		f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva. 
 (Incluída pela Emenda Constitucional nº 18, de 1998)
 	 § 2º - A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
Leis Delegadas
 	Lei Delegada (vide artigos 59, IV e 68 da Constituição de 1988) é um ato normativo elaborado pelo Presidente da República com a autorização do Congresso Nacional do Brasil, para casos de relevância e urgência, quando a produção de uma lei ordinária levaria muito tempo para dar uma resposta à situação. O Presidente solicita a autorização, e o congresso, julgando adequado o período, fixa os limites da lei delegada. Depois de criada a lei pelo Presidente, ela é remetida ao congresso para avaliação e aprovação. Considerando que os limites foram respeitados e que a lei é conveniente, o congresso a aprova, contudo essa norma entra no sistema jurídico na qualidade de lei ordinária. As leis delegadas não admitem emendas. É uma espécie de permissão feita ao executivo para legislar sobre assuntos específicos.
Decreto Legislativo
 	Decretolegislativo é uma norma jurídica emanada exclusivamente pelo poder legislativo, destinada a gerar efeitos externos (ou seja, não se limita a dispor sobre questões internas do poder legislativo, mas tem força normativa genérica, como uma lei).
No Brasil, é utilizado para disciplinar matérias de competência exclusiva do Congresso Nacional, previstas no art. 49 da Constituição Federal, dentre as quais:
resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao patrimônio nacional; 
autorizar o Presidente da República a declarar guerra ou a celebrar a paz; 
autorizar o Presidente e o Vice-Presidente da República a se ausentarem do País, quando a ausência exceder a quinze dias.
 	O Decreto legislativo não se confunde com:
Decreto, que é ato emitido pelo poder executivo, de acordo com as suas competências definidas na constituição; 
Decreto-lei, que é um misto de decreto e lei, originariamente oriundo de regimes de exceção, com força e conteúdo de lei, mas sem a aprovação do poder legislativo. Foram extintos com a Constituição de 1988.
No Brasil, os projetos de decreto legislativo devem ser discutidos e votados em ambas as casas do Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal. Se aprovados, são promulgados pelo presidente do Senado Federal, não havendo participação do Presidente da República. Não há, portanto, possibilidade de veto.
Resolução
Resolução é norma jurídica destinada a disciplinar assuntos do interesse interno do Congresso Nacional, no caso do Brasil. Também é elaborado e finalizado no âmbito legislativo, a exemplo da norma examinada anteriormente, mas esta trata de questões do interesse nacional. Os temas da resolução mais corriqueiros referem-se à concessão de licenças ou afastamentos de deputados ou senadores, a atribuição de benefício~s, etc. O quorum exigido para a sua aprovação é a maioria absoluta, sendo que a sua sanção, promulgação e publicação ficam a cargo do presidente do respectivo órgão que a produziu (do Congresso, do Senado ou da Câmara dos Deputados).
2- Direito fundiário referente à retificação de área de registro, partilha, usucapião, escritura, matrícula, registro, translado e normas de registro cartorário.
Introdução ao Direito Fundiário
LEGISLAÇÃO DE TERRAS NO BRASIL
 	No que diz respeito às questões de terras, o Brasil tem seus fundamentos na legislação portuguesa, fruto da colonização. Vivemos hodiernamente numa estrutura fundiária instável e precária, injusta que somente uma LEGISLAÇÃO RESPONSÁVEL – COM UMA POLÍTICA SOCIAL adequada poderá fazer se transformar num FATOR DE JUSTIÇA.
 	É bom salientar que, apesar dos desequilíbrios sociais, os JURISTAS procuram adaptar a legislação de modo a cumprir os anseios de Justiça do povo. Lembrando que a LEI sempre traz ordem e progresso para todos, sendo fator de vida social saudável o cumprimento das normas. A legislação evolui com o tempo e busca o justo, a ordem, enfim o objetivo principal do Estado, a busca do BEM COMUM – vida digna para todos os cidadãos do Brasil.
RESENHA HISTÓRICA DA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA
Segundo o disposto no texto constitucional vigente (CF/88 – Constituição da República Federativa do Brasil de 1988) o Estado garante o Direito à propriedade e prima pela sua FUNÇÃO SOCIAL, conforme transcrito a seguir:
Artigo 5º ...
Inciso XXII – é garantido o direito de propriedade;
Inciso XXIII – A PROPRIEDADE atenderá sua função social...”
 
 	Tal disposição constitucional demonstra que o país passou da antiga orientação filosófico-legal de um sentido privatístico para um PRINCÍPIO SOCIAL DA PROPRIEDADE.
Em outros termos, o conceito constitucional de propriedade é mais amplo de que conceito definido pelo Direito privado. O Direito Civil trata das relações civis e individuais pertinentes à propriedade, a exemplo da faculdade de usar, gozar e dispor de bens em caráter pleno e exclusivo, direito esse oponível contra todos, enquanto a Constituição Federal sujeita a propriedade às limitações exigidas pelo bem comum – impõe à propriedade um interesse social que pode até mesmo não coincidir com o interesse do proprietário.
 Entre os princípios da ordem econômica (artigo 170 da Constituição Federal) tem-se a garantia do direito à propriedade privada, observada sua função social e os ditames da justiça social. 
	Destarte, em termos de imóvel rural, esse foi erigido em FATOR DE DESENVOLVIMENTO econômico e social, contribuindo para o desenvolvimento da economia do país como um todo.
 	Na origem todas as terras brasileiras foram PÚBLICAS, ou seja, pertencentes à época à COROA PORTUGUESA em decorrência de sua expansão marítima e conquistas efetivadas no século XV (1401-1500), até os dias atuais esta presente o DOMÍNIO DO ESTADO sobre as terras.
 	Á época do descobrimento do Brasil (1500) estava em vigor no ORDENAMENTO JURÍDICO PORTUGUES uma lei promulgada em 26 de junho de 1375, pelo então REI – DOM FERNANDO I, da dinastia de BORGONHA (ou AFONSINA), segundo a qual os proprietários de imóveis rurais eram obrigados a lavrar (inscrever em tabelião/ cartório) suas terras sob pena de perdê-las para outras pessoas que quisessem torná-las produtivas 
 	Após a descoberta do Brasil (22/04/1500) e a constatação do Rei (D. João III), por volta de 1532, da necessidade de COLONIZAÇÃO (posse) efetiva das terras descobertas, sob risco de perdê-las para as demais nações européias que não aceitavam o TRATADO DE TORDESILHAS (Junho de 1494), bem como a BULA “INTERCOETERA” (1493, a saber a França, a Inglaterra, etc., o governo português tentou colonizar sua colônia através das CAPITANIAS HEREDITÁRIAS (governadas por um Capitão – Mor, com poder de aplicação da lei – civil/ criminal, ou seja, enormes tratos de terras concedidos aos fidalgos português, outorgando, inclusive, através de CARTAS DE SESMARIA àqueles que desejassem povoar a nova terra.
SESMARIA – designava a transferência de propriedade;
CARTA DE SESMARIA – o respectivo título de transferência da propriedade imóvel.
 	As SESMARIAS foram, destarte, a primeira forma de propriedade imobiliária brasileira. Segundo estudos históricos, o 1º título de propriedade emitido no Território brasileiro, data de 1504, ao ser doada a Ilha de São João para o fidalgo Fernão de Noronha (Fernão = Fernando), a quem devem seu nome na atualidade as Ilhas do Arquipélago de Fernando de Noronha, sob administração do Estado de Pernambuco (PE).
 	No dia 5 de outubro de 1795, o Príncipe Regente, D. João, governando em virtude de perturbação psíquica de sua mãe a Rainha D. Maria I, fez publicar um ALVARÁ que consignava:
obrigação restrita de demarcar o posseiro suas terras no prazo fixo de um ano, não podendo tomar posse, nem proceder cultivos, sem o cumprimento prévio desta cláusula:
concessão de prazo de 02 (dois) anos aos posseiros de SESMARIAS, anteriormente dadas e ainda não demarcadas para procederem a demarcação 
Limitação de meia légua (2.221.500 ha) para a área de Sesmarias ao longo dos contornos marítimos e fluviais e dentro de 6 (seis) léguas ao redor das vilas;
Os sesmeiros que possuírem uma DATA DE TERRAS e vierem a receber outra ou outros por herança, doações ou qualquer outro título, no caso de não terem posse para as cultivar, serão obrigados a vendê-las a quem puder cultivá-las e desenvolvê-las.
1709. Por conseqüência da chamada GUERRA DOS EMBOADAS são criadas as CAPITANIAS de São Paulo e de Minas do Outro.
 	Em 25 de novembro de 1808, foi promulgado UM DECRETO que permitia a concessão de Sesmarias aos estrangeiros residentes no Brasil, objetivando o aumento da lavoura bem como da população. (Obs. Pela RESOLUÇÃO nº 76, de 17 de Julho de 1822, foi suspensa a concessão de Sesmarias futuras até a convocação da Assembléia Geral Constituinte).
 	Daí em diante o que vigorou foi um REGIME EXTRA – LEGAL, prevalecendo a posse (ocupação) não existindo segurança para a propriedadeprivada. Tal situação somente normalizou-se em 25 de março de 1824, quando foi promulgada a Constituição (política) do Império do Brasil. O DIREITO DE PROPRIEDADE PRIVADA foi garantido através do Artigo 179,. Inciso XXII, reservando-se ao Estado, porém, a possibilidade de indenizar o cidadão caso a sua propriedade fosse considerada de UTILIDADE PÚBLICA. O Art. 179 da Constituição do Império impunha a necessidade da propriedade cumprir a sua função social, mas não conseguiu resolver a situação de clandestinidade causada pela RESOLUÇÃO DE 1822.
 	Com o objetivo de contornar a problemática causada por falta de legislação, o Governo Imperial editou a 18 de setembro de 1850 a LEI Nº 601, DENOMINADA LEI DE TERRAS, a qual dispunha sobre a compra - venda das Terras devolutas do Império, revalidação de terras possuídas por título de sesmarias com preenchimento das condições legais, e legitimação de posses mansas e pacíficas por simples título, instituindo o PROCESSO DE DISCRIMINAÇÃO das terras públicas das privadas.
 	Esta lei foi REGULAMENTADA pelo DECRETO IMPERIAL 1318, de 30 de novembro de 1854, o qual criou a REPARTIÇÃO GERAL DE TERRAS PÚBLICAS, regulamentou a medição das terras públicas e a legitimação das particulares e a venda das terras públicas; instituiu as terras reservadas e a FAIXA DE FRONTEIRA; estabeleceu o REGIME DE FISCALIZAÇÃO das terras devolutas e REGULOU O REGISTRO PAROQUIAL.
 	No dia 24 de fevereiro de 1891 foi promulgada a Constituição da República dos Estados Unidos do Brasil, na qual o art. 64 dispõe pertencerem aos Estados as minas e terras devolutas situadas nos seus respectivos territórios, cabendo à União somente a porção de território que for indispensável para a defesa das fronteiras, fortificações, construções militares e estradas de ferro federais. Tais disposições foram delegadas para as unidades federadas as terras de Domínio público e o poder de legislar sobre assuntos específicos. Destarte a situação designada DOMINIAL das terras no território apresentava-se dessa forma em 03 (três) possibilidades:
ser de domínio privado;
em processo de transferência de domínio público para o privado ou
ser de domínio público.
 	Já no século XX (1901-2000) O Decreto Federal nº 19.924, de 27 de abril de 1931 reafirmou o DIREITO dos Estados membros da federação sobre as terras que lhes foram transferidas pela Constituição de 1891, reconhecendo-lhes no Art. 1º, a competência para regular a administração, concessão, exploração, uso e transmissão das terras devolutas que lhes pertencem, excluída sempre a aquisição por usucapião.
PRIMEIROS REGISTROS DE TERRAS NO BRASIL
 	Na legislação específica sobre assuntos agrários e de Registros Públicos, observa-se que a Lei nº 601, de 1850, foi a base de um sistema compacto de organização administrativa que tratou das questões das terras que compunham o Império Brasileiro.
 	Segundo a Lei 601, reservou-se para o Governo a autorização de estabelecer, mediante o necessário regulamento, uma REPARTIÇAO ESPECIAL (art. 21) denominada Repartição Geral de Terras Públicas, a qual teria como função dirigir a medição, divisão e descrição das terras devolutas e sua conservação, bem como a fiscalização , venda e distribuição de tais terras, além de promover-lhes a colonização (nacional/estrangeira)
 	Nesse sentido, o decreto 1318, de 1854, constitui-se num documento (nos seus 9 capítulos , totalizando 108 artigos) a importância da existência de uma instituição que publicita-se a propriedade pública, privada e as posses, destacando-se a intervenção dos profissionais qualificados no processo de identificação, mediação das terras.
Com a mesma clareza com que os legisladores colocaram a necessidade de contar com profissionais qualificados para a execução de tarefas tão delicadas como são a locação e medição de propriedades, o art. 3º do Decreto 1318, dispõe, em 11 parágrafos, a competência da RGTP, a qual constituiria uma instituição com repartição ativa na publicidade imobiliária, transparecendo as transações imobiliárias e dando segurança aos proprietários privados.
Lei de Parcelamento do Solo
            Os parcelamentos do solo, sob as formas de loteamento e desmembramento, são operações realizadas em áreas urbanas ou de expansão urbana pelo Estado ou por particulares, sendo estas divisões implantadas segundo projeto aprovado pelo Município, ou pelo Distrito Federal (conforme o caso).
 	Conforme preceitua o prof. de Direito Administrativo, Hely Lopes Meirelles, loteamento urbano "é a divisão voluntária do solo em unidades (lotes) com abertura de vias e logradouros públicos, na forma da legislação pertinente. Distingue-se do desmembramento, que é a simples divisão da área urbana ou urbanizável, com aproveitamento das vias públicas existentes."
Introdução:
            Os parcelamentos do solo, sob as formas de loteamento e desmembramento, são operações realizadas em áreas urbanas ou de expansão urbana pelo Estado ou por particulares, sendo estas divisões implantadas segundo projeto aprovado pelo Município, ou pelo Distrito Federal (conforme o caso).
            A Lei nº 6.766/79, em seus §§ 1º e 2º, explicitam as definições de loteamento e desmembramento, vejamos:
            "§ 1º - loteamento é a subdivisão da gleba em lotes destinados à edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes.
            § 2º - desmembramento é a subdivisão de gleba em lotes destinados à edificação, com o aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou ampliação das já existentes."
            Conforme preceitua Hely Lopes Meirelles, loteamento urbano "é a divisão voluntária do solo em unidades (lotes) com abertura de vias e logradouros públicos, na forma da legislação pertinente. Distingue-se do desmembramento, que é a simples divisão da área urbana ou urbanizável, com aproveitamento das vias públicas existentes."
Objetivo e Definição:
            O parcelamento e ocupação do solo tem como objetivo desenvolver as diferentes atividades urbanas, com a concentração equilibrada destas atividades e de pessoas no município, estimulando e orientando o desenvolvimento urbano, rural e industrial no município, mediante controle do uso e aproveitamento do solo.
            Para melhor interpretação do objetivo do parcelamento do solo, passamos a definir algumas expressões comumente utilizadas em um loteamento ou desmembramento do solo, vejamos:
            - Área urbana: é a área que estiver inserida no perímetro urbano do município, definido por lei específica;
            - Área rural: é a área que estiver reservada para crescimento urbano do município, devidamente definida em lei específica para esta finalidade;
            - Área verde: é a área com tratamento paisagístico reservada a atividades de recreação ou descanso;
            -Área institucional: é a parcela do terreno reservada a edificação de equipamentos comunitários;
            -Área de interesse público: é a área transferida ao município quando da aprovação de loteamentos e seus registros;
            -Desdobro: é a divisão de área inserida em loteamento devidamente aprovado, em duas partes para formação de novos lotes;
            -Lotes: é a parcela do terreno resultante do parcelamento do solo que tem frente para via pública ou que com ela se comunica por acesso;
            -Reloteamento: é o parcelamento do solo resultante de loteamento ou desmembramento já aprovado, com abertura de novas vias de circulação;
            -Reparcelamento: é o parcelamento do solo resultante de loteamento ou desmembramento já aprovado, com aproveitamento do sistema viário;
            -Caução: é a garantia dada ao município ou Distrito Federal com o objetivo de assegurar a execução de alguns serviços ou obra, podendo ser em dinheiro, títulos dadívida pública, hipotecas, imóveis, seguro-fiança, estabelecidas em lei específica;
            -Certidão de Diretrizes: é o documento que estabelece diretrizes urbanísticas básicas para elaboração do projeto de parcelamento do solo;
            -Alvará de parcelamento: é o documento que autoriza a execução de obras, exclusiva para parcelamento do solo urbano conforme projeto aprovado e sujeitos a fiscalização municipal;
            -Alvará de construção: é o documento que autoriza a execução de obra sujeito a fiscalização municipal, conforme projeto aprovado.
Da legislação:
            A implantação de um loteamento ou desmembramento para fins urbanos está subordinada a Lei Federal nº 6.766/79 quando a gleba estiver localizada em zona urbana ou de expansão urbana, bem como pela legislação municipal em tela.
            Não obstante, quando se tratar de parcelamento do solo rural continua em plena vigência o Decreto-Lei nº 58/37.
Da Aprovação e Legalidade:
            Para os loteamentos e desmembramentos serem considerados legais, a planta e o projeto devem ser previamente aprovados pela Prefeitura, após ouvidas as demais autoridades competentes (no Estado de São Paulo o projeto é submetido para apreciação pelo GRAPROHAB), e, a gleba encontrando-se em zona rural, deverá ser ouvido o INCRA.
            Após a aprovação, o loteamento tem que ser registrado no Cartório imobiliário nos termos da legislação vigente (art. 18 da lei nº 6766/79) e a execução das obras se dará segundo a respectiva aprovação.
            Desta forma, o loteamento ou desmembramento só se tornará legal, após aprovado, executado e submetido ao registro conforme exposto pela legislação vigente.
Loteamentos Ilegais: Clandestinos e irregulares.
            Um dos maiores problemas enfrentados no direito municipal, com ênfase no direito ambiental é o dos loteamentos clandestinos e irregulares, que proliferam nos grandes centros urbanos, causando sérios danos ao meio ambiente.
            É salutar que os adquirentes de lotes de parcelamentos clandestinos ou irregulares exigem do Município ou do Distrito Federal a regularização de tal empreendimento, ao invés de pleitearem o ressarcimento dos danos junto aos loteadores que de fato causaram-lhes o prejuízo.
            Necessário se faz a distinção entre loteamento clandestino e irregular, ambos considerados parcelamentos ilegais, sendo certo que tal distinção baseia-se unicamente quanto a aprovação.
            Destarte, ocorrendo a aprovação, sem a execução, podemos dizer que o loteamento é irregular, não havendo aprovação, são considerados clandestinos.
            A clandestinidade ou a irregularidade alcança também os desmembramentos, dada à falta de aprovação ou a execução contrária a legislação.
            O parcelamento é clandestino quando o Poder Público competente não tem conhecimento de sua existência, ou quando, levado a seu conhecimento não adquire a aprovação, sendo consequência de indeferimento do pedido ou da própria ausência dessa solicitação.
            Ressaltamos que no primeiro caso houve o pedido, mas o empreendedor não preencheu os requisitos legais, ensejando a não aprovação do loteamento; no segundo caso não ocorreu o pedido, mas em ambos ocorreram a urbanização.
            Nos parcelamentos clandestinos, embora haja a venda de lotes, podem ocorrer a execução ou não do loteamento.
            Algumas vezes, a municipalidade no intuito de regularizar o parcelamento efetua o levantamento da área. Com isso, não os torna irregulares, pois não são de conhecimento oficial, sendo considerados oficiais apenas aqueles que foram devidamente aprovados.
            Na similitude, o parcelamento torna-se irregular na medida em que o Poder Público competente o aprova, podendo ser registrado ou não, mas o parcelador deixa de executá-lo ou o executa em desconformidade com o ato de aprovação ou com a legislação vigente, ou ainda, após a aprovação e execução regular, não o registra.
            Não obstante, após a vistoria e recebimento do loteamento, em consonância com o inciso V, do artigo 18 da Lei nº 6766/79, as obrigações oriundas do referido parcelamento passa a alçada municipal.
            Desta forma, aqueles parcelamentos aprovados, executados e registrados em consonância com a legislação em tela, que pela aparência parecem inexecutados ou irregularmente executados (não ocupação dos lotes, erosão, destruição de obras de escoamento de águas pluviais), passam a ser de responsabilidade exclusiva do município, após o recebimento do loteamento.
Demonstrativo das diferenças entre parcelamento clandestino e irregular:
            Clandestinos:
            - Inexecutados
            - Executados
            Irregulares:
            - Registrados:
            	Inexecutados
            	Executados em desacordo com a lei
            	Executados em desacordo com o ato de aprovação.
            - Não registrados:
            	Inexecutados
            	Executados em desacordo com a lei
            	Executados em desacordo com o ato de aprovação
            	Executados regularmente
Prevenção e Repressão:
            Os parcelamentos ilegais (clandestinos ou irregulares) trazem problemas de ordem social e urbanística.
            No que tange a ordem social, os prejudicados são na maioria os adquirentes dos lotes, pessoas simples que não sabem quais as exigências mínimas e necessárias de um parcelamento do solo legal.
            Quanto aos problemas de ordem urbanística, o maior prejudicado é o Poder Público, uma vez que são descumpridas as exigências mínimas e necessárias ao bem estar da comunidade.
            Ao azo, verifica-se que a implantação de parcelamentos ilegais afeta a sociedade como um todo, necessitando que todos colaborem para a sua prevenção e repressão.
            Por conseguinte, ao Poder Público é cabível a maior parte da responsabilidade pela prevenção e repressão aos parcelamentos ilegais.
            Sua atuação restringe ao exercício de uma atividade fiscalizadora, impedindo o início da implantação do parcelamento ilegal e a aplicação de medidas administrativas e judiciais com o intuito de coibir o prosseguimento da implantação irregular ou clandestina.
Requisitos necessários para aprovação de um loteamento:
            Inicialmente, a Lei Federal nº 6766/79 regula inteiramente a matéria relativa a loteamento urbano, sendo certo que a lei municipal traçará diretrizes para a aprovação do parcelamento pela Municipalidade.
            Geralmente, na lei municipal, a elaboração do projeto de loteamento será precedida de fixação de diretrizes por parte da Prefeitura, a pedido do interessado, instruindo com os seguintes documentos (caria de acordo com cada município):
            - Requerimento assinado pelo proprietário do terreno;
            - Título de propriedade da área, registrado no Cartório de Registro de Imóveis;
            - Comprovante de pagamento dos tributos municipais dos últimos 5 (cinco) anos que incidem sobre a área;
            - 04 (quatro) vias de cópias do levantamento planialtimétrico-cadastral da área objeto do pedido, na escala 1:1000, com curvas de nível de metro em metro, indicando com exatidão os limites da área, na escala 1:10.000, que permita o seu perfeito reconhecimento e localização.
            Deverá constar também no projeto de loteamento a ser aprovado pela Prefeitura, o plano geral do loteamento assinado pelo proprietário e engenheiro constando em planta as curvas de nível, vias de circulação, quadras, áreas verdes, áreas institucionais, recuo e áreas dos lotes, zonas de uso, o número do contribuinte junto a Prefeitura, dimensões das divisas da área, perfis longitudinais, sistema de escoamento de águas pluviais, projeto de guias e sarjetas e pavimentação de vias, projeto de arborização e proteção de áreas sujeitas a erosão, memorial descritivo de cadaprojeto e cronograma de execução de obras.
            Após autorizado conforme os requisitos acima (que varia em cada município), e, elaborado o levantamento planialtimétrico, os projetos técnicos e urbanísticos e respectivos memoriais descritivos, inicia-se o projeto de aprovação nos órgãos públicos municipais, estaduais e federais a fim de que o loteamento fique regularizado.
            Com a aprovação, será autorizado a execução de obras, seguindo o cronograma de obras e efetuando a garantia, onde o projeto será registrado no Cartório de Registro de Imóveis, para que o loteador possa vender os lotes.
            Cumpre salientar, que o parcelamento do solo deverá seguir os ditames da Lei nº 6766/79, bem como as diretrizes traçadas pela lei municipal.
Requisitos necessários para regularizar parcelamentos irregulares ou clandestinos:
            O caminho para regularizar um loteamento que não tenha aprovação será o de satisfazer os requisitos exigidos pelo município.
            Conforme mencionado anteriormente, é de responsabilidade do loteador a implantação da infra-estrutura adequada, não podendo este transferir a terceiros, bem como a municipalidade o ônus que lhe competia.
            Será de responsabilidade do município a manutenção dos logradouros públicos, a pavimentação asfáltica, tendo em vista a cobrança de IPTU e de outros órgãos ou empresas concessionárias do serviço público no fornecimento de água e energia elétrica.
            O município poderá fazer um acordo com o loteador, como o de receber um determinado número de lotes, áreas verdes, praças, em troca de serviços de canalização, guias, sarjetas, esgotos, etc..
            Cumpre-nos ressaltar, que a Lei nº 6766/79 obriga o loteador na implantação de obras de infra-estrutura, exceto no caso de acordo entre a municipalidade e o loteador.
            Os requisitos ensejadores a regularização de um loteamento irregular ou clandestino deverão ser estabelecido por lei municipal, que traçará as diretrizes para a sua realização.
            A intervenção do município visando a regularização do loteamento, retira do loteador a obrigação de outorgar escritura definitiva do imóvel ao compromissário-comprador, aplicando-se os artigos 16 e 22 do Decreto-Lei nº 58/37 e dos artigos 640 e 641 do Código de Processo Civil, além do que o lote extraído de loteamento clandestino impossibilita a ação de adjudicação compulsória.
            Caso o município não regularize o loteamento, caberá ao adquirente a propositura de ação de Usucapião.
Imóveis rurais:
            No que tange ao parcelamento de imóveis rurais, dispõe a INSTRUÇÃO – INCRA 17-B, em seu item 3 – PARCELAMENTO, PARA FINS URBANOS, DE IMÓVEL RURAL LOCALIZADO FORA DA ZONA URBANA OU DE EXPANSÃO URBANA, vejamos:
            "3.1 – O parcelamento, para fins urbanos, de imóvel rural localizado fora de zona urbana ou de expansão urbana, assim definidas por lei municipal, rege-se pelas disposições do art. 96 do Dec. Nº 59.428, de 27/10/66, e do art. 53 da Lei nº 6766, de 19/12/79.
            3.2 – Em tal hipótese de parcelamento, caberá, quanto ao INCRA, unicamente sua prévia audiência.
            3.3 – Os parcelamentos com vistas à formação de núcleos urbanos, ou à formação de sítios de recreio, ou à industrialização, somente poderão ser executados em área que:
            a) por suas características e situação, seja própria para a localização de serviços comunitários das áreas rurais circunvizinhas;
            b) seja oficialmente declarada zona de turismo ou caracterizada como de estância hidromineral ou balneária;
            c) comprovadamente tenha perdido suas características produtivas, tornando antieconômico o seu aproveitamento.
            3.4 – A comprovação será feita pelo proprietário, através de declaração da municipalidade e/ou através de circunstanciado laudo assinado por técnico habilitado.
            3.5 – Verificada uma das condições especificadas no item 33, o INCRA, em atendimento a requerimento do interessado, declarará nada ter a opor ao parcelamento.
            3.6 – Aprovado o projeto de parcelamento, pela Prefeitura Municipal ou pelo Governo do Distrito Federal, e registrado no Registro de Imóveis, o INCRA, a requerimento do interessado, procederá à atualização cadastral, conforme disposto no item 2.3. (2.3 – A atualização cadastral será: a) do tipo " CANCELAMENTO", quando o parcelamento abranger a totalidade da área cadastrada; b) do tipo "RETIFICAÇÃO" quando o parcelamento, para fins urbanos, abranger parcialmente a área cadastrada e permanecer como imóvel rural uma área remanescente)"
            Ressaltamos, porém, o disposto no capítulo XX, seção V, nos artigos 147 e 148 das Normas de Serviços da Egrégia Corregedoria Geral de Justiça do Estado de São Paulo, que assim expõe:
            "Art. 147 – Os loteamentos de imóveis urbanos são regidos pela Lei nº 6766, de 19 de dezembro de 1979, e os rurais continuam a sê-lo pelo Decreto-lei nº 58, de 10 de dezembro de 1937.
            Art. 148 – O parcelamento de imóvel rural para fins urbanos deve ser precedido de:
            a)lei municipal que o inclua na zona urbana ou de expansão urbana do Município;
            b)averbação de alteração de destinação do imóvel, de rural para urbano, com apresentação de certidão expedida pelo INCRA."
Loteamentos especiais:
            Os loteamentos especiais, também conhecidos por "loteamentos fechados" vem sendo implantados face a insegurança causada nos dias de hoje, visando principalmente a proteção contra a violência; bem como para descongestionar as grandes cidades.
            Não obstante, este tipo de loteamento vem sendo implantado sem que haja uma legislação própria, quer federal ou municipal, tornando-os inadequados e irregulares face a legislação vigente.
            Salientamos que o tema em si é polêmico, visto que o loteamento especial visa o fechamento de vias, além de construção de muros e instalação de guaritas, permitindo tão somente a entrada de moradores e pessoas autorizadas.
            O fechamento de tais loteamentos ocorrem com base na concessão ou permissão de uso de vias públicas ou mesmo pela concessão do direito real de uso prevista no Decreto-Lei nº 271/67, como também, às vezes, sem o consentimento da Municipalidade.
            O referido loteamento diverge do loteamento comum, pois as vias não são de uso comum do povo, sendo exclusivo a utilização por seus moradores, contrariando as disposições especificadas pela Lei nº 6.766/79.
	Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
LEI No 6.766, DE 19 DE DEZEMBRO DE 1979.
	Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras Providências.
        O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
        Art. 1º - O parcelamento do solo para fins urbanos será regido por esta Lei. 
        Parágrafo único. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão estabelecer normas complementares relativas ao parcelamento do solo municipal para adequar o previsto nesta Lei às peculiaridades regionais e locais. 
O disposto neste artigo limita o âmbito de abrangência da Lei de Parcelamento do Solo Urbano. Às suas regras subsume-se, tão somente, o parcelamento do solo para fins urbanos e sob as formas de loteamento e desmembramento.
Solo urbano: Aquele compreendido (encerrado) pelas zonas urbanas (áreas das cidades e das vilas) e pelas zonas de expansão urbana (área reservada para o crescimento de cidades e vilas, adjacente ou não à zona urbana), definidas por lei municipal.
CAPÍTULO I
Disposições Preliminares 
        Art. 2º - O parcelamento do solo urbano poderá ser feito mediante loteamento ou desmembramento, observadas as disposições desta Lei e as das legislações estaduais e municipais pertinentes. 
Estabelece o artigo em apreço, as formas pelas quais pode ser viabilizado o parcelamento do solopara fins urbanos. Essas formas são o loteamento e o desmembramento.
Não cuidou essa Lei do arruamento, que é a divisão de uma área ou gleba por meio de abertura de logradouros públicos e espaços livres sem qualquer subdivisão das partes resultantes. Nem havia necessidade pois o arruamento, como forma de parcelamento da gleba, não foge à disciplina porque se constitui em loteamento.
        § 1º - Considera-se loteamento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com abertura de novas vias de circulação, de logradouros públicos ou prolongamento, modificação ou ampliação das vias existentes. 
        § 2º - considera-se desmembramento a subdivisão de gleba em lotes destinados a edificação, com aproveitamento do sistema viário existente, desde que não implique na abertura de novas vias e logradouros públicos, nem no prolongamento, modificação ou amplicação dos já existentes.
        § 3º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
        § 4º Considera-se lote o terreno servido de infra-estrutura básica cujas dimensões atendam aos índices urbanísticos definidos pelo plano diretor ou lei municipal para a zona em que se situe.(Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
        § 5o  A infra-estrutura básica dos parcelamentos é constituída pelos equipamentos urbanos de escoamento das águas pluviais, iluminação pública, esgotamento sanitário, abastecimento de água potável, energia elétrica pública e domiciliar e vias de circulação. (Redação dada pela Lei nº 11.445, de 2007).
        § 6º A infra-estrutura básica dos parcelamentos situados nas zonas habitacionais declaradas por lei como de interesse social (ZHIS) consistirá, no mínimo, de: (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
        I - vias de circulação; (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
        II - escoamento das águas pluviais; (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
        III - rede para o abastecimento de água potável; e(Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
        IV - soluções para o esgotamento sanitário e para a energia elétrica domiciliar.(Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
Elementos da caracterização do Loteamento
A existência de uma gleba;
A divisão dessa gleba em lotes;
A destinação dos lotes para edificações;
A abertura de logradouro público;
Gleba: área de terra não urbanizada;
Lote: porção de terreno que tem ao menos uma frente para a via pública;
Logradouro público: espaços destinados à circulação de pessoas ou veículos, ou de ambos, ou à utilização do povo em geral. Compreende-se as ruas, travessas, alamedas, praças, estradas, vielas e avenidas, desde que não clandestinas.
        Art. 3º Somente será admitido o parcelamento do solo para fins urbanos em zonas urbanas, de expansão urbana ou de urbanização específica, assim definidas pelo plano diretor ou aprovadas por lei municipal. (NR) (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
        Parágrafo único. Não será permitido o parcelamento do solo: 
        I - em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações, antes de tomadas as providências para assegurar o      escoamento das águas; 
        II - em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejam previamente saneados; 
        III - em terreno com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento), salvo se atendidas exigências específicas das autoridades competentes; 
        IV - em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação; 
        V - em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção. 
CAPÍTULO II
Dos Requisitos Urbanísticos para Loteamento 
        Art. 4º - Os loteamentos deverão atender, pelo menos, aos seguintes requisitos: 
        I - as áreas destinadas a sistemas de circulação, a implantação de equipamento urbano e comunitário, bem como a espaços livres de uso público, serão proporcionais à densidade de ocupação prevista pelo plano diretor ou aprovada por lei municipal para a zona em que se situem. (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
        II - os lotes terão área mínima de 125 m2 (cento e vinte e cinco metros quadrados) e frente mínima de 5 (cinco) metros, salvo quando a legislação estadual ou municipal determinar maiores exigências, ou quando o loteamento se destinar a urbanização específica ou edificação de conjuntos habitacionais de interesse social, previamente aprovados pelos órgãos públicos competentes; 
       III - ao longo das águas correntes e dormentes e das faixas de domínio público das rodovias e ferrovias, será obrigatória a reserva de uma faixa não-edificável de 15 (quinze) metros de cada lado, salvo maiores exigências da legislação específica; (Redação dada pela Lei nº 10.932, de 2004)
        IV - as vias de loteamento deverão articular-se com as vias adjacentes oficiais, existentes ou projetad (as, e harmonizar-se com a topografia local. 
        § 1º A legislação municipal definirá, para cada zona em que se dívida o território do Município, os usos permitidos e os índices urbanísticos de parcelamento e ocupação do solo, que incluirão, obrigatoriamente, as áreas mínimas e máximas de lotes e os coeficientes máximos de aproveitamento. (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
        § 2º - Consideram-se comunitários os equipamentos públicos de educação, cultura, saúde, lazer e similares. 
       § 3o Se necessária, a reserva de faixa não-edificável vinculada a dutovias será exigida no âmbito do respectivo licenciamento ambiental, observados critérios e parâmetros que garantam a segurança da população e a proteção do meio ambiente, conforme estabelecido nas normas técnicas pertinentes. (Incluído pela Lei nº 10.932, de 2004)
        Art. 5º - O Poder Público competente poderá complementarmente exigir, em cada loteamento, a reserva de faixa non aedificandi destinada a equipamentos urbanos. 
        Parágrafo único. Consideram-se urbanos os equipamentos públicos de abastecimento de água, serviços de esgotos, energia elétrica, coletas de águas pluviais, rede telefônica e gás canalizado. 
CAPÍTULO III
Do Projeto de Loteamento 
        Art. 6º - Antes da elaboração do projeto de loteamento, o interessado deverá solicitar à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, que defina as diretrizes para o uso do solo, traçado dos lotes, do sistema viário, dos espaços livres e das áreas reservadas para equipamento urbano e comunitário, apresentando, para este fim, requerimento e planta do imóvel contendo, pelo menos: 
        I - as divisas da gleba a ser loteada; 
        II - as curvas de nível a distância adequada, quando exigidas por lei estadual ou municipal; 
        III - a localização dos cursos d'água, bosques e construções existentes; 
        IV - a indicação dos arruamentos contíguos a todo o perímetro, a localização das vias de comunicação, das áreas livres, dos equipamentos urbanos e comunitários, existentes no local ou em suas adjacências, com as respectivas distâncias da área a ser loteada; 
        V - o tipo de uso predominante a que o loteamento se destina; 
        VI - as características, dimensões e localização das zonas de uso contíguas. 
        Art. 7º - A Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, indicará, nas plantas apresentadas junto com o requerimento, de acordo com as diretrizes de planejamento estadual e municipal: 
        I - as ruas ou estradas existentes ou projetadas, que compõem o sistema viário da cidade e do Município relacionadas com o loteamento pretendido e a serem respeitadas; 
        II - o traçado básico do sistema viário principal; 
        III - a localização aproximada dos terrenos destinados a equipamento urbano e comunitário e das áreas livres de uso público; 
        IV - as faixas sanitárias do terreno necessárias ao escoamento das águas pluviais e as faixas não edificáveis; 
        V - a zona ou zonas de uso predominante daárea, com indicação dos usos compatíveis. 
        Parágrafo único. As diretrizes expedidas vigorarão pelo prazo máximo de quatro anos. (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
        Art. 8º Os Municípios com menos de cinqüenta mil habitantes e aqueles cujo plano diretor contiver diretrizes de urbanização para a zona em que se situe o parcelamento poderão dispensar, por lei, a fase de fixação de diretrizes previstas nos arts. 6º e 7º desta Lei. (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
        Art. 9º Orientado pelo traçado e diretrizes oficiais, quando houver, o projeto, contendo desenhos, memorial descritivo e cronograma de execução das obras com duração máxima de quatro anos, será apresentado à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal, quando for o caso, acompanhado de certidão atualizada da matrícula da gleba, expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis competente, de certidão negativa de tributos municipais e do competente instrumento de garantia, ressalvado o disposto no § 4º do art. 18. (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
        § 1º - Os desenhos conterão pelo menos: 
        I - a subdivisão das quadras em lotes, com as respectivas dimensões e numeração; 
        II - o sistema de vias com a respectiva hierarquia; 
        III - as dimensões lineares e angulares do projeto, com raios, cordas, arcos, ponto de tangência e ângulos centrais das vias; 
        IV - os perfis longitudinais, e transversais de todas as vias de circulação e praças; 
        V - a indicação dos marcos de alinhamento e nivelamento localizados nos ângulos de curvas e vias projetadas; 
        VI - a indicação em planta e perfis de todas as linhas de escoamento das águas pluviais. 
        § 2º - O memorial descritivo deverá conter, obrigatoriamente, pelo menos: 
        I - a descrição sucinta do loteamento, com as suas características e a fixação da zona ou zonas de uso predominante; 
        II - as condições urbanísticas do loteamento e as limitações que incidem sobre os lotes e suas construções, além daquelas constantes das diretrizes fixadas; 
        III - a indicação das áreas públicas que passarão ao domínio do Município no ato de registro do loteamento; 
        IV - a enumeração dos equipamentos urbanos, comunitários e dos serviços públicos ou de utilidade pública, já existentes no loteamento e adjacências. 
        § 3º Caso se constate, a qualquer tempo, que a certidão da matrícula apresentada como atual não tem mais correspondência com os registros e averbações cartorárias do tempo da sua apresentação, além das conseqüências penais cabíveis, serão consideradas insubsistentes tanto as diretrizes expedidas anteriormente, quanto as aprovações conseqüentes. (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
CAPÍTULO IV
Do Projeto de Desmembramento 
      
  Art. 10. Para a aprovação de projeto de desmembramento, o interessado apresentará requerimento à Prefeitura Municipal, ou ao Distrito Federal quando for o caso, acompanhado de certidão atualizada da matrícula da gleba, expedida pelo Cartório de Registro de Imóveis competente, ressalvado o disposto no § 4º do art. 18, e de planta do imóvel a ser desmembrado contendo:(Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
        I - a indicação das vias existentes e dos loteamentos próximos; 
        II - a indicação do tipo de uso predominante no local; 
        III - a indicação da divisão de lotes pretendida na área. 
        Art. 11. Aplicam-se ao desmembramento, no que couber, as disposições urbanísticas vigentes para as regiões em que se situem ou, na ausência destas, as disposições urbanísticas para os loteamentos. (NR) (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
        Parágrafo único. O Município, ou o Distrito Federal quando for o caso, fixará os requisitos exigíveis para a aprovação de desmembramento de lotes decorrentes de loteamento cuja destinação da área pública tenha sido inferior à mínima prevista no § 1º do art. 4º desta Lei. 
CAPÍTULO V
Da Aprovação do Projeto de Loteamento e Desmembramento 
        Art. 12 - O projeto de loteamento e desmembramento deverá ser aprovado pela Prefeitura Municipal, ou pelo Distrito Federal quando for o caso, a quem compete também a fixação das diretrizes a que aludem os artigos 6º e 7º desta Lei, salvo a exceção prevista no artigo seguinte. 
        Parágrafo único. O projeto aprovado deverá ser executado no prazo constante do cronograma de execução, sob pena de caducidade da aprovação. (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
        Art. 13. Aos Estados caberá disciplinar a aprovação pelos Municípios de loteamentos e desmembramentos nas seguintes condições: (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
        I - quando localizados em áreas de interesse especial, tais como as de proteção aos mananciais ou ao patrimônio cultural, histórico, paisagístico e arqueológico, assim definidas por legislação estadual ou federal; 
        II - quando o loteamento ou desmembramento localizar-se em área limítrofe do Município, ou que pertença a mais de um Município, nas regiões metropolitanas ou em aglomerações urbanas, definidas em lei estadual ou federal; 
        III - quando o loteamento abranger área superior a 1.000.000 m2 (um milhão de metros quadrados). 
        Parágrafo único. No caso de loteamento ou desmembramento localizado em área de Município integrante de região metropolitana, o exame e a anuência prévia à aprovação do projeto caberão à autoridade metropolitana. 
        Art. 14 - Os Estados definirão, por decreto, as áreas de proteção especial, previstas no inciso I do artigo anterior. 
        Art. 15 - Os Estados estabelecerão, por decreto, as normas a que deverão submeter-se os projetos de loteamento e desmembramento nas áreas previstas no art. 13, observadas as disposições desta Lei. 
        Parágrafo único. Na regulamentação das normas previstas neste artigo, o Estado procurará atender às exigências urbanísticas do planejamento municipal. 
        Art. 16. A lei municipal definirá os prazos para que um projeto de parcelamento apresentado seja aprovado ou rejeitado e para que as obras executadas sejam aceitas ou recusadas.(Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
        § 1º Transcorridos os prazos sem a manifestação do Poder Público, o projeto será considerado rejeitado ou as obras recusadas, assegurada a indenização por eventuais danos derivados da omissão. (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
        § 2º Nos Municípios cuja legislação for omissa, os prezes serão de noventa dias para a aprovação ou rejeição e de sessenta dias para a aceitação ou recusa fundamentada das obras de urbanização." (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
        Art. 17 - Os espaços livres de uso comum, as vias e praças, as áreas destinadas a edifícios públicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e do memorial descritivo, não poderão ter sua destinação alterada pelo loteador, desde a aprovação do loteamento, salvo as hipóteses de caducidade da licença ou desistência do loteador, sendo, neste caso, observadas as exigências do art. 23 desta Lei. 
CAPÍTULO VI
Do Registro do Loteamento e Desmembramento 
        Art. 18 - Aprovado o projeto de loteamento ou de desmembramento, o loteador deverá submetê-lo ao Registro Imobiliário dentro de 180 (cento e oitenta) dias, sob pena de caducidade da aprovação, acompanhado dos seguintes documentos: 
        I - título de propriedade do imóvel ou certidão da matrícula, ressalvado o disposto nos §§ 4º e 5º; (NR) (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
        II - histórico dos títulos de propriedade do imóvel, abrangendo os últimos 20 (vinte) anos, acompanhado dos respectivos comprovantes; 
        III - certidões negativas: 
        a) de tributos federais, estaduais e municipais incidentes sobre o imóvel; 
        b) de ações reais referentes ao imóvel, pelo período de 10 (dez) anos; 
        c) de ações penais com respeito ao crime contra o patrimônioe contra a Administração Pública; 
        IV - certidões: 
        a) dos Cartórios de Protestos de Títulos, em nome do loteador, pelo período de 10 (dez) anos; 
        b) de ações pessoais relativas ao loteador, pelo período de 10 (dez) anos; 
        c) de ônus reais relativos ao imóvel; 
        d) de ações penais contra o loteador, pelo período de 10 (dez) anos; 
        V - cópia do ato de aprovação do loteamento e comprovante do termo de verificação pela Prefeitura Municipal ou pelo Distrito Federal, da execução das obras exigidas por legislação municipal, que incluirão, no mínimo, a execução das vias de circulação do loteamento, demarcação dos lotes, quadras e logradouros e das obras de escoamento das águas pluviais ou da, aprovação de um cronograma, com a duração máxima de quatro anos, acompanhado de competente instrumento de garantia para a execução das obras; (Redação dada pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
        VI - exemplar do contrato-padrão de promessa de venda, ou de cessão ou de promessa de cessão, do qual constarão obrigatoriamente as indicações previstas no art. 26 desta Lei; 
        VII - declaração do cônjuge do requerente de que consente no registro do loteamento. 
        § 1º - Os períodos referidos nos incisos III, b e IV, a, b e d, tomarão por base a data do pedido de registro do loteamento, devendo todas elas ser extraídas em nome daqueles que, nos mencionados períodos, tenham sido titulares de direitos reais sobre o imóvel. 
        § 2º - A existência de protestos, de ações pessoais ou de ações penais, exceto as referentes a crime contra o patrimônio e contra a administração, não impedirá o registro do loteamento se o requerente comprovar que esses protestos ou ações não poderão prejudicar os adquirentes dos lotes. Se o oficial do registro de imóveis julgar insuficiente a comprovação feita, suscitará a dúvida perante o juiz competente. 
        § 3º - A declaração a que se refere o inciso VII deste artigo não dispensará o consentimento do declarante para os atos de alienação ou promessa de alienação de lotes, ou de direitos a eles relativos, que venham a ser praticados pelo seu cônjuge. 
        § 4º O título de propriedade será dispensado quando se tratar de parcelamento popular, destinado as classes de menor renda, em imóvel declaração de utilidade pública, com processo de desapropriação judicial em curso e imissão provisória na posse, desde que promovido pela União, Estados, Distrito Federal, Municípios ou suas entidades delegadas, autorizadas por lei a implantar projetos de habitação. (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
        § 5º No caso de que trata o § 4º, o pedido de registro do parcelamento, além dos documentos mencionados nos incisos V e VI deste artigo, será instruído com cópias autênticas da decisão que tenha concedido a imissão provisória na posse, do decreto de desapropriação, do comprovante de sua publicação na imprensa oficial e, quando formulado por entidades delegadas, da lei de criação e de seus atos constitutivos. (Incluído pela Lei nº 9.785, 29.1.99)
        Art. 19 - Examinada a documentação e encontrada em ordem, o oficial do registro de imóveis encaminhará comunicação à Prefeitura e fará publicar, em resumo e com pequeno desenho de localização da área, edital do pedido de registro em 3 (três) dias consecutivos, podendo este ser impugnado no prazo de 15 (quinze) dias contados da data da última publicação. 
        § 1º - Findo o prazo sem impugnação, será feito imediatamente o registro. Se houver impugnação de terceiros, o oficial do registro de imóveis intimará o requerente e a Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso, para que sobre ela se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias, sob pena de arquivamento do processo. Com tais manifestações o processo será enviado ao juiz competente para decisão. 
        § 2º - Ouvido o Ministério Público no prazo de 5 (cinco) dias, o juiz decidirá de plano ou após instrução sumária, devendo remeter ao interessado as vias ordinárias caso a matéria exija maior indagação. 
        § 3º - Nas capitais, a publicação do edital se fará no Diário Oficial do Estado e num dos jornais de circulação diária. Nos demais Municípios, a publicação se fará apenas num dos jornais locais, se houver, ou, não havendo, em jornal da região. 
        § 4º - O oficial do registro de imóveis que efetuar o registro em desacordo com as exigências desta Lei ficará sujeito a multa equivalente a 10 (dez) vezes os emolumentos regimentais fixados para o registro, na época em que for aplicada a penalidade pelo juiz corregedor do cartório, sem prejuízo das sanções penais e administrativas cabíveis. 
        § 5º - Registrado o loteamento, o oficial de registro comunicará, por certidão, o seu registro à Prefeitura. 
        Art. 20 - O registro do loteamento será feito, por extrato, no livro próprio. 
        Parágrafo único. No Registro de Imóveis far-se-á o registro do loteamento, com uma indicação para cada lote, a averbação das alterações, a abertura de ruas e praças e as áreas destinadas a espaços livres ou a equipamentos urbanos. 
        Art. 21 - Quando a área loteada estiver situada em mais de uma circunscrição imobiliária, o registro será requerido primeiramente perante aquela em que estiver localizada a maior parte da área loteada. Procedido o registro nessa circunscrição, o interessado requererá, sucessivamente, o registro do loteamento em cada uma das demais, comprovando perante cada qual o registro efetuado na anterior, até que o loteamento seja registrado em todas. Denegado o registro em qualquer das circunscrições, essa decisão será comunicada, pelo oficial do registro de imóveis, às demais para efeito de cancelamento dos registros feitos, salvo se ocorrer a hipótese prevista no § 4º deste artigo. 
        § 1º - Nenhum lote poderá situar-se em mais de uma circunscrição. 
        § 2º - É defeso ao interessado processar simultaneamente, perante diferentes circunscrições, pedidos de registro do mesmo loteamento, sendo nulos os atos praticados com infração a esta norma. 
        § 3º - Enquanto não procedidos todos os registros de que trata este artigo, considerar-se-á o loteamento como não registrado para os efeitos desta Lei. 
        § 4º - O indeferimento do registro do loteamento em uma circunscrição não determinará o cancelamento do registro procedido em outra, se o motivo do indeferimento naquela não se estender à área situada sob a competência desta, e desde que o interessado requeira a manutenção do registro obtido, submetido o remanescente do loteamento a uma aprovação prévia perante a Prefeitura Municipal, ou o Distrito Federal quando for o caso. 
        Art. 22 - Desde a data de registro do loteamento, passam a integrar o domínio do Município as vias e praças, os espaços, livres e as áreas destinadas a edifícios públicos e outros equipamentos urbanos, constantes do projeto e do memorial descritivo. 
        Art. 23 - O registro do loteamento só poderá ser cancelado: 
        I - por decisão judicial; 
        II - a requerimento do loteador, com anuência da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso, enquanto nenhum lote houver sido objeto de contrato; 
        III - a requerimento conjunto do loteador e de todos os adquirentes de lotes, com anuência da Prefeitura, ou do Distrito Federal quando for o caso, e do Estado. 
        § 1º - A Prefeitura e o Estado só poderão se opor ao cancelamento se disto resultar inconveniente comprovado para o desenvolvimento urbano ou se já se tiver realizado qualquer melhoramento na área loteada ou adjacências. 
        § 2º - Nas hipóteses dos incisos II e III, o oficial do registro de imóveis fará publicar, em resumo, edital do pedido de cancelamento, podendo este ser impugnado no prazo de 30 (trinta) dias contados da data da última publicação. Findo esse prazo, com ou sem impugnação, o processo será remetido ao juiz competente para homologação do pedido de cancelamento,

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