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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS ESTÁGIO SUPERVISIONADO II – LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Maringá 2014 DANIELE BELLESE DOS SANTOS ESTÁGIO SUPERVISIONADO II – LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Trabalho apresentado ao curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário de Maringá como requisito parcial à obtenção de conceito na disciplina de estágio Supervisionado II, sob a orientação da Prof.ª Dra SANDRA ANDREA PIERINI Maringá 2014 SUMÁRIO INTRODUÇÃO............................................................................................................4 DESENVOLVIMENTO ENSINO FUNDAMENTAL 1. PLANEJAMENTO DA REGÊNCIA..........................................................................6 2. RELATO GERAL DA REGÊNCIA..........................................................................12 3. CONSIDERAÇÕES................................................................................................13 DESENVOLVIMENTO DO ENSINO MEDIO 4. PCNEM..................................................................................................................14 5. RESENHA DO LIVRO - PREVENÇÃO E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DISCIPLINARES: GUIA PARA EDUCADORES........................................................31 6. RESUMO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO ESTADUAL DE MARINGÁ.........................................................................................35 7. RESUMO DA PALESTRA - A ESCOLA E O ALUNO, REFLEXÕES SOBRE A ATUALIDADE.............................................................................................................40 8. AVALIAÇÃO DO LIVRO DIDÁTICO.......................................................................42 9. RELATO GERAL DO ESTÁGIO DE OBSERVAÇÃO............................................43 10. PLANEJAMENTO ANUAL...................................................................................44 11. PLANEJAMENTO DA REGÊNCIA ......................................................................50 12. RELATO GERAL DA REGÊNCIA........................................................................60 13. AVALIAÇÃO ........................................................................................................62 14. RELATO DO ESTÁGIO NÃO CONVENCIONAL.................................................64 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................65 REFERÊNCIAS..........................................................................................................66 APÊNDICES...............................................................................................................68 ANEXOS....................................................................................................................90 4 INTRODUÇÃO Apesar de ser um período muito curto, estágio supervisionado proporciona ao discente a oportunidade de vivenciar situações reais da vida de um professor, é o momento em que os alunos que não vivenciaram outro tipo de prática podem fazer uma aproximação real entre o que aprendem na universidade e o que vão ensinar. Possibilita desenvolver habilidades e comportamentos necessários as diferentes situações que um professor pode vir a enfrentar em sala de aula. É um momento de grandes desafios a serem enfrentados pelos discentes e importante para a construção da própria identidade profissional. BARBOSA e AMARAL (2009, p. 3676) dizem que o ato de ensinar […] não é só transmitir e nem fazer aprender saberes. É sim, por meio dos saberes, humanizar, socializar, ajudar o sujeito a acontecer através da tomada de posse de uma parte do patrimônio humano que é o conhecimento. Vale lembrar que não se trata apenas de tomar posse, mas saber o que fazer com esse conhecimento. É ser você mesmo, um homem que ocupa uma posição social, que existe na forma de sujeito singular e plural. Neste sentido o estágio se torna muito importante, pois precisamos de um contato prévio com aqueles que serão ensinados por nós. Precisamos exercitar o ato de ministrar aulas, antes de estarmos realmente inseridos no mercado de trabalho, além disso, o estágio nos permite um olhar de educador em relação à profissão. A escola tem por responsabilidade formar cidadãos conscientes, críticos e ativos na sociedade. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) prezam a aprendizagem, a capacidade de construção do saber e crítica do educando, e os conteúdos ensinados passam a perder a importância em si mesma, pois o aluno deve construir seu próprio conhecimento. Segundo Bondia (2002), para que o pensamento científico seja incorporado pelo educando como uma prática de seu cotidiano é preciso que a Ciência esteja ao seu alcance e o conhecimento tenha sentido e possa ser utilizado na compreensão da realidade que o cerca. O professor deve avaliar o contexto em que a escola está inserida, e a partir disso planejar suas aulas de forma a levar o aluno a construir seu conhecimento 5 dentro do seu contexto de vida. Assim, o aluno terá maior interesse pela aula e melhor compreensão daquilo que esta sendo ensinado. Para Montimer (2002), a sala de aula deve ser encarada como objeto de pesquisa. Para ele é preciso compreender as relações estabelecidas pelos estudantes com o conhecimento, não se esquecendo da influência das relações afetivas entre os alunos e entre aluno e professor. Isso pode ser vivenciado no estágio. Um bom relacionamento entre professor e aluno, dentro e fora de sala de aula gera influências no bom comportamento do aluno, essas relações positivas dentro de classe são indispensáveis para um ambiente de respeito, disciplina e educação. Essa aproximação do professor com o aluno trás efeitos positivos para o aprendizado. Para Januário (2008), o Estágio Supervisionado poderá ser um agente contribuidor na formação do professor, caracterizando-se como objeto de estudo e reflexão. Ao estagiar, o futuro professor passa enxergar a educação com outro olhar, procurando entender a realidade da escola e o comportamento dos alunos dos professores e dos profissionais que a compõem. Com isso faz uma nova leitura do ambiente (escola, sala de aula, comunidade), procurando meios para intervir positivamente. No estágio encontramos a oportunidade de aprender a ministrar aulas na prática, conhecer a realidade do dia-a-dia da profissão que escolhemos para exercer. Sabemos que o aprendizado é muito mais eficaz quando é adquirido por meio da prática. As aulas em sala de aula ensinam conceitos e teorias que são necessárias aos futuros professores, mas a vivência no estágio permite assimilar vários elementos que foram ensinados teoricamente. Um dos grandes desafios de um acadêmico de licenciatura é adquirir experiência para o processo educacional, o estágio tem o papel de moldar o discente para esse processo. No estágio o acadêmico tem que lidar com situações reais de uma sala de aula, o que exige atitudes da parte dele. Todo esse processo de “praticar a teoria”, de vivenciar situações, contribui para a formação do futuro professor, ajudam no processo de amadurecimento desse profissional. 6 DESENVOLVIMENTO ENSINO FUNDAMENTAL 1. Planejamento da Regência PLANO DE AULA1 IDENTIFICAÇÃO: Daniele Bellese dos Santos ESCOLA: Instituto de Educação Estadual de Maringá DISCIPLINA/EDUCAÇÃO BÁSICA: Ciências/Ensino Fundamental ANO: 8º TURMA: B DATA: 26/03/2013 TEMA: O SISTEMA DIGESTÓRIO 1. CONTEÚDOS: A transformação dos alimentos; Digestão química e mecânica; O papel da boca na digestão; Glândulas salivares e enzimas; Estrutura do dente e saúde bucal. 2. OBJETIVOS: Geral: Compreender os processos e as estruturas que dão início a digestão. Específicos: Identificar as estruturas que dá início a digestão; Diferenciar a digestão química da mecânica; Compreender a importância das glândulas salivares e das enzimas na digestão dos alimentos; Esquematizar a estrutura dos dentes; Demonstrar a importância do cuidado com os dentes. 3. METODOLOGIA: 3.1. Procedimento: O conteúdo será passado por meio de aula dialogada, buscando no primeiro momento o conhecimento prévio do aluno. Desta maneira, procura-se trazer a realidade do educando para o contexto da sala de aula. Explicar o conteúdo de forma sistematizada para melhor compreensão, utilizando exemplos e meios alternativos. Será realizado um pequeno experimento em sala de aula utilizando copo descartável, pão e material biológico (saliva). O objetivo é fazer com que o aluno possa observar o processo de degradação do alimento realizado pelas enzimas. 3.2. Recursos didáticos: Quadro e giz; Livro didático; Copo descartável e pão. 4. AVALIAÇÃO: Os alunos irão elaborar um pequeno relatório referente ao experimento explicando a digestão química de forma mais aprofundada. Para isso deverão realizar uma pesquisa. 5. REFERÊNCIAS: GEWANDSZNAJDER, Fernando. Ciências: nosso corpo. 3ª Ed. São Paulo: Ática, 2008. (8º ano). 7 PLANO DE AULA 2 IDENTIFICAÇÃO: Daniele Bellese dos Santos ESCOLA: Instituto de Educação Estadual de Maringá DISCIPLINA/EDUCAÇÃO BÁSICA: Ciências/Ensino Fundamental ANO: 8º TURMA: B DATA: 26/03/2013 TEMA: O SISTEMA DIGESTÓRIO 1. CONTEÚDOS: O SISTEMA DIGESTÓRIO 2. OBJETIVOS: Geral: Identificar o caminho percorrido pelo alimento e os processos envolvidos. Específicos: Compreender o caminho que o alimento faz durante o processo de digestão; Entender a importância da epiglote e dos movimentos peristálticos; Identificar a importância das enzimas e do ácido clorídrico na digestão; Caracterizar a importância dos órgãos anexos; Identificar onde ocorre a digestão química propriamente dita; Entender onde ocorre a absorção dos nutrientes. 3. METODOLOGIA: 3.1. Procedimento: O conteúdo será passado por meio de aula dialogada, no primeiro momento daremos continuidade ao conteúdo já iniciado na aula anterior. Demonstraremos de forma ilustrativa os órgãos e os processos realizados pelo sistema digestório. Para melhor compreensão dos educandos serão utilizadas imagens reais dos órgãos a serem trabalhados, utilizando a TV pen drive. 3.2. Recursos didáticos: Quadro negro e giz; TV pendrive; Material didático; Livro didático. 4. AVALIAÇÃO: Será aplicado um questionário de 15 questões sobre o conteúdo. 5. REFERÊNCIAS: GEWANDSZNAJDER, Fernando. Ciências: nosso corpo. 3ª ed. São Paulo: Ática, 2008. (8º ano). 8 PLANO DE AULA 3 e 4 IDENTIFICAÇÃO: Daniele Bellese dos Santos ESCOLA: Instituto de Educação Estadual de Maringá DISCIPLINA/EDUCAÇÃO BÁSICA: Ciências/Ensino Fundamental ANO: 8º TURMA: B DATA: 05/04/2013 TEMA: SISTEMA DIGESTÓRIO E ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA 1. CONTEÚDOS: Intestino delgado; Vilosidades e micro vilosidades (Absorção de nutrientes) Enzimas digestivas e sua função; Fígado e sua função; Intestino grosso; Problemas intestinais/ Cereais, Tubérculos e raízes; Verduras, legumes, frutas; Leite e seus derivados/ Carne e ovos; 2. OBJETIVOS: Geral: Compreender absorção dos nutrientes e a importância de uma boa alimentação. Específicos: Identificar a função do intestino delgado; Observar a importância das micro vilosidades; Entender a importância do suco pancreático para a quebra das macromoléculas; Compreender a função do fígado e do intestino delgado; 3. METODOLOGIA: 3.1. Procedimento: Aula dialogada com retomada do conteúdo anterior e exposição de fotos na TV pendrive. Daremos continuidade no conteúdo programado, visando o entendimento das estruturas do sistema digestório e suas respectivas funções. Será dado início ao novo conteúdo, A alimentação equilibrada por meio de aula dialogada. 3.2. Recursos didáticos: Quadro e giz/ TV pendrive/ Livro didático. 4. AVALIAÇÃO: Será entregue uma lista de exercícios sobre o assunto trabalhado, estes exercícios serão entregues na próxima aula. A atividade terá valor máximo 0,5 pontos. 5. REFERÊNCIAS: GEWANDSZNAJDER, Fernando. Ciências: nosso corpo. 3ª ed. São Paulo: Ática, 2008. (8º ano). 9 PLANO DE AULA 5 IDENTIFICAÇÃO: Daniele Bellese dos Santos e Jean Marcos Vieira dos Santos ESCOLA: Instituto de Educação Estadual de Maringá DISCIPLINA/EDUCAÇÃO BÁSICA: Ciências/Ensino Fundamental ANO: 8º TURMA: B DATA: 09/04/2013 DURAÇÃO: 50 minutos (1 h/a) TEMA: A alimentação equilibrada 1. CONTEÚDOS: Produtos ricos em gorduras e açucares; O perigo das bebidas alcoólicas; Obesidade: o que é e o que fazer; Anorexia nervosa e bulimia 2. OBJETIVOS: Geral: Compreender os riscos que uma má alimentação pode nos trazer. Específicos: Compreender que uma alimentação com muita gordura e açúcar pode nos trazer riscos; Salientar os problemas que o álcool pode nos trazer; Identificar as causas da obesidade, como prevenir e tratar. Entender sobre anorexia, bulimia e a diferença entre elas. 3. METODOLOGIA: 3.1. Procedimento: Será dada uma aula dialogada, fazendo uma retomada do conteúdo passado e apresentação do novo conteúdo. 3.2. Recursos didáticos: Quadro, giz, e Livro didático. 4. AVALIAÇÃO: Será entregue uma nova lista de exercícios sobre “A alimentação equilibrada” que deverá ser entregue na próxima aula. Esta lista de exercício valerá no Máximo 0,5 pontos. 5. REFERÊNCIAS: GEWANDSZNAJDER, Fernando. Ciências: nosso corpo. 3ª ed. São Paulo: Ática, 2008. (8º ano). 10 PLANO DE AULA 6 e 7 IDENTIFICAÇÃO: Daniele Bellese dos Santos ESCOLA: Instituto de Educação Estadual de Maringá DISCIPLINA/EDUCAÇÃO BÁSICA: Ciências/Ensino Fundamental ANO: 8º TURMA: B DATA: 12/04/2013 TEMA: A alimentação equilibrada e Revisão para Prova 1. CONTEÚDOS: Anorexia nervosa e bulimia; O Perigo do alimento contaminado; Desnutrição; A Conservação dos alimentos; Revisão para Prova 2. OBJETIVOS: Geral: Compreender os cuidados que devemos ter ao se alimentar Específicos: Diferenciar e compreender Anorexia e Bulimia; Compreender a importância de um alimento bem conservado para evitar contaminação; Entender as causas da Desnutrição; Tirar possíveis dúvidas referente ao conteúdo trabalhado para um bom desempenho na prova. 3. METODOLOGIA: 3.1. Procedimento: Será dada uma aula dialogada, fazendo uma retomada do conteúdo passado e apresentação do novo conteúdo. Sempre buscando questioná-los, para que eles pensem sobre o conteúdo. Na Segunda aula será revisado o conteúdo de maneira a sanar as possíveis dúvidas dos alunos. A Revisão será baseada nos questionários que os alunos responderam e entregaram.3.2. Recursos didáticos: Quadro e giz; Livro didático. 4. AVALIAÇÃO: O Questionário será entregue. Valerá de 0 a 0,5 pontos. 5. REFERÊNCIAS: GEWANDSZNAJDER, Fernando. Ciências: nosso corpo. 3ª ed. São Paulo: Ática, 2008. (8º ano). 11 PLANO DE AULA 8 IDENTIFICAÇÃO: Daniele Bellese dos Santos ESCOLA: Instituto de Educação Estadual de Maringá DISCIPLINA/EDUCAÇÃO BÁSICA: Ciências/Ensino Fundamental ANO: 8º TURMA: B DATA: 16/04/2013 TEMA: Avaliação dos conteúdos obtidos 1. CONTEÚDOS: Sistema Digestório; A alimentação equilibrada. 2. OBJETIVOS: Geral: Responder a avaliação de forma satisfatória. Específicos: Identificar e responder as questões que abordam os conteúdos trabalhados em sala. 3. METODOLOGIA: 3.1. Procedimento: Será entregue avaliação e os alunos terão 50minutos para sua realização. O valor da avaliação é de 0 a 7,0 pontos. 3.2. Recursos didáticos: No ato da avaliação não será utilizado nenhum recurso. 4. AVALIAÇÃO: Será realizada a avaliação do semestre valendo de 0 a 7,0 pontos. 5. REFERÊNCIAS: GEWANDSZNAJDER, Fernando. Ciências: nosso corpo. 3ª ed. São Paulo: Ática, 2008. (8º ano). 12 2. RELATO GERAL DA REGÊNCIA Entre os meses de março e abril realizou-se o Estágio de regência no ensino de Ciências, no Instituto de Educação Estadual de Maringá, localizado no centro da cidade. A regência foi ministrada para o 8º ano B e foram ministradas 8 horas/aula. Eram aproximadamente 30 alunos, alguns um pouco agitados, porém, demonstraram interesse e participaram das aulas. A professora responsável pela turma era bem enérgica e possuía domínio da turma. Os conteúdos ministrados foram Sistema Digestório e Alimentação Equilibrada. As aulas foram dialogadas com a utilização do quadro negro e também da TV pen drive para passar dois vídeos aos alunos, referente ao conteúdo. Os alunos foram participativos, fizeram muitas perguntas, gostaram muito do vídeo trabalhado, alguns eram agitados, o que dificultava o trabalho docente, pois era necessário parar a aula para chamar a atenção deles. Em meio às perguntas foi possível perceber que muitos alunos, eram esforçados, inteligentes e tinha facilidade para entender o conteúdo. Os alunos receberam duas listas de exercícios referentes ao conteúdo trabalhado, à atividade valia nota, porém, nem todos entregaram. No dia da avaliação foi trabalhada uma revisão dos conteúdos com os alunos, eles participaram fazendo perguntas e tirando dúvidas, logo após foi aplicada a avaliação. Mesmo a revisão tendo sido feita no mesmo dia da prova os alunos não foram bem e as notas ficaram abaixo do esperado. No ultimo dia os alunos lamentaram o final do estágio. A regência oportunizou ao estagiário lidar com situações diversas de uma sala de aula, ele sente a responsabilidade de estar à frente de uma turma passando o conhecimento adquirido. É preciso estudo, paciência e dedicação. 13 3. CONSIDERAÇÕES O estágio permitiu vivenciar um pouco da realidade escolar, observar o comportamento dos alunos, saber o que fazer em algumas situações. Uma experiência muito significativa, principalmente para os discentes que nunca haviam estado à frente de uma turma. Permitiu aplicar parte dos conhecimentos adquiridos na disciplina de didática no que diz respeito à forma de ministrar os conteúdos, afim de que os alunos compreendessem melhor os conteúdos. Apesar do pouco tempo, o estágio nos permitiu uma maior segurança para enfrentar os desafios que virão depois de formados. Muitas vezes após esta experiência, o discente que antes não queria ser professor, acaba se identificando com a docência e passa a vê-la como uma opção profissional. 14 DESENVOLVIMENTO ENSINO MÉDIO 4. PCNEM O objetivo dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM) é debater os caminhos a ser tomado pela aprendizagem em diferentes contextos e condições das escolas do nosso país e auxiliar na organização da escola. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional de 1996 propõe uma reformulação do ensino médio e o PCN buscou atender a essa necessidade de atualização do ensino para estimular uma democratização social e cultural efetiva pelo aumento de jovens a completar a educação básica, em resposta à globalização que tem deixado de fora do mercado os trabalhadores sem qualificação. A nova Lei estabelece o ensino médio como conclusão do ensino básico, este deixa de ser uma fase preparatória para o ensino superior, e passa formar cidadãos, preparando-os para a vida. As transformações ocorridas em nossa sociedade que culminaram nessas modificações da educação, não deixaram o conhecimento menos disciplinar em nenhuma das três áreas - Ciências da Natureza e Matemática; Ciências Humanas e Linguagens e Códigos - em que o ensino médio foi disposto. O propósito de concluir a formação do estudante nessa fase torna necessária uma articulação entre essas áreas. A falta de reciprocidade entre a atual escola e a necessidade formativa se reflete nos projetos pedagógicos das escolas. A reflexão do projeto pedagógico leva o professor a entender a importância de seu trabalho para que sejam atingidas as metas propostas. Sem a reflexão, o professor pode não saber como conduzir o aprendizado de maneira satisfatória. Anteriormente, a maioria dos alunos do ensino médio estavam ali de passagem para o ensino superior. Hoje esses alunos buscam qualificação para vida. Isso exige uma mudança na educação atual, de forma que ela se torne capaz de atender esses novos objetivos. Determinar por onde começar e as dificuldades que serão enfrentadas, facilita a criação de estratégias e a busca de recursos para a implantação desse novo ensino médio. As mudanças educacionais já começaram há mais de cinco anos, e 15 os professores estão construindo novos modelos educacionais em parceria com a comunidade e com os alunos. Os objetivos da nova escola são mais amplos. É preciso levar em conta a realidade do aluno e da escola e evitar a criação de novas disciplinas ou dificultar o trabalho das que já existem. A LDB coloca que o principal objetivo da educação básica é formação comum para o exercício da cidadania, portanto, o professor não pode deixar de considerar a realidade do aluno. Cada área do saber contem conhecimentos que não se limitam em tópicos disciplinares, esses temas estruturadores não se restringem, eles reúnem metas educacionais comuns, tanto às disciplinas da área como das outras áreas. Desta forma as competências e conhecimentos são desenvolvidos em conjunto e se reforçam mutuamente. É necessário estabelecer metas comuns entre as disciplinas de todas as áreas e trabalharem de maneira interdisciplinar. Para isso é importante o comprometimento dos professores e o envolvimento da comunidade, para elaborar um projeto pedagógico de forma que os objetivos educacionais estejam expressos em práticas formativas de cada disciplina e de seu conjunto. Para possibilitar a articulação entre as áreas é preciso conhecer e determinar as temáticas e métodos comuns. É preciso interesse da escola e dos professores para relacionar as nomenclaturas e partilhar culturas. Nas diretrizes e parâmetros que organizam o ensino médio, a Biologia, a Física, a Química e a Matemática integram uma mesma área do conhecimento. Essas ciências são os instrumentos da cultura cientifica e tecnológica, que são fases da Evolução do homem. Recomendam uma articulação didática e pedagógicainterna à sua área na condução do aprendizado, em salas de aula ou em outras atividades dos alunos. Na elaboração do programa de ensino de cada uma das quatro disciplinas, deve-se levar em conta o fato de que elas incorporam e compartilham, de forma explícita reintegrada, conteúdos de disciplinas afins. As competências gerais, que orientam o aprendizado no ensino médio, devem ser promovidas pelo conjunto das disciplinas dessa área, que é mais do que uma reunião de especialidades. Respeitar a diversidade das ciências, conduzir o ensino dando realidade e unidade, é compreender que muitos aprendizados 16 científicos devem ser promovidos em comum, ou de forma convergente, pela Biologia, Física, Química e Matemática, a um só tempo reforçando o sentido de cada uma dessas disciplinas e propiciando ao aluno a elaboração de abstrações mais amplas, tais como: o domínio de linguagens, para a representação e a comunicação científico tecnológicas; a articulação dessa nomenclatura, desses códigos e símbolos em sentenças, diagramas, gráficos, esquemas e equações, a leitura e interpretação destas linguagens; representação e comunicação; investigação e compreensão e caráter histórico da construção desses conhecimentos. A interdisciplinaridade, promovida por um aprendizado com contexto, não deve ser vista como um produto suplementar a ser oferecido eventualmente se der tempo, porque sem ela o conhecimento desenvolvido pelo aluno estará fragmentado e será ineficaz. Para isso, os professores precisam relacionar as nomenclaturas e os conceitos de que fazem uso nas demais disciplinas, construindo, com objetivos mais pedagógicos do que epistemológicos, uma cultura científica mais ampla. Os conteúdos de biologia propostos no PCNEM propõe uma biologia temática, para isso, utiliza seis temas estruturadores que serão colocados a seguir. 1- Interação entre os seres vivos As relações e concepções entre os seres vivos e o meio constituem um conjunto de dependência recíproca, ou seja, a vida e meio físico interagem entre si resultando em uma estrutura organizada, formando um sistema. A noção de sistema também põe em evidência o fato de que o ser humano é, ao mesmo tempo, agente e paciente das transformações e possibilita dimensionar o significado dessas modificações para a evolução e permanência da vida no planeta. As discussões também permitem que os alunos percebam que o desenvolvimento sustentável de uma sociedade só será possível com a redução das desigualdades sociais. Assim, os assuntos associados a esse tema favorecem o desenvolvimento das competências de julgar e elaborar ações de intervenção no ambiente, construir argumentações consistentes para se posicionar relativamente às questões ambientais, formular diagnósticos e propuser soluções para os problemas ambientais com base nos conhecimentos científicos e avaliar a extensão dos problemas ambientais brasileiros. . 17 A interdependência da vida se dá em identificar e analisar um ambiente conhecido às características de um ecossistema para o ano letivo do ensino médio, descrevendo o conjunto vivo autossuficiente nele contido para: • Reconhecer que os seres vivos em um ecossistema, independentemente de ser um lago, uma floresta, um campo ou um simples jardim, mantêm entre si, múltiplas relações de convivência indiferente ou de ajuda mútua com alguns e de conflito com outros, a ponto de prejudicá-los ou de se prejudicar. • Fazer um levantamento de dados, pesquisando variados tipos de registros, referentes às condições ambientais – luminosidade, umidade, temperatura, chuvas, características do solo, da água – existentes em ecossistemas diferentes. • Avaliar o significado das interações estabelecidas entre os indivíduos para o conjunto das espécies envolvidas e para o funcionamento do sistema. • Relacionar a estabilidade dos ecossistemas com a complexidade das interações estabelecidas entre os organismos das populações na natureza. Os movimentos dos materiais e da energia na natureza Em um dado ecossistema (uma mata preservada, um terreno baldio, um trecho de praia, por exemplo), observar as condições do meio e os seres vivos ali existentes para: • identificar as relações alimentares estabelecidas entre esses organismos, empregando terminologia científica adequada; • interpretar as relações alimentares como uma forma de garantir a transferência de matéria e de energia do ecossistema; • identificar a origem da energia existente em cada nível de organização desse ecossistema; • representar graficamente as transferências de matéria e de energia ao longo de um sistema vivo. Desorganizando os fluxos da matéria e da energia: a intervenção humana e os desequilíbrios ambientais Diversas fontes de informação (textos científicos, reportagens jornalísticas ou imagens) que discutam a exploração e o uso dos recursos naturais pela sociedade: • analisar a maneira como o ser humano interfere nos ciclos naturais da matéria para recriar sua existência, retirando materiais em uma velocidade superior à que podem 18 ser repostos naturalmente ou devolvendo em quantidades superiores às suportadas pelos ecossistemas até que a degradação deles se complete; • avaliar diferentes medidas que minimizem os efeitos das interferências humanas nos ciclos da matéria; • propor, debater e divulgar junto à comunidade medidas que podem ser tomadas para reduzir a poluição ambiental, distinguindo as de responsabilidade individual e as de responsabilidade coletiva e do poder público. Problemas ambientais brasileiros e desenvolvimento sustentável: uma relação possível? A partir de dados e informações referentes às modificações, pelas quais passaram os principais biomas brasileiros em quinhentos anos de exploração, o aluno deverá saber: relacionar a densidade e o crescimento da população com a sobrecarga dos sistemas ecológico e social, relacionar os padrões de produção e consumo com a devastação ambiental, redução dos recursos e extinção de espécies apontar as contradições entre conservação ambiental; uso econômico da biodiversidade, expansão das fronteiras agrícolas e extrativismo e avaliar a possibilidade de serem adotadas tecnologias ambientais saudáveis. Analisar propostas elaboradas por cientistas, ambientalistas, representantes do poder público referentes à preservação e recuperação dos ambientes brasileiros, fazer um levantamento das propostas que têm sido elaboradas visando ao desenvolvimento sustentável da sociedade brasileira e sistematizá-las em um texto. Em uma determinada região (uma favela, um bairro, o entorno da escola) deverão também realizar estudos para avaliar as condições ambientais, identificando o destino do lixo e do esgoto, o tratamento dado à água, o modo de ocupação do solo, as condições dos rios e córregos e a qualidade do ar, entrevistar os moradores, ouvindo suas opiniões sobre as condições do ambiente, suas reclamações e sugestões de melhoria, elaborar propostas visando à melhoria das condições encontradas, distinguindo as de responsabilidade individual das que demandam a participação do coletivo ou do poder público e identificar as instâncias da administração pública que poderiam receber as reivindicações e encaminhá-las. O aluno deve mencionar ainda em seu texto os impactos ambientais que mais o incomoda, assim como, os padrões de consumo e produção e consumo com a devastação ambiental, bem como, a redução dos recursos à extinção das espécies. 19 2- Qualidade de Vida das Populações Humanas Qualidade de vida é um método usado para medir as condições de vida deum ser humano, esse método envolve bem físico, mental, psicológico e emocional, relacionamento sociais, também saúde, educação e outras circunstâncias da vida. Este tema trata a questão da saúde como um estado que não se restringe à ausência de doenças e procura relacioná-la com as condições de vida das populações – renda, educação, trabalho, habitação, saneamento, transporte, lazer, alimentação, longevidade, liberdade de expressão, participação democrática. Qualidade de vida foi um conceito criado pelo economista J.K. Galbraith, em 1958, que veicula uma visão diferente das prioridades e efeitos dos objetivos econômicos de tipo quantitativo. De acordo com este conceito, as metas político- econômicas e sociais não deveriam ser perspectivadas tanto em termos de crescimento econômico quantitativo e de crescimento material do nível de vida, mas sim de melhoria em termos qualitativos das condições de vida dos homens. Isso só seria possível através de um melhor desenvolvimento de infraestrutura social, ligado à supressão das disparidades, tanto regionais como sociais, à defesa e conservação do meio ambiente, etc. Geralmente, saúde e qualidade de vida são dois temas muito relacionados, uma vez que a saúde contribui para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos e esta é fundamental para que um indivíduo ou comunidade tenha saúde. Mas, não significa apenas saúde física e mental, mas sim que essas pessoas estejam bem consigo mesmo, com a vida, com as pessoas que os cercam, enfim, ter qualidade de vida é estar em equilíbrio. A Constituição Federal de 1988 traz em seu corpo um disposto sobre saúde na sessão II Art. 196: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.” Considerando o disposto e o quesito qualidade de vida, levamos em conta o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) das populações, assim como as condições de sobrevivência das mesmas, ressaltando fatores relevantes como saneamento, moradia, acesso aos serviços públicos de saúde. De mesmo modo 20 podemos relacionar as condições sócias econômicas, fatores biológicos e culturais dos povos almejando construir noção de qualidade de vida e enfatizar o que é saúde. Fazer uma pesquisa com os países desenvolvidos e países que ainda estão em desenvolvimento em relação à saúde humana. Desenvolver um levantamento através de tabelas para uma breve comparação que evidenciem as diferenças nos indicadores de saúde das populações avaliadas. Indicadores de saúde da população de diferentes regiões brasileiras, juntamente com a secretaria de saúde para identificar a disponibilidade de serviços e materiais disponíveis para aquela região. E por fim fazer uma breve pesquisa com os moradores para opiniões de melhorias para a tal região e encaminhar essa pesquisa para os responsáveis de saúde. As agressões à saúde das populações serão abordadas da seguinte forma: -Analisar dados e identificar as principais doenças que afetam a população brasileira considerando idade, sexo, nível de renda. - Após a identificação, distinguir as doenças parasitárias e infectocontagiosas, as degenerativas, as ocupacionais, as carências, as sexualmente transmissíveis e as provocadas por toxinas ambientais. - Elaborar medidas preventivas para essas doenças, através de pesquisas bibliográficas. - Planejar explicações sobre a evolução da incidência das Doenças sexualmente transmissíveis (DST‟s). - Adotar cuidados com o próprio corpo e promover a saúde sexual e reprodutiva dos indivíduos. - A partir da análise de dados, promover uma discussão sobre os riscos da gravidez na adolescência e as maneiras de preveni-las. - Levantar dados sobre as condições da previdência social e nível de emprego nas diferentes regiões brasileiras na última década, e propor um debate sobre essas condições e possíveis medidas para transformá-las, em que os alunos participantes, representem o posicionamento de diferentes lideranças. Já a saúde ambiental é tratada com os alunos de forma a analisar dados sobre as condições de saneamento básico de várias regiões brasileiras, e das regiões onde os alunos moram, comparando com outros estados e cidades. 21 Relacioná-lo também com doenças contagiosas e parasitárias, criando nos alunos um pensamento consciente relacionando-o com os diversos níveis sociais. Mostrar aos alunos as formas de tratamento de água, destino do lixo e esgoto, de modo a fazer com que alunos também saibam relacionar os conceitos políticos em relação ao tratamento do lixo, pois hoje em dia a política não se preocupa tanto com o tratamento do lixo de forma correta, por isso criar no aluno a consciência de separação do lixo e a importância da reciclagem para um melhor tratamento dos resíduos. Relacionar também a vida nas zonas rurais, periferias urbanas e grandes cidades em relação a doenças endêmicas, mostrando ao aluno o quão grande é essa diferença social. Tudo isso pode ser mostrado aos alunos não somente de forma teórica, principalmente em relação ao tratamento da água e esgoto e destino do lixo, esses são temas que podem ser mostrados aos alunos de forma prática, podendo fazer com que eles conheçam essas práticas mais de perto. 3- Identidade dos Seres Vivos Neste tema são abordados as características que diferenciam um ser vivo de um ser inanimado, focando em estruturas e funções de células e seus componentes. Também traz ao aluno o entendimento de quais são as tecnologias relacionadas a manipulações genéticas e suas respectivas utilidades. Todos esses aspectos devem ser trabalhados pelo professor no decorrer de todo o ensino médio. Seus tópicos são: A organização dos seres vivos As funções vitais básicas DNA: a receita e o seu código Tecnologias de manipulação do DNA Cada um desses tópicos requer mais do que apenas apresentações orais do conteúdo, mas é de extrema importância à utilização de materiais didáticos, artigos, aulas práticas, etc; para que os alunos tenham uma melhor compreensão dos assuntos e o entendimento mais amplo de suas aplicações. Abaixo se encontram os temas sugeridos pelo PCNEM para serem trabalhados em sala de aula. 3.1 A organização celular da vida 22 Utilizando instrumentos óticos, observando fotos e diversas representações, pesquisando textos científicos: identificar na estrutura de diferentes seres vivos a organização celular como característica fundamental de todas as formas vivas; comparar a organização e o funcionamento de diferentes tipos de células para estabelecer a identidade entre elas; representar diferentes tipos de células; relacionar a existência de características comuns entre os seres vivos com sua origem única. 3.2 As funções vitais básicas Registrar o caminho das substâncias do meio externo para o interior das células e vice-versa, por meio da observação ao microscópio ou da realização de experimentos para perceber que a constante interação entre ambiente e célula é controlada pelas membranas e envoltórios celulares; analisar imagens e representações relacionadas aos diferentes tipos de transporte através da membrana celular; analisar os processos de obtenção de energia pelos sistemas vivos – fotossíntese, respiração celular – para identificar que toda a energia dos sistemas vivos resulta da transformação da energia solar; traçar o percurso dos produtos da fotossíntese em uma cadeia alimentar; descrever o mecanismo básicode reprodução de células de todos os seres vivos (mitose) a partir de observações ao microscópio ou de suas representações; associar o processo de reprodução celular com a multiplicação celular que transforma o zigoto em adulto e reconhecer que divisões mitóticas descontroladas podem resultar em processos patológicos conhecidos como cânceres. 3.3 DNA: a receita da vida e o seu código Localizar o material hereditário em células de diferentes tipos de organismo observadas ao microscópio, em fotos e representações esquemáticas; identificar a natureza do material hereditário em todos os seres vivos, analisando sua estrutura química para avaliar a universalidade dessa molécula no mundo vivo; construir um modelo para representar o processo de duplicação do DNA; estabelecer relação entre DNA, código genético, fabricação de proteínas e determinação das características dos organismos; analisar esquemas que relacionem os diferentes tipos de ácidos nucléicos, as organelas celulares e o mecanismo de síntese de proteínas específicas; relatar, a partir de uma leitura de referência, a história da 23 descoberta do modelo da dupla-hélice do DNA, descrita na década de 1950 pelo biólogo J. Watson e pelo físico F. Crick. 3.4 Tecnologias de manipulação do DNA Identificar, a partir da leitura de textos de divulgação científica, as principais. Tecnologias utilizadas para transferir o DNA de um organismo para outro: enzimas de restrição, vetores e clonagem molecular; fazer um levantamento de informações sobre a participação da engenharia genética na produção de alimentos mais nutritivos e resistentes a pragas e herbicidas, de produtos farmacêuticos, hormônios, vacinas, medicamentos e componentes biológicos para avaliar sua importância; fazer um levantamento de informações para identificar alguns produtos originários de manipulação genética que já estejam circulando no mercadobrasileiro; relacionar entre os organismos manipulados geneticamente aqueles que são considerados benéficos para a população humana sem colocar em risco o meio ambiente e demais populações e os que representam risco potencial para a natureza, analisando os argumentos de diferentes profissionais. 4- Diversidade da vida Caracterizar a diversidade da vida, sua distribuição nos diferentes ambientes, e compreender os mecanismos que favoreceram a enorme diversificação dos seres vivos, constituem finalidades desse tema. Existe uma grande diversidade de vida espalhada pela superfície do planeta Terra. Cada região apresenta um conjunto próprio de seres vivos que estão adaptados ao clima entre outros fatores característicos daquele local. O essencial, no entanto, é que os alunos percebam que os desequilíbrios ambientais, intensificados pela intervenção humana, têm reduzido essa diversidade, o que está ameaçando a sobrevivência da própria vida no planeta. A análise da distribuição da biodiversidade é uma competência que pode ser trabalhada dentro do tema Diversidade da vida. De modo geral, as regiões que apresentam maior biodiversidade coincidem com o maior índice de desigualdade social, baixo desenvolvimento humano. Portanto, para reduzir os problemas na manutenção da biodiversidade nestas regiões é necessário reduzir a desigualdade social. 24 O tema Diversidade da vida é dividido em quatro unidades temáticas, onde cada uma irá abordar de forma diferenciada este tema, dando enfoque dez de as mutação até os impactos ambientais. Segue abaixo os assuntos que devem ser abordados em cada unidade temática. 4.1 A origem da diversidade • Construir o conceito de mutação, analisando os efeitos de determinados agentes químicos e radioativos sobre o material hereditário. • Reconhecer o papel das mutações como fonte primária da diversidade genética, analisando possíveis efeitos sobre o código genético provocados pelos erros na molécula do DNA. • Reconhecer a reprodução sexuada e o processo meiótico como fonte de variabilidade genética. • Relacionar os processos responsáveis pela diversidade genética para elaborar explicações sobre a grande variedade de espécies no planeta. • Fazer um levantamento de informações sobre os reinos em que estão divididos os seres vivos e suas principais características para elaborar um quadro resumo. 4.2 Os seres vivos diversificam os processos vitais • Reconhecer os princípios básicos e as especificidades das funções vitais dos animais e plantas, a partir da análise dessas funções em seres vivos que ocupam diferentes ambientes. • Caracterizar os ciclos de vida de animais e plantas, relacionando-os com a adaptação desses organismos aos diferentes ambientes. • Estabelecer as relações entre as várias funções vitais do organismo humano. • Localizar os principais órgãos em um esquema representando o contorno do corpo humano. 4.3 Organizando a diversidade dos seres vivos • Reconhecer a importância da classificação biológica para a organização e compreensão da enorme diversidade dos seres vivos. • Conhecer e utilizar os principais critérios de classificação, as regras de nomenclatura e as categorias taxonômicas reconhecidas atualmente. • Reconhecer as principais características de representantes de cada um dos cinco reinos, identificando especificidades relacionadas às condições ambientais. 25 • Construir árvores filogenéticas para representar relações de parentesco entre diversos seres vivos. 4.4 A diversidade ameaçada Identificar em um mapa as regiões onde se encontra a maior diversidade de espécies do planeta, caracterizando suas condições climáticas; reconhecer as principais características da fauna e da flora dos grandes biomas terrestres, especialmente dos brasileiros; assinalar em um mapa a distribuição atual dos principais ecossistemas brasileiros e compará-la com a distribuição deles há um século atrás; fazer um levantamento das espécies dos principais ecossistemas brasileiros que se encontram ameaçadas; implantar projetos que auxiliem as pessoas com baixa renda que tem moradia em locais onde o bioma está ameaçado, combatendo desta forma a desigualdade social; debater as principais medidas propostas por cientistas, ambientalistas e administração pública para preservar o que resta dos nossos ecossistemas ou para recuperá-los; relacionar as principais causas da destruição dos ecossistemas brasileiros; comparar argumentos favoráveis ao uso sustentável da biodiversidade e tomar posição a respeito do assunto. 5-Transmissão da vida, ética e manipulação gênica No tema Transmissão da vida, ética e manipulação genica serão tratados os fundamentos da hereditariedade com destaque para a transmissão dos caracteres humanos, como os experimentos de Mendel, o aconselhamento genético e doenças relacionadas, como por exemplo o albinismo. A compreensão desses fundamentos é essencial para que os alunos possam conhecer e avaliar o significado das aplicações, que têm sido utilizadas no diagnóstico e tratamento de doenças, na identificação de paternidade e investigações criminais. Além disso, permitem que os alunos sejam introduzidos nos debates das implicações éticas, morais, políticas e econômicas das manipulações genéticas. A hereditariedade é um fenômeno que representa a condição de semelhança existente entre ascendentes e descendentes, através da contínua transferência de instruções contidas no DNA, orientando a formação, desenvolvimento e manutenção do ser vivo. Dessa forma, a hereditariedade se expressa a partir do conjunto de todas as características contidas no núcleo das células gaméticas. 26 Nos experimentos de Mendel,a ervilha foi utilizada porque é uma planta fácil de cultivar, de ciclo reprodutivo curto e que produz muitas sementes. A variedade que flores púrpuras podiam ser comparadas com a que produzia flores brancas; a que produzia sementes lisas poderia ser comparada com a que produzia sementes rugosas, e assim por diante. Outra vantagem dessas plantas é que os componentes envolvidos na reprodução sexuada do vegetal ficam encerrados no interior da mesma flor, protegidas pelas pétalas. Isso favorece a autopolinização, formando descendentes com as mesmas características das plantas genitoras. A partir da autopolinização obteve linhagens puras, e efetuou, então, artificialmente, uma polinização cruzada: pólen de uma planta que produzia apenas semente amarela foi depositado em outra planta que só produzia semente verde, ou seja, cruzou duas plantas puras entre si. Outra unidade refere-se à noções sobre os heredogramas, uma forma de representar através de símbolos, as relações de parentesco entre indivíduos de uma mesma família. O Aconselhamento Genético é uma consulta médica especializada para pessoas que estão preocupadas com a ocorrência ou a possibilidade da ocorrência de uma doença genética em sua família, a probabilidade ou risco de desenvolvê-la ou transmiti-la à próxima geração e sobre as opções para sua prevenção ou tratamento. Outra razão para a consulta genética é a falta de diagnóstico preciso de um bebê, criança, adolescente ou adulto com características faciais diferentes, malformação, problema de desenvolvimento físico ou sexual, crescimento lento, dificuldades de fala, locomoção e aprendizado. O geneticista vai pesquisar e diagnosticar doenças raras, em conjunto e como apoio a colegas médicos de outras especialidades. O câncer por exemplo, é uma doença onde células alteradas multiplicam-se de maneira descontrolada, mais rapidamente do que as células normais do tecido à sua volta, invadindo-o. Geralmente, têm capacidade para formar novos vasos sanguíneos que as nutrirão e manterão as atividades de crescimento descontrolado, o acúmulo dessas células forma os tumores malignos. Uma das causas dessa doença é pré-determinada geneticamente, mas fatores ambientais também podem contribuir, como exposição à produtos radioativos. O albinismo é uma anomalia genética, na produção de melanina, esta anomalia é a causa da ausência total ou parcial de pigmentação da pele, dos olhos e dos cabelos. O albinismo é hereditário. 27 Outra doença hereditária é a fenilcetonúria. Os bebês não possuem uma enzima chamada fenilalanina hidroxilase, necessária para quebrar um aminoácido essencial denominado fenilalanina, e com excesso, ela causa danos ao sistema nervoso cerebral. Essa substância é encontrada em alimentos que contêm proteínas. A engenharia genética possibilita mapear o sequenciamento do genoma das espécies animais, incluindo o ser humano e dos vegetais, a criação de seres clonados, desenvolver a terapia genética e produzir seres transgênicos. Estas novas possibilidades no campo da genética passaram a preocupar governos e grande parte das sociedades envolvidas, pois se o processo for mal direcionado poderá prejudicar o patrimônio genético, inclusive irremediavelmente. Por este motivo já há previsão legal tutelando as atividades desta nova ciência. É um conjunto de técnicas que envolvem a manipulação de genes em determinado organismo, geralmente de forma artificial. Esta manipulação envolve duplicação, transferência e isolamento de genes, com o objetivo de produzir organismos geneticamente melhorados para desempenharem melhor suas funções e produzir substâncias úteis ao homem. Através da engenharia genética muitos hormônios passaram a ser produzidos por bactérias com DNA modificado, como por exemplo, a insulina, que era produzida por animais e causava alguns efeitos colaterais indesejáveis em seres humanos. Mapeamento genético, uma das áreas de abrangência da engenharia genética, é uma representação gráfica das distâncias entre genes e de suas posições relativas em um cromossomo. Essa distância é calculada a partir da porcentagem de genes recombinantes produzidos em cruzamentos ou taxa de crossing-over entre eles. Para se obter um mapa genético é preciso levar em consideração que quanto maior for a taxa de recombinação gênica, maior será a distância entre os genes e vice-versa. No Brasil já é possível curar doenças com células–troncos e com os genomas. Eles tratam as doenças, mas apenas se o médico pedir para que faça esse mapeamento sendo esta a única possibilidade de cura. O mapeamento genético é algo necessário para a nossa evolução. Essa técnica pode curar doenças que antes eram impossíveis pensar que sequer existia 28 cura, e pode evitar que crianças tenham anomalias por erro de divisão de suas células. 6- Origem e evolução da vida Este tema tem como objetivo abordar e confrontar as várias teorias existentes sobre o surgimento da vida e do Universo como um todo. Como o ser humano sempre procura achar uma explicação para tudo, existem várias teorias científicas, mitológicas e religiosas sobre o tema e serão estudadas apenas as principais, que marcaram a história da humanidade até o presente. É possível observar que no campo científico cada teoria com o passar do tempo tenta refutar ou reforçar uma teoria anterior com argumentos baseados em experimentos tentando cada vez chegar mais próximo da atmosfera terrestre no inicio da vida. Neste tema será possível ver a evolução humana, tanto biológica quanto cultural, e o impacto que a intervenção humana tem causado no meio ambiente. As unidades temáticas estudadas serão: 6.1 Hipóteses sobre a origem da vida e a vida primitiva Nesta unidade será estudada as diferentes teorias sobre a origem da vida, confrontando as mitológicas, religiosas e cientificas em vários momentos da história e que influenciaram a humanidade como um todo em cada época. Dentre estes experimentos destacasse duas teorias que refutam a da Abiogênese de Aristóteles: os de Francesco Redi (1626-1697) com o experimento utilizando carne e dois potes, um com tela e outro aberto, e Louis Pasteur com o experimento com líquido nutritivo. Estas teorias ser abordado com textos explicativos, com vídeos que chamam maior atenção dos alunos e até mesmo fazendo experimentos, demonstrando estas teorias. 6.2 Ideias evolucionistas e evolução biológica Devemos fazer comparações entre as ideias evolucionistas de Charles Darwin e Jean-Baptiste de Lamarck onde o primeiro prima pela seleção natural das espécies de forma que os mais bem adaptados conseguem sobreviver e passar seus genes para a geração posterior e o segundo prega mais pelo uso e desuso, onde o próprio ser pode modificar suas características morfológicas perdendo uma função pelo não uso ou aumentando uma capacidade pelo uso frequente. 29 Analisar os mecanismos que podem mudar as características de uma espécie como migrações, mutações, seleção e deriva genética, explicando as suas diferenças. Fazer comparação entre os genes analisando sua frequência e função, podendo observar quais características foram preservadas e quais sumiram com o tempo, e montar uma arvore filogenética com escala de tempo, para se observar a evolução ocorrida entre as espécies. 6.3 A origem do ser humano e a evolução cultural Primeiramente seria caracterizado o surgimento dos hominídeos, que se caracteriza no período Paleolítico, onde segundo o especialista sua trajetória teve inicio no continente Africano, de onde inclusive jamais saíram. Assim seria discorrido sobre a inteligência,que pode ter evoluído, com a capacidade de manejar ferramentas e objetos, como uma adaptação à caça nas savanas africanas. A transmissão de conhecimentos e a consequente evolução cultural só tiveram êxito em virtude de uma linguagem extremamente desenvolvida, com um complexo sistema de símbolos, capaz de comunicar um número infinitamente variado de informações. Desde o tempo das origens primitivas da cultura, todo desenvolvimento humano foi biológico e cultural, distinguem-se assim suas fases de desenvolvimento, transformações biológicas ao longo do tempo. Sobre as adaptações climáticas, na variação de temperaturas que poderá influenciar na distribuição dos organismos. As respostas adaptativas incluem, mudanças fisiológicas, morfológicas ou etiológicas, que garantem a sobrevivência e reprodução. 6.4 A evolução sob intervenção humana Na natureza ao longo da evolução ocorre um processo chamado de evolução natural, contudo seres que desenvolvem características que facilitem sua sobrevivência levam vantagem em relação aos outros para sobreviver, e esses gradualmente ganham mais espaço e dominarão o ambiente, o que é um processo bastante lento, porém com a intervenção humana esse processo se dá mais rapidamente tanto na vida dos homens quanto dos animais. O homem tende a escolher aquilo que é mais vantajoso e que gera mais possibilidades de disseminação da espécie, tanto para si quanto para outros indivíduos. 30 Tal intervenção é usada na agricultura, medicina, farmacologia e outras áreas, e interfere seriamente na evolução natural. Dentre essas intervenções vemos os melhoramentos genéticos realizados em plantas e animais, assim como as evoluções na agricultura transgênica, como na soja e milho. Na farmacologia e medicina as melhoras genéticas e pesquisas com novos tratamentos e novas drogas que podem curar doenças que antes eram ditas como terminais e que geram qualidade de vida, aumentando a média de longevidade da população. 31 5. RESENHA DO LIVRO: PREVENÇÃO E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS DISCIPLINARES: GUIA PARA EDUCADORES BOYNTON, Mark; BOYNTON, Christine; BREDA, Ana Paula Pereira. Prevenção e resolução de problemas disciplinares: guia para educadores. Porto Alegre: Artmed, 2008. 172 p. Torna-se importante abordar a política de como tratar os alunos durante a condução em sala de aula com a finalidade de que problemas e diferenças sejam evitados antes de acontecerem. Alguns aspectos importantes que são verificados e podem ser interpretados como disciplinares, consistem em fixar de modo claro e dinâmico os seguintes pontos: relacionamentos positivos entre professor e aluno; parâmetros claros e definidos de comportamentos aceitáveis em sala de aula; habilidades de monitoramento e consequências. Sendo importante lembrar a necessidade e carência da parte docente, a consolidação do ensino de conteúdos. Tanto o respeito mútuo, como uma verificação de maior respeito ao poder de imposição que o professor exerce frente ao aluno em sala de aula, são referências que necessitam ser relembradas e refletidas diariamente, porém, a chave para um bom comportamento dos alunos é um bom relacionamento entre professor e aluno, dentro e fora de sala de aula. Essas relações positivas dentro de sala de aula são indispensável para um ambiente de respeito, disciplina e educação. O professor deve se manifestar de forma que demonstre motivação e humanização em relação às cobranças e outras conversas em sala de aula, assim, cria-se um contexto para fins e intenções comuns. A exigência de participação deve ser igual entre os alunos, isso é indispensável para que o ambiente disciplinar seja possível. Algumas técnicas podem ser utilizadas pelos professores para um melhor bem estar entre professor e aluno, manifestando crescente interesse voltado a ambos, colocando maior credibilidade nos alunos, de forma construtiva, sem humilhações. Exercitar o orgulho positivo da classe é algo favorável para toda a sala de aula. O professor também deve apresentar maior preocupação em relação aos seus alunos e a aprendizagem deles nessas situações. 32 A frustração dos alunos pode ser evitada identificando suas causas e as reações dos alunos, bem como a problemática da situação. Outro ponto importante para implantação de comportamentos aceitáveis em sala de aula é a responsabilidade do próprio professor, assim, as regras ficam visíveis e podem ser adotadas por todos a qualquer momento. A efetivação de um plano disciplinar de conduta é algo muito importante para a coletividade, coibindo comportamentos negativos futuros, podem ser destacados: expectativas de participação em debates em aula; expectativa para trabalho individual; material que deve ser trazido para a aula; requisição de ajuda ao professor e quando, onde e como entregar os trabalhos. Não deve haver supressão por parte do professor na introdução de um plano disciplinar com normas rígidas e bem elaboradas para uma maior satisfação do seu trabalho, bem como o acompanhamento do plano disciplinar para que ele traga resultados. Sustentar uma proximidade junto aos alunos tanto física, psicológica quanto emocional, produz um efeito mágico, pois os alunos sentindo a presença e participação do professor em classe trás efeitos positivos para aprendizagem. A utilização de habilidades de monitoramento, como oferecer maiores oportunidades de resposta, é uma ferramenta a favor do professor, faz com que todos se respeitem, não prejudicando o processo de aprendizagem, podendo também contribuir para o plano disciplinar. O professor precisa implantar as consequências para os comportamentos inadequados, os melhores planos disciplinares lutam para reduzir as punições por meio de um enfoque preventivo. O professor pode implantar várias consequências, essas intervenções se classificam em cinco grupos: - Reação do professor: por meio de comportamentos físicos ou verbais o professor indica se o comportamento do aluno é apropriado ou não. - Reconhecimento tangível: estratégias que mostrem aos alunos por meio de sinais ou símbolos sobre o comportamento adequado. - Custo direto: intervenções que levam a uma consequência direta para o mau comportamento: - Contingência de grupo: um grupo específico de alunos deve alcançar um comportamento adequado. 33 - Contingência de casa: o acompanhamento do comportamento do aluno ocorre na casa dele. As estratégias usadas para estabelecer um ambiente organizado são os mesmos usados em sala de aula, pois se espera que o comportamento dos alunos em toda a escola deve ser o mesmo que em sala de aula. A precaução de problemas disciplinares pede maior atenção ao trabalho quanto à forma de abordagem e maneira de tratar no ambiente escolar. O sistema disciplinar deve ser estudado e reavaliado várias vezes. Para a inserção de um plano disciplinar institucional eficaz, é necessário que toda equipe escolar se baseie em uma filosofia comum. O professor tem a necessidade de organizar uma equipe para realizar o monitoramento e orientações, no entanto, é importante o apoio de todos principalmente no momento de intervenção por violação de normas institucionais. A equipe escolar deve ter ciência de que mesmo possuindo várias abordagens preventivas para um plano disciplinar eficiente, sempre haverá a necessidade de um plano eficaz de consequências institucionais, porém a ênfase sempre será muito maior nas abordagens de prevenção. Muitas podem ser as consequências aplicadas para quem violar as normas, mas devem ser sempre de acordo as infrações, e aplicadasde maneira justa e coerente. Registro da ocorrência, detenção no almoço, encaminhamento a secretaria e suspensão são algumas das consequências que podem ser aplicadas. Também é importante impor regras em determinados locais da escola, como refeitórios, corredores, assembleias, quanto ao uso de aparelhos portáteis, normas sobre o vestuário entre outras que forem necessárias. Algumas estratégias disciplinares não devem ficar fora do foco de ação, como não repetir o comportamento do aluno; não apelar para humilhação; as reuniões com os pais devem sempre iniciar com considerações positivas; reuniões difíceis devem ser iniciadas sem a criança; contatar os pais do aluno que foi submetido a intervenções disciplinares antes que ele chegue em casa, dentre outras estratégias positivas e otimistas. Outras técnicas referentes a parâmetros são importantes, pois o plano de conduta deve ser ensinado para os alunos, o professor deve fazer sua parte ensinando e divulgando as normas institucionais. Após estabelecer normas claras de 34 comportamento, deve-se verificar se os alunos estão seguindo, para isso possuem algumas estratégias de monitoramento onde o objetivo é diminuir os problemas disciplinares na escola, são elas: passear pela sala; solicitar a participação dos alunos em qualquer momento; a eliminação de pontos cegos; ir até os alunos quando eles necessitarem de ajuda; utilizar atividades que prendam a atenção do aluno, entre outras. O papel do professor deve sempre ir além do que esta proposto a fazer no período de aula. O professor não deve permitir exceções às regras, a atenção deve ser voltada a problemas, visto que várias complicações juntas, podem se tornar complicações comprometedoras. A conscientização do professor em impedir o surgimento de alunos, considerados defensores públicos ou os que fazem deboche dos colegas de sala, é tarefa difícil, porém, indispensável para que o professor tenha condições de estabelecer parâmetros para que suas aulas não sejam comprometidas com as condutas de alguns alunos, que podem espalhar a falta de respeito e o desrespeito à submissão ao mestre durante a aula. A efetivação de normas e planos de ensino, as consequências e repercussões serão totalmente eficazes para a coletividade escolar. Os educadores possuem uma grande responsabilidade, pois sua atuação tem implicações na vida de cada aluno com quem eles interagem. Cabe aos educadores desenvolver relações positivas com os alunos ao mesmo tempo em que são firmes nas expectativas que depositam neles, assim estarão contribuindo para formar pessoas respeitosas e honestas que irão contribuir com a sociedade no futuro. 35 6. RESUMO DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DO INSTITUTO DE EDUCAÇÃO ESTADUAL DE MARINGÁ O Projeto Político Pedagógico do Instituto de Educação Estadual de Maringá – Paraná, trás em seus princípios filosóficos do trabalho escolar a rápida mudança que o homem vem enfrentando com o avanço de tecnologias de informações, graças às pesquisas cientificas no meio de convívio, mas que ainda nele se encontra um saber sistematizado excluído por questões capitais, no entanto aquele que tem uma permanência no ensino sai apto a ler e escrever, mas sua historia só será formada quando seu conhecimento e capacidade estiverem atualizados. A cada crise a escola é chamada para explicar aquilo que não fez pela população escolar atual, o que nos faz pensar se a escola é realmente responsável em formar cidadãos intelectuais ou trabalhadores. Pode-se afirmar que o homem passa a ser responsável por uma sociedade mais humana, cultural e social, pois o trabalho dignifica o homem. O ser humano nesta sociedade que se encontra precisa se tornar uma pessoa mais crítica, competente e humana para que as diferenças sociais passem a não mais existi. A escola tem que trabalhar de maneira onde o impulso ande junto ao conhecimento para que o sujeito consiga entrar na sociedade competitiva com formas de criar e responder seus desafios, para isso o rever da educação se torna cada vez mais árduo, tendo que ofertar atividades que os façam a criar, pensar, realizar e resolver desafios de forma conceituada, o que vale lembrar que o homem precisa de processos educativos para produzir a existência. É necessário oferecer uma educação completa, multidimensional e politécnica, sendo combinadas com tarefas do tipo intelectual. O homem é social, não é passivo mas ativo, interativo de forma determinada tanto pela sociedade quanto por si mesmo. A escola é o lugar onde suas metodologias e de seus mediadores sobre os alunos os fazem obter um saber sistematizado, comprovando que o professor é o elemento fundamental do ambiente escolar, para isso o Instituto de Educação Estadual de Maringá o adotou utilizando conhecimentos que os alunos já têm, para que criem situações que facilitem as generalizações. De acordo com Shimazaki 36 (1995) o professor precisa buscar formas alternativas de trabalho, sabendo que toda pratica pedagógica precisa estar em uma concepção de mundo. Toda organização do trabalho pedagógico do Instituto de Educação Estadual de Maringá, se encontra embasado nos princípios que norteiam a escola como democrática, pública e gratuita sendo da igualdade, qualidade, gestão democrática, liberdade, valorização do magistério fundamentados na constituição Federal de 1988 e na Lei n° 9.394/96 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-LDB. A Constituição Federativa do Brasil garante a educação como um direito gratuito a todos com dever do Estado e da Família, sendo ministrado de formas iguais que garantirá a permanência e a apropriação dos conhecimentos dos alunos onde o projeto ratifica a escola como sendo publica, laica e universal. A democratização da educação e da escola como sendo universalizada da gratuidade e da permanência é hoje uma exigência da classe trabalhadora onde todos têm seus direitos, e sendo uma sociedade participante e conhecedora, nesse modo a escola tem um grande desfio por ser de modo democrática, tendo que respeitar vários órgãos de representação escolar e trabalhar de forma coletiva com resultados comum. A gestão democrática deve estar ligada a todos aqueles que a norteiam seja eles: alunos, pais, professores, funcionários e pedagogos, sendo o diretor o representante escolar da comunidade escolar. A instituição escolar sendo democrática deve permitir debates abertos para um avanço de ideias, para que todos no âmbito pedagógico possam trabalhar de forma plena para um crescer da educação. O Projeto Político Pedagógico tem um conceito que busca expressar as concepções de homem, mundo, sociedade, trabalho, educação, cultura, ciência e tecnologia. Todos estes conceitos foram elaborados pelo coletivo da escola, Logo que o senso pedagógico se uniu de forma conceitual. O homem por ser uma ser natural e social o trás como um ser que atua na natureza de forma que a transforma através de diversas situações, que será passada de geração a geração por meio de sua educação e cultura. A forma de dividir e organizar o trabalho determina as suas relações políticas e sociais, O desenvolvimento do homem ocorre a partir do suprimento de suas necessidades materiais, sendo a base econômica fundamental. Nesta sociedade que vivemos se estrutura diversas ideologias, historias e cultura; uma sociedade capitalista tendo poucas ações sociais resultando em 37 conflitos entre classes. Saviani (1992) relata que não é somente a aparência que da o entendimento da sociedade, e sim é preciso compreender as Leis que regem na sociedade sendo elas históricas,portanto há uma necessidade de formar cidadãos de acordo com seus conhecimento e processos históricos e que suas relações não são naturais e sim produzidas pelo próprio homem. A escola tem então a função social de garantir o acesso aos saberes científicos produzidos pela humanidade e permitir que os estudantes conheçam a realidade no mundo em que vivem. A educação é então uma pratica social onde os homens são situados dentro da historia, ela não muda o mundo, mas o mundo pode ser mudado pela ação na sociedade e suas relações de trabalho. A cultura é resultado de toda produção, pois o homem em seu meio cultural inicia o processo de transformação, criando um mundo humano, e o mundo da cultura. Na educação a tecnologia pode aumentar as desigualdade ou promover a inclusão. É preciso lutar pela escolarização como um bem publico para que os desfavorecidos transformem sua própria concepção de poder. Para que todos tenham acesso à escola é preciso investimentos do governo em recursos tecnológicos para contribuir com o desenvolvimento do pensar, pois, estes recursos permitem que o indivíduo pense na sua realidade e se torne um cidadão. A cidadania é um processo onde a massa deixa de ser massa e passa a ser povo, criador de seu próprio destino. Para isso é preciso uma concepção de cidadania, plena e consciente. Pensando na formação como um todo, o ensino fundamental foi ampliado para nove anos e se tornou obrigatório o ingresso das crianças aos seis anos. Educar é humanizar, o ato educativo é produzir em cada indivíduo a humanidade, assim, cabe-nos pensar na continuidade dessa formação. Na atualidade temos os avanços tecnológicos, produção de massa, fragmentação do saber. Como o adolescente se encontra neste contexto, como percebe os princípios e valores que produzem a humanização dos homens? A sociedade organizada na base do trabalho fez com que o início do desenvolvimento fosse submetido às leis sócio históricas e não as leis biológicas, assim, o trabalho e a vida em sociedade permitem um salto no desenvolvimento histórico. É preciso rever os conceitos que tornou a adolescência uma fase natural do desenvolvimento, pois, a adolescência é uma construção social e não um período 38 natural do desenvolvimento. É algo produzido pela sociedade, é social e histórica, portanto não é natural. O trabalho do professor deve corresponder com as concepções de infância e adolescência como produção humana, é preciso conhecimento de diversos fatores, a fim de formar o indivíduo como um todo. O trabalho pedagógico deve ter continuidade, ser planejado, ter metodologia e o processo de ensino aprendizagem deve ser avaliado constantemente. O período escolar deve conduzir os alunos a uma formação emancipadora. A avaliação escolar deve ser centralizada na forma como o aluno aprende cuidando sempre da qualidade do saber. Deve ser contínua e buscar o desenvolvimento do aluno, deve detectar, prevenir a corrigir erros e promover novos caminhos para o processo de ensino e aprendizagem. A avaliação deve incluir o aluno no círculo da aprendizagem, tornando-a assim democrática. A avaliação deve ser constante e não apenas ser a parte final de um processo. Quando o professor percebe que o aluno não aprendeu, deve mudar as metodologias, verificar onde houve falhas e buscar novos resultados. Para mudar a prática de avaliação é preciso levar em conta diversos aspectos, essa transformação possibilitara avançar no processo de ensino aprendizagem e garantindo uma maior qualidade no ensino. Para isso é preciso que todos estejam envolvidos na reestruturação da escola, o papel do educador é construir uma sociedade diferente onde todos possuam o direito do saber, e para se dar conta deste papel ele deve estar comprometido com o processo de transformação. O Instituto de Educação Estadual de Maringá adota uma avaliação proposta pela LDB, onde se utiliza trimestres e a avaliação é expressa em notas por disciplina, de 0,0 a 10,0, onde a nota mínima para aprovação é 6,0. Este sistema de avaliação será utilizado tanto para o ensino fundamental, médio, normal integrado, para o profissional integrado. Quanto aos cursos subsequentes, as matrizes são semestrais, portanto serão utilizados dois bimestres para a periodicidade das avaliações. Os alunos vindos de outras escolas terão as notas adaptadas de bimestre para trimestre, seu desenvolvimento será acompanhado oportunizando recuperação de estudos. Quando necessário será providenciado adequação de conteúdo e avaliações. 39 Quando o aluno transferido possuir avaliação por conceitos com legendas, será respeitada a maior nota, quando não houver legenda serão utilizados os seguintes critérios: Excelente = 9,0 a 10,00; Ótimo = 7,0 a 8,9; Bom = 5,0 a 6,9; Regular = 0,0 a 4,9. Quando as notas foram descritivas, serão analisadas pelos pedagogos caso a caso. Quando não houver enquadramento em nenhum destes casos será discutido em conselho de classe, a partir do aproveitamento do aluno na instituição em que está matriculado. No caso da progressão parcial os alunos vindos desta modalidade poderão frequentar na respectiva disciplina em contra turno. 40 7. RESUMO DA PALESTRA SOBRE “A ESCOLA E O ALUNO, REFLEXÕES SOBRE A ATUALIDADE” No dia 6 de outubro de 2014 a Professora Doutora Lizia Helena Nagel proferiu uma palestra aos discentes dos cursos de Ciências Biológicas e Pedagogia do UniCesumar. O tema da palestra “A escola e o aluno, reflexões sobre a atualidade”. A escola atual vive em crise por conta da liberdade excessiva, individualismo, consumismo exibicionista, existe hoje a necessidade de mostrar poder. Um exemplo é o adolescente que normalmente sente vergonha do carro velho que o pai possui e passa a menosprezá-lo por não ter um carro melhor. O uso de drogas tanto lícitas como não lícitas estão mais em alta entre os alunos do ensino médio da classe média A. A fase da adolescência é a de viver experiências, querem mostrar aos colegas do grupo que convivem que são melhores, que são „os bons‟ para assim serem mais aceitos no grupo. Independente da faixa etária ou classe social, as pessoas estão cada vez mais dependentes das redes sociais, seja por depressão, ansiedade ou outros motivos. Elas preferem manter relações virtuais e as usam como refúgio da realidade, isso atinge os alunos e também professores. As agressões que a criança sofre ou presencia no lar, afeta diretamente seu desenvolvimento. Muitas crianças presenciam pai ou padrasto batendo em sua mãe, muitas vezes por estar alcoolizado, drogado ou por ciúme, essas mulheres tem medo de denunciar seus agressores, pois não se sentem seguros para tomar uma atitude. A criança que cresce em um ambiente violento, tende a ser violenta também. Temos observado atos de violência no ambiente escolar, falta de respeito com professores e funcionários, muitas vezes, estes são até ameaçados pelos alunos. Muitos professores optam por conseguir atestados médico para se manter longe do ambiente escolar por um tempo. Torna-se comum a violência social, onde um grupo exclui alguns indivíduos por não usarem a roupa da moda ou de grife, por conta do cabelo, raça, ou seja, ocorre discriminação e constrangimento, e isto acaba sendo muitas vezes, o motivo de atos de violência na escola. É preciso parar de cultivar a aparência e voltar o foco para a inteligência, alunos e professores devem ter vontade de ouvir e estudar. É preciso compreender 41 o significado da educação, educar é construir e transformar relações já existentes em todos os níveis sociais.
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