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3 ESTUDO DE CASO 1. APRESENTAÇÃO O estudo de caso foi elaborado sob a orientação da professora Xxxxxxxx, docente da disciplina de Estágio Supervisionado de Psiquiatria, pela acadêmica Xxxxxx, graduanda do curso de enfermagem do 8º semestre da Universidade XY durante o período de 12 de maio a 18 de maio de 2015, no Hospital Xxxxxxxxx 2. IDENTIFICAÇÃO Nome: X.X.X Data de Nascimento: XX/XX/XXXX Idade: 35 Estado civil: Solteiro Data do internamento: 28/04/2015 Naturalidade: Xxxx Escolaridade: 2º Grau Completo Alergia: Sem histórico Admissão: Encaminhado via CAPS I Uso de medicações iniciais: Clonazepan, Carbamazepina e Venalaxina Diagnóstico Inicial (CAPS I): TOC e Depressão Diagnóstico Final (Hospital Xxx): CID-10 F25.0 Transtorno Esquizoafetivo 3. DADOS DO INTERNAMENTO Paciente admitido no 1º internamento neste hospital, acompanhado da genitora, D. Fulana de Tal e de um irmão, conduzidos pela ambulância de Xxxxx. Apresenta-se parcialmente orientado, apragmático, alerta, irritado, exaltado, pensamento acelerado, discurso desorganizado, logorreico, delirante. Colocando a mão direita e esquerda sobre os ouvidos, como se estivesse falando com alguém, informando que antes falava com a esposa. Diz ter vários aviões e toma banho rápido devido à pressa que tem. Genitora informa que o paciente tem TOC e Depressão, e que vinha cursando com agitação, ficou desnudo em via pública, falando sozinho, insone, sem cuidados com a própria higiene, dizendo que iria derrubar as 4 pessoas referindo-se a matá-las. Como motivo da internação alegou “estar enfadado do trabalho”, não estava trabalhando agora “mas estava cansado por causa do trabalho” e que “iria tomar posse como prefeito”. 4. HISTÓRICO DE VIDA E DOENÇA Diagnóstico médico de transtorno esquizoafetivo tipo maníaco. Possui transtorno mental desde 2006 e é a décima internação, sendo esta a primeira no Hospital Xxxxxx. Segundo genitora, há histórico de transtorno mental na família. O paciente faz acompanhamento regular no CAPS I em Xxxx/Ba e refere adesão ao tratamento. Nega tabagismo, etilismo e uso de drogas ilícitas. 5. ADMISSÃO DE ENFERMAGEM Paciente admitido no primeiro internamento neste hospital, acompanhado da genitora, D. Fulana de Tal. No momento, receptivo à abordagem, calma aparente, parcialmente orientado, pensamento acelerado, discurso desorganizado, delirante, inquieto, em estado de alerta e humor exaltado. Medicado e encaminhado ao PA. Sinais vitais PA: 120x80mmhg; FC: 82bpm; FR: 22rpm; HGT: 92mg/dl; T: 36.6 º C; Apresenta-se ao exame físico: couro cabeludo íntegro, cavidade auricular sem sujidades, mucosas oculares normocrômicas, com acuidade visual preservada nariz normal, com ausência de secreções, cavidade oral com ausência de dentes na arcada dentária superior, região cervical com ausência de gânglios; tórax simétrico, abdome plano, extremidades simétricas, com marcha normal; hidratado, estado nutricional adequado, higiene corporal satisfatória e pele íntegra. 6. EVOLUÇÃO 18/05/2015 às 15:30h Paciente calmo, colaborativo, comunicativo, pragmático e globalmente orientado. Normovigil, eutímico. Apresenta delírios de influência, ideias deliróides de grandeza, alucinações auditivas do tipo imperativa e pensamento pragmático. Eliminações presentes e sono preservado. Não referiu queixas. 5 13/05/2015 às 14:30h Paciente lúcido, calmo, pouco colaborativo, pragmático e globalmente orientado. Normovigil, eutímico e estável. Durante a abordagem apresentou tangencialidade a algumas perguntas realizadas alegando não poder falar demais devido à ética e sigilo. Apresenta delírios de influência, ideias deliróides de grandeza, alucinações auditivas do tipo imperativa, pensamento desorganizado e alteração da memória de fixação. Eliminações presentes e sono preservado. Não referiu queixas. 18/05/2015 às 14:20h Paciente calmo, colaborativo, comunicativo, pragmático e globalmente orientado. Normovigil, eutímico e estável. Apresenta sentimento de doença, delírios de influência, ideias deliróides de grandeza, alucinações auditivas do tipo imperativa e curso do pensamento organizado. Eliminações presentes e sono preservado. Queixa-se de prurido. 7. DIAGNÓSTICO CID-10 A Classificação Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (também conhecida como Classificação Internacional de Doenças – CID 10) é publicada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e visa padronizar a codificação de doenças e outros problemas relacionados à saúde. A CID 10 fornece códigos relativos à classificação de doenças e de uma grande variedade de sinais, sintomas, aspectos anormais, queixas, circunstâncias sociais e causas externas para ferimentos ou doenças. A cada estado de saúde é atribuída uma categoria única à qual corresponde um código CID 10. F20.0 Esquizofrenia Os transtornos esquizofrênicos se caracterizam em geral por distorções fundamentais e características do pensamento e da percepção, e por afetos inapropriados ou embotados. Usualmente mantém-se clara a consciência e a capacidade intelectual, embora certos déficits cognitivos possam evoluir no curso do tempo. Os fenômenos psicopatológicos mais importantes incluem o eco do pensamento, a imposição ou o roubo do pensamento, a divulgação do pensamento, a percepção delirante, idéias delirantes de controle, de influência 6 ou de passividade, vozes alucinatórias que comentam ou discutem com o paciente na terceira pessoa, transtornos do pensamento e sintomas negativos. A evolução dos transtornos esquizofrênicos pode ser contínua, episódica com ocorrência de um déficit progressivo ou estável, ou comportar um ou vários episódios seguidos de uma remissão completa ou incompleta. Não se deve fazer um diagnóstico de esquizofrenia quando o quadro clínico comporta sintomas depressivos ou maníacos no primeiro plano, a menos que se possa estabelecer sem equívoco que a ocorrência dos sintomas esquizofrênicos fosse anterior à dos transtornos afetivos. Além disto, não se deve fazer um diagnóstico de esquizofrenia quando existe uma doença cerebral manifesta, intoxicação por droga ou abstinência de droga. F25.0 Transtornos esquizoafetivos Trata-se de transtornos episódicos nos quais tanto os sintomas afetivos quanto os esquizofrênicos são proeminentes de tal modo que o episódio da doença não justifica um diagnóstico quer de esquizofrenia quer de episódio depressivo ou maníaco. Outras afecções em que os sintomas afetivos estão superpostos a doença esquizofrênica pré-existente ou coexistem ou alternam com transtornos delirantes persistentes de outros tipos, são classificados em F20-F29. Os sintomas psicóticos que não correspondem ao caráter dominante do transtorno afetivo, não justificam um diagnóstico de transtorno esquizoafetivo. Sintomas Mania: estado de euforia exuberante, com valorização da autoestima e da autoconfiança, pouca necessidade de sono, agitação psicomotora, descontrole ao coordenar as ideias, desvio da atenção, compulsão para falar, aumento da libido, irritabilidade e impaciência crescentes, comportamento agressivo, mania de grandeza. Nessa fase, o paciente pode tomar atitudes que reverterão em danos a si próprio e às pessoas próximas, como demissão do emprego, gastos descontrolados de dinheiro, envolvimentos afetivos apressados, atividade sexual aumentada e, em casos mais graves, delírios e alucinações. Esquizofrenia: Envolve uma série de problemas tanto cognitivos quanto comportamentais e emocionais. Os sintomas costumam variar e entre eles estão inclusos:7 Delírios: crenças em fatos irreais que não possuem base alguma na realidade; Alucinações: Eem termos gerais, envolvem ver ou ouvir coisas que não existem. Pensamento desorganizado: Esse sintoma pode ser refletido na fala, que também sai desorganizada e com pouco ou nenhum nexo; Habilidade motora desorganizada ou anormal: O comportamento de uma pessoa com esse tipo de disfunção não é focado em um objetivo, o que torna difícil para ela executar tarefas. Pode incluir resistência a instruções, postura inadequada e bizarra ou uma série de movimentos inúteis e excessivos. Outros sintomas: Não aparentar emoções Não fazes contato visual Não alterar as expressões faciais Ter fala monótona e sem adição de quaisquer movimentos que normalmente dão ênfase emocional ao discurso. Além disso, a pessoa pode ter reduzida sua capacidade de planejar ou realizar atividades, tais como: Diminuição da fala Negligência na higiene pessoal Perda de interesse em atividades cotidianas Isolamento social Sensação de incapacidade de conseguir sentir prazer. F25.0: Transtorno Esquizoafetivo, tipo maníaco Um transtorno no qual sintomas esquizofrênicos e maníacos são ambos proeminentes no mesmo episódio de doença. A anormalidade do humor assume usualmente a forma de elação, acompanhada por aumento da auto-estima e ideias grandiosas, mas às vezes excitação e irritabilidade são mais obvias e estão acompanhadas por um comportamento agressivo e ideias persecutórias. Em ambos os casos, há um aumento de energia, hiperatividade, concentração comprometida e uma perda da inibição social normal. Delírios de referencia, grandiosidade e persecutoriedade podem estar presentes, mas outros sintomas mais tipicamente esquizofrênicos são necessários para se estabelecer o diagnostico. Os pacientes podem insistir, por exemplo, que seus pensamento estão sendo irradiados ou sofrendo interferência que forças alienígenas estão tentando controlá-los ou podem relatar ouvir vozes de diversos tipos ou expressar ideias delirantes bizarras que não são meramente grandiosas ou persecutórias. Frequentemente é necessário um cuidadoso questionamento para se estabelecer que um paciente realmente está experimentando esses fenômenos mórbidos e não meramente brincando ou falando por metáforas. Os transtornos esquizoafetivos do tipo maníaco são 8 usualmente psicoses floridas com um início agudo; ainda que o comportamento esteja com frequência grosseiramente perturbado, a recuperação total geralmente ocorre dentro de poucas semanas. Diretrizes Diagnósticas Deve existir uma elevação proeminente do humor ou uma elevação menos óbvia do humor combinada com um aumento da irritabilidade ou excitação. Dentro do mesmo episódio, pelo menos um e preferivelmente dois sintomas tipicamente esquizofrênicos. Essa categoria deve ser utilizada tanto para um episódio esquizoafetivo tipo maníaco isolado, quanto para um transtorno recorrente, no qual a maioria dos episódios seja esquizoafetivo, tipo maníaco. Inclui: psicose esquizoafetiva, tipo maníaco psicose esquizofreniforme, tipo maníaco 8. PLANO TERAPÊUTICO Clonazepam 10mg VO (Rivotril) Indicado para: transtornos de ansiedade: como ansiolítico em geral, distúrbio do pânico com ou sem agorafobia, fobia social; transtornos do humor: transtorno afetivo bipolar: tratamento da mania, depressão maior: como adjuvante de antidepressivos (depressão ansiosa e na fase inicial de tratamento); emprego em síndromes psicóticas: tratamento da acatisia; tratamento da síndrome das pernas inquietas. Contra-indicações: não deve ser usado por pacientes com história de sensibilidade aos benzodiazepínicos, nem em pacientes com evidência significativa clínica ou bioquímica de doenças hepáticas. Reações adversas: os efeitos colaterais que ocorreram com maior frequência com Clonazepam são referentes à depressão do SNC. Outras reações, relacionadas aos sistemas: Neurológico, Psiquiátrico, Respiratório, Cardiovascular, Dermatológico, Gastrintestinal, Genitourinária, Musculoesquelético, Hematopoiético e Hepático. 9 Carbamazepina (Tegretol) 200mg VO Indicação: Epilepsia; Mania aguda e tratamento de manutenção em distúrbios afetivos bipolares para prevenir ou atenuar recorrências. Contra-indicações: Hipersensibilidade conhecida à Carbamazepina, a fármacos estruturalmente relacionados (por ex. antidepressivos tricíclicos) ou a qualquer outro componente da formulação. Pacientes com bloqueio atrioventricular, história de depressão da medula óssea ou história de porfiria aguda intermitente. Em consequência de uma estrutura relacionada a antidepressivos tricíclicos, o uso de Carbamazepina não é recomendado em associação com inibidores da monoaminoxidase (IMAO); antes de se administrar Carbamazepina, o(s) IMAO deve(m) ser descontinuado(s) por no mínimo 2 semanas, ou mais se a situação clínica o permitir. Reações adversas: Particularmente no início do tratamento com Carbamazepina, ou se a posologia inicial for elevada demais ou durante o tratamento de pacientes idosos, certos tipos de reações adversas ocorrem muito frequentemente ou frequentemente, como por exemplo, reações adversas no SNC (vertigem, cefaleia, ataxia, sonolência, fadiga e diplopia); distúrbios gastrintestinais (náusea e vômito), assim como reações alérgicas na pele. Venlafaxina (Venlift® OD) 75 mg VO O cloridrato de Venlafaxina é indicado para o tratamento da depressão, incluindo depressão associada com ansiedade, tanto em pacientes hospitalizados como ambulatoriais. A Venlafaxina mostrou ser eficaz em tratamentos de médio (até 3 meses) e de longo prazo (até 12 meses). O medicamento é contraindicado em pacientes que apresentam hipersensibilidade ao cloridrato deVenlafaxina ou a qualquer componente da formulação. É contraindicado o uso concomitante por pacientes que estão sendo tratados com inibidores da monoaminoxidase (IMAOs). Haloperidol IM (Haldol) Indicação: Como agente neuroléptico: em delírios e alucinações na esquizofrenia aguda e crônica. Na paranoia, na confusão mental aguda e no alcoolismo; como um agente anti- agitação psicomotor: mania, demência, alcoolismo, oligofrenia. Contra-indicações: estados comatosos, depressão do SNC devido a bebidas alcoólicas ou outras drogas depressoras, Doença de Parkinson, hipersensibilidade ao haloperidol ou aos outros 10 excipientes da fórmula, lesão nos gânglios de base, afecções neurológicas acompanhadas de sintomas piramidais ou extrapiramidais. Reações adversas: distúrbios extrapiramidais, tremor, hipertonia, distonia, sonolência, distúrbios visuais, distúrbios gastrintestinais e pseudoparkinsonismo. Haldol Decanoato IM 50mg/ml Indicação: Tratamento de manutenção de pacientes psicóticos crônicos estabilizados. Contra-indicação: Estados comatosos; depressão do sistema nervoso central (SNC) devido ao álcool ou outra droga depressora; doença de Parkinson; hipersensibilidade ao Haldol® decanoato ou aos excipientes da fórmula (contém óleo de gergelim); lesão dos gânglios da base. Reações Adversas: Tremor, sonolência, sedação, boca seca, constipação, cialorréia, rigidez muscular, disfunção sexual, reação no local aplicado. Cloridrato de Prometazina 25mg VO (Fenergan) – Anticolinérgica ou Anti- parkinsoniana Indicado no tratamento sintomático de todos os distúrbios incluídos no grupo das reações anafiláticas e alérgicas. Graças à sua atividade antiemética, é utilizado também na prevenção de vômitos do pós-operatório e dos enjôos de viagens. Pode ser utilizado, ainda, na pré-anestesia e na potencializaçãode analgésicos, devido à sua ação sedativa. Contra- indicações: não deve ser administrado a pacientes com conhecida hipersensibilidade à prometazina , associação ao álcool e sultoprida; em mulheres durante o aleitamento; contra-indicada para o uso em crianças menores de dois anos. Carbonato de Lítio 300mg VO (Carbolitium) Indicação: No tratamento de episódios maníacos nos transtornos bipolares, profilaxia da mania recorrente, prevenção da fase depressiva, tratamento da hiperatividade psicomotora. Contra-indicações: pacientes com má função renal e em indivíduos recebendo diuréticos ou com dieta baixa de sal, porque a depleção do cloreto de sódio aumenta a toxicidade do lítio. Não deve ser usado durante a gravidez e o período de aleitamento. Reações adversas: A medicação com lítio apresenta ausência de efeitos tóxicos sob “condições de controle”. Se por eventualidade, quaisquer dos sintomas abaixo ocorrerem durante a “litioterapia” deverá ser interrompida a medicação e o médico deverá ser informado 11 imediatamente. Diarreia persistente, vômitos ou náuseas severas e persistentes, visão prejudicada, fraqueza generalizada, dificuldade para andar, pulso irregular, tremores intensos, cãibras, grande desconforto, tontura acentuada, sudorese de pés e pernas. Ácido Volpróico 500mg VO (Depakene) Indicação: Está indicado como monoterápico e adjuvante no tratamento de pacientes com crises parciais complexas que ocorrem isoladamente ou com outros tipos de crises. Contra-indicações: não deve ser administrado a pacientes com doença hepática ou com disfunção hepática significativa; está contraindicado para pacientes com hipersensibilidade conhecida a esta substância e para pacientes com desordens conhecidas no ciclo da uréia. Reações Adversas: Efeitos gastrintestinais: os efeitos colaterais mais freqüentemente relatados no início da terapia são náuseas, vômito e indigestão. São efeitos usualmente transitórios e raramente requerem interrupção do tratamento. Diarréia, dor abdominal e constipação têm sido relatados. Tanto anorexia com perda de peso, quanto aumento do apetite com ganho de peso têm sido informados. Foram observados casos raros de ataxia, cefaléia, diplopia, disartria, incoordenação motora, náuseas e nistagmo. Cloridrato de Clorpromazina 100mg VO (Amplictil) Indicação: Em quadros psiquiátricos agudos, controle de psicoses de longa evolução, ansiedade; soluços incoercíveis, náuseas, vômitos e neurotoxicoses infantis; também associado a barbitúricos no tratamento do tétano. Indicado nos casos em que haja necessidade de uma ação neuroléptica, vagolítica, simpatolítica, sedativa ou antiemética. Contra-indicações: glaucoma de ângulo fechado, comas barbitúricos e etílicos, doença cardiovascular grave e depressão severa do sistema nervoso central. Reações adversas: Sonolência, torcicolo, queda de pressão, impotência, frigidez, alterações menstruais, sedação, boca seca, retenção urinária, alterações na pele ou alergias, ganho de peso e prisão de ventre. 12 Cloridrato de Tioridazina 100mg VO (Melleril) Indicação: deve ser usado apenas em pacientes adultos com esquizofrenia crônica ou exacerbações agudas não responsivas ao tratamento com outros fármacos antipsicóticos, por causa de baixa efetividade ou incapacidade de alcançar uma dose eficaz devido a reações adversas intoleráveis destes medicamentos. Contra-indicação: Hipersensibilidade à tioridazina ou a outros componentes da formulação, em pacientes com história de reações de hipersensibilidade, tais como fotossensibilidade grave ou hipersensibilidade a outras fenotiazinas, em estados comatosos ou depressão acentuada do sistema nervoso central, em história de condições hematológicas sérias (por exemplo, depressão da medula óssea) e doenças cardiovasculares graves, especialmente arritmias clinicamente relevantes e síndrome congênita de QT prolongado. Reações Adversas: sedação e sonolência, tontura, boca seca, visão borrada, distúrbios de acomodação visual, congestão nasal, hipotensão ortostática e galactorreia. Cloridrato de Flufenazina 5mg VO (Flufenan) Indicação: O Cloridrato de Flufenazina está indicado no controle das desordens psicóticas. É também indicado no monitoramento da esquizofrenia, estados maníacos e outras psicoses. É não somente útil no ambiente hospitalar, mas devido à sua ação duradoura, na terapêutica prolongada de manutenção dos pacientes com psicoses crônicas que podem ser tratados em ambulatório. É utilizado também como adjunto de antidepressivos tricíclicos para tratamento de alguns pacientes em estado crônico de dor, como pacientes com síndrome de abstinência de narcóticos e tratamento de sintomas de diabete neuropática. Contra-indicação: Os fenotiazínicos são contra-indicados em pacientes com suspeita ou danos subcorticais, em pacientes recebendo altas doses de hipnóticos, em estados comatosos ou depressivos severos. O Cloridrato de Flufenazina não deve ser utilizado em pacientes com discrasia sanguínea ou danos no fígado. Está contra-indicado em pacientes que mostrem hipersensibilidade à flufenazina sendo que pode aparecer sensibilidade cruzada aos derivados fenotiazínicos, ou aos componentes da fórmula. É contra-indicado em pacientes com Mal de Parkinson. Reações Adversas: Sistema Nervoso Central: Os efeitos colaterais mais frequentemente relatados com os compostos fenotiazínicos e outras drogas antipsicóticas são sintomas extrapiramidais tais como pseudoparkinsonismo 13 (tremor, rigidez, etc.), acatisia, distonia, discinesia, espasmos, crises oculogíricas, opistótono e hiperreflexia. São normalmente reversíveis; no entanto, uma síndrome pseudoparkinsoniana persistente (discinesia tardia) pode se desenvolver após administração prolongada de agentes antipsicóticos. Esta síndrome é caracterizada por movimentos rítmicos e involuntários (particularmente da face, boca, língua e queixo e, algumas vezes das extremidades) que se assemelham aos trejeitos faciais da encefalite e movimentos coreiformes dos membros. Permetrina Creme 5% (Nedax) Indicação: Escabiose e pediculose. Contra-indicação: Hipersensibilidade à Permetrina ou outras piretrinas, sintéticas e naturais. Reações adversas: Pouco frequentes: prurido, eritema, queimação local. Raros: rash cutâneo, edema. 9. TERAPIA MEDICAMENTOSA PRESCRIÇÃO MÉDICA CAPS I CLONAZEPAM 2,5mg VO CARBAMAZEPINA 200mg VENALAXINA 75 mg Dia: 28/04/15 PRESCRIÇÃO MÉDICA EMERGÊNCIA HALDOL 5 mg- 1 amp. IM (associado) FERNEGAM 50mg - 1 amp. IM 14 Dia: 28/04/2015 PRESCRIÇÃO MÉDICA POSOLOGIA 8h 14h 20h MELLERIL - 100mg VO 1 comp. 0 1 comp. FERNERGAN - 50mg VO 1 comp. 0 1 comp. AMPLICTIL - 100mg VO 1 comp. 0 1 comp. Dia: 29/04/15 PRESCRIÇÃO MÉDICA POSOLOGIA 8h 14h 20h FLUFENAN - 5mg VO 1 comp. 2 comp. FERNERGAN - 25mg VO 1 comp. 1 comp. DEPAKENE - 500mg VO 1 comp. 1 comp. 1 comp. AMPLICTIL - 100mg VO 1 comp. 1 comp. PERMETRINA LOÇÃO - TÓPICO 2 VEZES AO DIA Dia 05/05/15 PRESCRIÇÃO MÉDICA POSOLOGIA 8h 14h 20h FLUFENAN - 5mg VO 2 comp. 2 comp. FERNERGAN - 25mg VO 1 comp. 1 comp. DEPAKENE - 500mg VO 2 comp. 1 comp. 2 comp. AMPLICTIL - 100mg VO 1 comp. 1 comp. LÍTIO - 300mg VO 1 comp. 1 comp. 15 Dia 06/05/15 PRESCRIÇÃO MÉDICA POSOLOGIA 8h 14h 20h HALDOL - 5mg IM 02 02 FERNERGAN - 25mg VO 1 comp. 1 comp. CARBAMAZEPINA 200mg VO 1 comp. 1 comp. 1 comp. AMPLICTIL - 100mg VO1 comp. 1 comp. Dia 15/05/15 PRESCRIÇÃO MÉDICA POSOLOGIA 8h 14h 20h HALDOL - 5mg IM 02 02 FERNERGAN - 25mg VO 1 comp. 1 comp. CARBAMAZEPINA 200mg VO 1 comp. 1 comp. 1 comp. AMPLICTIL - 100mg VO 1 comp. 1 comp. Dia 18/05/15 PRESCRIÇÃO MÉDICA POSOLOGIA 8h 14h 20h HALDOL GOTAS VO 100 100 FERNERGAN - 25mg VO 1 comp. AMPLICTIL - 100mg VO 1 comp. 1 comp. DEPAKENE - 500mg VO 1 comp. 1 comp. 16 HALDOL DECANOATO 2 ampolas toda terça-feira 10. PLANO DE CUIDADOS FAZER INTERVEÇÕES DE ENFERMAGEM APRAZAMENTO AVALIAÇÃO Medicação prescrita Diariamente às 08h/14h/20h Paciente faz uso regular, aceitando bem as medicações administradas. Evolução do quadro psicótico e clínico Diariamente Paciente bastante cooperativo durante as evoluções, apresentando-se lúcido, orientado auto e alopsiquicamente, sem sedação medicamentosa. Controle dos sinais vitais Diariamente Paciente apresenta-se hemodinamicamente estável. Corte de barba, cabelo e unhas Semanalmente Paciente participativo, com barba, cabelo e unhas cortados durante as oficinas de higiene que foram realizadas. AJUDAR INTERVEÇÕES DE ENFERMAGEM APRAZAMENTO AVALIAÇÃO Oferta da dieta Se necessário Paciente consegue realizar a alimentação sozinho. Higiene Oral Se necessário Paciente realiza sua higiene oral sem necessidade de ajuda. Higiene Corporal Se necessário Paciente realiza sua higiene corporal sem necessidade de ajuda. Apoio emocional Diariamente Paciente tranquilo, sempre disposto a conversar, expressa desejo e ansiedade relacionada a sua alta. Relacionamento com o grupo Diariamente Paciente sem alteração de humor durante os dias de acompanhamento tem demonstrado bom relacionamento com os outros pacientes. 17 ORIENTAR INTERVEÇÕES DE ENFERMAGEM APRAZAMENTO AVALIAÇÃO Cuidados com pele lesionada Diariamente Orientar quanto a uso de loção prescrita, e a evitar está “irritando” o local, para não causar lesões maiores. Cuidados higiênicos e aparência Se necessário Paciente se apresenta sempre em boas condições de higiene e aparência adequada. Informar sobre a importância do tratamento psiquiátrico durante o período de internamento e também após a alta Diariamente Paciente mostra-se cooperativo em relação ao uso das medicações. Explicar as possíveis reações adversas das medicações prescritas Diariamente Paciente apresenta sensibilidade ao Haldol, é importante orientá-lo sobre possíveis efeitos adversos desta e das demais medicações que faz uso. SUPERVISIONAR INTERVEÇÕES DE ENFERMAGEM APRAZAMENTO AVALIAÇÃO Supervisionar nível de consciência, orientação, comportamento, humor, delírios e alucinações Diariamente Paciente apresenta-se lúcido, globalmente orientado, mantendo-se eutímico nas avaliações feitas, com alucinações auditivas, pensamento desorganizado. Alimentação Diariamente Paciente aceita bem a dieta oferecida durante o desjejum, o lanche e o almoço. Eliminações (intestinais e vesicais) Diariamente Paciente refere eliminações presentes e normais. Medicações, Quadro de RND e Intoxicação por Lítio Diariamente Durante as evoluções não foi observado sintomas de RND ou sinais e sintomas de intoxicação por Lítio. Supervisionar a ocorrência de possíveis efeitos colaterais. 18 Sono e Repouso Diariamente Paciente refere não ter problemas para dormir e que o sono e o repouso se mantêm normais. ENCAMINHAR INTERVEÇÕES DE ENFERMAGEM APRAZAMENTO AVALIAÇÃO Médico Psiquiátrico Residente Diariamente Avaliar a remissão do quadro, bem como fazer as adequações terapêuticas necessárias. Nutrição Se necessário Solicitar reavaliação nutricional e modificação da alimentação (tipo, consistência etc.), caso se observe alguma dificuldade do paciente com a ingestão da alimentação fornecida. Exames laboratoriais Quando prescrito Encaminhar o paciente para realização de exames necessário, quando os mesmo forem prescritos, atentar para exames de Litemia. Gabinete Odontológico Se necessário Encaminhar o paciente para tratamento dentário quando o mesmo referir dor ou incômodo. Dermatologista ou Médico Clínico Solicitar avaliação dérmica e/ou modificação da medicação prescrita para melhora de dermatite observada em região cervical e MMSS e II. 11. PROGNÓSTICO O paciente X.X.X. foi admitido no Hospital Xxxxxx, estando naquele momento, segundo registros, parcialmente orientado, apragmático, alerta, irritado, exaltação de humor, pensamento acelerado, discurso desorganizado, logorreico, delirante, com alucinações auditivas, e normal ao exame físico. 19 Durante o contato com o paciente observou-se uma melhora considerável no seu quadro, com melhora do humor, apresentando-se eutímico, calmo, globalmente orientado, comportamento pragmático, colaborativo, abordável. Entretanto apresenta ainda delírio de influência e ideias deliróides de grandeza, alucinações auditivas e pensamento desorganizado, bem como uma dermatite em região cervical, e MMSS e II. O que se espera do paciente é uma boa adesão à terapêutica medicamentosa, não só durante o internamento, mas também após a alta, que o mesmo tenha o apoio e o acompanhamento da família e de amigos, o que é de extrema importância no acompanhamento da doença, esperando-se assim a remissão do quadro clínico do paciente e que o mesmo volte a ter uma vida dentro dos padrões da normalidade. REFERÊNCIAS PORTO, J. A. D. Conceitos e Diagnósticos. Rev. Bras. Psiquiatria [online], São Paulo, v. 21, 1999, p. 06-11. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rbp/v21s1/v21s1a03.pdf>. Acesso em: 13 dez. 2014. VIANA, D. L.; SILVA, E. S. Guia de Medicamentos e Cuidados de Enfermagem. São Caetano o Sul: São Paulo. Ed: Yendis, 2010. Sites pesquisados: CID-10 http://www.datasus.gov.br/cid10/V2008/WebHelp/f20_f29.htm Esquizofrenia: http://www.minhavida.com.br/saude/temas/esquizofrenia
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