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FUNDAÇÃO DA COMPANHIA DE JESUS

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INÁCIO DE LOYOLA: EXPERIÊNCIAS QUE O LEVARAM FUNDAR A COMPANHIA DE JESUS.
Quando se ouve falar da Companhia de Jesus logo vem à mente, uma ordem de caráter militar, onde as regras são rigorosas, com o apoio incontestável do Papa, além desta Sociedade parecer imbatível. Contudo a história da Companhia não foi pautada nesse sucesso absoluto, com paz perene e vitorias constante, alias estamos falando em um período onde a igreja enfrentara uma grande perda com a Reforma Protestante, essa que teve impactos crescentes para a “Santa Sé”.
Em 1492, nasce o fundador da Companhia de Jesus Inácio de Loyola, no mesmo ano em que Colombo chega à América, Erasmo tem vinte e cinco anos, Maquiavel vinte e dois e Lutero a idade “da razão”. Segundo Jean Lacouture:
A data de nascimento de Iñigo suscitou inúmeras controvérsias, pois os registros paroquiais só começaram a existir em Azpeitia em 1537.(...)ele situa sua “conversão” aos vinte e seis anos, quando, indubitavelmente, ela ocorre em 1521. O que levaria a pensar que ele nasceu em 1495. Mas a ama do filho mais novo dos Loyola forneceu a data de 1491 aos pesquisadores da Companhia, que foram consulta-la após a morte do fundador, data confirmada pelo fato de que Iñigo assinou documentos judiciais por ocasião da morte de seu pai (1507), o que seria impossível se ele tivesse menos de dezesseis anos.
Inácio vem da família Loyola, ou também conhecida como Oñaz, os quais governavam um pequeno povoado e tinha o padroado sobre a igreja de Azpeitia, chamada de mosteiro de San Sebastián de Soroasu. Devido a família ter sido leal ao reino de Castela, logo depois da morte do pai do fundador, o ministro das Finanças da rainha Isabel, don Juan Velasquez de Cuellar que morava em Arévalo, tomou Inácio em sua proteção o levando para a corte aos dezesseis anos. Nesta vida na corte, Inácio conhecera uma vida bem diferente da qual terá na companhia, e que trinta anos depois em sua Autobiografia diz: “Até o vigésimo sexto ano de sua existência, foi um homem entregue as vaidades do mundo e deleitara-se principalmente no exercício das armas com um grande e vão desejo de ganhar honra.” 
Loyola que fazia parte de uma sociedade guerreira teve de tornar um homem de espada, mas, no entanto sua primeira missão foi diplomática, sendo que sua experiência na batalha aconteceu em Pamplona. Em 1521 no dia 12 de maio, Inácio se vê cercado por aproximadamente 13.000 franceses, quando ele fazia parte de apenas mil combatentes sobe o comando de Francis de Beaumont, que foge no momento em que percebe a difícil missão de proteger a fortaleza. Inácio por vergonha de fugir, ou mesmo bravura fica ao lado de Miguel de Herrera. A superioridade francesa era visível tanto no contingente de soldados como em sua artilharia, durante o combate o fundador da companhia é atingido por uma bala de canhão, passando entre as pernas fraturando a direita e ferindo muito a esquerda, com o parcial abatimento do mesmo e outras baixas seus companheiros decidem se render. Apesar de estarem em lados opostos os franceses trataram o ferido de maneira amigável. Inácio foi levado para casa de seu irmão, percorrendo cerca de 50 quilômetros sendo carregado, levando 10 dias para chegar onde por muitos historiadores foi o lugar de sua conversão. Depois de passar por uma cirurgia na perna, lembrando que em 1521, ainda não haviam inventado anestesia, com uma dor terrível segundo relatos “ele aguentara tudo sem esboçar dor, apenas cerrando os punhos”.
Loyola ainda teve de passar por mais uma operação, pois, os ossos estavam calcificando de forma errada e o resultado seria um osso ficar sobre o outro dando assim uma aparência de deformidade, por isso ele autoriza quebrar novamente, mesmo sendo avisado que a dor seria maior. Passando igualmente pela segunda, precisa ficar acamado por tempo indeterminado até estar recuperado, com isso pede a sua cunhada que lhe traga livros de cavalaria para ler, mas, na casa não havia um apreço pela literatura sendo encontrados apenas dois livros, uma Vida de Jesus e Florilégio dos Santos, estes que foram fundamentais na vida do fundador. Lendo-os e analisando como eram os feitos dos santos, além do mais imagina que se eles conseguiram, seria possível viver como os tais, além de ler o exemplo de Cristo resolve viver uma vida dali em diante para Jesus, e viver totalmente para Deus para um homem do século XVI, seria peregrinar ate Jerusalém. 
A jornada rumo ao oriente médio começa em 1522, ainda recuperando dos ferimentos na perna, seu irmão Martin tenta impedi-lo, mas, já havia renunciado as coisas deste mundo, com uma motivação e determinação almeja chegar na “terra santa”. Saindo primeiramente foi a um mosteiro beneditino cerca de 300 quilômetros de Azpeitia, ficou em uma cela durante três dias, depois entregou sua confissão onde revelas seus projetos de abstinência, voto de castidade e peregrinação à Jerusalém, Bartolomé Leonardo em um poema, A colgar San Ignacio las armas em Montserrat, descreve este momento:
Inácio suspende suas armas como troféu
 no templo, esperando que lhe ofereça as suas
 Aquele que tão belicoso desejo lhe inspira.
 Assim quando o jovem pastor hebreu
 despiu a armadura real, sua fidelidade lhe valeu 
pedras puras com que golpeou a fronte altiva do Filisteu...
No caminho rumo a “terra santa” chega a Manresa, onde decide ficar pouco tempo em um hospital para se recuperar da viagem que fizera com a perna ainda doente, entretanto reside ali quase um ano, se refugia em uma gruta deixando o cabelo crescer, barba, unhas do pé e da mão conforme a sua natureza. Loyola vivera um grande conflito nesta cidade, pensando ate em suicídio, tomado por visões, um turbilhão de pensamentos, em meio a este desgaste psíquico segundo, Diego Lainez, o primeiro sucessor de Inácio de Loyola na Companhia de Jesus, enfatizara que a substancia dos Exercícios espirituais vinha de Manresa. O fundador continua em sua jornada passando brevemente por Roma para, obter a benção do Papa Adriano VI, em Veneza consegue embarcar no navio do governador até Chipre, onde espera o navio dos peregrinos. Na viagem para, Jerusalém tem novas visões, quando chega e visita os lugares santos, Inácio declara a vontade de ficar por muito tempo, pois, teria interesse em ir a outros lugares e pregar para os infiéis. O seu pedido foi negado pelo provincial, ele retruca que ficara de qualquer jeito, no entanto ao saber que este ato traria a possibilidade de ser Excomungado, é obrigado a voltar depois, de ter permanecido de 03 a 23 de setembro de 1523.
Em sua caminhada o fundador, chegando novamente em Veneza na casa de seu amigo. Pensativo decide estudar, sem duvida aprender para ensinar, como todo jesuíta o qual se inclina para o saber Loyola decide ir para Barcelona, supunha que ali seria uma cidade do conhecimento um centro de ciências, ela não era este resplandecer acadêmico até por que só terá universidade em 1533, mas, conseguiu alguém que lhe ensinasse as bases da gramatica e latim. Jeronimo Ardevol foi este homem, Inácio se torna aluno aos 33 anos, dedicado, atento e impaciente para aprender. Durante dois anos aprendeu o básico e Ardevol o considera apto para aprimorar-se no conhecimento das artes e filosofia, envia seu aluno para Alcalá.
Estamos falando de tempos onde eram reprimidos os judeus, os iluministas e simpatizantes com Erasmo. Inácio chega a Alcalá neste efervescer de ideias. Com seu jeito simples de viver desprendidos das coisas materiais, vivendo os exercícios espirituais, ensinando e pregando, consegue alguns adeptos e outros que acolhe sua mensagem em especial as mulheres. Pelo seu modo de vida é denunciado a inquisição por praticar um luteranismo disfarçado, mas, o vigário Figueroa julga improcedente esta acusação declarando que não encontrou desvio algum da ortodoxia. Ainda assim dias depois de ser absolvido é preso, onde novamente será interrogado, sendo liberto apenas depois que uma viúva junto com sua filha ainda muito nova voltasse para casa, pois, as mesmas saíram mendigando seguindoo exemplo do fundador, e seus acusadores declaravam que Inácio havia usado ate de feitiçaria para persuadi-las. Saindo da prisão recorre ao arcebispo da Espanha Alonso de Fonseca, expondo o interesse em ir para Salamanca, foi recebido e Alonso manda entregar 4 ducados ao peregrino. Em Salamanca ele foi detido pelos dominicanos e interrogado, se recusando a responder algumas questões é mantido preso por dias, depois de julgado determinam que ele possa catequizar, mas, não poderia falar de assuntos teológicos sem ter devidamente estudado. Inácio de Loyola depois de solto, esta insatisfeito por de certa forma estarei impedindo-lhe de ensinar, contudo percebe que sem antes aprender a Arte de comunicar, Filosofia e Teologia não poderá seguir sua missão que imagina ter recebido, decidindo assim ir estudar em Paris, lugar crucial para o surgimento da Companhia de Jesus.
Por que Pais, Inácio sentia que havia rompido com a instituição eclesiástica da Espanha, por isso decidiu ir para longe possivelmente distante dos olhares da inquisição. Segundo Michel de Certeau:
Quando Inácio decide percorrer mil quilômetros de sua casa até a universidade de Paris, ele recomeça sua vida (...) Não se contenta em profetizar novos tempos, mas neles ingressa efetivamente, modesta e audaciosamente, pelo caminho de uma técnica. Ele experimento o instrumento de sua época, corre esse risco real pela novidade do presente, mas cujo porvir é desconhecido. Rompe com seu passado para encontrar Deus lá onde atuam seus contemporâneos.
Loyola é um homem de seu tempo motivado pelo desafio, em busca do conhecimento, a ciência se faz necessária para poder pregar, enfrenta uma língua diferente. E com alguns livros sendo carregados por um asno, o qual amigos o deram para esta grande viagem, chega a Paris, um lugar onde se resplandecia o humanismo, sem duvida um choque cultural ao fundador. Dentre muitos colégios que existiam na cidade ele foi não para o melhor ou mais organizado, mas, para Montaigu, Jean Lacouture faz uma descrição do colégio: “o mais repugnante, o mais fedorento, insalubre, e inóspito dos cinquenta colégios parisienses”. Para alguém que já morou em uma gruta em Manresa ou na prisão de Alcalá, o colégio não proporcionava condições inabitáveis.
A universidade de Paris era composta por quatro disciplinas: teologia, medicina, direito e artes que pela influencia humanista se sobrepunha as demais. Os alunos eram divididos em quatro nações, Normandia para os normandos, Picardia para os picardos, Alemanha para germanos, flamengos, ingleses e escoceses a nação da Franca para parisienses, meridionais, italianos, espanhóis, portugueses, egípcios e turcos. Além de sem divididos por nações, existia uma divisão econômica social, no topo os caméristes que despunham ate de professor particular, depois portionistes os famosos internos, os martinets eram externos, os galoches esram estudantes mais velhos e os mais simples, os domestiques que por sua vez realizavam trabalhos como varrer o chão para ir aprendendo. 
Inácio de Loyola começa morando em uma pensão, depois busca refugio em um hospital que dava abrigo para peregrinos da Compostela, morando no hospital ele perdia a primeira aula e também a ultima, pois, a instituição fechava ao anoitecer e abria com o nascer do sol, e ainda vivia de pedir esmolas. O fundador mesmo longe de seu país inspirava as pessoas, numa ocasião três alunos do colégio de Santa Barbara: Amador de Elduayen, Juan de Castro e Miguel Peralta, alunos formidáveis que teriam um futuro brilhante mudaram de vida drasticamente, deixaram os estudos, doaram suas roupas e fora dedicar a devoção. Os alunos foram indagados do porque da mudança e sobre forte pressão Amador confessa que o motivo era Inácio. Novamente é denunciado a inquisição, esta que na França as autoridades já não permitem muita dureza, o peregrino mais uma vez é absolvido por Mathieu Ory.
Depois de dezoito meses no colégio Montaigu, toma uma importante decisão que o levara para junto dos fundadores da Companhia de Jesus, ele decide passar para o colégio de Santa Barbara onde tem fama de fanático, o mais surpreendente é ter sido aceito. Esse é um momento crucial assim como a sua conversão em 1521, às visões de Manresa e a opção feita em Veneza 1525 para o saber, contribuindo assim para a formação do futuro geral dos jesuítas. Em Santa Barbara consegue se instalar como interno (portioniste) e vai dividir quarto com Pierre Favre, Francisco de Iassu y Xavier e um professor de filosofia Juan de la Penã. Diego de Gouvea acreditava que o feiticeiro junto do professor não iria persuadir outros alunos, todavia pregar estava na alma de Loyola, reunia números consideráveis de alunos incitando-os a cuidarem da salvação. Sendo advertido por Juan de la Penã que se não parasse levaria o caso adiante, contudo ele continuará, então expôs o fato ao reitor. Gouvea, já irritado pelo ocorrido com os três espanhóis decide punir o aluno publicamente. Amigos do Inácio de Loyola aconselham que o melhor fosse ele não voltar no colégio, entretanto ele quer sofrer o castigo, imagina ser uma boa oportunidade de mostrar sua devoção e entrega as coisas espirituais. Ércules Rasiel escreve como Inácio se apresenta para sofrer a punição e diz:
Estou pronto a sofrer o castigo ao qual vós me condenastes, ele disse. Os açoites de vosso colégio, os da universidade, os de todo o universo, o patíbulo mesmo, não me assustam. Ao contrario, não concebo maior delicia no mundo do que a de sofrer por uma boa causa. Eu dependo apenas uma coisa: desonra-me como uma punição infame um aluno da minha idade; que estes meninos que eu criei para a vida religiosa não a deixaram a ver seu Pai espiritual difamado como corruptor da juventude. Pensai bem nisso, meu caro Senhor: eu tiro este encargo da minha consciência para entrega-lo a vossa. Agora, fazei de mim o que vos aprouver. Estou pronto a tudo sofrer.
Tocado pelo discurso fanático de Iñigo, Gouvea atirou-se a seus pés e pediu-lhe perdão por ter acreditado em falsas informações. Depois disso, erguendo-se, disse em voz alta: ‘Somente um Santo sofreria com prazer os mais infames suplícios’. 
Jules Quicherat da outra versão para a reação de Diego de Gouvea:
Tudo o que ele disse foi que Inácio de Loyola era um homem de vida santa que se deixara levar pelo excesso de zelo; que obtivera dele o juramento de se comportar dali em diante com mais discrição; que renovava em seu nome o mesmo compromisso diante do colégio, e que consequentemente, lhe poupava a pena pronunciada contra ele.
Passado este fato, Inácio de Loyola se dispõe a estudar, tendo como tutor seu outro companheiro de quarto Pierre Favre, que nasceu em 1506 na aldeia de Villaret, em uma familia simples que viviam do campo. No primeiro momento seu relacionamento com o fundador foi estreitamente acadêmico, sendo que depois de dois anos os assuntos religiosos se afloraram de tal forma que Favre experimentou os Exercícios Espirituais de Loyola. Estes exercícios eram um total desprendimento das coisas terrenas, ficando em oração, buscando o contato espiritual, abnegando durante dias de comida e passando horas até dias em penitencia, Pierre passou antes de ser ordenado Padre. Já o relacionamento com seu outro companheiro de quarto não fora muito harmonioso, Francisco Xavier segundo Èrcules Rasiel: 
 Tinha espirito vivo, humor agradável, alma nobre, coração elevado, mas era orgulhoso, vão e ambicioso. De inicio zombava de Iñigo, de suas máximas, de sua conduta, de sues discursos fanáticos; e, longe de ouvi-lo, ridicularizava a vida de mendigo que ele levava e queria convencer os outros a levar.
Xavier, sem duvida foi uma pedra difícil de lapidar, mas, Inácio usa justamente sua vaidade, pois com muita dedicação reúne vários alunos para assistirem suas aulas.
Juntaram-se a Loyola além de Pierre Favre e Francisco Xavier, outros dois que ouviram falar de Inácio em Alcalá, foram estudar em Paris e conhecer o peregrino, Diego Laynéz e Afonso Salmeron, também se uniram ao criador dos Exercícios SimãoRodrigues e Nicolas Alonso. Recrutas se juntaram aos sete fundadores como os franceses Claude Le Jay, Paschase Broët, Jean Codure e um jovem espanhol, Diego Hocés que seria tomado por uma doença e morrera brevemente. Mas antes de constituírem algo deveria primeiro terminar os estudos, os quais foram fazer principalmente Inácio de Loyola. 
Em março de 1533 o fundador se torna mestre, Inês Pascual descreve: “recebi, nessa quaresma, o titulo de mestre e fui obrigado a gastar nessa ocasião mais que pretendia e podia, de sorte que por conta disso encontro-me em grave embaraço (...) que Nosso Senhor nos acuda.”
Depois de se tornar mestre ele se junta aos dominicanos, que tem sua doutrina em Tomas de Aquino durante dezoito meses, mesmo sendo mestre volta a suas antigas praticas e macerações segundo Ércules Rasiel, “numa pedreira de Montmartre profunda e obscura onde renovava as santas crueldades que havia praticado sobre seu corpo na caverna de Manresa, cuja imagem a pedreira lhe recordava...” Com estes excessos suas dores no estomago voltaram de tal forma que necessitou buscar ajuda nos médicos, que o proibiram de cometer estes atos novamente. Mas esta pedreira serve de lugar para se reunirem os futuros membros da Companhia. No Memorial Pierre Favre escrevera:
No dia da Santa Maria de agosto, nesse ano de 1534, já unidos por uma mesma determinação e formados pelos Exercícios (com exceção do mestre Francisco que ainda não o fizera mas compartilhava do nosso projeto), fomos a Nossa Senhora de Montmartre, perto de Paris, para ali pronunciarmos o voto de partir para Jerusalém na data que nos seria indicada, e de nos colocarmos, ao regressar, sob autoridade do Pontífice romano; e também de cada um começar, no tempo estabelecido, a ‘deixar nossos pais e nossas redes’... 
Inicialmente este grupo religioso necessitava de uma aventura, algo que marcasse grandemente o inicio, foi sugerido que fizessem uma peregrinação a cidade “Santa” e pregar para os infiéis, como todos fizeram o voto de pobreza abnegando desta forma das coisas materiais e terrenas, deveriam ir sem dinheiro algum. Mas esta viagem significava suicídio, mesmo porque os muçulmanos dominavam totalmente a cidade, além de doença e a guerra. Contudo elaboram um projeto mais modesto, ficar em Veneza onde era o porto que os levaria a Palestina por um ano e se avaliarem a impossibilidade do deslocamento a Jerusalém, iriam para Roma ajudar o Papa.
Os encontros na pedreira lhe resultaram em prestar contas à inquisição, outra vez um dominicano agora Valentin Liévin, as acusações eram de complô, pois, as reuniões eram em segredo. O inquisidor pede os Exercícios, examina e não encontra nada de se condenar, justamente o contrario, vê ali motivo de admiração, e absolve o mestre, mas Inácio de Loyola quer um documento por escrito para provar que foi inocentado e consegue. O padre Fouqueray encontrou uma documentação datada de 1537 enviada a Loyola:
Nós, Frei Thomas Laurent, da ordem dos Frades Pregadores, lente em teologia e inquisidor geral da perversidade herética e da fe católica no reino da França, fazemos saber e certificamos a todos (...) que nosso predecessor frei Valentin Liévin (...) inquisidor geral para todos os reinos da França, realizou oportunamente uma investigação no tocante à vida e à doutrina de Inacio de Loyola, e que nos, na ocasião seu secretario, jamais ouvimos dizer que se encontrasse nele cousa que desabonasse um homem católico cristão. Ademais, conhecemos o referido Loyola e mestre Pierre Le Fèvre, bem como alguns de seus familiarem; e sempre os vimos conduzir uma vida católica e virtuosa sem jamais observar neles algo que não conduzisse a homens perfeitamente cristãos. Além disso, os Exercicios ministrados pelo mencionado Inacio pareceram-nos católicos tanto quanto podemos inferir após exame.
Enfim Inácio consegue reunir um grupo heterogêneo entre si com intelectuais, religiosos e fanáticos. Pessoas que seriam fieis aos seus propósitos ate o fim, eram eles Francisco Xavier e Simão Rodrigues que já estariam na Ásia quando a Companhia fosse reconhecida pelo Papa Paulo III, Pierre Favre, Diego Lainez que foi o primeiro sucessor do fundador, Alfonso Salmerom, Nicolas Alonso, Diego Hocés que morrera muito breve, Claude Le Jay, Paschase Broët e Jean Codure. Criada a Sociedade de Jesus, sociedade, pois a maior parte de seus integrantes era espanhola, e para usar Companhia não teriam um vocábulo especifico para esta palavra em latim, então a Companhia de Jesus ficou no sentido e na compreensão espanhola militar e dando um ar mais civil no latim Sociedade, ficando assim hibrida uma característica marcante dos Jesuítas que usaram como ninguém a artes de moldar o método de acordo com as circunstâncias, para converter almas a igreja católica. O Papa Paulo III reconhece e confere a existência da Companhia de Jesus no dia 27 de setembro de 1540.
Referencias Bibliográficas.
Certau. Michel de. Suplementos á Vie chétiene, n. 147, p. 62-63, maio 1972. 
Fouqueray, Henri, s.j., Histoire de la Compagnie de Jésus em France, Paris, Picard, 1910-1925, 5 vol.
Gracian y Moralés, Baltasar, s.j., La Pointe ou I’ Art du génie, apresentação de Michelé Gendreau-Massaloux et Pierre Laurens, Paris, L’ Âge d’homme,1983.
Ignace de Loyola, Autobiographie, traduzida e anotada por Alain Guillermou, Paris, Le Seuil, col.”Livre de vie” , 1962.
 Lacouture, Jean, Os Jesuítas: 1. Os Conquistadores/ Jean Lacouture; tradução de Ana Maria Capovilla, Porto Alegre, L&PM, 1994.
 Pierre Favre, Mémorial, apresentação de Michel de Certeau, s.j., Paris, Desclée Brouwer, 1959.
Quicherat, Jules, Histoire de Sainte-Barbe, collège et institution, Paris, 1831. 
Rasiel da Silva, Ércules, Histoire de I’admirable Dom Inigo de Guipuzcoa, La Haye, viúva Le Vier, 1736.

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