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O que é um texto? O que é um texto verbal (linguístico)? Quais os gêneros e tipos de textos linguísticos? Profº doutorando Paulo Pereira PPGLingC-UFBA Composição por signos (verbais ou não verbais); Comunicar socialmente (a palavra deriva do latim communicare, que significa “partilhar algo, pôr em comum”) gerando uma mensagem; Semiose – processo de geração de sentidos e significação; A homogeneidade (texto verbal = coesão, coerência) José Fernandes da Silva “Etimologicamente, o conceito de texto é o de um tecido (segundo o Dicionário Aurélio). Na verdade, a sua essência é a de uma espécie de tecido. Porém, nessa espécie de tecido, o que realmente se tece (entrecruza), para constituí-lo como tal, não são exatamente fios, como nos tecidos propriamente ditos, mas sequências informativas e representativas.” CIRCUITO FECHADO “Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo; pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço, relógio, maços de cigarros, caixa de fósforos. Jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos de notas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro- negro, giz, papel. Mictório, pia, água. Táxi. Mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras, cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro.” (Ricardo Ramos) Gêneros textuais podem ser vistos como práticas sócio- históricas; Os gêneros textuais são fenômenos históricos, profundamente vinculados à vida cultural e social, portanto, são entidades sócio-discursivas; Caracterizam-se como eventos semióticos altamente maleáveis e dinâmicos. Os gêneros textuais caracterizam-se por suas peculiaridades linguísticas e estruturais. Tipos textuais: sequência definida pela natureza linguística de sua composição (narração, descrição e dissertação); Gêneros textuais: são os textos encontrados no nosso cotidiano e apresentam características sócio- comunicativas (carta pessoal ou comercial, diários, agendas, e-mail, orkut, lista de compras, cardápio entre outros). Tipos textuais voltados para as funções sociais dos textos. Informativos; Expositivos; Numerados; Prescritivos; Literário; Argumentativo. MARCUSCHI (2002) TRAVAGLIA (2002) O tipo de texto é determinado pelo modo de se estabelecer a interação entre texto e leitor. Isso significa que o tipo é caracterizado pela natureza linguística de sua construção teórica, ou seja, por seus tempos verbais, aspectos lexicais e sintáticos, relações entre seus elementos. Os principais tipos textuais são: descritivos, dissertativo, narrativo, argumentativo, expositivo, injuntivo. Se o tipo é organizado pelos seus elementos formais, o gênero é caracterizado pelo seu estilo, pela sua função sócio-comunicativa, ou seja, para o fim a que se destina. Surgem, assim, vários gêneros (orais e/ou escritos): Bula de remédios, bilhete, narrativas, artigos de opinião, crônicas, romances, receitas, classificados, reportagens jornalísticas, carta pessoal, carta comercial, catálogos, lista telefônica, telefonema, email, cardápio, chat, manual de instruções, resenha, outdoor, plano de aula, aula virtual, resumo, charge, boletim de ocorrência, edital de concurso, relatório, piada, conversação comum, conferência, sermão, romance, biografia, horóscopo, reunião, etc. Tipos e gêneros podem conviver num mesmo texto. Assim sendo, um texto, por exemplo, do gênero carta, pode ser do tipo narrativo, argumentativo, etc. Um romance pode trazer trechos descritivos, embora seja predominantemente narrativo. Numa bula de remédio estão presentes três tipos: descritivo, dissertativo e injuntivo. Na fábula, o narrativo e argumentativo. Concluímos que um mesmo tipo de texto pode ocorrer em vários gêneros. Texto narrativo: Tipo textual em que se conta uns fatos, fictício ou não, que ocorreu num determinado tempo e lugar, envolvendo personagens. Refere-se a objetos do mundo real ou fictício. Há uma relação de anterioridade e posterioridade. Como o Chapeuzinho Vermelho ou A Bela Adormecida até as piadas do cotidiano. Texto descritivo: Um texto em que se faz um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. A classe de palavras mais utilizada nessa produção é o adjetivo, pela sua função caracterizadora. Numa abordagem mais abstrata, pode-se até descrever sensações ou sentimentos. Texto argumentativo: Esse texto tem a função de persuadir o leitor, convencendo-o de aceitar uma ideia imposta pelo texto. É o tipo textual mais presente em manifestos e cartas abertas, e quando também mostra fatos para embasar a argumentação, se torna um texto dissertativo- argumentativo. Texto dissertativo (ou expositivo): Dissertar é o mesmo que desenvolver ou explicar um assunto, discorrer sobre ele. Assim, o texto dissertativo pertence ao grupo dos textos expositivos, juntamente com o texto de apresentação científica, o relatório, o texto didático, o artigo enciclopédico. Em princípio, o texto dissertativo não está preocupado com a persuasão e sim, com a transmissão de conhecimento, sendo, portanto, um texto informativo. Quando o texto, além de explicar, também persuade o interlocutor e modifica seu comportamento, temos um texto dissertativo-argumentativo. Texto injuntivo: Indica como realizar uma ação. Também é utilizado para predizer acontecimentos e comportamentos. Utiliza linguagem objetiva e simples. Ex.: Previsões do tempo, receitas culinárias, manuais, leis, convenções, regras, e eventos. ANTUNES, I. (2004). Aula de português: encontros e interação. São Paulo: Parábola. BRONCKART, J.-P. (1999). Atividades de linguagem, textos e discursos. Por um interacionismo sócio- discursivo. São Paulo: Editora da PUC/SP. FÁVERO, L. L. & KOCH, I. V. (1987). “Contribuição a uma tipologia textual”. In Letras & Letras. Vol. 03, nº 01. Uberlândia: Editora da Universidade Federal de Uberlândia. pp. 3-10. MARCUSCHI, L. A. (2002). “Gêneros textuais: definição e funcionalidade” In DIONÍSIO, Â. et al. Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna. TRAVAGLIA, L. C. (1991). Um estudo textual-discursivo do verbo no português. Campinas, Tese de Doutorado / IEL / UNICAMP, 1991. 330 + 124 pp. BAKHTIN,M. Os gêneros do discurso. In: Estética da Criação Verbal. 2 a. ed. São Paulo: Martins fonte, 1997. Disponível em: <http://www3.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/cd/port/84.pdf>Acesso em: 01 dez. 2008. ______. BAKHTIN, Michael. Estética da comunicação verbal. São Paulo : Martins Fontes,1997. Disponível em: <http://www3.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/cd/port/84.pdf> Acesso em: 01 dez. 2008. ______. BAKHTIN, Michael. Os gêneros do discurso: In : Estética da Criação Verbal. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000. Disponível em: <http://www3.unisul.br/paginas/ensino/pos/linguagem/cd/port/84.pdf> Acesso em: 01 dez. 2008.
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