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O que fazer com as peles de peixes

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O que fazer com as peles de peixes? (81)
Por:Maria Luiza Rodrigues de Souza 
Depto de Zootecnia da Universidade 
Estadual de Maringá
e-mail: mlrsouza@uem.br
A aqüicultura, por ser uma das atividades agropecuárias que mais cresce no mundo, traz consigo a necessidade de se dispor de estratégias eficientes de aproveitamento do pescado como um todo, e não apenas da carne como fonte de alimento. Boa parte dos peixes produzidos pela aqüicultura são comercializados frescos/resfriados e congelados e, em menor proporção, salgados, secos e defumados. Os filés, entretanto, frescos ou congelados sem a pele, são os produtos que parecem atender melhor ao desejo dos consumidores de disporem de um produto de rápido e fácil preparo. Em decorrência de tudo isso, tem surgido no País novas unidades de beneficiamento voltadas para os peixes cultivados, principalmente a tilápia, cujos resíduos contém um subproduto de excelente qualidade: a pele, que ao ser submetida ao processo de curtimento, permite agregar valor à produção e se tornar um fator decisivo no equilíbrio das finanças de ambos, produtores e processadores de peixes.
A pele
São muitas as tecnologias de aproveitamento dos subprodutos de pescados, e estão disponíveis tanto para uso artesanal como para uso industrial. Esses subprodutos podem ser utilizados na elaboração de silagem, hidrolisado protéico, compostagem e, com o uso de máquinas apropriadas, ainda é possível aproveitar a polpa retirada das carcaças resultantes do processo de filetagem, que na maioria das vezes é jogada fora.
Do total de resíduos gerados, principalmente no processo de filetagem, de 4,5 a 10%, dependendo da espécie de peixe, é representado pela pele. Trata-se, portanto, de uma quantidade significativa de um subproduto que pode ser beneficiado, para se obter, após um processo de curtimento, uma matéria-prima de qualidade e de aspecto peculiar inimitável.
O curtimento nada mais é do que o processo de transformação da pele em couro, um produto imputrescível com características de maciez, elasticidade, flexibilidade e resistência à tração. As qualidades físico-mecânicas da pele de peixe permitem a sua aplicação em diversos setores da confecção, com destaque para a manufatura de vestuários em geral, como jaquetas, coletes, saias, aplicação em tecidos, pulseiras de relógio, pastas, bolsas, carteiras, suvenir, cintos e, principalmente, calçados, além de também ser utilizado na decoração.
No curtimento, é mantida a natureza fibrosa da pele, porém, as fibras são previamente separadas pela remoção do tecido interfibrilar e ação de produtos químicos. São tratadas com substâncias curtentes, tais como os taninos vegetais e/ou sintéticos ou com sais de cromo, que as transformam em couro. Assim, a pele é transformada em um material imputrescível de alta qualidade, principalmente em função da espécie de peixe e forma de curtimento.
É importante conhecer um pouco sobre a constituição da pele, pois nela, consta uma camada extremamente importante, a derme, responsável por grande parte da resistência do couro. A morfologia da pele varia nas diferentes espécies de peixes teleósteos, sendo basicamente constituída por duas camadas teciduais, que são a epiderme (mais superficial) e a derme (mais interna, subjacente à epiderme) e, estas duas camadas ficam sobrepostas à hipoderme ou tela subcutânea. Essa camada deve ser retirada no início do processo de curtimento, visto que, após a filetagem, nela permanece uma quantidade de gordura e tecido muscular que, quando presente na pele para o processamento, dificulta a obtenção de um couro mais macio e elástico, além de permitir o aparecimento, após o curtimento, de manchas decorrente do excesso de gordura natural da própria pele.
Com os produtos aplicados ao processo, a epiderme é totalmente destruída nas etapas iniciais do curtimento, permanecendo a derme, camada essa que deve ser preparada para reagir com os agentes curtentes. Os produtos químicos utilizados nas etapas iniciais do processo de curtimento removem as proteínas não fibrosas presentes no material interfibrilar, facilitando a abertura e o intumescimento da estrutura fibrosa. A permanência desse material na pele restringiria o movimento das fibras e, conseqüentemente dificultaria a obtenção de um couro macio.
Alguns pesquisadores estudaram a espessura da pele e a disposição das suas fibras de colágeno em cinco espécies de peixes de couro da Bacia Amazônica. As medidas foram realizadas em peixes de vários tamanhos (1 a 9 kg) com uma variação na espessura da pele de 0,60 a 2,12 mm. Esses pesquisadores observaram três tipos de arranjo de colágeno nestas espécies, mas em todos os peixes analisados, as fibras de colágenos apresentavam-se entrelaçadas e fortemente presas entre si.
Para muitas espécies de peixes, a derme é constituída por grossos feixes colágenos, dispostos paralelamente à superfície da pele e estão entrelaçados, de espaço em espaço, por grossos feixes perpendiculares à superfície. Essas formas de distribuição do entrelaçamento das fibras colágenas garantem uma maior resistência ao couro após o curtimento. O arranjo estrutural das fibras colágenas da derme, bem como a espessura desse estrato, permitem que a pele possua grande resistência a diferentes forças de tração.
Corte histológico da derme profunda (dp) da pele de tilápia, mostrando a disposição das fibras colágenas paralelas (fp) e transversais (ft) á superfície.
O couro Peles de pacu, tambaqui, carpas, piau, curimbatá e tilápia já estão sendo processadas em curtumes. Entre essas espécies, a tilápia, é a que está ganhando mais espaço no processamento, principalmente, por ser considerada uma espécie com grande vocação para o abate industrial voltado para a elaboração de filés sem a pele.
A pele curtida, também denominada de couro, está sendo comercializada atualmente por preços que variam de R$ 0,80 a R$ 1,80 a unidade (referente à pele, de um dos lados do peixe) e essa variação de preço depende do tamanho e do tipo de acabamento, lembrando que é possível obter duas unidades por peixe. Além disso, os couros podem ser comercializados também por m2, ou seja, em mantas (foto acima), onde as unidades são cortadas padronizadas em formato e tamanho. Os cortes devem ser realizados em função da classificação do tamanho do couro, e costurados em máquina zigue-zague (mais comum) ou costura reta, formando uma manta cujo valor do m2 varia de R$ 220,00 a R$ 280,00. Para confecção de um m2 de manta são necessários de 150 a 200 unidades de couro (75 a 100 peixes), isto tomando como base o couro da tilápia com peso de abate entre 450 e 600g.
A pele de peixe, em geral, enfrenta problemas quanto ao seu pequeno tamanho e aparente fragilidade. Para conhecer e comprovar a qualidade dessa matéria-prima, alguns trabalhos têm sido desenvolvidos na Universidade Estadual de Maringá (PR), na Escola de Curtimento do Senai, em Estância Velha (RS) e no Instituto de Pesquisa Tecnológico (IPT), de Franca (SP), para testar a sua resistência após o curtimento. Todos os testes até agora confirmaram, que as peles de peixes, após o curtimento, tornam-se um produto nobre e de alta qualidade, possuindo a resistência como característica peculiar, principalmente, devido ao entrelaçamento das fibras colágenas. A desvantagem do tamanho reduzido é facilmente compensada pela sua beleza incomparável, fruto dos desenhos formados na superfície da pele de cada espécie, principalmente as de escama. Esse desenho característico é formado pelas lamélulas de proteção da inserção da escama, que resulta em um aspecto típico e difícil de ser imitado o que garante uma padronagem exclusiva de alto impacto visual .
Para o melhor aproveitamento das peles pela indústria coureira, deve-se levar em consideração alguns fatores, tais como a espécie, tamanho de abate do peixe, qualidade de pele em relação a sua arquitetura histológica (distribuição das fibras colágenas ou entrelaçamento dessas fibras), sua beleza, além da forma de comercializaçãodo peixe, o que determinará a adequada retirada da pele. Para o processo propriamente dito, as peles de peixes devem apresentar alguns importantes requisitos, como não conter restos de carne; não estar rompida ou apresentar furos decorrentes da filetagem ou retirada do excesso de carne; possuir tamanhos adequados e ser proveniente de uma eficiente linha de filetagem.
 
Procedimento para conservar as peles
As peles dos peixes em estado natural, logo após serem retiradas, sofrem degradação decorrente da contaminação microbiana produzida por germes do ambiente e dos resíduos do abate. Além disso, sofrem a autólise do próprio tecido, quando deixado por tempo prolongado sem conservá-las. A intensidade de degradação depende da temperatura ambiente, tipo de contaminação bacteriana e tempo em que as peles estão expostas a estas condições.
A pele ao ser retirada do animal, deveria ser imediatamente industrializada, o que, na prática, na maioria das vezes é impossível, uma vez que a localização dos curtumes é geralmente distante dos abatedouros, tornando-se necessário tratá-las adequadamente para que posteriormente sejam levadas ao curtume para serem curtidas com os menores danos possíveis.
Os primeiros agentes degradantes da matéria orgânica são as enzimas autolíticas. A autólise e o ataque bacteriano apresentam sua ação máxima no período compreendido entre o abate do peixe e o início do processo de conservação, que tem como finalidade interromper todas as causas que favorecem a decomposição das peles, de modo a conservá-las em melhores condições, até o momento do curtimento. Ela é baseada na desidratação, impossibilitando o desenvolvimento de bactérias e ação enzimática.
As peles podem ser conservadas com a utilização do sal ou através de congelamento. O sal é um dos agentes mais empregados na conservação de peles, e quando usado convenientemente e em quantidades adequadas, é considerado um bom agente de cura, mantendo as peles em excelentes condições para o curtimento. Dentre os métodos que utilizam o sal, o mais comum é a salga a seco. Para isso, deve-se revestir o piso com uma camada de sal e colocar camadas intercaladas de pele e sal, até completar a pilha. Após a montagem da pilha, deve-se também recobri-la com sal, evitando que algumas peles fiquem expostas ao ambiente. As peles devem ficar por 1 a 2 dias nas pilhas, decorrido esse período elas podem ser retiradas e colocadas em local arejado e nunca expostas à incidência de raios solares. Quando submetidas a esse método de conservação, as peles podem permanecer estocadas por um logo tempo, antes do curtimento, devendo apenas tomar algumas precauções contra insetos que possam atacar as peles secas ou umidade no local. Outra opção de conservação é a salmouragem e salga, onde se deve preparar uma salmoura saturada e colocar as peles imersas nessa solução, por algumas horas. Depois, deve-se escorrer as peles e executar o mesmo procedimento mencionado para a salga a seco. Esse método é mais eficiente se comparado ao anterior.
Em relação aos métodos que não utilizam sal, o mais executado é o congelamento, pela sua praticidade. Neste caso as peles são embaladas em sacos plásticos e submetidas ao freezer até o momento de seu curtimento ou comercialização na forma in natura, para uma unidade de curtimento. As peles congeladas são comercializadas por kg.
Existem curtumes que compram as peles, fazem o curtimento e comercializam o couro. Outros prestam o serviço de curtimento aos produtores, que lhes entregam as peles para curtir e recebem o couro de volta, mediante o pagamento pelo serviço. Nesta situação, os curtumes cobram por unidade de pele ou por quilo de peles a serem curtidas, independente, do número de peles presente em cada quilo. Para tilápias de 550g e 650g, cujas peles apresentam um peso médio de 17,50g e 22,00g, respectivamente, o número de peles em cada quilo irá variar de 114 a 91 peles.
Laboratório de pesquisa na UEM
Considerando a importância de se incrementar tecnologias adaptáveis ao agronegócio, o papel de pesquisadores e das Universidades é imprescindível. Com apoio da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (SEAP/PR) e Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico (FADEC), o Departamento de Zootecnia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) está implantando o projeto “Aproveitamento das peles de peixes provenientes dos resíduos de filetagem dos pesque-pagues e aqüicultores da região de Maringá”. Esta parceria já permitiu a aquisição de equipamentos importantes para o processo de acabamento e controle da qualidade dos couros. No entanto, os pesquisadores ainda buscam parcerias para aquisição dos demais equipamentos importantes para o processamento e também para finalizar a construção do espaço físico do laboratório, onde além das avaliações das técnicas também visa o treinamento dos interessados no processamento das peles.
Tecnologia de aproveitamento do couro de peixes da Amazônia é desperdiçada
28 de junho de 2016 Site couro de peixes, peixe, tecnologia
Pesquisador de 90 anos ainda sonha em ver a confecção de couro de peixes sendo produzida em grande escala
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�Rabello segue com as pesquisas em um laboratório particular. Fotos: Evandro Seixas
Com 70 anos de experiência no curtimento de pele de animais, o aposentado José Jorge da Silva Rebello, 90, ainda tem um sonho para colocar em prática: ver a confecção de couro de peixes sendo produzida em grande escala.
Um dos pioneiros do Estado a desenvolver técnicas para transformar as peles de peixes amazônicos em couro de boa qualidade, hoje, ele lamenta por nenhum empresário ter se interessado em levar o projeto para a indústria. Só no Instituto Nacional de Pesquisa na Amazônia (Inpa) foram mais de 20 anos dedicados à pesquisa, que comprovou que o subproduto do pescado, que geralmente é desperdiçado, pode sim ser utilizado na fabricação de utensílios como bolsas, malas, cintos, sapato entre outros.
“Eu já estou velho e a qualquer momento não estarei mais por aqui. O meu grande desejo é transferir os conhecimentos e a tecnologia que aprendi e adquiri para que ela não se perca”, afirmou o curtidor, que acredita no potencial econômico do projeto.
Atualmente, Rebello trabalha em casa, onde construiu um “laboratório” para continuar seus testes com as peles de peixes. Embora seja um espaço simples, ele relata que ainda possui forças para continuar. “Eu sempre estou fazendo alguma coisa porque foi através do trabalho com o couro que eu adquiri o sustento da minha família”, disse.
Espécies variadas
De acordo com o José Rebello, o projeto “Couro de Peixe” selecionou cerca de 20 espécies de peixes para produzir couros especiais. Dentre eles, a pele do pirarucu, aruanã, tambaqui e dourada podem ser transformadas em couro de altíssima qualidade. “Mas a região amazônica possui mais de 20 mil tipos de peixes, ou seja, ainda há muita matéria-prima que pode ser testada e utilizada”, comentou.
Uma das preocupações, segundo ele, é o material pode ser melhor reaproveitado, visto que boa parte da produção pesqueira do estado acaba sendo desperdiçada por falta de conhecimento. “São mais de 10 toneladas de peixes jogados fora todos meses. Se o pescador for treinado, ele pode evitar esse desperdício e mais que isso, pode gerar renda com o reaproveitamento da pele do pescado”, defende.
Para o especialista, para que iniciativas como essas possam ir para a frente, é necessário ter mais investimentos do estado no setor.
Rápida geração de emprego e renda
Pensando no setor produtivo e na geração de renda com a transformação de peles de peixes da Amazônia em couro, o pesquisador aposentado do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), José Rebello, aguarda a aprovação de três patentes: uma do couro de bagres (peixe liso), outra de aruanã (peixe de escama) e a terceira de couro de jacaré.
Todas as propostas foram depositadas em 2008 e o pesquisador espera que ainda este ano os produtos sejam patenteados. No entanto, o Inpa informouque a concessão ou não de patentes pode demorar até 10 anos para serem analisadas no Brasil.
Segundo o Instituto, atualmente mais de 70 produtos/processos estão protegidos e são passíveis de serem transferidos e serem produzidos em escala industrial.
Número
Dez toneladas de pescado são desperdiçados pela indústria pesqueira mensalmente, de acordo com o José Rebello. Na opinião dele, se o Estado investir no “Couro de peixe”, além de acabar com o desperdício, ainda será possível gerar emprego e renda.
Por: Kelly Melo
Fonte: A Crítica
Pele de peixe é transformada em couro por artesãs de Bragança, PA
Projeto começou a ser implantado há cerca de dois meses.
Tecnologia foi desenvolvida por aluno do curso de Engenharia de Pesca.
Do G1 PA
FACEBOOK
Pele de peixe transformada em couro. (Foto: Divulgação/Emater)
A pele de peixes como pescada amarela, tainha, corvina e gó estão sendo transformadas em couro para produção de biojoias por artesãs da comunidade pesqueira do Castelo, há 35 quilômetros de Bragança, no nordese do estado. Com tecnologia desenvolvida pelo aluno do curso de Engenharia da Pesca da Universidade Federal do Pará (UFPA), a produção de um metro de couro exige a utilização da pele de oito pescadas amarelas, em média.
Como a pesca é a principal atividade econômica da comunidade, a matéria prima vem do Rio Caeté e também da coleta diária em uma fábrica de pescado existente no município.  De acordo com estimativas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), por metro de couro comercializado o pescador pode receber até R$ 100. O valor do quilo do pescado in natura é vendido a R$ 18.
A principal vantagem do produto é o fácil acesso à matéria-prima, além de resistência e flexibilidade, aparência e estilo naturais do couro, o que acrescenta um diferencial ao produto em relação a outros couros, como a da cobra, por exemplo. O projeto implantado há cerca de dois meses está sendo acompanhado pela Emater.
De acordo Maria Eduarda Pereira, engenheira de pesca da Emater, o objetivo principal do projeto é agregar valor à produção e gerar uma nova alternativa de renda para as famílias. Segundo dados da Emater, a maior parte da pele do pescado utilizado pelas artesãs é recolhido da fábrica, sem nenhum custo e com total aproveitamento do produto, que antes era descartado. “O aproveitamento do resíduo também contribui com a redução dos impactos ambientais. Toda a pele do peixe descartado da fábrica ia parar no lixão da cidade com riscos de contaminação humana por meio de roedores e outros insetos”, disse Maria Eduarda.
Para a confecção dos produtos a Emater vem capacitando os pescadores por meio de cursos e oficinas de aprimoramento das técnicas. Também são testadas novas peles de pescado, que apresentam possibilidade de utilização na confecção de utensílios como sandálias, cintos e bolsas. Um novo curso de capacitação para as famílias, que pretende capacitar 15 pescadores, já tem previsão de acontecer, na segunda quinzena do mês de janeiro.
Pele de peixe é transformada em couro por artesãs de Bragança, PA
Projeto começou a ser implantado há cerca de dois meses.
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Pele de peixe transformada em couro. (Foto: Divulgação/Emater)
A pele de peixes como pescada amarela, tainha, corvina e gó estão sendo transformadas em couro para produção de biojoias por artesãs da comunidade pesqueira do Castelo, há 35 quilômetros de Bragança, no nordese do estado. Com tecnologia desenvolvida pelo aluno do curso de Engenharia da Pesca da Universidade Federal do Pará (UFPA), a produção de um metro de couro exige a utilização da pele de oito pescadas amarelas, em média.
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De acordo Maria Eduarda Pereira, engenheira de pesca da Emater, o objetivo principal do projeto é agregar valor à produção e gerar uma nova alternativa de renda para as famílias. Segundo dados da Emater, a maior parte da pele do pescado utilizado pelas artesãs é recolhido da fábrica, sem nenhum custo e com total aproveitamento do produto, que antes era descartado. “O aproveitamento do resíduo também contribui com a redução dos impactos ambientais. Toda a pele do peixe descartado da fábrica ia parar no lixão da cidade com riscos de contaminação humana por meio de roedores e outros insetos”, disse Maria Eduarda.
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