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Fundamentos de Economia I - Tema 7

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A demanda fundamentada no 
comportamento dos consumidores
José Tadeu de Almeida
Introdução
Nesta aula vamos analisar o comportamento dos consumidores durante a escolha de produ-
tos que atendam suas necessidades. Verificaremos que eles optam por determinadas quantidades 
de bens a partir do grau de satisfação que eles oferecem.
Objetivos de aprendizagem:
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • identificar as propriedades da curva de indiferença;
 • compreender a teoria da utilidade por meio das noções de utilidade total e utilidade marginal;
 • entender o conceito de restrição orçamentária.
1 Hipóteses
Quando discutimos a Teoria do Consumidor temos que partir do princípio que o consumidor pos-
suí preferências em relação ao seu consumo. O consumidor é livre para optar por aquilo que irá adquirir. 
Neste sentido três hipóteses são importantes (PINDYCK & RUBINFELD, 2013). Confira a seguir.
 • Integralidade
As preferências dos consumidores são completas. Quando o consumidor opta por 
adquirir certos bens, em quantidades distintas, eles atenderão sua necessidade e ele é 
capaz de ordenar e comparar suas preferências. Neste caso, o consumidor é indiferente 
às quantidades de bens consumidos, desde que satisfaçam seu bem-estar.
 • Transitividade
Para obter bem-estar, o consumidor opta pela combinação de bens ou serviços con-
siderados favoráveis. Suponhamos, se o consumidor prefere um bem A em relação a 
um bem B, e prefere o produto B em relação ao bem C, logo, ele prefere o produto A em 
relação ao produto C. Torna-se assim consistente a escolha do consumidor.
 • Mais é melhor do que menos (Monotonicidade ou Insaciabilidade)
Como os consumidores sempre estão buscando satisfação naturalmente tenderão a obter a 
maior quantidade possível de bens que compõem suas preferências. Sendo assim, não esta-
rão nunca satisfeitos completamente, são insaciáveis em suas preferências de consumo.
2 Cestas de mercado
O comportamento do consumidor em relação à escolha de determinados produtos segue 
uma ordenação que lhe permite optar por quantidades destes bens, que irão maximizar sua satis-
fação e seu bem-estar. Por meio desta ordenação podemos avaliar a demanda dos consumidores. 
Acompanhe a seguir.
Imagine que um consumidor tem, entre suas escolhas ideais, diferentes quantidades de cer-
vejas (C) e antiácidos (A). Estas combinações podem ser denominadas como A (20C, 18A), B (12C, 
45A), C (39C, 21A), D (27C, 38A), E (12C, 19A) e F (11C, 41A). Quando ordenadas em conjunto, 
estas combinações de bens, que satisfazem o consumidor, recebem a denominação de cestas de 
mercado (PINDYCK & RUBINFELD, 2013). 
3 Curvas de indiferença
É importante destacar que diversas cestas de mercado podem satisfazer as necessidades do 
consumidor. Observe na figura “Curva de indiferença” que cada ponto corresponde a uma cesta de 
mercado. Se traçarmos uma linha de tendência em torno destas cestas teremos um padrão para com-
pará-las e poderemos verificar qual delas é a melhor. Esta linha é denominada curva de indiferença.
 
Figura 1 – Curva de indiferença
50
45
40
35
30
25
20
15
10
 5
 0
0 10 20 30 40 50
B
F D
E A
C
Número de cervejas
N
úm
er
o 
de
 a
nt
iá
ci
do
s
Fonte: elaborada pelo autor, 2016.
FIQUE ATENTO!
Para qualquer ponto que esteja na curva, que também corresponde a uma cesta 
de mercado, o consumidor estará indiferente em seu processo de escolha. Ele não 
terá motivos para optar por cestas que estejam abaixo da curva de indiferença, pois 
elas não oferecem satisfação completa. 
Como não é possível ao consumidor adquirir infinitas quantidades de ambos os bens, ele 
deverá abrir mão da quantidade de um bem em prol de uma quantidade maior de outro: mais cer-
vejas por menos antiácidos, por exemplo.
4 Mapa de indiferenças
É importante destacar que há infinitas possibilidades de escolha para o consumidor; há várias 
cestas de mercado que são indiferentes ao consumidor do ponto de vista de sua satisfação, permi-
tindo assim que novas curvas sejam formadas. A combinação destas curvas é chamada de mapa 
de indiferença (PINDYCK & RUBINFELD, 2013).
Figura 2 – Mapa de indiferença
50
45
40
35
30
25
20
15
10
 5
 0
0 10 20 30 40 50
B
F D
E A
C
Número de cervejas
N
úm
er
o 
de
 a
nt
iá
ci
do
s
U1
U2
U3
Fonte: elaborada pelo autor, 2016.
Percebemos que as distintas (e infinitas) curvas de indiferença expressam o mapa de indiferença 
de um consumidor. A figura “Mapa de indiferença” ilustra como o consumidor pode mudar suas esco-
lhas, buscando a melhor combinação, optando pelas cestas de mercado que estão sobre a curva U3 
ou além dela (como a cesta d), uma vez que estas cestas irão maximizar a satisfação do consumidor.
As curvas de indiferença possuem algumas propriedades. Entre elas, o fato de que não se 
cruzam: não há duas curvas que correspondam a uma mesma cesta ideal. Da mesma forma, elas 
são inclinadas para baixo, motivo pelo qual um consumidor sempre irá optar por consumir mais 
unidades de um bem se abrir mão do consumo de outro produto. Em terceiro lugar, as curvas mais 
elevadas serão preferíveis ao consumidor com base na hipótese da insaciabilidade.
Por fim, as curvas são convexas em relação ao ponto de origem (0,0), ou seja, o consumidor 
tem disposição para trocar o bem que ele possui em maior quantidade para obter aquele que está 
mais escasso. (PINDYCK & RUBINFELD, 2013)
5 Utilidade
Vamos estudar agora um conceito sobre o comportamento do consumidor em relação à sua 
demanda por bens: a utilidade, que consiste na satisfação e no bem-estar dos consumidores em 
relação ao consumo dos bens que formam sua preferência.
Na figura “Mapa de indiferença” podemos perceber que, em relação às três curvas de indife-
rença, a cesta D, localizada na curva U3, é preferível à cesta E, localizada na curva U1. Observe que 
esta cesta D trará maior satisfação ao consumidor. Se atribuirmos valores ao grau de satisfação 
de cada escolha poderemos avaliar a utilidade total de cada cesta de mercado. 
FIQUE ATENTO!
Não há uma unidade de medida da utilidade, como quilos ou metros. O conceito 
expressa apenas uma ordem de grandeza em relação à satisfação do consumidor. 
Neste sentido, enfatizamos que cada curva de indiferença trará ao consumidor um 
certo grau de utilidade.
6 Utilidade marginal
Conforme estudamos, o consumo de cada bem agrega utilidade ao consumidor. Ou seja, 
cada unidade a mais de um produto consumido traz uma certa satisfação ou utilidade adicional. 
Assim, chamamos de utilidade marginal o grau de satisfação obtido por meio do consumo de 
uma unidade adicional (um consumo na margem) de um bem. 
SAIBA MAIS!
O conceito de utilidade é discutido desde o século XIX por autores como William 
Jevons. Você pode encontrar referências deste debate acessando a tese de 
doutorado de Waldemar Sobral Sampaio (UFRJ) disponível em: <http://www.ie.ufrj.
br/images/pesquisa/publicacoes/dissertacoes/2008/para_alem_da_utilidade_
marginal_uma_leitura_metodologica_alternativa_de_jovens_e_walras.pdf>.
Perceba que a utilidade marginal é sempre decrescente, considerando que, à medida que se 
consome mais de uma determinada mercadoria, estas quantidades irão gerar menos utilidade e 
satisfação ao consumidor (PINDYCK & RUBINFELD, 2013).
SAIBA MAIS!
Quando um consumidor consome mais unidades de um bem, de sua cesta de 
mercado, a utilidade marginal diminui, mas a utilidade marginal dos outros bens, 
não consumidos naquele instante, aumenta. Se tal situação não acontecesse, com 
o tempo, todos os bens teriam utilidade marginal zero.
Vale lembrar que o consumidor sempre adquire um bem que fornecerá maior utilidade mar-
ginal no momento da decisão de compra. Se ele tem mais fome do que vontade de comprarum 
televisor de 55 polegadas, por exemplo, ele irá primeiro comer, pois a utilidade marginal da comida 
é maior do que a do televisor naquele momento.
EXEMPLO
Quando um consumidor compra um lanche podemos arbitrar sua utilidade em 6 
unidades. Se ele come um segundo lanche não sentirá tanto o sabor, e sua utilidade 
cai para 4. Se come um terceiro, na sequência, estará empanturrado, e a utilidade 
é de apenas 2. Se, para provar alguma coisa para seus amigos, ele decide comer o 
quarto lanche, é fortemente provável que tenha uma congestão e a utilidade margi-
nal deste lanche será próxima a zero.
7 Restrição orçamentária
Há uma variável fundamental para o consumidor nos processos de escolha: a restrição 
orçamentária. Como vimos, no exemplo mencionado nesta aula, as pessoas desejam a maior 
quantidade possível de cervejas e antiácidos, porém não dispõem de renda para adquirir a maior 
cesta de mercado possível. Mas, por que não consumir infinitamente em cestas de mercado o 
mais à direita possível no mapa de indiferenças?
Isto não ocorre porque as pessoas dispõem de uma renda fixa que lhes permite adquirir 
alguma quantidade dos dois bens, conforme o preço.
Supondo que o consumidor dispõe de uma renda W e a gaste, inteiramente, para o con-
sumo de dois bens, no caso cervejas e antiácidos, podemos verificar que as escolhas de compra 
seguem a equação 2:
(Pc * C) + (Pa * A) = W
Onde Pc representa o preço da cerveja C, e Pa o preço dos antiácidos A. O somatório dos 
preços e das quantidades dos produtos equivalerá à renda fixa do consumidor, descrito por W. Vale 
ainda dizer que o consumidor não pode consumir mais do que sua renda permite, nem menos, pela 
hipótese da insaciabilidade.
EXEMPLO
Se um consumidor possui uma renda mensal de R$ 90,00, considerando que a cer-
veja custa R$ 3,00 e o antiácido R$ 1,00, confira algumas das possíveis opções de 
compra para este consumidor na tabela 1:
EXEMPLO
Tabela 1 – Cestas de mercado mediante restrição orçamentária
Cesta de mercado Cervejas Antiácidos Despesa total
A 0 90 90
B 5 75 90
C 10 60 90
D 15 45 90
E 20 30 90
F 25 15 90
G 30 0 90
Fonte: elaborada pelo autor, 2016.
Adaptando a equação 2 ao nosso exemplo, a chamada linha de orçamento do consumidor 
possui a função:
3 * A + 1 * C = 90
Desta forma, as curvas de indiferença que se associam à restrição orçamentária devem maxi-
mizar sua satisfação com a cesta de mercado que ele optou em adquirir. Para verificar as curvas 
que se adaptam à restrição orçamentária do consumidor observe a figura “Curvas de indiferença 
entre bens a partir de uma dada restrição orçamentária” a seguir.
Figura 3 – Curvas de indiferença entre bens a partir de uma dada restrição orçamentária
100
90
80
70
60
50
40
30
20
 10
 0
50 10 15 20 25 3530
Unidades de cerveja
Un
id
ad
es
 d
e 
an
tiá
ci
do
U1
U2
B
D
E
A
F
G
C
Fonte: elaborada pelo autor, 2016.
Note que a reta AG descreve as quantidades de dois bens que podem ser adquiridos pelo con-
sumidor, associados a uma renda fixa mensal de 90 unidades monetárias. Ali estão as cestas de 
mercado que satisfazem o consumidor, ou seja, têm um grau ótimo de utilidade dada uma restrição 
orçamentária. Cabe lembrar ainda que o grau de inclinação da reta de restrição orçamentária é dada 
pela razão entre os preços relativos dos bens (PINDYCK & RUBINFELD, 2013).
FIQUE ATENTO!
Duas hipóteses devem ser assumidas para termos a cesta de mercado maximiza-
dora do consumidor:
 • a cesta deve estar exatamente sobre a linha de orçamento, tangenciando-a 
em um único ponto, pois caso ela esteja abaixo desta reta indicaria que o 
consumidor está gerando poupança, o que não se aplica pela hipótese da 
insaciabilidade.
 • a preferência do consumidor deve ser máxima, nenhuma outra cesta poderá 
ter um grau de utilidade maior do que a cesta que maximiza sua satisfação. 
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • verificar que os agentes sempre tenderão a adquirir um certo volume de bens que maxi-
mizam sua satisfação, dada uma renda fixa; 
 • aprender que cada escolha de uma cesta de mercado determina uma tendência que é 
conhecida como curva de indiferença. A combinação destas curvas fornece o mapa de 
indiferença de cada consumidor;
 • compreender que cada escolha de consumo está associada a um grau de satisfação, 
medido pela noção de utilidade total, e que um aumento no consumo de um determi-
nado bem afeta a utilidade marginal decorrente deste padrão de consumo.
Referências
PINDYCK, Robert; RUBINFELD, Daniel. Microeconomia. 8. ed. São Paulo: Pearson, 2013.
SAMPAIO, WALDEMAR SOBRAL. Para além da Utilidade Marginal: Uma leitura Metodológica 
Alternativa de Jevons e Walras. Tese (Doutorado em Economia), Instituto de Economia da Uni-
versidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), 2008. Disponível em: <http://www.ie.ufrj.br/images/
pesquisa/publicacoes/dissertacoes/2008/para_alem_da_utilidade_marginal_uma_leitura_meto-
dologica_alternativa_de_jovens_e_walras.pdf>. Acesso em: 20 dez 2016.

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