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A EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA E SUA PARTICIPAÇÃO NA EVOLUÇÃO DOS ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA DA APAE MANACAPURU/AM

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Prévia do material em texto

1 
 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS 
ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO FÍSICA 
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA E SUA PARTICIPAÇÃO NA EVOLUÇÃO DOS 
ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA DA 
APAE MANACAPURU/AM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MANACAPURU/AM 
2018 
2 
 
 ALEF LIMA DA GAMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA E SUA PARTICIPAÇÃO NA EVOLUÇÃO DOS 
ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA DA 
APAE MANACAPURU/AM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Orientador (a): Prof. Esp. Angeany dos Santos Odim 
 
 
 
 
 
MANACAPURU/AM 
2018 
Monografia Apresentada à 
Coordenação do Curso de 
Educação Física da Universidade 
do Estado do Amazonas, como 
Requisito Parcial à Obtenção do 
Título de Licenciatura em 
Educação Física. 
3 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS 
ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
COORDENAÇÃO DE EDUCAÇÃO FÍSICA 
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
 
A Monografia 
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA E SUA PARTICIPAÇÃO NA EVOLUÇÃO DOS 
ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA DA 
APAE MANACAPURU/AM 
 
Elaborada por 
 
ALEF LIMA DA GAMA 
 
Aprovada por todos os membros da Banca examinadora foi aceita pelo Curso 
de Educação Física e homologada pelos membros da banca, como requisito parcial 
à obtenção do título de 
 
 
 
LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
 
Manacapuru, ___ de junho de 2018. 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
 
 _________________________________________ 
 Angeany dos Santos Pinto Odim 
Licenciatura e Bacharelado em Educação Física 
Especialista em Fisiologia do Exercício e Reabilitação da Coluna 
Mestrado em andamento em Antidade Física e Desporto 
 
 _________________________________________ 
Eylene Mendes Edwards 
Especialista em Gestão Pública 
MBA em Gestão de Projetos 
 
 _________________________________________ 
Valdeci Eugênia da Silva 
Licenciatura e Bacharelado em Educação Física 
Especialista em Gestão Escolar e Psicomotricidade 
 
 
 
5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a meus pais, meus 
amigos e a todos os mestres da educação 
que colaboraram para que meu 
conhecimento se acentuasse no decorrer 
desta árdua jornada. 
6 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradeço em primeiríssimo lugar a Deus por manter meu caminho iluminado 
e em todas as coisas maravilhosas vividas e proporcionadas durante toda esta 
cansativa trajetória. 
Aos meus pais, Abelardo e Alcilene que estiveram presentes nos momentos 
de aflição, cansaço, estresse, e também das alegrias deste curso, e também por 
toda a força, confiança e dedicação dispensadas durante todos esses anos de 
graduação, oportunizando-me ser aquilo que escolhi. 
À Universidade do Estado do Amazonas, juntamente com a Coordenação do 
Curso de Licenciatura em Educação Física, por nos dar a estrutura pedagógica 
necessária para que pudéssemos concluir com êxito esta fase de nossas vidas. 
À Sra. Lacineide Alves da Silva, presidente da Associação de Pais e Amigos 
dos Excepcionais / Manacapuru – AM, por nos abrir as portas para que pudéssemos 
adentrar no fantástico mundo da pessoa com deficiência e realizar nossa pesquisa. 
À minha orientadora e professora assistente, Angeany Odim, pelo exemplo 
de profissional, por toda a dedicação, carinho e confiança, e principalmente por estar 
presente sempre que precisei. 
Aos meus amigos, em especial ao ilustríssimo Fontes Jr., por iluminar meu 
consciente quando eu caminhava na direção errada, e por ser um norte profissional 
no qual pretendo guiar-me sempre, à Gleide Silva, por todas as palavras de 
incentivo quando tudo parecia declinar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“E afastando-se uma vez mais, orou 
dizendo: „Ó meu Pai, se este cálice não 
puder passar de mim sem que eu o beba, 
seja feita a tua vontade. ‟”. 
Mateus 26: 42,44 
8 
 
RESUMO 
O presente trabalho é de caráter qualiquantitativo e foi realizado na Associação de 
Pais e Amigos dos Excepcionais de Manacapuru/AM. O estudo tem por objetivo 
geral qualificar a participação da Educação Física Adaptada, pelas partes atingidas 
direta e indiretamente, quanto à evolução dos aspectos do desenvolvimento da 
pessoa com deficiência, e também detectar a variabilidade de opiniões acerca de 
temáticas que envolvam os pesquisados. Participaram deste estudo 60 pessoas 
entre alunos com deficiência, pais ou responsáveis, professores multidisciplinares, 
outros funcionários e professores de Educação Física atuantes na instituição 
pesquisada, onde os alunos foram primeiramente submetidos ao 
Mini Mental State Examination (MMSE) (Folstein et al., 1975), e após aprovação, 
foram submetidos a um questionário estruturado, com perguntas fechadas, 
juntamente com demais participantes. Apresentam-se como resultados, onde, a 
Educação Física Adaptada tem participação fundamental na evolução dos aspectos 
do desenvolvimento dos alunos com deficiência, com maior percentual no aspecto 
motor e menor percentual no aspecto social. Concluiu-se que as atividades 
propostas pela Educação Física Adaptada são bem mais importantes que o suposto, 
e que faz-se necessário realizar estudo mais aprofundados para melhor 
compreensão da área. Este estudo faz parte do Projeto de Pesquisa “Valores 
atribuídos à Educação Física Adaptada ante a evolução dos aspectos do 
desenvolvimento de Pessoas com Deficiência”, aprovado pelo Comitê de Ética e 
Pesquisa para Seres Humanos da Universidade do Estado do Amazonas, sob o 
Parecer Consubstanciado 2.442.796. 
Palavras-chave: Aspectos do Desenvolvimento. Pessoas com Deficiência. 
Educação Física Adaptada. Educação Física. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
ABSTRACT 
The present work is qualiquantitativ character and was performed at the Associação 
de Pais e Amigos dos Excepcionais de Manacapuru/AM. The study has as general 
objective to qualify the participation of Physical Education adapted by the parties 
affected directly and indirectly, with respect to the evolution of the development 
aspects of the person with a disability, and also detect the variability of opinions 
about topics that involve the researched. Participated in this study 60 people among 
students with disabilities, parents or guardians, multidisciplinary teachers, other 
employees and Physical Education teachers working in the research institution, 
where students were first submitted to the Mini Mental State Examination (MMSE) 
(Folstein et al., 1975), and after approval, were subjected to a structured 
questionnaire with closed questions, along with other participants. They present as 
results, where the Physical Education Adapted has fundamental participation in the 
development of the aspects of the development of the students with disabilities, with 
a higher percentage in the motor aspect and a lower percentage in the social aspect. 
It was concluded that the activities proposed by the Physical Education Adapted are 
much more important than the supposed, and that it is necessary to conduct more in-
depth study for better understanding of the area. This study is part of a research 
project"Values assigned to physical education adapted compared the evolution of 
aspects of the development of Persons with Disabilities", approved by the Research 
Ethics for humans from the University of Amazonas State, under the Opinion 
Consubstantiated 2,442.796. 
Keywords: Aspects of Development. People with Disabilities. Physical Education 
and Adapted. Physical Education. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
RESUMEN 
El presente trabajo es de carácter qualiquantitativo y fue llevada a cabo em 
Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Manacapuru/AM. El estudio tiene 
como objetivo general para calificar la participación de la educación física adaptada 
por las partes afectadas directa e indirectamente, con respecto a la evolución de los 
aspectos de desarrollo de la persona con discapacidad, y también detectar la 
variabilidad de opiniones acerca de temas que involucran el investigado. En este 
estudio han participado 60 personas entre estudiantes con discapacidades, los 
padres o tutores, profesores, multidisciplinar, otros empleados y profesores de 
educación física que trabajan en la institución de investigación, donde los 
estudiantes fueron presentados por primera vez a la Mini Mental State Examination 
(MMSE) (Folstein et al., 1975), y después de la aprobación, fueron sometidos a un 
cuestionario estructurado con preguntas cerradas, junto con otros participantes. Se 
presentan como resultados, donde la educación física adaptada tiene participación 
fundamental en el desarrollo de los aspectos del desarrollo de los estudiantes con 
discapacidad, con un porcentaje mayor en el aspecto del motor y un porcentaje 
menor en el aspecto social. Se llegó a la conclusión de que las actividades 
propuestas por la Educación Física adaptada son mucho más importantes que la 
supuesta, y que es necesario llevar a cabo un estudio en profundidad para una 
mejor comprensión de la zona. Este estudio es parte de un proyecto de investigación 
"Valores asignados a la educación física adaptada comparó la evolución de algunos 
aspectos del desarrollo de las personas con discapacidad", aprobada por el Comitê 
de Ética e Pesquisa para Seres Humanos da Universidade do Estado do Amazonas, 
bajo la Opinión Consustanciado 2,442.796. 
Palabras clave: Aspectos del Desarrollo. Las personas con discapacidad. La 
educación física y adaptado. La educación física. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
GRÁFICO 1 – Frequência Relativa de Respostas dos Aspectos Sociais .................46 
GRÁFICO 2 – Medidas Estatísticas da Frequência Absoluta de Respostas dos 
Aspectos Sociais .......................................................................................................46 
GRÁFICO 3 – Frequência Relativa de Respostas dos Aspectos Afetivos................49 
GRÁFICO 4 – Medidas Estatísticas da Frequência Absoluta de Respostas dos 
Aspectos Afetivos.......................................................................................................49 
GRÁFICO 5 – Frequência Relativa de Respostas dos Aspectos Cognitivos............51 
GRÁFICO 6 – Medidas Estatísticas da Frequência Absoluta de Respostas dos 
Aspectos Cognitivos...................................................................................................52 
GRÁFICO 7 – Frequência Relativa de Respostas dos Aspectos Motores................53 
GRÁFICO 8 – Medidas Estatísticas da Frequência Absoluta de Respostas dos 
Aspectos Motores.......................................................................................................54 
GRÁFICO 9 – Frequência Relativa Geral de Respostas por Aspecto.......................55 
GRÁFICO 10 – Medidas Estatísticas da Frequência Absoluta de Respostas dos 
Aspectos em Geral.....................................................................................................55 
 
QUADRO 1 – Desenvolvimento da libido, em fases, nas diferentes etapas da vida.30 
QUADRO 2 – Ordem dos Componentes Suscetíveis à Influência da EFA...............55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
LISTA DE TABELAS 
TABELA 1 – Principais Desenvolvimentos nos Oito Períodos do Ciclo de Vida.......25 
TABELA 2 – Resultado por Questões dos Aspectos Sociais....................................44 
TABELA 3 – Resultado por Questões dos Aspectos Afetivos...................................47 
TABELA 4 – Resultado por Questões dos Aspectos Cognitivos...............................49 
TABELA 5 – Resultado por Questões dos Aspectos Motores..................................52 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 
APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais 
CENESP – Centro Nacional de Educação Especial 
CONADE - Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência 
EF – Educação Física 
EFA – Educação Física Adaptada 
EUA – Estados Unidos da América 
JECCRIM – Juizado Especial Cível e Criminal 
LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
MEC – Ministério da Educação 
MMMSE – Mini Mental State Examination 
OMS – Organização Mundial da Saúde 
ONU – Organização das Nações Unidas 
PCD – Pessoa com deficiência 
PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais 
SESC - Serviço Social do Comércio 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
SUMÁRIO 
Página 
 
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 14 
 
2 REVISÃO DA LITERATURA......................................................................... 17 
2.1 BREVE ABORDAGEM HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA........... 17 
2.1.1 Aspectos Históricos da Educação Física........................... 
2.1.2 A Educação Física no Brasil................................................ 
2.2 EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA: METODOLOGIA INCLUSIVA 
PARA A PRÁTICA DE ATIVDADES FÍSICAS.......................................... 
2.2.1 Uma Nova Abordagem ao Desenvolvimento da Pessoa 
com Deficiência chamada Educação Física Adaptada............... 
2.2.2 Histórico e Caracterização da Educação Física 
Adaptada......................................................................................... 
2.2.3 A Importância da Educação Física Adaptada para a 
Pessoa com Deficiência................................................................. 
2.3 DESENVOLVIMENTO HUMANO....................................................... 
2.3.1 Conceitos Básicos e Períodos do Ciclo de Vida................ 
2.3.2 Aspectos do Desenvolvimento Humano............................. 
2.3.2.1 Aspectos Sociais.......................................................... 
2.3.2.2 Aspectos Afetivos......................................................... 
2.3.2.3 Aspectos Cognitivos.................................................... 
2.3.2.4 Aspectos Motores........................................................ 
2.4 UM OLHAR SOBRE A CAMINHADA DA PESSOA COM 
DEFICIÊNCIA NO BRASIL....................................................................... 
2.4.1 A Pessoa com Deficiência do Período Colonial até a 
Atualidade....................................................................................... 
2.4.2 Conceito de Deficiência e a Nomenclatura Correta para a 
PCD.................................................................................................. 
2.5 ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS: 68 
ANOS CONTRINUINDO PARA O DESENVOLVIMENTO DA PESSOA 
COM DEFICIÊNCIA.................................................................................. 
2.5.1 Histórico da APAE no Brasil................................................2.5.2 Nasce a APAE em Manacapuru/AM..................................... 
2.5.3 Os Objetivos da Instituição e a Justificativa para o 
Projeto APAE – Manacapuru/AM.................................................. 
 
17 
18 
 
20 
 
21 
 
21 
 
23 
24 
24 
27 
27 
28 
29 
31 
 
32 
 
32 
 
33 
 
 
35 
35 
36 
 
38 
3 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................. 40 
 
4 RESULTADOS............................................................................................... 44 
4.1 RESULTADOS DOS ASPECTOS SOCIAIS....................................... 44 
4.2 RESULTADOS DOS ASPECTOS AFETIVOS.................................... 47 
4.3 RESULTADOS DOS ASPECTOS COGNITIVOS............................... 
4.4 RESULTADOS DOS ASPECTOS MOTORES................................... 
4.5 RESULTADOS GERAIS POR ASPECTO.......................................... 
 
5 DISCUSSÕES................................................................................................ 
49 
52 
54 
 
56 
6 CONCLUSÃO ............................................................................................... 59 
15 
 
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 60 
 
APÊNDICES...................................................................................................... 
 
66 
 
ANEXOS .......................................................................................................... 
 
73 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
1 INTRODUÇÃO 
A Educação Física (EF) se auto afirma um fator imprescindível de influência 
no bom desenvolvimento de várias áreas fisiológicas não somente de escolares, 
mas de qualquer público ao qual esteja inserida. 
No âmbito educacional temos a multidisciplinaridade como forma de 
incentivo e progressão no processo de desenvolvimento dos aspectos cognitivos, 
afetivos e motores deste indivíduo, mais precisamente dentro da disciplina que é 
foco deste estudo: a EF, abordada em 2.1, na qual possui uma área específica para 
estudos, planejamentos e elaboração de aulas que incitem o aluno a superar sua 
deficiência, demonstrando a capacidade de evoluir de acordo com o seu tempo e 
sua motivação, trata-se da Educação Física Adaptada (EFA), subtópico 2.2, que é a 
área de conhecimento da EF que possui como foco incluir pessoas com deficiência 
(PCD) em convivência com jogos, esportes, exercícios e outras atividades. 
As aulas de EFA são capazes de oferecer muito aos alunos portadores de 
diversos tipos de deficiência, dentro da amplitude de todos os seus estágios. 
Fielmente, as atividades propostas dentro do bom planejamento do profissional de 
EF promovem com veemência a maior integração social do aluno portador desta 
deficiência com os demais, provocando seu interesse pela disciplina bem como a 
evolução em seu desenvolvimento psicomotor. Todas as deficiências afetam 
principalmente o desenvolvimento em áreas consideravelmente importantes como: 
comunicação, interação sócia, motricidade, afetividade e cognição. 
Machado (2001), afirma que uma das formas de se trabalhar os aspectos do 
desenvolvimento, subtópico 2.3, deste indivíduo, e os possíveis desvios é por meio 
da intervenção psicomotora, área de atuação do profissional da Educação Física. 
Esse tipo de intervenção poderia modificar a forma como os alunos aprendem 
alguns conteúdos dentro das aulas, pois a capacidade físico/sensorial do aluno seria 
aumentada, através das atividades bem planejadas que compunham o planejamento 
dos docentes desta disciplina. Assim, seria possível sistematizar os 7 sentidos deste 
indivíduo para lidar com as atividades externas que o educando encontrará durante 
a vida. A intervenção psicomotora surge como uma possibilidade de minimizar os 
prejuízos enfrentados pelos alunos com deficiência. 
Podemos visualizar também como importante parte do processo a formação 
dos professores de EF, que devem estar preparados para lidar com estes alunos, 
15 
 
em quaisquer circunstâncias, a formação inicial não basta, mas também uma 
mudança decorrente de toda a esfera educacional, pois é notório que são poucas as 
escolas que se encontram preparadas para receber uma PCD, subtópico 2.4. 
E ao falarmos destes indivíduos dentro do âmbito social ou educacional 
instalado na atualidade, perpassamos insegurança aos ouvintes pelo fato do não 
conhecimento do real desenvolvimento destas pessoas, sejam eles dentro ou fora 
dos ambientes frequentados pela sociedade. 
A definição de PCD obteve várias modificações durante o decorrer da 
história. Ou melhor, não se trata primeiramente de uma definição qualquer, mas sim, 
do modo como a pessoa com deficiência é encarada e incluída perante a sociedade. 
A forma com a qual será compreendida a deficiência e as razões de sua existência 
influenciará diretamente na aceitação e relacionamento destas pessoas dentro do 
âmbito social, educacional e familiar. 
Tratar de modo definitivo um ser humano como deficiente é uma tarefa 
extremamente difícil, mas também de suma importância, haja vista que devemos 
buscar a materialidade igualitária entre as pessoas e a compreensão de que a 
dignidade de qualquer ser humano ultrapassa todos os obstáculos que podem 
impedir o bom desenvolvimento do deficiente, trazendo assim a perspectiva da 
elaboração de novos instrumentos objetivando a efetividade desta igualdade. 
No pensamento da sociedade a deficiência ainda está relacionada com a 
limitação, esta relação, porém, caberia a todos os seres da espécie humana, pois, 
sabe-se que em alto ou baixo grau todos somos limitados de alguma forma, seja ela 
de caráter físico, mental, psicológico, social, etc. O ser humano já nasce com estas 
limitações e é assim por natureza, e sua aceitabilidade vai tomando forma a partir do 
seu desenvolvimento, e das influências dos ambientes ao qual está inserido para 
que este ache a sua dignidade nas atuações durante a sua vida. 
E foi com esta proposta que a Associação de Pais e Amigos dos 
Excepcionais (APAE), subtópico 2.5, de Manacapuru/AM foi fundada, pautadas em 
acompanhar a PCD durante todo o seu ciclo de vida, nas mais diversas 
especialidades desde a prevenção a reabilitação, com atenção especializada, dar 
apoio intensivo e atendimento educacional ao estudante com deficiência intelectual e 
múltipla, valorizar alianças estratégicas com vários setores e segmentos sociais para 
a melhoria da qualidade de vida e inclusão da PCD, defender e garantir o direito 
destas pessoas nas mais diferentes instâncias, visando suas necessidades de 
16 
 
desenvolvimento, saúde e bem-estar, combatendo a violência e a exploração, 
habilitar seus profissionais em variados ofícios, voltados para as aptidões dos 
estudantes a fim de desenvolver suas atividades sociais, e desenvolver a 
autossugestão, a auto defensoria e a convivência em família desta PCD. 
E tomando por base todos os assuntos já expostos neste trabalho buscou-se 
responder à problemática referente à participação da Educação Física Adaptada no 
processo evolutivo ou declinante dos aspectos do desenvolvimento dos alunos da 
APAE/Manacapuru – AM. 
Sabe-se então que esta sendo a única instituição que atende diretamente as 
PCDs em Manacapuru/AM, além das escolas que obrigadas pela Legislação incluem 
alunos com deficiência em suas salas de aula, presta todos os serviços citados 
acima, juntamente com a EFA – foco desta pesquisa -, incluída nesta como 
disciplina curricular, que tem o poder, se realizada frequente e corretamente, fazer 
com que este alunoprogrida no âmbito dos aspectos do desenvolvimento mais 
rapidamente que o normal, ao passo que, a EFA não realizada, ou ainda que 
aconteça, sem profundo conhecimento e envolvimento do (a) professor (a), poderá 
acarretar prejuízos ao aluno. 
Partindo deste pressuposto, a escolha da temática desta monografia, 
justifica-se mediante o método empírico e ao questionário com os participantes do 
ciclo desta instituição, que como objetos deste estudo são viventes das situações e 
da evolução ou não do aluno com deficiência nos aspectos do desenvolvimento 
através das aulas de EFA. 
Objetivou-se então com este trabalho, qualificar a participação da EFA, pelas 
partes atingidas direta e indiretamente, quanto à evolução dos aspectos do 
desenvolvimento de PCDs. E como objetivos secundários: sintetizar o perfil 
comportamental, emocional, social e motor das PCDs, na atualidade; apresentar a 
relação entre a EFA e o processo de evolução dos aspectos cognitivos, afetivos, 
motores e sociais destes alunos; apontar o nível em que cada grupo é afetado pelos 
resultados dessa evolução. 
 
 
 
 
17 
 
2 REVISÃO DA LITERATURA 
2.1 BREVE ABORDAGEM HISTÓRICA DA EDUCAÇÃO FÍSICA 
2.1.1 Aspectos Históricos da Educação Física 
As atividades humanas das quais se tem conhecimento científico durante o 
período pré-histórico dependiam do movimento, ou de qualquer ação física. Quando 
se analisa uma cultura primitiva, logo percebe-se o nível de importância das 
atividades físicas para o homem primitivo. 
Diversos estudos científicos provam que o humano primitivo era o único que 
possuía o dedo polegar, portanto este “desenvolveu a preensão, por oposição 
daquele dedo aos demais. Isto, inclusive, facilitou o aperfeiçoamento da habilidade 
de lançar” (OLIVEIRA, 2006, p. 13). 
Uma das atividades físicas com mais significado para os homens pré 
históricos era dança, utilizada para enaltecer tanto suas qualidades físicas quanto 
seus sentimentos, e a dança primitiva teria características lúdicas, místicas e 
afetivas, mas também servia como exercício físico, pois os povos notaram que 
através deles o seu estado de consciência se tornava mutável. Os estudiosos 
classificam neste período as 3 principais bases da Educação Física, como 
naturalista, utilitária e guerreira (MARINHO, 1980). 
Ainda entre esses povos primitivos, tem-se conhecimento de que poucos 
eram civilizados, e aqueles que faziam parte deste pequeno grupo faziam parte de 
um período da História chamado de Antiguidade Oriental. Sendo este um novo 
contexto, supõe-se que os exercícios físicos passem despercebidos por povos 
ansiosos pelos conhecimentos de um novo tempo. Isto, porém, não ocorreu, os 
exercícios físicos passaram a ter ainda mais destaque no meio social. Pois neste 
período surgiram diversas atividades estruturadas como: caça, lutas, natação, 
navegação, pesca, ginástica, corrida, arco e flecha e equitação. 
Na Grécia Antiga, observa-se a Educação Física como uma ferramenta 
educativa onde a ginástica era tida como grande fator para que o homem fosse 
saudável de fisicamente e psicologicamente, deu-se então origem ao pensamento 
sobre o corpo e a alma. O povo grego tornou ainda a Educação Física suporte para 
muitos hábitos como: treinamento dos exércitos, eventos tanto desportivos quanto 
18 
 
religiosos, atividades do dia a dia, desenvolvimento físico e espiritual, entre outros e 
foi da língua desse povo que a palavra olimpíada originou-se. 
Outro destaque no âmbito da história da Educação Física é Roma, onde os 
aspectos e os objetivos dos exercícios físicos eram outros, dos quais podemos citar: 
a formação guerreira, os jogos romanos, e outras situações onde o físico seria muito 
exigido como atividades circenses, teatrais e treinamentos de corrida. Enfatiza-se 
aqui o prazer dos romanos pelas justas, que segundo PUGA BARBOSA, BATALHA 
& AMARAL (2010, p. 32) “eram disputadas entre dois cavaleiros que se precipitavam 
um contra o outro devendo derrubá-lo do cavalo.”. 
Os romanos também por influência dos gregos edificaram seus estádios, 
estes, que se tornariam o principal cenário dos Jogos Olímpicos. Na verdade fora 
conhecidos justamente com a inserção do esporte helênico em Roma (186 a.C) e 
estavam destinados às competições atléticas e às lutas. 
Na Idade Média, com início a partir da divisão do império Romano (395) por 
Teodósio I, segundo Oliveira (2006, p. 32) e encerrando-se com a queda da capital 
oriental (1453), a Igreja era a instituição maior, e a única que resistiu ao longo deste 
período milenar. Este período foi marcado como um divórcio entre o físico e o 
intelectual, onde a saúde mais importante para o ser humano era a da mente, este 
princípio suprimiu a EF, deixando-a sem a prática com intuito à saúde humana. A 
Educação Física neste período, não tinha destaque especial, a não ser pela 
Cavalaria do império, que a utilizava como fonte de preparação para a guerra, 
recebendo dela treinamento intelectual como o xadrez, práticos entre arco e flecha, 
esgrima, e lança. 
No período do Renascimento, a Educação Física reintroduz-se nos 
currículos elitistas, onde os exercícios físicos referem-se aos princípios da educação 
cortês, ou seja, da burguesia. Vários foram os pensadores desse período que se 
dedicaram à escrita e reflexão acerca da importância dos exercícios físicos. O 
Estudo dos movimentos dos músculos e articulações de Leonardo da Vinci foi um 
dos primeiros tratados conhecidos pelo mundo acerca da biomecânica. 
2.1.2 A Educação Física no Brasil 
É no século XVIII, já na Idade Moderna que podemos encontrar alguns dos 
verdadeiros precursores da Educação Física, por exemplo, a fundação do primeiro 
estabelecimento escolar desde a Grécia Clássica, na Alemanha em 1774 por 
19 
 
Basedow, contendo um currículo onde a ginástica e todas as outras disciplinas 
corriam lado a lado; o reconhecimento de Salzmann, também na Alemanha, em 
1784, aos valores pedagógicos nos exercícios físicos; as orientações de Pestalozzi 
através de parâmetros médicos para a ginástica, tendo por objetivo a correção 
postural. 
Na sociedade contemporânea, a EF é marcada pelo trabalho livre e culto ao 
belo, garante NETO (2001), a necessidade de produção solicita mão-de-obra 
fisicamente ativa, possibilitando a eficácia do trabalho. Assim a EF está direcionada 
a formação de trabalhadores fisicamente qualificados, correspondendo às 
exigências de mercado, bem como, a procura da beleza imposta pelo meio social. 
Para alguns estudiosos da história da EF, fazem alusão à Educação Física 
no Brasil, inicialmente, a partir das atividades indígenas que já ocorriam aqui antes 
mesmo da chegada dos portugueses em 1500, onde nos é permitido citar que estes 
também realizavam a mesma prática dos homens primitivos. 
No Brasil, os objetivos e propostas para o ensino da EF, forma se 
modificando ao longo dos anos e influenciando a formação teórica e prática dos 
profissionais dessa disciplina. O processo histórico de desenvolvimento da EF no 
Brasil passou por expressivas mudanças com relação à sua prática. 
Desde o Brasil colônia os nativos já praticavam Educação Física, conforme 
relata TOSETI (1998, p. 11), “No Brasil colônia, (1500-1822) apenas os índios 
praticavam a educação física, através de sua vida natural e livre.”. No Brasil Império, 
tivemos em 1828 o primeiro livro de educação física chamado “Tratado de Educação 
Física – Moral dos Meninos”, escrito por Joaquim Jerônimo Serpa. 
No ano de 1851, a Educação Física foi incluída como matéria no currículo 
escolar, e em 1854 a ginástica passou a ser uma disciplina obrigatória no ensino 
primário e a dança no ensino secundário, porém, foi a partir de 1920 queos estados 
iniciaram a inclusão da EF em reformas educacionais e o nome de ginástica era 
pouco utilizado. 
Em 1867 surgiu os “Estatutos Higiênicos sobre Educação Física, Intelectual 
e Moral do soldado”, escrito por Eduardo Pereira de Abreu, Rui Barbosa criaria neste 
período o projeto de notoriedade chamado “Reforma do Ensino Primário” em que a 
Educação Física era colocada como elemento indispensável à formação integral do 
indivíduo. No Brasil República, surgiram no ginásio Nacional, as primeiras práticas 
20 
 
da Educação Física Escolar mediante o tiro ao alvo, ginástica, saltos, peteca, entre 
outros jogos recreativos. 
Já no século XX, “a EF surge pela necessidade de formar homens 
saudáveis e fortes aptos a participarem de quaisquer possíveis eventualidades, 
como guerras e defesa da pátria”, como nos fala AMORIM (2001, p. 11). A partir 
dessas expectativas, se iniciou o pensamento sobre a prática escolar, porém com 
um caráter militarista, onde foi dada a importância a EF com o objetivo de conter as 
rebeliões e os conflitos dos anos 60 e 70 mantendo a ordem. 
Na década de 80, a disciplina ganhou um papel mais importante ainda, o de 
formadores de atletas, como menciona AMORIM (2001, p. 12), que com o fim da 
ditadura militar e início de uma Nova república, a Educação Física assume um 
caráter mais desportista, ou seja, direcionada à formação de atletas. Nesse 
parâmetro, foi acentuada a exclusão através dos desportos de competição, pois a 
seleção acabava deixando exclusa a maioria da clientela de escolas públicas. 
AMORIM (2001) cita ainda, que foi somente a partir da Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação (LDB) 9394/96, é que a EF tornou-se de fato um componente curricular da 
Educação Básica nas escolas deste país, devendo ser aplicada em todos os níveis 
escolares. 
Ainda na opinião deste mesmo autor, nos dias atuais, a EF assume um 
papel extremamente pedagógico, onde suas práticas são voltadas para a formação 
humana, nos seus aspectos sociais, afetivos e motores, tendo planejamentos 
elaborados a partir daquilo que o homem já tem absorvido nos ambientes externos, 
incentivando a busca pelo conhecimento interno. 
2.2 EDUCAÇÃO FÍSICA ADAPTADA: METODOLOGIA INCLUSIVA PARA A 
PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS 
O Profissional de Educação Física, voltou sua atenção para trabalho com 
pessoas com deficiência relativamente nos últimos tempos, assim como faz pouco 
tempo que a sociedade como um todo começou a voltar seu olhar para esse público. 
As instituições ainda estão com sua base teórica em formação acerca desse tema, 
porém, uma série de ocorrências está produzindo uma mudança progressiva na 
maneira de encarar e tratar a PCD, onde a EFA pode significar melhores condições 
de vida e maior inserção social, pois 
21 
 
A educação é um direito universal do ser humano, sem discriminação nem 
exclusão. É direito de ser sujeito e ser diferente. É direito de aprender a 
autonomia para o exercício da cidadania. É um fim em si próprio e um 
recurso essencial para a realização de todos os direitos humanos 
(MONTEIRO, 2006, p. 165). 
2.2.1 Uma Nova Abordagem ao Desenvolvimento da Pessoa com Deficiência 
chamada Educação Física Adaptada 
A Educação Física sempre foi uma área bastante excludente, e ainda é no 
que se refere ao âmbito educativo; No decorrer do tempo tem crescido o número de 
pessoas com deficiência que estão frequentando as aulas de Educação Física, em 
especial no Ensino Regular. No que consta a Constituição Federal de 1988 e a lei de 
Diretrizes e Bases da educação Nacional (lei nº 9394/96) obrigam as escolas a 
receberem todos os indivíduos portadores de deficiência. Porém, existem também 
as Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAEs) abordadas mias a 
frente deste estudo, onde são matriculados apenas alunos com deficiência. 
A partir da criação da APAE, alguns estudos demonstraram que a EFA 
passou a ser mais amplamente disseminada, onde os documentos legislativos 
ressaltam a importância da interação das características individuais dos alunos 
dentro do ambiente destas instituições socialmente e educacionalmente, chamando 
a atenção das demais instituições para o desafio de incluir as diferenças. No 
entanto, mesmo com essa perspectiva conceitual transformadora, as políticas 
educacionais implementadas, não alcançaram o objetivo de levar a escola comum a 
assumir o desafio de atender as necessidades educacionais de todos os alunos, 
como a APAE assume. 
Nessa perspectiva podemos enfatizar a situação da qale as escolas devem 
adaptar-se para acomodar todas as crianças, deficientes ou não. Na APAE, porém é 
essencial o aprendizado de forma que abranja todas crianças e traga entrosamento 
entre PCDs e os demais alunos construindo assim uma educação inclusiva 
(ESPANHA, 1994). 
2.2.2 Histórico e Caracterização da Educação Física Adaptada 
No início da década de 80, surgiram várias propostas e planos visando a 
ação mais vigorosa em favor dos direitos de cidadania, da exclusão relacionando 
PCDs, “tendo seu ápice me 1981, sendo nomeado o Ano Internacional para as 
Pessoas Deficientes, criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o 
22 
 
propósito de conscientizar a sociedade para o início de um processo de mudança de 
atitudes com relação a essa população (Silva, 1986 apud SILVA E DRIGO, 2012). 
A área denominada Educação Física Adaptada teve início a partir de ações 
envolvendo a participação de PCDs no desporto incluso nas aulas de Educação 
Física das escolas do período pós-guerra entre as décadas de 50 e 70, usando-se a 
denominação de EFA nos Estados Unidos da América (EUA) e na Europa, e o termo 
“reeducação psicomotora” na França (Maueberg-DeCastro, 2005 apud SILVA E 
DRIGO, 2012). 
Já no Brasil, prática da EFA já era realizada no âmbito escolar antes mesmo 
de esta ser oferecida em cursos universitários como disciplina curricular específica. 
E com o mercado exigindo ainda mais a presença destes especialistas, Tojal (1990) 
afirmava que se faziam necessários mais profissionais da EF, formados nas diversas 
áreas de atuação, porém, não somente formados, mas, com a competência 
adequada para assumir o grande compromisso que é lidar com a EFA. 
E ainda na década de 80, a Universidade de São Paulo, a Universidade 
Federal de Uberlândia, a Universidade Federal de Minas Geral e as Faculdades 
Isoladas Castelo Branco, iniciaram programas de formação profissional e de 
pesquisa na área da EFA (Pettengill; Costa, 1997). 
No decorrer dos anos, Cidade; Freitas; Pedrinelli (2001) indicam que essa 
disciplina recebeu diferentes denominações, como Atividade Motora Adaptada, 
Educação Física Especial, Educação Física Adaptada, entre outras e atualmente 
conforme afirma DUARTE E WERNER (1995), apud CIDADE E FREITAS (2002, p. 
27) conceitua-se que, 
“A Educação Física Adaptada é uma área da educação física que tem como 
objeto de estudo a motricidade humana para as pessoas com necessidades 
educacionais especiais, adequando metodologias de ensino para o 
atendimento ás características de cada aluno com deficiência, respeitando 
suas diferenças individuais.” 
Sabe-se que o processo de ensino aprendizagem deve estar sempre se 
adequando a cada uma das características individuais do aluno com deficiência. 
Porém, sabemos que a EFA é um imenso campo das atividades físicas onde o 
mediador paciente, criativo e observador é o professor de Educação Física. Este, 
por sua vez encontra inúmeros desafios na tentativa de desenvolver os Programas 
de Atividades Físicas para os alunos com deficiência, desafios estes correlacionados 
com a formação inicial inconsistente, posto que, como já citado anteriormente no 
23 
 
Brasil só a partir da décadade 80 começou a ocorrer estudos sobre pessoas com 
deficiência e possíveis intervenções nos cursos de Educação Física, por meio de 
disciplinas específicas, como a Educação Física Especial e a Educação Física 
Adaptada. 
A formação dos professores de Educação Física para lidar com alunos com 
deficiência é de extrema importância, mas não basta somente uma boa formação 
inicial, e sim mudanças em toda a esfera educacional, pois nem todas as escolas 
estão prontas para acolher o aluno com deficiência. Todos estes problemas, sejam 
na formação dos profissionais ou no ambiente educacional, vêm tornando-se 
fundamental no momento em que a inclusão é um assunto importante no âmbito 
escolar. 
2.2.3 A Importância da Educação Física Adaptada para a Pessoa com 
Deficiência 
A EFA é uma das ferramentas que deve ser utilizada como suporte 
pedagógico na educação sistematizada de alunos com deficiência e sua relevância 
vai além dos pressupostos sensoriais, ela engloba aspectos humanos, emocionais, a 
pessoal e interpessoal, enfim é uma absorção de conhecimentos sem precedentes 
eu o mesmo não iria adquirir caso não houvesse o incentivo às atividades físicas. A 
dificuldade do profissional de EF com certeza será redobrada daquela que este teria 
com alunos sem deficiência, pois o nível cognitivo das PCDs está abaixo, porém 
Fonseca (1995, p. 73) nos fala que, 
Aprender a aprender é possível nos deficientes. Por mais condições 
adversas que se levantem, o organismo humano é um sistema aberto e 
sistêmico e como tal, a inteligência só pode ser concebida como um 
processo interacional, flexível, prático, dinâmico e auto regulado. 
Como se sabe, a EFA é um direito da PCD, não somente para que esta se 
sinta inclusa, mas sim para que esta tenha uma melhor evolução em todos os 
âmbitos do seu desenvolvimento, principalmente no que se refere aos aspectos 
cognitivo, afetivo e motor, para isto VENTURINI et. al. (2010) a Educação Física 
contribui para o desenvolvimento do afetivo, social, e intelectual de alunos com 
deficiência, pois o incentivo à inclusão torna a autoestima e a autoconfiança mais 
evidente e assim não há desigualdade. O ajuste gradativo da EF para alunos 
deficientes evidencia a compreensão de limitações e capacidades, estimulando o 
24 
 
desempenho do aluno. É imprescindível que o professor conheça seu aluno e sua 
necessidade educacional especial, se houver, pois atualmente esta disciplina não 
trabalha apenas com alunos ditos normais, mas também frisa a importância da 
prática inclusiva de alunos especiais em suas aulas, e no caso da APAE, o 
envolvimento com todas as outras pessoas que fazem parte deste ciclo de ensino-
aprendizagem. 
Dito isto, infere-se que a prática da Educação Física para as PCD, lhe 
proporcionará inúmeros benefícios, além dos já citados e através deste o indivíduo 
melhorará sua qualidade de vida e seu tempo estará bem ocupado, com distrações 
saudáveis ao qual poderá desenvolver sua autonomia e se sentir uma parte 
importante e integrante do mundo. 
2.3 DESENVOLVIMENTO HUMANO 
O desenvolvimento de qualquer indivíduo tem início através da formação de 
uma única célula no momento da concepção, Cole e Cole (2003. p. 68). Entretanto, 
cada ser humano gerado possui uma gama de informações genéticas que são 
exclusivas dele, tornando-se único em todo o universo, como tal, ainda assim é um 
simples instrumento evolutivo de sua espécie, necessitando passar por várias 
transformações para chegar ao ápice de sua existência humana. 
A ciência encara o desenvolvimento do ser humano como uma caixinha de 
surpresa, pois, apesar de que a maioria segue os padrões já estabelecidos através 
de estudos profundos neste assunto, alguns driblam todo o conhecimento científico 
tendo uma linha de desenvolvimento bem distinta do esperado. O processo da vida 
é regido pelas forças biológicas e só a elas cabe a compreensão exata do enigma 
que cada pessoa carrega, ainda que influenciados pelo ambiente externo. 
2.3.1 Conceitos Básicos e Períodos do Ciclo de Vida 
O campo do desenvolvimento humano prioriza no estudo científico da 
mudança dos seres humanos, e também de como se igualam do nascer ao morrer. 
Através dos conhecimentos adquiridos, sabemos que as mudanças são mais 
perceptíveis na infância, porém são decorrentes durante toda a vida do indivíduo. As 
mudanças no ser humano são numerosas, diversificadas e muitas vezes aleatórias, 
dificultando seu estudo mais profundamente. 
25 
 
Papalia e Olds (2000, p. 25), divide o desenvolvimento humano em dois 
tipos de mudanças: a quantitativa e a qualitativa. A mudança quantitativa é uma 
mudança em número ou quantidade, como o aumento do peso e altura ou no 
vocabulário. A mudança qualitativa é uma mudança do tipo, estrutura ou 
organização, como o desenvolvimento de um bebê não verbal para uma criança que 
compreende e fala uma língua. 
Dentro dessas mutações ocasionadas naturalmente nos seres humanos, 
sua maioria apresenta uma continuidade ou coexistência básica na personalidade e 
no comportamento. E quando o campo do desenvolvimento humano passou a ser 
uma disciplina de suma importância científica, os objetivos outrora simples, 
tornaram-se ainda mais complexos, incluindo a descrição, explicação, previsão e 
modificação do comportamento humano. 
O ciclo de vida humana é dividido em oito períodos de acordo com Papalia e 
Olds (2000, p. 26): (1) pré-natal, (2) primeira infância, (3) segunda infância, (4) 
terceira infância, (5) adolescência, (6) o jovem adulto, (7) meia idade e (8) terceira 
idade. Vale ressaltar que estas divisões são aproximadas, valendo principalmente 
para a vida adulta onde os fatores sociais ou físicos bem definidos quase não 
existem. Ainda assim, pode-se caracterizar cada período com algumas das 
principais mudanças (ver Tabela 1). 
A compreensão do desenvolvimento humano pode ajudar a muitas pessoas 
a lidarem com as transições entre as mudanças, que para alguns ocorre de forma 
simples, todavia, em outros, como no caso de pessoas com deficiência, essas 
mudanças podem ser até mesmo cruéis, haja vista, que este não possui 
desenvolvimento igual biologicamente falando. 
O desenvolvimento do indivíduo “é um processo igual para todos os seres 
humanos, mas ao mesmo tempo único e individual em vários aspectos” LUMMERTZ 
E ROMANO (2009, p. 19), por esta razão este assunto complexo causa grande 
interesse aos estudiosos do ser humano como um todo. 
TABELA 1 - Principais Desenvolvimentos nos Oito Períodos do Ciclo de Vida 
Faixa Etária Principais Desenvolvimentos 
Estágio pré natal 
(concepção até o 
nascimento) 
Formação da estrutura e órgãos corporais básicos. 
O crescimento físico é o mais rápido de todos os períodos. 
Grande vulnerabilidade às influências ambientais. 
26 
 
Primeira infância 
(nascimento até os 3 
anos) 
 
 
O recém-nascido é dependente, porém competente. 
Todos os sentidos funcionam no nascimento. 
Crescimento físico e desenvolvimento das habilidades motoras são 
rápidos. 
Capacidade de aprender e lembrar estão presentes, até mesmo nas 
primeiras semanas de vida. 
Compreensão e fala se desenvolvem rapidamente. 
Autoconsciência se desenvolve no segundo ano. 
Apego aos pais e a outros se forma aproximadamente no final do primeiro 
ano de vida. 
Interesse por outras crianças aumenta. 
Segunda infância (3 
a 6 anos) 
Força e habilidades motoras simples e complexas aumentam. 
Comportamento é predominantemente egocêntrico, mas a compreensão 
da perspectiva dos outros aumenta. 
Imaturidade cognitiva leva a muitas ideias ilógicas acerca do mundo. 
Brincar, criatividade e imaginação tornam-se mais elaborados. 
Independência, autocontrole e cuidado próprio aumentam.Família ainda é o núcleo da vida, embora outras crianças comecem a se 
tornar importantes. 
Terceira infância (6 
a 12 anos) 
Crescimento físico diminui. 
Força e habilidades físicas se aperfeiçoam. 
Egocentrismo diminui. 
Crianças passam a pensar com lógica, embora predominantemente 
concreta. 
Memória e habilidades de linguagem aumentam. 
Ganhos cognitivos melhoram a capacidade de tirar proveito da educação 
formal. 
Autoimagem se desenvolve, afetando a autoestima. 
Amigos assumem importância fundamental. 
Adolescência (12 a 
20 anos) 
Mudanças físicas são rápidas e profundas. 
Atinge-se a maturidade reprodutiva. 
Capacidade de pensar abstratamente e usar o pensamento científico se 
desenvolvem. 
Egocentrismo adolescente persiste em alguns comportamentos. 
Busca de identidade torna-se fundamental. 
Grupos de amigos ajudam a desenvolver e testar a autoimagem. 
Relacionamento com os pais geralmente é bom. 
Jovem adulto (20 a 
40 anos) 
Saúde física atinge o máximo, depois cai ligeiramente. 
Habilidades cognitivas assumem maior complexidade. 
Decisões sobre relacionamentos íntimos são tomadas. 
A maioria das pessoas se casa; a maioria tem filhos. 
Escolhas profissionais são feitas. 
Meia-idade (40 a 65 
anos) 
Ocorre certa deterioração da saúde física, e declínio da resistência e 
perícia. 
Mulheres entram na menopausa. 
Sabedoria e capacidade de resolução de problemas práticos são 
acentuadas; capacidade de resolver novos problemas declina. 
Senso de identidade continua a se desenvolver. 
Dupla responsabilidade de cuidar dos filhos e pais idosos pode causar 
estresse. 
 Partida dos filhos tipicamente deixa o ninho vazio. 
Para alguns, sucesso na carreira e ganhos atinge o máximo; para outros 
ocorre um esgotamento profissional. 
Busca do sentido da vida assume importância fundamental. 
Para alguns, pode ocorrer a crise da meia idade. 
27 
 
Terceira idade (65 
anos em diante) 
A maioria das pessoas é saudável e ativa, embora a saúde e a 
capacidade física declinem um pouco. 
Retardamento do tempo de ração afeta muitos aspectos do 
funcionamento. 
A maioria das pessoas é mentalmente ativa. Embora a inteligência e a 
memória possam se deteriorar em algumas áreas, a maioria das pessoas 
encontra modos de compensação. 
Aposentadoria pode criar mais tempo para o lazer, mas pode diminuir as 
rendas. 
As pessoas precisam enfrentar perdas em muitas áreas (perda de suas 
próprias faculdades, perda de afetos) e a iminências de sua própria morte. 
Fonte: PAPALIA E OLDS (2000, p. 27). 
2.3.2 Aspectos do Desenvolvimento Humano 
Sabemos que o desenvolvimento humano é repleto de complexidade, pois 
este ocorre em diversos aspectos e em vários períodos da vida (ver Tabela 1), 
porém os estudiosos deste tema buscam incessantemente simplificar esta 
discussão, delimitando estas transformações nos seguintes aspectos: sociais, 
afetivos, cognitivos e motores. Ainda que estes aspectos estejam entrelaçados, 
podemos caracterizá-los separadamente, de acordo com a tendência desta pesquisa 
que tem sua amostra inserida nos períodos, terceira infância e adolescência. 
2.3.2.1 Aspectos Sociais 
O desenvolvimento infantil engloba o aspecto social no âmbito social de uma 
sociedade que forma e oprime a criança. “O ser humano evolui de uma simbiose e 
dependência relativa para expressar sua personalidade, no seio de grupos, com 
uma dinâmica e suas próprias leis.” CAMPOS (1997, p. 78), no entanto, a 
psicanálise não aceita que a criança receba o incentivo social passivo ou seja, 
desenvolva seus aspectos sociais apenas com motivos intrínsecos, considerando-se 
também a importância dos fatores individuais e biológicos. 
Wallon afirma que, a socialização surge repentinamente, mas a partir do 
meio em que este se encontra inserido e das influências encontradas neste, para 
evoluir socialmente. 
FREUD (1984), admite que a pulsão social não pode ser uma pretensão 
original e que pode encontrar sua origem no seio familiar, onde já no nascimento há 
um conhecimento do mundo exterior e a descoberto do outro, no caso dos pais, 
criando-se uma ligação com os mesmos. 
O desenvolvimento social ocorre também a partir do desenvolvimento 
intelectual, segundo Piaget, pois o mesmo abandona o egocentrismo, separando o 
28 
 
sujeito do objeto. Para AJURIAGUERRA (1971), não podemos compreender a 
socialização sem ter em conta os imperativos instintivos e a organização dos 
mecanismos de defesa do eu. 
Na terceira infância, a participação das crianças em grupos é cada vez mais 
importante para que haja a socialização, nesta fase, estes indivíduos aprendem 
melhor em conjunto a obedecer as regras e a seguir certa moral, no que se refere 
também aos gêneros masculino e feminino, bem como a comportar-se em público, 
haja vista que as informações são repassadas para todo o grupo e a noção de as 
regras valem não só para um, mas para todos os indivíduos do grupo. 
Durante a adolescência, Campos (1997) diz que aproximadamente aos 13 
ou 14 anos, as meninas começam a ver os meninos como parceiros para sair, 
primeiro que os meninos, que só tendem a ter esses pensamentos a partir dos 14 ou 
15 anos, devido à maturação tardia física e emocional em relação ao sexo oposto. 
Uma fonte importantíssima de apoio emocional encontrada na adolescência 
é o envolvimento destes com um grupo de amigos, onde estes sentem-se 
confortáveis em compartilhar todas as suas tristeza, alegrias, e principalmente as 
suas mudanças. Para ele o grupo de amigos é fonte de afeto, solidariedade e 
compreensão, um grupo destinado a experimentar para vivenciar, e um ambiente de 
autonomia e independência dos pais. 
2.3.2.2 Aspectos Afetivos 
Na vida afetiva de um se humano, existem dois sentimentos básicos 
envolvidos em tudo o que este ser humano é capaz de fazer: o amor e o ódio. Estes 
dois juntam-se muitas vezes e são direcionados a uma só pessoa, diferenciando-se 
apenas nos momentos em que aparecem, dito isto, esta atitude de dirigir estes dois 
sentimentos a uma mesma pessoa é chamado de ambivalência. 
O ser humano é ambivalente durante toda a sua vida, e principalmente 
quando está em formação, seja, com seus amigos, com seus filhos, com os 
professores, com a família, etc. Segundo alguns estudos, quando o ser humano 
nasce, este não possui a ambivalência, ou seja, ainda não possui a capacidade de 
amar ou odiar. Estes dois sentimentos deverão ser desenvolvidos ao longo de sua 
formação biológica, dependendo da experiência do ambiente externo bem como de 
suas características internas, para desenvolver um dos dois em maior quantidade. 
29 
 
Porém, ao ser humano não é dado o poder de escolher ter afetos ou não, e 
principalmente, ser ambivalente, estas atitudes são regidas pelo inconsciente. 
O inconsciente é uma das maiores descobertas de Sigmund Freud, médico 
austríaco, o “pai” da psicanálise, nascido em 6 de maio de 1856, e falecido em 23 de 
setembro de 1939, aos 82 anos. 
Freud insistia que o ser humano é determinado por processos que 
desconhece e, estes processos fazem parte do seu inconsciente. A Psicanálise, 
contribui arduamente para o aspecto afetivo do desenvolvimento, sobretudo, no que 
se refere ao desenvolvimento libidinal. A libido, segundo a Psicanálise é uma 
energia sexual que move os indivíduos em busca do prazer. Freud explica que o 
sexual é distinto do genital, pois, o ato de aprender, por exemplo, é um ato sexual, 
pois oferece prazer, mas não genital. Este médico criou uma divisão para as etapas 
da vida de acordo com o desenvolvimento da libido e suas fases (ver Quadro 1). 
Podemos verificar que a Terceira infância e Adolescência – períodos da 
amostra desse estudo – abrange: a fase de latência, onde, afonte de prazer tem 
repressão temporária dos interesses sexuais, ou seja, não há o interesse da 
sexualidade do sexo oposto, pois o prazer advém do exterior, da curiosidade e do 
conhecimento como ganhos substitutos; a fase genital, onde o adolescente e o 
adulto veem no sexo oposto o valor sexual para o companheirismo, e o prazer 
sexual das relações sexuais. 
O conhecimento do desenvolvimento da libido, ajuda o professor a entender 
as fases dos aspectos afetivos em que o seu aluno se encontra, bem como a 
sexualidade do mesmo, para libertá-lo dos estigmas pregados pela sociedade em 
que o mesmo vive. 
2.3.2.3 Aspectos Cognitivos 
Os pesquisadores atuais focalizam em melhorias gradativas nos aspectos 
do desenvolvimento cognitivo da criança, diferente de Piaget, que descrevia as 
mudanças qualitativas. Algumas dessas mudanças podem originar-se do 
aprendizado. Dito isto, alguns especialistas inferem que o ganho de conhecimento 
pode ajudar a explicar os avanços percebidos por Piaget. Para ele, a base biológica 
é de suma importância no cognitivo da criança, entretanto, ela não determina o 
desenvolvimento infantil, ela apenas abre as possibilidades. Pois, segundo Piaget 
(1987) não pode haver maturação, se não há a estimulação do ambiente. 
30 
 
QUADRO 1 - Desenvolvimento da libido, em fases, nas diferentes etapas da vida. 
 
Fonte: Baseado no quadro exibido por Piletti (1999), p. 208 in LEPRE (2008). 
O desenvolvimento cognitivo é um processo contínuo que passa por 
estádios que marcam diferenças qualitativas de um nível de pensamento e conduta 
para o outro. Piaget divide em quatro estágios: sensório-motor (0-2 anos); pré-
operatório (2-7 anos); operatório-concreto (7-12 anos) e operatório-formal (12 anos 
em diante). 
O aspecto cognitivo das crianças na terceira infância e adolescência – 
dentro do estágio operatório concreto e operatório-formal - conta com a aquisição de 
informações do que antes, e também se tornam mais eficazes para aprender o que é 
ensinado dentro do ambiente escolar. O tempo para processar combinações de 
figuras e realizar equações mentalmente diminui regularmente (Kail, 1991 apud 
Papalia e Olds, 2000). Esse aperfeiçoamento também pode ser notado em diversas 
tarefas, pois o processamento de informações afeta muitas partes do 
desenvolvimento cognitivo, ou seja, ele aumenta a capacidade da mente de 
armazenar e assimilar os dados recebidos, pois a memória é bastante aperfeiçoada, 
ou seja, além de as crianças serem mais capazes de prestar atenção ao que o 
professor ensina, sua capacidade de assimilar este conteúdo também é maior. 
No período operatório-formal (12 anos em diante), o raciocínio hipotético –
dedutivo está em construção, onde o adolescente é capaz de criar várias hipóteses 
31 
 
acerca de diferentes conteúdos assimilados e questionar sobre elas sem que 
alguém o influencie a esta atitude. Os planos estarão em alta, bem como sua 
execução, podendo avaliar os resultados e recriar um novo plano, consertando os 
erros anteriores. Antecipa consequências e as analisa, seu pensamento torna-se 
livre das limitações da realidade concretas. 
2.3.2.4 Aspectos Motores 
Durante a terceira infância, as habilidades motoras do indivíduo estão em 
continuidade de aperfeiçoamento. Estes se tornam mais fortes, mais rápidos e há 
uma grande melhoria na coordenação, e estes apresentam ainda um prazer extremo 
ao testar seus corpos para descobrir novas habilidades. Deve-se a isto, o fato de a 
Educação Física prever atividades livres, que incentivem o aluno a descobrir-se e ao 
mesmo tempo aprender a respeitar que o outro também está passando pelas 
mesmas descobertas que ele. 
Os jogos que exigem mais habilidades da criança são mais utilizados 
também para que esta avalie sua própria força em relação às outras crianças, as 
diferenças motoras de meninos e meninas vão se tornando maiores, pois estas 
crianças estão se aproximando da puberdade. O indivíduo do sexo masculino tende 
a realizar as atividades propostas com mais rapidez, como correr com maior rapidez, 
arremessar mais alto e mostrar força superior às meninas (Cratty, 1986). 
Parte das diferenças entre o desenvolvimento motor do menino e da menina, 
deve-se a força cada vez mais crescente nos meninos, porém, estas diferenças 
podem ser influenciadas pelas expectativas e experiências culturais que os cercam, 
bem como o nível de treinamento e de atividades físicas praticadas, e sua taxa de 
participação em atividades que aprimorem o desenvolvimento motor. Nota-se que a 
cada momento, a atenção voltada para o aspecto motor da menina é cada vez mais 
ampliada, então estas diferenças podem ser diminuídas no decorrer dos anos. 
Na adolescência, que dura quase uma década de acordo com a divisão de 
Papalia e Olds (2000), geralmente considera-se também como a puberdade, que é o 
processo da maturação sexual e a capacidade de reprodução. Segundo as autoras, 
na antiguidade as crianças ingressavam no mundo adulto quando amadureciam 
fisicamente, hoje em dia este amadurecimento se torna precoce, ocorrendo antes do 
que deveria. Porém, isto não impede que sua mudança motora ocorra, é neste 
período que o adolescente finaliza a estruturação do seu esquema corporal 
32 
 
demonstrando maior controle e domínio corporal. O indivíduo só irá dispor de uma 
imagem mental do corpo em movimento a partir dos 10/12 anos. O seu referencial 
estará não mais centrado no seu próprio corpo, mas são exteriores ao sujeito, 
podendo ele mesmo criar os pontos de referência que irão orientá-lo. 
Como nos fala LEPRE (2008), “ele já é capaz de se localizar em um 
determinado local, sabe chegar na casa de amigos e parentes e é capaz de ensinar 
esses caminhos, “de memória”.”. 
2.4 UM OLHAR SOBRE A CAMINHADA DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO 
BRASIL 
2.4.1 A Pessoa com Deficiência do Período Colonial até a Atualidade 
No período colônia o nosso país, o Brasil, mantinha todas as suas 
legislações de acordo com a regência de Portugal, pois assim evidenciam os 
registros escassos da época, a atenção dada às pessoas com deficiências era 
mínima, que durante o século XVIII eram cuidadas em casa e em outros casos até 
abandonadas. Podemos citar entre como prova dessas situações, a “roda dos 
abandonados”, conhecida como local de destino de órfãos, rejeitados e crianças 
deficientes. 
Os atendimentos mais importantes eram dados aos cegos e os surdos, com 
a criação, em 1854, do Instituto dos Meninos Cegos (atual Instituto Benjamin 
Constant) e do Instituto dos Surdos-Mudos (hoje, Instituto Nacional de Educação de 
Surdos – INES), em 1857, fundados na cidade do Rio de Janeiro, por iniciativa do 
governo Imperial (JANNUZZI, 1992; MAZZOTTA, 1996). 
Já em 1874, um dos hospitais, o Hospital Juliano Moreira, que era localizado 
em Salvador, na Bahia, priorizaram o atendimento à pessoa com deficiência mental, 
Isso se tornou uma revolução para a época, haja vista que outros hospitais mentais 
como era chamados só surgiram no início do século XX nas cidades de São Paulo e 
Rio de Janeiro. Durante as primeiras décadas do século XX, o país vivenciou a 
estruturação da República e o processo de popularização da escola primária 
(RODRIGUES; MARANHE, 2010). Mas em todos estes casos, apesar de se 
incentivarem a criação destes espaços para o cuidado com a PCD, não havia 
profissionais voltados para o lado educacional deste, que continuava sem soluções, 
a solução encontrada foi formar professores. 
33 
 
A partir daí, em meados de 1930, veio ao Brasil a psicóloga e educadora 
Helena Antipoff. Foi ela que organizou e coordenou cursos de formação de 
professores e fundou os serviços de diagnósticos e classes especiais nasescolas 
públicas no estado de Minas Gerais. Anos mais tarde, esses serviços se estenderam 
pelos demais estados. 
Em 1961, o atendimento educacional às pessoas com deficiência passa a 
ser fundamentado pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), 
que aponta o direito dos “excepcionais” à educação, preferencialmente dentro do 
sistema geral de ensino (BRASIL, 1961). 
Em 1973, o Ministério da Educação (MEC), o Centro Nacional de Educação 
Especial (CENESP), ficaram com a responsabilidade de gerenciar a educação 
especial no Brasil. Com a intenção de integrar os serviços, o CENESP impulsionou 
ações educacionais voltadas às pessoas com deficiência e às pessoas com 
superdotação, mas ainda configuradas por campanhas assistenciais e iniciativas 
isoladas do Estado. (BRASIL, 2007a). 
Nos anos de 1990, com a evolução da declaração de Salamanca, o governo 
criou o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CONADE). O 
intuito desse órgão seria facilitar gestões descentralizadas e possibilitar a 
comunicação entre sociedade civil e governo. Porém, mesmo com a criação de 
tantos conselhos, permanecia a escola pouco democratizada e a educação especial 
como um sistema de ensino paralelo ao ensino popular. 
Esta situação permaneceu até parte do ano 2000, quando a ênfase da 
escola se centraliza em seu poder que transforma os rumos da Educação, dito isto, 
necessitou-se que os profissionais da educação atentem-se para as individualidades 
que os alunos possuem e valorizem os métodos e as técnicas de que ensino que 
atendam a todas as necessidades. 
Temos por mais atuais mudanças o PNE 2011-2020, por sua vez, foi 
apresentado como o projeto de lei n° 8.035 de 2010. Contudo, este ainda está nos 
trâmites legislativos. 
2.4.2 Conceito de Deficiência e a Nomenclatura Correta para a PCD 
Várias designações foram dadas às deficiências ao longo do tempo dentro 
do ambiente social e médico ao qual as PCDs estavam inseridas, por exemplo, 
Ribas (1994) conta que a sociedade recriava uma figura representativa deste 
34 
 
indivíduo discriminadamente através de palavras como: excepcional, cego, inválido, 
surdo, aleijado, louco, anormal, dentre outros. Ou seja, a deficiência tinha sua 
nomenclatura visada na deficiência pertence ao indivíduo, sem a observação das 
outras capacidades que estas pessoas possuíam. 
Mas de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a deficiência é 
conceituada como o substantivo atribuído a toda a perda ou anormalidade de 
estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica. Citando, portanto, a 
biologia do ser humano como principal agente dessas deficiências. Todo o ser, 
portador de qualquer problema físico ou mental, que não tenha ou falte uma parte 
anatômica, obtendo assim, várias dificuldades em todos os seus aspectos: de 
locomoção, percepção, pensamento ou relação social é considerado deficiente. 
As deficiências classificam-se em: Portadores de Deficiência Auditivos, 
Visuais (sensorial), Mental, Física, Múltipla; Portadores de Condutas Típicas 
(comportamentos típicos de portadores de síndromes e quadros psicológicos, 
neurológicos ou psiquiátricos com repercussão sobre o desenvolvimento e 
comprometimento no relacionamento social); Paralisia: prejuízo (sequela de 
agressão encefálica), permanente do movimento e da postura, resultante de uma 
desordem encefálica não progressiva. É causada por fatores hereditários ou 
problemas havidos durante a gravidez, parto, período neonatal ou nos dois primeiros 
anos de vida. Pode ser acompanhada de rebaixamento mental e distúrbios 
convulsivos. 
O que se encontra estabelecido quanto às terminologias é o acordado na 
Convenção Internacional para Proteção e Promoção dos Direitos e Dignidade das 
Pessoas com Deficiência, que foi aprovada em 13 de dezembro de 2006, tornando-
se lei nacional para todos os países que fazem parte da Organização das Nações 
Unidas: passando-se a usar a terminologia adequada “pessoa com deficiência” 
(Brasil, 2007). Como afirma também o Estatuto da Pessoa com Deficiência (2000) 
em seu Artigo 2º que afirma: 
“Consideram-se pessoas com deficiência aquelas que têm impedimentos 
de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, 
em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena 
e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais 
pessoas.” 
Assim sendo, quando foram escolhidas as terminologias corretas quanto às 
questões das deficiências, adquiriu-se vantagens ao acentuar os aspectos 
35 
 
dinâmicos na forma verbal ao se definir a deficiência como condição intrínseca do 
ser humano e mão como uma condição condenatória ao mesmo, proporcionando 
assim uma dignidade e um valor maior a estes indivíduos. 
2.5 ASSOCIAÇÃO DE PAIS E AMIGOS DOS EXCEPCIONAIS: 68 ANOS 
CONSTRUINDO O DESENVOLVIMENTO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA 
2.5.1 Histórico da APAE no Brasil 
A APAE é um ato pioneiro neste país, criado primeiramente com o intuito de 
assistenciar pessoas com deficiência intelectual. Esse ato de criação ocorreu no dia 
11 de dezembro de 1954, no Rio de Janeiro, por Beatrice e George Bemis, 
diplomatas representantes dos Estados Unidos, ao chegarem ao Brasil, naquele 
ano, não acharam nenhuma instituição na qual pudessem inserir seu filho que 
possuía com Síndrome de Down. 
Conforme o citado acima, este fato motivou os diplomaras a esforçar-se para 
articular um instrumento que visasse o atendimento das pessoas com deficiência 
intelectual, como conta Véras (2000). Juntamente com o casal, juntaram-se pais, 
amigos e alguns profissionais da saúde, e assim, iniciou-se o primeiro movimento 
denominado Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE, em março de 
1955, em uma reunião na sede da Sociedade Pestalozzi do Brasil, para a escolha do 
Conselho Administrativo. 
Inicialmente a APAE contou com o apoio e o espaço cedido pela Sociedade 
Pestalozzi, dando prosseguimento aos trabalhos pedagógicos; formando duas 
turmas com 20 crianças com deficiências (VÉRAS, 2000). O movimento logo 
ampliou-se entre outras capitais e depois para as cidades interioranas. De 1954 a 
1962 surgiram 16 APAEs no território brasileiro. 
Conforme o movimento foi crescendo, fez-se necessário a criação de uma 
organização nacional para a articulação dos ideias que iriam surgir. Dia 10 de 
novembro de 1962, foi inaugurada a Federação Nacional das APAEs – FENAPAE, 
no estado de São Paulo, no consultório do Dr. Stanislau Krinski, funcionando por 
vários anos. Este grupo de fundação comtemplou a participação das famílias no 
movimento como prioridade, destacando a necessidade de se conhecer as histórias 
de vida de seus grupos especiais. 
36 
 
A FENAPAE em 1964 ganhou sede própria do Governo Federal, no Rio de 
Janeiro e, atualmente, suas instalações estão localizadas no Distrito Federal, em 
Brasília, esta vem gerenciando “um movimento associativo entre famílias, escolas, 
organizações de saúde e sociedade, para promover e articular ações de defesa dos 
direitos das pessoas com deficiência intelectual e múltipla na perspectiva de sua 
inclusão social” (CARVALHO; CARVALHO; COSTA, 2011, p. 15). Na atualidade as 
APAEs estão estruturadas em níveis hierárquicos, sendo eles quatro: 
1. Federação Nacional das APAEs é a responsável por proporcionar 
atenção integral e integrada às pessoas com deficiência, provocando articulações, 
interligação entre saberes, recursos, programas e ações. “Implica o ordenamento 
das filiadas e seus serviços em parcerias locais com a comunidade, de modo a 
potencializar as ações e seus resultados” (CARVALHO; CARVALHO; COSTA, 2011, 
p. 16); 
2. Federações das APAEs nos estados,responsáveis pelos rumos, 
diretrizes, e estratégias do Movimento e, pela articulação política, defesa de direito e 
ações, em âmbito estadual; 
3. Conselhos Regionais das APAEs, com a função de organizar as 
APAEs nas microrregiões, orientando seus rumos e sendo o contato direto entre a 
base e a Federação das APAEs no estado; 
4. APAEs nos municípios, são as prestadoras de serviços e atendimentos 
diretos ao seu público especial. 
Com seis décadas de história, esta importante instituição sempre esteve em 
constante evolução quanto às suas implicações, e o seu papel na vida de pessoas 
com necessidade e a participação daqueles que são acometidos pelas situações 
que a vida lhes impõe. 
2.5.2 Nasce a APAE em Manacapuru / AM 
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Manacapuru/AM foi 
fundada em 04/05/1995, através da ideia da professora e secretaria de Assistência 
Social da época, Maria das Neves Marães Moutinho, juntamente com um grupo de 
senhoras. É uma instituição civil, filantrópica, de caráter cultural, assistencial e 
educacional sem fins lucrativos e tem entre outras a finalidade de promover melhoria 
37 
 
na qualidade de vida das pessoas com deficiências, em todos os ciclos da vida, 
buscando assegurá-los o pleno exercício da cidadania. 
Ademais a mesma é mantenedora do Centro Educacional de Educação 
Especial Solimões, situada na Rodovia Manuel Urbano, km 74 s/n, na entrada do 
Ramal do Calado, distante da cidade a 14 km, onde desenvolve trabalhos 
pedagógicos com as PCDs em conformidade com legislação em vigor, na qual 
busca utilizar modernas técnicas e metodologias de ensino, agindo com 
responsabilidade e seriedade. Mantém também o Centro de Reabilitação e 
Estimulação Precoce, destinado às atividades de fisioterapia, onde funciona o setor 
de administração. 
Atualmente a APAE atende 121 PCDs e seus familiares, perfazendo um total 
aproximado de 650 pessoas usufruindo dos serviços postulados pela instituição, 
porém tendo a capacidade para atender mais de 2.000 pessoas, como comprovado 
em anteriores. Esta busca ainda oferecer serviços de qualidade primando por 
profissionais excelentes e qualificados, abrindo também espaços para profissionais 
voluntários os quais desejam colaborar com a instituição. Além de atendimentos 
pedagógicos, a APAE conta hoje com os serviços dos seguintes profissionais: 
assistente social, psicóloga, pedagoga, gestora e fisioterapeuta. 
Vale salientar que, embora a APAE/Manacapuru foi criada em 1995, só 
passou a funcionar em prédio próprio em 2007, tendo em vista o apoio do Governo 
do Estado, em vez que viabilizou a construção do Centro de Educação Especial 
Solimões em 2006, que tinha como objetivo garantir espaço físico adequado para 
ministrar as aulas. Logo em seguida, veio a aquisição de um micro ônibus para que 
a dificuldade que os alunos tinham em se locomover para o local fosse amenizada. 
Por consequente, em 2011, através do Projeto Direitos Iguais para Todos, 
conseguiu-se um ônibus, financiado no valor de R$ 298.000,00, adaptado com 40 
lugares, fazendo com que a evasão de alunos diminuísse, bem como, a demanda de 
matriculados sendo aumentada. Em 2014, a APAE foi pleiteada com um espaço 
multiuso por meio do Projeto Viver Melhor, com o objetivo de proporcionar um local 
seguro e confortável para as atividades escolares e sociais, passando então a 
garantir aos usuários melhores condições nas atividades como o previsto. 
Tão logo, em 2015, teve início o Projeto Caminhando com a Inclusão, que 
teve como objetivo primordial, proporcionar a inclusão por meio de atividades 
ocupacionais visando o desenvolvimento das PCDs, com a finalidade de assegurar 
38 
 
os direitos das mesmas e a cidadania. E atualmente, para o desenvolvimento e 
funcionamento de todos esses serviços prestados às PCDs e seus familiares a 
instituição conta hoje com fontes de recursos e financiamentos: SEDUC, e Prefeitura 
de Manacapuru/AM, mas sempre que possível a APAE realiza eventos beneficentes 
para arrecadação de recursos e divulgação de seus trabalhos. A APAE também 
conta com o apoio do Serviço Social do Comércio (SESC) por meio de doações do 
Mesa Brasil, assim como espaço físico, do Juizado Especial Cível e Criminal 
(JECCRIM) doadores de gêneros alimentícios, e do Corpo de Bombeiros que 
orientam e ministram treinamentos de primeiros socorros. 
2.5.3 Os Objetivos da Instituição e a Justificativa para o Projeto APAE – 
Manacapuru/AM 
A APAE prioriza a melhoria a qualidade de vida dos deficientes e seus 
familiares ao oferecer uma educação inclusiva e de boa qualidade, além das várias 
atividades de esporte, cultura e lazer, incentivando na construção da autonomia de 
seus usuários. Beneficiando, portanto, os deficientes e seus familiares assistidos 
pela APAE e a comunidade em geral. Sendo essas ações propostas em suas 
diretrizes no Art.º. Alínea “n”, promover e articular serviços e programas de 
prevenção, educação, saúde, assistência social, esporte, lazer, visando à inclusão 
social da pessoa com deficiência. 
Sendo assim, o objetivo geral da APAE é contribuir para a melhoria de vida 
estimulando a efetivação de práticas diante a ampliação de ensino por meio de 
ações que agregam conscientização e participação familiar, promovendo a inclusão 
possibilitando o acesso nas áreas sócio assistenciais, saúde, educação, cultura, 
lazer, ética e valores humanos. 
E seus objetivos específicos são: 
1. Disponibilizar espaço e metodologias que contribuam para a promoção 
do desenvolvimento das capacidades físicas, intelectuais e coordenativas das 
pessoas com deficiência participantes do projeto por meio de atividades esportivas, 
culturais e lazer, possibilitando ao máximo o desenvolvimento das aptidões 
individuais e grupais; 
2. Facilitar a relação interpessoal, sua interação na comunidade e 
consequentemente a inclusão social, que tem foco decisão simultânea de 
estratégias através de identificação entre eles, não com o saber científico, mas com 
39 
 
a história de cada um, suscitando reflexões acerca da importância dos valores 
humanos para fortalecimento das relações sociais e pleno exercício da cidadania; 
3. Possibilitar e garantir o acesso aos atendimentos sociais, psicológicos, 
fisioterapêutico, dentre outros oferecidos na instituição como as oficinas propondo 
uma nova forma de ação rompendo com o modelo tradicional, oferecendo mais 
qualidade de vidas às famílias que delas necessitam com atendimentos 
personalizados em pequenos grupos, em ambiente saudável visando aprimorar os 
atendimentos. 
O processo de inclusão tem ocupado um espaço nas discursões na 
sociedade brasileira. Desta forma, vários projetos buscam o desenvolvimento social 
na tentativa de se alcançar uma melhoria na qualidade de vida das PCDs, ou mudar 
uma determinada situação. Com proposta inclusiva neste campo de trabalho tem-se 
investido na aprendizagem e espera-se contribuir para a qualidade de vida de todos 
que fazem parte do projeto sendo um grande desafio pois, hoje precisa-se de seres 
aptos para outras formas de viver. 
Nesse rol de justificativa, permeia-se salientar a importância de se fazer o 
melhor por essas pessoas, porém, só é possível, pois temos uma APAE que busca 
permanentemente junto ao governo do Estado apoio e parcerias lutando 
incansavelmente mudar a vida de quem precisa dos atendimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 MATERIAIS E MÉTODOS 
Esta pesquisa seguiu os princípios éticos presentes na Resolução nº 466/12, 
do Conselho Nacional de Saúde, do Ministério da Saúde do Brasil e foi aprovado 
pelo Comitê de Ética e Pesquisa para Seres Humanos da Universidade do Estado 
do

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