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halliwick na ELA

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ARTIGO ORIGINAL 
 
MÉTODO HALLIWICK COMO ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA EM UMA 
PACIENTE COM ESCLEROSE LATERAL AMIOTRÓFICA 
 
 
Débora Pereira Martins1*, Rodrigo da Rosa Iop **. 
 
* Acadêmica do 8º semestre de Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa Catarina 
(UNISUL). 
** Professor Orientador da disciplina de Fisioterapia aplicada a Neurologia II e 
especialista em Neurociência da UNISUL. 
 
 
Resumo 
 
 
A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença degenerativa e fatal. A perda maciça de 
células do corno anterior da medula espinhal e dos núcleos dos nervos motores cranianos no 
tronco cerebral, resulta na atrofia. A desmielinização dos tratos córticospinhais e 
corticobulbares levam aos sintomas do neurônio motor superior. Utilizando o método 
Halliwick, que tem o conceito baseado no conhecimento sobre fluidos mecânicos associados 
com as reações do corpo humano no ambiente aquático conduziram as respostas 
neurobiológicas do corpo para uma seqüência de aprendizado sensório-motor, chamado de 
programa de dez pontos. Este programa conduz a pessoa a uma adaptação na água para uma 
progressão básica de natação. Um tópico central no programa é a realização do controle das 
rotações em torno dos vários eixos do corpo. O presente trabalho tem como objetivo analisar a 
influência do Método Halliwick em uma paciente com Esclerose Lateral Amiotrófica, 
utilizando a Escala Modificada do Impacto da Fadiga (MFSI), teste de equilíbrio de Berg e 
Escala de Gravidade da Esclerose Lateral Amiotrófica: membros inferiores, membros 
superiores, fala e deglutição. Pôde-se verificar uma piora no índice de fadiga no que se refere 
ao aspecto físico e psicossocial. Já o cognitivo manteve-se o mesmo resultado. Em relação ao 
equilíbrio e a gravidade da ELA, considerando-se os membros superiores e membros 
inferiores, foi obtido melhora, na deglutição, manteve-se igual e em relação à fala, piorou. 
Devido a progressão degenerativa da ELA não pode observar resultados consideráveis através 
do Método Halliwick. Conclui-se que a ELA não interfere nas funções cognitivas, no entanto 
no que se refere à performance motora e psicossocial e alterações na fala, estão diretamente 
relacionadas com a progressão da doença.. 
 
Palavras-chave: Esclerose Lateral Amiotrófica, Halliwick, Hidroterapia. 
 
 
 
1 Av. Getúlio Vargas, 2789 – Revoredo – Tubarão/SC – CEP: 88704-300 
 e-mail: débora_pm@hotmail.com 
Abstract 
 
 
The Amiotrofic Lateral Sclerosis (ALS) is a degenerative and fatal illness. The massive loss 
of cells of previous horn of the spinal marrow and the nuclei of the cranial motor nerves in the 
cerebral trunk, it results in the atrophy. The desmielinization of the corticospinals tracts and 
corticobulbares, they lead to the symptoms of the superior motor neuron. Using the Halliwick 
method, that he has the concept based on the knowledge of mechanical fluids associates with 
the reactions of the human body in the aquatic environment had lead the neurobiological 
answers of the body for a sensory-motor learning sequence, called ten points program. This 
program leads the person to an adaptation on water for a basic progression of swimming. A 
central topic in the program is the accomplishment of the control of the rotations around the 
body axes. The present work has as objective to analyze the influence of the Halliwick 
Method in a patient with Amiotrofic Lateral Sclerosis, using Modified Scale of the Impact of 
Fatigue (MSIF), balance test of Berg and Scale of Gravity of the Amiotrofic Lateral Sclerosis: 
inferior members, superior members, talk and deglutition. A decrease in the index of fatigue 
as for the physical and psychosocial aspect could be verified. Already the cognitive was 
remained the same resulted. In relation to the balance and gravity of ALS, considering the 
superior members and inferior members, a improvement was gotten, in the deglutition, it was 
remained equal and in relation to the talk, it gets worse. Due to the degenerative progression 
of ALS cannot observe considerable results through the Halliwick Method. It is concluded 
that ALS does not intervene with the cognitive functions, however as for motor and 
psychosocial performance and alterations in speak, it is directly related with the progression 
of the illness. 
 
Key-words: Amiotrofic Lateral Sclerosis, Halliwick, Hydrotherapy. 
 
 
 
Introdução 
 
 A Esclerose Lateral Amiotrófica 
(ELA) é definida patologicamente como 
uma condição em que há degeneração 
tanto de neurônios motores superiores 
(NMS), como neurônios motores inferiores 
(NMI). Charcot fez a descrição clínica e 
patológica inicial e a doença foi designada 
em sua homenagem na Europa. Nos 
Estados Unidos, a doença é designada 
coloquialmente como “Doença de Lou 
Gehrig”, em memória de um famoso 
jogador de beisebol que veio apresentar a 
doença[1]. 
 A esclerose lateral amiotrófica 
(ELA), patologia neurológica, crônica, 
degenerativa e letal, de etiologia desconhe-
cida, caracteriza-se pela atrofia progressiva 
dos músculos do corpo, atingindo mem-
bros superiores e inferiores, fala e 
deglutição[2]. 
 O processo degenerativo é 
amplamente restrito ao sistema motor, 
afetando os tratos corticobulbar e corti-
cospinhal (e talvez, outras vias motoras 
descendentes) junto com núcleos motores 
de nervos cranianos e células do corno 
anterior. Há uma combinação de sinais 
clínicos do neurônio motor superior e 
inferior, predominância do último nos 
estágios terminais da doença[3]. 
 ELA se deve em primeiro lugar à 
morte dos neurônios motores, que 
conectam o restante do sistema nervoso 
aos músculos, possibilitando o movimento. 
Os neurônios conectados principalmente 
aos neurônios motores também podem ser 
afetados[4]. 
 A doença costuma começar com 
fraqueza e hipotrofia dos músculos da 
mãos, associados a cãimbras e fasci-
culações dos músculos do braço e em 
seguida, do ombro[5]. 
 Os homens são comprometidos 
com a freqüência um pouco maior do que 
as mulheres. A maioria dos pacientes tem 
mais de 50 anos e o surgimento dos 
sintomas e a incidência aumentaram a cada 
década[5]. 
 A hidroterapia é um recurso da 
fisioterapia que utiliza a água como agente 
externo, abrangendo e aplicando exercícios 
aquáticos terapêuticos em piscina aquecida 
e coberta, para ajudar na reabilitação de 
várias patologias, com orientação restrita 
do profissional de fisioterapia. O objetivo 
da reabilitação aquática neurológica geral é 
tornar o paciente o mais independente 
possível para a realização de suas tarefas 
de vida diária[6]. 
 O termo “método Halliwick”, é 
usado para descrever o que é ensinado na 
piscina. O conceito Halliwick, para ensino 
de natação foi desenvolvido por James 
Mac Millan, que iniciou sua elaboração em 
1949, em Southgate, Londres, na escola 
Halliwick para moças, que deu o nome do 
método[7]. 
 O método Halliwick é baseado nos 
princípios da hidrodinâmica e no desen-
volvimento humano. Neste método são 
utilizadas atividades para facilitar padrões 
de movimento com variação no nível de 
dificuldade. A conquista da habilidade será 
alcançada em um programa de dez pontos 
levando ao condicionamento físico 
adequado. Além disto, através deste 
método o paciente melhora sua capacidade 
nas atividades funcionais pois há uma 
melhora no equilíbrio e estabilidade 
postural[8]. 
 Os pacientes tornam-se mental-
mente ajustados à água, adquirem 
habilidade de restauração de equilíbrio, 
controle da cabeça e respiração (requisitos 
básicos para independência na água). 
Enquanto o paciente torna-se mentalmente 
ajustado e fisicamente equilibrado,vários 
aspectos psicológicos e físicos asseguram 
que a confiança e a auto-estima adquiridas 
na piscina sejam levadas para a vida em 
solo[9]. 
 Cada paciente tem um instrutor 
individual, o par paciente-instrutor torna-se 
um de um grupo de pares, geralmente 
constituídos de quatro a seis pares por 
grupo. Jogos são utilizados com freqüência 
para ensinar as habilidades e reforçar os 
princípios do método[10]. 
 Os terapeutas ou instrutores 
utilizam atividades para facilitar os 
padrões de movimento com cuidadosas 
considerações do nível de dificuldade das 
atividades e da quantidade de apoio 
fornecido[10]. 
 
Material e métodos 
 
 Foram utilizados para a avaliação: 
� termo de consentimento previamente 
assinado; 
� máquina fotográfica, SONY-DSC-
P92_cyber shot 5.0 mega pixels; 
� escala de equilíbrio de Berg; 
� foi utilizada a escala de gravidade da 
Esclerose Lateral Amiotrófica: 
extremidades inferiores, extremidades 
superiores, fala e deglutição; 
� escala modificada do impacto e 
fadiga; 
� piscina (extensão de 15x9m, com a 
profundidade mínima de 0.8 metros e 
máxima de 1.4 metros, sendo a 
temperatura mantida entre 31° a 34°C), 
onde eram realizados os atendimentos. 
 O presente relato de caso foi 
realizado com uma paciente, branca, de 44 
(quarenta e quatro) anos, sexo feminino, 
casada, moradora da cidade de Tuba-
rão/SC. Seu grau de acometimento 
classificado no dia da avaliação pôde ser 
delimitado como perda de força muscular, 
principalmente no membro superior direito 
(MSD) e membro inferior direito (MID). 
 Perda de equilíbrio, com dificul-
dade de locomover-se sem apoio, está com 
dificuldade na fala (articulando lenta-
mente) e na escrita (com alteração na 
motricidade fina). 
 Entramos em contato com a 
paciente na Clínica Escola de Fisioterapia 
da Unisul, onde esta já recebia 
atendimento fisioterapêutico. Depois de 
explicado como transcorreria o atendi-
mento, a paciente foi encaminhada ao 
exame dermatológico, e não teve nenhum 
tipo de alteração, estando apta para 
participar do programa. A seguir a paciente 
assinou um termo de consentimento livre e 
esclarecido. 
 Foram aplicadas as escalas já 
mencionadas, em solo e em seguida o 
atendimento foi realizado na piscina da 
Clínica Escola de Fisioterapia da Unisul, 
no período de março de 2004 a julho de 
2004, sendo que foi realizado um total de 
15 atendimentos duas vezes por semana, 
com duração de 1 hora das 18h30min às 
19h30min. 
 Durante esses 15 atendimentos 
foram utilizadas técnicas do Halliwick. 
Algumas abordagens foram ilustradas, tais 
como a paciente realizando controle 
cervical (figura 1). 
 
 
Figura 1 – Paciente realizando controle de cervical 
Fonte: Dados obtidos pela autora, 2004. 
 
 Realizou-se uma reavaliação após 
os 15 dias de atendimento onde 
verificamos os resultados pós-teste. Os 
atendimentos terapêuticos foram realizados 
com grupo de pacientes com Parkinson do 
Projeto de Hidroterapia Aplicada a Neuro-
logia na Clínica Escola de Fisioterapia. 
 
Discussão 
 
 Os esforços da reabilitação são 
restaurados e direcionados para a melhoria 
do estado funcional e manejo dos 
comprometimentos. São também neces-
sários programas de manutenção funcional 
para lidar com os efeitos da doença 
progressiva. As estratégias para promover 
exercícios regulares e habilidades de 
automanejo são elementos chaves[1]. 
 O método Halliwick provou ser 
seguro e adequado para pessoas de todas as 
idades, deficientes ou não. Cada nadador é 
individualmente atendido por um professor 
exclusivo, até alcançar a sua indepen-
dência. Esta parceria, do nadador com seu 
instrutor, tornam-se uma unidade de 
trabalho dentro do grupo de atividade. Isto 
dá ao nadador a oportunidade de interagir 
socialmente, ao mesmo tempo em que 
usufrui a atenção constante (mas não 
obstrutiva) de seu instrutor. Através de 
jogos apropriados para cada idade e 
habilidade, formam-se grupos conscientes 
das propriedades da água, capazes de 
controlar seus problemas específicos de 
equilíbrio[7]. 
 Hillel et al[11] desenvolveram uma 
escala de gravidade da Esclerose Lateral 
Amiotrófica, para uma avaliação funcional 
rápida do estágio da doença. A escala com 
10 pontos ordinais, permite aos terapeutas 
classificar os pacientes em quatro cate-
gorias de função: fala, deglutição, extremi-
dade inferior e extremidade superior. 
 
 PRÉ PÓS 
Extremidades inferiores 5 6 
Extremidades superiores 3 4 
Fala 9 6 
Deglutição 10 10 
 
 
 Em relação às extremidades 
inferiores, na avaliação, a paciente relatou 
a graduação 5, no que se refere “caminha 
com dispositivo mecânico e ajuda de 
alguém”, (não tenta caminhar sem ajuda de 
outra pessoa, caminhada limitada de 
aproximadamente 1.525m, evita escadas), 
correspondente ao estágio 3. 
 É classificado como “doença 
grave”, pois define um paciente que 
precisa de assistência por causa de 
deficiências em duas ou três regiões[1]. 
 No pós-teste, a mesma apresentou 
um escore 6, que relata, “caminha com 
dispositivo mecânico” (precisa de bengala, 
andador ou alguém para auxiliar na 
marcha, provavelmente usa cadeira de 
rodas fora de casa.) dessa forma, 
mantendo-se ainda no estágio 3. 
 A sensação que sentimos quando 
nos movimentamos na água, seja 
caminhando na piscina, seja nadando, são 
totalmente diferentes das que experimen-
tamos em solo[7]. 
 Em relação às extremidades 
superiores, a paciente apresentou uma 
graduação 3 que classifica como, “paciente 
ajuda auxiliar” (o auxilio conduz o 
paciente para quase todas as tarefas; o 
paciente se move de modo proposital para 
ajudar o auxiliar, o paciente não começa a 
realizar os cuidados pessoais), assim 
sendo, classifica-se como estágio 2, como 
doença moderada. 
 Pacientes com uma deficiência 
moderada em uma região, uma deficiência 
moderada severa em uma outra região e 
deficiência moderada ou normal, em duas 
outras regiões. No pós-teste, foi constatado 
uma melhora em relação à diminuição da 
dor (SIC) e aumento da ADM de seus 
membros superiores, observado enquanto 
realizava movimento[1]. 
 No que se refere a fala, a paciente 
no pré teste apresentou um escore 9 
“presente anormalidades na fala normal” 
(somente a paciente ou cônjuge nota que a 
fala mudou, mantém a média e o volume 
normais), 
 No pós-teste, a paciente apresentou 
escore 6 “repetição de mensagem ocasio-
nalmente”, (a média é muito mais lenta, 
repete palavras especificas em situações 
adversas de audição , não limita comple-
xidade ou comprimento de mensagens). 
 Assim passando do estágio 1 para o 
estágio 3, é classificado como “doença 
grave”, define um paciente que precisa de 
assistência por causa de deficiências em 
duas ou três regiões, desta forma 
apresentando uma piora do quadro[1]. 
 No que se refere à deglutição, não 
apresentou alteração, o mesmo escore 10 
para o pré-teste e o pós-teste , onde na 
escala consta, uma “deglutição normal”, 
(onde o paciente nega qualquer dificuldade 
em mastigar ou em engolir, o exame não 
mostra nenhuma anormalidade). 
 
 PRÉ PÓS 
Aspecto físico 30 34 
Aspecto cognitivo 1 1 
Aspecto psicossocial 6 8 
Total 37 43 
 
 O quadro 2 mostra que do pré-teste, 
onde a paciente atingiu 30 pontos, ao pós-
teste, onde a mesma foi para 34, ela obteve 
piora em relação ao impacto e fadiga. 
 Deve-se também considerar fatores 
como a espasticidade, idade no inicio da 
ELA, níveis anterioresda aptidão e 
atividades, fatores psicológicos, incluindo 
respostas anteriores a retrações extrema-
mente desafiadoras e satisfação com o 
apoio social[1]. 
 Os efeitos de flutuabilidade e resis-
tência da água, tornam possível o consumo 
de altos níveis de energia com relativa-
mente poucos movimentos e esforços nas 
articulações das extremidades inferiores[10]. 
 No que se trata do cognitivo da 
paciente, observado no quadro 2, manteve-
se igual, desde o pré-teste até o pós-teste, 
sendo um resultado esperado, porque esta 
é uma área em que a doença não acomete. 
O máximo de pontos atingidos seria 40, 
mostrando maior grau de acometimento. 
 A cognição e a motivação são os 
principais determinantes no funcionamento 
individual[12]. 
 No pré-teste a paciente atingiu uma 
pontuação de 6 e no pós-teste passou para 
8, assim mostrando no quadro 2, que ela 
obteve uma piora em relação ao 
psicossocial. 
 Para pessoas com deficiência, a 
natação tem valor tanto terapêutico como 
recreativo, mas também, pode ter valor 
social. Eles passam a ter muita satisfação 
de encontrar outras pessoas com interesses 
comuns. A alegria de ter vivenciado, 
quando uma pessoa ao entrar na água, 
livra-se das cargas físicas necessárias para 
onde em solo será em si uma realização. 
Essa sensação de liberdade e de realização 
pode constituir-se num grande incentivo 
para o dia-dia[13]. 
 
15
23
0
5
10
15
20
25
Pré Pós
 
Gráfico 1 – Representação gráfica da Escala de 
Equilíbrio de Berg 
Fonte: Pesquisa elaborada pela autora, 2004. 
 
 Através do gráfico, é possível 
observar que a paciente obteve uma 
melhora considerável, onde, antes atingia 
apenas 15 pontos, sendo que necessitava 
de ajuda para realizar qualquer atividade e 
no pós-teste atingiu uma pontuação de 23 
onde conseguiu adquirir uma certa 
independência nos movimentos. 
 O meio protetor da água e suas 
forças desestabilizadoras proporcionam um 
ambiente ideal para o treinamento do 
equilíbrio. Os outros indivíduos na piscina, 
geram turbulência e criam forças 
desestabilizadoras. Essas forças podem ser 
criadas também pelos próprios movi-
mentos do individuo[14]. 
 As avaliações correspondentes 
foram obtidas a partir de entrevista, sendo 
realizado por observação indireta. 
 
Conclusão 
 
 A experiência com esse trabalho, 
com uso de avaliações, tendo como 
enfoque a hidroterapia e com o contato 
com esta doença, proporcionou um rico 
aprendizado a respeito da complexidade 
dos fatores envolvidos na vida de uma 
pessoa portadora de Esclerose Lateral 
Amiotrófica. 
 O método Hallwick apresenta tanto 
valores terapêuticos, como recreativos, que 
através de sua filosofia, proporciona 
sensação de liberdade e a capacidade de 
executar atividades que anteriormente 
eram impossíveis de serem realizadas no 
solo. 
 Pode-se verificar que após a 
intervenção terapêutica, a paciente 
apresentou uma pequena melhora no que 
se refere a Escala de Gravidade da 
Esclerose Lateral Amiotrófica. A fadiga, 
foi um dos fatores identificados como uma 
condição física que interfere no 
desempenho das atividades funcionais, 
assim observados através da escala de 
Impacto da fadiga. 
 Os humores dos pacientes com 
incapacidades graves, devido à doença 
progressiva podem variar. As alterações 
podem assustar o paciente, sendo impor-
tante salientar as causas psicológicas e 
que não há deterioração mental. 
 Através da Escala de Equilíbrio de 
Berg, foi observado que a paciente obteve 
uma evolução positiva, tendo uma melhora 
de 15%. 
 Pode-se verificar que após a 
intervenção terapêutica a paciente não 
apresentou resultados consideráveis, 
porém, não desencorajaram os profis-
sionais de reabilitação a explorar varias 
abordagens terapêuticas, mesmo se 
tratando de uma patologia degenerativa. É 
importante salientar que o profissional da 
saúde saiba confrontar-se com certas 
situações onde às vezes pode-se ficar 
limitado perante a progressão da doença. 
 A reabilitação aquática, mais 
especialmente o método Halliwick, apre-
senta propriedades terapêuticas que vem 
sendo utilizada efetivamente para melhorar 
os vários problemas de ordem neurológica 
proporcionando uma melhor qualidade de 
vida. 
 
Referências 
 
[1] UMPHRED, Darcy Ann. Reabilitação 
neurológica. São Paulo: Manole, 2004. 
 
[2] BEAR, Mark. F.; CONNORS, Barry 
W.; PARADISO, Michael A. 
Neurociências: desvendando o sistema 
nervoso. Coord. trad. Jorge Alberto 
Quillfeldt et al. 2. ed. Porto Alegre: 
Artmed, 2002. 
 
[3] KIERNAN, John A. Neuroanatomia 
humana de Barr. 7. ed. São Paulo: 
Manole, 2003. 
 
[4] KOLB, B.; WHISHAW, J. A. 
Neurociência do comportamento. São 
Paulo: Manole, 2002. 
 
[5] ADAMS, Lymond D. et al. As 
principais categorias de doenças 
neurológicas. 6. ed. Chile: McGraw-Hill 
Interamericano do Chile, 1998. 
 
[6] KOURY, Joanne M. Programa de 
fisioterapia aquática: um guia para a 
reabilitação ortopédica. São Paulo: 
Manole, 2000. 
 
[7] GARCIA, Mauricio Koprowski. O 
método Halliwick: nível 1 – módulos a & 
b (foundation Course). Apostila. 11. ed. 
Associação Brasil Halliwick, 2004. 
 
[8] MORRIS, David M. Reabilitação 
aquática do paciente com prejuízo 
neurológico. In: RUOTTI, R. G.; 
MORRIS, D. M.; COLE, A. J. 
Reabilitação aquática. São Paulo: 
Manole, 2000. 
 
[9] CAMPION, Margaret Reid. 
Hidroterapia: princípios e práticas. 
Tradução: Mônica Conrado Lange. São 
Paulo: Manole, 2000. 
 
[10] BECKER, B. C.; ALDREW, J. C. 
Terapia aquática modernas. São Paulo: 
Manole, 2000. 
 
[11] HILLEL. A. D. et al. Amyotrophic 
Lateral Sclerosis Averity Scale. In: 
Neuroepdemiology. n. 8, p. 142-150, 1989. 
In: UMPHRED, Darcy Ann. Reabilitação 
neurológica. São Paulo: Manole, 2004. 
 
[12] O’SULLIVAN, S.B.; SCHMITZ, T.J. 
Fisioterapia: avaliação e tratamento, 4. ed. 
São Paulo: Manole, 2004. 
[13] ASSOCIATION OF SWIMMING 
THERAPY. Natação para deficiente. São 
Paulo: Manole, 2000. 
 
[14] HALL, Carrie M.; BRODY, Lori T. 
Exercício terapêutico na busca da 
função. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2001

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