Buscar

postila Concurso Banco do Brasil - Conhecimentos Básicos e Específicos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 528 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 528 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 528 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Didatismo e Conhecimento
C a rg o E s c r i t u r á r i o
BANCO DO BRASIL
Didatismo e Conhecimento
Índice
CONHECIMENTOS BÁSICOS
LÍNGUA PORTUGUESA
Compreensão e interpretação de textos. .................................................................................................................................................. 01
Tipologia textual. ....................................................................................................................................................................................... 10
Ortografia oficial........................................................................................................................................................................................ 17
Acentuação gráfica. ................................................................................................................................................................................... 29
Emprego das classes de palavras.............................................................................................................................................................. 33
Emprego do sinal indicativo de crase. ..................................................................................................................................................... 65
Sintaxe da oração e do período. ............................................................................................................................................................... 69
Pontuação. .................................................................................................................................................................................................. 91
Concordância nominal e verbal. .............................................................................................................................................................. 94
 Regência nominal e verbal. .....................................................................................................................................................................110
 Significação das palavras. .......................................................................................................................................................................116
Redação de correspondências oficiais. ....................................................................................................................................................118
ATUALIDADES
Tópicos relevantes e atuais de diversas áreas, tais como política, economia, sociedade, educação, tecnologia, energia, 
relações internacionais, desenvolvimento sustentável, responsabilidade sócio-ambiental, segurança e ecologia, e suas vinculações 
históricas. ...................................................................................................................................................................................................... 01/38
MATEMÁTICA
Números inteiros ........................................................................................................................................................................................ 01
Racionais .................................................................................................................................................................................................... 06
Reais ............................................................................................................................................................................................................ 09
Problemas de contagem ............................................................................................................................................................................ 01
Sistema legal de medidas ...........................................................................................................................................................................11
Razões e proporções .................................................................................................................................................................................. 15
Divisão proporcional ................................................................................................................................................................................. 24
Regras de três simples e compostas ......................................................................................................................................................... 21
Porcentagens .............................................................................................................................................................................................. 19
Equações e inequações de 1.º e 2.º graus ................................................................................................................................................. 29
Sistemas lineares ........................................................................................................................................................................................ 29
Funções; gráficos ....................................................................................................................................................................................... 44
Seqüências numéricas ............................................................................................................................................................................... 55
Funções exponenciais e logarítmicas ....................................................................................................................................................... 44
Noções de probabilidade e estatística. ..................................................................................................................................................... 55
Juros simples e compostos: capitalização e descontos............................................................................................................................ 64
C a rg o E s c r i t u r á r i o
BANCO DO BRASIL 
Didatismo e Conhecimento
Índice
Taxas de juros: nominal, efetiva, equivalentes, proporcionais, real e aparente................................................................................... 64
Rendas uniformes e variáveis ................................................................................................................................................................... 64
Planos de amortização de empréstimos e financiamentos ..................................................................................................................... 64
Cálculo financeiro: custo real efetivo de operações de financiamento, empréstimo e investimento. ................................................. 64
Avaliação de alternativas de investimento. ............................................................................................................................................. 64
Taxas de retorno. ....................................................................................................................................................................................... 64
RACIOCÍNIO LÓGICO
 Lógica sentencial e de primeira ordem. Enumeração por recurso. Contagem: princípio aditivo e multiplicativo. Arranjo. 
Permutação. Combinação simples e com repetição.. ............................................................................................................................... 01/40
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS
INFORMÁTICA
Conceitos de informática, hardware e software. .................................................................................................................................... 01
Ambientes operacionais Windows eLinux. ............................................................................................................................................ 09
Processador de texto (Word) .................................................................................................................................................................... 20
BrOffice.org Writer. .................................................................................................................................................................................. 20
Planilhas eletrônicas (Excel) ..................................................................................................................................................................... 45
BrOffice.org Calç ....................................................................................................................................................................................... 71
Editor de Apresentações (PowerPoint) .................................................................................................................................................... 71
BrOffice.org Impress ................................................................................................................................................................................. 71
Conceitos de tecnologias relacionadas à Internet e Intranet, Protocolos Web, World Wide Web, Navegador Internet (Internet 
Explorer e Mozilla Firefox), busca e pesquisa na Web. ................................................................................................................................. 80
Conceitos de tecnologias e ferramentas de colaboração, correio eletrônico, grupos de discussão, fóruns e wikis........................... 80
Conceitos de proteção e segurança, realização de cópias de segurança (backup), vírus e ataques a computadores. ...................... 98
Conceitos de organização e de gerenciamento de informações, arquivos, pastas e programas. ........................................................ 09
Conceitos de educação à distância. ........................................................................................................................................................ 105
Conceitos de acesso à distância a computadores. ................................................................................................................................... 80
Conceitos de tecnologias e ferramentas multimídia, de reprodução de áudio e vídeo. ..................................................................... 105
 CONHECIMENTOS BANCÁRIOS
Estrutura do Sistema Financeiro Nacional: Conselho Monetário Nacional; COPOM – Comitê de Política Monetária; BNDES – 
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social; Bancos Múltiplos; Bancos de Câmbio; Companhias Hipotecárias; Agências 
de Fomento; CCB – Cédula de Crédito Bancário; Banco Central do Brasil; Comissão de Valores Mobiliários; ................................... 01
Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional; bancos comerciais; caixas econômicas; cooperativas de crédito; bancos 
comerciais cooperativos; bancos de investimento; bancos de desenvolvimento; sociedades de crédito, financiamento e investimento; 
sociedades de arrendamento mercantil; sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários; sociedades distribuidoras de títulos 
e valores mobiliários; bolsas de valores; bolsas de mercadorias e de futuros; Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC); 
Central de Liquidação Financeira e de Custódia de Títulos (CETIP); sociedades de crédito imobiliário; associações de poupança e 
empréstimo. ....................................................................................................................................................................................................... 03 
Sistema de Seguros Privados e Previdência Complementar: Conselho Nacional de Seguros Privados; Superintendência de Seguros 
Privados; Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC; Superintendência Nacional de Previdência Complementar – 
PREVIC; Resseguradores; sociedades seguradoras; sociedades de capitalização; entidades abertas e entidades fechadas de previdência 
privada; corretoras de seguros; sociedades administradoras de seguro-saúde. ......................................................................................... 08 
Sociedades de fomento mercantil (factoring); sociedades administradoras de cartões de crédito. .................................................. 12
Didatismo e Conhecimento
Índice
Produtos e serviços financeiros: depósitos à vista; depósitos a prazo (CDB e RDB); letras de câmbio; cobrança e pagamento de 
títulos e carnês; transferências automáticas de fundos; commercial papers; arrecadação de tributos e tarifas públicas; home/office 
banking, remote banking, banco virtual, dinheiro de plástico; conceitos de corporate finance; Fundos de Investimento; hot money; 
contas garantidas; crédito rotativo; descontos de títulos; financiamento de capital de giro; vendor finance/compror finance; leasing 
(tipos, funcionamento, bens); financiamento de capital fixo; crédito direto ao consumidor; crédito rural; cadernetas de poupança; 
financiamento à importação e à exportação – repasses de recursos do BNDES; cartões de crédito; títulos de capitalização; planos de 
aposentadoria e pensão privados; planos de seguros. ................................................................................................................................... 13
Mercado de capitais: ações – características e direitos; debêntures; diferenças entre companhias abertas e companhias fechadas; 
operações de underwriting; funcionamento do mercado à vista de ações; mercado de balcão; operações com ouro. Mercado de câmbio: 
instituições autorizadas a operar; operações básicas; contratos de câmbio – características; taxas de câmbio; remessas; 
SISCOMEX. ...................................................................................................................................................................................................... 30
Operações com derivativos: características básicas do funcionamento do mercado a termo, do mercado de opções, do mercado 
futuro e das operações de swap. ........................................................................................................................................................................... 
Garantias do Sistema Financeiro Nacional: aval; fiança; penhor mercantil; alienação fiduciária; hipoteca; fianças bancárias; 
Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Crime de lavagem de dinheiro: conceito e etapas. ....................................................................... 38
Prevenção e combate ao crime de lavagem de dinheiro: Lei nº 9.613/98 e suas alterações, Circular Bacen 3.461/2009 e suas 
alterações e Carta-Circular Bacen 2.826/98. Autorregulação Bancária ...................................................................................................... 66
 HABILIDADES NO ATENDIMENTO
Legislação: Lei n.º 8.078/90; Código de Defesa do Consumidor; Resolução CMN n.º 3.694; Código de Defesa do Consumidor 
Bancário; Lei nº 10.048/00; Lei nº 10.098/00; Decreto nº 5.296/04. ............................................................................................................. 01
Marketing em empresas de serviços. Satisfação, valor e retenção de clientes. Como lidar com a concorrência. Propaganda e 
promoção. Venda. Telemarketing. Etiqueta empresarial: comportamento, aparência, cuidados no atendimento pessoal e telefônico. 28 
Decreto Lei nº 6523 - Regulamenta a Lei nº 8078, de 11 de setembro de 1990, para fixar normas gerais sobre o Serviço de 
Atendimento ao Consumidor - SAC. ..............................................................................................................................................................37
Resolução CMN nº 3849 de 25/03/10 - Dispõe sobre a instituição de componente organizacional de ouvidoria pelas instituições 
financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil .......................................................................... 38
Didatismo e Conhecimento
Índice
ATENÇÃO
SAC
DÚVIDAS DE MATÉRIA
A NOVA APOSTILA oferece aos candidatos um serviço diferenciado - SAC (Serviço de Apoio ao Candidato).
O SAC possui o objetivo de auxiliar os candidatos que possuem dúvidas relacionadas ao conteúdo do edital.
O candidato que desejar fazer uso do serviço deverá enviar sua dúvida somente através do e-mail: professores@
novaapostila.com.br.
Todas as dúvidas serão respondidas pela equipe de professores da Editora Nova, conforme a especialidade da 
matéria em questão.
Para melhor funcionamento do serviço, solicitamos a especificação da apostila (apostila/concurso/cargo/Estado/
matéria/página). Por exemplo: Apostila do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo - Cargo Escrevente. Português 
- paginas 82,86,90.
Havendo dúvidas em diversas matérias, deverá ser encaminhado um e-mail para cada especialidade, podendo 
demorar em média 05 (cinco) dias para retornar. Não retornando nesse prazo, solicitamos o re-envio do mesmo.
ERROS DE IMPRESSÃO
Alguns erros de edição ou impressão podem ocorrer durante o processo de fabricação deste volume, caso 
encontre algo, por favor, entre em contato conosco, pelo nosso e-mail, nova@novaapostila.com.br.
Alertamos aos candidatos que para ingressar na carreira pública é necessário dedicação, portanto a NOVA 
APOSTILA auxilia no estudo, mas não garante a sua aprovação. Como também não temos vínculos com a organizadora 
dos concursos, de forma que inscrições, data de provas, lista de aprovados entre outros independe de nossa equipe.
Havendo a retificação no edital, por favor, entre em contato pelo nosso e-mail, pois a apostila é elaborada com 
base no primeiro edital do concurso, teremos o COMPROMISSO de enviar gratuitamente a retificação APENAS por 
e-mail e também disponibilizaremos em nosso site, www.novaapostila.com.br, na opção ERRATAS.
Lembramos que nosso maior objetivo é auxiliá-los, portanto nossa equipe está igualmente à disposição para 
quaisquer dúvidas ou esclarecimentos. RESSALTAMOS QUE DÚVIDAS E ESCLARECIMENTOS SERÃO 
RESPONDIDOS APENAS POR E-MAIL, nossos atendentes telefônicos são treinados apenas para vendas e 
follow-up de pedidos.
Atenciosamente,
NOVA APOSTILA
Equipe Nova Apostila
1
Didatismo e Conhecimento
LÍNGUA PORTUGUESA
BANCO DO BRASIL 01/2011
COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO 
DE TEXTOS
A maioria das pessoas fala enquanto faz alguma coisa. Numa 
partida de futebol, os jogadores não só correm e chutam, mas 
gritam, advertem, perguntam. Difícil é ler e ao mesmo tempo fazer 
outra coisa. Ao lermos, a realidade em torno de nós tende a sumir 
de nossa atenção, porque ficamos concentrados naquilo que o texto 
nos diz.
“Na leitura, é importante descobrir o que é relevante em 
cada texto e conseguir situar-se convenientemente no ponto de 
observação escolhido pelo autor, compreendendo suas intenções 
e propósitos”.
A importância dada a questões de interpretação de textos 
deve-se ao caráter interdisciplinar, o que equivale dizer que a 
competência de ler texto interfere decididamente no aprendizado 
em geral, já que boa parte do conhecimento mais importante nos 
chega por meio da linguagem escrita. A maior herança que a escola 
pode legar aos seus alunos é a competência de ler com autonomia, 
isto é, de extrair de um texto os seus significados.
Num texto, cada uma das partes está combinada com as 
outras, criando um todo que não é mero resultado da soma das 
partes, mas da sua articulação. Assim, a apreensão do significado 
global resulta de várias leituras acompanhadas de várias hipóteses 
interpretativas, levantadas a partir da compreensão de dados e 
informações inscritos no texto lido e do nosso conhecimento do 
mundo.
Como instrução geral, podemos dizer que uma hipótese 
interpretativa é aceitável sempre que o texto apresenta pista ou 
pistas que a confirmam e sustentam. O texto abaixo é bastante 
apropriado.
“Aquela senhora tem um piano.
Que é agradável, mas não é o correr dos rios.
Nem o murmúrio que as árvores fazem...
Por que é preciso ter um piano?
O melhor é ter ouvidos
E amar a Natureza.”
Que simboliza o piano no poema?
Dentro do contexto que se insere o piano, representa um bem 
cultural, o que se percebe pela oposição que o texto estabelece entre 
o som do piano (bem cultural) e o correr dos rios e o murmúrio das 
árvores (bens naturais). O poema descarta a necessidade do piano, 
dando preferência à fruição dos sons da Natureza.
Para que serve a linguagem?
(...)
Ai, palavras, ai, palavras,
que estranha potência, a vossa!
Todo o sentido da vida
principia à vossa porta;
o mel do amor cristaliza
seu perfume em vossa rosa;
sois o sonho e sois a audácia,
calúnia, fúria, derrota...
A liberdade das almas,
ai! Com letras se elabora...
E dos venenos humanos
sois a mais fina retorta:
frágil, frágil como o vidro
e mais que o aço poderosa!
Reis, impérios, povos, tempos,
pelo vosso impulso rodam...
(...)
Cecília Meireles.
Romanceiro da Inconfidência. In: Obra poética.
Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1985, p. 442.
Esses versos foram extraídos do poema “Romance LIII 
ou das palavras aéreas”, em que Cecília Meireles fala sobre o 
poder da palavra. Mostram que a palavra, apesar de frágil, por 
ser constituída de sons, é ao mesmo tempo extremamente forte, 
porque, com seu significado, derruba reis e impérios; serve para 
construir a liberdade do ser humano e também para envenenar a 
sua vida; serve para sussurrar declarações de amor, para exprimir 
os sonhos, para impulsionar os desejos mais grandiosos, mas 
também para caluniar, para expor a raiva, para impor a derrota.
A linguagem é o traço definidor do ser humano, é a aptidão 
que o distingue dos animais.
O provérbio popular “Palavra não quebra osso”, contrapondo 
a palavra à ação, insinua que a linguagem não tem nenhum poder: 
um golpe, mas não uma palavra, é capaz de quebrar osso. Ora 
podemos desfazer facilmente essa visão simplista das coisas, 
analisando para que serve a linguagem.
A linguagem é uma maneira de perceber o mundo
“Este deve ser o bosque”, murmurou pensativamente (Alice), 
“onde as coisas não têm nomes”. (...)
Ia devaneando dessa maneira quando chegou à entrada do 
bosque, que parecia muito úmido e sombrio. “Bom, de qualquer 
modo é um alívio”, disse enquanto avançava em meio às árvores, 
“depois de tanto calor, entrar dentro do... dentro do... dentro do 
quê?” Estava assombrada de não poder se lembrar do nome. “Bom, 
isto é, estar debaixo das... debaixo das... debaixo disso aqui, ora!”, 
disse, colocando a mão no tronco da árvore. “Como é que essa 
coisa se chama? É bem capaz de não TR nome nenhum... ora, com 
certeza não tem mesmo!”
Ficou calada durante um minuto, pensando. Então, de repente, 
exclamou: - Ah, então isso terminou acontecendo! E agora quem 
sou eu? Eu quero me lembrar, se puder.
Lewis Carroll. Aventuras de Alice.
Trad. Sebastião Uchôa Leite.
3ª Ed. São Paulo, Summus, p 165-166
Esse texto, reproduzido do livro Através do espelho e o que 
Alice encontrou lá, mostra que a protagonista, ao entrar no bosque 
em que as coisas não têm nome, é incapaz de apreender a realidade 
em torno dela, de saber o que as coisas são. Isso significa que as 
coisas do mundo exterior só têm existência para os homens quando 
são nomeadas. A linguagem é uma forma de apreender a realidade: 
só percebemos aquilo a que a língua dá nome.
Roberto Pompeu de Toledo, articulista da Veja, comenta essa 
questão na edição de 26 de junho de 2002 (p. 130), ao falar da 
expressão “risco país”, usada para traduzir o grau de confiabilidadede um país entre credores ou investidores internacionais:
2
Didatismo e Conhecimento
LÍNGUA PORTUGUESA
BANCO DO BRASIL 01/2011
(...) As coisas não são coisas enquanto não são nomeadas. 
O que não se expressa não se conhece. Vive na inocência do 
limbo, no sono profundo da inexistência. Uma vez identificado, 
batizado e devidamente etiquetado, o “risco país” passou a existir. 
E lá é possível viver num país em risco? Lá é possível dormir em 
paz num país submetido à medição do perigo que oferece com 
a mesma assiduidade com que a um paciente se tira a pressão? 
É como viajar num navio onde se apregoasse, num escandaloso 
placar luminoso, sujeito a tantas oscilações como as das ondas do 
mar, o “risco naufrágio”.
A linguagem é uma forma de interpretar a realidade
O segundo projeto era representado por um plano de abolir 
completamente todas as palavras, fossem elas quais fossem 
(...). Em vista disso, propôs-se que, sendo as palavras apenas 
nomes para as coisas, seria mais conveniente que todos os 
homens trouxessem consigo as coisas de que precisassem falar 
ao discorrer sobre determinado assunto (...). ...muitos eruditos 
e sábios aderiram ao novo plano de se expressarem por meio de 
coisas, cujo único inconveniente residia em que, se um homem 
tivesse que falar sobre longos assuntos e de vária espécie, ver-se-ia 
obrigado, em proporção, a carregar nas costas um grande fardo de 
coisas, a menos de poder pagar um ou dois criados robustos para 
acompanhá-lo (...).
Outra grande vantagem oferecida pela invenção consiste em 
que ela serviria de língua universal, compreendida em todas as 
nações civilizadas, cujos utensílios e objetos são geralmente da 
mesma espécie, ou tão parecidos que o seu emprego pode ser 
facilmente percebido.
Jonathan Swift. Viagens de Gulliver.
Rio de Janeiro/São Paulo, Ediouro/Publifolha, p. 194-195.
Esse trecho do livro Viagens de Gulliver narra um projeto dos 
sábios de Balnibarbi: substituir as palavras – que, no seu entender, 
têm o inconveniente de variar de língua para língua – pelas coisas. 
Quando alguém quisesse falar de uma cadeira, mostraria uma 
cadeira, quem desejasse discorrer sobre uma bolsa, mostraria 
uma bolsa, etc. Trata-se de uma ironia de Swift às concepções 
vulgares de que a compreensão da realidade independe da língua 
que a nomeia, como se as palavras fossem etiquetas aplicadas a 
coisas classificadas independentemente da linguagem, quando, 
na verdade, a língua é uma forma de categorizar o mundo, de 
interpretá-lo.
O que inviabiliza o sistema imaginado pelos sábios de 
Balnibarbi não é apenas o excesso de peso das coisas que cada 
falante precisaria carregar: é o fato de que as coisas não podem 
substituir as palavras, porque a língua é bem mais que um sistema 
de mostração de objetos ou mera cópia do mundo natural. As 
coisas não designam tudo que uma língua pode expressar.
Mostrar um objeto, por exemplo, não indica sua inclusão 
numa dada classe. No léxico de uma língua, agrupamos os nomes 
em classes. Maçã, pêra, banana e laranja pertencem à classe das 
frutas. Ao mostrar uma fruta qualquer, não consigo exprimir a idéia 
da classe fruta; não posso, então, expressar idéias mais gerais. 
Não produzimos palavras somente para designar as coisas, mas 
para estabelecer relações entre elas e para comentá-las. Mostrar 
um objeto não exprime as categorias de quantidade, de gênero 
(masculino e feminino), de número (singular e plural); não permite 
indicar sua localização no espaço (aqui/aí/lá), etc. A língua não é 
um sistema de mostração de objetos, pois permite falar do que está 
presente e do que está ausente, do que existe e do que não existe; 
permite até criar novas realidades, mundos não existentes.
A linguagem é uma atividade simbólica, o que significa que as 
palavras criam conceitos, e eles ordenam a realidade, categorizam 
o mundo. Por exemplo, criamos o conceito de pôr-do-sol. Sabemos 
que, do ponto de vista científico, o Sol não “se põe”, uma vez que 
é a Terra que gira em torno dele. Contudo esse conceito, criado 
pela linguagem, determina uma realidade que nos encanta a 
todos. Outro exemplo: apagar uma coisa escrita no computador 
é uma atividade diferente de apagar o que foi escrito a lápis, a 
caneta ou mesmo a máquina. Por isso, surgiu uma nova palavra 
para denominar essa nova realidade, deletar. No entanto, se essa 
palavra não existisse, não perceberíamos a atividade de apagar no 
computador como uma ação diferente de apagar o que foi escrito 
a lápis. Uma nova realidade, uma nova invenção, uma nova idéia 
exigem novas palavras, e estas é que lhes conferem existência para 
toda a comunidade de falantes.
As palavras formam um sistema independente das coisas 
nomeadas por elas, tanto é que cada língua pode ordenar o mundo 
de maneira diversa, exprimir diferentes modos de ver a realidade. 
O inglês, por exemplo, para expressar o que denominamos 
carneiro, tem duas palavras: sheep, que designa o animal, e 
mutton, que significa a carne do carneiro preparada e servida à 
mesa. Em português, dizemos as duas coisas numa palavra só: Este 
carneiro tem muita lã e Este carneiro está apimentado – ou seja, 
não aplicamos a distinção que os falantes da língua inglesa têm 
incorporada à sua visão de mundo. Isso mostra que a linguagem 
é uma maneira de interpretar o universo natural e segmentá-lo em 
categorias, segundo as particularidades de cada cultura. Por essa 
razão, a linguagem modela nossa maneira de perceber e de ordenar 
a realidade.
A linguagem expressa também as diferentes maneiras de 
interpretar uma ocorrência. Querendo desculpar-se, o filho diz 
para a mãe: O jarro de porcelana caiu e quebrou. A mãe replica: 
Você derrubou o jarro e, por isso, ele quebrou. Observe-se que, na 
primeira formulação, não existe um responsável pela queda e pela 
quebra do objeto. É como se isso se devesse ao acaso. Na segunda 
formulação, atribui-se a responsabilidade pelo acontecimento a 
um agente.
A linguagem é uma forma de ação
Existem certas fórmulas lingüísticas que servem para agir 
no mundo. Quando um padre diz aos noivos Eu vos declaro 
marido e mulher, quando alguém diz Prometo estar aqui amanhã, 
quando um leiloeiro proclama Arrematado por mil reais, quando 
o presidente de alguma câmara municipal afirma Declaro aberta 
a sessão, eles não estão constatando alguma coisa do mundo, mas 
realizando uma ação. O ato de abrir uma sessão realiza-se quando 
seu presidente a declara aberta; o ato da promessa realiza-se 
quando se diz Prometo. Em casos como esses, o dizer se confunde 
com a própria ação e serve para demonstrar que a linguagem não é 
algo sem conseqüência, porque ela também é ação.
As funções da linguagem
Quando se pergunta a alguém para que serve a linguagem, 
a resposta mais comum é que ela serve para comunicar. Isso 
está correto. No entanto, comunicar não é apenas transmitir 
informações. É também exprimir emoções, dar ordens, falar 
apenas para não haver silêncio. Para que serve a linguagem?
3
Didatismo e Conhecimento
LÍNGUA PORTUGUESA
BANCO DO BRASIL 01/2011
A linguagem serve para informar (função referencial)
ESTADOS UNIDOS INVADEM O IRAQUE
Essa frase, numa manchete de jornal, informa-nos sobre um 
acontecimento do mundo.
Com a linguagem, armazenamos conhecimentos na memória, 
transmitimos esses conhecimentos na memória, transmitimos 
esses conhecimentos a outras pessoas, ficamos sabendo de 
experiências bem-sucedidas, somos prevenidos contra as tentativas 
malsucedidas de fazer alguma coisa. Graças à linguagem, um ser 
humano recebe de outro conhecimentos, aperfeiçoa-os e transmite-
os.
Condillac, um pensador francês, diz: “Quereis aprender 
ciências com facilidade? Começai a aprender vossa própria 
língua!” Com efeito, a linguagem é a maneira como aprendemos 
desde as mais banais informações do dia-a-dia até as teorias 
científicas,as expressões artísticas e os sistemas filosóficos mais 
avançados.
A função informativa da linguagem tem importância central 
na vida das pessoas, consideradas individualmente ou como 
grupo social. Para cada indivíduo, ela permite conhecer o mundo; 
para o grupo social, possibilita o acúmulo de conhecimentos e a 
transferência de experiências. Por meio dessa função, a linguagem 
modela o intelecto.
É a função informativa que permite a realização do trabalho 
coletivo. Operar bem essa função da linguagem possibilita que 
cada indivíduo continue sempre a aprender.
A função informativa costuma ser chamada também de 
função referencial, pois seu principal propósito é fazer com que 
as palavras revelem da maneira mais clara possível as coisas ou os 
eventos a que fazem referência.
A linguagem serve para influenciar e ser influenciado 
(função conativa)
Vem pra Caixa você também.
Essa frase fazia parte de uma campanha destinada a 
aumentar o número de correntistas da Caixa Econômica Federal. 
Para persuadir o público alvo da propaganda a adotar esse 
comportamento, formulou-se um convite com uma linguagem 
bastante coloquial, usando, por exemplo, a forma vem, de segunda 
pessoa do imperativo, em lugar de venha, forma de terceira pessoa 
prescrita pela norma culta quando se usa você.
Pela linguagem, as pessoas são induzidas a fazer determinadas 
coisas, a crer em determinadas idéias, a sentir determinadas 
emoções, a ter determinados estados de alma (amor, desprezo, 
desdém, raiva, etc.). Por isso, pode-se dizer que ela modela 
atitudes, convicções, sentimentos, emoções, paixões. Quem 
ouve desavisada e reiteradamente a palavra negro pronunciada 
em tom desdenhoso aprende a ter sentimentos racistas; se a todo 
momento nos dizem, num tom pejorativo, Isso é coisa de mulher, 
aprendemos os preconceitos contra a mulher.
Não se interfere no comportamento das pessoas apenas com 
a ordem, o pedido, a súplica. Há textos que nos influenciam 
de maneira bastante sutil, com tentações e seduções, como 
os anúncios publicitários que nos dizem como seremos bem 
sucedidos, atraentes e charmosos se usarmos determinadas marcas, 
se consumirmos certos produtos. Por outro lado, a provocação e a 
ameaça expressas pela linguagem também servem para fazer fazer.
Com essa função, a linguagem modela tanto bons cidadãos, 
que colocam o respeito ao outro acima de tudo, quanto espertalhões, 
que só pensam em levar vantagem, e indivíduos atemorizados, que 
se deixam conduzir sem questionar.
Emprega-se a expressão função conativa da linguagem 
quando esta é usada para interferir no comportamento das pessoas 
por meio de uma ordem, um pedido ou uma sugestão. A palavra 
conativo é proveniente de um verbo latino (conari) que significa 
“esforçar-se” (para obter algo).
A linguagem serve para expressar a subjetividade (função 
emotiva)
Eu fico possesso com isso!
Nessa frase, quem fala está exprimindo sua indignação 
com alguma coisa que aconteceu. Com palavras, objetivamos e 
expressamos nossos sentimentos e nossas emoções. Exprimimos 
a revolta e a alegria, sussurramos palavras de amor e explodimos 
de raiva, manifestamos desespero, desdém, desprezo, admiração, 
dor, tristeza. Muitas vezes, falamos para exprimir poder ou para 
afirmarmo-nos socialmente. Durante o governo do presidente 
Fernando Henrique Cardoso, ouvíamos certos políticos dizerem A 
intenção do Fernando é levar o país à prosperidade ou O Fernando 
tem mudado o país. Essa maneira informal de se referirem ao 
presidente era, na verdade, uma maneira de insinuarem intimidade 
com ele e, portanto, de exprimirem a importância que lhes 
seria atribuída pela proximidade com o poder. Inúmeras vezes, 
contamos coisas que fizemos para afirmarmo-nos perante o grupo, 
para mostrar nossa valentia ou nossa erudição, nossa capacidade 
intelectual ou nossa competência na conquista amorosa.
Por meio do tipo de linguagem que usamos, do tom de voz 
que empregamos, etc., transmitimos uma imagem nossa, não raro 
inconscientemente.
Emprega-se a expressão função emotiva para designar a 
utilização da linguagem para a manifestação do enunciador, isto 
é, daquele que fala.
A linguagem serve para criar e manter laços sociais 
(função fática)
__Que calorão, hein?
__Também, tem chovido tão pouco.
__Acho que este ano tem feito mais calor do que nos outros.
__Eu não me lembro de já ter sentido tanto calor.
Esse é um típico diálogo de pessoas que se encontram num 
elevador e devem manter uma conversa nos poucos instantes em 
que estão juntas. Falam para nada dizer, apenas porque o silêncio 
poderia ser constrangedor ou parecer hostil.
Quando estamos num grupo, numa festa, não podemos 
manter-nos em silêncio, olhando uns para os outros. Nessas 
ocasiões, a conversação é obrigatória. Por isso, quando não se 
tem assunto, fala-se do tempo, repetem-se histórias que todos 
conhecem, contam-se anedotas velhas. A linguagem, nesse caso, 
não tem nenhuma função que não seja manter os laços sociais. 
Quando encontramos alguém e lhe perguntamos Tudo bem?, em 
geral não queremos, de fato, saber se nosso interlocutor está bem, 
se está doente, se está com problemas. A fórmula é uma maneira 
de estabelecer um vínculo social.
4
Didatismo e Conhecimento
LÍNGUA PORTUGUESA
BANCO DO BRASIL 01/2011
Também os hinos têm a função de criar vínculos, seja entre 
alunos de uma escola, entre torcedores de um time de futebol 
ou entre os habitantes de um país. Não importa que as pessoas 
não entendam bem o significado da letra do Hino Nacional, pois 
ele não tem função informativa: o importante é que, ao cantá-lo, 
sentimo-nos participantes da comunidade de brasileiros.
Na nomenclatura da lingüística, usa-se a expressão função 
fática para indicar a utilização da linguagem para estabelecer ou 
manter aberta a comunicação entre um falante e seu interlocutor.
A linguagem serve para falar sobre a própria linguagem 
(função metalingüística)
Quando dizemos frases como A palavra “cão” é um 
substantivo; É errado dizer “a gente viemos”; Estou usando o 
termo “direção” em dois sentidos; Não é muito elegante usar 
palavrões, não estamos falando de acontecimentos do mundo, 
mas estamos tecendo comentários sobre a própria linguagem. É 
o que chama função metalingüística. A atividade metalingüística 
é inseparável da fala. Falamos sobre o mundo exterior e o mundo 
interior e ao mesmo tempo, fazemos comentários sobre a nossa 
fala e a dos outros. Quando afirmamos Como diz o outro, estamos 
comentando o que declaramos: é um modo de esclarecer que não 
temos o hábito de dizer uma coisa tão trivial como a que estamos 
enunciando; inversamente, podemos usar a metalinguagem como 
recurso para valorizar nosso modo de dizer. É o que se dá quando 
dizemos, por exemplo, Parodiando o padre Vieira ou Para usar 
uma expressão clássica, vou dizer que “peixes se pescam, homens 
é que se não podem pescar”.
A linguagem serve para criar outros universos
A linguagem não fala apenas daquilo que existe, fala também 
do que nunca existiu. Com ela, imaginamos novos mundos, outras 
realidades. Essa é a grande função da arte: mostrar que outros 
modos de ser são possíveis, que outros universos podem existir. 
O filme de Woody Allen A rosa púrpura do Cairo (1985) mostra 
isso de maneira bem expressiva. Nele, conta-se a história de uma 
mulher que, para consolar-se do cotidiano sofrido e dos maus-
tratos infligidos pelo marido, refugia-se no cinema, assistindo 
inúmeras vezes a um filme de amor em que a vida é glamorosa, 
e o galã é carinhoso e romântico. Um dia, ele sai da tela e ambos 
vão viver juntos uma série de aventuras. Nessa outra realidade, os 
homens são gentis, a vida não é monótona, o amor nunca diminui 
e assim por diante.
A linguagem serve como fonte de prazer (função poética)
Brincamos com as palavras. Os jogos com o sentido e os sons 
são formasde tornar a linguagem um lugar de prazer. Divertimo-
nos com eles. Manipulamos as palavras para delas extrair 
satisfação.
Oswald de Andrade, em seu “Manifesto antropófago”, diz 
Tupi or not tupi; trata-se de um jogo com a frase shakespeariana To 
be or not to be. Conta-se que o poeta Emílio de Menezes, quando 
soube que uma mulher muito gorda se sentara no banco de um 
ônibus e este quebrara, fez o seguinte trocadilho: É a primeira 
vez que vejo um banco quebrar por excesso de fundos. A palavra 
banco está usada em dois sentidos: “móvel comprido para sentar-
se” e “casa bancária”. Também está empregado em dois sentidos o 
termo fundos: “nádegas” e “capital”, “dinheiro”.
Observe-se o uso do verbo bater, em expressões diversas, com 
significados diferentes, nesta frase do deputado Virgílio Guimarães 
(PT-MG):
ACM bate boca porque está acostumado a bater: bateu 
continência para os militares, bateu palmas para o Collor e quer 
bater chapa em 2002. Mas o que falta é que lhe bata uma dor de 
consciência e bata em retirada. (Folha de S. Paulo)
Verifica-se que a linguagem pode ser usada utilitariamente 
ou esteticamente. No primeiro caso, ela é utilizada para informar, 
para influenciar, para manter os laços sociais, etc. No segundo, 
para produzir um efeito prazeroso de descoberta de sentidos. Em 
função estética, o mais importante é como se diz, pois o sentido 
também é criado pelo ritmo, pelo arranjo dos sons, pela disposição 
das palavras, etc.
Na estrofe abaixo, retirada do poema “A cavalgada”, de 
Raimundo Correia, a sucessão dos sons oclusivos /p/, /t/, /k/, /b/, 
/d/, /g/ sugere o patear dos cavalos:
E o bosque estala, move-se, estremece...
Da cavalgada o estrépito que aumenta
Perde-se após no centro da montanha...
Apud: Lêdo Ivo. Raimundo Correia: Poesia. 4ª Ed.
Rio de Janeiro, Agir, p. 29. Coleção Nossos Clássicos.
Observe-se que a maior concentração de sons oclusivos ocorre 
no segundo verso, quando se afirma que o barulho dos cavalos 
aumenta.
Quando se usam recursos da própria língua para acrescentar 
sentidos ao conteúdo transmitido por ela, diz-se que estamos 
usando a linguagem em sua função poética.
Potencialidades da linguagem
Depois de analisar as funções da linguagem, conclui-se que 
ela é onipresente na vida de todos nós. Cerca-nos desde o despertar 
da consciência, ainda no berço, segue-nos durante toda a vida e 
acompanha-nos até a hora da morte. Sem a linguagem, não se 
pode estruturar o mundo do trabalho, pois é ela que permite a troca 
de informações e de experiências e a cooperação entre os homens. 
Sem ela, o homem não pode conhecer-se nem conhecer o mundo. 
Sem ela, não se exerce a cidadania, porque os eleitores não podem 
influenciar o governo. Sem ela não se pode aprender, expressar os 
sentimentos, imaginar outras realidades, construir as utopias e os 
sonhos. No entanto, a linguagem parece-nos uma coisa natural. 
Não prestamos muita atenção a ela. Nem sempre dedicamos muito 
tempo ao seu estudo. Conhecer bem a língua materna e línguas 
estrangeiras é uma necessidade.
Que é saber bem uma língua? Evidentemente, não é saber 
descrevê-la. A descrição gramatical de uma língua é um meio de 
adquirir sobre ela um domínio crescente. Saber bem uma língua 
é saber usá-la bem. No entanto, o emprego de palavras raras e a 
correção gramatical não são sinônimos do uso adequado da língua. 
Falar bem é atingir os propósitos de comunicação. Para isso, é 
preciso usar um nível de língua adequado, é necessário construir 
textos sem ambigüidades, coerentes, sem repetições que não 
acrescentam nada ao sentido.
O texto que segue foi dito por um locutor esportivo:
Adentra o tapete verde o facultativo esmeraldino a fim de 
pensar a contusão do filho do Divino Mestre, mola propulsora do 
eleven periquito. (Álvaro da Costa e Silva. In: Bundas, p.33.)
O que o locutor quis dizer foi: Entra em campo o médico do 
Palmeiras a fim de cuidar da contusão de Ademir da Guia (filho 
de Domingos da Guia), jogador de meio de campo do time do 
Parque Antártica. Certamente, aquele texto não seria entendido 
pela maioria dos ouvintes. Portanto não é um bom texto, porque 
não usa um nível de língua adequado à situação de comunicação.
5
Didatismo e Conhecimento
LÍNGUA PORTUGUESA
BANCO DO BRASIL 01/2011
Outros exemplos:
As videolocadoras de São Carlos estão escondendo suas fitas 
de sexo explícito. A decisão atende a uma portaria de dezembro 
de 1991, do Juizado de Menores, que proíbe que as casas de vídeo 
aluguem, exponham e vendam fitas pornográficas a menores de 
18 anos. A portaria proíbe ainda os menores de 18 anos de irem a 
motéis e rodeios sem a companhia ou autorização dos pais. (Jornal 
Folha do Sudoeste)
Certamente a portaria não deveria obrigar os pais a acompanhar 
os filhos aos motéis nem a dar-lhes uma autorização por escrito 
para ser exibida na entrada desse tipo de estabelecimento.
O jornal da USP publicou uma série de textos encontrados 
em comunicados de paróquias e templos. Todos são mal escritos, 
embora neles não se encontrem erros de ortografia, concordância, 
etc.:
- Não deixe a preocupação acabar com você. Deixe que a 
Igreja ajude.
- Terça-feira à noite: sopão dos pobres, depois oração e 
medicação.
- (...) lembre-se de todos que estão tristes e cansados de nossa 
igreja e de nossa comunidade.
- Para aqueles que têm filhos e não sabem, nós temos uma 
creche no segundo andar.
- Quinta-feira às 5:00 haverá reunião do Clube das Jovens 
Mamães. Todos aqueles que quiserem se tornar uma Jovem 
Mamãe, devem contatar padre Cavalcante em seu escritório. (...) 
(Jornal da USP, 9, p. 15)
Humor à parte, esses exemplos comprovam que aprender 
não só a norma culta da língua, mas também os mecanismos de 
estruturação do texto.
A palavra texto é bastante usada na escola e também em 
outras instituições sociais que trabalham com a linguagem. 
É comum ouvirmos expressões como O texto constitucional 
desceu a detalhes que deveriam estar em leis ordinárias; Seu 
texto ficou muito bom; O texto da prova de Português era muito 
longo e complexo; Os atores de novelas devem decorar textos 
enormes todos os dias. Apesar de corrente, porém, o termo não é 
de fácil definição: quando perguntamos qual é o seu significado, 
percebemos que a maioria das pessoas é incapaz de responder com 
precisão e clareza.
Texto é um todo organizado de sentido, delimitado por dois 
brancos e produzido por um sujeito num dado tempo e num 
determinado espaço.
O texto é um todo organizado de sentido, isso quer dizer que 
ele não é um amontoado de frases simplesmente colocadas umas 
depois das outras, mas um conjunto de frases costuradas entre si. 
Por isso o sentido de cada parte depende da sua relação com as 
outras partes, isto é, o sentido de uma palavra ou de uma frase 
depende das outras palavras ou frases com que mantêm relação. 
Em síntese, o sentido depende do contexto, entendido como a 
unidade maior que compreende uma unidade menor, a oração 
é contexto da palavra, o período é contexto da oração e assim 
sucessivamente. O contexto pode ser explícito (quando é exposto 
em palavras) ou implícito (quando é percebido na situação em que 
o texto é produzido).
Observe os três pequenos textos abaixo:
I- Todos os dias ele fazia sua fezinha. Na noite de segunda-
feira sonhou com um deserto e jogou seco no camelo.
II- Nos desertos da Arábia, o camelo é ainda o principal 
meio de transporte dos beduínos.
III- O camelo aqui carrega a família inteira nas costas, porque 
lá ninguém trabalha.
Em cada uma dessas frases a palavra camelo tem um sentido 
diferente. Na primeira, significa “o oitavo grupo do jogo no bicho, 
que corresponde ao número 8 e inclui as dezenas 29, 30, 31 e 32”; 
na segunda, “animal originário das regiões desérticas, de grande 
porte, quadrúpede, de cor amarelada, de pescoço longo e com duas 
saliênciasno dorso”; na terceira, “pessoa que trabalha muito”. O 
que determina essa diferença de sentido da palavra é exatamente 
o contexto, o todo em que ela está inserida. No texto, portanto, o 
sentido de cada parte não é independente, tudo são relações. Aliás, 
a palavra texto significa “tecido”, que não é um amontoado de fios, 
mas uma trama arranjada de maneira organizada. O sentido não é 
solitário, é solidário.
Vejamos outros dois períodos:
I- Marcelinho é um bom atacante, mas é desagregador.
II- Marcelinho é desagregador, mas é um bom atacante.
Esses períodos relacionam diferentemente as orações. 
No primeiro, a oração é desagregador é introduzida por mas, 
enquanto no segundo é a oração é um bom atacante que é iniciada 
por essa conjunção. O sentido é completamente diferente, pois o 
mas introduz o argumento mais forte e, por conseguinte, determina 
a orientação argumentativa da frase. Isso significa que, quando 
afirmo I, não quero o jogador no meu time; quando digo II, acredito 
que todos os seus defeitos devem ser desculpados.
Observe agora o poema “Canção do Exílio” de Murilo 
Mendes:
Minha terra tem macieiras da Califórnia
onde cantam gaturamos de Veneza.
Os poetas da minha terra
são pretos que vivem em torres de ametista,
os sargentos de exército são monistas, cubistas,
os filósofos são polacos vendendo a prestações.
A gente não pode dormir
com os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têm por testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado
em terra estrangeira.
Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosas
mas custam cem mil réis a dúzia.
Ai quem me dera chupar uma carambola de verdade
e ouvir um sabiá com certidão de idade!
Poesias (1925-1953). Rio de Janeiro,
José Olympio, 1959, p. 5.
Tomando apenas os dois primeiros versos, pode-se pensar 
que esse poema seja uma apologia do caráter universalista e 
cosmopolita da brasilidade: macieiras e gaturamos representam 
a natureza vegetal e animal, respectivamente; Califórnia e Veneza 
são a imagem do espaço estrangeiro, e minha terra, a do solo 
pátrio. No Brasil, até a natureza acolhe o que é estrangeiro.
6
Didatismo e Conhecimento
LÍNGUA PORTUGUESA
BANCO DO BRASIL 01/2011
Pode-se ainda acrescentar, em apoio a essa tese, que esses 
versos são calcados nos dois primeiros do poema homônimo de 
Gonçalves Dias, que é uma glorificação da terra pátria:
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
Apud: Manuel Bandeira.
Gonçalves Dias: Poesia. 7ª Ed. Rio de Janeiro
Agir, 1976, p. 18. Coleção Nossos Clássicos.
Essa hipótese de leitura, se não é absurda quando isolamos os 
versos em questão, não encontra amparo quando os confrontamos 
com o restante do texto. Murilo Mendes mostra, na verdade, que as 
características da brasilidade não têm valor positivo, não concorrem 
para a exaltação da pátria: o poeta denuncia que a cultura brasileira 
é postiça, é uma miscelânea de elementos advindos de vários 
países. Ele mostra que os poetas são pretos que vivem em torres de 
ametista, alienados num mundo idealizado, evitando as mazelas do 
mundo real, sem se preocupar com os negros, que vivem, em geral, 
em condições muito precárias (trata-se de uma referência irônica ao 
Simbolismo e, principalmente, a Cruz e Sousa); que os sargentos 
do exército são monistas, cubistas, ou seja, em vez da preocupação 
com seu ofício de garantir a segurança do território nacional, têm 
pretensões de incursionar por teorias filosóficas e estéticas; que 
os filósofos são polacos vendendo a prestações, são prostituídos 
(polaca é termo designativo de prostituta) pela venalidade barata; 
que os oradores se identificam com os pernilongos em sua oratória 
repetitiva; que o romantismo gonçalvino estava certo ao afirmar 
que a natureza brasileira é pródiga, só que essa prodigalidade não 
é acessível à maioria da população. A exclamação do final é, ao 
mesmo tempo, a manifestação do desejo de ter contato com coisas 
genuinamente brasileiras e um lamento, pois o poeta sabe que não 
se tornará realidade.
O texto de Murilo faz referência ao de Gonçalves Dias, mas, 
diferentemente do poema gonçalvino, não celebra ufanisticamente 
a pátria. Ao contrário, ironiza-a, lamenta a invasão estrangeira. O 
exílio é a própria terra, desnaturada a ponto de parecer estrangeira.
Desse modo, os dois primeiros versos não podem ser 
interpretados como um elogio ao caráter cosmopolita da cultura 
brasileira. Ao contrário, devem ser lidos como uma crítica 
ao caráter postiço da nossa cultura. Isso porque só a segunda 
interpretação se encaixa coerentemente dentro do contexto.
Por exemplo, comprova-se que o significado das frases não é 
autônomo. Num texto, o significado das partes depende do todo. 
Por isso, cada frase tem um significado distinto, dependendo do 
contexto em que está inserida.
Que é que faz perceber que um conjunto de frases compõe um 
texto? O primeiro fator é a coerência, ou seja, a compatibilidade 
de sentido entre elas, de modo que não haja nada ilógico, nada 
contraditório, nada desconexo. Outro fator é a ligação das 
frases por certos elementos que recuperam passagens já ditas ou 
garantem a concatenação entre as partes. Assim, em Não chove 
há vários meses. Os pastos não poderiam, pois, estar verdes, a 
palavra pois estabelece uma relação de decorrência lógica entre 
uma e outra frase. O segundo fator, entretanto, é menos importante 
que o primeiro, pois mesmo sem esses elementos de conexão, 
um conjunto de frases pode ser coerente e, portanto, um todo 
organizado de sentido.
Delimitações e Sujeito do Texto
O texto é delimitado por dois brancos. Se ele é um todo 
organizado de sentido, ele pode ser verbal, visual (um quadro), 
verbal e visual (um filme), sonoro (uma música), etc. Mas em todos 
esses casos ele será delimitado por dois espaços de não-sentido, 
dois brancos, um antes de começar o texto e outro depois. É o 
branco do papel; é o tempo de espera para que um filme comece 
e o que está depois da palavra FIM; é o silêncio que precede os 
primeiros acordes de uma melodia e que sucede às notas finais, etc.
O texto é produzido por um sujeito num dado tempo e num 
determinado espaço. Esse sujeito, por pertencer a um grupo social 
que vive num dado tempo e num certo espaço, expõe em seus 
textos as idéias, os anseios, os temores, as expectativas desse 
grupo. Todo texto, assim, relaciona-se com o contexto histórico e 
geográfico em que foi produzido, refletindo a realidade apreendida 
por seu autor, que sobre ela se pronuncia.
O poema de Murilo Mendes que comentamos anteriormente 
mostra o anseio de uma geração, no Brasil, em certa época, de 
conhecer bem o país e revelar suas mazelas para transformá-lo.
Não há texto que não reflita o seu tempo e o seu lugar. Cabe 
lembrar, no entanto, que uma sociedade não produz uma única 
forma de ver a realidade, um modo único de analisar os problemas 
estabelecidos num dado contexto. Como a sociedade é dividida 
em grupos sociais, que têm interesses muitas vezes antagônicos, 
ela produz idéias divergentes entre si. A mesma sociedade que 
gera a idéia de que é preciso pôr abaixo a floresta amazônica para 
explorar suas riquezas, produz a idéia de que preservá-la é mais 
rentável. É bem verdade, no entanto, que algumas idéias, em certas 
épocas, exercem domínio sobre outras.
É necessário entender as concepções correntes na época e na 
sociedade em que o texto foi produzido, para não correr o risco de 
entendê-lo de maneira distorcida. Como não há idéias puras, todas 
as idéias estão materializadas em textos, analisar a relação de um 
texto com sua época é estudar a sua relação com outros textos.
É preciso que fiquem bem claras estas conclusões:
I- No texto, o sentido não é solitário, mas solidário.
II- O texto está delimitado por dois espaços de não-sentido.
III- O texto revela ideais, concepções, anseios, expectativas 
e temores deum grupo social numa determinada época, em 
determinado lugar.
Apreensão e Compreensão do Sentido
Quando Lula disse a Collor no primeiro debate do segundo 
turno das eleições presidenciais de 1989: Eu sabia que você era 
collorido por fora, mas caiado por dentro.
Os brasileiros colocaram essa frase no âmbito dos “discursos 
da campanha presidencial” e entenderam não “Você tem cores 
fora, mas é revestido de cal por dentro”, mas “Você apresenta um 
discurso moderno e de centro-esquerda, mas é um reacionário”.
Observe que há duas operações diferentes no entendimento 
do texto. A primeira é a apreensão, que é a captação das relações 
que cada parte mantém com as outras no interior do texto. No 
entanto, ela não é suficiente para entender o sentido integral. Uma 
pessoa que conhecesse todas as palavras da frase acima, mas não 
conhecesse o universo dos discursos da campanha presidencial, 
não entenderia o significado da frase. Por isso, é preciso colocar o 
texto dentro do universo discursivo a que ele pertence e no interior 
do qual ganha sentido. Alguns teóricos chamam conhecimento 
7
Didatismo e Conhecimento
LÍNGUA PORTUGUESA
BANCO DO BRASIL 01/2011
de mundo ao universo discursivo. Na frase acima, collorido 
e caiado não pertencem ao universo da pintura, mas da vida 
política: a primeira palavra refere-se a Collor e ao modo como ele 
se apresentava, um político moderno e inovador; a segunda diz 
respeito a Ronaldo Caiado, político conservador que o apoiava. A 
essa operação chamamos compreensão.
Apreensão + Compreensão = Entendimento do texto
Para ler e entender um texto é preciso atingir dois níveis de 
leitura: informativa e de reconhecimento.
A primeira deve ser feita cuidadosamente por ser o primeiro 
contato com o texto, extraindo-se informações e se preparando 
para a leitura interpretativa. Durante a interpretação grife palavras-
chave, passagens importantes; tente ligar uma palavra à idéia-
central de cada parágrafo.
A última fase de interpretação concentra-se nas perguntas 
e opções de respostas. Marque palavras como não, exceto, 
respectivamente, etc., pois fazem diferença na escolha adequada.
Retorne ao texto mesmo que pareça ser perda de tempo. Leia 
a frase anterior e posterior para ter idéia do sentido global proposto 
pelo autor.
Um texto para ser compreendido deve apresentar idéias 
seletas e organizadas, através dos parágrafos que é composto pela 
idéia central, argumentação e/ou desenvolvimento e a conclusão 
do texto.
A alusão histórica serve para dividir o texto em pontos 
menores, tendo em vista os diversos enfoques. Convencionalmente, 
o parágrafo é indicado através da mudança de linha e um 
espaçamento da margem esquerda.
Uma das partes bem distintas do parágrafo é o tópico frasal, 
ou seja, a idéia central extraída de maneira clara e resumida.
Atentando-se para a idéia principal de cada parágrafo, 
asseguramos um caminho que nos levará à compreensão do texto.
Produzir um texto é semelhante à arte de produzir um tecido. 
O fio deve ser trabalhado com muito cuidado para que o trabalho 
não se perca. O mesmo acontece com o texto. O ato de escrever 
toma de empréstimo uma série de palavras e expressões amarrando, 
conectando uma palavra uma oração, uma idéia à outra. O texto 
precisa ser coeso e coerente.
Coesão
É a amarração entre as várias partes do texto. Os principais 
elementos de coesão são os conectivos, vocábulos gramaticais, que 
estabelecem conexão entre palavras ou partes de uma frase. O texto 
deve ser organizado por nexos adequados, com seqüência de idéias 
encadeadas logicamente, evitando frases e períodos desconexos. 
Para perceber a falta de coesão, a melhor atitude é ler atentamente 
o seu texto, procurando estabelecer as possíveis relações entre 
palavras que formam a oração e as orações que formam o período 
e, finalmente, entre os vários períodos que formam o texto. Um 
texto bem trabalhado sintática e semanticamente resultam num 
texto coeso.
Coerência
A coerência está diretamente ligada à possibilidade de 
estabelecer um sentido para o texto, ou seja, ela é o que faz com 
que o texto faça sentido para quem lê, devendo, portanto, ser 
entendida, interpretada. Na avaliação da coerência da redação, será 
levada em conta o tipo de texto. Em um texto dissertativo, será 
avaliada a capacidade de relacionar os argumentos e de organizá-
los de forma a extrair deles conclusões apropriadas; num texto 
narrativo, será avaliada sua capacidade de construir personagens 
e de relacionar ações e motivações.
Tipos de Composição 
Descrição: descrever é representar verbalmente um objeto, uma 
pessoa, um lugar, mediante a indicação de aspectos característicos, 
de pormenores individualizantes. Requer observação cuidadosa, 
para tornar aquilo que vai ser descrito um modelo inconfundível. 
Não se trata de enumerar uma série de elementos, mas de captar os 
traços capazes de transmitir uma impressão autêntica. Descrever é 
mais que apontar, é muito mais que fotografar. É pintar, é criar. Por 
isso, impõe-se o uso de palavras específicas, exatas. 
Narração: é um relato organizado de acontecimentos reais 
ou imaginários. São seus elementos constitutivos: personagens, 
circunstâncias, ação; o seu núcleo é o incidente, o episódio, e o 
que a distingue da descrição é a presença de personagens atuantes, 
que estão quase sempre em conflito. A Narração envolve:
•	 Quem? Personagem;
•	 Quê? Fatos, enredo;
•	 Quando? A época em que ocorreram os acontecimentos;
•	 Onde? O lugar da ocorrência;
•	 Como? O modo como se desenvolveram os 
acontecimentos;
•	 Por quê? A causa dos acontecimentos; 
Dissertação: dissertar é apresentar idéias, analisá-las, é 
estabelecer um ponto de vista baseado em argumentos lógicos; 
é estabelecer relações de causa e efeito. Aqui não basta expor, 
narrar ou descrever, é necessário explanar e explicar. O raciocínio 
é que deve imperar neste tipo de composição, e quanto maior a 
fundamentação argumentativa, mais brilhante será o desempenho.
EXERCÍCIOS
Nas provas, você terá tempo limitado para responder às 
questões. Por isso, treine obedecendo fielmente às indicações de 
tempo máximo. Quando estiver terminando o tempo, chute; não 
deixe questão sem resposta. Contudo, nos concursos, dependendo 
da banca, se tiver dúvida, é melhor deixar a questão em branco, 
pois uma resposta errada anula uma correta.
Este é o caminho: leitura, exercício, correção, entendimento 
dos erros. Quanto mais você entender porque errou, mais estará 
aprendendo.
Esaf: Leia atentamente o texto para responder às questões de 
1 a 4. 
(Tempo máximo: 14 minutos)
Parques em chamas
Saudados por ecologistas como arcas de Noé para o futuro, por 
serem repositórios de espécies animais e vegetais em extinção 
acelerada noutras áreas do país, alguns dos 25 parques nacionais 
do Brasil tiveram, na semana passada, a sua paisagem mutilada 
pelo fogo. A rigorosa estiagem que acompanha o inverno no 
Centro-Sul ressecou a vegetação e abriu caminho para que as 
chamas tragassem 6 dos 33 quilômetros quadrados do Parque 
Nacional da Tijuca, pegado à cidade do Rio de Janeiro, e 
convertessem em carvão 10% dos 300 quilômetros quadrados 
do Parque Nacional do Itatiaia, na divisa de Minas Gerais com o 
Estado do Rio.
8
Didatismo e Conhecimento
LÍNGUA PORTUGUESA
BANCO DO BRASIL 01/2011
 Contido pelos bombeirosjá no fim de semana, na Tijuca, e 
abafado por uma providencial chuva no ltaXiaia, na 
quarta-feira o fogo pipocou em outro extremo do país. Naquele 
dia, o incêndio começou no Parque da Serra da Capivara, no sertão 
do Piauí, calcinado há seis anos pela seca, e avançou pela 
caatinga, que esconde as pinturas rupestres inscritas na rocha, há 
pelo menos 31.500 anos, pelo homem brasileiro pré-histórico. 
(Isto é, 221811984)
1. O autorjustifica o fato de os ecologistas referirem-seaos 
parques nacionais como “arcas de Noé para o futuro” da seguinte 
maneira:
a) Porque são áreas preservadas da caça e pesca i ndiscri 
minadas. 
b) Porque ocupam espaços administralívamente delimitados 
pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal. 
c) Porque espécies animais e vegetais que estão se 
extinguindo em outras regiões têm preservada sua sobrevivência 
nesses parques. 
d) Porque nesses parques colecionam-se casais de espécies 
animais e vegetais em extinção noutras áreas. 
e) Porque há agentes florestais incumbidos de zelar pelos 
animais e vegetais dos parques.
2. A respeito dos incêndios referidos pelo autor, depreende-se 
do texto que:
a) Embora tivessem ameaçado espécies animais e vegetais 
raras, apresentaram um lado positivo: aumentaram a produção de 
carvão. 
b) Foram provocados pela rigorosa estiagem do inverno, no 
Centro-Sul, e pela seca prolongada no sertão nordestino. 
c) Não foram combatidos com presteza e eficiência pelos 
bombeiros. 
d) Só foram debelados por providenciais chuvas que 
eventualmente vieram a cair sobre os parques. 
e) Destruíram parte da flora e fauna das reservas, 
desfigurando sua paisagem.
3. Depreende-se que o autor do texto, em relação ao fato 
descrito, manifesta:
a) Descaso 
b) Hesitação 
c) Desesperança 
d) Pesar 
e) Indiferença
4. Aponte a única conclusão que é estrita e licitamente 
deduzível do texto:
a) As chamas serviram para mostrar a precária situação dos 
parques brasileiros. 
b) Devem ser tomadas providências para dotar os parques 
de meios para se protegerem dos incêndios. 
c) Devem ser desencadeadas campanhas para conscientizar 
a população de como evitar incêndio nos parques. 
d) Parte da culpa dos incêndios cabe às autoridades 
responsáveis pelas reservas e parques. 
e) 0 incêndio no Parque da Serra da Capivara ameaçou 
valioso patrimônio histórico e antropológico.
MPU ‑ auxiliar‑ Esaf: Para responder às questões de 5 a 9, 
leia o texto a seguir. 
(Tempo máximo: 16 minutos)
Procura‑se uma explicação
Um mundo de mistérios se esconde por trás dos pequenos 
anúncios. Nunca pude avaliar, pelas suas fórmulas, quais as suas 
verdadeiras intenções. Fico a imaginar se o desespero de quem 
vende está na mesma proporção emocional de quem quer comprar. 
Objetos perdidos, quase sempre de estimação, documentos 
importantes, cachorrinhos desaparecidos, tudo na base do 
“gratifica-se bem”. Mas o que é gratificar bem, por exemplo, a uma 
pessoa que acha uma carteira com pouco dinheiro?
 Acho que há um pouco de ironia e de deboche da parte de 
toda pessoa que põe um anúncio - e muito boa vontade da parte 
de quem acha que ali está a sua oportunidade. Há vários anos que 
encontro promessas de Iugar de futuro” e acho incompreensível 
que esse futuro não chegue nunca, e que as vagas continuem 
sempre disponíveis. Ou as pessoas acabam por descobrir que o seu 
futuro está fora dali ou são outras firmas que estão se iniciando para 
oferecer novos futuros a futuros candidatos. Há uma certa ilusão 
de lado a lado: quem anuncia o futuro dos outros está pensando 
no seu presente e quem procura o seu futuro no presente de quem 
anuncia acaba é fazendo o futuro dos outros. 
Até que ponto é sincero um anúncio que procura moças de 
“boa aparência”, de 18 a 25 anos, com prática de datilografia e 
um mínimo de 150 batidas certas por minuto? É tão necessário que 
sejam todas as batidas certas?
 E esses que vivem vendendo objetos, um de cada vez, 
«por motivo de viagem”? Será que o dinheirinho de um aparelho 
de televisão ou de uma máquina de costura ou de um gravador 
último tipo lhes pagará a passagem? Talvez a viagem seja 
conseqüência: depois de vender os objetos, o melhor será mesmo 
abandonar a cidade. 
E os técnicos? É impressionante como tem gente especializada 
anunciando sua especialidade. Mecânicos e eletricistas 
montam e desmontam qualquer aparelho em menos de cinco 
minutos, e no fim sempre nos entregam três ou quatro parafusos 
que não têm a menor utilidade. Penso na economia monstruosa 
que as fábricas fariam se, ao montarem seus aparelhos, houvessem 
contratado os técnicos do “atende-se a domicílio”.
(Eliachar, Leon. O Homem ao Cubo. Rio deJaneiro: Francisco 
Alves S.A., 6ª ed., adoptado)
5. Ao falar de “pequenos anúncios”, o autor refere-se
a) Essencialmente aos que tratam de empregos. 
b) Especificamente aos que oferecem serviços. 
c) Exclusivamente aos que falam de objetos perdidos. 
d) Genericamente a vários tipos de anúncios. 
e) Somente aos anúncios de compra e venda.
6. A expressão que não aparece nos anúncios que o autor 
menciona é:
a) “lugar de fututo” 
b) “gratifica-se bem” 
c) “procura-se uma explicação” 
d) “atende-se a domicílio”
e) “por motivo de viagem”
9
Didatismo e Conhecimento
LÍNGUA PORTUGUESA
BANCO DO BRASIL 01/2011
7. Conforme o texto, os técnicos que anunciaram sua 
especialidade:
a) Trabalham com rapidez, mas não conseguem encaixar 
todas as peças de um aparelho.
b) Trabalham melhor que os das fábricas, resultando disto 
maior economia para as montadoras.
c) Entendem mais da montagem dos aparelhos que os 
técnicos das fábricas de eletrodomésticos.
d) Duvidam da competência dos mecânicos e eletricistas 
das grandes fábricas.
e) Pretendem conseguir uma contratação como mecânicos 
ou eletricistas em firmas conceituadas.
8. As “fórmulas” dos anúncios a que se refere o autor dizem 
respeito:
a) À especificação 
b) À quantidade
c) Ao argumento
d) Ao conteúdo
e) À correção
9. Assinale a opção que expressa o significado da seguinte 
frase do texto: “... quem procura o seu futuro no presente de quem 
anuncia acaba é fazendo o futuro dos outros”.
a) Quem oferece melhoria de vida aos outros através de 
anúncios pretende melhorar a própria vida.
b) Aquele que pretende encontrar boas oportunidades nos 
anúncios proporciona lucros ao anunciante.
c) O anunciante projeta seus atuais objetivos nas pretensões 
dos leitores.
d) Quem busca o seu futuro no futuro dos outros prejudica 
irremediavelmente seu presente.
e) O anunciante procura melhorar a vida do leitor 
independentemente de suas intenções.
MPU – nível técnico – MF: Leia o trecho abaixo para 
responder às questões de 10 a 14
(Tempo máximo: 15 minutos)
A rigor, se cometêssemos para com a publicidade o ingênuo 
extremismo de acreditar plenamente no seu discurso, teríamos 
à nossa frente a mais desvairada das utopias. A sua eficiência, 
elevada ao absurdo, consistiria em fazer com que o consumidor, 
ao consumir um produto, incorporasse à sua percepção sensorial 
um deleite Sublime, um estado nirvânico, um gozo celetial.
A se ressalvar e a se ressaltar, porém, a defasagem entre a 
promessa publicitária e o real preenchimento proporcionado pelos 
bens de consumo, conclui-se tristemente que o saldo é bastante 
negativo: a felicidade prometida é muito fugaz e o retorno ao 
abismo da lacuna primordial – da consciência da finitude – é 
ainda maior, uma vez que a busca do sublime esteve exacerbada 
por estímulos fantasiosos. Cada vez que o paraíso é prometido, 
represema-se (ritualiza-se) o drama do retorno. Cada vez que esse 
retorno é frustrado, dramatiza-se, outra vez, o mito da queda.
A promessa de preenchimento dá lugar ao vazio. Existência e 
angústia retornam à sua condição de paralelismo. Compreende-se 
então o quanto a retórica publicitária era irreal, sublimadora. E 
uma leitura literalizante desse discurso delirante coloca-se de 
imediato lidando com uma elaboração profundamente onírica. 
Literalmente, a publicidade é uma fábrica de sonhos. (Extraído 
de A promessa do paraíso já, Luís Martins, Humanidades, Ano IV, 
1987/88, nº15, p. 110/111)
10. O tema central do fragmento acima é:
a) A publicidade desequilibra a relação de forças existente 
entre a demanda e a oferta de bens de consumo.b) Dramatizar o mito da queda é o objetivo perseguido pela 
retórica publicitária. 
c) Há uma similaridade estrutural entre a elaboração 
publicitária e a elaboração onírica.
d) Os comerciais veiculados pelos meios de comunicação 
cumprem o papel de informar o consumidor em potencial sobre as 
reais qualidades dos produtos. 
e) Ao adquirir bens de consumo, o consumidor sublima 
suas carências afetivas num estado de deleite sublime.
11. À leitura literal da retórica publicitária associam-se vários 
termos no texto, exceto:
a) Deleite sublime 
b) Estado nirvânico 
c) Gozo celestial 
d) Consciência da finitude 
e) Estímulos fantasiosos
12. Uma leitura errada do texto levaria a afirmar que:
a) Interpretar literalmente o discurso publicitário é uma 
atitude ingénua. 
b) A publicidade elabora um cenário onírico para os objetos 
da sociedade industrial. 
c) O discurso publicitário é formulado com mensagens que 
se sustentam no princípio do prazer. 
d) A felicidade prometida nas propagandas dá ao homem a 
consciência de sua finitude. 
e) Está incorporado à publicidade o componente mítico de 
retorno ao paraíso.
13. “Drama do retorno” e “mito da queda”, no texto, 
referem-se a:
a) Elaboração da primeira versão da publicidade e sua 
recusa pelo cliente que a encomendou. 
b) Retorno dos comerciais aos meios de comunicação 
devido à queda do faturamento das empresas. 
c) Promessas fantasiosas contidas nos anúncios e decepção 
do consumidor por não vê-ias realizadas ao adquirir o produto. 
d) Estado nirvânico do publicitário no momento de criação 
da propaganda e posterior decepção ao vê-lo rejeitado pelo diretor 
de marketing. 
e) Mitos de povos primitivos a respeito das concepções de 
Paraíso e Inferno.
14. Assinale a letra que contém o enunciado falso.
a) Colocadas em sequência, as expressões “a se ressalvar” e 
“a se resaltar” são equivalentes quanto ao conteúdo.
b) O segmento - da consciência da finitude – explica a 
expressão lacuna primordial.
c) O termo “(ritualiza-se)” especifica o sentido de 
“representa-se”.
d) As expressões “deleite sublime”, “estado nirvânico”, 
“gozo celestial”, colocadas em sequência, reiteram a mesma idéia.
e) Em “sua eficiência”, o possessivo refere-se à eficiência 
da publicidade.
10
Didatismo e Conhecimento
LÍNGUA PORTUGUESA
BANCO DO BRASIL 01/2011
RESPOSTAS COMENTADAS
“Parque em chamas”
1. c
2. e
a) Errado. O texto não fala que a produção de carvão é 
positiva.
b) Errado. Segundo o texto, a estiagem “abriu caminho para 
que as chamas tragassem...”; de acordo com esta alternativa a 
estiagem provocou o incêndio. Abrir caminho não é provocar.
c) Errado. Se os bombeiros apagaram o fogo, pelo menos 
foram eficientes.
d) Errado.
e) Certo.
3. d - “paisagem mutilada pelo fogo”.
4. b - No comando deveria estar escrito “dedutível” (que se 
deduz) porque não existe a palavra “deduzível”.
a) Errado. Não se pode deduzir estrita e licitamente que se 
“alguns dos 25 parques” (o texto só fala em três deles) estão em 
situação difícil, todos estarão. Três não são vinte e cinco.
b) Certo. O que seria competência, por exemplo, dos 
legisladores. Os responsáveis pelos parques não são culpados de 
não terem condições.
c) Errado. O texto não culpa a população nem as 
autoridades responsáveis pelos parques e reservas.
d) Errado. O texto não culpa a população nem as 
autoridades responsáveis pelos parques e reservas.
e) Errado. Se as pinturas rupestres existem há pelo menos 
31.500 anos, certamente já resitiram a inúmeros incêndios, o que 
não justifica dizer que um incêndio constitua ameaça a elas.
“Procura‑se uma explicação”
5. d - Objetos perdidos, lugar de futuro = emprego, técnicos = 
serviços (venda).
6. c 7. a
8. c - Nunca pude avaliar, pelas suas fórmulas (=pelo que 
argumental – “gratifica-se bem”, “lugar de futuro”, “por motivo de 
viagem”), quais as suas verdadeiras intenções (= o que realmente 
querem dizer).
9. b - Observe que a frase “... quem procura seu futuro no 
presente de quem anuncia acaba é fazendo o futuro dos outros” 
pode ser reduzida a “quem procura” ... faz “o futuro dos outros”, 
em que o sujeito “quem procura” é o leitor e os “outros” são os 
anunciantes.
A única alternativa que põe na ordem certa de importância do 
texto “leitor – anunciante” é a letra b.
Compare: letra a) anunciante – anunciante; c) anunciante – 
leitor; d) leitor – leitor; e) anunciante – leitor.
“A rigor, se cometêssemos...”
10. c - Reler as quatro últimas linhas do texto (onírico = de 
sonho).
11. d - É a única alternativa de significado negativo. A 
publicidade, no texto, só busca ressaltar o lado positivo.
12. d - A “consciência de finitude” acontece só depois que a 
ilusão despertada pela publicidade acaba. A felicidade prometida 
nas propagandas dá ao homem a ilusão.
13. c - Por exclusão, chega-se a esta resposta, porém, como 
o comando se refere a “Drama do retorno” e “mito da queda”, 
a alternativa melhor seria: “decepção do consumidor por não ver 
realizadas as promessas da propaganda”.
14. a - Ressalvar = corrigir, prevenir com ressalva, excetuar... 
Ressaltar = destacar, sobressair, dar relevo...
TIPOLOGIA TEXTUAL
Texto Literário: expressa a opinião pessoal do autor 
que também é transmitida através de figuras, impregnado de 
subjetivismo. Ex: um romance, um conto, uma poesia... 
Texto Não‑Literário: preocupa-se em transmitir uma 
mensagem da forma mais clara e objetiva possível. Ex: uma 
notícia de jornal, uma bula de medicamento.
Basicamente existem três tipos de texto: Texto Narrativo; 
Texto Descritivo; Texto Dissertativo. Cada um desses textos 
possui características próprias de construção.
Narração
Ao longo de nossa vida, tomamos contato com os mais 
variados tipos de textos: literários e jornalísticos, em verso e em 
prosa, políticos, religiosos e muitos outros.
Há uma classificação que, por revelarse útil tanto para a 
produção escrita quanto para a leitura, enraizouse na tradição 
escolar. Tratase do agrupamento dos textos em narrativos, 
descritivos e dissertativos.
Antes de mais nada, é preciso deixar claro que esses tipos não 
são encontrados em estado puro. Narração, descrição e dissertação 
podem alternarse num mesmo texto. Isso não impede que, por 
razões didáticas, estudemos cada uma delas separadamente. 
Vamos ocuparnos da narração.
Leia o texto que segue:
Porquinhodaíndia
Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinhodaíndía.
Que dor de coração me dava
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais bonitos mais limpinhos
Ele não gostava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...
 0 meu porquinhodaíndia foi a 
minha primeira [namorada.
Manuel Bandeira. Estrela da vida inteira. 4ª ed. Rio de Janeiro, 
José Olympio, 1973, pág. 110.
11
Didatismo e Conhecimento
LÍNGUA PORTUGUESA
BANCO DO BRASIL 01/2011
Narrativas são Transformações
Observe que, no texto acima, há um conjunto de transformações 
de situação: ganhar um porquinhodaíndia é passar da situação de 
não ter o animalzinho para a de têlo; leválo para a sala ou para 
outros lugares é passar da situação de ele estar debaixo do fogão 
para a de estar em outros lugares; ele não gostava: queria era estar 
debaixo do fogão implica a volta à situação anterior; não fazia 
caso nenhum das minhas ternurinhas dá a entender que o menino 
passava de uma situação de não ser terno com o animalzinho para 
uma situação de ser; no último verso temse a passagem da situação 
de não ter namorada para a de ter. 
Verifica-se, pois, que nesse texto há um grande conjunto 
de mudanças de situação. É isso que define o que se chama o 
componente narrativo do texto, ou seja, narrativa é uma mudança 
de estado pela ação de alguma personagem,

Outros materiais