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18/02/2019 1 O Estado não faz desporto nem lhe compete organizar manifestações esportivas[...]. Mas é seu dever fomentar práticas desportivas como direito de todos. Assim determina nossa atual Constituição. A Constituição de 88 reafirma em seu art. 5º. [...] todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se, dentre outros, o direito à vida, este direito é o de cada um buscar a plenitude de seu existir, participando ativamente na construção de seu destino, lutando por uma existência digna, feliz e de qualidade. A melhoria da qualidade de vida também será alcançada por meio do desenvolvimento de programas na área do esporte, formal ou não e o Estado deve garantir a prática das atividades esportivas, como direito, sem discriminações, de todos. Um país, como o nosso, com enormes dificuldades, várias características regionais e grande diversidade cultural e educacional, necessita de programas, a curto e médio prazo, que observem tais diferenças e procurem favorecer o processo de participação. Esporte é direito de todos, sem discriminação. É um direito das elites e das classes populares; da criança; do jovem e do velho; dos que falam e dos que não falam; dos que ouvem e dos que não ouvem; dos que veem e dos que não veem; dos que se locomovem livremente e dos que são portadores de paraplegias. MEC tem zelado pelo direito individual das pessoas portadoras de deficiência, com ação educativa na área do desenvolvimento de recursos humanos, proporcionando oportunidades para a melhoria da qualidade de vida desses cidadãos. Murílio de Avellar (Ministro da Educação e do Desporto, 1994) 1º. período na Antiguidade: Esparta (Grécia Antiga) denominado “período de extermínio”, toda criança que nascia imperfeita era assassinada. 2º. período na Idade Média: predomínio do cristianismo (morte = segregação) denominado “período de guarda”, as pessoas portadoras de deficiência eram guardadas em casa ou separadas da sociedade (hansenianos). Os deficientes mentais eram embarcados em navios que vagavam de porto e sua carga era proibida de desembarcar, sendo batizado como navio dos insensatos. HISTÓRIA 3º. período após o Renascimento (pós guerra): “bom científico”, começa-se a tratar e considerar a pessoa portadora de deficiência como ser humano e lentamente tentam integrá-la à sociedade. Após 2ª. grande guerra (volta dos veteranos e mutilados de guerra) a “Educação Física e o Esporte” começam a receber um novo incentivo. Os deficientes, juntamente com as pessoas vindas da guerra apresentam gosto e interesse pela prática da atividade física e do esporte. Inglaterra: neurologista Ludwing Guttmann criou o Centro Nacional de Lesionados Medulares (1944) para tratar feridos da guerra, corrente com enfoque reabilitativo, além de amenizar os problemas psicológicos advindos principalmente do ócio no hospital. EUA: Benjamin Lipton desenvolvia programas de inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho e juntamente com o professor Thimothy Nugent (1946) iniciam a pratica do basquete em cadeira de rodas, corrente com enfoque esportivo visando inserção social e proporcionando a conotação competitiva. Estas correntes se cruzam no decorrer da história, integrando atleta e reabilitação social!! O esporte = utilizado basicamente como terapia motora e psicológica (atividades eram um excelente método de reabilitação física, auxiliando na recuperação emocional, social e psicológica). Iniciam-se as adaptações dos jogos, materiais e regras = objetivo possibilitar o acesso às atividades com maior mobilidade e independência. Hoje quase todas as modalidades esportivas foram e continuam sofrendo adaptações, possuindo órgãos e associações responsáveis pelas organizações de jogos e competições regionais, nacionais e internacionais. 18/02/2019 2 A participação de pessoas portadoras de deficiência inicialmente tinha um enfoque médico = denominada ginástica médica (exercícios preventivos e corretivos para prevenir doenças). Historiadores concordam que esses programas foram originados 2500 a.C. na China, depois foram sendo difundidos sofrendo influência de diversas culturas, sendo denominados também de educação física corretiva, preventiva, ortopédica, reabilitativa e terapêutica. (PEDRINELLI, 1994). Termo Educação Física Adaptada (déc. 50) definido (American Association for Health, Physical Education, Recreation and Dance - AAHPERD) como um programa diversificado de atividades, jogos e ritmos adequados aos interesses, capacidades e limitações de estudantes com deficiências que não podiam se engajar em atividades vigorosas de um programa de Educação Física Geral. Ou seja, o programa de EFG não conseguiu abranger a especificidade da pessoa portadora de deficiência e a EFA veio suprir esta lacuna. 1948, ocorrem os primeiros Jogos de Stoke Mandeville – precursores das Paralimpíadas. 1950, Guttmann e Lipton/Nugent realizam o intercâmbio entre suas intervenções e os Jogos de Stoke Mandeville passam a ter caráter internacional em 1957. 1960, esses Jogos são realizados em Roma, no mesmo local dos Jogos Olímpicos. 1989, o movimento paralímpico reforça-se ainda mais em com a criação do Comitê Paralímpico Internacional (IPC). ESPORTE ADAPTADO Duas pessoas procuraram serviço de reabilitação nos EUA (déc. 50) após acidentes que os tornaram deficiente físico: Robson S. de Almeida (RJ) e Sérgio S. Del Grande (SP). Del Grande, 1951 tornou-se paraplégico (jogando futebol devido traumatismo ao bater na trave) não havendo instituto de reabilitação no Brasil, procurou ajuda nos EUA (Institute for Rehabilitation Kesle em New Jersey) optou pelo basquete cadeira de rodas para que sua melhora ocorresse em todos os sentidos. ESPORTE ADAPTADO: BRASIL 1957: chegada do esporte paralímpico no Brasil, com demonstração do basquete em cadeira de rodas. 1958: iniciou-se os treinos do basquete (Fundação Clube dos Paraplégicos –SP e Clube do Otimismo – RJ). 1972: primeira participação do Brasil, em jogos Paralímpicos (Alemanha). 1976: Brasil conquistou 1ª. medalha em Toronto (Canadá). 1995: Fundação do Comitê Paralímpico Brasileiro (Rio de Janeiro). 1996: Brasil conquista em Atlanta (EUA) 21 medalhas e termina em 37º. no quadro de medalhas. 18/02/2019 3 2000: Brasil conquista em Sydney (Austrália) 6 medalhas de ouro, 10 de prata, 6 de bronze e termina em 23º. 2004: em Atenas, Brasil termina em 14º. com 14 medalhas de ouro, 12 de prata, 7 de bronze. Destaque para Clodoaldo Silva. 2008: o Brasil fica em 9º. em Pequim (China) com 16 medalhas de ouro, 14de prata, 17 de bronze. 2009: Rio de Janeiro torna-se sede do Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016. 2012: Brasil conquista em Londres (Inglaterra) 21 medalhas de ouro, 14 de prata, 8 de bronze e termina em 7º. 2016: Brasil conquista 72 medalhas, 14 de ouro, 29 de prata, 20 de bronze e termina em 8º. 1988 criado 1º. curso de especialização em EFA (Uberlândia- MG). Déc. 90 houve inserção da disciplina EFA. Hoje existe a Sociedade Brasileira de Atividade Motora Adaptada (SOBAMA) fundada 09 dez. 1994 – SP = sociedade de caráter científico e educacional sem fins lucrativos (troca de experiência). Site www.sobama.org.br. FENAPAES: Federação Nacional das Apaes (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais); ANDE: Associação Nacional de Desporto para Deficientes; ABDC: Associação Brasileira de Desporto para Cegos; ABRADECAR: Associação Brasileira de Desporto em Cadeira de Rodas; CBDS: Confederação Brasileira de Desporto para Surdos; ABDA: Associação Brasileira de Desporto para Amputado; ABDEM: Associação Brasileira de Desportos de Deficientes Mentais; CPB: Comitê Paraolímpico Brasileiro. ORGANIZAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES NACIONAIS DE DESPORTO ADAPTADO Na Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes, aprovada pela Assembléia Geral da ONU em 09/12/1975 art. I: o termo pessoas deficientes refere-se a qualquer pessoa incapaz de assegurar por si mesma, total ou parcialmente, as necessidades de uma vida individual ou social normal, em decorrência de uma deficiência congênita, ou não, em suas capacidades físicas ou mentais. Déc. 80, movimentos nacionais das pessoas deficientes propuseram a utilização dos termos “pessoas portadoras de deficiência”: Pessoa: sinônimo de ser humano, portanto passível de desenvolvimento. Portador: significa que traz consigo ou em si. Portanto, pessoa que embora traga consigo uma imperfeição, congênita ou não, apresenta capacidades e necessidades como qualquer outra pessoa sendo passível de desenvolvimento. 18/02/2019 4 Déc. 90, chegou-se à conclusão de que a deficiência faz parte da pessoa e que esta não apenas porta a deficiência. Somado isso à necessidade de se anular estigmas e de indicar que o fato de tratar-se de uma pessoa é mais importante e se sobrepõe ao fato de ter uma deficiência, passou-se a utilizar o termo “pessoa com deficiência”. Deficiência intelectual: leve, moderada, severa e profunda; Deficiência auditiva: parcial ou total; Deficiência visual: parcial ou total; Deficiência física: ortopédica ou neurológica; Deficiência da fala ou linguagem: dificuldades na comunicação; Distúrbios de saúde: diabetes, asma, hemofilia; Problemas de conduta desajustada ou psicótica: doença intelectual, autismo; Distúrbios de aprendizagem; Combinações das categorias citadas acima. (UNICEF, 1980) CLASSIFICAÇÃO Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE): 45.606.048 brasileiros tem algum tipo de deficiência, número que corresponde a 23,9% da população total. - 18,6 % deficiência visual. - 7% deficiência física. - 5,10% deficiência auditiva. - 1,40% deficiência l. Obs: Algumas pessoas declararam possuir mais de um tipo de deficiência. Por isso, quando somadas as ocorrências de deficiências, o número é maior do que 45,6 milhões, que representa o número de pessoas, não de ocorrências de deficiência. Incidência de pelo menos uma das deficiências por faixa etária: - 7,5% 0 a 14 anos - 24,9% 15 a 64 anos - 67,2% mais de 65 anos - Das 45,6 milhões de pessoas : 38,5 milhões vivem em áreas urbanas e 7,1 milhões em áreas rurais. Como EF poderia lidar com corpos imperfeitos, mutilados e improdutivos...se no passado visava corpo perfeito, saudável e bonito??? trabalha com equipe multidisciplinar. realiza exame clínico. tem conhecimentos sobre a patologia. inclui equipamentos/materiais que facilitem sua participação. oferece estímulos novos. PROFISSIONAL 18/02/2019 5 Frequência: duas a três vezes por semana. (Não existe receita!) frequência gradativa, dependendo do cliente/paciente. duração padrão de 50-60’podendo variar. um aparelho de monitoramento cardíaco facilita o trabalho (intensidade entre 50-60% da frequência cardíaca máxima). Prepare-se: evite fazer exercícios sob o sol forte. hidrate-se adequadamente. use roupas leves, claras e ventiladas. não faça exercícios em jejum ou após uma refeição pesada. use calçados confortáveis. INTEGRAÇÃO x INCLUSÃO [...] participar de um processo inclusivo é estar predisposto a considerar e a respeitar as diferenças individuais.... JOGO: Apê (reconhecer os estigmas que temos em relação ao perfil de cada um dos candidatos). JOGO: Ninguém ama o que não conhece (proporcionar discussão em grupo, sobre como as pessoas com def. vivem). BIBLIOGRAFIA BÁSICA GORGATTI, M.G.; COSTA, R.F. Atividade física adaptada: qualidade de vida para pessoas com necessidades especiais. São Paulo: Manole, 2005. WINNICK, J. Educação física e esportes adaptados. 3. ed. São Paulo: Manole, 2004. FRONTERA, W. Exercício físico e reabilitação. Rio de Janeiro: ArtMed, 2001. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR ALMEIDA, A.C. Surdez, paixão e dança. São Paulo: Olho d’Água, 2000. ASSOCIATION OF SWINNING THERAPY. Natação para deficientes. São Paulo: Manole, 2000. WINNICK, J.P.; SHORT, F.X. Testes de aptidão física para jovens com necessidades especiais. São Paulo: Manole, 2001. MOSQUERA, C.F.F. Educação física para deficientes visuais. Rio de Janeiro: Sprint, 2000. PEDRINELLI, V. J. Educação Física e desporto para portadores de deficiência. Brasília: MEC-SEDES, 1994. Profa. Ms. Paula Ciol REFERÊNCIAS
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