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Título: O Desenvolvimento Da Antropologia No Brasil
Olá, alunos e alunas do curso de Serviço Social da UNOPAR! Nesta primeira aula da Unidade 2 apresentarei um pouco da história da Antropologia no Brasil, destacando os temas que mais interessaram aos pesquisadores da cultura e da realidade brasileira. Vamos lá? Para começarmos teremos que voltar no tempo... Brasil, década de 30...
Foi nessa época que começaram a surgir as primeiras pesquisas etnográficas feitas por antropólogos formados no Brasil, após a abertura de cursos de Antropologia. É importante destacar que foi preciso trazer professores estrangeiros, o que promoveu uma "mistura" de influências teórico-metodológicas européias e norte-americanas na formação desses primeiros antropólogos brasileiros. Antes desse período, os estudos antropológicos feitos no país eram realizados por pesquisadores estrangeiros. Até, então, os temas mais pesquisados eram as culturas dos povos indígenas, dos negros e dos sertanejos.
A partir dos anos 40, continuam as pesquisas sobre os índios, negros e sertanejos, mas se iniciam estudos e análises sobre a sociedade brasileira como um todo - o chamado "povo brasileiro". Esses estudiosos da geração de 30 e 40 se empenharam em compreender a "identidade nacional", fruto do momento histórico político do país. Essa primeira fase da Antropologia no Brasil estendeu-se até a década de 60.
Darcy Ribeiro, grande estudioso da cultura e da identidade brasileira, em uma frase célebre afirma:
“Nós, brasileiros, somos um povo em ser, impedido de sê-lo. Um povo mestiço na carne e no espírito, já que aqui a mestiçagem jamais foi crime ou pecado. Nela fomos feitos e ainda continuamos nos fazendo. Essa massa de nativos viveu por séculos sem consciência de si... Assim foi até se definir como uma nova identidade étnico-nacional, a de brasileiros..." Darcy Ribeiro, em O Povo Brasileiro
"As universidades criadas na década de 1930, como sabido, jogam papel destacado na definição das distintas esferas do saber, imprimindo novos formatos à produção intelectual. As grandes sínteses de interpretação do país tendem, a partir de então, a ceder lugar aos recortes específicos, às pesquisas sistemáticas sobre novos objetos, com o auxílio de metodologias particulares, exaustivamente apresentadas nas introduções das monografias científicas. O mercado editorial constitui um bom termômetro para localizarmos as feições de uma época, os anos 1950, nos quais se observam esforços de delimitação de áreas e setores do conhecimento." (PEIXOTO e SIMÕES, 2003, p.384)
PEIXOTO, Fernanda Arêas and SIMOES, Júlio Assis. A Revista de Antropologia e as ciências sociais em São Paulo: notas sobre uma cena e alguns debates. Rev. Antropol. [online]. 2003, v. 46, n. 2, pp. 383-409. ISSN 0034-7701.
Na década de 60, surge com muita força a chamada Antropologia Regionalista, enfocando o modo de vida dos camponeses, as migrações urbanas e as diferenças culturais entre as diversas regiões do Brasil. Entre os anos 60 e 70, ganham força os estudos de Etnologia Indígena, através de pesquisas com enfoque político: os etnólogos que se dedicaram aos índios, nesse período, passaram a enfatizar em suas obras os conflitos entre esses povos e o restante da população não indígena. Entram em cena, portanto, os seguintes temas: identidade étnica; diversidade sócio-cultural das etnias indígenas; relações do índio com a sociedade brasileira; direito indígena; cosmologias indígenas; expressões culturais próprias; organização social (papéis e relações sociais); sistemas de crenças e religiões; rituais e mitos indígenas; a diferença entre linguagem oral e a escrita.
A Antropologia passa, então, a defender as causas indígenas, contribuindo diretamente com o estabelecimento de leis de proteção à diversidade sócio-cultural dessas etnias brasileiras. Os povos indígenas começam a ser reconhecidos como "totalidades culturais", com o direito de existirem, de preservarem sua cultura, bem como de terem a posse de suas terras - o chamado Direito Indígena.
Por falar em Direito Indígena, proponho que assistam aos dois vídeos, abaixo. O primeiro trata da discriminação e da exploração dos povos indígenas. O segundo apresenta uma discussão bastante recente, no Brasil, a respeito dos Direitos Humanos. Vale a pena refletirmos sobre ambos.
	Qual é a visão do "homem branco" a respeito dos povos indígenas? Uma visão relativizada ou etnocêntrica?
Índio do Brasil - David Assayag (Música Indigena Brasileira)
Na década de 60, surge com muita força a chamada Antropologia Regionalista, enfocando o modo de vida dos camponeses, as migrações urbanas e as diferenças culturais entre as diversas regiões do Brasil. Entre os anos 60 e 70, ganham força os estudos de Etnologia Indígena, através de pesquisas com enfoque político: os etnólogos que se dedicaram aos índios, nesse período, passaram a enfatizar em suas obras os conflitos entre esses povos e o restante da população não indígena. Entram em cena, portanto, os seguintes temas: identidade étnica; diversidade sócio-cultural das etnias indígenas; relações do índio com a sociedade brasileira; direito indígena; cosmologias indígenas; expressões culturais próprias; organização social (papéis e relações sociais); sistemas de crenças e religiões; rituais e mitos indígenas; a diferença entre linguagem oral e a escrita.
A Antropologia passa, então, a defender as causas indígenas, contribuindo diretamente com o estabelecimento de leis de proteção à diversidade sócio-cultural dessas etnias brasileiras. Os povos indígenas começam a ser reconhecidos como "totalidades culturais", com o direito de existirem, de preservarem sua cultura, bem como de terem a posse de suas terras - o chamado Direito Indígena.
Por falar em Direito Indígena, proponho que assistam aos dois vídeos, abaixo. O primeiro trata da discriminação e da exploração dos povos indígenas. O segundo apresenta uma discussão bastante recente, no Brasil, a respeito dos Direitos Humanos. Vale a pena refletirmos sobre ambos.
	Qual é a visão do "homem branco" a respeito dos povos indígenas? Uma visão relativizada ou etnocêntrica?
Índio do Brasil - David Assayag (Música Indigena Brasileira)
DENÚNCIA - ASSASSINATO DE CRIANÇAS INDÍGENAS NA AMAZÔNIA
O segundo vídeo, que trata do infanticídio entre alguns povos indígenas brasileiros, revela a necessidade de discutir a relação entre Direitos Humanos, que são universais, e o Direito Indígena, que prevê a preservação das identidades sócio-culturais desses povos.
"Desse modo, são consubstanciados o caráter universal e singular dos Direitos Humanos. Nessa perspectiva, recoloca-se, nessa discussão, o problema central da Antropologia: pensar a humanidade formada por seres que compartilham uma mesma e única natureza, como uma coisa só; de outro lado, compreender e definir essa natureza humana em relação à diversidade sócio-cultural produzida como sua marca distintiva e necessária." (FARAH, R. Direito e Antropologia. 2005)
Se quiserem consultar na íntegra, é só clicar no endereço abaixo:
Acesso em 25/03/08.
Agora, acessem o Fórum e postem suas respostas para a questão formulada nesta aula.
http://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2228/Direito-e-Antropologia
Título: A Antropologia Urbana No Brasil E Outros Temas
Olá, alunos e alunas do curso de Serviço Social da UNOPAR! Nesta última aula, vamos tratar do desenvolvimento da Antropologia no Brasil a partir dos anos 80, dando continuidade à aula anterior. Também, pretendo convidar a todos para uma reflexão sobre a importância da Antropologia Urbana e suas pesquisas em nosso país, e suas consequentes contribuições para o Serviço Social. Então, vamos lá!
Entre as décadas de 60 e 70, surge, no Brasil, a Antropologia Urbana, que já estava bastante desenvolvida nos outros países. Nesse período, os estudiosos se voltaram para a análise dos modos de vida das camadas sociais mais pobres, os moradores de periferias e favelas, os grupos socialmentemarginalizados, além de outros enfoques urbanos.
Sugestão de artigo: LEWGOY, Bernardo. Na metrópole: textos de antropologia urbana. Rev. Antropol. [online]. 1997, v. 40, n. 2, pp. 247-251. ISSN 0034-7701. DISPONÍVEL EM:
http://www.scielo.br/pdf/ra/v40n2/3238.pdf - Acesso em: 25/03/09
O autor, neste artigo, afirma que "Os antropólogos após constituírem suas teorias, conceitos e métodos em sociedades observadas na escala da aldeia, defrontaram-se com o problema de abordar agrupamentos humanos situados em sociedades complexas, marcadas por uma história de longa duração, por transformações aceleradas em seus sistemas simbólicos e estilos de vida e pela onipresença da cidade, como o locus onde enraíza sua memória e experiências coletivas. Diante disso, intensificou-se a preocupação em dialogar com a produção sociológica clássica e moderna a respeito da cidade, em que os clássicos problemas religião e secularização, tradicional e moderno, comunidade e sociedade, rural e urbano, indivíduo e sociedade, passam a ser enfocados à luz do grande laboratório sociocultural representado pelas metrópoles no século XX" (LEWGOY, 1997, p.248)
A partir dos anos 80, a Antropologia brasileira se direciona mais para a análise da diversidade de valores, expressões culturais e modos de ser dos grupos sociais urbanos, destacando-se estudos de gênero, sobretudo as relações entre o homem e a mulher, o papel da mulher na sociedade e os direitos da mulher; estudos sobre prostituição; análise dos diferentes modelos de família; pesquisas sobre arquitetura urbana e as chamadas minorias étnicas; estudos de memória histórico-cultural; e as formas de interação e sociabilidade nas grandes cidades. Esses temas da Antropologia Urbana procuram contemplar os valores do homem urbano, as representações e práticas sócio-culturais dos diversos grupos que vivem nos grandes centros, e a questão da cultura capitalista e da industrialização.
Muitos antropólogos brasileiros compreendem que o processo de globalização, industrialização, modernização e urbanização têm impactos sobre a formação da identidade, da subjetividade e da expressão cultural dos grupos sociais. Nesse sentido, aproveito para sugerir o livro abaixo, organizado por Celi Scalon, com textos de diversos autores, cujo problema da desigualdade é tratado como uma "marca" da sociedade brasileira, apresentando, também, o modo como a população percebe as desigualdades sociais. Muito bom!
SCALON, Celi (org.). Imagens da desigualdade. UFMH, 2004.
Leiam, também, alguns comentários a respeito de um artigo publicado no Jornal O Globo, de Ricardo Paes de Barros, Mirela de Carvalho e Samuel Franco. Eles afirmam que, nos últimos anos, houve uma queda no nível de desigualdade no Brasil. Fica como sugestão de leitura:
http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=34909 - Acesso em: 22/03/09.
Em uma entrevista sobre "políticas públicas e diversidade cultural", no site do Observatório da Diversidade Cultural (link abaixo), a professora Dra. Lia Calebre argumenta e denuncia que, no Brasil, "[...] temos poucas políticas públicas voltadas para a diversidade cultural", destacando o problema de que "A consciência da maior parte da população é formada pela grande mídia, o que forma estereótipos. Temos um país inteiro que quer se comportar como Rio e São Paulo, pois o canal de cultura e informação é a TV aberta presente nas casas de mais de 90% da população brasileira. O que não se apresenta nos grandes meios de comunicação é tido como algo menor. E uma forma das pessoas se reconhecerem diversas são elas se verem diversas, mas os meios de comunicação são homogeneizantes. O que precisa é da multiplicação de pólos irradiadores de valores simbólicos diversos".
Outro tema que merece destaque, também de muito interesse antropológico, é o do racismo e das desigualdades nas relações interétnicas. Sugiro uma leitura interessante, artigo do autor Luiz Fernando Martins da Silva, intitulado "Racismo e desigualdade social na ordem do dia", no qual procura fornecer informações e dados para maiores debates sobre o problema na atualidade. O autor põe em evidência alguns aspectos da legislação brasileira, problematizando, de forma crítica, os encaminhamentos dados no país em relação a esta temática. É só clicar no seguinte endereço:
http://www.achegas.net/numero/zero/l_fernando.htm - Acesso em 25/03/09.
Vamos assistir, então, a um vídeo-documentário sobre o assunto. Muito bom!
Racismo no Brasil
A Antropologia também vem se dedicando em pesquisar os grupos sociais minoritários, suas identidades sócio-culturais, as expressões culturais, a cidadania e seus direitos, os conflitos sociais, além do racismo e preconceito já mencionado.
	Como esses estudos antropológicos podem contribuir com o trabalho do Assistente Social? 
Agora, acessem o Fórum e postem suas respostas para esta questão. Muito obrigada a todos, pelas participações e contribuições nestas web-aulas!
1) Quando a Antropologia, como ciência, surgiu no Brasil?
Alternativas:
a) Século XIX quando os antropólogos analisaram as classes sociais
b) Século XX com a antropologia estrangeira.
c) Década de 1920 com as primeiras pesquisas etnográficas.
d) Década de 1950 com as primeiras pesquisas de campo.
2) Com o surgimento dos cursos de Antropologia no Brasil, quais foram as principais pesquisas e objetos de campo?
Alternativas:
a) Povos indígenas, negros e sertanejos.
b) Antropologia urbana.
c) Antropologia contemporânea.
d) Relação indivíduo e sociedade.
3) A antropologia no Brasil a partir da década de 1940 passou a estudar o chamado "povo brasileiro", tentando analisar a "identidade nacional". Entretanto a partir da década de 60 surge a antropologia regionalista. Sobre isso assinale a alternativa correta:
Alternativas:
a) A Antropologia regionalista analisa a semelhança entre as culturas brasileiras
b) A Antropologia regionalista estuda as regiões do Brasil
c) A Antropologia Regionalista enfoca no modo de vida dos trabalhadores urbanos.
d) A Antropologia Regionalista, enfocando o modo de vida dos camponeses, as migrações urbanas e as diferenças culturais entre as diversas regiões do Brasil.
4) Na década de 70 e 80 a Antropologia no Brasil passou a analisar questões urbanas voltadas para a análise dos modos de vida das camadas mais pobres, marginalizadas da sociedade. Entretanto, os pesquisadores passam a presenciar muitos problemas em suas investigações. São eles:
Alternativas:
a) Problemas por se tratarem de sociedades complexas, marcadas por uma história de longa duração, por transformações aceleradas em seus sistemas simbólicos e estilos de vida e pela onipresença da cidade, como o locus onde enraíza sua memória e experiências coletivas.
b) Problemas de ordem lógica. O objeto de pesquisa não compreendiam a própria realidade
c) Problemas por se tratarem de sociedades simples sem muitas coisas a serem analisadas.
d) Problemas sociais voltados para a desigualdade e não possibilidade de realizar entrevistas.
5) Atualmente muitos pesquisadores compreendem que o processo de globalização, industrialização, modernização e urbanização tem impactos sobre a formação da identidade, da subjetividade e da expressão cultural dos grupos sociais. A partir da década de 1980 os antropólogos no Brasil passam a analisar os valores expressões culturais e modos de agir dos grupos sociais urbanos. Os principais temas da Sociologia urbana são:
Alternativas:
a) Negros, minorias, e estudos sobre as tribos indígenas.
b) Gênero, sobretudo as relações entre o homem e a mulher, o papel da mulher na sociedade e os direitos da mulher; estudos sobre prostituição; análise dos diferentes modelos de família; pesquisas sobre arquitetura urbana; e as chamadas minorias étnicas; estudos de memória histórico-cultural; e as formas de interação e sociabilidade nas grandes cidades.
c) Estudos sobre tribos indígenas e migrações.
d) Estudos sobre a relação indivíduo e sociedade.AV2

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