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AULA 2 DAS PESSOAS JUR€ ¦ÍDICAS

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AULA 02
DAS PESSOAS JURÍDICAS
(arts. 40 ao 69 CC) 
Meus Amigos e Alunos. Na aula anterior falamos sobre as Pessoas 
Naturais (ou Físicas). Hoje falaremos sobre as Pessoas Jurídicas, completando e 
encerrando o tema Pessoas. Na próxima aula, seguindo os editais, de uma 
forma geral, falaremos sobre um ponto novo. 
Antes de mais nada gostaria de esclarecer que esta aula tem ligação com 
Direito Constitucional, Administrativo e Comercial. Acabamos por “invadir” um 
pouco outras matérias. Mas cuidado. O que vai nos interessar é o enfoque do 
Direito Civil e não de outras matérias. Comecemos então... 
Como vimos, o homem, desde seus primórdios, sempre teve necessidade 
de se agrupar para atingir fins comuns. E o direito não ignorou estas unidades 
coletivas, dotando-as também de personalidade própria. A pessoa jurídica, 
portanto, é fruto desse fenômeno histórico e social. 
As Pessoas Jurídicas são entes resultantes da criação da lei. Existem 
como grupos constituídos para a realização de determinados fins, sendo dotadas 
de direitos e obrigações. No entanto a sua personificação é construção da 
técnica jurídica, podendo estabelecer relações jurídicas lícitas, facilitando o 
comércio e outras atividades. Elas existem porque a Lei assim permite. 
Observem que a doutrina também usa outras expressões sinônimas para se 
referir às Pessoas Jurídicas, tais como: Pessoas Morais, Coletivas, Abstratas, 
Fictícias ou “entes de existência ideal”. Tais expressões foram adotados por 
ordenamentos jurídicos de outros países. Mas, certa vez vi cair em um 
concurso: quais as características da “pessoa moral?” À primeira vista, para 
quem não conhece este termo, pensa que pessoa moral é sinônimo de pessoa 
física (pois uma pessoa física é que teria, digamos, ‘moral’). No entanto, o 
correto é dizer que pessoa moral (expressão adotada pela França) é sinônimo de 
pessoa jurídica. Portanto, prestem muita atenção quanto aos sinônimos usados 
nas questões pelos examinadores, pois como já vimos eles podem “derrubar” 
um excelente candidato, que conhece a matéria, mas desconhecia aquele termo. 
Por isso é que fornecemos o maior numero de sinônimos possível durante as 
aulas.
As Pessoas Jurídicas (assim como as Físicas, como vimos) têm direito à 
personalidade (identificação, liberdade, boa reputação, etc.), direitos reais (pode 
ser proprietária, usufrutuária, etc.), direitos industriais (artigo 5º, XXIX da C.F.), 
direitos obrigacionais (comprar, vender, alugar, contratar, etc.) e até mesmo 
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direitos sucessórios (pode adquirir bens causa mortis). Existem diversas teorias 
que tentam identificar a natureza da personalidade da Pessoa Jurídica. Como 
nossa aula é bem objetiva, visando concursos públicos, vamos deixar de lado a 
análise das diversas teorias sobre sua natureza jurídica e nos ater ao que tem 
prevalecido nas provas e exames: a corrente majoritária tem adotado a Teoria
da Realidade Técnica, onde a pessoa jurídica existe de fato e não como uma 
mera abstração. É reconhecida pelo Estado com personalidade própria, distinta 
da de seus membros. São pressupostos de existência da Pessoa Jurídica: 
a) Vontade humana criadora. Para esse pressuposto, como sinônimo, tem 
caído nos exames a expressão em latim: affectio societatis, ou seja, intenção 
específica dos sócios em constituir uma sociedade. Esta expressão pode cair 
também no Direito Comercial. Na affectio societatis estão implícitas, também, a 
continuidade e a perseverança da vontade para a manutenção da sociedade.
No Direito de Família, fala-se em affectio maritalis, ou seja, o vínculo 
afetivo que mantém unido o casal; em outras palavras, a intenção de 
permanecerem casados. Assim, a exigência de continuidade e de perseverança 
da vontade dos cônjuges para a manutenção do casamento é a mesma exigida 
para a manutenção de uma sociedade, razão pela qual os conceitos de affectio
societatis e de affectio maritalis são muito semelhantes em sua essência.
b) Obediência aos requisitos impostos pela Lei para sua formação 
(conforme veremos mais adiante – ato constitutivo e registro). 
c) Licitude de sua finalidade, ou seja, objeto lícito. 
Assim, de uma forma técnica podemos conceituar a Pessoa Jurídica como 
sendo a unidade de pessoas naturais ou de patrimônios, que visa a consecução 
de certos fins, reconhecida pela ordem jurídica como sujeito de direitos e 
obrigações.
Por não poder atuar por si própria, a pessoa jurídica, como ente da criação 
da lei, deve ser representada por uma pessoa física (ou natural) ativa e 
passivamente, exteriorizando sua vontade, nos atos judiciais ou extrajudiciais. 
Ou seja, é necessário que haja uma Pessoa Física para assumir os 
compromissos e assinar os contratos dessa Pessoa Jurídica. De uma forma geral 
esta Pessoa Física age como se fosse o próprio ente social, devendo exprimir a 
vontade da Pessoa Jurídica, executando os seus objetivos. E, caso ocorra algum 
problema, irá responder por ela. Em regra essa pessoa é a indicada no ato 
constitutivo da Pessoa Jurídica. Na sua omissão, a representação será exercida 
por seus diretores. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões 
serão tomadas pela maioria dos votos, salvo se o ato constitutivo dispuser de 
modo diverso (art. 48 CC). Esta representação se extrai inicialmente (embora 
indiretamente) dos art. 46, inciso V e 47 do Código Civil. Mas também está 
prevista expressamente no art. 12 incisos I e II (para as Pessoas Jurídicas de 
Direito Público) e inciso VI (para as Pessoas Jurídicas de Direito Privado) do 
Código de Processo Civil (C.P.C.). 
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Lembrando sempre que o Ato Constitutivo varia de acordo com o tipo de 
Pessoa Jurídica: estatuto (na associação); contrato social (na sociedade); 
escritura pública ou testamento (na fundação).
CLASSIFICAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS:
 Seguindo a orientação da doutrina dominante (que neste caso também 
tem prevalecido nos concursos) podemos classificar as Pessoas Jurídicas (dentre 
outras maneiras), da seguinte forma: 
A) Quanto à Nacionalidade  Elas podem ser consideradas como 
Nacionais ou Estrangeiras. Sociedade Nacional é a organizada conforme 
a lei brasileira e tem no País a sede de sua administração. A Sociedade 
Estrangeira não poderá funcionar no País sem autorização do Poder 
Executivo e ficará sujeita aos Tribunais brasileiros quanto aos atos aqui 
praticados.
B) Quanto à Estrutura Interna  trata-se de uma classificação 
puramente doutrinária, mas que já vi cair em concursos.
- universitas personarum – nelas, o que é importante é o conjunto de 
pessoas, que apenas coletivamente goza de certos direitos e os 
exerce por meio de uma vontade única. Os exemplos são as 
sociedades e as associações. 
- universitas bonorum – que é o patrimônio personalizado para um 
determinado fim que lhe dá unidade. Os exemplos são as 
Fundações. O objeto e o patrimônio das Fundações são seus 
elementos essenciais.
C) Quanto às Funções e Capacidade  Dividem-se em Pessoas 
Jurídicas de Direito Público e de Direito Privado (art. 40 CC). Esta é a 
classificação mais importante (sob o ponto de vista prático). É a que tem 
caído nos concursos com maior freqüência. Tendo-se em vista que há uma 
subdivisão nesta classificação e levando-se em consideração a sua 
importância, vamos analisar melhor esta classificação. 
1) Pessoas Jurídicas de Direito Público  Externo ou Interno. Esta, 
por sua vez, pode ser subdividida em Administração Direta ou Indireta.
 
2) Pessoas Jurídicasde Direito Privado  Fundações Particulares, 
Organizações Religiosas (Lei 10.825/03), Partidos Políticos (Lei 10.825/03), 
Associações e Sociedade, sendo que estas podem ser: simples (antigas civis) e 
empresárias (mercantis). 
Ficou confusa a classificação acima? Calma... esta é apenas uma visão 
global da classificação. Como dissemos, esta é a classificação mais importante. 
Por isso, vamos agora analisar cada uma das espécies mencionadas acima de 
forma minuciosa. Uma a uma, tudo ficará bem claro e compreensível. 
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I – PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO 
Como vimos acima, de início, a pessoa jurídica de direito público pode ser 
dividida em: Direito Público Externo e Interno. 
A) DIREITO PÚBLICO EXTERNO  As pessoas jurídicas de direito 
público externo são as regulamentadas pelo Direito Internacional abrangendo: 
os Estados estrangeiros. Citamos como exemplos os outros países soberanos, 
como o Uruguai, Canadá, Dinamarca, etc. Também os Organismos 
Internacionais. Ex: ONU (Organização das Nações Unidas), OEA (Organização 
dos Estados Americanos, FMI (Fundo Monetário Internacional), etc. Certa vez vi 
cair em um concurso: A Santa Sé é: ...? Ora, a Santa Sé é considerada como 
um País autônomo. É o Estado do Vaticano, a cúpula governativa da Igreja 
Católica. Portanto a resposta correta é: A Santa Sé considerada Pessoa Jurídica 
de Direito Público Externo. Foi esta a resposta considerada exata pelo gabarito. 
B) DIREITO PÚBLICO INTERNO  É o Estado (no nosso caso, é o 
nosso País, o Brasil). O Estado é a pessoa jurídica de direito público interno por 
excelência. É a nossa nação, politicamente organizada. No entanto pode haver a 
seguinte subdivisão: 
1) Administração Direta ou Centralizada (artigo 41, incisos I, II 
e III do CC)  São elas: União, Estados-membros, Distrito Federal, Territórios e 
os Municípios legalmente constituídos. 
Costuma-se dizer que a União é uma soberania; as outras são autonomias. 
A União designa a nação brasileira, nas suas relações com os Estados-membros 
que a compõe e com os cidadãos que se encontram em seu território. Os 
Estados federados (Estados-membros) possuem autonomia administrativa, 
competência e autoridade legislativa, executiva e judiciária sobre os negócios 
locais. Já o Distrito Federal é a capital da União. É equiparado a um Estado 
federado por ser sede da União, tendo administração, autoridade e leis próprias 
atinentes aos serviços locais. Também se encaixam nesta classificação os 
Municípios legalmente constituídos, pois, têm interesses e economia próprios. 
Agora, chamo atenção para os Territórios. Como sabemos, já não existem 
mais os Territórios no Brasil (antigamente eles existiam: Rondônia, Roraima, 
Amapá, Fernando de Noronha, etc). Mas apesar de não existirem atualmente, a 
qualquer momento podem voltar a existir, pois há previsão legal na Constituição 
Federal, possibilitando a criação de um novo Território, por meio de Lei 
Complementar (arts. 18 §2º e 48, VI da C.F.). E se for criado um Território? Sob 
o ponto de vista do Direito Civil como ele será considerado? Como seria 
classificado? O que seria um Território? Esta questão já andou rondando alguns 
concursos... Resposta, sem medo de errar: para o Direito Civil ele será Pessoa 
Jurídica de Direito Público Interno, pois há previsão expressa no artigo 41 inciso 
II do Código Civil. Outra pergunta e completando o tema: mas o Território é 
Pessoa Jurídica de Direito Público Interno de Administração Direta ou Indireta? 
Neste caso não há previsão expressa do Código Civil. Portanto a resposta fica 
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com os doutrinadores. Apesar de não haver uma unanimidade, os civilista se 
inclinam pela corrente que considera os Territórios como sendo Pessoas 
Jurídicas de Direito Público Interno de Administração Direta. Observem que o 
art. 18, §2º da Constituição Federal determina que “Os Territórios Federais 
integram a União, e a sua criação, transformação em Estado ou reintegração ao 
Estado de origem serão reguladas em lei complementar”. Vejam também o art. 
33 da CF. 
Observação – Para o Direito Civil, República Federativa do Brasil e União são 
termos usados para significar os mesmos entes; há uma identidade entre eles. 
No entanto, em relação ao Direito Público (Administrativo e Internacional), 
costuma-se dizer que a primeira expressão é usada no plano externo, para 
identificar o Brasil perante os demais países. E a segunda expressão (União) é 
usada no plano interno. No Direito Constitucional aprendemos que na Federação 
há um laço de unidade entre as diversas coletividades federadas, de modo a 
mostrá-las, em suas relações internacionais como um Estado Único. Observe 
que entre os entes da Federação (como exemplo: a União e os Estados-
membros) não há hierarquia, mas uma coordenação harmônica de poderes 
distribuídos pela Constituição. Há assim um só Estado soberano/federal (a 
União) e Estados membros/federados, sendo que ambos são titulares do poder 
para produzir o Direito (ou seja, possuem competência legislativa). Lembre-se 
que na Federação tradicional o Município não é um ente federado. Tal 
estipulação, bem como acerca do Distrito Federal são institutos típicos de nossa 
federação. Eles podem não existir na Federação, mas existem no Estado 
subunidade (ou seja, para a Teoria Clássica o Município é integrante do Estado-
membro, mas não da Federação). Por isso dizemos que nossa federação é sui
generis, pois ela admite diversos outros entes federados, inclusive os 
Municípios. Nossa Federação é assim imperfeita, uma vez que era um Estado 
Unitário sob forma monárquica, descentralizado através de províncias. Com a 
proclamação da República (em 1.889) transformou-se em uma Federação com o 
surgimento dos Estados-membros. Podemos dizer que a nossa Federação nada 
mais foi que uma maneira constitucional de descentralizar o poder 
político. Nosso Estado visto como Federação, externamente, a República 
Federativa do Brasil, é dotada de soberania, ou seja, não deve obediência 
jurídica a nenhum outro Estado. É juridicamente ilimitado. Só encontra limites 
em outra soberania estatal (outro país). Concluindo: a Federação é soberana. E 
os entes federados (entre eles a União e os Estados) são autônomos, com suas 
competências devidamente delimitadas pelo Direito. 
2) Administração Indireta ou Descentralizada (artigo 41, IV e 
V)  São órgãos descentralizados, criados por lei, com personalidade jurídica 
própria para o exercício de atividade de interesse público. São eles: as 
Autarquias, as Associações Públicas (Lei nº 11.107/05) e “as demais entidades 
de caráter público, criadas por lei” (conforme narra o Código Civil). Mas o que 
seriam essas demais entidades de caráter público criadas por lei? Atualmente 
não há mais dúvidas a respeito. O Código Civil está se referindo às Fundações 
Públicas. E, segundo a doutrina, nesta expressão também se incluem as 
Agências Reguladoras (que possuem natureza de autarquia federal especial), 
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incumbidas de normatizar e fiscalizar a prestação de certos serviços de grande 
interesse público. Exemplos: ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações), 
ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), etc. Vamos então analisar cada 
um dos itens acima: 
a) Autarquias o São pessoas jurídicas de direito público, que 
desempenham atividade administrativa. São criadas por lei específica, têm 
patrimônio próprio e atribuições estatais específicase destinadas à realização de 
obras e serviços públicos, geralmente ligadas a área da saúde, educação, 
atividade econômica, etc. Ex: Banco Central, USP (Universidade de São Paulo), 
Imprensa Oficial do Estado, Inamps, INSS, IPHAN (Instituto do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional), OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), etc.
Embora ligadas ao Estado, desfrutam de certa autonomia, possuindo orçamento 
próprio, mas sob o controle do Executivo que o aprova por Decreto e depois o 
remete ao controle do Legislativo. 
b) Associações Públicas o A Lei 11.107/05 regulou os consórcios 
públicos, cumprindo o disposto no art. 241 da Constituição Federal (“A União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os 
consórcios públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, 
autorizando a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência 
total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade 
dos serviços transferidos”). A lei optou por atribuir personalidade jurídica aos 
consórcios públicos, sendo que ela se configura como uma associação, podendo 
ser de direito público ou de direito privado. Quando criado com personalidade de 
direito público, o consórcio público se apresenta como associação pública. 
Assim, introduziu-se uma nova forma de entidade na administração indireta, 
qual seja, a associação pública, incluindo-a entre as autarquias. 
c) Fundações Públicas o Constituem um acervo de bens, que recebe 
personalidade para a realização de fins específicos. Desde a promulgação da 
Constituição Federal de 1988 não há mais dúvidas sobre o regime jurídico de 
direito público das Fundações Públicas (embora sua origem seja do direito 
privado). Compreende patrimônio e finalidade, conforme veremos adiante, de 
forma pormenorizada. Ex: FUNARTE (Fundação Nacional das Artes), Fundação 
Biblioteca Nacional, etc. São fiscalizadas pelo Tribunal de Contas e 
indiretamente pelo Ministério Público, podendo haver instauração de Inquérito 
Civil para apuração de lesão ao erário. 
II – PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO 
A pessoa jurídica de direito privado é instituída por iniciativa dos 
particulares em geral. Dividem-se em: fundações, partidos políticos, 
organizações religiosas, associações e sociedades. A doutrina ainda acrescenta 
os sindicatos, pois eles têm natureza de associação civil. Vamos analisar cada 
um destes itens individualmente. 
1 – Fundações Particulares 
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O termo fundação é originário do latim, fundatio, ação ou efeito de 
fundar. A doutrina costuma usar a seguinte expressão: as fundações são 
universalidades de bens (resultam da afetação de um patrimônio e não da 
união de indivíduos), personificados, em atenção ao fim que lhes dá unidade. O 
próprio instituidor poderá administrar a fundação (forma direta) ou encarregar 
outrem para este fim (forma fiduciária). De acordo com o artigo 62, parágrafo 
único do CC terão sempre fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. 
Exemplos: Fundação Roberto Marinho, Fundação São Paulo (mantenedora da 
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), etc. São criadas a partir de 
escritura pública (também chamado ato ou negócio inter vivos) ou
testamento (também chamado ato causa mortis). Portanto não podem ser 
criadas por instrumento privado. Para a sua criação pressupõem-se: 
x dotação de bens livres – o patrimônio deve ser apto a produzir rendas ou 
serviços que possibilitem alcançar os objetivos visados, sob pena de frustrá-
los.
x especificação dos fins (religiosos, morais, culturais ou de assistência). 
x previsão do modo de administrá-las (embora este item não seja 
essencial).
x elaboração de estatutos com base em seus objetivos e submetidos à 
apreciação do Ministério Público estadual que os fiscalizará. Em regra o seu 
objetivo é imutável. No entanto é possível a reforma dos estatutos, desde 
que: seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar 
a fundação; não contrarie ou desvirtue o seu fim; seja aprovada pelo órgão do 
Ministério Público (caso este a denegue, poderá o juiz supri-la, a requerimento 
do interessado). 
 Recordem-se, como visto acima, que também existem as fundações 
públicas, instituídas pelo Estado, pertencendo os seus bens ao patrimônio 
público, com destinação especial. 
Nascimento
As fundações surgem com o registro de seus atos constitutivos no 
Registro Civil de Pessoas Jurídicas. 
Características
x seus bens como regra são inalienáveis (não podem ser vendidos ou 
doados) e impenhoráveis (não pode recair penhora). Para uma eventual venda 
de seus bens é necessário ingressar com uma ação judicial, onde é consultado o 
Ministério Público; posteriormente o Juiz decide, determinando se é ou não caso 
de venda desses bens. 
x o fundador é obrigado a transferir para a fundação a propriedade sobre 
os bens dotados; se não o fizer os bens serão registrados em nome dela por 
ordem judicial. 
x os estatutos são suas leis básicas. 
x os administradores devem prestar contas ao Ministério Público. 
x nelas não existem sócios. 
Supervisão das Fundações 
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Como vimos, as fundações são supervisionadas pelo Ministério Público do 
Estado onde estiverem situadas, através da curadoria das fundações, que deve 
zelar pela sua constituição e funcionamento. Se estenderem a atividade por 
mais de um Estado, caberá o encargo, em cada um deles, ao respectivo 
Ministério Público estadual.
Término 
Não há prazo de duração para funcionamento de uma Fundação. Mas o 
instituidor pode fixá-lo. Por outro lado as fundações serão extintas se (art. 69 
CC):
a) tornarem-se ilícitas, impossíveis ou inúteis as suas finalidades; 
b) vencido o prazo de sua existência. 
Uma vez extinta a fundação, o destino do seu patrimônio será o previsto 
nos estatutos. Caso os estatutos sejam omissos, seu patrimônio será destinado 
a outras fundações com finalidades semelhantes (designadas pelo Juiz). 
2 – Partidos Políticos 
Os partidos políticos são entidades integradas por pessoas com idéias 
comuns, tendo por finalidade conquistar o poder para a consecução de um 
programa. São associações civis que visam assegurar, no interesse do regime 
democrático, a autenticidade do sistema representativo e defender os direitos 
fundamentais definidos na Constituição Federal. De acordo com o art. 17, § 2º 
da C.F. e a Lei nº 10.825/03, os partidos políticos passaram a ser considerados 
como sendo pessoa jurídicas de direito privado, tendo natureza de associação 
civil. Os estatutos devem ser registrados no cartório competente do Registro 
Civil de Pessoas Jurídicas da Capital Federal e no Tribunal Superior Eleitoral (cf. 
Lei nº 9.096/95). Assim, não há mais dúvida sobre qual a natureza jurídica do 
Partidos Políticos. Está na lei... e pronto. 
3 – Organizações Religiosas 
As organizações religiosas são pessoas jurídicas de direito privado, 
formadas pela união de indivíduos com o propósito de culto a determinada força 
(ou forças) sobrenaturais, por meio de doutrina e ritual próprios, envolvendo 
preceitos éticos. Atualmente a Lei 10.825/03 (que alterou o Código Civil) deixou 
bem claro que elas são pessoas jurídicas de direito privado. Mas, para mim 
isto nem seria necessário. Como sabemos, um dos Princípios introduzidos pelo 
regime republicano em 1.889 foi a separação Estado-Igreja. Portanto desde 
muito tempo as organizações religiosas não poderiam ser confundidas com o 
Estado ou com o Direito Público. A lei em questão apenas reforçou o princípio, 
deixando tudo aindamais claro. Além do mais o art. 44, §1º CC determina que 
“são livres a criação, a organização interna e o funcionamento das organizações 
religiosas, sendo vendado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou 
registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento”. Aplica-se 
às organizações religiosas as normas referentes às associações, no que houver 
compatibilidade.
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4 – Associações 
O Código Civil anterior fazia a maior “bagunça” em relação aos temas 
Associação e Sociedade. Não havia um padrão sobre seus conceitos e 
características. O atual Código colocou as coisas em ordem. As associações são 
caracterizadas pela união de pessoas que se organizam para fins não 
econômicos e pela inexistência, entre os associados, de direitos e obrigações 
recíprocas (art. 53 e seu parágrafo único do CC). O ato constitutivo é o seu 
estatuto que deve conter os requisitos do art. 54 CC. O fato de uma associação 
realizar um negócio para aumentar o seu patrimônio não a desnatura, pois não 
irá proporcionar lucro aos associados. As associações podem ser civis, religiosas, 
pias (de caridade), morais, educacionais, científicas ou literárias e de utilidade 
pública. Existe liberdade plena de associação para fins lícitos (CF, art. 5º XVII). 
Há casos excepcionais em que pode ser exigida autorização governamental para 
o seu funcionamento. Devem ser registradas. Com o registro passam a ter 
aptidões para ser sujeitos de direitos e obrigações, possuindo capacidade 
patrimonial e adquirindo vida própria, que não se confunde com a de seus 
membros. A Associação pode ser de pessoas físicas ou jurídicas (nesta última 
hipótese, citamos como exemplos a ABIOVE o Associação Brasileira das 
Indústrias de Óleo Vegetal; a ABIA o Associação Brasileira das Indústrias da 
Alimentação, etc.). Os sindicatos têm natureza de associação e devem observar 
as respectivas regras legislativas. Mais adiante faremos um quadro para 
distinguir melhor Associação, Sociedade e Fundação sob a ótica do novo Código. 
5 – Sociedades 
Sociedade é espécie de corporação dotada de personalidade jurídica 
própria e instituída por meio de um contrato social (que é o seu ato 
constitutivo), com o objetivo de exercer atividade econômica e partilhar lucros. 
Vimos que o atual Código Civil deixou bem claro que a finalidade lucrativa é o 
que distingue uma associação de uma sociedade. As sociedades podem ser 
divididas em: 
a) Sociedades Empresárias (o que anteriormente chamávamos de 
sociedades comerciais)  são as que visam finalidade lucrativa, mediante 
exercício de atividade mercantil (ex: compra e venda mercantil). Segundo o art. 
982 CC, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de 
atividade própria de empresário sujeito a registro (Registro Público de Empresas 
Mercantis). Observem que não se utiliza mais a expressão comerciante, mas sim 
empresário, que é a pessoa que exerce profissionalmente atividade econômica 
organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços (art. 966 
CC).
b) Sociedades Simples (o que chamávamos de sociedades civis) 
visam, também, fim econômico (lucro), mediante exercício de atividade não 
mercantil. Em regra são constituídas por profissionais de uma mesma área, ou 
por prestadores de serviços técnicos. Exemplos: um escritório de advocacia, 
uma sociedade imobiliária, uma clínica dentária, etc. Seus atos constitutivos 
devem ser inscritos no Registro Civil de Pessoas Jurídicas. 
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As sociedades podem assumir a forma de: 
x sociedade em nome coletivo 
x sociedade em comandita simples 
x sociedade em conta de participação 
x sociedade limitada 
x sociedade anônima 
x sociedade em comandita por ações 
Atenção o Para se saber se uma sociedade é simples ou empresária, 
basta considerar o objeto desta sociedade, a natureza das operações habituais. 
Em concursos, a palavra-chave é o objeto. Se tiver por objeto atos de 
comércio (exercício de atividade econômica organizada para a produção ou 
circulação de bens ou serviços), será empresária, qualquer que seja a forma por 
ela adotada. Caso contrário, será simples, exceto se adotar a forma de 
Sociedade Anônima, que, por força de lei, será sempre empresária. 
Pergunto agora: as empresas públicas e as sociedades de economia mista 
são pessoas jurídicas de direito público ou privado? Esta questão sempre tem 
caído nos concursos porque induz a erro. A empresa pública e a sociedade 
de economia mista, apesar de terem capital público, são dotadas de 
personalidade jurídica de direito privado. São regidas pelas normas 
empresariais e trabalhistas (art. 173, §19 da C.F.), mas com as cautelas do 
direito público (ex: sujeitam-se ao controle do Estado – administrativo, 
financeiro e jurisdicional). Observem que o Direito Administrativo as considera 
como partes integrantes da Administração Indireta (juntamente com as 
Autarquias); são chamadas, inclusive, de entidades paraestatais (porque 
estão ao lado do Estado, sob seu amparo para realizar projetos de interesse 
coletivo). Podem perseguir fins não lucrativos, como também atividades 
econômicas. Cuidado para não confundir as entidades paraestatais, com as 
entidades autárquicas. Embora não seja propriamente minha matéria, gosto de 
falar um pouco sobre esse assunto, pois costuma cair em concursos (seja em 
Direito Civil, seja em Direito Administrativo). Embora ambas façam parte da 
Administração Indireta são diferentes. Autarquia é o “alongamento” do Estado 
(Direito Público), beneficiando-se de todos os privilégios administrativos do 
Estado, somente podendo realizar serviços públicos típicos, próprios do Estado. 
Já a Entidade Paraestatal é uma instituição de Direito Privado, afetada de 
interesse público, beneficiando-se apenas dos privilégios estabelecidos pela Lei e 
podendo executar qualquer atividade de interesse ou de utilidade pública. As 
empresas públicas e as sociedades de economia mista fazem parte da 
Administração Indireta do Estado, mais isso não quer dizer que sejam Pessoas 
Jurídicas de Direito Público. 
Portanto, se novamente cair algo em concurso referente a essas 
entidades, em Direito Civil (e tem caído com certa freqüência), vocês podem 
colocar sem medo que elas são Pessoa Jurídicas de Direito Privado. Observem 
como pode confundir: se tem dinheiro público, se é chamada de empresa 
pública, se seu estudo pertence ao Direito Administrativo, por que não é 
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considerada como pessoa jurídica de direito público? Pode parecer que há uma 
contradição. Por isso, vamos falar mais um pouco mais sobre elas: 
Empresas Públicas 
São pessoas jurídicas de direito privado, autorizadas por lei, a se 
constituírem com capital próprio e exclusivamente público, para realizar 
atividade econômica, mas de interesse da Administração Pública, podendo se 
revestir de qualquer das formas de organização empresarial (ex: Emurb, Casa 
da Moeda, Correios e Telégrafos, Caixa Econômica Federal, etc.). Costuma-se 
dizer que as empresas públicas valem-se dos meios da iniciativa privada para 
atingir seus fins de interesse público. 
Sociedades de EconomiaMista 
São pessoas jurídicas de direito privado, criadas por lei, constituídas 
com patrimônio público e particular, destinadas à exploração de atividades 
econômicas ou serviços de interesse coletivo, sendo suas formas sempre de 
Sociedade Anônima. As ações com direito a voto devem pertencer em sua 
maioria ao Poder Público (ex: Banco do Brasil, Petrobrás, etc.).
Obs. - São consideradas como pessoas jurídicas de direito privado os 
Serviços Sociais Autônomos, de fins assistenciais, criadas e mantidas pelos 
poderes públicos, através de subvenções ou contribuições parafiscais, como: 
Legião Brasileira de Assistência (L.B.A.), Sesc, Sesi, Senai, etc.
Agora, como prometi anteriormente, vamos fazer agora uma melhor 
distinção entre Associação, Sociedade e Fundação.
1 – Associação X Sociedade 
Associação o quando não há fim lucrativo (ou de dividir resultados, 
embora tenha patrimônio), formado por contribuição de seus membros para a 
obtenção de fins culturais, esportivos, religiosos, etc. 
Sociedade o quando visa fim econômico ou lucrativo, que deve ser 
repartido entre os sócios. 
2 – Associação X Fundação
Semelhanças: em ambas há a união de várias pessoas, com acervo de 
bens, não havendo finalidade lucrativa. 
Distinções: Associação o o patrimônio é constituído pelos associados, 
sendo um meio para atingir os seus objetivos (instrumental). Fundação o o 
patrimônio provém do instituidor, sendo seu elemento essencial (juntamente 
com o objetivo, a finalidade da fundação). 
INÍCIO DA EXISTÊNCIA LEGAL DA PESSOA JURÍDICA 
Enquanto a pessoa natural surge com um fato biológico (lembrando da 
aula anterior... o nascimento com vida), a pessoa jurídica tem seu início, em 
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regra, com um Ato Jurídico. No entanto há diferenças entre a forma de 
constituição de uma Pessoa Jurídica de Direito Público e de Direito Privado: 
Pessoas Jurídicas de Direito Público o sua existência se dá em razão 
da Lei e do Ato Administrativo, bem como de fatos históricos, previsão 
constitucional, tratados internacionais, etc. São regidas pelo Direito Público e 
não pelo Direito Civil. Um País surge quando afirma sua existência em face dos 
outros; os Estados-membros têm o reconhecimento de existência na 
Constituição Federal; os Municípios têm sua autonomia também assegurada pela 
Constituição, tendo seu início no provimento que os criou (são regidas pelas 
Constituições estaduais e as Leis Orgânicas). Já as autarquias e demais pessoas 
jurídicas de direito público são organizadas por leis publicas, que estabelecem 
todas as condições para o exercício de direitos e obrigações. Assim elas nascem 
com a própria Lei. 
Pessoas Jurídicas de Direito Privado o o fato que lhes dá origem é a 
vontade humana convergente (como vimos, affectio societatis). A sua criação 
possui duas fases: o ato constitutivo e o registro. 
x Ato Constitutivo  a pessoa jurídica se constitui, por escrito, por ato 
jurídico unilateral inter vivos ou causa mortis (as fundações) e por ato jurídico 
bilateral ou plurilateral (as sociedades e as associações). É imprescindível: 
agente capaz, objeto lícito e forma prescrita em lei. Algumas sociedades civis 
dependem de prévia autorização do governo (ex: estabelecimentos de seguro, 
universidades, sociedades estrangeiras, bolsa de valores, etc. – confira art. 21, 
XII da CF).
x Registro Público  para que a pessoa jurídica exista legalmente, é 
necessário inscrever os contratos, estatutos ou compromissos no seu registro 
peculiar. Além disso, quaisquer alterações supervenientes deverão ser 
averbadas. Vejamos isso melhor: 
REGISTRO
Somente com o registro a pessoa jurídica adquire a personalidade. Tal 
registro se dá no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídica (art. 1.150 CC). 
No entanto uma sociedade empresária deve ser registrada no Registro Público 
de Empresas Mercantis e Atividades Afins (Lei nº 8.934/94), sendo competente 
para tais atos as Juntas Comerciais. Lembrando que uma sociedade de 
advogados só pode ser registrada na Ordem dos Advogados do Brasil (EOAB, 
arts. 15 e 16, §3°). Um registro deve conter os seguintes elementos (art. 46 do 
CC):
a) a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social 
(quando houver); 
b) o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores e dos 
diretores; 
c) forma de administração e representação ativa e passiva, judicial e 
extrajudicial;
d) possibilidade e modo de reforma do estatuto social; 
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e) previsão da responsabilidade subsidiária dos sócios pelas obrigações 
sociais;
f) condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio. 
No momento em que se efetua o registro a pessoa jurídica começa a 
existir, passando a ter aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações, obtendo 
capacidade patrimonial (que não tem relação absoluta com a dos sócios que 
a integram), adquirindo vida própria e autônoma, não se confundindo com a 
personalidade de seus membros. Assim, o registro da pessoa jurídica tem 
natureza constitutiva (ao contrário do registro civil de nascimento da pessoa 
física, cuja natureza é declaratória, uma vez que a condição de “pessoa” já foi 
adquirida no momento do nascimento com vida). 
Sem o registro de seu ato constitutivo a pessoa jurídica será considerada 
como sociedade não personificada, nos termos dos arts. 986 e seguintes do 
CC. Nesta hipótese o art. 990 do CC dispõe que os sócios respondem de forma 
solidária e ilimitada pelas obrigações sociais. No entanto os credores da 
sociedade devem primeiro executar o patrimônio social. E, na falta de bens, 
exigir a responsabilidade ilimitada do sócio (art. 989 CC). 
PRAZO
O prazo de duração da Pessoa Jurídica é o que estiver previsto no 
contrato. Se não houver previsão, o prazo será indefinido. 
DOMICÍLIO DAS PESSOAS JURÍDICAS 
A pessoa jurídica também tem domicílio (art. 75 CC), que é a sua sede 
jurídica, onde os credores podem demandar o cumprimento das obrigações. 
x União  seu domicílio é o Distrito Federal. No entanto quando a União 
for autora de uma causa, entrará com a ação na Capital do Estado (ou 
Território) em que tiver domicílio a outra parte (109, §1º da CF e art. 99 do 
Código de Processo Civil). Porém, pode ser demandada (ou seja, ser ré), à 
escolha do autor (ou seja, da parte que entrou com o processo): a) no Distrito 
Federal ou b) na Capital do Estado em que ocorreu o ato que deu origem à 
demanda, ou c) em que se situe o bem (art. 109, §§ 1º a 4º da Constituição 
Federal e Súmula 518 do Supremo Tribunal Federal). 
x Estados e Territórios  as respectivas capitais. 
x Municípios  o lugar onde funciona a administração municipal, a sede 
municipal. 
x Demais Pessoas Jurídicas  o lugar onde funcionam as respectivas 
diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial nos seus 
estatutos ou atos constitutivos. Tendo a pessoa jurídica diversos 
estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado 
domicílio para os atos nele praticados. Admite-se, portanto, a pluralidade de 
domiciliar da pessoa jurídica, desde que tenha diversos estabelecimentos em 
lugares diferentes (ex: filais, agências, escritórios de representação, etc. – art.
75, §1º CC). Desta forma o local de cada estabelecimento dotado de autonomia 
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será considerado domicílio para os atos ou negócios nele realizados (Súmula 
363 do STF). 
RESPONSABILIDADE CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS 
Esse é um ótimo tema para concursos. Como regra a personalidade 
jurídica de uma Pessoa Jurídica não se confunde com a personalidade civil de 
seus membros e nem se confundem seus respectivos patrimônios. Ou seja, 
Pessoa Jurídica (e seu patrimônio) é uma coisa. Já as Pessoas Físicas (e seu 
patrimônio) que integram a Pessoa Jurídica é outra coisa (ou como costumo 
brincar... uma coisa é uma coisa... outra coisa é outra coisa completamente 
diferente...). No entanto, como veremos ainda na aula de hoje, há exceções a 
esta regra, como na Desconsideração da Personalidade Jurídica. 
Em relação às Pessoas Jurídicas, tanto as de Direito Público, como as de 
Direito Privado são responsáveis por seus atos. Se assumiram determinada 
obrigação, se assinaram determinado contrato, devem cumpri-lo da forma como 
estipulado. Se assim não procederem, podem responder com seus bens pelo 
inadimplemento (não cumprimento) contratual. Trata-se da responsabilidade 
assumida por meio de uma obrigação contratual.
Já no campo extracontratual vigora a regra geral do neminem laedere (a 
ninguém se deve lesar), havendo uma leve nuance entre a responsabilidade das 
Pessoas Jurídicas de Direito Público e as de Direito Privado; ou seja, há um 
tratamento um pouco diferenciado entre elas. Vejamos: 
A) Direito Privado 
O Código Civil determina que as Pessoas Jurídicas de Direito Privado 
respondem pelos atos danosos praticados por seus empregados ou 
representantes. Trata-se de responsabilidade indireta. Ou seja, a Pessoa Jurídica 
irá responder por uma conduta praticada por terceiro (seu empregado), mas 
que, em razão de um vínculo com a pessoa jurídica, geram a responsabilidade 
desta, independentemente de culpa. A Pessoa Jurídica nada fez de irregular; 
quem agiu de forma errônea foi o empregado; mas mesmo assim ela responde 
por este ato. Este tipo de responsabilidade também é objetiva e solidária, pois a 
vítima pode reclamar os danos tanto da pessoa jurídica, como do agente 
causador do prejuízo. O atual ordenamento cuidou da responsabilidade apenas 
das pessoas jurídicas que têm finalidade lucrativa ou empresarial. No entanto 
parte da doutrina entende que uma associação ou fundação (sem finalidade 
lucrativa) também deve responder pelos danos causados a terceiros. Leiam o 
artigo 931 do CC que traz um exemplo de responsabilidade objetiva e o artigo 
1.009 do CC que traz exemplo de responsabilidade solidária. Se ficou alguma 
dúvida, não se preocupem... voltarei a este tema em uma aula especial sobre 
Atos Ilícitos e Responsabilidade. 
B) Direito Público 
Histórico – A responsabilidade civil passou por diversas fases. A primeira 
é a irresponsabilidade total do Estado (The King can do not wrong). 
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Posteriormente, tentando justificar a responsabilidade estatal, surgiu a teoria 
civilista que distinguia na ação estatal duas espécies de conduta: 
Atos de Gestão – O Estado age como pessoa privada e seria responsável 
na gestão de seu patrimônio pelos prejuízos causados. 
Atos de Império – O Estado age no exercício de sua soberania e não 
poderia ser responsabilizado pelos seus atos lesivos. É lógico que esta teoria 
não foi aceita. E isto porque o Estado deve responder por sua conduta (tanto 
em uma ação quanto na sua omissão).
Desta forma a responsabilidade civil do Estado saiu da esfera da teoria 
civilista e encontrou seu fundamento no direito público (teoria publicista), com 
base no princípio da igualdade de todos perante a lei (todos têm encargos 
eqüitativamente distribuídos, não sendo justo que, para benefício da 
coletividade, somente um sofra os ônus). 
Atualmente as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado 
prestadoras de serviços públicos (concessionárias e permissionárias) têm 
responsabilidade civil:
x pelos danos que seus agentes (expressão ampla), nessas qualidades, 
causarem a terceiros (artigo 37, § 6º da Constituição Federal). Trata-se de 
responsabilidade de ressarcimento de danos, do tipo objetiva, isto é, a 
responsabilidade existe independentemente de culpa do funcionário. Há que se 
provar a conduta (positiva ou negativa), a lesão (dano patrimonial ou moral) e 
o nexo causal (a lesão foi causada pela conduta). Não se analisa a culpa. A 
vítima não necessita provar que se o agente teve ou não culpa. Provados 
somente aqueles três elementos (conduta, dano e nexo), o Estado deve 
indenizar. Lembrem-se que o vocábulo “culpa”, neste caso, deve ser entendido 
em seu sentido amplo, abrangendo a culpa em sentido estrito (o agente praticou 
uma conduta, mas não teve a intenção da ocorrência de um resultado 
específico, porém este acabou acontecendo por imprudência, negligência ou 
imperícia do agente) e o dolo (o agente teve a intenção de praticar a conduta, 
desejando os resultados advindos de sua conduta). Este tema também será 
melhor analisado na aula sobre “Ato Ilícito e Responsabilidade Civil”. Este 
mesmo artigo da Constituição (art. 37, §6º) autoriza ao Poder Público o direito 
de regresso contra o responsável da conduta. Assim, o Estado responde de 
forma objetiva (independente de culpa). Mas se ficar provada a culpa ou o dolo 
de uma terceira pessoa (ex: o funcionário), o Estado poderá acioná-lo (por meio 
desta “ação de regresso”). Desta forma, a responsabilidade do terceiro 
(funcionário) será subjetiva, pois neste caso deve estar configurada culpa em 
sentido amplo (que abrange o dolo ou a culpa em sentido estrito). 
x por atos de terceiros e por fenômenos da natureza. Neste caso, a 
responsabilidade é subjetiva. Ou seja, deve-se provar a culpa da Administração 
(ex: casos de enchentes ou depredações por movimentos populares, já 
previstos pela administração). Trata-se de uma exceção à regra de que o Estado 
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responde sempre de forma objetiva. Como vimos, nem sempre, pois há casos 
em que pode responder de forma subjetiva. 
Há alguma hipótese em que o Estado pode se exonerar (deixar de ter) de 
responsabilidade civil? – Sim... Uma delas ocorre quando não há nexo de 
causalidade entre a conduta e o dano. Outra hipótese é no caso de culpa
exclusiva da vítima no evento. Neste caso também não há responsabilidade (e 
conseqüentemente também não haverá indenização) por parte do Estado. 
Historicamente temos duas teorias sobre a Responsabilidade Objetiva do 
Estado. A primeira é chamada de Risco Integral, em que o Estado responde 
sempre, em qualquer hipótese. A outra é a do Risco Administrativo em que o 
Estado responde objetivamente, porém não é em qualquer hipótese. Em alguns 
casos, como vimos acima, o Estado não responde, como no caso da culpa 
exclusiva (e não concorrente) da vítima. Portanto, conclui-se que a teoria 
adotada pelo Brasil é a da Responsabilidade Objetiva do Estado, mas na 
modalidade do Risco Administrativo e não na do risco integral. Portanto, cabe 
ação contra o Estado, mesmo que não se identifique o funcionário que causou o 
dano (culpa anônima da administração). Mas... como já disse, voltarei a este 
assunto em outra aula, onde as espécies de responsabilidades ficarão mais 
claras. Eu diria que este foi apenas um “aperitivo” sobre o tema. 
Outroassunto interessante. Atualmente há previsão de imputabilidade 
criminal também para as pessoas jurídicas, em atividades lesivas ao meio 
ambiente, não excluindo a das pessoas físicas. Ou seja, tanto a Pessoa Física 
como a Pessoa Jurídica podem cometer crimes e responder a processos 
criminais em relação a danos ao meio ambiente. A imputabilidade penal da 
pessoa Jurídica está prevista inicialmente na Constituição Federal. Vejam o 
que diz o artigo 225, §3º: "As condutas e atividades consideradas lesivas ao 
meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a 
sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de 
reparar os danos causados". Este dispositivo foi regulado pela Lei 9.605/98. 
Vejam o que diz o seu art. 3º - "As pessoas jurídicas serão 
responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto 
nesta Lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu 
representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou 
benefício da sua entidade". 
EXTINÇÃO DA PESSOA JURÍDICA 
A existência da Pessoa Jurídica (em relação às sociedades e às associações) 
termina:
x pela dissolução deliberada de seus membros (extinção convencional), 
por unanimidade e mediante distrato. Distrato é a rescisão de um 
contrato. No caso é a convenção, em virtude da qual se promove a 
dissolução de uma sociedade. Pode ser amigável ou judicial. Para o 
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distrato seguem-se as mesmas regras que se fizeram próprias para a 
formação da sociedade (ou do contrato). É ressalvado o direito de 
terceiros e da minoria. Assim, se a minoria desejar a continuidade da 
sociedade, impossível será sua dissolução amigável (haverá então uma 
sentença judicial), a menos que o contrato contenha cláusula que 
preveja a extinção por maioria simples. No entanto, se a minoria tentar 
extinguir a pessoa jurídica, não conseguirá. 
x morte de seus membros (extinção natural) 
x quando a lei assim determinar. 
x em virtude de ato do governo – extinção administrativa (ex: o DL 
9.085/46 prevê a dissolução das sociedades perniciosas, já o DL 314/67 
reprime as organizações de tipo militar sem autorização legal, etc.). 
x pelo decurso do prazo, se constituída por prazo determinado. 
x pela falta de pluralidade de sócios (não existe sociedade de um sócio 
apenas), se a sociedade simples não for reconstituída no prazo de 180 
dias.
x dissolução por decisão judicial. 
É importante notar que a extinção da pessoa jurídica não se opera de 
modo instantâneo. Qualquer que seja o fator extintivo, tem-se o fim da 
entidade; porém, se houver bens em seu patrimônio e dívidas a resgatar, ela 
continuará em fase de liquidação, durante a qual ainda subsiste para a 
realização do ativo e pagamento de débitos. Assim, mesmo dissolvida uma 
pessoa jurídica, ela ainda pode subsistir, mantendo a personalidade para fins de 
liquidação. Encerrada a liquidação, aí sim, promove-se o cancelamento da 
inscrição da pessoa jurídica. 
Destino do patrimônio na dissolução 
Tratando-se de uma Sociedade (que possui finalidades econômicas, 
lucrativas), cada sócio terá direito ao seu quinhão; o remanescente do 
patrimônio social será partilhado entre os sócios ou seus herdeiros. 
Tratando-se de uma Associação (que não possui finalidades lucrativas), 
seus bens serão destinados: 
x conforme o previsto nos estatutos. 
x se não houver previsão, serão destinados a estabelecimento municipal, 
estadual ou federal que possua finalidades semelhantes aos seus. 
GRUPOS DESPERSONALIZADOS 
Como vimos, as sociedades, as associações, as fundações, etc., possuem 
personalidade jurídica. Mas nem todo grupo que objetiva um determinado fim é 
dotado de personalidade jurídica. Os grupos despersonalizados (ou com 
personificação anômala) constituem um conjunto de direitos e obrigações, 
de pessoas e bens, sem personalidade jurídica. No entanto, apesar de não 
terem personalidade, possuem capacidade processual isto é, capacidade para 
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postular em juízo (ou seja, ser autor ou réu em uma ação judicial). Citamos 
como exemplos, dentre outros: 
x Sociedades Irregulares e de Fato  (não personificadas)  são 
entidades já criadas e em funcionamento, mas que não têm existência legal, 
pois não foram registradas. 
x Massa Falida  é uma instituição criada por lei para exercer os direitos 
do falido. Decretando-se a falência de uma sociedade, a pessoa perde o direito à 
administração e à disposição do patrimônio, sendo que os bens são arrecadados 
e a reunião desses bens recebe o nome de massa falida, que é um ente 
despersonalizado, voltado à defesa dos interesses dos credores, podendo 
inclusive agir contra o falido. Não é um sujeito de direito, não podendo contrair 
obrigações. O Administrador Judicial da falência (falava-se em Síndico) a 
representa ativa e passivamente (ou seja, pode ser autor ou réu de uma ação 
judicial).
x Espólio  conjunto de direitos e obrigações do de cujus (pessoa que 
faleceu), ou seja, uma simples massa patrimonial deixada pelo autor da 
herança; é a herança, propriamente dita. Ela não é pessoa jurídica, não tendo 
nenhuma personalidade. O inventariante prestará compromisso legal e irá 
representar ativa e passivamente, em juízo ou fora dele os interesses do 
espólio.
Obs: A expressão latina “de cujus” se refere à pessoa que faleceu. Na 
verdade se trata das primeiras palavras de uma expressão maior: “de cujus 
successione agitur” (de cuja sucessão se trata). 
x Herança Jacente e Vacante  é o conjunto de bens deixados pelo 
falecido, enquanto não entregue a um sucessor devidamente habilitado. 
Morrendo uma pessoa, seus bens vão para os seus herdeiros, sejam eles legais 
(a lei fornece uma relação dos herdeiros) ou testamentários (o de cujus deixa 
um testamento). Mas e se a pessoa morrer, deixar muitos bens, mas não deixar 
herdeiros e nem testamento? O que ocorre? – Ora, se a pessoa deixou bens, 
deve-se abrir sua sucessão, que se dá através de um processo chamado 
inventário. Assim, ocorre a herança jacente se, não havendo testamento, o de
cujus não deixar herdeiros, ou deixando, eles renunciam, ficando sob a guarda e 
administração de um curador nomeado pelo Juiz. Aguarda-se... ninguém 
apareceu... Os bens da herança jacente são então declarados vacantes. Foram 
realizadas todas as diligências, não aparecendo nenhum herdeiro um ano depois 
de concluído o inventário. Decorridos cinco anos da abertura da sucessão, os 
bens arrecadados passarão ao domínio do Estado (em sentido amplo). Este 
tema será melhor analisado e aprofundado na aula sobre o Direito das 
Sucessões. No entanto não é todo edital que exige este tema. E nós temos que 
nos ater ao que consta no Edital do Concurso. 
x Condomínio Especial (condomínio em edificações) – trata-se de uma 
questão controvertida. A tendência atualmente é considerá-lo como tendo 
personalidade jurídica. Cabe a representação do condomínio (ativa e passiva) ao 
síndico ou administrador (que pode ser uma pessoa física ou jurídica). Vejam 
que hoje em dia um condomínio deve ter CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas 
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Jurídicas). No condomínio há uma affectio societatis (lembram-se desta 
expressão falada no início da aula?), havendo aptidão à titularidade de direitos e 
deveres, podendo adquirir imóveis, materiais para construção, conservação e 
administração do edifício em seu nome. 
DESCONSIDERAÇÃODA PERSONALIDADE JURÍDICA 
Esse é um assunto muito atual no Direito Civil e por isso um ótimo tema 
para concursos. Há um histórico muito bonito sobre esse instituto. Resumindo.
No início, no Brasil, tratava-se apenas de uma doutrina introduzida pelo direito 
anglo-saxão. Em razão do berço desta teoria (Inglaterra e EUA) é comum a 
utilização de termos em língua estrangeira: disregard of the legal entity 
(desconsideração da pessoa jurídica) ou disregard doctrine (doutrina da 
desconsideração), ou piercing the corporate veil (perfurando ou rasgando o véu 
da corporação ou personalidade jurídica) ou lifting the corporate veil
(levantando ou desvelando o véu da corporação).
Anteriormente não havia no Brasil uma previsão expressa na lei. Quem 
primeiro tratou do tema no Brasil foi o prof. Rubens Requião. Relata a doutrina 
que o primeiro caso abordando o tema ocorreu em 1.897, na Inglaterra no caso 
“Salomon v. Salomon & Cia”. Aaron Salomon constituiu uma sociedade com seis 
sócios, todos eles membros de sua família, cedendo uma ação para cada e 
reservando outras vinte mil para si. A empresa, que passava por dificuldades 
financeiras, emitiu títulos privilegiados, sendo que o próprio Salomon os 
adquiriu. A sociedade faliu e pagou seu débito para com Salomon (que era 
credor com privilégios), não conseguindo pagar os demais credores sem 
preferências. Entendeu-se que Salomon usou a companhia como escudo para 
lesar os demais credores. A tese inicialmente vingou. No entanto a Câmara dos 
Lordes acabou por entender que a conduta Salomon foi legal, pois ele (na 
ocasião) não poderia responder pessoalmente pelas dívidas sociais. Apesar disso 
a tese perdedora da desconsideração repercutiu e acabou se espalhando nos 
Estados Unidos e demais países europeus. 
No Brasil os juízes começaram a aplicá-lo como uma questão de justiça, 
de eqüidade, coibindo abusos e enriquecimentos sem causa. Com o tempo esta 
doutrina foi ganhando força, até que acabou sendo inserida no Código de Defesa 
do Consumidor. Daí foi se espalhando por todo o Direito brasileiro e acabou 
chegando também no Direito Civil, de forma expressa, com a edição do atual 
Código. Vamos explicar como funciona: 
Como sabemos, a pessoa jurídica, a exemplo da física, pode ser sujeito de 
direitos e obrigações, tendo existência independente dos membros que a 
compõem, ou seja, sem qualquer ligação com a vontade individual das pessoas 
físicas que a compõem. Como disse atrás... Pessoa Jurídica é uma coisa... 
Pessoas Físicas que integram, que compõem a Pessoa Jurídica é outra coisa. 
Desta forma a Pessoa Jurídica somente responderá pelos débitos dentro dos 
limites do capital social, ficando a salvo o patrimônio individual dos sócios 
que a compõe. 
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Devido a essa exclusão de responsabilidade dos sócios, que vigorava de 
forma plena em nosso Direito, a pessoa jurídica, por vezes, se desviou de seus 
princípios e finalidades, cometendo abusos, fraudes e desonestidades (evidente 
que se trata de uma minoria; não vamos aqui generalizar), provocando uma 
reação na doutrina e jurisprudência. A pessoa jurídica serviria como um escudo, 
uma couraça ou um manto protetor de distorções e fraudes levadas a efeito por 
uma pessoa física. Visando coibir tais abusos, surgiu a figura da 
desconsideração, despersonalização ou despersonificação da pessoa 
jurídica ou penetração na pessoa física (alguns também chamam de 
desestimação da pessoa jurídica). Com isso, se alcançam as pessoas físicas e 
seus bens que se escondem dentro de uma pessoa jurídica para fins ilícitos ou 
abusivos. Como se costuma dizer, com isso “retira-se o véu da pessoa jurídica, 
deixando a descoberto o patrimônio das pessoas físicas responsáveis pelo 
dano”.
Tal instituto permite ao Juiz não mais considerar os efeitos da 
personificação da sociedade, para atingir e vincular também as 
responsabilidades dos sócios, com intuito de impedir a consumação de 
fraudes e abusos cometidos, desde que causem prejuízos e danos a 
terceiros. Desta forma, os bens particulares dos sócios podem responder pelos 
danos causados a terceiros. Neste caso específico e determinado, o Juiz não leva 
em consideração a pessoa jurídica (daí desconsideração da pessoa jurídica), 
decidindo como se a pessoa física (ou natural) tivesse realizado o negócio. No 
entanto, o Juiz deve decidir com cautela, examinando cada caso em particular, 
se foram preenchidos todos os requisitos legais para decretação da medida. É 
como eu costumo dizer... cada caso é um caso... Como disse, nosso atual 
Código Civil acolheu tal princípio em seu art. 50: “Em caso de abuso da 
personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão 
patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério 
Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e 
determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares 
dos administradores ou sócios da pessoa jurídica”. Ocorre a confusão 
patrimonial, quando se analisa a escrituração contábil (ou das contas bancárias) 
e apura-se que a sociedade costuma pagar as dívidas pessoais do sócio, ou que 
este recebe créditos dela, etc. 
Fala-se atualmente em Teoria Menor e Teoria Maior da desconsideração. A 
Menor é aquela em que se dispensa um raciocínio mais cuidadoso para a 
incidência do instituto, bastando que a diferenciação patrimonial da sociedade e 
sócio seja um obstáculo à satisfação dos credores. Toda a vez que a pessoa 
jurídica não tenha bens suficientes em seu patrimônio para a satisfação de 
crédito os sócios seriam responsabilizados. Já na Teoria Maior é necessário é 
necessário maior apuro e precisão na constatação dos requisitos legais. Não é 
em qualquer hipótese que a desconsideração se aplica; ela somente ocorrerá em 
casos especiais previstos na Lei. Foi esta a adotada pelo Brasil. 
O estatuto legal pioneiro no Brasil sobre o tema foi o Código de Defesa 
do Consumidor (C.D.C. – Lei nº 8.078/90), ainda em vigor. Prevê tal estatuto: 
Art. 28: “o Juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade 
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quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de 
poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato 
social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, 
estado de insolvência, encerramento ou inativadade da pessoa jurídica causada 
por má administração”; §5º: “também poderá ser desconsiderada a pessoa 
jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao 
ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores”. Existem outras leis que 
também tratam do assunto. Ex: Lei 8.884/94 (art. 18), Lei 9.605/98 (atividades 
lesivas ao meio ambiente – art. 4°), etc. 
Como se trata de medida excepcional, tem-se entendido que a 
desconsideração da personalidade jurídica (ou, como também dizem outros 
doutrinadores, “a superação episódica da personalidade jurídica”) somente pode 
atingir os bens da pessoa que incorreu na prática do ato irregular, após a 
observância dos parâmetros exigidos pela lei. 
Esclareço que subsiste, ainda, o princípio da autonomia subjetiva da 
pessoa jurídica, distinta da pessoa de seus sócios, mas tal distinção é afastada 
nas hipóteses previstas na lei. Ou seja, a regra ainda é a da consideração da 
personalidade jurídica, prevalecendo, sobretudo, a diferenciação patrimonial da 
sociedade e seus sócios. Não se retirou a personalidade jurídica de forma total. 
A aplicação da teoria não importa em dissolução ou anulação da sociedade. Mas 
apenasa desconsidera em determinadas situações especificadas na lei. 
Fala-se em desconsideração inversa, quando se vincula o patrimônio da 
pessoa jurídica por obrigação de um sócio. Ex: um sócio adquire bens de grande 
valor e os registra em nome da pessoa jurídica sob seu controle, para livrá-los 
de uma futura partilha em uma separação judicial. 
Como uma evolução da desconsideração da personalidade jurídica tem-se 
adotado a Teoria da Sucessão de Empresas, pela qual, nos casos em que ficar 
patente a ocorrência de fraude poderá o magistrado estender as 
responsabilidades de uma empresa para outra (denominadas empresa sucedida 
e sucessora, respectivamente). Outra questão diz respeito à hipótese em que 
uma Pessoa Jurídica é controlada (direta ou indiretamente) por outra. 
Desconsidera-se uma, para atingir a outra. Mas há casos de difícil solução por 
não se saber bem que é a controladora. E mais. Às vezes uma pessoa jurídica 
age no País com pouco ou nenhum patrimônio e está totalmente em mãos de 
uma empresa escritural estrangeira (as chamadas off shores), praticando 
irregularidades. É um caso de difícil solução, cabendo ao Juiz avaliar este 
aspecto e onerar o patrimônio do verdadeiro responsável pelo fato, sempre que 
um prejuízo injusto for ocasionado a terceiros. 
Meus amigos e alunos. Completando a aula, vamos agora apresentar 
o nosso quadro sinótico, que é um resumo do que foi falado na aula de hoje.
Esse resumo tem a função de ajudar o aluno a melhor assimilar e memorizar os 
conceitos e classificações dadas em aula sobre o tema PESSOA JURÍDICA
dando uma visão completa sobre o tema e também para facilitar a revisão da 
matéria para estudos futuros. Vamos a ele. 
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QUADRO SINÓTICO 
PESSOAS JURÍDICAS
(arts. 40 ao 69 CC) 
PESSOA JURÍDICA (moral ou coletiva) – arts. 40 a 69 CC – Unidade de 
Pessoas Naturais (físicas) ou de patrimônios, que visa a consecução de certos 
fins, reconhecido como entidade com aptidões de direitos e obrigações; a lei 
empresta-lhe personalidade, capacitando-a para ser sujeito de direitos e 
obrigações. Corrente majoritária o Teoria da Realidade Técnica. 
CLASSIFICAÇÃO PRINCIPAL 
A) Pessoas Jurídicas de Direito Público 
1 – Externo o Regulamentadas pelo Direito Internacional – Ex: 
outros países soberanos, Santa Sé, organismos internacionais (ONU, 
OEA).
2 – Interno o O Estado. 
a) Administração Direta ou Centralizada o União, Estados 
Membros, Distrito Federal, Territórios e Municípios. 
b) Administração Indireta ou Descentralizada o Autarquias, 
as Associações Públicas (Lei 11.107/05) e as demais 
entidades de caráter público criadas por lei (Fundações 
Públicas). 
B) Pessoas Jurídicas de Direito Privado 
 1 – Espécies 
a) Fundações Particulares – universalidades de bens 
personificados em atenção ao fim que lhes dá unidade (arts. 
62/69 CC). Registro da escritura pública ou testamento. Dotação 
de bens livres que passam a ser inalienáveis e especificação dos 
objetivos.
b) Partidos Políticos (Lei 10.825/03). 
c) Organizações Religiosas (Lei 10.825/03). 
d) Associações – união de pessoas, sem finalidade lucrativa. 
e) Sociedades – Simples ou Empresárias o ambas visam 
finalidade lucrativa; no entanto a diferença está no seu objeto:
exercício (ou não) de atividade mercantil. Espécies: nome 
coletivo, comandita simples, conta de participação, limitada, 
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sociedade anônima (esta será sempre empresária) e comandita 
por ações. 
Obs. – Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista são 
consideradas como Pessoas Jurídicas de Direito Privado. 
 
2 – Início 
a) Ato Constitutivo – ato jurídico unilateral inter vivos ou 
causa mortis (fundações) ou ato jurídico bilateral ou 
plurilateral (associações e sociedades). 
b) Registro Público – inscrição dos contratos, estatutos ou 
compromissos no seu registro peculiar. Requisitos o art. 46 
CC.
3 – Domicílio 
a) Direito Público – art. 75, incisos I, II e III CC.
b) Direito Privado – Diretoria e Administração – art. 75, inciso 
IV do CC. 
c) Pluralidade Domiciliar – 75, §1º CC. 
d) Foro de Eleição – escolhido no contrato. 
4 – Término – dissolução deliberada de seus membros; hipóteses 
em que a lei determina; decurso de prazo (quando for constituída por 
prazo); falta de pluralidade de sócios; dissolução judicial. 
5 – Grupos Despersonalizados o sociedades de fato ou 
irregulares, massa falida, espólio, etc. 
RESPONSABILIDADE
Tanto as pessoas jurídicas de direito público como as de direito privado são 
responsáveis pelo que estiver disposto no contrato (responsabilidade 
contratual), respondendo com seus bens pelo eventual descumprimento de 
cláusulas contratuais. Já na órbita extracontratual há certa divisão em relação 
a responsabilidade: 
a) Pessoa Jurídica de Direito Privado – regra o possui responsabilidade 
indireta, ou seja, a pessoa jurídica deve reparar o dano causado pelo seu 
representante que agiu de forma contrária ao direito. Além disso, a 
responsabilidade é solidária, pois em razão do vínculo entre a pessoa jurídica e 
seus funcionários, a vítima pode reclamar os danos tanto da pessoa jurídica 
como do agente causador do dano. 
b) Pessoa Jurídica de Direito Público – regra o responsabilidade objetiva 
do Estado (art. 37, §6° C.F. – teoria do risco administrativo). O Estado, como 
regra, responde independentemente de culpa. No entanto tem o mesmo ação 
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regressiva contra o funcionário causador do dano, se provada a culpa deste. O 
Estado não responde se não houver nexo de causalidade entre a conduta e o 
dano ou se houve culpa exclusiva da vítima no evento 
DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA – disregard of the 
legal entity – art. 50 CC o atinge e vincula responsabilidades dos sócios 
(atingindo seus bens particulares), com intuito de impedir abuso da 
personalidade jurídica, desvio de finalidade ou confusão patrimonial. Previsto 
também no CDC, art. 28 e seu §5º. 
TESTES
 Lembrando que estes testes já caíram em concursos anteriores e têm a 
finalidade de revisar o que foi ministrado hoje, completando a aula. Muitas 
informações relativas à matéria, principalmente algumas situações especiais 
estão nas respostas dos testes. Algumas dúvidas que o aluno ficou em aula 
podem ser esclarecidas com os exercícios. Além disso, o aluno vai “pegando a 
malícia dos testes”; o quê exatamente o examinador quer com tal questão. Será 
que tem alguma “pegadinha”? Daí a importância de se fazer os testes e ler 
todas as respostas com atenção. Por tal motivo o gabarito é totalmente 
comentado. Façam os exercícios com calma. Não se afobem. Não há motivos 
para isso. Se estiverem cansados, não façam neste momento. Deixem para 
depois. Também não façam os testes “apenas por fazer”. Eles devem ser 
encarados como uma forma de aprendizado. Também não se preocupem com 
o nível de acerto. Neste momento isto não é importante. Muitos exercícios têm 
um nível elevado, acima dos concursos de uma forma geral. 
Agora, concentrem-se como se estivessem fazendo uma prova. Vamos 
começar...
01 – (MAGISTRATURA DE SÃO PAULO – CONCURSO 171) A idéia de 
personalidade exprime a aptidão genérica para adquirir direitos e 
contrair obrigações. Assim sendo, face ao direito positivo: 
a) apenas o ser humano é dotado de personalidade. 
b) todos os seres humanos e os entes morais (associações, sociedades e 
fundações) são dotados de personalidade.c) apenas o ser humano com capacidade plena é dotado de personalidade. 
d) o espólio, a massa falida e a herança jacente também são dotados de 
personalidade.
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02 – (T.R.F. – 1a. Região – Técnico Administrativo – 2006) De acordo 
com o Código Civil brasileiro, as autarquias, os partidos políticos e a 
União, são, respectivamente, pessoas jurídicas de direito: 
a) público interno, público interno e público externo. 
b) privado, público interno e público interno. 
c) público interno, privado e público interno. 
d) privado, público interno e público externo. 
e) público interno, privado e público externo. 
03 – São Pessoas Jurídicas de Direito Público: 
a) União, Estados-membros, Municípios e Empresa Pública. 
b) União, Estados-membros, Municípios e Sociedades de Economia Mista. 
c) União, Estados-membros, Municípios Distrito Federal e Territórios. 
d) União, Estados-membros, Municípios, Autarquias e Empresas Públicas. 
e) União, Estados Membros, Fundações, Autarquias e Sociedades Civis sem 
finalidade lucrativa. 
04 – As Fundações são: 
a) pessoas jurídicas de direito público ou privado, integradas por bens livres e 
com especificação de suas finalidades. 
b) pessoas jurídicas de direito público, integradas por bens livres e com 
especificação de suas finalidades. 
c) pessoas jurídicas de direito privado, integradas por bens livres e com 
especificação de suas finalidades. 
d) universalidade de bens, sem fim lucrativo e sem personalidade jurídica. 
d) universalidade de pessoas, despersonalizadas. 
05 – Assinale a alternativa que pode não corresponder a uma pessoa 
jurídica de direito público interno: 
a) as Autarquias. 
b) os Municípios. 
c) as Associações. 
d) a União. 
e) as Fundações Públicas.
06 – Está correto afirmar que: 
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a) as sociedades simples só podem se dissolver pela vontade de seus sócios. 
b) o patrimônio das associações sempre será distribuído para os associados em 
casos de dissolução. 
c) há sociedades simples, que para se constituírem dependem de autorização 
do governo. 
d) as fundações são espécies de associações. 
e) as sociedades simples não têm finalidade lucrativa. 
07 – (Tribunal Regional do Trabalho – 3a Região – Analista Judiciário – 
2005) São pessoas jurídicas de direito privado: 
a) as sociedades de economia mista e as autarquias. 
b) as empresas públicas e os municípios. 
c) as fundações e o Distrito Federal. 
d) os partidos políticos e as organizações religiosas 
e) o condomínio edilício e as associações. 
08 – (Procurador do Banco Central 2005) São Pessoas Jurídicas de 
Direito Público Interno: 
a) as fundações e as associações. 
b) somente a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal. 
c) as empresas públicas e as sociedades de economia mista. 
d) as autarquias e as associações públicas. 
e) os partidos políticos e as autarquias. 
09 – (FCC – Procurador do Estado AM – 2006) A criação e 
funcionamento das Organizações Religiosas: 
a) são livres; entretanto é permitido ao Poder Público negar reconhecimento 
dos seus atos constitutivos, permanecendo, neste caso, como entidades de 
fato.
b) dependem de autorização do Poder Público, que poderá negar-lhes 
reconhecimento se entender nocivas ou perigosas. 
c) são livres, sendo vedado ao Poder Público negar-lhes reconhecimento ou 
registro de seus atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. 
d) dependem de aprovação do Ministério Público para terem seus atos 
constitutivos registrados. 
e) dependem do reconhecimento do Poder Público como entidades filantrópicas 
ou assistenciais. 
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10 – (Técnico do Ministério Público da União – 2007) A respeito das 
Pessoas Jurídicas, analise: 
I – As autarquias, os partidos políticos e as organizações religiosas são 
pessoas jurídicas de direito público interno. 
II – Em regra, se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as 
decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes. 
III – Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a 
requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador 
provisório. 
IV – As fundações somente poderão constituir-se para fins religiosos, 
morais, culturais ou de assistência. 
É correto o que conta APENAS em: 
a) I, II e III. 
b) I, II e IV. 
c) II e III. 
d) II, III e IV. 
e) II e IV. 
11 – (Tribunal Regional do Trabalho – Analista Judiciário – 2005) Uma 
associação civil, regularmente constituída e em funcionamento há mais 
de um ano, caso tenha um direito líquido e certo seu violado, de modo 
ilegal e abusivo, por ato de autoridade pública, tem como remédio 
constitucional apropriado para sua defesa: 
a) ação civil pública. 
b) mandado de segurança. 
c) habeas data.
d) ação popular. 
e) mandado de injunção. 
12 – Assinale a alternativa correta.
a) a existência legal das pessoas jurídicas de direito público começa com a 
inscrição do ato constitutivo no registro pertinente, cujo prazo decadencial é 
de 05 (cinco) anos para que o interessado postule a anulação de seus atos 
constitutivos. 
b) somente em caráter excepcional, as pessoas jurídicas de direito público são 
civilmente responsáveis pelos atos de seus representantes, que, nessa 
condição, causem danos a terceiros, quando agirem de modo contrário ao 
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direito ou faltando a dever prescrito em lei, exceto o direito de regresso contra 
os causadores do dano. 
c) são pessoas jurídicas de direito público a União, os Estados, os Municípios e 
os partidos políticos. 
d) são pessoas jurídicas de direito privado as associações de utilidade pública 
e, excepcionalmente, o Distrito Federal. 
e) obrigam as pessoas jurídicas os atos praticados por seus administradores, 
que forem exercidos dentro dos limites fixados no ato constitutivo das 
mesmas. 
13 – (ICMS/SP – 2006) Tendo a Pessoa Jurídica diversos 
estabelecimentos em lugares diferentes: 
a) seu domicílio será considerado somente o lugar onde funcionar a respectiva 
diretoria.
b) considerar-se-á seu domicílio, apenas, a Capital Federal. 
c) não possui domicílio. 
d) seu domicílio será considerado, apenas, o lugar onde funcionar o principal 
estabelecimento.
e) cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados. 
14 – (ICMS/SP – 2006) Considere as afirmações abaixo sobre as 
Pessoas Jurídicas: 
I – Têm personalidade jurídica pública as autarquias, as empresas públicas 
e as sociedades de economia mista. 
II – Constituída uma fundação por negócio entre vivos, se o instituidor não 
lhe transferir a propriedade dos bens dotados, serão registrados em nome 
da fundação por mandado judicial. 
III – Constituem-se as associações particulares pela união de pessoas 
físicas ou jurídicas, que se organizam para fins não econômicos. 
IV – Dissolvida a pessoa jurídica, promover-se-á o cancelamento de sua 
inscrição no registro onde estiver inscrita. 
V – Salvo disposição em contrária no estatuto, a qualidade de associado é 
transmitida aos seus herdeiros, no momento da abertura da sucessão. 
Está correto o que se afirma APENAS em: 
a) I e II. 
b) I e III. 
c) II e III. 
d) II e IV. 
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