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GeoprocessamentoCartoSR- processamentos de dados espaciais e informações geodésicas

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Processamento de dados espaciais e informações geodésicas Página 1 de 38 
Professor Érico Francisco Innocente. Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE 
 
 
 
 
 
 
 
ESCOLA TÉCNICA VASCO ANTONIO VENCHIARUTTI 
 
 
CURSO TÉCNICO EM AGRIMENSURA 
 
 
 
Disciplina 
 
Processamento de dados espaciais e informações geodésicas 
 
Geoprocessamento 
 
 
Professor Ms Erico Francisco Innocente 
 
 
 
 
 
 
Jundiaí – Julho de 2012 
 
Processamento de dados espaciais e informações geodésicas Página 2 de 38 
Professor Érico Francisco Innocente. Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE 
 
 
GEOPROCESSAMENTO 
 
A geoinformação implica na utilização de computadores como aparelhos de representação de 
dados espacialmente referenciados. 
A ciência da geoinformação é o estudo e a implementação de diferentes formas de 
representação computacional do espaço geográfico. 
A palavra geoprocessamento pode ser traduzida como disciplina do conhecimento que utiliza 
técnicas matemáticas e computacionais para o tratamento da informação geográfica. Abrange outras 
áreas tais como: cartografia, geodésia, recursos naturais, transportes, comunicações e planejamento 
Urbano. 
Geoprocessamento trata-se então de uma tecnologia interdisciplinar, que permite a convergência 
de diferentes disciplinas científicas para o estudo de fenômenos ambientais e urbanos. Reúne conceitos, 
técnicas e métodos processando, eletronicamente, dados relativos a registros de fatos 
georreferenciados, analisando suas características e relações geográficas para produzir informação 
ambiental. 
Portanto geoprocessamento é o processamento informatizado de dados georreferenciados, 
valendo-se de programas (software) de computador que viabilizam a analise/uso de dados cartográficos 
(plantas, cartas e mapas) associando informações com coordenadas inerentes aos sistemas geodésicos 
e de projeções cartográficas utilizadas. 
As ferramentas computacionais que possibilitam o geoprocessamento são chamadas de Sistema 
de Informação Geográfica – SIG ou Geographic Information System – GIS. São algoritmos e estruturas 
de dados aplicados para manipulação/tratamento de dados geográficos e respectivo armazenamento, 
resultado de conversão dos conceitos de cada área de ciência abrangida. Possibilita facilitar e 
automatizar a produção de documentos (peças técnicas) cartográficos, assim como, realizar análises 
complexas ao interagir e efetuar cruzamento de dados de fontes diversas. 
1. SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GEOGRÁFICA 
 
No final do século XX evidenciou-se a era do gerenciamento disciplinado de informações. As 
inter-relações entre as organizações sociais e a própria sociedade em si mesma estão se tornando cada 
dia mais complexas, e os mecanismos de coexistência harmoniosa com o planeta Terra são 
frequentemente questionados, independentemente do grau de desenvolvimento da sociedade e do 
posicionamento geográfico do país. 
Os Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) são usualmente aceitos como sendo uma 
tecnologia que possui o ferramental necessário para realizar análises com dados espaciais e, portanto, 
oferece, ao ser implementada, alternativas para o entendimento da ocupação e utilização do meio físico, 
compondo o chamado universo da Geotecnologia, ao lado do Processamento Digital de Imagens (PDI) e 
da Geoestatística. 
A descrição de fatos relacionados ao meio físico, coletado ao longo de vários anos, e o 
aparecimento da computação gráfica levou cientistas e pesquisadores a formatarem os Sistemas de 
Informação Geográfica e Informações Georreferenciadas. 
Georreferenciar significa referir um empreendimento a um sistema geodésico. 
E realmente expressiva a constatação de que a comunidade envolvida com SIG foi contemplada 
com um aumento substancial de estudiosos e pesquisadores a partir da década de 80. Em paralelo, 
pesquisas e programas de treinamento foram implementados em universidades e empresas em 
numerosos países, atendendo aos mais diversos objetivos. Novas aplicações foram encontradas. 
E muito importante ressaltar que a utilização dos SIGs não garante a certeza e a segurança de 
que o produto final corresponda a alternativas de soluções corretas. Se, por acaso, não houver um 
controle da qualidade do banco de dados, isto é, se este for impreciso e/ou cheio de erros, o resultado 
final será um mapa talvez extremamente colorido, capaz de impressionar, mas, na prática, nada mais 
será que um mapa sem significado, impróprio para uso. 
1.1. Dados espaciais 
Os fenômenos relacionados ao mundo real podem ser descritos de três maneiras: espacial, 
temporal e temática. 
Espacial quando a variação muda de lugar para lugar (declividade, altitude, profundidade do 
solo); temporal quando a variação muda com o tempo (densidade demográfica, ocupação do solo) e 
temática quando as variações são detectadas através de mudanças de características (geologia, 
cobertura vegetal). 
 
Processamento de dados espaciais e informações geodésicas Página 3 de 38 
Professor Érico Fran : tituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE 
 
cisco Innocente. Fonte Ins
 exe Brasil é de
ção pa que represente os estados será
ܴ ൌ ඨ
áݎ݁ܽ
݊ú݉݁ݎ݋ ݀݁ ݋ܾݏ݁ݎݒܽçõ݁ݏ
 
Estas três maneiras de se observar os fenômenos que ocorrem na superfície da terra são, 
coletivamente, denominadas dados espaciais (Sinton, 1978). 
As descrições dos fenômenos relacionados ao mundo real podem ser arquivadas ora como 
dados, ora como informações. A diferença fundamental entre dado e informação é que o primeiro 
corresponde a um conjunto de valores numéricos ou não que corresponde à descrição de fatos do 
mundo real, enquanto a informação é um conjunto de dados que possui um determinado significado para 
um uso ou aplicação em particular, ou seja, foi agregado ao dado um componente adicional, a 
interpretação. 
Primeiramente, é indispensável que examinemos o caráter peculiar dos dados espaciais. Um dos 
fatores que distingue os dados espaciais dos demais é o fato de que eles, de uma maneira geral, são 
relacionados a superfícies contínuas, como, por exemplo, a superfície topográfica, a variação de 
temperatura, a pressão etc., e cada ponto contêm as coordenadas X, Y, Z, podendo ter precisão 
ilimitada. 
Outra particularidade é a sua dependência espacial, ou seja, a tendência da vizinhança 
influenciar uma determinada localização e possuir atributos similares. Os dados espaciais estão 
distribuídos sobre a superfície curva da Terra. Embora nós tenhamos desenvolvido uma extensa 
tecnologia de projeções de mapas, existe conhecimento de métodos de análises de dados sobre uma 
esfera e de como modelar processos sobre sua superfície curva. 
A realidade espacial é contínua e sujeita a estruturas complexas de dependência espacial. 
Generalizações, abstrações e aproximações, aparecem quando os dados são coletados, interpretados 
ou compilados. 
A definição apropriada para dados espaciais é que são elementos definidos pelas variáveis x, y e 
z, possuem localização no espaço e estão relacionados a determinados Sistemas de Coordenadas, 
como, por exemplo, a Projeção de Mercator, longitude-latitude, e que a eles podem estar associadas 
infinitas características ou atributos. Assim, a um determinado dado espacial podem estar relacionado, 
por exemplo, temperatura, tipo de rocha, solo, vegetação, porosidade, profundidade, ou seja, um número 
infinito de variáveis. 
Os objetos ou condições do mundo real podem ser representados por pontos, nós, linhas ou 
arcos, cadeias e polígonos. 
Estes objetos ou condições são coletivamente denominados dados espaciais. 
Ponto é um dado espacial que não possui área,é representado por um único par de 
coordenadas e pode representar uma determinada árvore, uma fonte ou uma temperatura. 
Linha ou arco é um dado espacial formado por uma sequência de pontos conectados, por 
exemplo, estradas e rios. 
Nós correspondem ao início ou fim de uma linha, ou à representação do cruzamento de duas ou 
mais linhas, como, por exemplo, foz de rios ou cruzamento de estradas. 
Cadeias representam um tipo especial de linhas que correspondem aos segmentos lineares que 
definem os limites entre polígonos, ou seja, uma linha que é compartilhada por dois polígonos, como, por 
exemplo, os limites entre municípios ou fazendas. 
Polígonos são áreas definidas por uma sequência de linhas que não se cruzam e se encontram 
em um nó, como, por exemplo, uma unidade litológica ou uma área de ocorrência de determinado tipo de 
solo. 
Estes dados espaciais são representados em mapa, em dimensões mais reduzidas que aquelas 
existentes no mundo real. Para que estas entidades espaciais reproduzam a realidade, em termos de 
dimensões, introduziu-se o conceito de escala. 
A escala representa a razão entre o comprimento ou área apresentada em mapa e o verdadeiro 
comprimento ou área existente na superfície da terra. Países adotam diferentes escalas para os seus 
produtos cartográficos. 
No Brasil, usa-se mais frequentemente escalas de 1:100.000, 1:50.000 e 1:25.000. Nos Estados 
Unidos, as escalas mais encontradas são 1:100.000, 1:62.500 e 1:24.000. A Grã-Bretanha está toda 
coberta por produtos nas escalas 1:1250 e 1:10.000. 
Outro conceito muito importante a ser fixado quando se trabalha com dados espaciais é a 
resolução espacial. 
Resolução espacial de dados georreferenciados é o conteúdo do domínio geométrico dividido 
pelo número de observações, normalizadas pela dimensão espacial. O domínio geométrico representa a 
área coberta pelas observações. Por mplo, se a área do , aproximadamente, 8.5 milhões 
de km2 e existem 26 estados, a resolu de um ma : 
׵ ܴ ൌ ඨ
8.500.000
26
ൌ 571,77187 
Processamento de dados espaciais e informações geodésicas Página 4 de 38 
Professor Érico Francisco Innocente. Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE 
 
 
ou seja, 572 km. Se nós aumentarmos o número de observações, por exemplo, se levarmos em 
consideração o número de municípios, no caso brasileiro nós temos 5.022 (dados de 1996), a resolução 
média será 41 m. 
A alta resolução está associada à maior discriminação dos elementos, portanto a um número 
maior de observações. E, ao contrário, a baixa resolução está associada a uma pobre discriminação dos 
elementos, estando associada a um número menor de observações. 
Estes dados espaciais, em diferentes escalas e resoluções, podem ser codificados em 
representações analógicas ou representações digitais. 
A representação analógica é a disposição das entidades espaciais em papel, enquanto a 
representação digital é a codificação das entidades espaciais em linguagem binária, portanto em formato 
adequado para serem armazenadas em computadores. 
Estes dados espaciais modelados em um ambiente de SIG, ou seja, em meio digital, podem ser 
expressos em seis diferentes tipos de arquiteturas: 
• um mapa, no qual cada unidade fundamental define o valor médio do campo dentro da unidade 
fundamental (ex.: uma cena de imagem de satélite); 
• um mapa com pontos de amostras regularmente espaçadas (ex.: modelo digital de terreno); 
• um conjunto de polígonos não superpostos, cada um definindo uma classe (ex.: mapa 
geológico); 
• um conjunto de amostras de pontos irregularmente espaçados (ex.: mapas de amostragem 
geoquímica); 
• um conjunto de linhas e isolinhas (ex.: mapa de curvas de nível, estradas, rios); 
• um conjunto de triângulos não superpostos, no qual cada um assume uma elevação aproximada 
(ex.: rede de triângulos irregulares — TIN — triangular irregular network). 
Os dados espaciais codificados em mapas analógicos necessitam de procedimentos especiais 
para serem transformados em dados digitais. Os processos envolvidos na transformação de dados 
analógicos em digitais são, coletivamente, conhecidos como captura de dados. 
Embora o uso do scanner na captura de dados tenha alcançado resultados satisfatórios, o 
problema ainda continua na dependência da qualidade dos mapas originais e na ambiguidade existente 
em certos aspectos da arte de desenhar mapas. Devido a essas peculiaridades, a captura de dados 
espaciais via digitação manual é ainda amplamente usada. 
Duas tendências de mudança podem ser identificadas. 
Primeiramente, deve ser evitada a entrada de mapas originais como um degrau indispensável na 
análise de dados e processos de entrada: dados espaciais, como, por exemplo, a geologia, a vegetação 
e o solo, seriam recolhidos a partir de anotações digitais. 
A outra tendência são mudanças na arte de desenhar mapas, nos processos de scanner e na 
interpretação dos mapas. 
Como os dados espaciais correspondem sempre a uma generalização ou aproximação da 
realidade, eles contêm incertezas e imprecisões. Dessa forma, os estudos das incertezas dos dados 
espaciais, suas medidas, modelamento e a análise da propagação dos erros através da manipulação 
dos dados espaciais são sem dúvida horizontes de pesquisa bastante atuais dentro de um ambiente de 
SIG. 
As fontes dos dados espaciais podem ser consideradas como primárias e secundárias. 
As primárias correspondem àquelas medidas diretamente coletadas no campo. 
A densidade da coleta das informações determina a resolução espacial do dado, assim, os 
dados coletados a cada 2 km deixam de representar qualquer fenomenologia que esteja localizada em 
intervalo menor que 2 km, em outras palavras, se estivermos medindo o comprimento de um rio com 
estações fixas de 20 m, os segmentos curvilíneos menores que 20 m não serão representados. 
As fontes secundárias são aquelas derivadas de mapas e banco de dados preexistentes. 
Perguntas podem surgir: 
como deve ser estimada a representação precisa da variação geográfica para fazer parte de um 
banco de dados? 
Como deve ser representada a incerteza ou imprecisão presente na representação digital? 
Como pode a incerteza ser propagada, no banco de dados, nos produtos derivados da utilização 
dos SIGs? 
Estas perguntas devem, certamente, fazer parte de um menu de investigações sistemáticas. 
Uma proposta que se coloca como capaz de subsidiar as respostas às questões acima formuladas é 
incorporação das técnicas da geoestatística nos SIGs, especialmente a krigagem, como base estatística 
para tornar as imprecisões explícitas. 
O modelamento dos dados espaciais é feito através de lógicas estruturações, que são usadas 
para representar variações geográficas em banco de dados digitais. 
Processamento de dados espaciais e informações geodésicas Página 5 de 38 
Professor Érico Francisco Innocente. Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE 
 
 
Como cada estruturação é uma aproximação da realidade, a escolha entre modelos alternativos 
pode limitar não só as funções disponíveis, como também a precisão dos produtos resultantes. 
Em um primeiro momento, os especialistas em SIG discutiam qual a melhor maneira para 
representar os dados espaciais, se usando a representação vetorial, segundo a qual a unidade 
fundamental é um par de coordenadas x, y, ou a representação matricial ou raster, segundo a qual a 
unidade fundamental é um polígono regular, geralmente um quadrado denominado pixel. 
O debate acerca de dados raster e vetorial foi em princípio entusiástico. No momento, as 
atenções estão voltadas para outros focos de interesse: níveis temáticos, a filosofia de banco de dados 
orientado ao objeto, modelo hierárquico de objetos complexos, a possibilidade inerente da dependênciado tempo, modelamento em três dimensões, a incorporação da inteligência artificial na análise dos dados 
espaciais e o uso intensivo de álgebra não cumulativa. 
A visão das representações gráficas dos dados espaciais no monitor tem sido frequentemente 
criticada por apresentar falhas com relação aos princípios dos desenhos cartográficos, ou por tornar o 
mapa um simples armazenamento de informações, ao invés de ser uma ferramenta de comunicação. Ou 
seja, se o banco de dados é preciso, o mapa é a representação gráfica deste banco de dados. Por outro 
lado, se o banco de dados é meramente uma aproximação da verdade geográfica, o resultado gráfico é 
uma visão parcial do problema. 
A tecnologia dos SIGs está produzindo mudanças radicais na forma como os dados espaciais 
são coletados, manipulados e analisados. 
As sociedades estão ficando cada vez mais desejosas de gerenciar as informações através de 
uma perspectiva geográfica. 
A tecnologia é a ciência dos meios e a geotecnologia é a arte e a técnica de estudar a superfície 
da terra e adaptar as informações às necessidades dos meios físicos, químicos e biológicos. Fazem 
parte da geotecnologia o Processamento Digital de Imagens (PDI), a Geoestatística e os SIGs. 
1.2. Os suportes dos SIGs 
Os SIGs são realmente uma convergência de campos tecnológicos e disciplinas tradicionais. Em 
cada simulação ou modelamento, aparecem alguma das técnicas que servem de base para a 
implementação de SIG. 
Os SIGs, para atenderem às expectativas dos usuários e à demanda da sociedade, necessitam 
do apoio de vários campos do conhecimento humano. São eles: ciência da computação, gerenciamento 
das informações, cartografia, geodésia, fotogrametria, topografia, processamento digital de imagens e 
geografia. 
A ciência da computação fornece os meios para capturar, manipular, armazenar e exibir os 
dados, sejam eles espaciais ou não. A computação reúne em um todo, os equipamentos, o 
desenvolvimento de aplicativos, a capacidade de processamento da máquina e a linguagem de 
programação. 
Os aplicativos estão cada vez mais complexos e a satisfação dos usuários é atendida nos seus 
detalhes com esforço intelectual cada vez menor. 
O gerenciamento de informações é, atualmente, capaz de manipular banco de dados de grandes 
proporções, guardando o código de lógica e as relações matemáticas que, os unem. A tecnologia de 
banco de dados está em contínua transformação e estruturas hierárquica, redes, relacional e orientada 
ao objeto, mantém a conectividade e o relacionamento entre os dados. 
A cartografia é o conjunto de operações científicas, artísticas e técnicas produzidas a partir de 
resultados de observações diretas ou de explorações de documentação, tendo em vista a elaboração de 
cartas e plantas. 
Originalmente, mapas foram usados para descrever lugares distantes como uma ajuda para 
navegação e estratégias militares. O mapa mais antigo de que se tem notícia, o de Ga-Sur, feito na 
Babilônia, era um tablete de argila cozida com tamanho de 7 cm x 8 cm, datado aproximadamente de 
2400 a 2200 a.C. Representa um vale, presumivelmente o do rio Eufrates, e foi concebido para resolver 
problemas militares. 
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, mapa é a "representação gráfica 
em geral, em superfície plana, numa determinada escala, com a representação de acidentes físicos e 
culturais da superfície da Terra, de um planeta ou de um satélite". 
Cartas são a "representação dos aspectos naturais e artificiais da Terra, destinadas a fins 
práticos da atividade humana, permitindo a avaliação precisa de distâncias, direções e localizações. 
Geralmente possuem escalas médias a grandes de uma parte da superfície da Terra, 
subdividida em folhas, de forma sistemática, obedecido um padrão nacional ou internacional. Nos países 
de língua inglesa, há uma nítida distinção entre carta e mapa. 
 
 
Processamento de dados espaciais e informações geodésicas Página 6 de 38 
Professor Érico Francisco Innocente. Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE 
 
 
No Brasil, há uma certa tendência em empregar o termo mapa quando se trata de um 
documento mais simples e, ao contrário, quando o documento for mais complexo, recebe o nome de 
carta (Rosa e Brito, 1996). 
Na matemática, o conceito de mapa é frequentemente utilizado para conduzir a noção de 
transferência de informações. Mapas são aqui definidos como sendo expressões pictóricas muito 
particulares, ao mesmo tempo em que expressam geografias, escondem as relações diretas das 
localizações das feições e eventos do mundo real. 
A identificação precisa dos objetos a serem mapeados e/ou cartografados (unidades 
taxionômicas) e suas definições (taxionomia) são problemas de especialistas. O nível taxionômico a ser 
adotado em um mapa deve ser adaptado à escala do próprio mapa. No presente texto, não faremos a 
distinção entre cartas e mapas, pois tanto no ambiente universitário como no empresarial não há uma 
diferença nítida. 
No tempo dos romanos, os agrimensores participavam como um importante segmento de poder 
no governo. Com o declínio do Império romano, aconteceu simultaneamente o declínio dos 
levantamentos topográficos e da confecção de mapas. Somente no século XVIII, a civilização européia 
retomou a realização de mapeamentos sistemáticos, quando corporações governamentais foram 
instadas a produzir mapas topográficos em vários países. Como o poder da Europa cresceu 
globalmente, sua influência em termos de ideias e métodos de confecção de mapas deixou marcas ainda 
hoje presentes na cartografia clássica. 
Para a produção de mapas, alguns requisitos são indispensáveis: 
• deve-se selecionar algumas feições do mundo real e incluí-las em grupos, por exemplo, 
pontes, museus e autoestradas; 
• deve-se simplificar as linhas irregulares, tais como as linhas de costa; 
• deve-se exagerar determinadas feições para que efetivamente possam ser incluídas, 
embora sejam pequenas, e serem representadas no mapa, a exemplo da localização de 
fontes em mapas na escala 1:100.000. 
• deve-se definir símbolos que possam representar as diferentes classes das feições 
escolhidas, como, por exemplo, a representação da diversidade de determinada 
cobertura vegetal. 
No século XIX, apareceram os mapas específicos, mapas de solos, de rochas etc., que possuem 
características determinadas, sendo distintos dos mapas topográficos. Os mapas específicos são 
denominados mapas temáticos, pois contêm informações acerca de um único tema. O tema pode ser 
qualitativo, como, por exemplo, classes de uso de solo. Pode ser quantitativo, como profundidade do 
lençol freático, espessura de solos etc. Informações qualitativas e quantitativas podem ser expressas em 
mapas, por exemplo, mapas de solo mostrando o resultado da produção agrícola, e são chamados 
mapas politemáticos. 
Todos os mapas apresentam determinadas características comuns. Usualmente, estão fora do 
contexto histórico atual, sempre representam uma situação estática e muitas vezes prevalece a questão 
artística. 
Os mapas podem responder facilmente questões tais como: 
• onde estou, 
• como atingir um determinado endereço, 
• qual o significado desta área ou símbolo. 
Os mapas, entretanto, dificilmente podem responder questões relacionadas a estimativas de 
áreas, perímetros, estatísticas, sem que um certo tempo seja envolvido para atender a uma demanda 
específica, e com emprego de equipamento especial. 
Órgãos da Segurança Nacional, como o EMFA (Estado Maior das Forças Armadas), DSG 
(Diretoria do Serviço Geográfico), IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), estabelecem os 
regulamentos para a cartografia nacional que são aprovados pelo Presidente da República. 
Existem dezenas de decretos, portarias, resoluções e emendas relativasà legislação 
cartográfica, os principais são citados abaixo: 
• Decreto-lei 243, de 28/2/1967: fixa as diretrizes básicas da Cartografia Brasileira, 
estabelece o Sistema Cartográfico Nacional (SCN), cria a Comissão de Cartografia 
(COCAR) e normaliza a Cartografia Sistemática. 
• Decreto 71.267, de 25/10/1972: regulamenta as atividades dos aerolevantamentos. 
Portaria 02, FA 10220, de 12/12/1972: formaliza as instruções reguladoras dos 
aerolevantamentos, habilitação e classificação de empresas, guarda, conservação e 
utilização dos originais cartográficos. 
• Resolução PR 22, de 21/7/1983: especifica as normas gerais para levantamentos 
geodésicos. 
Processamento de dados espaciais e informações geodésicas Página 7 de 38 
Professor Érico Francisco Innocente. Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE 
 
 
• Decreto-lei 89.817, de 1984: formaliza as instruções reguladoras das normas técnicas da 
cartografia brasileira, cria os Padrões de Exatidão Cartográfica (PEC). 
• Resolução PR 23, de 21/2/1989: altera a PR 22, normalizando a utilização de Sistemas 
de Posicionamento Global. 
A forma tradicional de armazenar mapas nas chamadas mapotecas varia desde aquelas que 
preservam a forma original do produto, evitando quaisquer formas de deformação, portanto mantendo a 
estabilidade do produto, até aquelas em que o produto é dobrado para atender às especificações do 
arquivo. 
 Naturalmente, as mapotecas tradicionais têm cedido lugar para as mapotecas digitais, pois, 
além de preservarem as informações por muito mais tempo, as atualizações são muito mais fáceis de 
serem executadas. 
A geodésia, sendo uma filial da matemática aplicada, observa e mede a forma e o tamanho do 
planeta Terra ou parte dele e determina a exata localização dos pontos sobre a sua superfície. 
Fotogrametria é a ciência que produz medidas confiáveis através da fotografia, normalmente aérea, 
sendo utilizada em levantamentos e mapeamentos. Topografia corresponde a uma outra filial da 
matemática aplicada, que fornece técnicas para determinar a área de qualquer porção da superfície 
terrestre, além de comprimento e direção de linhas e o contorno de superfícies. 
Nos últimos 20 anos, o conhecimento sobre a forma da Terra tem melhorado significativamente 
em virtude do desenvolvimento de programas militares. 
A aplicação civil do programa espacial militar NAVSTAR (Navigation Satellite with Timing and 
Ranging) proporcionou o desenvolvimento do Sistema de Posicionamento Global (GPS), que, usando 
uma constelação de satélites artificiais, em número de 24, pode gerar uma posição na terra com uma 
precisão até menor que 1 cm para as coordenadas geográficas. 
O sensoriamento remoto é uma tecnologia que obtém medidas de um objeto sem tocá-lo 
fisicamente e oferece um vasto arsenal de produtos caracterizados por imagens de diferentes resoluções 
espaciais e espectrais. 
O Processamento Digital de Imagens (PDI) é um conjunto de técnicas que tem como objetivos 
principais remover os vários tipos de degradações e distorções inerentes aos processos de aquisição, 
transmissão e visualização das imagens coletadas, facilitando a extração de informações. 
O estudo da distribuição dos dados espaciais começou de forma qualitativa. O primeiro objetivo 
de muitos levantamentos era inventariar, ou seja, observar, classificar e registrar. Evidentemente, 
métodos qualitativos de classificação e mapeamento inevitavelmente geraram grande quantidade de 
dados, na maioria relacionados aos levantamentos do meio físico. 
Descrições quantitativas eram dificultadas, principalmente, pelo grande volume de dados. Além 
do mais, não existiam ferramentas matemáticas apropriadas para descrever quantitativamente grandes 
variações espaciais. 
O uso de dados espaciais não está restrito aos cientistas que tratam do meio físico. Planejadores 
urbanos necessitam de informações detalhadas sobre a distribuição de terra e recursos nas cidades. Os 
Técnicos necessitam planejar estradas, canais e barragens e estimar o custo de remoção de terra. 
Os governos precisam saber a distribuição espacial dos hospitais, das escolas, da segurança. O 
departamento de polícia precisa saber os níveis de segurança das cidades. A enorme quantidade de 
infra-estrutura, como água, gás, eletricidade, telefonia, esgoto e lixo, necessita ser registrada e 
gerenciada. 
A vigilância sanitária pode ser gerenciada através do uso de geografia em processos 
epidemiológicos, como foi utilizada na Inglaterra no século XIX. Em muitas outras áreas do 
conhecimento humano, os SIGs, têm uma participação importante, oferecendo uma cesta de alternativas 
de soluções. 
A geografia neste estudo será entendida como a ciência que engloba todas as disciplinas que 
estudam um ou mais objetos ou fenômenos em particular (biologia, botânica, geologia), que observam 
coisas através do tempo (como história) e que observam características dentro de seus contextos 
espaciais. 
Essencialmente, os mapas desenhados à mão simplesmente representam uma visão rápida de 
um determinado profissional, em uma determinada disciplina, em um certo momento histórico. O 
surgimento de novas tecnologias está normalmente associado à definição das nomenclaturas e notações 
adequadas. Igualmente abrangente é a definição de forma mais clara possível, da área de atuação da 
tecnologia e, naturalmente, sua terminologia. 
Sistema é o conjunto de elementos entre os quais haja alguma relação. Um exemplo de sistema 
é o ônibus, pois todos os componentes atuam juntos para proporcionar um meio de transporte ágil e 
seguro. 
Informações correspondem à derivação da interpretação de dados, os quais são representações 
simbólicas de certas características. 
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Um sistema de informações é uma cadeia de operações que nos remete a planejar a observação 
e a coleção de dados, para armazená-los, analisá-los e usar as informações derivadas em algum 
processo de tomada de decisão. 
São inúmeras as aplicações de SIG. Em cidades densamente povoadas, a rede viária pode ser 
administrada via SIG, fornecendo informações sobre rotas mais adequadas para atender a situações de 
emergência, planejamento de planos de evacuação, associações entre pessoas físicas ou jurídicas e 
endereços. 
Em termos de recursos naturais, os SIGs podem servir como instrumento para planejamento de 
áreas de lazer, proteção ambiental, gerenciamento de reservatórios, estudos de impactos sobre o meio 
ambiente. 
Em termos do gerenciamento da geografia político-administrativa, os SIGs facilitam o 
estabelecimento de zoneamento, o gerenciamento da qualidade de água, a aquisição de terras e o 
controle da cobrança de impostos. A seguir, apresentamos uma série das principais definições de SIG. 
1.3. Definição de SIG 
Definições encontradas na literatura sobre SIG: 
Ozemoy, Smith e Sicherman (1981): "um elenco de funções automáticas que fornece aos 
profissionais, com avançada capacidade, o armazenamento, recuperação, manipulação e exibição de 
dados geograficamente localizados." 
Burrough (1986): "um poderoso elenco de ferramentas para colecionar, armazenar, recuperar, 
transformar e exibir dados espaciais referenciados ao mundo real." 
Devine e Field (1986): "uma forma de sistemas de gerenciamento de informações que permite 
exibir mapas de informações gerais." 
Opershaw (1987): "um sistema basicamente concernido em mais descrever a Terra do que 
analisá-la. Ou, se preferir, é a tradicional geografia do século XIX reinventada e vestida com a tecnologia 
digital do século XX." 
DOE - Department of Environment (1987): "um sistema para capturar,armazenar, checar, 
manipular, analisar e exibir dados, os quais são espacialmente referenciados à terra." 
Parker (1988): "uma tecnologia de informações que armazena, analisa e exibe tanto dados 
espaciais, quanto dados não espaciais." 
Cowen (1988): "um sistema que garante decisões envolvendo a integração de dados 
referenciados espacialmente em um ambiente específico." 
Ficc - Federal Interagency Coordinating Committee (1988): "um sistema combinado de 
computadores (equipamentos e aplicativos) e procedimentos, configurados para capturar, gerenciar, 
manipular, analisar, modelar e exibir dados espacialmente referenciados, para resolver problemas 
complexos de planejamento e gerenciamento." 
Parent (1988): "um sistema que contém dados espacialmente referenciados que podem ser 
analisados e convertidos em informações para uso em um conjunto específico de finalidades. A 
característica principal de um SIG é analisar dados para gerar novas informações." 
Hanigan (1988): "um SIG é qualquer sistema de gerenciamento de informações capaz de: 
coletar, armazenar e recuperar informações baseadas nas suas localizações espaciais; identificar locais 
dentro de um ambiente que tenha sido selecionado a partir de determinados critérios; explorar relações 
entre os dados de um certo ambiente; analisar os dados espaciais para subsidiar os critérios de 
formulação de decisões; facilitar a exportação de modelos analíticos capazes de avaliar alternativas de 
impactos no meio ambiente; exibir e selecionar áreas, tanto graficamente como numericamente, antes 
e/ou depois das análises." 
Aronoff (1989): "qualquer conjunto de procedimentos manual ou computacional usado para 
armazenar e manipular dados geograficamente referenciados." 
Carter (1989): "uma entidade institucional, refletindo uma estrutura organizacional que integra a 
tecnologia com um banco de dados, especialistas e um contínuo suporte financeiro." 
Koshkariov, Tikunov e Trokimov (1989): "um sistema com capacitação avançada de 
geomodelamento." 
Star e Estes (1990): "um sistema que surgiu como um meio de reunir e analisar diversos dados 
espaciais." 
Goodchild (1991): "é um banco de dados contendo uma discreta representação da realidade 
geográfica na forma estática de objetos geométricos, em duas dimensões, com seus atributos ou dados 
não espaciais associados, com uma funcionalidade grandemente limitada pelas operações geométricas 
primitivas para criar novos objetos ou para computar as relações entre objetos, ou para simples 
interrogações e descrições sumárias." 
 
 
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Como podemos perceber, temos definições que limitam os SIGs em termos puramente 
tecnológicos e com visão bastante restrita (DOE, 1987), e aquelas com grande abrangência (Cárter, 
1989; Goodchild, 1991). Há definições que contemplam várias entidades: equipamentos (hardware), 
aplicativos (software), banco de dados e infra-estrutura. 
Todas estas definições aqui apresentadas têm vários pontos comuns que, quando analisadas 
em conjunto, possibilitam esboçar uma definição mais completa para SIG, ou seja: 
• os SIGs necessitam usar o meio digital, portanto o uso intensivo da informática é 
imprescindível; 
• deve existir uma base de dados integrada, estes dados precisam estar 
georreferenciados e com controle de erro; 
• devem conter funções de análises destes dados que variem de álgebra cumulativa 
(operações tipo soma, subtração, multiplicação, divisão etc.) até álgebra não cumulativa 
(operações lógicas). 
 
1.4. Interdisciplinaridade entre SIG, CADD, SGBD, SMDE e SR 
As relações entre SIG e Projetos de Desenhos Assistidos por Computador (Computer-Aided 
Draft and Design — CADD), cartografia computacional, sensoriamento remoto e gerenciamento de 
banco de dados estão bem demarcadas. 
O CADD foi concebido para desenhar objetos e possui ligações rudimentares com banco de 
dados, além de trabalhar, relativamente, com pouca quantidade de dados (Newell e Theriault, 1990). 
 
Os sistemas de cartografia computacional enfocam a recuperação de dados, classificação e 
simbolização automática (Cowen, 1988), sendo o objetivo fundamental a exibição de dados ao invés de 
análise. Estes sistemas usam simples estrutura de dados, os quais possuem poucas informações sobre 
topologia. 
Sistemas de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD) são aplicativos otimizados para 
armazenar e recuperar dados não gráficos. Eles possuem capacidade limitada de recuperação, exibição 
dos dados e operações analíticas. 
Os SGBDS são programas especializados em processar informações numéricas e textuais, 
embora também possam armazenar gráficos, sons e imagens. Sensoriamento remoto é definido como 
um conjunto de técnicas que tem como objetivo específico medir características físicas de um objeto sem 
tocá-lo. 
Os Sistemas de Modelos Digital de Elevação (SMDE) representam os dados espaciais de forma 
contínua em um espaço geográfico determinado. 
Atualmente, as três vertentes principais de concepção de SIG podem ser sistematizadas em: 
• processamento de mapas; 
• banco de dados; 
• análises espaciais. 
No caso de SIGs voltados para processamento de mapas, cada elenco de informações é 
representado em mapa, nível ou tema, que é denominado de Plano de Informação (PI) e é manipulado, 
em seu coletivo, por determinadas funções para a produção de um produto cartográfico bastante 
sofisticado. 
A vertente fundamentada em banco de dados enfatiza a importância de uma base de dados bem 
desenhada: um sofisticado banco de dados é visto como parte integral de um SIG. Normalmente, esta é 
a vertente que tem como pano de fundo a ciência computacional. Na maioria das vezes, as aplicações 
dizem respeito a interrogações e suas respectivas respostas. 
A terceira vertente é aquela referente à análise espacial, ou seja, o modelamento, a simulação, 
na qual os SIGs são vistos como uma ciência da informação espacial. Este é o campo mais fértil e que 
diferencia os SIGs dos demais sistemas. 
Os elementos básicos de um SIG são: os equipamentos (hardware), os aplicativos (software), o 
pessoal especializado (peopleware) e o banco de dados (dataware). Em termos de equipamentos, a 
tendência dos anos 90 aponta na direção de estações de trabalho com o sistema operacional UNIX e o 
uso misto de PC e periféricos para entrada e saída de dados. 
Os aplicativos têm sido gerados a partir de três vertentes: processamento de arquivos, híbrido e 
expansão gráfica. No processamento de arquivos, cada elenco de dados e funções é armazenado como 
um arquivo separado, e todos são ligados durante operações analíticas. Exemplos destes programas 
são o GRASS (Geographic Resources Analysis Support Systems) e o IDRISI (Eastman, 1987). 
No modelo híbrido, os dados não espaciais são armazenados em um sistema de gerenciamento 
de banco de dados e, em separado, um programa é acionado para analisar os dados geográficos. Como 
exemplo, temos o ARC/INFO e o REGIS. 
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No caso de expansão gráfica, tanto os dados geográficos quanto os dados não espaciais são 
armazenados em SGDB, o qual é estendido para fornecer apropriadas funções analíticas. Os melhores 
exemplos são o TIGRIS e o SYSTEM9 (Ingram e Phillips, 1987). 
A montagem de um banco de dados é tarefa crucial e que demanda muito tempo, recursos e 
pessoal especializado. O mais significativo elemento básico é o pessoal especializado, ou seja, os 
especialistas em configurar, implementar e operacionalizaros SIGs. Eles devem ter treinamento 
específico e possuir uma visão global de trabalho interdisciplinar. 
Finalmente, as questões básicas que um SIG deve responder são mostradas na Tabela 1, que 
sintetiza os objetivos gerais de um Sistema de Informação Geográfica - SIG. 
 
Localização O que está em...? 
Condição Onde está...? 
Tendência O que mudou...? 
Rota Qual o melhor caminho...? 
Padrão Qual a melhor variável...? 
Simulação Ocorrendo um evento... 
Modelamento Se ocorrer... 
Quadro 1: Questões básicas a serem respondidas por um SIG. 
Podemos ainda definir como objetivos suplementares de um SIG os seguintes: 
• produzir mapas de maneira muito mais rápida; 
• baratear o custo de produção de mapas; 
• produzir mapas em circunstâncias particulares, em que especialistas não estejam em 
disponibilidade, ou seja, a partir da personalização de um SIG, técnicos podem produzir 
mapas específicos; 
• permitir experimentos com representações gráficas diferentes, usando um mesmo banco 
de dados; 
• facilitar a utilização de mapas, uma vez que o mapa apresentará as informações que o 
usuário determinar; produzir mapas mais elaborados; 
• possibilitar a automação da atualização e revisão; revolucionar a análise quantitativa de 
dados espaciais. 
Estes objetivos alcançados não necessariamente retornam ao meio analógico na forma de 
mapas, muitos SIGs comerciais são projetados com capacitação de saída de mapas muito pouco 
desenvolvida. 
Os principais tipos de saídas de um SIG são: 
• textos (tabelas, listas, números, frases em resposta a determinadas perguntas), 
• gráficos (mapas, imagens no monitor), 
• dados digitais (dados para serem transmitidos via rede ou serem armazenados em 
determinados meios magnéticos ou óticos) e 
• outros (sons e imagens em 2,5-D). 
A saída como texto talvez seja mais importante que mapas quando o produto final estiver 
relacionado com análises. Os resultados podem ser apresentados como tabelas ou uma listagem de 
determinados objetos com os seus atributos associados. 
As perguntas tipo distâncias, áreas e localização são apresentadas como resultados numéricos 
e, em determinadas situações, esses textos podem ser transformados em sons, por exemplo, como 
instruções de navegação tipo "vire à direita no próximo semáforo". 
Tabelas podem apresentar a lista de uma determinada cultura agrícola apresentando a área de 
ocupação, idade, estimativa de produção. Podemos obter a localização e listagem de todos os materiais 
com risco de incêndio e/ou explosão em áreas povoadas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. PROCESSO CARTOGRÁFICO 
 
MAPEAMENTO: Aplicação do processo cartográfico sobre uma coleção de dados ou informações, com 
vistas à obtenção de uma representação gráfica da realidade perceptível, comunicada a partir da 
associação de símbolos e outros recursos gráficos que caracterizam a linguagem cartográfica. 
O planejamento de qualquer atividade que de alguma forma se relaciona com o espaço físico 
que habitamos requer, inicialmente, o conhecimento deste ambiente. Neste contexto, passa a ser 
necessária alguma forma de visualização da região da superfície física do planeta, onde desejamos 
desenvolver nossa atividade. Para alcançar este objetivo, lançamos mão do processo cartográfico. 
Podem-se distinguir, no processo cartográfico, três fases distintas: a concepção, a produção e a 
interpretação ou utilização. As três fases admitem uma só origem, os levantamentos dos dados 
necessários à descrição de uma realidade a ser comunicada através da representação cartográfica. 
2.1. CONCEPÇÃO 
Quando se chega à decisão pela elaboração de um documento cartográfico, seja uma carta, um mapa 
ou um atlas, é porque a obra ainda não existe, ou existe e se encontra esgotada ou desatualizada. 
Para se elaborar um documento dessa natureza, é imprescindível uma análise meticulosa de todas as 
características que definirão a materialização do projeto. 
2.1.1. Finalidade 
A identificação do tipo de usuário que irá utilizar um determinado documento cartográfico a ser 
elaborado, ou que tipo de documento deverá ser produzido para atender a determinado uso é que vai 
direcionar se este será geral, especial ou temático, assim como a definição do sistema de projeção e da 
escala adequada. 
2.1.2. Planejamento cartográfico 
É o conjunto de operações voltadas à definição de procedimentos, materiais e equipamentos, 
simbologia e cores a serem empregados na fase de elaboração, seja convencional ou digital, de cartas e 
mapas gerais, temáticos ou especiais. 
O planejamento cartográfico pressupõe, além da definição dos procedimentos, materiais, 
equipamentos e convenções cartográficas, o inventário de documentos informativos e cartográficos que 
possam vir a facilitar a elaboração dos originais cartográficos definitivos. 
Após a decisão da necessidade da elaboração de um mapa, deve-se inventariar a melhor 
documentação existente, sobre a área a ser cartografada. 
No caso de carta básica, recorre-se à coleta de dados em campo (reambulação), principalmente 
para levantar a denominação (toponímia) dos acidentes visando a complementação dos trabalhos 
executados no campo. 
No caso do mapa compilado a documentação coletada terá vital importância na atualização da 
nova base cartográfica. 
2.2. PRODUÇÃO 
Estão incluídas todas as fases que compõem os diferentes métodos de produção. A elaboração 
da carta ou mapa planejado terá início com a execução das mesmas. 
2.2.1. Métodos 
 
2.2.1.1. Aerofotogrametria 
Ciência que permite executar medições precisas utilizando de fotografias métricas. Embora 
apresente uma série de aplicações nos mais diferentes campos e ramos da ciência, como na topografia, 
astronomia, meteorologia e tantos outros, tem sua maior aplicação no mapeamento topográfico. 
Tem por finalidade determinar a forma, dimensões e posição dos objetos contidos numa 
fotografia, através de medidas efetuadas sobre a mesma. 
Inicialmente a fotografia tinha a única finalidade de determinar a posição dos objetos, pelo método das 
interseções, sem observar ou medir o relevo, muito embora desde 1732 se conhecessem o rincípios 
da estereoscopia. Seu emprego tornou possível apenas observar (sem medir), o relevo do s contido 
nas fotografias analisadas estereoscopicamente. 
s p
olo
Em 1901, o físico alemão Carl Pulfrich, apoiando-se em princípios estabelecidos por F. Stolze 
(inventor da marca flutuante), introduziu na Fotogrametria o chamado índice móvel ou marca 
estereoscópica. 
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Então, não só foi possível observar o relevo, como medir as variações de nível do terreno. 
Pulfrich construiu um primeiro aparelho que denominou "estereocomparador", e com ele iniciou 
os trabalhos dos primeiros levantamentos com base na observação estereoscópica de pares de 
fotografias utilizados em fotogrametria terrestre. 
A partir de então uma série de outros aparelhos foram construídos e novos princípios foram 
estabelecidos, porém, para tomada de fotografias era necessário que os pontos de estação que 
referenciavam o terreno continuassem no solo, com todos os seus inconvenientes. 
Ocorreu elevar ao máximo o ponto de estação, sendo utilizados balões e balões cativos. Durante 
a guerra de 1914 - 1918 tornou-se imperioso um maior aproveitamento da fotogrametria, usando-se, 
para tomada de fotografias, pontos de estação sempre mais altos. 
Com o advento da aviação desenvolveram-se câmarasespeciais para a fotografia aérea, 
substituindo quase que inteiramente a fotogrametria terrestre, a qual ficou restrita apenas a algumas 
regiões. 
Quando são utilizadas fotografias aéreas, tem-se a aerofotogrametria. 
Aerofotogrametria é definida como a ciência da elaboração de cartas mediante fotografias 
aéreas tomadas com câmara aero-transportadas (eixo ótico posicionado na vertical), utilizando-se 
aparelhos e métodos estereoscópicos. 
2.2.1.1.1. Voo fotogramétrico 
É realizado após um completo planejamento da operação, que é resultante de um estudo 
detalhado com todas as especificações sobre o tipo de cobertura a ser executada. 
A tomada das fotografias aéreas obedece a um planejamento meticuloso e uma série de 
medidas são adotadas para que se possa realizar um voo de boa qualidade. É necessário consultar o 
mapa climatológico para conhecimento do mês e dias favoráveis à realização do voo fotogramétrico. 
Um projeto de recobrimento é um estudo detalhado, com todas as especificações sobre o tipo de 
cobertura, por exemplo: 
Condições naturais da região: 
- Local a ser fotografado 
- Área a fotografar 
- Dimensões da área 
- Relevo 
- Regime de ventos 
 
- Altitude média do terreno 
- Variação de altura do terreno 
- Mês para execução do voo 
- Nº de dias favoráveis ao voo 
 
Apoio logístico: 
- Transporte 
- Hospitais 
- Alimentação 
 
Condições técnicas (base e aeronave): 
- Base de operação 
- Alternativa de pouso 
- Recursos na base 
- Modelo da aeronave 
 
- Autonomia 
- Teto de serviço operacional 
- Velocidade média de cruzeiro 
- Tripulação 
 
Condições técnicas (plano de voo): 
- Altura de voo 
- Altitude de voo 
- Escala das fotografias 
- Superposição longitudinal 
- Superposição lateral 
- Câmara aérea 
- Tipo e quantidade de filme empregado 
 
- Rumo das faixas 
- Nº de faixas e nº de fotos 
- Velocidade máxima (arrastamento) 
- Tempo de exposição ideal 
- Intervalo de exposição 
- Distância entre faixas 
- Base das fotos 
Obs.: As fotografias aéreas devem ser tomadas sempre com elevação do sol superior a 30º, em dias 
claros, nos quais as condições climáticas sejam tais que permitam negativos fotográficos claros e bem 
definidos, isto é, bem contrastados. 
 
 
 
 
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2.2.1.1.2. Fotograma 
É a fotografia obtida através de câmaras especiais, cujas características óticas e geométricas 
permitem a retratação acurada dos dados do terreno, de forma que os pormenores topográficos e 
planimétricos possam ser identificados e projetados na carta, bem como forneçam elementos para a 
medição das relações entre as imagens e suas posições reais, tais como existiam no momento da 
exposição. O termo é empregado genericamente, tanto para os negativos originais, como para as cópias 
e diapositivos podendo ser aplicado à tradução fotográfica dos dados obtidos por outros sensores 
remotos que não a câmara fotográfica. O formato mais usual é o de 23 x 23 cm. 
Uma carta topográfica é um desenho do terreno, em que os acidentes e detalhes são 
representados por símbolos convencionais. Uma fotografia aérea é um retrato da superfície da terra, em 
que esses acidentes e detalhes aparecem como são vistos da aeronave. As duas maneiras, embora 
diferentes, representam a mesma coisa. 
2.2.1.1.3. Classificação das imagens: 
 
a) Quanto à estação de tomada das fotos 
1 - Fotografias aéreas: São tomadas a partir de aeronaves 
2 - Fotografias ou imagens orbitais: São tomadas em plataformas a nível orbital. Por exemplo, as 
obtidas pelo laboratório espacial SKYLAB, utilizadas para fotointerpretação e fins militares e satélites 
orbitais com uma grande variedade de sensores (faixa do visível, infravermelho, microondas, etc.). 
3 - Fotografias terrestres: São tomadas a partir de estações sobre o solo. Utilizadas para recuperação 
de obras arquitetônicas e levantamento de feições particulares do terreno, como pedreiras, encostas, 
etc. 
 
b) Quanto à orientação do eixo da câmara/sensor 
1 - Fotografia aérea ou imagem vertical: São assim denominadas aquelas cujo eixo principal é 
perpendicular ao solo. Na prática tal condição não é rigorosamente atingida em conseqüência das 
inclinações da aeronave durante o voo. Esta não deve exceder a 3%, limite geralmente aceito para 
classificar-se uma fotografia como vertical. 
2 - Fotografia aérea ou imagem oblíqua: São tomadas com o eixo principal inclinado. Seu uso 
restringe-se mais a fotointerpretação e a estudos especiais em áreas urbanas. Subdividem-se em baixa 
oblíqua e alta oblíqua. 
3 - Fotografia terrestre horizontal: É aquela cujo eixo principal é horizontal. 
4 - Fotografia terrestre oblíqua: quando o eixo principal é inclinado. 
 
c) Quanto à característica do filme/sensor 
1 - Imagens pancromáticas: São as de uso mais difundido, prestando-se tanto para mapeamento 
quanto para fotointerpretação. 
2 - Imagens infravermelhas: Indicadas para mapeamento em áreas cobertas por densa vegetação, 
ressaltando as águas e, devido a isso, diferenciando áreas secas e úmidas. 
3 - Imagens coloridas ou multiespectrais: Além da cartografia se aplica a estudos de uso da terra, 
estudos sobre recursos naturais, meio ambiente, etc. 
As fotografias aéreas têm como aplicação principal, em cartografia, o mapeamento através da restituição 
fotogramétrica, sendo utilizadas também em fotointerpretação. 
2.2.1.1.4. Fotointerpretação: É a técnica de analisar imagens fotográficas com a finalidade de identificar 
e classificar os elementos naturais e artificiais e determinar o seu significado. 
Existem diferentes tipos de imagem, sendo a fotografia aérea apenas um dos vários tipos resultantes do 
sensoriamento remoto, o qual inclui também imagem de radar (microondas) e imagens orbitais 
(pancromáticas, coloridas, termais e infravermelhas). 
2.2.1.1.5. Câmeras fotogramétricas 
As câmeras aerofotogramétricas subdividem-se em dois grandes grupos, classificados quanto ao 
seu uso e objetivos, a saber: 
a) Câmeras terrestres b) Câmeras aéreas 
 
Ambos os tipos executam a mesma função fundamentalmente; entretanto, possuem diferenças 
acentuadas, dentre as quais as mais importantes são: 
 
 
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1º) A câmera terrestre, permanecendo estacionária durante a exposição, não necessita de grande 
velocidade na tomada da fotografia, assim sendo, não precisa de um sistema obturador muito 
sofisticado. 
2º) A câmera aérea, ao contrário, se desloca durante a exposição, necessitando de objetivas adequadas, 
obturadores de alta velocidade e filmes de emulsão ultra-rápida, reduzindo a um mínimo o tempo de 
exposição, sem prejudicar a qualidade da imagem. 
 
Classificam-se ainda as câmeras aéreas de acordo com o ângulo que abrange a diagonal do 
formato, ângulo este que define a cobertura proporcionada pela câmera: 
- Ângulo normal: até 75º - Para abranger uma área a uma determinada altura de voo. 
- Grande angular: de 75º até 100º - A altura de voo será menor, com menor distância focal (f). 
 
 
Figura 1 – Ângulo de imagem entre 75º a 100º. 
 
- Super grande angular: maior que 100º - A altura de voo e a distância focal serão ainda menores. 
 
Figura 2 – Ângulo de recobrimento superior a 100º. 
 
Também são classificadas pela distância focal da objetiva: 
- Curta: até 150 mm 
- Normal: de 150 a 300 mm 
- Longa: acima de 300 mm 
2.2.1.1.6. Escala fotográfica 
 
A escala fotográfica é definida como sendo a relação entre um comprimento de uma linha nafotografia e a sua correspondente no terreno. 
Considerando a Figura 1, nota-se que os raios de luz refletidos do terreno passam pelo eixo ótico 
da lente. O eixo ótico e o plano do negativo são perpendiculares, assim como o eixo ótico e o plano do 
terreno. Desta forma, o ponto principal da fotografia e o ponto Nadir representam o mesmo ponto. 
Pode-se afirmar que os triângulos NOA e noa são semelhantes, assim, pode-se calcular a 
escala da fotografia usando essa semelhança de triângulos. Existem três elementos: a medida na foto, a 
medida no terreno e a escala conhecida ou a determinar. 
A escala mantém a seguinte relação com os triângulos semelhantes: 
NO
no
OA
oa
NA
naE === 
Onde: 
AN = distância real 
an = distância na fotografia 
NO = altura de voo = H 
no = distância focal = f 
 
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Figura 1 - Geometria básica de uma fotografia aérea 
 
Assim, a escala da fotografia pode ser determinada conhecendo-se a distância focal e a altura 
de voo. 
H
f
NO
noE == 
 
Ou ainda através de uma distância na fotografia entre dois pontos a e b quaisquer e a sua 
respectiva medida no terreno. 
AB
abE = 
 
 
Exemplo: Em um recobrimento aéreo, a uma altura de voo igual a 6.000 m, utilizando-se uma câmera 
com distância focal de 100 mm, a escala da fotografia será: 
000.60
1
000.000.6
100 ===
mm
mm
H
fE 
2.2.1.1.7. Cobertura fotográfica 
 
É a representação do terreno através de fotografias aéreas, as quais são expostas 
sucessivamente, ao longo de uma direção de vôo. Essa sucessão é feita em intervalo de tempo tal que, 
entre duas fotografias haja uma superposição longitudinal de cerca de 60%, formando uma faixa. Nas 
faixas expostas, paralelamente, para compor a cobertura de uma área é mantida uma distância entre os 
eixos de vôo de forma que haja uma superposição lateral de 30% entre as faixas adjacentes. Alguns 
pontos do terreno, dentro da zona de recobrimento, são fotografados várias vezes em ambas as faixas. 
 
 
Figura 2 - Voo fotogramétrico 
 
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Figura 3 – Faixas de voo 
 
Figura 4 - Recobrimento com a ocorrência de deriva (Drift). 
 
 
Figura 5 – Correção do rumo do avião sem correção da posição da câmera, provocando o desvio (Crab). 
 
 
Figura 6 – Correção da orientação da câmera. 
 
Figura 7 – Inclinação da fotografia aérea. 
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Figura 8 - Recobrimento longitudinal. 
 
 
Figura 9 - Recobrimento lateral. 
 
O recobrimento de 60% tem como objetivo evitar a ocorrência de "buracos" (área sem fotografar) 
na cobertura. Estes podem ocorrer principalmente devido às oscilações da altura de vôo e da ação do 
vento. 
2.2.1.1.8. Planejamento e organização fotogramétrica 
É o conjunto de operações cuja finalidade é coletar, avaliar, analisar e organizar toda a 
documentação existente para projetos de mapeamento topográfico, a partir de insumos 
aerofotogramétricos. 
Inicialmente faz-se o planejamento e organização do material fotogramétrico (voo, fotoíndice, 
fotografias aéreas e diafilmes) da área a ser mapeada, separando-se três coleções de fotografias e uma 
de diafilmes, com a seguinte finalidade: 
• Uma coleção de fotografias para o apoio de campo. 
• Uma coleção de fotografias para a reambulação (levant. em campo da toponímia dos acidentes). 
• Uma coleção de fotografias e diafilmes para o apoio fotogramétrico. 
Através do fotoíndice visualiza-se a direção de voo, identificando-se as fotos e procedendo-se a 
análise das superposições longitudinal e lateral. 
Coleta-se a documentação existente para o preparo da pasta de informações cartográficas (PIC), 
que conterá listagens de cidades e vilas, áreas especiais, minas, usinas, portos, faróis, aeródromos, 
mapas do sistema viário, mapas municipais, reservas, parques nacionais e outros. 
 
Esquema de Apoio de Campo e Reambulação: Em uma base preestabelecida é construído um 
esquema indicando a posição relativa das fotografias distribuindo-se as fotos ímpares de cada faixa e 
desenhando-se os principais acidentes, visando facilitar a orientação nos trabalhos de campo. Indica 
também a posição relativa dos pontos a serem determinados no campo. 
- No preparo para reambulação, são delimitadas estereoscopicamente, nas fotografias, as áreas a serem 
reambuladas. 
- O preparo para o apoio suplementar consiste em distribuir o apoio horizontal (H) e vertical (V). O 
horizontal é materializado nas fotos na periferia do bloco, buscando-se locais que permitam acesso para 
as medições de campo. O vertical, nas áreas de superposição lateral das faixas. Nas fotografias são 
definidas áreas dentro das quais será escolhido o ponto para o apoio de campo. 
 
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Professor Érico Francisco Innocente. Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE 
 
 
Esquema de Apoio Fotogramétrico: Servirá de orientação para as atividades de aerotriangulação. 
Esse esquema é feito tomando-se por base o apoio de campo. Não são representados os campos das 
fotos, limitando-se a apresentar o ponto central das mesmas e a linha de voo de cada faixa. 
- No preparo para o apoio fotogramétrico, é delimitada a área útil para escolha dos pontos de apoio: de 
apoio suplementar e perfuração dos pontos, nos diafilmes, visando auxiliar os trabalhos de 
aerotriangulação e restituição. 
Concluídas estas operações, o material de apoio suplementar e reambulação é encaminhado 
para os trabalhos de campo. O material de apoio fotogramétrico (fotos e diafilmes) são enviados para a 
aerotriangulação. 
2.2.1.1.9. Apoio suplementar (apoio de campo) 
É o conjunto de pontos a ser determinado no campo, definido por suas coordenadas 
planimétricas e altimétricas. Estes pontos, com a finalidade de fornecer subsídios aos trabalhos de 
aerotriangulação e restituição fotogramétrica, tem respectivas identificações nas fotos e são 
dimensionados previamente em gabinete através de fórmulas matemáticas, que estabelecem as 
distâncias dos pontos de apoio a serem determinados em campo. 
2.2.1.1.10. Reambulação 
É o trabalho realizado em campo, com base em fotografias aéreas, destinada à identificação, 
localização, denominação e esclarecimentos de acidentes geográficos naturais e artificiais existentes na 
área da fotografia, mesmo que nela, não apareçam por qualquer motivo (nuvens, sombra, vegetação, 
existência mais recente, etc.) 
A reambulação é uma fase da elaboração cartográfica, na qual são levantados em campo as 
denominações dos acidentes naturais e artificiais que complementarão as cartas a serem impressas. 
A quantidade de elementos a serem colhidos no campo, está relacionada diretamente com a escala e a 
finalidade da carta ou mapa. No entanto, em regiões com pouca densidade de elementos todos devem 
der reambulados, independentes da escala. 
2.2.1.1.11. Aerotriangulação 
É o método fotogramétrico utilizado para determinação de pontos fotogramétricos, visando 
estabelecer controle horizontal e vertical através das relações geométricas entre fotografias adjacentes a 
partir de uma quantidade reduzida de pontos determinados pelo apoio suplementar, coma finalidade de 
densificar o apoio necessário aos trabalhos de restituição, após ajustamento. 
Os pontos fotogramétricos foram planejados, perfurados, codificados, mas não possuem 
coordenadas, e os pontos de apoio de campo foram planejados, codificados e medidos no campo, 
possuindo coordenadas referidas ao sistema terrestre. Na seqüência, todos os pontos de apoio 
fotogramétrico e de campo receberão coordenadas instrumentais (x, y, z), de forma que todo o conjunto 
esteja referido a um sistema instrumental. 
Para gerar essas coordenadas são realizadas as orientações interior e exterior relativa. 
 
Ajustamento: Utilizando-se um programa de cálculo e ajustamento que recebe como dados de entrada 
as coordenadas instrumentais, obtém-se as coordenadas ajustadas para todos os pontos do bloco, 
referidas ao sistema terrestre. O programa realiza uma transformação de sistemas de forma que os 
pontos de gabinete (apoio fotogramétrico) que possuíam somente coordenadas instrumentais passem a 
ter também coordenadas do sistema de projeção adotado para a carta UTM. 
 
Plotagem: Com esse conjunto de coordenadas UTM procede-se então a plotagem de todos os pontos 
em material plástico estável, na escala desejada. Esse plástico conterá ainda "cruzetas" referenciais das 
coordenadas geográficas e das coordenadas UTM. O nome dado a esse plástico é estereominuta ou 
minuta de restituição. 
2.2.1.1.12. Restituição 
É a elaboração de um novo mapa ou carta, ou parte dele, a partir de fotografias aéreas e 
levantamentos de controle, por meio de instrumentos denominados restituidores, ou seja, é a 
transferência dos elementos da imagem fotográfica para a minuta ou original de restituição, sob a forma 
de traços. 
Através de um conjunto de operações denominado ORIENTAÇÃO, reconstitui-se, no aparelho 
restituidor, as condições geométricas do instante da tomada das fotografias aéreas, formando-se um 
modelo tridimensional do terreno, nivelado e em escala - modelo estereoscópico. 
 
 
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- Orientação interior: É a reconstituição da posição da foto em relação ao feixe perspectivo (é a 
colocação do diafilme na posição correta, independente de coordenadas), a partir do conhecimento da 
distância focal ( f ) e das coordenadas do ponto principal. 
 
- Orientação exterior: Depende do referencial externo e é realizada em duas etapas. 
- Relativa: Orientação do feixe perspectivo em relação ao seu homólogo, através de cinco 
parâmetros de orientação. 
 
K - ângulo em torno do eixo z (desvio da rota) 
φ - ângulo em torno do eixo y (inclinação do nariz) 
ω - ângulo em torno do eixo x (inclinação da asa) 
∆z - diferença de altura de voo 
∆y - deslocamento lateral 
∆x - não é calculado, é a distância entre as estações (bx) 
 
- Absoluta: Consiste no posicionamento do conjunto de feixes perspectivos formados durante a 
orientação relativa, de maneira a estabelecer a posição correta do modelo em relação ao terreno, bem 
como no dimensionamento correto de sua escala. 
 
- Colocar em escala: Através de pontos no terreno (2) com coordenadas plano altimétricas conhecidas e 
identificadas nas fotos. 
- Nivelar: Através de 3 pontos nivelados, focados e em escala, todos os outros pontos também estarão. 
É recomendável, entretanto, utilizar-se 4 ou 5 pontos, por medida de segurança. 
 
Após a orientação, verifica-se o resultado obtido, de acordo com tolerâncias estabelecidas e procede-se 
então a operação de restituição. 
 
Fases da restituição (confecção da minuta): 
 
 Rios permanentes e intermitentes 
a) Hidrografia Massa d’água (açudes, represas, lagos, lagoas, etc.) 
 
 Sistema viário 
 Vias de transmissão e comunicação 
b) Planimetria Edificações 
 Pontes, escolas, igrejas, cemitérios,etc. 
 
 Curvas de nível 
c) Altimetria Cotas de altitude 
 Curvas batimétricas,etc. 
 
Restituidor: É o nome dado tanto ao instrumento que se destina a realizar a restituição como ao seu 
operador. 
Diapositivo / Diafilme: É a cópia em vidro ou filme transparente do fotograma, que se destina ao uso 
nas operações de restituição e aerotriangulação. 
Estereoscopia: É a reprodução artificial da visão binocular natural. É a observação em 3ª dimensão de 
objetos fotografados em ângulos distintos (visto de centros perspectivos diferentes), por intermédio de 
instrumentos óticos dotados de lentes especiais como, por exemplo, o estereoscópio. 
Estereoscópio: Instrumento ótico capaz de permitir artificialmente a observação em 3ª dimensão das 
imagens que diante das lentes parecem estar situadas no infinito. Dessa forma, o observador recebe 
duas imagens homólogas de um mesmo objeto, um em cada olho, e o cérebro as funde em uma única 
imagem, estereoscopicamente. 
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Modelo estereoscópico: É o modelo tridimensional em escala do terreno, obtido pela superposição 
ótica parcial de dois fotogramas tomados de dois centros perspectivos distintos, e uma vez restauradas 
as posições relativas de ambos quando das tomadas das fotografias. 
Minuta ou estereominuta (original de restituição): Em fotogrametria, denomina-se minuta (ou estereo-
minuta) o traçado, executado em instrumento fotogramétrico conhecido como restituidor, resultante das 
fotografias aéreas orientadas no instrumento, mediante os pontos nela marcados através da 
aerotriangulação. Esse traçado é executado sobre uma base estável. São produzidas também outras 
folhas em material transparente que vão constar nomenclatura, vegetação e vias. 
2.2.1.2. Compilação 
É o processo de elaboração de um novo e atualizado original cartográfico, tendo por base a 
análise de documentação existente, e segundo a qual um ou vários mapas e cartas, fotografias aéreas, 
levantamentos, etc., são adaptados e compilados, em base com material estável, e para escala e 
projeção únicas. 
2.2.1.2.1. Planejamento 
É a operação voltada ao inventário de documentação, planificação do preparo de base e 
elaboração da pasta de informações cartográficas (PIC), formando um conjunto de documentos 
cartográficos, informações básicas e complementares, destinadas à confecção de cartas e mapas 
através da compilação. 
2.2.1.2.1.1. Inventário da documentação 
Os dados cartográficos são analisados conforme as características das informações 
apresentadas. 
 
a) Documentação Básica - É utilizada diretamente na elaboração da base cartográfica. 
- Cartas Topográficas 
- Recobrimento Topográfico Local 
- Recobrimento Aerofotogramétrico 
- Cartas Náuticas e Aeronáuticas 
- Arquivo Gráfico Municipal (AGM) 
- Arquivo Gráfico de Áreas Especiais (AGAE) 
- Cartas Planimétricas RADAMBRASIL 
- Mapas Municipais 
- Imagens Orbitais 
 
b) Documentação Informativa - É utilizada com a finalidade de identificar, complementar e atualizar a 
documentação básica. 
- Mapas Rodoviários (DNER/DER) 
- Guias Rodoviários (Quatro Rodas) 
- Guia de Ferrovias 
- Atlas Físico 
- Cadastro de Cidades e Vilas 
- Cadastro de Faróis, Minas, Aeródromos e 
Porto
2.2.1.2.1.2. Planificação do preparo de base 
Após análise e seleção do conjunto de dados disponíveis, inicia-se uma seqüência de 
procedimentos na qual se destacam as seguintes etapas: 
a) Classificação da Documentação - É a análise de toda a documentação cartográfica encontrada, 
separando-se a básica da informativa. 
b) Definição do Método de Compilação - Classificadosos documentos cartográficos, define-se o 
método de compilação a ser utilizado na elaboração da base: 
- Método de Compilação Direta 
- Método de Compilação com Redução Fotográfica 
2.2.1.2.1.3. Pasta de informações cartográficas (PIC) 
Reúne toda a documentação relativa ao planejamento e elaboração da carta ou mapa. São 
informações referentes às atividades e procedimentos adotados durante todas as fases do trabalho, tais 
como: relatórios, formulários, quadros demonstrativos, notas, etc. 
2.2.1.2.2. Critérios para elaboração da base cartográfica 
2.2.1.2.2.1. Seleção cartográfica 
É a simplificação dos elementos topográficos extraídos da documentação básica visando a 
escala final do trabalho. A seleção deve ser equilibrada e a densidade dos elementos topográficos a 
serem representados devem refletir as características básicas da região, mantendo as feições do 
terreno. A representação deve incluir todos os elementos significativos para a escala final do trabalho, 
sem comprometer a legibilidade da carta. 
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a) Hidrografia - Inclui todos os detalhes naturais e/ou artificiais, tendo a água como principal 
componente. 
 
b) Planimetria - A seleção dos elementos planimétricos deve ser criteriosa, considerando-se: 
- Localidades: É obrigatória a representação de todas as cidades e vilas no campo da folha. Conforme a 
região geográfica, podem ser selecionados os povoados, lugarejos, núcleos e propriedades rurais. 
- Sistema Viário: As rodovias e ferrovias são selecionadas considerando-se a interligação das 
localidades selecionadas. 
OBS: Nesta fase de seleção são incluídos os pontos cotados que serão selecionados, visando a 
representação da malha de pontos que representarão a variação de altitude. 
 
c) Altimetria - Representa o relevo através de convenções cartográficas na forma de curvas de nível, 
escarpas, etc. 
- Generalização: É a simplificação da forma geométrica dos acidentes, sem descaracterizá-los, 
possibilitando sua representação numa escala menor ao do documento origem. 
- Interpolação: É a inserção de curvas de nível de cota definida e diferente da eqüidistância das curvas 
da documentação básica, visando a composição do modelado terrestre. 
 
d) Vegetação - É feita separadamente a partir da documentação topográfica básica em base de 
poliéster, considerando-se como elementos de seleção as matas, florestas, reflorestamentos, culturas 
temporárias e permanentes, campos e mangues. 
2.2.1.2.2.2. Processos de compilação 
 
a) Compilação Direta - Processo utilizado quando a documentação básica é composta de cartas cuja 
escala é a mesma da base final. Assim, a compilação é feita diretamente sobre as cartas, sem 
necessidade de seleção e redução. 
 
b) Compilação com Redução Fotográfica - Este processo é utilizado quando a documentação básica é 
composta de cartas cuja escala é maior que a escala da base final. 
- Com Redução Direta: A documentação básica é reduzida diretamente para a escala da base final do 
trabalho. As reduções são montadas no verso da plotagem da projeção e então, são selecionados os 
elementos topográficos. Neste processo o compilador executa simultaneamente a seleção e compilação 
- Com Seleção: Os elementos são selecionados sobre uma base em poliéster e depois reduzidos 
fotograficamente para a escala final de trabalho. As reduções são fixadas no verso da plotagem da 
projeção e executa-se a compilação. 
OBS: 1) Recomenda-se a utilização destes processos quando a região mapeada apresentar baixa 
densidade de detalhes. 
 2) Em caso de redução fotográfica, não deve ser ultrapassado o limite de cinco vezes. 
 
- Ajuste Cartográfico: É necessário na elaboração de bases por compilação, em função das diferenças 
apresentadas pelas reduções dos originais cartográficos em relação à plotagem da projeção. Estas 
diferenças geralmente são resultantes do material usado para seleção (folhas impressas), das diversas 
projeções utilizadas e/ou meridianos centrais diferentes dos referenciados para cálculo das projeções. 
Nestes casos, a divergência apresentada deverá estar dentro do padrão de exatidão para a escala de 
trabalho. Atendendo a esta condição, a cada quadrícula ajusta-se a redução, de forma que a diferença 
seja distribuída dentro da mesma e, conseqüentemente, dentro de toda a folha. 
 
- Atualização da base: Na fase de planejamento, devem ser coletados todos os documentos existentes 
na área a ser trabalhada, como imagens orbitais, cadastro de cidades e vilas,etc.. As imagens orbitais 
são importantes ferramentas para a atualização, em função da periodicidade da sua tomada. 
2.2.1.2.3. Atualização cartográfica 
A carência de mapeamento no Brasil, principalmente em escalas grandes, é agravada pelo fato 
de grande parte encontrar-se desatualizado, fazendo com que a sua utilização não alcance os objetivos 
para os quais foram elaborados. 
Os métodos para produção de mapas, assim como para atualização cartográfica evoluíram 
gradativamente com o advento de novos processos tecnológicos, principalmente na área da informática 
com o mapeamento digital, a utilização de Sistemas de Posicionamento Global (GPS), tratamento digital 
de imagens e Sistemas de Informação Geográfica (SIGs). 
 
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É indiscutível a importância do sensoriamento remoto para a cartografia. A agilidade e a redução 
de custos obtidos através da utilização de imagens orbitais para atualização cartográfica vem 
acompanhadas de uma qualidade cada vez maior no que diz respeito à resolução espacial e 
multiespectral de alta tecnologia, atendendo aos requisitos de precisão planimétricas exigidos para as 
escalas do mapeamento sistemático. Deve-se ressaltar o menor custo aquisição de imagens se 
comparado a realização de novo recobrimento aéreo. 
2.2.1.2.3.1. Alguns métodos para atualização cartográfica 
Os principais métodos de atualização de cartas utilizam documentação cartográfica existente como: 
fotografias aéreas e imagens orbitais, sendo que o trabalho de campo continua sendo necessário tanto 
para identificação de elementos nas áreas acrescidas (reambulação) como para solução de problemas 
de interpretação. Outro método é por meio de determinações GPS (utilizado pelo México na atualização 
da base territorial e agora pelo IBGE, no Censo 2000). 
2.2.1.2.3.1.1. Através de fotografias aéreas 
a) Através de instrumentos como "aerosketchmaster" e interpretoscópio, por exemplo, pode-se atualizar 
pequenas áreas onde o volume de novos dados é pequeno em relação ao volume de informações 
contidas no mapa a ser atualizado. 
O primeiro possibilita a transferência de detalhes da foto atual para o mapa. O segundo pode ser 
utilizado para o caso da foto atual estar em escala diferente da foto ou carta a atualizar. 
b) Os restituidores são utilizados principalmente na atualização onde o fator precisão é requerido e onde 
grandes áreas são envolvidas. 
c) Em função de seus recursos de ampliação e redução, a ortofoto é um meio utilizado na atualização 
planimétrica, pois podem ser produzidas na mesma escala do mapa a ser atualizado. 
d) Os recursos da informática estão presentes atualmente em todas as etapas da cartografia. Na 
atualização digital, num dos procedimentos, a foto atual e o mapa a ser atualizado são transformados em 
arquivos digitais e superpondo-se as imagens, pode-se detectar as modificações ocorridas e efetuar-se 
as alterações. 
2.2.1.2.3.1.2. Através de documentação cartográfica 
O método utilizado para atualização

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