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Tempo e Clima

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Universidade Federal de Pelotas
Curso de Engenharia Ambiental e Sanitária
Tempo e Clima
Jéssica dos Santos e Joane Szortika Quadros
Pelotas, 2014
Sumário
1 Introdução..................................................................................................... 3
2 Tempo e Clima.............................................................................................. 4
2.1 Diferença entre Tempo e Clima.................................................................. 4
2.2Fenômenos climáticos e fenômenos meteorológicos...................................5
2.3 Ritmo climático.............................................................................................5
3 Circulação Geral da Atmosfera...................................................................... 6
3.1 Aquecimento diferencial meridional............................................................ 6
3.2 Modelo de célula......................................................................................... 7
3.3 Distribuições observadas de vento e pressão na superfície.......................9
3.4 Interação continente-Oceano..................................................................... 11
4 Massas de ar................................................................................................. 12
4.1 Teoria das frentes polares..........................................................................14
4.2 Características das frentes.........................................................................15
4.3 Ciclones Extratropicais................................................................................15
5 Circulações locais......................................................................................... 16
5.1 Brisa terrestre e de marítima..................................................................... 16
5.2 Brisa de montanha e de vale......................................................................16
5.3 Camada limite planetária........................................................................... 18
6 Conclusão..................................................................................................... 19
7 Referências Bicliográficas............................................................................. 20
Introdução
Este presente trabalho tem como objetivo tratar sobre alguns conceitos, e, sobretudo, exemplificações de assuntos referentes a tempo e clima, suas diferenças, fenômenos climáticos e meteorológicos que possam ocorrer e ritmo climático. Outros assuntos relatados são os referentes à circulação geral da atmosfera, abrangendo as áreas referentes ao aquecimento diferencial meridional, os modelos de célula, que podem ser mais subdivididos entre o Princípio de convecção livre e o Centro de alta e baixa pressão; o modelo das três células, que são subdivididos entre o cinturão de pressão, ventos alísios e as Zonas de Convergências Intertropicais (ZCIT); e, as interações que ocorrem entre o continente e o Oceano, que podem ser divididas nos conceitos dos centros de alta semipermanentes e as monções. Na última parte do trabalho, irá ser apresentada uma classificação e definição do que são as Massas de Ar, quais massas de ar que atuam no Brasil, e definiremos os sistemas frontais, que serão explicados pela Teoria da Frente Polar, as características dessas frentes e os ocorrem os Ciclones Extratropicais.Ainda para terminar trataremos sobre brisas locais, contemplado temas brisas marítimas e terrestres, brisas de montanha e de vale, tipos de nevoeiros, entre outros.
Tempo e Clima
2.1 Diferença entre Tempo e Clima
São bastante comuns às dúvidas em relação a tempo e clima, como: o que é cada um? Qual a diferença entre eles? E a importância de saber cada um deles?
Segundo Ayoade, J. O..Introdução à Climatologia para os Trópicos - 5º Edição – Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998. Por tempo entende-se o estado médio da atmosfera numa dada porção de tempo e em determinado lugar. Por outro lado, clima é a síntese do tempo num dado lugar durante um período de aproximadamente 30-35 anos. O clima, então, refere-se ás características da atmosfera, inferidas de observações contínuas durante um longo período.
De acordo com VIANELLO & ALVES (2000): “O clima é uma generalização ou a integração das condições do tempo para um certo período, em uma determinada área. O tempo meteorológico é uma experiência diária: é o estado instantâneo da atmosfera, enquanto a caracterização do clima já é mais abstrata.”
De uma forma geral pode-se dizer que existem os meteorologistas para estudar o tempo, e os climatólogos para estudar o clima.
Podemos dizer que tanto a climatologia, quanto a meteorologia analisam e possuem na atmosfera seu objetivo de estudo, porém com abordagens diferentes.
A escala climática diz respeito à dimensão, a ordem de grandeza, especial (extensão) e temporal (duração), segundo a qual os fenômenos climáticos são estudados.
A meteorologia se caracteriza pelo estudo dos fenômenos isolados da atmosfera e do tempo atmosférico. Ela trata a dimensão física da atmosfera.
“(...) o estado momentâneo da atmosfera em um dado instante e lugar. Entende-se por estado da atmosfera o conjunto de atributos que a caracterizam naquele momento, tais como: radiciação (insolação), temperatura, umidade (precipitação, nebulosidade...) e pressão (ventos...).”
Fonte: MENDONÇA, F. & DANNI-OLIVEIRA, I. M. Climatologia – Noções Básicas e Climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 206p. 2007.
Estas duas dimensões, de uma forma geral, são empregados conjuntamente nos mais variados estudos.
Dessa forma, quando se trata de tempo, fala-se em algo momentâneo, que muda constantemente, por exemplo, ao longo de um mesmo dia pode-se observar vários tipos de tempo. Enquanto o tempo é algo variável, o clima é constante, ou seja, pode ser definido como conjunto de variações do tempo em um determinado lugar da superfície terrestre.
Para se dizer qual é o clima de uma determinada região é preciso traçar um panorama sobre o regime de chuvas por ano, temperaturas médias e uma série de outros elementos a longo prazo. Já para dizer o tempo deste mesmo local, é preciso apenas verificar se está chovendo ou se irá chover em um determinado dia, se fará calor ou frio, entre outros aspectos a curto prazo.
“O tempo e o clima podem, juntos, ser considerados como uma consequência e uma demonstração da ação dos processos complexos na atmosfera, nos oceanos e na terra.” (Ayoade, J. O..Introdução à Climatologia para os Trópicos - 5º Edição – Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.)
2.2 Fenômenos climáticos e fenômenos meteorológicos
Os fatores climáticos estão amplamente relacionados resultando em um sistema complexo, dinâmico e realimentado (VIANELLO & ALVES 2000).
Fatores externos que modificam o clima podem ser, por exemplo, flutuação na quantidade de energia solar emitida, variação na órbita terrestre e no eixo de rotação, aumento ou diminuição do dióxido de carbono atmosférico, modificação nas características dos continentes e dos oceanos, entre outros.
Fatores internos que modificam o clima podem ser, por exemplo, variação na temperatura da superfície oceânica, o decréscimo na salinidade do Atlântico Norte ou Oceano Ártico, conduzindo a um aumento na formação de gelo sobre o mar, entre outros.
Os fenômenos meteorológicos são decorrentes das variações de temperatura, da umidade e da pressão do ar, das precipitações, dos ventos e do movimento das massas de ar que caracterizam os estados ou condições do tempo atmosférico.
2.3 Ritmo climático
A análise rítmica consiste na representação do ritmo climático através de gráficos que são longas faixas de representação diária concomitante de todos os atributos atmosféricos mensuráveis sobre um lugar, acompanhados da informação sobre o sistema meteorológico atuante em cadadia. (MONTEIRO, 1976, p. 30)A análise rítmica dos tipos de tempo propõe um estudo do clima cujos elementos sejam integrados na unidade tempo, mostrando toda a variabilidade do clima em sucessão diária. O ritmo dessa sucessão depende da atuação dos fluxos atmosféricos, os quais são determinados por centros de pressão, revelando assim a gênese dos fenômenos climáticos “Anos padrão”, representando os diversos níveis de aproximação do ritmo “habitual” correlacionados aos anos de irregularidade rítmica.
REVISTA GEONORTE, Edição Especial 2, V.1, N.5, p.766 – 773, 2012
3.0 Circulação Geral da Atmosfera
3.1 Aquecimento diferencial meridional
A existência de ventos depende diretamente da presença de diferenças de temperatura.
Devido ao aquecimento diferencial da superfície da Terra, a temperatura é quente em latitudes baixas (tropicais e subtropicais) e relativamente fria nas latitudes altas (regiões polares). Como resultado, a espessura da camada é maior em latitudes baixas e menor em latitudes altas.
Os ventos no ar superior são mais fortes em latitudes médias inferiores (ambos os hemisférios) ou ligeiramente no sentido equatorial do gradiente meridional de temperatura mais forte. Isto resulta do fato de que a superfície da Terra no HS é principalmente oceano, enquanto que no HN há uma mistura de continentes e oceanos.
Essas assimetrias zonais no HN dão origem a ondas de grande escala (planetária), com substancial escoamento meridional em determinadas regiões. Além disso, nas latitudes médias os ventos de oeste intensificam com o aumento da altura na troposfera, com os ventos máximos ocorrendo perto da tropopausa.
Além dos contrastes de temperatura norte-sul (meridional), existem consideráveis variações de temperatura ​​na direção Leste-Oeste (zonal), devido às diferenças nas propriedades térmicas da terra e o oceano. Como a água é um fluido, o calor é distribuído numa profundidade relativamente grande, por meio de ondas e de convecção. Assim, a temperatura da superfície do oceano varia menos do que a temperatura da superfície da terra, em resposta a variações diurnas e sazonais de insolação. Como resultado, as variações diurnas e sazonais na temperatura da superfície são maiores em áreas continentais e menores em regiões oceânicas. A diferença na magnitude das variações sazonais de temperatura entre o continente e o oceano produz diferenças significativas nos padrões de circulação atmosférica, e é a causa fundamental para "monções".
O ciclo anual da temperatura é maior sobre terra do que sobre a água. Isso tem um impacto nas características da circulação em diferentes estações. Em algumas áreas as características da circulação invertem entre o verão e o inverno.
	
	 3.2 Modelo de célula
Em 1735, George Hadley propôs um modelo simples teorizando a circulação geral da atmosfera. Esse modelo se tornou clássico e é utilizado ainda hoje, sendo conhecido como Células de Hadley. Hadley propôs que o grande contraste de temperatura entre o equador e os pólos criaria uma circulação térmica semelhante àquela da brisa marítima, baseando-se em seus conhecimentos sobre ventos, pressão e estudos teóricos sobre movimento de fluidos. Sugeriu que sobre a Terra sem rotação, o movimento do ar teria a forma de uma grande célula de convecção em cada hemisfério.
Hipóteses do modelo:
Superfície da Terra homogênea coberta por água;
Terra sem rotação;
Raios solares incidem sobre o Equador o ano todo.
A superfície mais quente no equador torna o ar menos denso, fazendo com que este suba para altos níveis;
Esse movimento ascendente faz com a região do Equador seja uma região de baixa pressão em superfície;
O ar quente é transportado em altos níveis em direção aos pólos;
Ao convergir nos pólos, o ar desce e resfria, fazendo com que se formem regiões de alta pressão;
O ar mais frio é transportado em direção ao Equador em baixos níveis.
No entanto, esse padrão de célula única não é observado. Considerando apenas o efeito da rotação da Terra, surge uma força defletora chamada de força de Coriolis.
De acordo com VIANELLO & ALVES (2000): “A Força de Coriolis atua perpendicularmente ao vetor velocidade (relativo ao sistema em rotação-Terra), podendo apenas mudar a trajetória da partícula, mas jamais influir no módulo da velocidade. Na atmosfera terrestre, tanto as partículas que se deslocam na direção norte-sul quanto aquelas que se movem nas direções leste-oeste e verticalmente estão sujeitas aos efeitos defletores da força de Coriolis.”
A força de Coriolis depende da latitude, sendo nula no equador e máxima nos pólos (a rotação do sistema de referência é máxima nos pólos e diminui com a latitude, até anular-se no equador).
De acordo com VIANELLO & ALVES (2000): “O efeito defletor de Coriolis é muito importante para o entendimento e para previsão dos fenômenos meteorológicos de grande escala temporal (em comparação com o período de rotação da Terra), assim como para os fenômenos de grande escala espacial. Para fenômenos rápidos e, ou, de pequena escala espacial, os efeitos de Coriolis são desprezíveis.”. 
No efeito da rotação da Terra, a força de Coriolis faria com que os ventos em superfície se tornassem mais ou menos de leste para oeste e os de ar superior de oeste para leste. Isto significa que os ventos de superfície soprariam contra a rotação da Terra, que é de oeste para leste. Esta é uma situação impossível, por que os ventos de superfície teriam um efeito de freiamento sobre a rotação da Terra. A energia cinética dos ventos se converteria em calor de atrito e os ventos se desacelerariam. Portanto, corrente de leste em uma latitude precisa ser equilibrada por corrente de oeste em outra. Além disso, o sistema convectivo simples de Hadley, não concorda com a distribuição observada de pressões sobre a Terra.    
Como consequência, a circulação geral da atmosfera é explicada pela formação de três células de circulação, o qual foi proposto na década de 1920 para cada hemisfério na tarefa de manter o balanço de calor na Terra. 
Célula Tropical (célula de Hadley)– Nas latitudes baixas, entre 0 e 30º, o movimento do ar é, devido ao aquecimento, ascendente sobre o Equador, dirigindo-se no sentido dos pólos nos níveis superiores da atmosfera; sobre as latitudes subtropicais o ar esfriado subside, retornando para o Equador à superfície. Esta circulação forma a célula convectiva que domina os climas tropical e subtropical. O ramo descendente da célula de Hadley está associado aos grandes centros permanentes de altas pressões subtropicais (anticiclones subtropicais), de que são exemplo o anticiclone dos Açores e o anticiclone do Pacífico. Nesta célula, a rotação do globo determina ventos de oeste em altitude e ventos de leste à superfície (ventos alísios);
Célula das latitudes médias (célula de Ferrel)– É uma célula de circulação atmosférica média nas latitudes extratropicais, entre 30º e 60º, reconhecida por Ferrel no século XIX. Nesta célula, o ar move-se para os pólos e para leste junto à superfície, e no sentido do Equador e para oeste em altitude, fechando-se a circulação por subsidência nos subtrópicos;
Célula Polar, entre 60º e 90º- Nesta célula, o ar sobe, diverge, e desloca-se em altitude para os pólos. Uma vez sobre os pólos, o ar arrefecido desce, dando origem a altas pressões à superfície nas regiões polares; nestas regiões, o ar diverge para fora dos centros de altas pressões e retorna para sul, fechando a circulação celular. Na célula polar, à superfície, os ventos estão dirigidos para Oeste e em altitude para Leste. 
3.3 Distribuições observadas de vento e pressão na superfície
A distribuição dos sistemas de altas e baixas pressões influencia os padrões de ventos e precipitação. Uma grande diferença de pressão faz com que o ar se mova mais rapidamente, resultando em ventos fortes. Uma diferença menor causa ventos mais fracos. São alterações no aquecimento e movimento da atmosfera que criam as diferenças na pressão atmosférica. 
Circulaçãoglobal idealizada no modelo de circulação de três células
	
ZCIT
É uma zona de convergência em baixos níveis (divergência em altos níveis) na região de fronteira entre os hemisférios Norte e Sul. Assemelha-se a um cinturão com atividades convectivas, de 3 a 5 graus de largura, onde espalham-se Cumulonimbus. Estas nuvens agrupam-se, também em formações denominadas "aglomerados" que caracterizam-se pelo transporte de calor, massa e "momentum" da superfície para a alta troposfera e, daí exportados para as latitudes médias. 
Um aspecto importante a ressaltar é a migração sazonal da ZCIT, que acompanha a migração da zona de baixa pressão equatorial. Estes movimentos são maiores sobre os continentes que sobre os oceanos, devido à maior estabilidade térmica dos oceanos. 
Ventos Alísios
 Ventos persistentes que sopram desde centros de alta pressão subtropical em direção ao cavado equatorial, ou ZCIT. São ventos de baixos níveis atmosféricos caracterizados por grande consistência em sua direção. No Hemisfério Sul os ventos alísios sopram de sudeste e no Hemisfério Norte sopram de nordeste.
Os Ventos de Oeste 
Termo associado aos padrões de ventos persistentes, com componente predominante de oeste. São os ventos dominantes em latitudes médias de ambos hemisférios. Próximo à superfície da Terra, os ventos do oeste se estendem de aproximadamente 35 até 65 graus de latitude enquanto que em altos níveis, abrangem área ainda mais extensa. As observações de ar superior indicam que na maior parte das latitudes, exceto próximo ao equador, onde a força de Coriolis é fraca, os ventos na troposfera média e superior são de oeste. 
	
Localização e orientação dos ventos alísios e de oeste sobre a Terra.
3.4 Interação continente-Oceano
Esses termos se referem, respectivamente, à proximidade ou distância do oceano ou grandes massas de água. Oceanidade se refere ao efeito do oceâno sobre o clima de uma região litorânea. A água do oceano atua como um moderador térmico, ou seja, não permite que grandes variações de temperatura ocorram. Isso se dá pelo fato da água ter calor específico do que o ar, resfriando-se e aquecendo-se mais lentamente. A massa de água ao trocar calor com o ar faz com que haja uma atenuação tanto do aquecimento do ar como de seu resfriamento, reduzindo assim a amplitude térmica (Tmax – Tmin). A continentalidade ocorre em locais situados no interior dos continentes, portanto sem sofrer efeito dos oceanos. Nessa condição, as amplitudes térmicas são maiores, tanto em termos diários como em termos anuais.
Na escala geográfica maior, o poder moderador dos oceanos explica também porque as amplitudes térmicas (verão – inverno) são maiores no HN e menores do HS. 
HN → Continente > Oceano → > Amplitude Térmico
HS → Continente < Oceano → < Amplitude Térmica
A movimentação contínua das águas oceânicas em função de diferenças de densidade (causadas por diferença de temperatura e salinidade e pela rotação da Terra) gera correntes que se movem de maneira organizada, mantendo as suas características físicas, as quais diferem das águas adjacentes. As correntes que circulam dos Pólos para o Equador são frias e as que circulam do Equador para os Pólos são quentes.
A atmosfera em contato com essas massas de água entram em equilíbrio térmico com a superfície. Por isso, as correntes tem grande efeito sobre o regime térmico e hídrico (chuvas) na faixa litorânea dos continentes.
Correntes Frias → Condicionam clima ameno e seco
Correntes Quentes → Condicionam clima quente e úmido
		Monções 
As monções são causadas devido à terra se aquecer e resfriar mais rapidamente que a água. No verão, o continente está mais quente que a água do mar, o ar quente que está sobre a terra tende a subir. Isso cria uma área de baixa pressão atmosférica, que por sua vez, produz um vento constante que sopra do mar para terra. A chuva associada ao fenômeno é causada pelos ventos úmidos que sopram do mar, que ao atingir as montanhas, resfria e provoca sua condensação. 
Durante o inverno, a terra se esfria rapidamente, mas a água do mar retém o calor por mais tempo. Ao subir, o ar quente sobre o oceano forma uma zona de baixa pressão e produz uma brisa que sopra da terra para o mar.
Massas de ar
Uma massa de ar pode ser definida, segundo Hare (1963), como um grande corpo de ar horizontal e homogêneo deslocando-se como uma entidade reconhecível e tendo tanto origem tropical quanto polar.
Segundo Ayoade, J. O..Introdução à Climatologia para os Trópicos - 5º Edição – Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998, as massas de ar originam-se em áreas onde existem condições que favoreçam o desenvolvimento de vastos corpos de ar horizontal e uniformes. Tais áreas são geralmente extensas e fisicamente homogêneas.
Segundo VAREJÃO-SILVA, M. A. Meteorologia e climatologia. Brasília:INMET, 2000. em meteorologia , a expressão massa de ar é usada especificamente para designar umas grande porção da atmosfera, cobrindo milhares de quilômetros da superfície terrestre e que apresenta uma distribuição vertical aproximadamente uniforme, tanto da temperatura, como da umidade. Isso significa que, a uma dada altitude, a temperatura do ar tem valor aproximadamente igual em qualquer ponto do interior da massa de ar, o mesmo acontecendo em relação à umidade.
Para que uma massa de ar se forme é necessário que o ar fique estacionado durante algum tempo sobre uma região que tenha uma distribuição uniforme de temperatura, de modo a adquirir as suas características. A estas regiões chamam-se regiões de origem das massas de ar. Assim, quando um anticiclone estaciona sobre uma destas regiões, e devido aos seus ventos fracos e à sua subsidência (movimento vertical descendente), o ar vai lentamente absorvendo as características termodinâmicas dessa região. Esse processo faz com que o ar fique com uma distribuição uniforme da temperatura e da humidade, quer na horizontal quer na vertical.
Classificação das massas de ar:
As massas de ar podem ser classificadas de acordo com o local e latitude onde se originam e de acordo com a temperatura em relação à superfície de contato.
Quanto ao local de origem, podemos classificá-las em “continental” ou “marítima”, quando se formam sobre continentes ou sobre o mar respectivamente.
 Quanto à latitude de origem, classificamos as massas de ar em “árticas”, “polares”, “tropicais” ou “equatoriais”. 
E, quanto à temperatura com relação à superfície de contato (local sobre o qual se encontram no momento), classificamos em “quentes” ou “frias”.
As massas de ar se movimentam pela troposfera devido à diferença de pressão e temperatura caracterizando as áreas de alta e baixa pressão. As áreas de baixa pressão são áreas de grande nebulosidade e precipitação elevada ocasionada pela grande instabilidade atmosférica e ao fato de serem receptoras de ventos. Já as áreas de alta pressão são livres de nebulosidade e com maior estabilidade atmosférica, tendendo a temperaturas menores.
Duas massas de ar, ao se encontrarem, não se misturam como seria de se esperar, pelo contrário, elas mantêm as características adquiridas no local de origem. Isso faz com que surja uma “frente” ou uma “descontinuidade” ao longo da zona limítrofe das massas de ar (é o que chamamos de “frente fria”, por exemplo, quando duas massas de ar frio se encontram). De qualquer forma, quando uma massa de ar cruza uma região ela causa uma mudança brusca na temperatura por causa da substituição de um ar pelo outro.
Massas de ar no Brasil:
Em função da grande extensão de terra, o Brasil sofre a influência de diversas massas de ar. Algumas são formadas no próprio território brasileiro, enquanto outras são de fora, ao todo são cinco massas de ar atuantes.
1. Massa Equatorial Continental (mEc) 
É uma massa quente e instável originada na Amazônia Ocidental, que atua sobre todas as regiões do país. Apesar de continental é uma massa úmida, em razão da presença de rios caudalosos e da intensa transpiração da massa vegetal da Amazônia, região emque provoca chuvas abundantes e quase diárias, principalmente no verão e no outono. No verão, avança para o interior do país provocando as “chuvas de verão”. 
2. Massa Equatorial Atlântica (mEa) 
É quente e úmida e originária do Atlântico Norte (próximo à Ilha de Açores). Atua nas regiões litorâneas do Norte do Nordeste, principalmente no verão e na primavera, sendo também formadoras dos ventos alísios de nordeste. 
3. Massa Tropical Atlântica (mTa) 
Origina-se no Oceano Atlântico e atua na faixa litorânea do Nordeste ao Sul do país. Quente e úmida provoca as chuvas frontais de inverno na região Nordeste a partir do seu encontro com a Massa Polar Atlântica e as chuvas de relevo nos litorais sul e sudeste, a partir do choque com a Serra do Mar. Também é formadora dos ventos alísios 
de sudeste. 
4. Massa Polar Atlântica (mPa) 
Forma-se no Oceano Atlântico sul (próximo à Patagônia), sendo fria e úmida e atuando sobretudo no inverno no litoral nordestino (causa chuvas frontais), nos estados sulinos (causa queda de temperatura e geadas) e na Amazônia Ocidental (causa fenômeno da friagem, queda brusca na temperatura). 
5. Massa Tropical Continental (mTc) 
Originada na Depressão do Chaco, é quente e seca e atua basicamente em sua área de origem, causando longos períodos quentes e secos no sul da região Centro-oeste e no interior das regiões Sul e Sudeste.
Sistemas frontais:
Como já citado, quando duas massas de ar com características físicas diferentes (temperatura e humidade) se aproximam uma da outra, não se misturam. Mantem-se separadas, estabelecendo-se entre elas uma superfície de descontinuidade, a que se dá o nome de superfície frontal. A intersecção da superfície frontal com a superfície terrestre é uma linha que se chama frente. Quando uma superfície frontal se desloca em direção ao ar mais quente, chama-se superfície frontal fria e, superfícies frontais quentes deslocam-se em direção ao ar frio. Quando uma superfície frontal não está em movimento, chama-se superfície frontal estacionária.
4.1 Teoria das frentes polares:
A frente polar nasce como um resultado de ar polar frio encontrando o ar tropical quente. É uma frente estacionária como as massas aéreas não se movem uma contra outra. Fora da costa da América do Norte oriental, especialmente no inverno, há um gradiente de temperatura agudo entre a terra coberta de neve e as correntes quentes de mar aberto. A teoria da frente polar diz que ciclones de meia latitude se formam nas fronteiras entre o ar quente e o frio. No inverno, a frente polar se desloca em direção ao Equador, enquanto que os sistemas de alta pressão podem dominar mais no verão.
4.2 Características das frentes:
Frentes frias: as frentes frias se formam quando uma massa de ar frio mais denso se forma sob uma massa de ar mais fino quente, levantando verticalmente o ar quente para criar nuvens de superfície mais densas e mais baixas que podem produzir rajadas de vento, trovoada, precipitação pesada de curta duração, que podem incluir chuva, neve, granizo ou chuva com neve. Viajando a 30 quilômetros por hora, as frentes frias estão em movimento rápido e podem varrer uma região com uma velocidade incrível;
Frentes quentes: as frentes quentes ocorrem quando uma massa de ar quente desloca uma fria. O ar quente é menos denso do que o ar frio de modo que avança deslizando suavemente sobre o topo de uma massa de ar fria. Frentes quentes no verão produzem constantemente luz e chuva generalizada, mas, no inverno, a chuva pode se transformar em neve ou granizo;
Frentes estacionárias: um choque massas iguais de ar frio e quente cria uma frente estacionária. Frentes estacionárias ocorrem quando massas de ar frio e quente encontram-se na superfície da Terra, mas ambas são sobre a mesma força. As duas frentes podem pairar sobre um local por horas ou até mesmo dias. Frentes estacionárias são mais prováveis ​​de ocorrer durante o verão do que no inverno;
Frentes oclusas: as frentes oclusas envolvem três massas de ar: ar polar frio, ar polar mais frio e ar quente. Quando as duas massas de ar polares convergem, as lâminas de ar polar mais frias deslizam sob o ar frio para bloquear, ou ocluir, o ar quente da superfície da Terra. O ar quente deve ficar acima de ambas as massas de ar polar, fazendo com que os efeitos na superfície da frente quente evaporem. As frentes oclusas levam de um a dois dias para serem formadas e são mais prováveis ​​de ocorrer no hemisfério norte do que no hemisfério sul, pois as frentes quentes bem desenvolvidas não são comum no sul.
4.3 Ciclones Extratropicais:
É um sistema de baixa pressão atmosférica frio, formado em latitudes médias do planeta, onde os ventos circulam no sentido horário no hemisfério sul e anti-horário no hemisfério norte. A formação se dá pelo processo de mistura das massas de ar frio e quente, chamado oclusão, que é acelerada de acordo com a intensidade das Correntes de Jato (ventos fortes nos altos níveis da troposfera), que favorecem a ascensão do ar e a queda da pressão atmosférica.
Os ciclones extratropicais são bastante comuns e fazem parte da climatologia da América do Sul, sendo sempre associados a um sistema frontal. Segundo estudos, entre os paralelos 30° e 70°, há uma média de 37 ciclones extratropicais em existência durante um período de 6 horas.
Circulações locais
	5.1 Brisa terrestre e de marítima
Segundo VIANELLO & ALVES (2000): “Durante o dia, o vento sopra do mar para a terra e, em sentido contrário, durante a noite. Em geral ocorrem em uma camada atmosférica pouco profunda, próximo à superfície. Na presença de topografia favorável, tais brisas podem associar-se com outros mecanismos de circulação, resultando em modificações substanciais do tempo meteorológicos.”.
A figura abaixo mostra a estrutura geral das brisas. 
O vento do mar para terra e vice-versa, depende do grau de aquecimento tanto da terra quanto do mar e, de acordo com a diferença de temperatura entre as duas, estabelece-se uma corrente de ar. Pela manhã, a diferença de temperatura entre a terra e o mar é pequena, resultando num escoamento praticamente nulo, como se vê em A. À medida que o sol se eleva, a terra se aquece mais rapidamente que o mar, produzindo sobre ela uma diminuição da pressão, em consequência, o vento soprará do mar para a terra; é a chamada brisa marítima. Durante a noite sucede o inverso. A terra se esfria mais rapidamente que o mar, e sobre ela se produz um aumento da pressão e o vento então sopra da terra para o mar; é a chamada brisa terrestre.
	
	5.2 Brisa de montanha e de vale
Durante o dia, devido à radiação solar, as encostas das montanhas se esquentam muito, assim como o ar em contato com elas. O ar mais quente e mais leve é então forçado a elevar-se pela ação do ar mais frio e mais denso da volta. Em altitude, a massa de ar que se elevou volta sobre o vale, produzindo uma sobre pressão que empurra o ar contra a encosta, originando assim um vento ascendente chamado brisa de vale. Durante a noite ocorre o processo inverso. As encostas se esfriam muito, fazendo com que o ar fique pesado, iniciando um movimento descendente em direção ao vale, caracterizando a brisa de montanha. O ar frio no vale origina uma corrente superiora ascendente que, em altitude, se move em direção a encosta. 
	Tipos de nevoeiro
De acordo com CHRISTOPHERSON, Robert W.: “...nevoeiro é uma camada de nuvens no solo, com visibilidade restrita a menos de 1 km. A presença de nevoeiro nos diz que a temperatura do ar e temperatura de ponto de orvalho no nível do solo são praticamente idênticas, indicando condições saturadas. Uma camada de nevoeiro (temperaturas mais quentes acima e temperaturas mais frias abaixo da altitude de inversão), com diferença de temperatura de até 22ºC na temperatura do ar entre o solo frio sob o nevoeiro e o céu ensolarado e mais quente acima.”.
Há diversos tipos de nevoeiros, como por exemplo:
Nevoeiro de advecção: quando o ar em um lugar migra para outro lugar onde as condições são adequadas parasaturação. Por exemplo, quando o ar quente e úmido passa sobre uma superfície fria, resfriando-se por contato e também por misturar com o ar frio que estava sobre a superfície fria;
Nevoeiro de evaporação: quando as moléculas de água evaporam da superfície da água para o ar frio sobrejacente, umidificando com eficiência o ar até a saturação, seguida de condensação para formar o nevoeiro. Por exemplo, quando o ar frio se move sobre a água mais quente, ela evapora, aumentando a razão de mistura de ar que, com suficiente evaporação, pode atingir UR=100%;
Nevoeiro de encosta (orográfica): devido ao movimento ascendente, o ar se expande e resfria adiabaticamente. Se o ponto de orvalho é atingido, pode-se formar uma extensa camada de nevoeiro. Por exemplo, ocorre em locais de encostas de colinas ou de montanhas;
Nevoeiro de vale: como o ar frio é mais denso do que o ar quente, ele se instala em áreas de baixa elevação, produzindo um nevoeiro na camada resfriada e saturada próxima as solo de um vale;
Nevoeiro de radiação: quando o esfriamento radiativo de uma superfície esfria a camada de ar diretamente acima dessa superfície até a temperatura de ponto de orvalho, criando condições saturadas. Por exemplo, ocorre sobre solo úmido, principalmente em noites claras; ele não ocorre sobre a água porque a água não esfria consideravelmente durante a noite.
	5.3 Camada limite planetária:
É a parte inferior da troposfera, onde predomina o escoamento turbulento. Quando o sol aquece a superfície da terra, surge um gradiente de temperatura que possibilita a transferência de calor por correntes conectivas das camadas mais baixas para as camadas mais altas da troposfera. Esta movimentação cria condições para que os gases das camadas mais baixa sejam misturados com os das camadas mais altas, o que permite que a profundidade da camada limite aumente. Esta camada não tem uma altura definida, sua profundidade da camada varia ao longo do tempo. Esta variação depende das características do relevo, da rugosidade do solo da velocidade do vento entre outros fatores- em regiões do Himalaia e os Andes, por exemplo, a camada limite pode ultrapassar os 14000 metros de altitude (OKE, 1987; ARYA, 2001; PETROSYAN et al., 2011). Acima da camada limite planetária tem-se a atmosfera livre, onde se admite que o escoamento não sofra influência direta da superfície, sendo um escoamento sem atrito.
O entendimento da camada limite tem-se mostrado de fundamental importância para a realização das previsões atmosféricas. Os modelos de alta resolução das interações entre os sistemas atmosfera, hidrosfera e biosfera depende fortemente de uma descrição precisa dos processos físicos na camada limite planetária. 
Conclusão
De acordo com os tópicos que foram apresentados no trabalho, pode-se concluir que o clima é de real importância não só para o planeta, mas também para os seres vivos. Percebe-se que tudo influencia no clima, desde os fatores que atuam sobre os elementos climáticos, os quais definem o tempo que determina o clima. Observamos também as diferenças entre clima e tempo, considerando que os dois são diversas vezes confundidos. Em vista do que foi mencionado percebemos que a alteração do clima traz diversas consequências. Assim notamos que o clima com todos os seus elementos, são importantes e frágeis por sua complexidade. Por essa razão é nosso dever como seres deste planeta, preservar, não apenas para as futuras gerações, mas por nós mesmos.
Referências Bibliográficas
CHRISTOPHERSON, Robert W. Geossistemas – Uma introdução à geografia física. Tradução: Francisco Eliseu Aquino ... (et al.). Porto Alegre: Bookman, 7ª edição, 2012.
MENDONÇA, F.; DANNI-OLIVEIRA, I. M. Climatologia: noções básicas e climas do Brasil. São Paulo: Oficina de Textos, 2007.
AYOADE, J.O. Introdução á climatologia para os trópicos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2007.
BARRY, R. G.; CHORLEY, R. J. Atmosfera, tempo e clima. Porto Alegre: Bookman, 2013.
VAREJÃO-SILVA, M. A. Meteorologia e climatologia. Brasília:INMET, 2000. 
REVISTA GEONORTE, Edição Especial 2, V.1, N.5, p.766 – 773, 2012
VIANELLO, R. L.; ALVES, A. R. Meteorologia básica e aplicações. Viçosa: editora Universidade Federal de Viçosa, 2000.

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