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MATERIAL PARTICULADO ATMOSFÉRICO Patricia A. de Souza Programa de Pós-Graduação em Geociências (Geoquímica ambiental) A composição química da atmosfera terrestre sempre foi a mesma? Um breve retorno no tempo.... Formação da atmosfera da Terra A Terra foi formada a 4.5 bilhões de anos atrás H2 (g) (hidrogênio molecular) e He (g) (hélio) frequentemente perdidos para o espaço devido ao campo magnético da Terra pouco definido Atmosfera inicial – Disco de poeira em torno do Sol espaço Gases remanescentes da nebulosa solar Formação da atmosfera da Terra Atmosfera secundária Após o escapamento do H2 e He..... 1. Intenso processo de vulcanismo Com a liberação de vapor de H2O, CO2, CH4 e NH3 2. Condensação do vapor de água e precipitação formando os oceanos 3. Adicional entrada de gases pelo bombardeamento de meteoritos a 3.9 Bi anos atrás. A Terra foi formada a 4.5 bilhões de anos atrás Formação da atmosfera da Terra Atmosfera Primitiva (primórdios da formação da Terra ~3.5 bilhões de anos atrás) Atmosfera Atual Condições inóspitas (aquecimento e resfriamento) Ambiente redutor Presença de gases H2, He e depois de CO2, CH4 (metano), NH3 (amonia), N2, SO2, vapor de H2O Ambiente bastante oxidativo (radical OH. , O3, O2) A Terra foi formada a 4.5 bilhões de anos atrás Formação da atmosfera da Terra A Terra foi formada a 4.5 bilhões de anos atrás Surgimento dos primeiros organismos vivos (bactérias simples). Processo de fotossíntese, consumo de CO2 e produção de O2. Decomposição do NH3 por fotólise (luz solar Formação da atmosfera da Terra Camadas da atmosfera Atmosfera superior (alta atmosfera) Atmosfera Inferior (baixa Atmosfera) Camadas da atmosfera ATMOSFERA (sistema dinâmico) BIOSFERA (ecossistemas terrestres) Litosfera (intemperismo) HIDROSFERA (águas continentais – rios, lagos – e oceanos) INTERAÇÕES ATMOSFERA BIOSFERA (ecossistemas terrestres) Litosfera (vulcões, solo) HIDROSFERA (águas continentais e oceanos) EMISSÕES (naturais ou antrópicas) Escala espacial e temporal da variabilidade dos constituintes atmosféricos E na atmosfera ... ENTRADA ATMOSFERA REMOÇÃO (Deposição) Transformações químicas e/ou físicas (reações químicas e processos físicos) TEMPO DE PERMANÊNCIA NA ATMOSFERA → EFICIÊNCIA DO PROCESSO DE REMOÇÃO Escala espacial e temporal da variabilidade dos constituintes atmosféricos ATMOSFERA Processos de remoção (Deposições úmida e seca) BIOSFERA (ecossistemas terrestres) Litosfera (vulcões, solo) HIDROSFERA (águas continentais e oceanos) Deposição úmida - chuva, nevoeiro, neve. Deposição seca - partículas atmosféricas (aerossóis) e gases. Escala espacial e temporal da variabilidade dos constituintes atmosféricos Emissões Industrial Veicular Transporte Reações Seca Úmida Nevoeiro (fog) Deposições atmosféricas Natural Material Particulado Atmosférico Central do Brasil – Rio de Janeiro Material Particulado Atmosférico Material particulado atmosférico ou partículas de aerossol Mistura complexa de partículas sólidas e líquidas, de substâncias inorgânicas e orgânicas suspensas no ar (FINLANYSON e PITTS, 2000; SIENFELD e PANDS, 2006) Material Particulado Atmosférico 1 µm = 10-6 m 1 nm = 10-9 m Tamanho da partícula Expresso em relação ao seu tamanho aerodinâmico (Da; ou diâmetro de partícula), definido como o diâmetro de uma esfera que possui densidade unitária e mesma velocidade de sedimentação que a partícula em questão (Hinds, 1982). Material Particulado Atmosférico MP10 Al, Cd, Fe, Mn, Cu, Zn, Pb, V... Compostos aromáticos policíclicos Elementos traço Naftaleno, antraceno, fenantreno C orgânico Sais inorgânicos (NH4)2SO4, MgSO4, NH4NO3, NaCl, NaNO3, CaCO3 Diâmetro de aerodinâmico (Da) Outros compostos orgânicos Argilo-minerais, Poeira do solo Fe2O3, Al2O3, silicatos, ... Vírus, bactéria, póllen Black-carbon Material Particulado Atmosférico Possuem diversos tamanhos e formatos Cinzas vulcânicas Pólen Sais da água do mar Fuligem Material Particulado Atmosférico Figure 3 Particle of biological origin, identified in the PM2.5-10 of sample III (a), soot particle, identified in the PM2.5-10 of sample III (b), cubic-shaped particle, identified in the PM2.5-10 of sample I (d) and particle characteristic of soil resuspension (above) and particle possibly originated from anthropic sources (bellow), both identified in thePM2.5-10 of sample I (d). Material Particulado Atmosférico Classificação pelo diâmetro aerodinâmico (Da) ou Dp (diâmetro da partícula) 1. Partículas Totais em Suspensão (TPS) Da < 100 μm 2. Partículas Inaláveis (PI ou PM10) Da < 10 μm PM10 = PM2,5 + PM2,5-10 3. Partículas Inaláveis Grossas ou Material particulado grosso (PM2,5-10) Da entre 2,5 e 10 μm 4. Inaláveis Finas ou material particulado fino (MP2,5) Da ≤ 2,5 μm 5. Partículas Ultra–finas (PM0,1) Da < 0,1 μm (0,1 μm = 100 nm ; nanopartículas) Material Particulado Atmosférico MPA apresenta inúmeras origens que são simplificadamente distribuídas em diferentes tamanhos de partículas (proposto por Whitby, 1978). Classificação das partículas em modas, definidas pelos picos de distribuição em função log-normal (proposto por Whitby, 1978); Distribuição de n partículas por intervalo de tamanho (ΔDp) Nt = ʃ °° Nn(Dp)dDp Nn(Dp)dDp = número de partículas por cm3 de ar que tem diâmetro que varia de Dp a Dp+ dDp Material Particulado Atmosférico ° Material Particulado Atmosférico Material Particulado Atmosférico • Tempo de residência: alguns dias até semanas; • Partículas primárias (aerossóis primários): Partículas primárias (aerossóis primários): São emitidas diretamente da fonte, geralmente, por processos mecânicos: ação do vento no solo (ressuspensão de poeira do solo), poeira de rochas, no mar (produzindo spray marinho), atividades biogênicas (incluindo fragmentos de plantas). • Partículas secundárias (aerossóis primários): São formadas na atmosfera por processos de conversão gás-partícula (alteração de tamanho e composição), ou seja, por processos industriais e de queima de combustíveis fósseis, que levam a emissões de gases que na atmosfera se convertem para material particulado. Material Particulado Atmosférico Distribuição Global dos Aerossóis • Areas amarelas são predominantemente formadas por partículas grossas, como poeira. • Áreas vermelhas são aerossóis, principalmente finos, como o fumo ou poluição. • Áreas em cinza indicam áreas sem dados. http://earthobservatory.nasa.gov/Features/Aerosols/ Material Particulado Atmosférico Composiição química Formação do material particulado atmosférico NH3(g) + H2SO4(g) → (NH4)SO4 (s) Formação do ácido sulfúrico OH + SO2(g) → HOSO2(g) HOSO2(g) + O2 → HO2 + SO3(g) SO3 + H2O → H2SO4(g) FORMAÇÃO DE PARTÍCULAS NA ATMOSFERA Partículas de sulfato de amônio HNO3(g) + NH3(g) → NH4NO3(s) Formação do Ácido Nítrico NO2(g) + hv → NO(g) + O(g) O(g) + O2(g) + M → O3(g) + M O3(g) + NO(g) → NO2(g)+ O2(g) Durante a noite NO2(g) + O3(g) → NO3(g) + O2(g) NO3(g) + NO(g) → 2NO2(g) NO2(g) + NO3(g) + M → N2O5(g) + M N2O5(g) + H2O(g) → 2HNO3(g) Partículas de nitrato de amônio Durante o dia OH(g) + NO2 (g) + M → HNO3(g) + M FORMAÇÃO DE PARTÍCULAS NA ATMOSFERA NaCl (s) + HNO3(g) → NaNO3(s) + HCl(g) reação de dupla troca EM ÁREAS LITORÂNEAS COM ABUNDÂNCIA DE AEROSSÓIS NA ATMOSFERA COM SAIS PROVENIENTES DO MAR Efeitos adversos na saúde humana 1. Problemas respiratórios 2. Problemas cardiovasculares Material Particulado Atmosférico Material Particulado Atmosférico Material Particulado Atmosférico http://breatheproject.org/learn/ Material Particulado Atmosférico ESTUDOS EPIDEMIOLOGICOS Aumento da morbilidade e mortalidade Concentração da massa do material particulado atmosférico (Pope et al. 2004). Material Particulado Atmosférico http://iris.paho.org/xmlui/bitstream/handle/123456789/9585/02.pdf?sequence=1&isAllo wed=y • Objetivo: Investigar os efeitos de curto prazo da exposição ao material particulado de queimadas da Amazônia na demanda diária de atendimento ambulatorial por doenças respiratórias de crianças e de idosos • Metodologia: Os registros diários de atendimento ambulatorial - 14 unidades de saúde do município de Alta Floresta, Mato Grosso, região sul da Amazônia brasileira. • Coleta de dados de material particulado – INPE • Período : janeiro de 2004 a dezembro de 2005. Material Particulado Atmosférico Material Particulado Atmosférico Durante 2004 -2005 Atendimento 1646 crianças 262 idosos Causas respiratórias 14 unidades de saúde Material Particulado Atmosférico Brook et al.,2010 Objetivo: Revisar e fornecer novas evidências que associam a exposição ao material particulado às doenças cardiovasculares. Revisão de trabalhos entre 2004 e 2009 Material Particulado Atmosférico As setas representam a associação qualitativa baseada na extensão das evidência epidemiológicas de diversos estudos ↑↑↑ - indica forte evidência epidemiologica em todos os estudos ↑↑ - indica moderada evidência epidemiologica em todos os estudos ↑ - indical algum ou limitado/fraca evidência epidemiologica observados em todos os estudos Sumário das evidências epidemiologicas de efeitos cardiovasculates do MP2,5 relacionado a exposição as emissões veiculares (tráfego intenso) e aos processos de combustão (Brook et al 2010) Estudos epidemiológicos curta exposição (dias) Longa exposição (meses a anos) mortalidade cardiovascular ↑↑↑ ↑↑↑ hospitalizações cardiovasculares ↑↑↑ ↑ Doença esquimica do coração ↑↑↑ ↑↑↑ Insuficiência cardíaca ↑↑ ↑ Acidente vascular cerebral isquêmico ↑ ↑ Doenças Vasculares ↑ ↑↑ Arritmia cardíaca ↑ ↑ Inflamação sistêmica ↑↑ ↑ Espalhamento ou absorção da radiação solar (radiação de onda curta). A radiação solar incidente é afetada Efeito sobre o meio-ambiente Efeito Direto Absorção Aumento do albedo terrestre Aumento do aquecimento da atmosfera Espalhamento Efeito sobre o meio-ambiente Forçante radiativa Medida de influência que um fator tem de alterar o balanço energético da Terra Promove alteração do albedo das nuvens; Efeito sobre o meio-ambiente Albedo pode ser definido como a razão entre a irradiância electromagnética reflectida (de forma direta ou difusa) e a quantidade incidente Outro importante efeito do aumento da concentração de MPA Redução da visibilidade Efeito sobre o meio-ambiente Yosemite National Park (Califórnia) Shenandoah National Park (Virginia) Efeito sobre o meio-ambiente Efeito indireto formação dos núcleos de condensação de nuvens (cloud condensation nuclei, CNN) Promove alteração do ciclo hidrológico Efeito sobre o meio-ambiente Efeito sobre o meio-ambiente Temporada chuvosa na Bacia Amazônica • Dezembro-março Emissão do MPA ~ regiões marinhas remotas Emissão do MPA (Da < 2,5 µm) ~ 8 Tg/ano Emissão do MPA (Da < 10 µm) ~10 Tg/ano (Yokelson et al., 2008) Torna-se um dos locais mais poluídos do planeta (Artaxo et al., 2002) Temporada de estiagem na Bacia Amazônica • Junho-setembro • Eventos de queimada para manuntenção de pasto ou deflotestamento http://www.energetica.ind.br/IMPAC_GV_SA235.pdf Empregado para PTS Da 0,01 a 100 µm Monitoramento do MPA Amostrador Hi-Vol (High volume) Amostrador Moudi (impactador inercial em cascata) http://www.energetica.ind.br/IMPAC_GV_SA235.pdf Monitoramento do MPA Dichotomous sampler PM10 Cálculo da concentração do PM Vazão total ar (1 atm; 25ºC): 16,7 L min -1 • 90% para vazãocoleta PM2,5 • 10% para PM2,5-10 (1,67 L min -1). Amostrador de MP10 MP – Padrões da Qualidade do Ar Organização Mundial da Saúde http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/69477/1/WH O_SDE_PHE_OEH_06.02_eng.pdf MP2,5 10 */10**µg/m3 média anual 25*/25** µg/m3 média 24 h MP10 20*/20** µg/m3 média anual 50 */50** µg/m3 média 24 h MP2,5 12*/15** µg/m3 média anual 35*/35** µg/m3 média 24 h MP10 50*/50** µg/m3 média anual 150*/150** µg/m3 média 24 h US - EPA https://www3.epa.gov/ttn/naaqs/standards/pm/s_pm_hi story.html PTS 80 */ 60** µg/m3 média anual 240*/150** µg/m3 média 24 h MP10 50*/50** µg/m3 média anual 365*/80** µg/m3 média 24 h CONAMA – Brasil *Padrão primário ** Padrão secundário Padrão primário: Concentração de poluentes atmosféricos ultrapassadas, poderão afetar a saúde da população, podendo ser entendidos como níveis máximos toleráveis de concentração de poluentes atmosféricos; MP – Padrões da Qualidade do Ar Padrão secundário: Concentrações de poluentes atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso sobre o bem-estar da população, assim como o mínimo dano à fauna e < ora, aos materiais e meio ambiente em geral, podendo ser entendidos como níveis desejados de concentração de poluentes MP – Padrões da Qualidade do Ar MP – Padrões da Qualidade do Ar MP – Padrões da Qualidade do Ar MP – Padrões da Qualidade do Ar Composição Química do MPA Amostragem exaustão veicular Materiais e Métodos • Coleta – Amostrador: Dicotômico PM10 – Tempo: 24 h a cada 6 dias – Período: Fev. 2004 – Fev. 2005 • Tratamento – Congelamento dos filtros – Filtragem: membrana de 0,22 mm de poro após extração aquosa Figura 1. Amostrador PM10 Graseby 241próximo ao INPE (23˚12’48,6”S; 45˚51’59,1”W) São José dos Campos Comparação entre as concentrações médias diárias de SO2 e SO4 2- associado ao PM2,5 Variação semanal São José dos Campos 0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 seg ter qua qui sex sab dom Co nc en tra çã o ( mg m- 3 ) Fino Grosso Produção do Biodiesel Reação de transesterificação ROH = NaOH ou KOH Óleo vegetal catalisador Produção do Biodiesel – Benefícios Misturas B5 = 5% do biodiesel no diesel B10 = 10% do biodiesel no diesel B20 = 20% do biodiesel no diesel http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/relat orio_biodiesel.pdf 1. As algas são ricas em óleos e podem crescer em diversas condições e serem produzidas em longa escala. 2. As microalgas podem fixar biologicamente CO2 e são hábeis para converter Reação de transesterificação
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