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AULAS UNIFICADAS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

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ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
E O GERENCIAMENTO DE 
CAPITAL 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Daniel Weigert Cavagnari 
 
 
2 
 
CONVERSA INICIAL 
A questão principal é que a Administração Financeira, apesar de tratar de 
todas as áreas que necessitam de controle financeiro, não tem relação direta 
com questões de finanças pessoais ou corporativas. Ou seja, quando tratamos 
de relações humanas, comerciais ou produtivas, a administração financeira não 
trata da dinâmica de cada uma delas, e sim, da parte quantitativa, tanto de 
viabilidade e lucratividade, quanto de prejuízo. 
Uma questão importante é a diferenciação das funções financeiras. 
Contas a pagar, fluxo de caixa e orçamentos, são ferramentas de decisão da 
administração financeira, que trata de propósitos objetivos, imediatos; ela vai 
além disso, pois trata, acima de qualquer coisa, do futuro. Isto, obviamente, não 
faz da administração financeira mais importante do que outras áreas, mas sim 
uma questão que também merece atenção especial e dedicação, tanto para 
funcionar corretamente, quanto para orientar outras áreas de suas funções 
financeiras. 
Por exemplo: quando abrimos uma empresa, as questões financeiras 
mais importantes são de distribuição do capital investido, pagamento de juros e 
amortização do capital de terceiros (empréstimos) e primeiros recursos 
financeiros. Embora se exija uma atenção especial para que esses recursos 
sejam melhor aplicados, é necessária uma programação futura para garantia de 
continuidade do empreendimento. É como planejarmos nosso futuro com base 
em objetivos e metas a serem cumpridos e que muitas vezes exigem cuidado 
especial. 
Lógico que muitas vezes é difícil perceber a qualidade ou necessidade 
dessa prática administrativa, levando as empresas muitas vezes à visão errônea 
de que a administração financeira se limita a controle de gastos e acúmulo de 
capital. 
Assim, calculadoras e livros a tiracolo, e mãos à obra! 
 
 
 
 
 
 
 
3 
CONTEXTUALIZANDO 
Os 10% da discórdia do Fundo de Garantia 
O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) é reconhecido pelo trabalhador como 
uma espécie de poupança, embora tenha uma aplicação social que vai muito além do patrimônio 
individual. Criado em setembro de 1966, o FGTS surgiu como uma forma de flexibilizar as relações 
entre empregadores e trabalhadores. Até então, a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) 
estabelecia que empregados com mais de 10 anos de registro em carteira teriam estabilidade no 
emprego, só podendo ser demitidos em casos de falhas graves. 
“A lei, no entanto, levava ao efeito contrário: as empresas acabavam demitindo os 
funcionários ao completarem nove anos na empresa para evitar a estabilidade”, explica o 
presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn. Para equilibrar os dois lados, contemplando o 
pleito das empresas sem prejudicar o trabalhador, foi criado o FGTS, que imputava às empresas 
o depósito mensal de 8% sobre o salário na conta vinculada ao empregado. 
A medida flexibilizou as relações de trabalho, garantindo recursos em situações como 
demissão sem justa causa, que ainda exige do empregador o pagamento de 40% do total 
depositado na conta do FGTS. “Ao longo do tempo, uma empresa pode crescer ou diminuir. Nesse 
sentido, é fundamental que disponha do direito de contratar e demitir, adequando sua força de 
trabalho ao tamanho de seu negócio”, detalha Bohn, explicitando que a solução beneficiou ambos 
os lados. 
Em quase cinco décadas, desde que foi adotado, o FGTS compôs recursos não só para 
atender individualmente os trabalhadores, mas também gerando aporte a outras áreas, 
especialmente a habitação. Em 2006, quando o fundo completou 40 anos, já haviam sido aplicados 
mais de R$ 80 bilhões nas áreas de habitação, saneamento e desenvolvimento urbano, gerando 
aproximadamente 11 milhões de vagas e financiando de mais de 6 milhões de habitações até 
então. 
Em quatro décadas, o fundo contabilizava cerca de 370 milhões de saques realizados 
pelos trabalhadores, que resultaram em um montante de R$ 250 bilhões injetados na economia 
brasileira. 
Apesar dos números positivos, o fundo passou por um período crítico de déficit, decorrente 
dos planos econômicos das décadas de 1980 e 1990. O FGTS registrava um rombo de R$ 42 
bilhões em 2001. A partir de uma grande articulação entre governo e empresas, foram aprovadas 
e instituídas pela Lei Complementar 110/2001, duas contribuições adicionais para sanar as contas, 
uma de 0,5% incidente sobre a remuneração mensal do trabalhador, com prazo de 60 meses 
(compreendendo o período de janeiro de 2002 a janeiro de 2007), e outra de 10% sobre o saldo 
individual do FGTS no caso de demissão sem justa causa (sem prazo estabelecido). 
Assim, a partir de 2002, os empregadores passaram a depositar mensalmente 8,5% do 
salário nas contas de seus funcionários e, nos casos de demissão sem justa causa, além da multa 
de 40% sobre o saldo do fundo, mais 10% incidente sobre o mesmo montante. 
O equilíbrio financeiro do FGTS foi alcançado em 2012, segundo a Caixa Econômica 
Federal, porém a cobrança dos 10% adicionais permanece até hoje, embora seja questionada e 
combatida pela classe empresarial. 
 
Continue a leitura em: <http://www.sitecontabil.com.br/noticias/artigo.php?id=577>. 
 
Todos nós temos uma boa noção do que significa o FGTS (Fundo de 
Garantia por Tempo de Serviço), principalmente quando começamos a trabalhar 
ou mudamos pela primeira vez de emprego. 
 
 
4 
O que não sabemos, ou melhor, não percebemos, pode estar bem diante 
dos nossos olhos, ofuscado pela tradição do senso comum em condicioná-lo 
como a única garantia de futuro na perda do emprego. 
Nossa visão como analistas financeiros começa por aqui, olhando para 
nós mesmos e respondendo a algumas questões, que clareiam conforme nos 
conformamos com a realidade. 
 
1.1 Pesquise 
Com base no FGTS, pesquise, reflita e responda às seguintes questões: 
 Se seu chefe se aproximasse de você e dissesse que aumentará seu 
salário em 10%, independentemente de qualquer ajuste sindical ou 
inflacionário previsto, desde que você abrisse mão de seu FGTS, e em 
caso de demissão, em vez de receber 40% a mais sobre os depósitos do 
FGTS, receberia apenas 15% sobre os valores extras dos 10% de 
aumento. Você aceitaria? Justifique sua resposta. 
 Se sua resposta foi “sim”, o que o faria mudar de opinião? 
 Se sua resposta foi “não”, o que você poderia mudar em seu pensamento 
(ou comportamento) para aceitar a proposta? 
 
Nossa jornada ao pensamento administrativo financeiro começa aqui. 
Após essa discussão, você estará preparado para pensar em dinheiro não 
apenas como meio de compra, mas como riqueza. Está preparado? 
Ao final da atividade, apresentaremos justificativas e iniciaremos um 
debate acerca dos ganhos e perdas. 
 
TEMA 1 – CONCEITOS GERAIS 
Todos sabemos que a Matemática é uma ciência precisa, lógica. Isso 
significa que, para a Administração Financeira, dois mais dois sempre serão 
quatro, independentemente dos valores implícitos que algo possa sugerir, como 
é o caso de apostar em mercados futuros, ou de coisas que ainda não 
amadureceram. Obviamente, e ainda dentro da lógica, incluímos esses valores, 
somando-os quando as variáveis são positivas e subtraindo quando o risco é 
eminente. No entanto, não podemos esquecer do fundamental: a paridade dos 
valores. Se de um lado alguém está ganhando, de outro com certeza haverá 
quem perca. 
 
 
5 
 
Figura 1 – HP-80 – Primeira calculadora financeira de bolso no mundo (1973) 
 
Fonte: <http://www.hpmuseum.org/3qs/803q.jpg>.Há muitas vertentes que nos levam a pensar financeiramente e a tomar 
decisões importantes referentes ao passado, ao presente ou ao futuro, como: 
 Empréstimos para investimento: pagamento desses empréstimos; 
 Receitas de vendas: controle de fluxos; 
 Investimentos de capital: retorno desses investimentos. 
 
O mais importante é que o administrador financeiro tenha noção do valor 
do dinheiro no tempo. Não é só da imaginação do quanto valeria determinado 
capital investido, em poupança ou qualquer outro canal, mas de seu valor por 
sua liquidez. 
Um exemplo: mês de dezembro, dois dias para recebimento do salário. 
Algum problema se o chefe disser que o pagamento será feito apenas no dia 
27/12? Pois então: a noção do valor do dinheiro no tempo é essa, não pela sua 
possibilidade de aplicação ou de amortização de dívidas, mas pela sua liquidez 
imediata. 
Hoje, R$ 100,00 podem valer duas vezes mais do que R$ 100,00 daqui a 
um ano. Não nos referimos ainda aos juros empregados. Apesar de a sensação 
de que R$ 100,00 hoje vale apenas R$ 50,00 um ano depois ser real, não há 
qualquer aplicação que pague 100% de juros reais. 
Vejamos outro exemplo: você recebe uma bolada de R$ 50.000,00 e 
aplica tudo em um fundo de longo prazo, como o Tesouro Direto por exemplo, 
por aproximadamente 10 anos. O rendimento será imenso, mas pense em outras 
questões por conta disso: 
 Você leva o dobro do tempo para visitar seus clientes por não ter carro; 
 
 
6 
 Precisa fazer uma operação que seu plano não cobre de imediato; 
 Encontrou uma casa pela metade do preço de mercado, entre outros. 
 
Para Keynes (1936) por exemplo, o principal motivo da necessidade de 
liquidez é a garantia de recursos líquidos, para enfrentar as emergências, 
dificuldades e crises existentes. 
Enfim, se os R$ 50.000,00 eram tudo o que você possuía, o mais certo 
realmente seria aplicar tudo, porém, em carteiras diferenciadas, no tempo. 
O tempo: aliado do administrador financeiro, ou então, o grande vilão da 
liquidez e da segurança. Quanto mais o tempo passa, mais o dinheiro aplicado 
rende, e mais caro pode ser o risco de não o possuir quando precisar. 
 
TEMA 2 – O ADMINISTRADOR FINANCEIRO 
Agora que já temos a noção de que o administrador financeiro é o ator 
principal da Gestão Financeira, vejamos algumas das suas principais funções: 
 Tomada de decisões que maximizem a riqueza do empreendimento; 
 Redução ao mínimo possível de risco do negócio; 
 Orientação da receita ao volume, mais do que as próprias margens de 
lucros; 
 Obtenção de lucros reais, variável essa, como vimos, ligada ao tempo. 
 
Lucro: medida pontual dos resultados. 
Riqueza: criação de valor ao longo do tempo. 
 
Uma questão importante: quanto maior o lucro marginal, maior a 
riqueza? Observe este exemplo: 
Digamos que uma determinada empresa, fabricante de embalagens 
plásticas, decida-se por aumentar seus lucros no menor prazo possível. Suas 
opções são: 
 Mudar de fornecedor; 
 Reduzir custos e despesas diversas; 
 Aumentar o preço do seu produto; 
 Planejar a ampliação da sua receita. 
 
 
 
7 
2.1 Mudança de fornecedor 
Acarreta na maioria das vezes em custos com qualificações e retrabalho, 
o que prolonga em muito o investimento no curto prazo. 
No entanto, é uma opção importante e deve ser contínua, tanto para o 
progresso da empresa, como da qualificação do produto. 
 
JBS fornecerá hambúrguer para rede McDonald’s 
O hambúrguer nosso de cada dia do McDonald’s já não é mais o mesmo. Literalmente. 
Sem alarde para não causar melindres, a rede de lanchonetes mais popular do planeta decidiu 
ampliar sua cadeia de fornecedores no Brasil. 
Depois de meses de testes severos e exaustivos, a JBS foi escolhida para dividir com a Marfrig o 
abastecimento de hambúrgueres para o grupo. 
Uma fonte da coluna informa que esse movimento foi reflexo do plano de expansão do McDonald’s 
no país. A ideia é não ficar dependente de apenas um frigorífico. 
A parte da JBS será produzida na fábrica de Campo Grande, que custou R$ 55 milhões, tem 
capacidade para processar 64 toneladas de carne por dia e foi criada apenas para produzir "super-
gelados". 
Ou seja: almôndega, quibe e hambúrguer. O frigorífico comandado por Wesley Batista já é 
fornecedor do Burger King. McDonald’s e JBS optaram por não dar muita visibilidade para essa 
parceria. 
Fonte: VENCESLAU, P. JBS fornecerá hambúrguer para rede McDonald’s Brasil Econômico, 4 jul. 
2012. Disponível em: <https://www.scotconsultoria.com.br/noticias/agronegocio-na-midia/25047/jbs-
fornecera-hamburguer-para-rede-mcdonald%E2%80%99s.htm>. Acesso em: 12 maio 2017. 
 
2.2 Redução de custos e despesas 
 Corte de funcionários: inviável, pois onera a produtividade ao longo do 
tempo, tanto em sobrecarga de trabalho, como em especialização do 
trabalho. 
 Corte de processos ou de matéria-prima: no curto prazo, um aumento 
nos lucros; no longo prazo, uma redução na receita com pouca 
possibilidade de retorno. Apresenta risco de sacrifício na qualidade do 
produto. 
 Redução na manutenção de máquinas e equipamentos: o mesmo que 
corte de processos. 
 Mudança em embalagens e prêmios: embalagens mais baratas, 
acompanhamentos do produto, entre outros. 
 
 
 
 
8 
2.3 Aumento do preço 
A concorrência agradece: o preço é determinação do mercado, e apenas 
naqueles mercados puramente monopolistas, o empresário tem condições de 
determinar o preço ou fazer ajustes conforme suas necessidades. 
Mesmo assim, deve-se respeitar os limites do mercado, pois no fim, 
novamente o consumidor definirá se aceita, se está disposto e se tem condições 
de pagar um preço maior. 
 
2.4 Ampliação da receita 
É a opção mais viável, pois a riqueza é a soma de todos os lucros da 
empresa ao longo do tempo, e não apenas a margem de lucro (mark-up) em um 
determinado período. 
Um lucro baixo e uma receita alta acarretam em lucros frequentes. Temos 
então, o aumento da riqueza. Lembremos da fórmula da receita total 
(faturamento): 
 
RT = Quantidade x Preço 
 
Observe este exemplo: digamos que em um determinado mês tenhamos 
o seguinte processo produtivo em uma fábrica de embalagens plásticas: 
 Quantidade produzida: 10.000 unidades 
 Preço de mercado: R$ 5,00 por unidade 
 
RT = 10.000 x 5 = R$ 50.000,00 
 
 Custo total (fixos e variáveis): R$ 40.000,00 
 Calculando nossos lucros totais (LT) teremos: 
 
LT = RT – CT  LT = 50000 – 40000 = R$ 10.000,00 
 
 Vejamos um ajuste no lucro da empresa na “redução dos custos e 
despesas”: 
 Redução de despesas de R$ 5.000. 
Logo: 
LT = 50000 – 35000 = R$ 15.000,00 
 
 
9 
 
Teremos então um aumento de R$ 5.000,00 nos lucros, porém, no curto 
prazo. 
Vejamos agora o resultado dessa redução de custos no longo prazo: 
 Redução na venda do produto (qualidade sacrificada pelas mudanças) de 
10.000 unidades para 7.000 unidades. 
 RT = 7.000 un x R$ 5,00 = R$ 35.000,00 
 LT = R$ 35.000 – 32.000 = R$ 3.000,00 
 
Temos então no curto prazo um aumento nos lucros totais de R$ 
10.000,00 para R$ 15.000,00. 
No longo prazo teremos uma redução de R$ 15.000 para R$ 3.000,00 
nesses mesmo lucros. 
Agora uma projeção para o aumento da receita. Lembrando que para 
tanto é necessário um projeto de ampliação do negócio, o que envolve desde 
contratos com novos fornecedores até a contratação de funcionários. 
 No curto prazo: 
 RT = 10.000 x 5,00 = R$ 50.000,00 
 CT = R$ 48.000,00 (aumento de R$ 8.000,00 nos custos por conta dos 
novos investimentos) 
 LT = R$ 50.000,00 – R$ 48.000,00 = R$ 2.000 
 
No longo prazo, um aumentonas vendas, resultado dos investimentos: 
 RT = 17.000 un x 5,00 = R$ 85,000,00 
 LT = R$ 85.000,00 – R$ 48.000,00 = R$ 37.000,00 
 
Um prazo mais longo ainda: 
 RT = 21.000 un x 4,50 = R$ 94.500,00 
 LT = R$ 94.500,00 – R$ 45.000,00 = R$ 49.500,00 
 
O financiamento do projeto de ampliação se dispersa e permanecem 
apenas os custos a mais da ampliação. 
Logo, percebe-se que não há um milagre na ampliação dos lucros; o que 
faz com que os ativos de uma empresa cresçam são os ativos investidos, e não 
os manipulados. 
 
 
10 
Sob essa ótica, os empresários estão em melhor situação quando as 
decisões tomadas influenciam o melhoramento dos seus empreendimentos. 
 Vale pesar ainda que o maior lucro não é o volume em unidade monetária 
e sim, o tempo. 
 
Leitura obrigatória 
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão financeira: uma abordagem introdutória. 3. 
ed. Barueri: Manole, 2014. p. 1 a 29. 
 
TEMA 3 – FERRAMENTAS DE CÁLCULO FINANCEIRO 
Você já deve ter ouvido falar que o dinheiro tem seu valor no tempo, que 
tem preços diferentes e que se multiplica. Quando é muito, é bom para os 
credores e problemático para devedores. 
Assim, uma das principais abordagens que veremos aqui é o uso da 
matemática como aliada das decisões financeiras. 
Para tanto, contaremos ainda com o uso de calculadoras financeiras para 
otimizar nosso tempo nos cálculos e nos trazer resultados precisos: dados 
precisos, decisões precisas. 
Antes de utilizarmos as ferramentas necessárias, vejamos algumas 
fórmulas conceituadas anteriormente. 
Observe que em alguns casos a nomenclatura da fórmula pode ser 
diferente, dependendo da abordagem de cada autor, o que, no entanto, não 
altera os resultados obtidos. O intuito aqui é que nos familiarizemos com essas 
nomenclaturas e as reconheçamos em qualquer aparato, como calculadoras e 
planilhas eletrônicas. 
 
3.1 Capitalização simples e composta 
A capitalização simples é uma capitalização baseada apenas no valor 
original, ou seja, esse tipo de capitalização incide apenas no capital emprestado 
ou devido. É conhecido também como juros simples e capitalização linear. São 
ainda chamados de juros ordinários ou juros reais. 
A capitalização composta (ou comercial) é mais comum em 
empréstimos financeiros, como aplicações financeiras (ex.: a poupança). 
Diferente dos juros simples, a incidência da taxa recai sobre o capital acumulado 
em vez de apenas recair sobre o capital inicial. 
 
 
11 
 
Tabela 1: Exemplo de capitalização simples e capitalização composta 
Período 
(meses) 
Capitalização 
simples 
Juros 
simples 
(2% am) 
 
Capitalização 
composta 
Juros 
compostos 
(2% am) 
01 1.000,00 x 0,02 (2%) 20,00 1.000,00 20,00 
02 1.000,00 x 0,02 20,00 
1.020,00 x 0,02 
(1.000 + 20,00) 
20,40 
03 1.000,00 x 0,02 20,00 1.040,40 x 0,02 20,81 
04 1.000,00 x 0,02 20,00 1.061,21 x 0,02 21,22 
 Total 80,00 Total 1.082,43 x 0,02 82,43 
 
3.2 Simbologia tradicional 
 C = Capital (capital investido ou aplicado, ou valor principal). Conhecido 
também por VA (valor atual), VP (valor presente), ou, PV (Present Value). 
O capital é base de cálculos que serão compostos e pode ser percebido 
em valores originais, ou valores nominais. Pode ainda ser entendido como 
“valor de face” quando impresso em um título de crédito (boleto, cheque, 
título, entre outros). 
 M = Montante: valor que se resgata a partir do capital investido (capital + 
juros). Também conhecido por VF (valor futuro) ou FV (future value). 
 i = Taxa de juros (sempre em %). 
 J = Valor dos juros ou juros calculados (valor obtido pela taxa e período 
sobre o capital) 
 n = Total de períodos correntes dos juros (meses, anos, dias, semanas 
etc.). 
 
3.3 Períodos (n) financeiros ou comercial 
Na matemática financeira os períodos são compreendidos em valores 
fixos e comuns, embora nem sempre compreendam a realidade do calendário; 
são mais precisos do que isso. 
Quando trabalhamos com período ordinário (ou comercial), 
compreendemos que, se um mês tem 30 dias e um ano 12 meses, logo, um ano 
comercial tem 360 dias. 
Quando aplicamos os períodos comerciais à taxa de juros referida, 
chamamos os juros calculados de juros ordinários. 
 
 
12 
Quando a taxa aplicada atenta para nosso calendário (365/366 dias = 1 
ano), chamamos de juros exatos. 
 
Tabela 2: Períodos ordinário e exato 
PERÍODOS ORDINÁRIO EXATO (*) 
SEMANA 7 7 
MÊS 30 365 / 12 
BIMESTRE 60 365 / 6 
TRIMESTRE 90 365 / 4 
SEMESTRE 180 365 / 2 
ANO 360 365 
(*) Nota: essa lógica só é aplicada quando não é conhecido o período real. 
Ex: 01/07/2016 a 20/09/2016 = 82 dias. 
 
Note que nos justos exatos usamos a forma de fração para não 
desperdiçar a precisão máxima do cálculo, ou seja, ao utilizarmos a fração no 
cálculo, a calculadora utilizará toda sua precisão. Para a matemática financeira, 
isso é fundamental. 
 
Arredondamento comercial ou financeiro 
 Se o primeiro dígito a ser abandonado estiver entre 0 e 4, simplesmente 
ignoramos. 
 Se o primeiro dígito a ser abandonado estiver entre 5 e 9, somamos 1 ao 
último dígito que permanecer. 
Ex.: 
Se o valor for de R$ 3.189,9928: para duas casas decimais (abandonamos 
o 2 e o 8 finais), sendo o primeiro dígito a ser abandonado igual a 2 (entre 
0 e 4) o valor ficará: R$ 3.189,99. 
Porém, se o valor for R$ 3.189,995: o primeiro dígito a ser abandonado é o 
5 (entre 5 e 9), somamos um ao último que ficou. Assim: R$ 3.190,00. 
 
Obs.: As calculadoras fazem isso automaticamente. 
 
 
 
 
13 
Quadro 1 – Fórmulas para cálculo de juros simples 
M = C * (1 + i * n) J = C * i * n J = M – C 
C = 
𝐌
𝟏 + 𝐢 ∗ 𝐧
 C = 
𝐉
 𝐢 ∗ 𝐧
 –– 
n = 
𝐌
𝐂 ∗ 𝐢
 – 1 n = 
𝐌−𝐂
𝐂 ∗ 𝐢
 n = 
𝐉
𝐂 ∗ 𝐢
 
i = 
𝐌
𝐂 ∗ 𝐧
 – 1 i = 
𝐌−𝐂
𝐂 ∗ 𝐧
 i = 
𝐉
𝐂 ∗ 𝐧
 
Nota: i (taxa de juros); n (número de períodos); C (capital ou valor presente); 
M (montante ou valor futuro); J (valor dos juros); 
 
Para capitalização simples, qualquer calculadora, com o uso das 
fórmulas, possibilita os cálculos necessários. 
Para a capitalização composta também podemos utilizar as fórmulas 
específicas. Observe: 
 
Quadro 2 – Fórmulas para cálculo de capitalização composta 
M = C * (1 + i)n 
 
C = 
M
(1+i)n
 
 
J = C * [(1+i)n – 1] 
 
PMT = 𝑃𝑉
(𝟏+𝒊)𝒏.𝒊
(𝟏+𝒊)𝒏−𝟏
 
C =
J
(1 + i)n − 1
 
 
i = (
𝑴
𝑪
)
𝑛
 – 1 
 
i = √
𝑴
𝑪
𝒏
− 𝟏 
 
Nota: PMT = Payment (prestação); PV = Present Value (valor presente) 
 
TEMA 4 – CALCULADORAS FINANCEIRAS: A HP 12C 
Existem calculadoras com funções específicas para as fórmulas 
financeiras. São as calculadoras (não científicas) que apresentam como principal 
característica as seguintes teclas de dados: 
 
n i PV PMT FV 
 
 
 
14 
A calculadora que utilizaremos para nossos cálculos e exemplos é a HP-
12C, mais comum e tradicional dentre as comercializadas. Observamos que 
todas as calculadoras financeiras têm essa ordem e nomenclatura nas teclas 
dessas funções. 
Vejamos algumas funções básicas para cálculo de juros compostos dessa 
calculadora: 
 PV: valor presente (valor inicial, valor atual); 
 FV: valor futuro (valor final, montante); 
 PMT: prestação (parcela paga em cada unidade de período); 
 i: taxa de juros em %; 
 n: número de períodos; 
 CHS: mudança de sinal (+ / -); 
 CLX: apaga o registro atual; 
 ENTER: insere dados para uso no formato RPN de cálculos; 
 STO + EEX (aparecerá um "C" na parte inferior do display, para aumento 
na precisãode cálculos de juros compostos). 
 
Como vemos, não são muitas as funções; estas substituem todas as 
demais fórmulas de juros compostas que conhecemos. 
A HP-12C tem uma forma particular de efetuar seus cálculos. É o RPN 
(reverse polish notation ou “notação polonesa inversa”) de cálculo. Inversa, 
porque se baseia em registradores (memorizações) que agilizam o cálculo. 
Embora pareça complicado, a princípio há uma necessidade de 
adaptação ao método, mas em poucos usos a prática se estabelece. Vejamos: 
 Ex.: 
Soma de 2 + 2: 
 2 [Enter] (registra o número 2 na memória) 
 2 [+] (soma o número 2 ao último registrado na memória) 
 Resultado imediato: 4 
 
 Outro exemplo: 
VP = 100 x (1 + 0,23) x 5 
 100 [Enter] (memorizado o número ‘100’ e reservado). 
 1 [Enter] (memorizado o número 1). 
 0,23 [ X ] (multiplica o 0,23 por ‘1’. Note os parênteses) 
 
 
15 
 (resulta em ‘1,23’ e permanece na memória) 
 [ X ] (multiplica o resultado 1,23 pelo ‘100’ que estava na memória) 
 (resulta em 123) 
 5 [ X ] (multiplica o ‘5’ pelo resultado ‘123’ que aparece) 
 Resultado final: 615. 
 
Esse método também facilita compreender os cálculos pelas teclas de 
função financeira. Observe o exemplo a seguir: 
Custos de capital de dois equipamentos: 
 O equipamento X tem um preço de R$ 900.000,00; 
 O equipamento Y custa R$ 1.800.000,00; 
 Ambos têm vida útil de 20 anos; 
 O custo de capital é de 18% a.a. 
 
Com esses dados, qual o custo de capital anual de ambos os 
equipamentos? 
Anotações: 
Cx = 900.000,00 
nx = 20 
Cy = 1.800.000,00 
ny = 20 
i = 18% a.a. 
 
Tradicionalmente poderíamos utilizar a fórmula de juros compostos para 
prestação (custo anual): 
PMT =PV .
(1+𝑖)𝑛.𝑖
(1+𝑖)𝑛−1
 
PMT =900000 .
(1+0,18)20.0,18
(1+0,18)20−1
 
PMT = 900000 .
4,930746229
26,3930346
= R$ 168.137,98 
 
Mas como operamos uma HP 12C, faríamos: 
900000 CHS PV 
20 n 
18 i 
0 FV 
PMT 
Resultado: 
R$ 168.137,98 
 
 
16 
 
Na HP 12C não é necessário calcular a fórmula: basta preencher, nas 
funções financeiras que possuímos com os valores, e teclar a função da qual se 
deseja o resultado. 
 
Leitura complementar 
Leia o capítulo “A Calculadora Financeira HP 12C”. In: 
GIMENES, Cristiano Marchi. Matemática financeira com HP 12C e Excel: 
uma abordagem descomplicada. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2009. (p. 31 a 47). 
Disponível em: 
<http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788576055662/pa
ges/32>. 
 
TEMA 5 – FERRAMENTAS DE PROJEÇÃO FINANCEIRA 
Figura 2: Tabela Price formulada no Microsoft Excel 
 
 
Da mesma forma como utilizamos calculadoras financeiras para obter 
resultados imediatos de valores financeiros no tempo, contamos com outras 
ferramentas tecnológicas que nos auxiliam na planificação de resultados. 
 
 
17 
A mais tradicional é a planilha eletrônica Microsoft Excel. Com ela é 
possível a extração e transformação de todos e quaisquer números, os quais 
podem gerar novas informações importantes para analisarmos. 
Observe a planilha a seguir e note o quadro de financiamento no sistema 
Price (sistema francês de amortização, criado por Richard Price), no qual as 
parcelas (ou prestações) são constantes e a amortização da dívida é crescente. 
Nas 12 parcelas poderíamos vislumbrar, mês a mês, os resultados dos 
juros e amortizações pela calculadora financeira. Porém, não poderíamos 
apreciá-las todas de uma vez, avaliando e comparando o progresso da dívida. 
Por outro lado, pela planilha financeira, vemos essa planificação com 
facilidade. 
 
Tabela 3: Prestação dividida em 12x – Sistema Price 
 Valor 
Taxa 
Mensal 
Parcelas 
 150.000,00 1,7% 12 
 
t Prestação Juros Amortização 
Saldo 
devedor 
0 - - - -150.000,00 
1 13.923,91 2.550,00 11.373,91 -138.626,09 
2 13.923,91 2.356,64 11.567,26 -127.058,83 
3 13.923,91 2.160,00 11.763,91 -115.294,92 
4 13.923,91 1.960,01 11.963,89 -103.331,03 
5 13.923,91 1.756,63 12.167,28 -91.163,75 
6 13.923,91 1.549,78 12.374,12 -78.789,62 
7 13.923,91 1.339,42 12.584,48 -66.205,14 
8 13.923,91 1.125,49 12.798,42 -53.406,72 
9 13.923,91 907,91 13.015,99 -40.390,72 
10 13.923,91 686,64 13.237,27 -27.153,46 
11 13.923,91 461,61 13.462,30 -13.691,16 
12 13.923,91 232,75 13.691,16 0,00 
 
As fórmulas financeiras que utilizaríamos para compô-la, em uma 
planificação simples (sem o uso do Excel), seriam as seguintes: 
1)1(
.)1(
.



n
n
i
ii
PVPMTpost
 tt JPMTAmort 
 
ii
i
iPMTJ
tn
tn
t
.)1(
1)1(
..
1
1





 
ii
i
PMTSD
tn
tn
.)1(
1)1(
.





 
 
 
18 
 
É claro que por meio de uma calculadora financeira o trabalho seria mais 
ameno, mas quando utilizamos uma planilha, o trabalho de desenhá-la é único 
e futuros resultados seriam instantâneos. 
 
5.1. Funções no Excel 
As funções no Excel podem ser escritas diretamente nas células 
(=FUNÇÃO(parâmetros)). Cada função que inserimos em uma tabela, ela 
própria apresenta os parâmetros possíveis dessa função, a cada instrução. 
Vejamos a seguir as funções financeiras disponíveis no Excel. 
Função: PGTO (taxa;numeroperíodos;valorpresente;valorfuturo;tipo) 
Ex.: célula C3: = PGTO(10,5; 6; 100000; 0; 0) 
[Taxa: 10,5%; Períodos: 6 meses; Valor Presente: 100.000,00; Valor Futuro: 
Zero; Tipo: 0 (Begin)] 
 
Tabela 4 – Funções financeiras – Microsoft Excel em português 
 
 
FUNÇÃO Descrição 
ACCRINT 
Retorna os juros acumulados de um título que paga uma taxa periódica de 
juros 
ACCRINTM Retorna a taxa de juros acumulados de um título que paga juros no vencimento 
AMORDEGRC 
Retorna a depreciação para cada período contábil usando o coeficiente de 
depreciação 
AMORLINC Retorna a depreciação para cada período contábil 
COUPDAYBS 
Retorna o número de dias do início do período de cupom até a data de 
liquidação 
COUPDAYS Retorna o número de dias no período de cupom que contém a data de quitação 
COUPDAYSNC Retorna o número de dias da data de quitação até a data do próximo cupom 
COUPNCD Retorna a próxima data de cupom após a data de quitação 
COUPNUM 
Retorna o número de cupons pagáveis entre as datas de quitação e 
vencimento 
COUPPCD Retorna a data de cupom anterior à data de quitação 
CUMIPMT Retorna os juros acumulados pagos entre dois períodos 
CUMPRINC Retorna o capital acumulado pago sobre um empréstimo entre dois períodos 
BD 
Retorna a depreciação de um ativo para um período especificado, usando o 
método de balanço de declínio fixo 
BDD 
Retorna a depreciação de um ativo para um período especificado usando o 
método de balanço de declínio duplo ou algum outro método especificado 
 (continua) 
 
 
19 
(continuação da Tabela 4) 
 
 
DISC Retorna a taxa de desconto de um título 
DOLLARDE 
Converte um preço em formato de moeda, na forma fracionária, em um preço 
na forma decimal 
DOLLARFR 
Converte um preço, apresentado na forma decimal, em um preço apresentado 
na forma fracionária 
DURATION Retorna a duração anual de um título com pagamentos de juros periódicos 
EFFECT Retorna a taxa de juros anual efetiva 
VF Retorna o valor futuro de um investimento 
FVSCHEDULE 
Retorna o valor futuro de um capital inicial após a aplicação de uma série de 
taxas de juros compostas 
INTRATE Retorna a taxa de juros de um título totalmente investido 
IPGTO 
Retorna o pagamento de juros para um investimento em um determinado 
período 
TIR Retorna a taxa interna de retorno de uma série de fluxos de caixa 
ÉPGTO Calcula os jurospagos durante um período especificado de um investimento 
MDURATION 
Retorna a duração de Macauley modificada para um título com um valor de 
paridade equivalente a R$ 100 
MTIR 
Calcula a taxa interna de retorno em que fluxos de caixa positivos e negativos 
são financiados com diferentes taxas 
NOMINAL Retorna a taxa de juros nominal anual 
NPER Retorna o número de períodos de um investimento 
VPL 
Retorna o valor líquido atual de um investimento com base em uma série de 
fluxos de caixa periódicos e em uma taxa de desconto 
ODDFPRICE 
Retorna o preço por R$ 100 de valor nominal de um título com um primeiro 
período indefinido 
ODDFYIELD Retorna o rendimento de um título com um primeiro período indefinido 
ODDLPRICE 
Retorna o preço por R$ 100 de valor nominal de um título com um último período 
de cupom indefinido 
ODDLYIELD Retorna o rendimento de um título com um último período indefinido 
PGTO Retorna o pagamento periódico de uma anuidade 
PPGTO Retorna o pagamento de capital para determinado período de investimento 
PRICE 
Retorna a preço por R$ 100 de valor nominal de um título que paga juros 
periódicos 
PRICEDISC Retorna o preço por R$ 100 de valor nominal de um título descontado 
PRICEMAT 
Retorna o preço por R$ 100 de valor nominal de um título que paga juros no 
vencimento 
VP Retorna o valor presente de um investimento 
TAXA Retorna a taxa de juros por período de uma anuidade 
RECEIVED Retorna a quantia recebida no vencimento de um título totalmente investido 
DPD Retorna a depreciação em linha reta de um ativo durante um período 
SDA 
Retorna a depreciação dos dígitos da soma dos anos de um ativo para um 
período especificado 
 (continua) 
 
 
20 
(continuação da Tabela 4) 
TBILLEQ Retorna o rendimento de um título equivalente a uma obrigação do Tesouro 
TBILLPRICE Retorna o preço por R$ 100 de valor nominal de uma obrigação do Tesouro 
TBILLYIELD Retorna o rendimento de uma obrigação do Tesouro 
BDV 
Retorna a depreciação de um ativo para um período especificado ou parcial 
usando um método de balanço declinante 
XIRR 
Fornece a taxa interna de retorno de um programa de fluxos de caixa não 
necessariamente periódico 
XNPV 
Retorna o valor presente líquido de um programa de fluxos de caixa não 
necessariamente periódico 
YIELD Retorna o rendimento de um título que paga juros periódicos 
YIELDDISC 
Retorna o rendimento anual de um título descontado. Por exemplo, uma 
obrigação do Tesouro 
YIELDMAT Retorna o rendimento anual de um título que paga juros no vencimento 
 
Fonte: Microsoft Excel 2013. 
 
Além das funções, as planilhas eletrônicas nos permitem avaliar 
graficamente as informações, sintetizando uma visão do todo e ilustrando com 
maior clareza os resultados. 
Com base na nossa planilha de exemplo anterior, com projeção de 
financiamento em 12 meses, vejamos o gráfico típico formado pela amortização 
e saldo devedor: 
 
Gráfico 1 – Amortização da Tabela 2 
 
 
Os gráficos podem ser de diversos tipos, desde linhas e barras, à 
fracionadas (gráfico de pizza) e em 3D, cada um com sua especificação. 
 
-100%
-80%
-60%
-40%
-20%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
AMORTIZAÇÃO CRESCENTE
Amortização Saldo Devedor
 
 
21 
 
O uso de planilhas financeiras é fundamental para otimizar o trabalho do 
administrador financeiro, não requerendo, muitas vezes, uma habilidade 
extraordinária para isso. O fator preponderante da formação dessas planilhas 
está na capacidade de apreciar valores importantes e convertê-los em números 
mais precisos. 
 
Figura 3 – Planilha avançada (Microsoft Excel) 
 
 
Fonte: CMA Consultores Associados 
 
Um dos principais usos das planilhas eletrônicas está na geração de 
dados compostos pelo administrador financeiro para obtenção de informações 
imediatas que, embora possam ter dados extraídos de SIGs (Sistemas de 
Informações Gerenciais), nem sempre esses dados estarão completos, como se 
espera. 
 
 
22 
No exemplo apresentado na Figura 2, apenas 8 das 26 colunas, são parte 
de dados de um sistema corporativo. As dezoito restantes foram alinhadas e 
elaboradas com base em informações, de certa forma, básicas. 
É comum por exemplo, usar planilhas eletrônicas na elaboração de 
projetos e orçamentos que não podem ser contemplados – pelo menos em 
detalhes – em sistemas corporativos. 
Na Tabela 5, a seguir, podemos verificar o desenho de um fluxo de caixa, 
elaborado baseado em dados inseridos em diversas pastas do Microsoft Excel, 
que resultaram em dados de resultados do projeto. 
 
Tabela 5 - Fluxo de caixa projetado 
DISCRIMINAÇÃO 
Pré-
Oper. 
ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 
(+) Capital social inicial 101.341 - - - - 
(+) Aporte novos recursos de capital social - 4.610 4.933 9.615 61.641 
(+) Empréstimos de curto prazo - - - - - 
(+) Empréstimos de longo prazo 210.000 - - - - 
Total de aporte e empréstimos 311.341 4.610 4.933 9.615 61.641 
Vendas à vista - 2.639.585 3.248.009 4.034.028 5.056.654 
Vendas a prazo - - - - - 
Recebimento das vendas 2.639.585 3.248.009 4.034.028 5.056.654 
Duplicatas a receber 
(+) Duplicatas a receber / saldo ano 
anterior 
- - - - - 
Duplicatas a receber - - - - 
Pagamentos fornecedores 
(-) Compras pagas do ano - 1.315.856 1.515.298 1.582.176 1.636.412 
(-) Compras pagas do ano anterior - 11.058 38.854 98.011 
Pagamentos a fornecedores 1.315.856 1.526.356 1.621.030 1.734.423 
Pagamento de ISS + CPP 
(-) ISS + CPP - 300.913 370.273 459.879 576.459 
Pagamento de ISS + CPP 300.913 370.273 459.879 576.459 
Outros impostos 
(-) PIS - 13.462 16.565 20.574 25.789 
(-) COFINS - 56.751 69.832 86.732 108.718 
(-) CSSL - 18.477 22.736 28.238 35.397 
(-) Imposto de renda - 19.005 23.386 29.045 36.408 
(continua) 
 
 
 
23 
(continuação Tabela 5) 
Pagamento de outros impostos 107.695 132.519 164.588 206.311 
Despesas administrativas 
(-) Pessoal 950 104.400 112.752 124.027 196.391 
(-) Encargos sobre pessoal 507 55.666 60.119 66.131 104.715 
(-) Despesas operacionais 6.090 261.737 280.058 302.463 329.685 
Despesas administrativas 7.547 421.803 452.930 492.622 630.791 
Despesas com vendas 
(-) Pessoal - 13.200 14.256 15.682 35.127 
(-) Encargos sobre pessoal - 7.038 7.601 8.361 18.730 
(-) Publicidade - 158.375 194.881 242.042 303.399 
(-) Comissões - 39.594 48.720 60.510 75.850 
(-) Encargos sobre comissões - 21.111 25.978 32.264 40.443 
Despesas com vendas 239.319 291.436 358.859 473.549 
Saldo operacional 254.000 474.497 937.050 1.435.122 
Outros pagamentos 
(-) Pagamento de juros curto prazo - - - - - 
(-) Amortização de empréstimos curto 
prazo 
- - - - - 
(-) Um mês de compras à vista 99.518 - - - - 
(-) Pagamento de juros longo prazo - 21.210 14.808 7.760 - 
(-) Amortização de empréstimos longo 
prazo 
- 63.383 69.784 76.833 - 
(-) Compra de imobilizado 204.276 4.610 4.933 9.615 61.641 
Outros pagamentos 303.795 89.203 89.526 94.208 61.641 
Saldo operacional líquido - 164.797 384.971 842.842 1.373.480 
Saldo de caixa do ano - 164.797 389.904 852.457 1.435.122 
Saldo de caixa ano anterior - - 164.797 554.701 1.407.158 
Saldo de caixa acumulado - 164.797 554.701 1.407.158 2.842.280 
 
Enfim, daqui em diante e por toda nossa disciplina, faremos uso das 
planilhas eletrônicas (Microsoft Excel), para nos familiarizarmos com essa 
ferramenta e aprimorarmos o conteúdo abordado. 
Gráfico 2 – Receitas e Lucros – Base DRE 
(Demonstrativo de Resultados no Exercício) 
DISCRIMINAÇÃO ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 
 
Vendas brutas 2.268.459 2.791.339 3.466.8434.345.688 
 
Lucro bruto 1.011.384 1.252.823 1.794.113 2.519.013 
 
Lucro operacional 318.589 476.269 909.893 1.381.168 
 
Lucro líquido após impostos 259.896 415.339 844.850 1.309.364 
 
 
 
 
24 
 
 
Leitura complementar 
Leia o capítulo “Noções Básicas sobre o Excel”. In: 
GIMENES, Cristiano Marchi. Matemática financeira com HP 12C e Excel: 
uma abordagem descomplicada. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2009. (p. 49 a 66). 
Disponível em: 
<http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788576055662/pa
ges/50>. 
 
TROCANDO IDEIAS 
Pesquise na empresa em que você trabalha – ou de qualquer outra na 
internet – um fluxo de caixa, de preferência resumido (que não muito extenso) 
e o transcreva em uma planilha Excel. 
Na sequência, desenhe um gráfico dos resultados (totais) e escreva um 
breve texto acerca desses resultados. 
Não se trata de uma análise do fluxo de caixa, mas um treino e discussão 
acerca das primeiras impressões. 
 
 
 
25 
 
NA PRÁTICA 
A empresa XY S/A está estudando a compra de dois equipamentos. O 
equipamento A tem um preço de R$ 100.000,00 e custos operacionais de R$ 
50.000,00 por ano; o equipamento B custa R$ 190.000,00, porém seus custos 
operacionais são de R$ 30.000,00 por ano. Ambos têm vida útil de 10 anos. 
Qual seria a melhor escolha para empresa se o seu custo de capital é de 
12% a.a.? 
 
Respostas 
Equip A: R$ 17.698,42 a.a. + R$ 50.000,00 a.a. = R$ 67.698,42 a.a. 
Equip. B: R$ 33.626,99 a.a. + R$ 30.000,00 a.a. = R$ 63.626,99 a.a. 
 
FINALIZANDO 
Objetivo proposta nesta aula era conhecer as bases dos conceitos da 
administração financeira, bem como o perfil desse administrador, sua função 
financeira e de tomador de decisões nas corporações. 
Com relação a isso, observamos algumas ferramentas essenciais para 
suporte e apoio da administração financeira: ferramentas essas para cálculos, 
projeções e planificações dos dados, utilizando planilhas e calculadoras 
específicas para essa função e essenciais para dinamizar e garantir os 
resultados esperados. 
 
 
 
26 
REFERÊNCIAS 
6 FERRAMENTAS para fazer o planejamento estratégico do próximo ano. 
Endeavor Brasil, 6 nov. 2015. Disponível em: 
<http://revistapegn.globo.com/Dia-a-dia/noticia/2015/11/6-ferramentas-para-
fazer-o-planejamento-estrategico-do-proximo-ano.html>. Acesso em: 15 maio 
2017. 
ANDRICH, E. G.; CRUZ, J. A. W. Gestão financeira moderna: uma abordagem 
prática. Curitiba: InterSaberes, 2013. 
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. 
ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. Administração do capital de giro. 3. ed. São 
Paulo: Atlas, 2007. 
BRAGA, R. Fundamentos e técnicas de administração financeira. 16. ed. 
São Paulo: Atlas, 2008. 
CARTÃO BNDES. BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento 
Econômico e Social. Disponível em: 
<https://www.cartaobndes.gov.br/cartaobndes>. Acesso em: 15 maio 2017. 
CASTANHEIRA, N. P. Matemática financeira aplicada. 3. ed. Curitiba: Ibpex 
2010. 
CAVAGNARI, D. W. Pequenas e médias empresas no Brasil. Curitiba: 
Aymará, 2008. 
CAVAGNARI, D. W. Projeto fábrica de software. Curitiba: UTP, 2002. 
CHIAVENATO, I. Gestão financeira: uma abordagem introdutória. 3. ed. 
Barueri: Manole, 2014. 
CONHECENDO a calculadora HP-12C. Portal Administração. Disponível em: 
<http://www.portal-administracao.com/2014/02/conhecendo-calculadora-
hp12c.html>. Acesso em: fev. 2016 
FINAME. BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e 
Social. Disponível em: 
<http://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/finame>. Acesso 
em: 15 maio 2017. 
 
 
27 
GIMENES, C. M. Matemática financeira com HP 12C e Excel: uma abordagem 
descomplicada. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2009. 
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 10. ed. São Paulo: 
Pearson Prentice Hall, 2008. 
HOJI, M. Administração financeira: uma abordagem prática. 5. ed. São Paulo: 
Atlas, 2006. 
LAM, C. 6 planilhas essenciais para sua empresa. Exame, 27 mar. 2013. 
Disponível em: <http://exame.abril.com.br/pme/noticias/6-planilhas-essenciais-
para-sua-empresa>. Acesso em: 15 maio 2017. 
OS 10% da discórdia do Fundo de Garantia. Site Contábil. 
<http://www.sitecontabil.com.br/noticias/artigo.php?id=577>. Acesso em: 15 
maio 2017. 
REHDER, M. Indústria paga caro por empréstimos. Remade. Disponível em: 
<http://www.remade.com.br/noticias/1924/industria-paga-caro-por-
emprestimos>. Acesso em: 15 maio 2017. 
SANDRONI, P. Novíssimo dicionário de Economia. 6. ed. São Paulo: Best 
Seller, 2001. 
SAVYTZKY, T. Meio ambiente e competitividade. Curitiba: Juruá, 2010. 
SILVA, B. W. Objetivos da administração financeira. Comunidade ADM. 7 mar. 
2013. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/artigos/economia-e-
financas/objetivos-da-administracao-financeira/69169/> Acesso em: 15 maio 
2017. 
SILVA, J. P. da. Análise financeira das empresas. 9. ed. São Paulo: Atlas, 
2008. 
VENCESLAU, P. JBS fornecerá hambúrguer para rede McDonald’s. Scot 
Consultoria, 4 jul. 2012. Disponível em: 
<https://www.scotconsultoria.com.br/noticias/agronegocio-na-midia/25047/jbs-
fornecera-hamburguer-para-rede-mcdonald%E2%80%99s.htm>. Acesso em: 15 
maio 2017. 
WESTON, J. F.; BRIGHAM, E. F. Fundamentos da administração financeira. 
10. ed. São Paulo: Makron Books, 2004. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
E O GERENCIAMENTO DE 
CAPITAL 
AULA 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Daniel Weigert Cavagnari 
 
 
2 
 
CONVERSA INICIAL 
Vimos na aula anterior que o papel do administrador financeiro se embasa 
no conhecimento, na prática e nas ferramentas que opera. Portanto, a prática e 
a experiência são as maiores aliadas das finanças. 
A exemplo disso, algumas escolhas de dirigentes, sem informações 
precisas, seguem um senso comum, pois estes acreditam que o melhor analista 
ou gestor financeiro é aquele que tem maior habilidade com cálculos complexos. 
Este é um erro típico de sociedades emergentes, que contratam profissionais 
despreparados para o cargo financeiro, achando que apenas o fato de se terem 
formação em ciências exatas ou complexas estarão mais habilitados para o 
cargo de gestor financeiro, como engenheiros, médicos, entre outros. Podemos 
ver que isso não é verdade pela quantidade de empreiteiras e hospitais que 
seguem em funcionamento, mesmo já estando falidos. 
O administrador financeiro, portanto, tem habilidades especiais sim, pois 
conhece bem as ferramentas e os mecanismos que o apoiam; sua formação é 
de bacharel em Administração; ele conhece bem o cotidiano administrativo, a 
história, as teorias e a ciência corretamente aplicada. Qualquer outro profissional 
que se aventure nesse meio, tem a necessidade de se preparar. Não é à toa que 
os melhores administradores financeiros do mundo são graduados em 
Administração, ou ao menos têm formação em ciência correlata (economia, 
contabilidade ou marketing), com alguma especialização sólida (em 
Administração ou MBA) na área. 
 
CONTEXTUALIZANDO 
Os recursos que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e 
Social (BNDES) disponibilizava aos bancos comerciais tinham taxas de juros 
maiores que a do próprio BNDES, porque os riscos avaliados eram de 
responsabilidade dos próprios bancos, com a diferença, no entanto, de que o 
dinheiro não era do banco, e os lucros não eram considerados. 
Em meados do ano de 2004, em uma palestra com Luiz Ferreira Xavier 
Borges, gerente executivo da área jurídica do BNDES, ouvimos algumas 
palavras interessantes acerca de empréstimos da entidade.3 
Na época, ele dizia que, para pequenas e médias empresas, os recursos 
de financiamento de projetos do BNDES saíam diretamente dos bancos 
comerciais, ou seja, bancos comuns nos quais temos contas correntes com altos 
juros de empréstimo ou de cheque especial. Esses bancos possuem uma conta 
tipo “conjunta” no BNDES, ou seja, bancos comerciais tinham até, 
aproximadamente, R$ 1,5 milhão em recursos disponíveis para repassarem às 
empresas de menor porte. Por isso é que existem programas de financiamento 
com juros menores aos do mercado comum disponíveis em bancos comerciais. 
O BNDES, assim como qualquer instituição de financiamento, considera 
risco qualquer fator que possa tornar o negócio inviável. Se a empresa terá 
compradores, ou se é possível e viável a construção do empreendimento, e se 
ela tiver outros tipos de cobertura – como capital próprio. Na média, o percentual 
de risco é do próprio BNDES. 
Quanto ao risco, há outros meios para avaliá-lo: são considerados 
diversos fatores pré-determinados, que vão desde a estrutura física, instalações 
da empresa etc., até o perfil do indivíduo – por exemplo: um cidadão mais velho 
pode ter mais dificuldade em obter um empréstimo do que um mais jovem por 
sua expectativa de vida. 
No longo prazo, o BNDES segue a lógica do plano de negócio, onde o 
prazo de financiamento se baseia dentro do payback (tempo de retorno do capital 
investido) do projeto, oferecendo um prazo um pouco menor do que o previsto 
para o investimento. 
 
Pesquise 
Você ou algum conhecido seu já pensou em abrir um negócio? Sabe por 
onde começar? 
Com base nesta questão: 
 Escolha um negócio dos seus sonhos (ou apenas de exemplo); 
 Determine que tipo de negócio é e em que tipo se enquadra (comércio, 
indústria, serviços); 
 Pesquise no Google o termo “Mais BNDES” ou acesse diretamente o link: 
<http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Orientador/>. 
 
Acompanhe passo a passo o Guia do BNDES e, escolhendo a opção 
financiamento de “projeto” determine: 
 
 
4 
 As taxas que serão cobradas pelo empréstimo (composições); 
 O capital máximo de apoio do BNDES (em %); 
 As parcelas e prazos de pagamento. 
 
TEMA 1 – DECISÕES FINANCEIRAS NAS CORPORAÇÕES 
1.1 Questões fundamentais 
Quando tratamos de finanças objetivando a maximização da riqueza, 
precisamos de atenção e cautela para alcançar alguns objetivos, a partir de 
decisões essenciais na empresa. 
Todo e qualquer investimento – mesmo se nomeado como de curto prazo 
– compreende um longo prazo, principalmente pelo retorno. As incertezas são 
tantas que um planejamento cuidadoso é fundamental. Caso contrário, o que era 
para ser um investimento (empenho de valores almejando riqueza), passa a ser 
um pesadelo. 
Para tanto, precisamos buscar respostas a quatro perguntas 
fundamentais: 
 Onde investir? 
 Quanto investir? 
 Como financiar o investimento? 
 Como distribuir os resultados? 
 
1.2 Onde investir? 
Dentre as várias opções disponíveis para investimento, qual é a melhor? 
Podemos por exemplo: 
 Ampliar as instalações; 
 Especializar a mão de obra; 
 Investir em tecnologia; 
 Investir em ações; 
 Abrir uma nova filial. 
 
Para se definir a melhor alternativa haverá a necessidade de um projeto 
para que a decisão seja mais precisa. Note que a escolha do investimento almeja 
um crescimento na receita da empresa acima de tudo. A escolha pode estar nas 
oportunidades disponibilizadas no mercado ou uma nova ideia. 
 
 
5 
É neste momento – o da escolha do investimento – que passamos à 
seguinte questão. 
 
1.3 Quanto investir? 
Sem uma projeção exata do que podemos fazer e do que o mercado nos 
oferece, não há como mensurar valores precisos. Sem projeto não há 
viabilidade, e um projeto mal elaborado, poderemos incorrer em prejuízo. 
Uma das principais variáveis que determinam a viabilidade do 
investimento é o valor investido. Para tanto, o quanto investir depende de 
planificações e de um orçamento bem elaborado: este último é uma das etapas 
nas quais mais se busca contornar os riscos de qualquer projeto. Não é apenas 
parte do projeto, mas sim o seu controle. 
Imagine que uma pequena cidade do interior possui R$ 5 milhões em 
recursos para obras de infraestrutura. Ao projeto, calcula o gasto desse recurso 
em R$ 3 milhões. 
Se o orçamento for mal elaborado, seu gasto será de R$ 7 milhões, e a 
obra poderá ser concluída somente no ano seguinte. 
A questão não é que esse projeto custava R$ 7 mi originalmente em vez 
de R$ 3 mi; no entanto, tendo-se um orçamento desequilibrado, as 
compensações apontarão as falhas e incitarão gastos além do planejado. É 
como se você separasse R$ 15,00 para fazer um lanche em determinado lugar 
após o cinema, e ao chegar lá, a lanchonete estava fechada e você teve de 
desembolsar R$ 25,00, tendo de voltar para casa a pé. 
Uma vez determinado o valor do investimento, só nos resta captar 
recursos. Mais um motivo para mensurar bem os gastos: quanto maior estes 
forem, menores serão os lucros. 
 
1.4 Como financiar o investimento? 
Uma vez definido onde e quanto investir, é necessário saber como 
financiar o negócio. A escolha pode ser por capital próprio ou por capital de 
terceiros, ou ainda, por ambos. 
 
1.4.1 Capital próprio 
Neste caso, os recursos vêm dos próprios dos sócios ou acionistas. 
 
 
6 
O investimento é a melhor decisão, desde que o capital deixe uma 
margem de segurança para quem aplica. Os investidores dificilmente investem 
tudo o que possuem, dado o risco de o retorno demorar além do previsto, ou até 
mesmo não haver retorno. 
Imagine-se desempregado; então, você utiliza todo seu fundo de garantia 
para adquirir uma barraca de cachorro-quente. Alguns meses depois, o negócio 
não dá certo e você tem que vender a barraca para se livrar das dívidas. Quanto 
lhe sobrou para sua sobrevivência? Nada. 
 
1.4.2 Capital de terceiros 
Qual o custo e o montante disponível para esse investimento? Ou seja: 
você tem essas informações dentro de seu planejamento de forma correta? Você 
tem como comprovar esses dados? 
Todo e qualquer valor que você pense em arrecadar para seu projeto que 
vislumbre uma fonte de recursos, exige que você apresente da forma mais 
completa os custos exigidos. 
Você pode pensar: “se o risco de redução dos lucros é um problema meu, 
por que as financeiras ou investidores exigem tanto o meu empenho no projeto?” 
Simples: todo e qualquer lucro reduzido, aumenta a chance de o negócio não 
dar certo. Se há risco para o sucesso do negócio, há risco para o pagamento de 
eventuais empréstimos. 
Uma das principais medidas de empréstimos e que determina o preço ao 
qual se pagará por captação de recursos de terceiros, são as taxas de juros. 
 
Saiba mais 
 
Taxa de juros geral da economia – a Selic 
Para refletirmos um pouco mais sobre taxas de juros e investimentos, e 
também para reforçar nosso entendimento sobre juros de mercado 
propriamente dito, vejamos como funciona o mercado mediante essas taxas 
em relação à taxa maior, a Selic1. 
Uma taxa de juros geral na economia poderia reduzir a capacidade de 
investimento da iniciativa privada, tanto no curto como no longo prazo, mas 
isso dependeria tanto do tipo de empresa quanto da atual e geral situação da 
economia no país e no mundo. 
 
 
 
7 
Mas se a visão do aumento da taxa de juros da economia é de controle, e não 
simplesmente de frear o crescimento, investimentos podem ser realizados, porém, 
igualmente mais reduzidos. 
Para entender um pouco mais sobre a influência da Selic nos investimentos, leia o 
artigo “Indústriapaga caro por empréstimos”, disponível em: 
<http://www.remade.com.br/noticias/1924/industria-paga-caro-por-emprestimos>. 
 
1 Selic: Iniciais de “Sistema Especial de Liquidação e Custódia”, que significa uma forma de 
registro escritural de débitos e créditos de operações financeiras utilizado pelos bancos de 
liquidação de títulos depósitos de cheques etc. (SANDRONI, 2001). A Selic é de 
responsabilidade exclusiva do Banco Central (Veja maiores detalhes sobre a Selic 
acessando: <http://www.bcb.gov.br/?SELICTAXA>). 
 
1.5 Como distribuir os resultados? 
Das operações de um projeto ou uma empresa, decorre o faturamento. 
Porém, para custear suas operações, a empresa incorre em custos 
operacionais fixos e variáveis. 
Subtraindo do faturamento os custos operacionais, obtemos o resultado 
operacional bruto. 
LUCRO = RECEITA – CUSTOS 
 
Com o resultado operacional bruto, devemos: 
 Pagar aos credores pelo uso do capital de terceiros; 
 Recolher os impostos; 
 Realizar os reinvestimentos necessários; 
 Pagar dividendos aos sócios. 
 
O faturamento pode ser ou não suficiente para a realização desses 
pagamentos, pelo menos no curto prazo. Se a empresa ou o projeto for capaz 
de distribuir os resultados esperados pelos credores e pelos sócios, haverá lucro; 
caso contrário, prejuízo. Exatamente como vimos no exemplo no início desta 
rota. 
 
 
 
8 
Saiba mais 
Leia o artigo “6 ferramentas para fazer o planejamento estratégico do próximo 
ano”, produzido pela Endeavor Brasil e publicado no site Pequenas Empresas 
Grandes Negócios. Disponível em: <http://revistapegn.globo.com/Dia-a-
dia/noticia/2015/11/6-ferramentas-para-fazer-o-planejamento-estrategico-do-
proximo-ano.html> 
 
TEMA 2 – PROJEÇÕES DE RECEITA 
São inúmeros os instrumentos que utilizamos para administrar 
financeiramente as empresas. Embora muitas possam ser de exclusividade de 
um empreendimento ou outro, abordaremos aqui aquelas que são mais 
conhecidas, uma vez que ao longo da disciplina usaremos constantemente, seja 
para aplicação da teoria e prática, seja para ilustração de resultados que serão 
analisados. 
Como princípio, vejamos uma simples projeção de faturamento (receita 
operacional bruta) de uma empresa, da qual nos valemos dos totais para 
composição de outras planilhas mais avançadas. 
Essa projeção é simples, mas já podemos compreender a forma como é 
composta e a gama de informações que sua variação pode nos conceder. 
Dados: 
 Venda de potes de sorvete de 1,5 litro. Sabor único (napolitano); 
 Demanda potencial total da região de atuação: 100.000 potes; 
 Capacidade produtiva mensal máxima da fábrica: 30.000 potes; 
 O mês é composto de dias úteis, de segunda à sábado (excluir domingos 
e feriados), em 2016; 
 O pico de venda da produção máxima (100%) ocorre entre dezembro e 
fevereiro (verão); 
 No período de junho a agosto (inverno), usa-se apenas 50% da 
capacidade produtiva. O preço aumenta em 30% por pote, em relação ao 
preço do verão; 
 Nos demais meses a fábrica atua com 70% da capacidade produtiva. O 
preço é 10% mais alto em relação ao verão. 
 O preço por pote de sorvete, no verão, é de R$ 15,00. 
 
 
 
9 
Com esses dados, podemos projetar nossa receita e planificá-la de forma 
que os dados fiquem organizados e claros. Vejamos: 
 
Tabela 1 – Projeção da receita 
Mês Demanda 
Potencial 
de Venda/ 
Produção 
Dias 
úteis 
Preço 
Receita 
Potencial 
Receita 
Efetiva 
Receita 
diária 
Ociosi-
dade 
Perda 
Potencial 
Jan 30.000 30.000 20 15,00 450.000,00 450.000,00 22.500,00 0% – 
Fev 30.000 30.000 21 15,00 450.000,00 450.000,00 21.428,57 0% – 
Mar 21.000 30.000 22 16,50 495.000,00 346.500,00 15.750,00 30% 148.500,00 
Abr 21.000 30.000 20 16,50 495.000,00 346.500,00 17.325,00 30% 148.500,00 
Maio 21.000 30.000 22 16,50 495.000,00 346.500,00 15.750,00 30% 148.500,00 
Jun 15.000 30.000 22 19,50 585.000,00 292.500,00 13.295,45 50% 292.500,00 
Jul 15.000 30.000 21 19,50 585.000,00 292.500,00 13.928,57 50% 292.500,00 
Ago 15.000 30.000 23 19,50 585.000,00 292.500,00 12.717,39 50% 292.500,00 
Set 21.000 30.000 21 16,50 495.000,00 346.500,00 16.500,00 30% 148.500,00 
Out 21.000 30.000 20 16,50 495.000,00 346.500,00 17.325,00 30% 148.500,00 
Nov 21.000 30.000 20 16,50 495.000,00 346.500,00 17.325,00 30% 148.500,00 
Dez 30.000 30.000 22 15,00 450.000,00 450.000,00 20.454,55 0% – 
TOTAIS 261.000 360.000 254 16,50 6.075.000,00 4.306.500,00 16.954,72 28% 1.768.500,00 
 
TEMA 3 – RECEITA E SAZONALIDADE 
Sabemos que o mundo dos negócios não é exatamente mágico, ou um 
território que, a partir de uma fórmula mágica, podemos determinar como será o 
consumo de nosso produto. 
A esse respeito, vejamos o conceito de sazonalidade: 
SAZONALIDADE (Variação Estacional) é a variação que ocorre numa 
série temporal nos mesmos meses do ano, mais ou menos com a 
mesma intensidade. Embora o termo seja associado às estações do 
ano, é utilizado de maneira mais livre para indicar variações que podem 
ocorrer em períodos mais curtos como meses, quinzenas, semanas e 
até fins de semana. (SANDRONI, 2001) 
É possível prever a receita da empresa – tanto potencial, quanto efetiva – 
mas a cada ano e apesar do potencial permanecer constante, os períodos de 
receita da empresa podem ser modificados estruturalmente (alteração da 
sazonalidade) por diversos acontecimentos: 
 Novas tecnologias ou concorrentes; 
 Novos produtos ou acontecimentos; 
 Mudança do perfil da sociedade; 
 
 
10 
 Outros fatores. 
 
A exemplo disso, lembremos dos períodos de Copa do Mundo, 
Olimpíadas e até mesmo o do surgimento do smartphone. Mudanças de hábitos 
e de ambientes demonstram bem essas condições. 
Vejamos então a receita potencial de uma empresa e sua respectiva 
sazonalidade (Projeção da Tabela 1). 
 
Gráfico 1 – Receita e sazonalidade 
 
 
Note que os dados apresentados foram planificados para possibilitar a 
análise dos dados informados. 
Se as informações previam uma projeção básica da receita para o ano, 
apontando dados conforme o perfil do mercado e sazonalidade, cada instrução 
deve ser aproveitada e trabalhada de acordo com o perfil. 
Segundo os dados, chegamos a algumas conclusões rápidas com a 
tabela. Embora esteja óbvio de que no verão as vendas são mais superiores, 
precisamos raciocinar que se trata da venda diária dos meses de dezembro a 
fevereiro. Como empatam nas vendas, o que pode diferenciá-los dos outros 
períodos em uma realidade efetiva, é o número de dias úteis disponíveis. Embora 
a venda diária em dezembro e fevereiro seja menor, dada a quantidade de dias 
úteis ser maior nesses meses do que em janeiro, na prática as vendas poderão 
 -
 100.000,00
 200.000,00
 300.000,00
 400.000,00
 500.000,00
 600.000,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Receita e Sazonalidade
Receita Potencial Receita Efetiva
 
 
11 
ser superiores justamente por conta destes dias úteis a mais. Que fique claro 
também que isso depende de cada caso. 
Casualidades e particularidades à parte, a condição principal dessa tabela 
é demonstrar a variação da receita em relação às particularidades de períodos 
sazonais. Se estes se confirmarem, significa que a empresa acertou na previsão. 
Ferramentas de estatística também são muito importantes nesses casos. 
Outra questão envolve o que fazer com a ociosidade da empresa. Muitas 
vezes o aproveitamento da infraestrutura pode ser difícil, dada a necessidade de 
adaptações a cada ciclo. As empresas com capacidade de escopo maior, 
trabalham essas questões mais facilmente. 
 
TEMA 4 – PROJEÇÕES DO BALANÇO FINANCEIROE FLUXO DE CAIXA 
Da mesma forma que podemos projetar nossas receitas, dados os 
critérios, podemos elaborar um fluxo de receitas com base no balanço, ou seja, 
nas receitas previstas da forma como trabalhamos nosso faturamento. 
 
4.1 Projeção do balanço financeiro 
A partir de alguns dados históricos e presumidos, orientamos a construção 
de uma tabela. Vejamos um exemplo: 
Uma empresa planejou uma projeção trimestral para ano de 2016, com 
base nas vendas a serem realizadas no referido período. Tal empresa sempre 
realizou e vai continuar realizando suas vendas da seguinte maneira: 
 40% da receita é por pagamento à vista; 
 40%, faturados para 30 dias; 
 20% da receita, para 60 dias. 
 
As vendas projetadas pela empresa para o referido trimestre deverão ser 
as seguintes: 
 R$ 40.000,00 em janeiro/2017; 
 R$ 60.000,00 em fevereiro/2017; 
 R$ 80.000,00 em março/2017. 
 
Saldo do “Contas a receber” no balanço de dezembro de 2016: 
 R$ 20.000,00; 
 R$ 80.000,00 em março/2017; 
 
 
12 
 
Tabela 2: Projeção do balanço 
PROJEÇÃO Janeiro/2017 Fevereiro/2017 Março/2017 Abril/2017 Maio/2017 
Dez/2016 
(R$ 20.000) 
Saldo 2016 
20.000,00 
– – – – 
Jan/2017 
(R$ 40.000) 
40% à vista 
16.000 
40% 30 dias 
16.000 
20% 60 dias 
8.000 
– – 
Fev/2017 
(R$ 60.000) 
– 
40% à vista 
24.000 
40% 30 dias 
24.000 
20% 60 dias 
12.000 
– 
Mar/2017 
(R$ 80.000) 
– – 
40% à vista 
32.000 
40% 30 dias 
32.000 
20% 60 dias 
16.000 
TOTAL DAS 
RECEITAS 
36.000 40.000 64.000 44.000 16.000 
140.000 60.000 
 
Na tabela, observe os resultados apresentados para previsão em cada 
um dos meses. Em janeiro (fundo verde), R$ 36.000,00 recebidos à vista. Em 
vermelho, R$ 40.000,00 para fevereiro (30 dias a partir de janeiro). Março (em 
azul), R$ 64.000,00 – 60 dias a partir de janeiro. Por fim (em cinza), R$ 44.000,00 
(90 dd) para abril e R$ 16.000,00 (120 dd) para recebimento em maio. 
 
4.2 Fluxo de caixa 
Vejamos agora uma projeção com dados de contas a receber e a pagar 
(ou recebidas e pagas) desenhando nosso fluxo de caixa. 
Como exemplo, tomemos o ano de 2017 com rateio dos totais para o 
primeiro trimestre do ano: 
 Saldo do caixa em dezembro de 2016: R$ 1.100,00; 
 Vendas em dezembro de 2016: R$ 5.121,05 (efetivo); 
 Vendas em janeiro de 2017: R$ 2.277,05; R$ 7.657,55; R$ 8.453,54; 
 Vendas em fevereiro de 2017: R$ 13.214,00; R$ 18.134,00; 
 Vendas em março de 2017: R$ 21.848,00; R$ 14.887,40; 
 Despesas de escritório (estimativa mensal): R$ 1.500,00; 
 Salários: R$ 8.560,00; 
 Outras despesas (estimativa mensal): R$ 2.800,00; 
 Empréstimos: R$ 3.000,00 (valor da prestação: 6 x R$ 526,58); 
 Capital de giro: 40% das vendas do período anterior; 
 Pró-labore: R$ 6.800,00; 
 
 
13 
 Impostos de vendas: 15%. 
 
Tabela 3: Fluxo de caixa 
Discriminação Janeiro/2017 Fevereiro/2017 Março/2017 
Totais 
(Horizontal) 
Rateio 
% 
Saldo Anterior 1.100,00 11,56 1.059,51 
 
Vendas 18.388,14 31.348,00 36.735,40 86.471,54 96,6% 
Empréstimos 3.000,00 – – 3.000,00 3,4% 
Total 22.488,14 31.359,56 37.794,91 89.471,54 100,0% 
 
Escritório 1.500,00 1.500,00 1.500,00 4.500,00 5,0% 
Salários 8.560,00 8.560,00 8.560,00 25.680,00 28,5% 
Despesas 2.800,00 2.800,00 2.800,00 8.400,00 9,3% 
Circulante 2.048,42 7.355,26 12.539,20 21.942,88 24,3% 
Pró-labore 6.800,00 6.800,00 6.800,00 20.400,00 22,6% 
Impostos 768,16 2.758,22 4.702,20 8.228,58 9,1% 
Financiamento – 526,58 526,58 1.053,16 1,2% 
Total 22.476,58 30.300,06 37.427,98 90.204,61 100,0% 
SALDO 11,56 1.059,51 366,93 
 
Perceba, na tabela do Fluxo de Caixa, algumas características típicas, 
como a apresentação das receitas e saldos anteriores antes das despesas. Note 
ainda que os totais fechados na horizontal apresentam um rateio em 
percentagem, demonstrando a participação para receitas e para despesas. A 
despesa de maior peso, são os salários, capital circulante e pró-labore. 
Note também que o empréstimo de R$ 3.000,00 efetivado em janeiro de 
2017 reflete em prestações de R$ 526,58 a partir do mês seguinte (postecipado) 
– ainda que o empréstimo de R$ 3.000,00 tenha sido fundamental para a saúde 
financeira da empresa. 
A questão principal do fluxo de caixa é que se trata de uma das projeções 
mais realistas do dia a dia do analista financeiro. Resume e destaca os valores 
que merecem uma atenção especial e que não admitem decisões de longo 
prazo. No entanto, pode ser uma armadilha se usado apenas para “tapar 
buracos”. 
O mais importante aqui é identificarmos essas pequenas particularidades, 
que, embora pequenas dado o exemplo simples, podem ser de maior 
complexidade em ambientes de maior fluxo e detalhes. 
 
 
 
14 
Leitura Complementar 
Leia o capítulo “Contexto Geral do Fluxo de Caixa” (p. 68 a 89). In: 
ANDRICH, E. G.; CRUZ, J. A. W. Gestão financeira moderna: uma 
abordagem prática. Curitiba: InterSaberes, 2013. Disponível em: 
<http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788582128947/pa
ges/69>. 
 
TEMA 5 – A FUNÇÃO FINANCEIRA NAS EMPRESAS 
A função financeira nas empresas é o conjunto de atividades ligadas à 
gestão dos fundos movimentados por todas as áreas, com duas principais 
responsabilidades: 
 Obtenção dos recursos necessários às atividades. 
 Formulação de uma estratégia voltada para a otimização do uso desses 
recursos. 
 
Figura 1: Otimização de recursos 
 
Fonte: <http://revistapegn.globo.com/Revista/Pegn/foto/0,,66036822,00.jpg>. 
 
Ou seja, a função financeira na empresa está ligada à apropriação de 
parte do lucro para seu funcionamento e desenvolvimento. Ainda, caso não haja 
esse recurso, uma alternativa é buscar terceiros para o financiamento, da forma 
mais responsável possível. Caso contrário, o que era para ser uma solução, 
passa a ser um problema. 
 
 
15 
Essa função financeira possui um papel fundamental no desenvolvimento 
de todas as atividades da empresa, o que pode (ou não) garantir o sucesso do 
negócio. E quando a empresa está iniciando, a atenção deve ser maior ainda. 
Uma estratégia voltada para o melhor uso dos recursos, não só dos 
possíveis desperdícios, são as ferramentas que cada empresa possui de 
antemão. Além disso, as finanças lidam com o processo, com as instituições, 
com os mercados e com os instrumentos envolvidos na transferência de dinheiro 
entre pessoas, empresas e governos. Antes de progredir, vejamos uma 
perspectiva diferente da corporativa. 
 
5.1 Finanças pessoais 
Finanças pessoais dizem respeito a como cada um de nós investe seus 
recursos ao longo do tempo. 
Basicamente envolvem: 
 Quanto de nossa renda atual deve se destinar ao consumo? 
 Quanto devemos poupar? 
 Como devemos investir as economias? 
 Quando e como devemos usar o dinheiro de terceiros? Para o consumo? 
Para investimento? 
 Como podemos garantir a saúde e o bem-estar no presente e no futuro? 
 
É claro que a lógica é a mesma, mas isso não significa que as contas 
também sejam. Da mesma forma que administramos nossos recursos pessoais, 
devemos conciliar os recursos da empresa. O detalhe é que na empresa, temos 
um terceiro (ou terceiros) que administram os recursos da pessoa jurídica. 
Antes de misturar os conceitos, imagine o seguinte: você recebe seu 
salário e outra pessoa (seu esposo ou esposa, por exemplo) se encarrega de 
administrar os recursos dessa renda. Uma vez que outra pessoa administra os 
recursos, isso não faz dela a “dona” desses recursos, ou seja, ela não vai pegar 
sua renda e sair por aí pagando seus própriosgastos. 
Em uma empresa não é diferente: ser o fundador ou administrador da 
empresa não o torna o dono dos recursos, fazendo com que você use o dinheiro 
da empresa para questões pessoais. 
Vejamos a seguir a perspectiva corporativa das finanças, para entender 
melhor. 
 
 
16 
 
5.2 Finanças corporativas 
As finanças corporativas formam o ramo das finanças que trata das 
decisões financeiras das empresas, geralmente com fins lucrativos ou, como no 
caso de fundações e organizações sem fins lucrativos (ONGs), em pelo menos 
um progresso contínuo. 
Similar às decisões financeiras pessoais temos: 
 
a. Onde investir os ativos de natureza permanentes? 
Evidentemente, o tipo e as proporções de ativos de que a empresa 
necessita decorrem da natureza de sua atividade. São comuns as expressões 
orçamento de capital, decisões de investimento de capital ou ainda dispêndio de 
capital para descrever o processo de realização e de gestão de aplicações em 
ativos de longo prazo. 
 
b. Como levantar dinheiro para custear os dispêndios de capital? 
Esta é uma questão que diz respeito às despesas da empresa. Sua 
resposta pode envolver decisões de estrutura de capital ou de financiamento a 
longo prazo, pois indica as proporções de financiamento com capital próprio e 
capital de terceiros. 
 
c. Como gerir o fluxo de caixa no curto prazo? 
Temos as receitas à vista, de curto e de longo prazo. Além disso, em cada 
investimento temos um período operacional, o qual exige investimento, mas sem 
equilíbrio de caixa. 
Durante as atividades operacionais da empresa, as entradas e saídas de 
caixa não são sincronizadas. Além disso, a magnitude e a distribuição dos fluxos 
de caixa são incertas. Este é o período de gestão do capital de giro mais 
relevante. 
 
d. Como alocar o resultado líquido da empresa? 
Esta questão refere-se à destinação dos lucros da empresa, ou seja, à 
proporção destinada ao reinvestimento, ou à retenção de lucros e, em muitos 
casos, à tão esperada distribuição dos lucros. 
 
 
17 
Essa última – uma das mais importantes – é a decisão de distribuição dos 
dividendos. Nesse caso seria necessária uma nova avaliação para retenção dos 
lucros ou investimentos diferenciados. 
 
e. Reter lucros ou não reter? Eis a questão. 
Um projeto de reinvestimento seria necessário para cada ano fiscal? Não 
exatamente, mas isso deveria estar previsto no projeto inicial. O reinvestimento, 
como um plano de vida, mas corporativo. 
 
f. Quando então seria necessário um reinvestimento na empresa? 
Quando o projeto atual não condiz à realidade atual da empresa. Ou seja: 
 Estabilidade no crescimento da empresa; 
 Novas oportunidades no mercado, principalmente à concorrência; 
 Decrescimento ou sensibilidade a crises econômicas; 
 Conjuntura favorável a curto prazo (ex.: redução do IPI). 
 
Embora tenhamos funções e obrigações claramente similares às das 
pessoas e empresas sejam inclusive chamadas de “pessoa” jurídica, não 
significa que podemos alterar seus processos em meio a decisões particulares. 
A questão principal é o foco: se não formos um mínimo eficientes ou 
definirmos claramente os objetivos, não traremos confiança nem ao mercado, 
nem a todos os interessados, isto é, desde o investidor (bancos, terceiros, 
sócios), até nossos empregados e colaboradores. 
A maior dificuldade da questão financeira é justamente essa: quando 
temos um problema na produção, este pode estar relacionado à engenharia ou 
até mesmo ao processo. Se temos problemas com pessoal, o RH traz o melhor 
diálogo. Entretanto, em qualquer área, se o problema forem os recursos, todos 
serão afetados. 
Enfim, a questão principal dos recursos de uma empresa é que eles têm 
um objetivo mais definido do que os de um indivíduo, e se referem à estratégia, 
ao desenvolvimento e ao caráter social. Melhor dizendo, à criação de mais 
recursos, dependentes do próprio crescimento e desenvolvimento e mais ainda, 
mantenedores daqueles que se dedicam e trabalham nesta organização. 
 
 
 
 
18 
Leitura Obrigatória 
Leia o capítulo “O Papel da Gestão Financeira no Sucesso Empresarial” (p. 125 
a 134). In: 
CHIAVENATO, I. Gestão financeira: uma abordagem introdutória. 3. ed. 
Barueri: Manole, 2014. Disponível em: 
<http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788520439104/page
s/125>. 
 
TROCANDO IDEIAS 
“A educação começa em casa”. Claro que não nos referimos à educação 
como um todo, de responsabilidade dos pais, mas da educação financeira da 
família toda. 
Antes de analisarmos e projetarmos, temos que ter em mente a 
necessidade de controlarmos corretamente nossas finanças. 
Como vimos, é claro que há grandes diferenças entre finanças pessoais 
e corporativas, mas precisamos acima de tudo avaliar tudo desde o seu princípio. 
Pensando assim, formule duas planilhas distintas para controle das 
finanças pessoais da seguinte forma (considere um período de seis meses de 
controle): 
 Receitas: nessa coluna devem constar todos os tipos de receita que você 
pode possuir, desde salário, bonificações, presentes (em dinheiro) e 
devoluções; 
 Despesas: aqui, coloque todos os tipos de pagamento que deve fazer. O 
detalhe é que será necessário projetar valores médios, principalmente 
para contas como de luz, água e telefone; 
 Não se esqueça dos gastos comuns em supermercado, entre outros; 
 Ao final, estabeleça o quanto lhe sobra ou falta; 
 Determine quais as mudanças devem ser feitas para que haja uma 
melhora em seu desempenho financeiro; 
 Verifique a projeção dos seus colegas para ver se incluiu tudo o que seria 
necessário. 
 
 
 
 
19 
NA PRÁTICA 
Estudo de Caso: Financiando uma empresa de software comercial 
Nelson é um ex-analista de sistemas da IBM, que após se aposentar resolveu criar seu próprio 
negócio, pequeno, mas acreditando que, com seus conhecimentos no ramo, implementaria 
boas soluções. 
Da ideia de criar um negócio, pensou na possibilidade de produzir programas para 
computador, de controle de finanças pessoais. Para isso, foi necessário um levantamento, por 
meio de pesquisa de mercado, com a finalidade de conhecer as necessidades dos 
consumidores e da oferta dos produtos concorrentes no mercado. 
Primeiramente, Nelson iniciou uma pesquisa para saber de que tipo de controle de finanças 
pessoal o mercado mais teria necessidade, e apesar de existirem muitos programas de 
computador nesta modalidade, a carência ainda era grande. Desta pesquisa já foi possível 
saber que conteúdo faria do seu sistema um produto mais atrativo. 
Em segundo, Nelson fez pesquisas sobre a aceitação do consumidor para este tipo de produto, 
apresentando-lhes os principais pontos de decisão para um consumo, como preço, tipo, 
qualidade, entre outros. 
Em terceiro, pesquisou o mercado concorrente, com questionários pré-elaborados, e com a 
intenção de conhecer as dificuldades e necessidades do processo produtivo. 
Em quarto e último, pesquisou que produtos similares existiam no mercado, o que e como 
seus futuros concorrentes demonstravam as qualidades e utilidades desses produtos. 
Das pesquisas efetuadas, Nelson conseguiu eliminar diversas dificuldades do projeto – como: 
que material utilizar no processo; mão de obra; tempo de inversões; entre outros. 
A coleta dos dados financeiros e dados econômicos, apesar de terem sido o levantamento 
mais cuidadoso do projeto, trouxeram um resultado mais do que satisfatório. 
De acordo com o projeto elaborado por Nelson e os cálculos de viabilidade financeira, o capital 
necessário para abrir o negócio, se bem distribuído, teria um retorno rápido e bem 
remunerado,

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