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Fundamentos Economia -Tema13

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O processo produtivo no curto prazo
José Tadeu de Almeida
Introdução
Sobre a Teoria da Produção, nesta aula, enfatizaremos o comportamento da empresa em rela-
ção à produção no curto prazo, ou seja, quando uma das variáveis da função de produção (como o 
capital) é constante. Você verificará que a empresa baseia suas decisões de aumentar a produção 
considerando os benefícios que ela poderá obter em termos de melhoria da produtividade e da média 
de produtos fabricados a partir de um único montante de capital. Em outras palavras, a empresa 
procura, diante de um fator constante, encontrar o nível de produto que maximiza o uso desse fator.
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • compreender a lei dos rendimentos decrescentes;
 • conceituar produto médio e produto marginal.
1 Lei dos rendimentos decrescentes
Você verá, no decorrer desta aula, que a produção adicional de bens com a adição de insu-
mos necessários à atividade produtiva, como a força de trabalho, pode diminuir. Veja, agora, uma 
expressão mais ampla desse conceito.
A lei dos rendimentos decrescentes nos mostra que o produto adicional de um insumo apli-
cado na produção se reduzirá progressivamente quanto mais unidades deste insumo forem 
agregadas ao processo de produção (PINDYCK; RUBINFELD, 2013).
Suponha, como exemplo, que quatro homens produzam artesanalmente 200 canetas ao dia. 
A contratação de mais um funcionário eleva a produção diária a 220 canetas. Ou seja, aumentou-
-se mais uma unidade de trabalho, mas o aumento da produção foi proporcionalmente menor.
SAIBA MAIS!
Um dos pensadores que dedicou-se intensamente ao conceito de rendimentos 
decrescentes foi Anne-Robert-Jacques Turgot (1727-81). Analisando a situação da 
agricultura francesa, Turgot afirmava que melhorias no plantio (como o preparo da 
terra) geravam retornos crescentes na produção, até o ponto em que o excesso de 
trabalho afeta a qualidade do solo.
Você pode obter mais referências sobre esses conceitos em: <http://www.
nalijsouza.web.br.com/introd_hpe.pdf>.
Portanto, a produção de um bem final poderá aumentar até um determinado patamar (como 
você verá a seguir) e o produto adicional também poderá aumentar. No entanto, a partir de um 
certo limite, o produto adicional tende a reduzir-se dadas as limitações de uso dos próprios insu-
mos, como os bens de capital em curto prazo.
FIQUE ATENTO!
Na lei dos rendimentos decrescentes, repare que não estamos estudando a qualida-
de dos insumos, como se a mão de obra é mais ou menos qualificada, por exemplo, 
mas sim a possibilidade de sua aplicação na produção da firma.
Como estamos considerando o curto prazo, suponha que não haja variações tecnológicas 
que permitam um aumento da produção dado um certo volume de insumos.
EXEMPLO
Um produtor de facas artesanais que trabalha com certo número de bens de capital 
(forja, furadeira, polidoras, esmeril) tem sua capacidade produtiva baseada em ho-
ras de trabalho. Se ele empregar um ajudante, haverá um incremento na produção 
de facas, talvez superior ao dobro, pois esse ajudante se concentrará em tarefas 
menores. Porém, à medida que vão sendo admitidos mais ajudantes, a divisão de 
tarefas será prejudicada, e a produção idem, até que praticamente não haverá o que 
fazer com tantos auxiliares e a produção poderá diminuir.
Porém, ainda que o padrão da tecnologia permita que haja um aumento da produção com um 
emprego menos que proporcional de unidades de trabalho (ou seja, que o produto adicional seja 
crescente), não é de todo possível prever que esta situação favorável se manterá em longo prazo 
(PINDYCK; RUBINFELD, 2013).
EXEMPLO
Suponha que uma nova espécie de eucalipto, geneticamente modificada para cres-
cer três vezes mais rápido, aumentou drasticamente a produção de papel – seu pro-
duto adicional está em uma posição crescente. Porém, em longo prazo, a terra pode 
exaurir-se da produção de eucalipto e, mesmo com a aplicação de mais trabalho, o 
retorno já não será proporcional.
2 Produto médio
Uma firma que possui uma função de produção de curto prazo baseada em dois insumos, a 
saber, capital e trabalho, normalmente possui o volume de capital constante. Isto se dá, por exem-
plo, por dificuldades de substituição técnica (o que inclui a implementação de novos maquinários 
e investimentos em pesquisa, por exemplo). Já em longo prazo, saiba que ambos os fatores de 
produção podem variar.
FIQUE ATENTO!
A substituição técnica é um fator importante na análise da produção das empresas. 
Cada uma delas possui um determinado volume de capital empregado em bens de 
capital, que se dedicam à produção de outros bens, e sua substituição ocorre ape-
nas quando há uma depreciação significativa dos bens de capital, seja por desgaste 
de maquinário ou por sua tecnologia por vezes tornar-se obsoleta.
Figura 1 – Linha de produção automobilística
Fonte: Wladimir salman/Shutterstock.com
FIQUE ATENTO!
Nesta aula, considere os conceitos de curto e longo prazos apenas como unidades de 
referência, específicas a cada empresa. Não é possível ponderar um espaço cronológi-
co que permita uma definição geral a respeito, por exemplo, da noção de “longo prazo”.
Sendo assim, uma empresa que necessite alterar o seu volume de produção deverá ajustar 
as quantidades do insumo flexível, no nosso caso, a quantidade de trabalho. Suponha que uma 
empresa opere seus insumos de acordo com a seguinte tabela:
Tabela 1 – Produção com um insumo variável
Trabalho (L) Capital (K) Produto (Q) Produto Médio
0 10 0 0
1 10 50 50
2 10 150 75
3 10 300 100
4 10 400 100
5 10 475 95
6 10 540 90
7 10 560 80
8 10 560 70
9 10 540 60
10 10 500 50
Fonte: adaptada de PINDYCK; RUBINFELD, 2013.
Observe na primeira coluna as quantidades de trabalho L que podem ser aplicadas na produção 
por esta firma perante um dado volume de capital K, constante a curto prazo, que gera determinadas 
quantidades de um produto final expresso por Q.
Você pode notar, por exemplo, que a agregação de uma unidade de trabalho gera 50 unidades 
do produto Q. Duas unidades de L geram 150 unidades de Q, e assim por diante.
Porém, veja que, quando a quantidade de trabalho L é de oito unidades, a produção observada 
é a mesma que a de um nível de sete unidades. Além deste ponto, repare que o volume de bens 
produzidos chega a diminuir.
A quarta coluna da tabela de “produção com um insumo variável” mostra para você o produto 
médio do trabalho, que consiste na razão entre o volume gerado de produto e as quantidades 
aplicadas do insumo trabalho (Q/L). Observe, por exemplo, a segunda linha da tabela “Produção 
com um insumo variável”. Perceba que, com o uso constante de capital, uma unidade de trabalho 
produziu 50 unidades de um produto. Sendo assim, o produto médio é igual a 50, mas, com quatro 
trabalhadores, a quantidade de bens produzidos foi de 100 unidades por unidade de trabalho: o 
produto médio aumentou.
Na variação desta razão, o produto médio demonstra o potencial de produtividade da 
empresa, ou seja, esta pode fixar as quantidades de trabalho dado um montante de capital, que 
gerarão a maior média de produção (PINDYCK; RUBINFELD, 2013). A partir deste ponto, veja que 
o aumento de unidades produzidas importará em aplicações mais que proporcionais de mão de 
obra e, portanto, a produção não será eficiente do ponto de vista da otimização dos recursos. 
Ainda no exemplo da tabela, o produto médio é o mesmo quando se usam três ou quatro unidades 
de trabalho e passa a diminuir quando se aplicam mais unidades deste insumo, ainda que a pro-
dução aumente por algum tempo.
Esteja atento a este fato: a produtividade não é um conceito abstrato. Pelo contrário, é um 
sinônimo do produto médio por fator de produção e, desta, forma é calculado.
SAIBA MAIS!
A busca por melhorias na produtividadeé um dos aspectos mais importantes na 
sobrevivência das empresas, sobretudo aquelas que destinam-se a atividades de 
transformação. Várias teorias na área da administração visam à melhoria dos 
ambientes de trabalho e gestão de processos, como o método PDCA (plan, do, 
check, action–planejar, fazer, checar, agir) e a análise SWOT (strenghts, weaknesses, 
opportunities and threats– pontos fortes, fracos, oportunidades e ameaças).
3 Produto marginal
Mais que analisar a média da produção perante o uso dos insumos que podem variar a curto 
prazo, saiba que uma empresa também deve verifi car os ganhos de produto decorrentes da aplica-
ção adicional de cada unidade do insumo variável. Esta razão entre a variação na quantidade de 
bens gerados no processo produtivo (∆Q) e a aplicação de uma unidade adicional de insumos, 
como o trabalho (∆L) é descrita pelo conceito de produto marginal (PMg) (PINDYCK; RUBINFELD, 
2013), conforme a equação que segue, considerando Q para produto e L para trabalho:
PMgL = Q
L
Vamos agregar o produto marginal do trabalho aos dados da tabela de “Produção com um 
insumo variável” gerando a seguinte tabela:
Tabela 2 – Produto marginal com um insumo variável
Trabalho (L) Capital (K) Produto (Q) Produto Médio Produto Marginal
0 10 0 0 0
1 10 50 50 50
2 10 150 75 100
3 10 300 100 150
4 10 400 100 100
5 10 475 95 75
6 10 540 90 65
7 10 560 80 20
8 10 560 70 0
9 10 540 60 -20
10 10 500 50 -40
Fonte: adaptada de PINDYCK; RUBINFELD, 2013.
Observe a terceira linha desta tabela. Quando são empregadas duas unidades de trabalho, 
são geradas 150 unidades de do bem fi nal Q. Logo, a produtividade com duas unidades de traba-
lho é de 75 unidades. Aumentando-se o uso de trabalho para três unidades, serão fabricadas 300 
unidades, assim haverá uma variação da produção total 150 unidades, mediante a adição de uma 
unidade de trabalho. O produto marginal, portanto, é a razão:
PMgL = = 300 150
2
= 150
1
=150Q
L
Você pode notar que, assim como o produto médio, o produto marginal é crescente até o 
momento em que aplicam-se três unidades de trabalho. Você consegue perceber que, na quarta 
unidade, a variação de bens produzidos será menor? 
Figura 2 – Setor agrícola: aumento de mão de obra gera queda de PMg
Fonte: Kukiat B/Shutterstock.com
Ou seja, a partir deste patamar de uso de três unidades de trabalho, de acordo com a lei dos 
rendimentos decrescentes que vimos no início desta aula, o produto marginal desta linha de produ-
ção passa a ser decrescente e mesmo negativo para adições de trabalho ainda maiores.
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • estudar a postura da fi rma sobre suas decisões de produção em curto prazo, quando 
um de seus fatores de produção tem dotação constante;
 • entender que a aplicação de insumos, nestas circunstâncias, permite um aumento da 
produção total, porém, você viu que a tendência é que o produto médio, expresso pela 
relação entre o produto final e a quantidade de insumos aplicados (considerando, aqui, 
o trabalho) tenda a diminuir conforme novas unidades são adicionadas;
 • verificar, a partir do conceito do produto médio, a questão da produtividade e de como 
seu aumento é uma meta para as empresas;
 • ver que o produto marginal mede a razão entre a variação de bens produzidos mediante 
a aplicação de uma unidade adicional de insumo e que ele também pode assumir uma 
trajetória decrescente, conforme mais insumos são agregados à produção. Como viu, 
esses conceitos são compatíveis com o referencial teórico expresso pela lei de rendi-
mentos decrescentes.
Referências
DE SOUZA, Nali de Jesus. Uma introdução à história do pensamento econômico. Relatório de Pes-
quisa da área de História Econômica. NEP PUCRS, [20--]. Disponível em: <http://www.nalijsouza.
web.br.com/introd_hpe.pdf>. Acesso em: 08 dez. 2016.
PINDYCK, Robert; RUBINFELD, Daniel. Microeconomia. 8. ed. São Paulo: Pearson, 2013.
VARIAN, Hal Ronald. Microeconomia – uma abordagem moderna. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

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