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PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO: CICLO VITAL (módulos I a IV)

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MÓDULO 1 - INFLUÊNCIAS PRÉ E PERINATAIS NO DESENVOLVIMENTO
1. DESENVOLVIMENTO PRÉ-NATAL
 
_____________________________________________________________________________________________________________________________________________
Porque é importante saber como ocorre o processo de fecundação e crescimento da criança no útero materno ? Entre outros, principalmente porque tal processo pode ser indicativo de:
 
-          Problemas de Comportamento;
-          Deformidades Físicas;
-          Distúrbios de Personalidade.
_______________________________________________________________________________________________________________
A fecundação ocorre no momento em que um espermatozóide de um homem penetra em um óvulo de uma mulher para formar um único ovo ou zigoto e então, inicia-se o processo de reprodução celular. As mudanças que ocorrem da fertilização ao nascimento constituem o desenvolvimento pré-natal. O desenvolvimento pré-natal leva em média 38 semanas e é dividido em três estágios: o período germinativo ou zigótico; período embrionário; período fetal.
O período germinativo ou zigótico ocorre da fecundação até aproximadamente a segunda semana. A fertilização ocorre nas trompas uterinas. Após a fecundação o zigoto cresce rapidamente por meio da divisão celular. O zigoto divide-se em duas células, em seguida estas se convertem em quatro, depois em oito e assim sucessivamente. Às vezes o zigoto se separa em dois blocos, que originam dois gêmeos idênticos. Os gêmeos fraternos são criados quando dois óvulos são liberados e cada um é fertilizado por um espermatozóide diferente. Ao mesmo tempo em que se divide e cresce, o zigoto desce pela trompa rumo ao útero.
Antes de completar uma semana, o zigoto chega ao útero. Ele penetra na parede uterina e estabelece conexões com os vasos sanguíneos da mãe, esse processo é chamado de implantação.
Como resultado da reprodução celular, forma-se uma esfera oca (blastocisto), cujas células internas logo darão origem ao embrião, enquanto as externas formarão as estruturas que sustentam, nutrem e protegem o bebê.
Entre a terceira e oitava semana se dá o estágio embrionário, que se inicia quando a implantação está completa, nesse momento o zigoto passa a ser chamado de embrião. No estágio embrionário as várias estruturas de sustentação são formadas e todos os principais sistemas de órgãos são definidos pelo menos de forma rudimentar.
A capa externa do blastocisto transforma-se em uma membrana protetora que, com os tecidos uterinos, formará a placenta, cuja função é permitir a passagem de substâncias nutritivas, agir como órgão de excreção, produzir a oxigenação fetal e, além disso, agir como uma glândula de secreção interna produtora de hormônios. O cordão umbilical, que se forma nesse período, faz a comunicação entre o embrião e a placenta. Forma-se também o saco amniótico que envolve e protege o embrião.
O crescimento do embrião segue dois princípios que persistem ao longo do desenvolvimento físico após o nascimento: vai da cabeça para baixo que denomina-se céfalo-caudal e do tronco para as extremidades, próximo-distal.
Nesse período desenvolvem-se órgãos e os principais sistemas corporais: respiratório, alimentar, nervoso.
Este é considerado um período crítico, quer dizer, é um período de alta vulnerabilidade às influências do ambiente pré-natal. Quase todos os defeitos congênitos de desenvolvimento ocorrem durante o primeiro trimestre de gravidez, bem como, três em cada quatro abortos espontâneos ocorrem no primeiro trimestre.
Por volta da oitava semana temos o estágio fetal. Nele, os órgãos formados no período anterior agora se diferenciam e se desenvolvem em termos anatômicos e funcionais. Esse é um momento de crescimento e refinamento de todos os sistemas. Há o aparecimento das primeiras células ósseas e um crescimento muito rápido de tal forma que se torna possível perceber os movimentos fetais. 
O desenvolvimento pré-natal apresenta certa regularidade e previsibilidade uma vez que as mudanças aparentemente seguem uma ordem fixa com intervalos fixos de tempo. No entanto, cumpre ressaltar que esta seqüência não é imune às modificações ou influências externas. Fatores gerais de risco podem ter efeitos sobre o desenvolvimento pré-natal, tais como: a nutrição, a idade, o estresse e a atividade física da mãe.
 
Atividades recomendadas:
 
O alcoolismo ainda é um dos graves problemas em nosso país. Faça uma pesquisa sobre o genótipo e o fenótipo do alcoolismo. 
 
 
 
 
2. FATORES TERATOGÊNICOS 
Fabrício tem hipospádia, uma anomalia congênita que evita que o pênis se desenvolva corretamente. Sua mãe está muitíssimo preocupada, principalmente porque é cabeleireira há 15 anos e ouviu falar que a exposição ao laquê pode contribuir muito para esse tipo de anomalia. 
Fatores teratogênicos são agentes ambientais que podem causar desvios no desenvolvimento e que podem conduzir a anormalidades, defeitos congênitos ou morte.
Algumas doenças contraídas pela mãe, em um determinado momento gestacional, podem afetar o desenvolvimento pré-natal principalmente através de três mecanismos: algumas doenças, principalmente os vírus podem atacar a placenta; outras têm moléculas suficientemente pequenas que atravessam os filtros placentários e ainda, há outras que ação sobre o bebê ocorre duranteo nascimento, na passagem pelo canal vaginal.
Entre as doenças de maior risco para o desenvolvimento pré-natal pode-se destacar: a rubéola, a AIDS ( Síndrome da Imunodeficiência Adquirida), o CMV (Citomegalovírus), o herpes genital e a sífilis. Dependendo do timing da interferência, poderá ou não trazer conseqüências para o desenvolvimento do embrião ou feto. Por exemplo, se uma mãe contrair rubéola no primeiro trimestre gestacional, provavelmente (50% de probabilidade) a criança apresentará retardo mental, danos nos olhos, ouvidos ou coração.
A Aids e as doenças associadas ao vírus HIV têm como consequência potencial: infecções frequentes, problemas neurológicos e morte.
Outro fator a destacar é o uso, por parte da gestante, de drogas lícitas e/ou ilícitas. Isto pode trazer prejuízos para o desenvolvimento pré-natal. Entre as lícitas destaca-se o uso de medicamentos, álcool, nicotina, cafeína. Os riscos estarão associados ao período crítico ou sensível, a quantidade e freqüência do uso da substância e a interação com outros fatores.
Nenhuma medicação deve ser prescrita para a mulher gestante, a menos que seja essencial e orientada pelo médico. Os efeitos do uso desse tipo de droga, muitas vezes são sutis e visíveis apenas muitos anos após o nascimento na forma de dificuldade de aprendizagem ou problemas de comportamento.
A ingestão de álcool deve ser evitada durante o período gestacional, o uso abusivo pode desencadear no bebê a Síndrome Fetal Alcoólica (SFA) cujas características são: deficiências cognitivas, danos no coração, crescimento retardados, rostos deformados.
As conseqüências do uso de nicotina são um crescimento retardado, possíveis danos cognitivos, baixo peso ao nascimento (inferior a dois quilos e meio), baixo rendimento escolar e do nível de atenção, hiperatividade, bem como, existe uma correlação entre a exposição pré-natal a nicotina e a Síndrome da Morte Súbita na Infância.
Entre as drogas ilícitas pode-se citar: a maconha, a cocaína e a heroína. Quanto ao uso da maconha, não foi definitivamente comprovado que o uso durante a gravidez cause deficiências neonatais, mas está associado a baixo peso ao nascimento.
De acordo com Papalia & Olds e Feldman (2006) a cocaína e a heroína podem causar danos em praticamente qualquer momento durante a gravidez. Em relação a primeira, há um maior risco de aborto, prematuridade, baixo peso ao nascimento, problemas neurológicos, crescimento retardado, irritabilidade nos recém-nascidos, menos responsivos. Já no uso da segunda, os bebês nascem dependentes da droga e podem manifestar síndrome de abstinência. Esse bebês têm maior probabilidade de óbito após o nascimento ou nascer prematuros, com baixopeso, vulneráveis a doenças respiratórias, apresentar problemas de ajustamento social e aprendizado.
Evidentemente, é importante lembrar que os fatores teratogênicos não agem isoladamente, mas sim em um contexto, que pode contar com outros tantos fatores de risco interagindo. Por exemplo, a gestante que é usuária de cocaína, também pode ser alcoolista, tabagista, estar em uma situação de estresse, etc.
É preciso destacar também os riscos ambientais. São fatores que estão associados à exposição a substâncias tóxicas como chumbo, mercúrio, a radiação e poluição de um modo geral. Esses agentes podem ser danosos ao desenvolvimento pré-natal trazendo como conseqüências, por exemplo, mutações genéticas.
Considerando o exposto, no que diz respeito aos efeitos dos fatores teratogênicos, pode-se afirmar que a susceptibilidade do organismo depende do momento de desenvolvimento (período crítico ou sensível); cada agente teratogênico atua de maneira específica e, por isso, causa um padrão particular de desenvolvimento anormal (por exemplo, os compostos de mercúrio causam paralisia cerebral e não outro tipo de anormalidade); os organismos individuais variam na sua suscetibilidade aos teratogênicos (vulnerabilidade genética); a susceptibilidade aos agentes depende da interação com outros fatores ( a idade da mãe, nutrição, condição uterina entre outros afetam a ação dos teratogênicos sobre o embrião ou feto); quanto maior a concentração de um agente teratogênico, maior o risco ( o uso de álcool é um exemplo); os teratogênicos que afetam adversamente o organismo em desenvolvimento podem afetar pouco ou nada a mãe ( a rubéola, por exemplo, têm efeitos temporários na mãe e pode trazer seqüelas graves para o bebê).
 
Atividades recomendadas:
 
Pesquise nos livros de Psicologia do Desenvolvimento sobre os “períodos críticos” e as respectivas anomalias congênitas causadas por agentes teratogênicos: tempo de exposição e efeitos nos principais órgãos durante a gestação. Obs.: geralmente estes dados são encontrados em figuras e gráficos.
 
 
3- INFLUÊNCIAS MATERNAS E PATERNAS
 
Selma casou-se com Germano e há 15 anos esperam pela vinda de um filho. Após inúmeras tentativas de engravidar, Selma  finalmente conseguiu e, após 7 meses de gestação, ela  concebeu um menino que, além de nascer pré-termo, apresenta a síndrome de Marfim.
 
Aspectos como a influência paterna e os estados psicológicos da mãe, revelam-se como relevantes fatores a serem considerados no período pré-natal.
Diferentemente do que se acreditava até então, o pai pode transmitir defeitos ambientalmente produzidos.
O homem exposto ao chumbo, maconha, fumaça de cigarro, grandes quantidades de álcool, radiação, hormônio sintético dietilestilbestrol e certos pesticidas pode produzir espermatozóides anormais. Assim como, os pais, que possuem uma dieta pobre em vitamina C, têm uma maior probabilidade de terem filhos com defeitos congênitos e vulneráveis a desenvolver certos tipos de câncer. Filhos de pais fumantes podem apresentar baixo peso ao nascimento e têm duas vezes mais chances de contrair câncer quando adultos. O uso de cocaína pode predispor à defeitos congênitos.
Além de haver a correlação entre a idade avançada do pai (acima de 40 anos) e a manifestação de doenças raras como a Síndrome de Marfim (deformidade da cabeça e membros) nanismo e malformação óssea, entende-se que tais anomalias ocorrem porque as células masculinas, mais do que as femininas, sofrem mutações e essas aumentam com a idade paterna.
O período gestacional é um período de transformações bio-psicossociais; o corpo se transforma rapidamente, há uma mudança na identidade, papéis e status social. Assim, é um período de intensos sentimentos e emoções, muitas vezes contraditórios e geradores de ansiedade. Mesmo em uma gravidez desejada e esperada, a mãe freqüentemente tem sentimentos ambivalentes de aceitação e rejeição da criança, expressos em preocupações com a saúde do bebê (fantasias de anomalias no bebê), medo do desenvolvimento dessa nova situação e também do parto e ansiedade pela responsabilidade de cuidar do bebê. Nessa fase são comuns o retraimento emocional ou a regressão a um papel de maior dependência na família.
É necessário um ajuste na relação com o cônjuge (quando a gestação ocorre dentro de um casamento ou relação estável), pois será preciso incluir mais um na relação e desenvolver o papel parental sem prejuízo do conjugal. Muitos conflitos conjugais decorrem dessa dificuldade. Aliás, os índices de episódios de violência conjugal envolvendo mulheres grávidas são alarmantes. Ajustes também são necessários na família extensa para aceitar o novo membro, há o realinhamento na estrutura familiar e negociações frente às novas funções, como a de tios, avós, etc.
À medida que a gravidez avança, a presença corporal e psicológica do bebê se faz cada vez mais presente, “os primeiros movimentos fetais são um marco” que denotam inclusive a existência de um ser separado, “a barriga torna-se autônoma, mexe independentemente da vontade da mãe”. Inclusive, as pessoas começam a se relacionar com a barriga, exemplo disto, são cenas nas quais as pessoas que não são íntimas da mãe, sem nenhum constrangimento, acariciam a sua barriga.
Por outro lado, o pai também passa por um processo semelhante ao da mãe, só que com a desvantagem que tem menos espaço para expressão dos seus sentimentos. A mãe grávida, no geral, tem toda a atenção e privilégios e o pai normalmente se depara com cobranças relativas a uma expectativa social e não pode falar de seus temores e ambivalências. Ao contrário, é esperado que ele dê todo apoio e suporte a grávida. Frente a essa torrente de emoções, alguns homens desenvolvem a Síndrome de Couvade, manifestando sintomas da gravidez e parto, como desejos, mal-estares gastro-intestinais, ganho de peso (e barriga) entre outros.
Assim como a mãe, o pai revive as experiências da infância e o desejo de ser o pai perfeito; depara-se com a sensação de ser completo e onipotente dirimindo quaisquer dúvidas em relação a sua potência/ fertilidade. Aparece a idéia de continuidade da linhagem familiar. No entanto, são comuns também, sentimentos de exclusão, no qual o bebê é visto como um rival e nesse caso, algumas relações conjugais são abaladas, podendo surgir relações extra-conjugais, o uso abusivo de álcool ou mesmo, a diminuição da libido ou a impotência sexual.
 
Atividades recomendadas:
 
Considerando o caso de Germano e Selma apresentados acima, faça uma ampla pesquisa nos meios eletrônicos, livros e revistas especializadas sobre os fatores de influência paterna, ou seja, o pai transmitindo defeitos ambientalmente produzidos.
 
 
 
4 – O NASCIMENTO E O DESENVOLVIMENTO DO RECÉM-NASCIDO
 
A China vive um problema sério: meninos demais?! Se você só pudesse ter um filho, iria preferir um menino ou uma menina? E se todos pensassem da mesma maneira, quais poderiam ser as consequências?
 
O nascimento ocorre no momento em que o feto é expulso ou extraído do útero. O processo do parto pode ser facilitado ou dificultado por fatores anatômicos, fisiológicos e psicológicos. A forma de realização do parto influencia a saúde física e mental do neonato. A possibilidade de complicações no parto ou lesões no bebê pode aumentar dependendo de diversas circunstâncias, como anoxia perinatal ( falta temporária de oxigênio), assepsia inadequada do local do parto, assistência médica inadequada. As drogas dadas à mãe para reduzir a dor, podem ter efeitos negativos sobre o bebê, afetando a responsividade e os padrões alimentares do mesmo.
Como problemas e complicações no parto, cabe destacar a prematuridade (bebês nascidos antes da trigésima sétima semana), o baixo peso ao nascer (bebês que pesam abaixo de 2500gramas). Todos esses problemas podem trazer seqüelas desenvolvimentais, no entanto, não se pode ignorar a capacidade de resiliência dos indivíduos.
O nascimento representa uma grande revolução psicológica para os pais. É preciso criar um novo vínculo com o bebêe adquirir a capacidade de colocar-se no lugar dele a fim de conseguir interpretar as suas necessidades. Os pais precisam reorganizar-se internamente, rever sua auto-imagem, sua posição e ligações familiares. 
Com relação ao desenvolvimento do recém-nascido, apesar de entre os mamíferos o bebê humano ser o mais imaturo e incapaz de sobreviver sem cuidados dos adultos, ainda assim, é possível afirmar que é um bebê competente quanto à sua capacidade de perceber o mundo, de imitação e de comunicação. Eles são pré-programado para a sobrevivência, bem preparado para responder a adultos e influenciar seus ambientes sociais.
O recém- nascido possui uma série de habilidades, a saber: os reflexos adaptativos e primitivos. A presença dos reflexos no nascimento e o posterior desaparecimento são sinais básicos de desenvolvimento neurológico normal.
No que diz respeito às habilidades sensoriais, o recém-nascido dispõe de todas as capacidades sensoriais básicas no nascimento, embora haja diferença nos níveis de desenvolvimento entre cada uma das habilidades (audição, visão, paladar, olfato e tato)
Quanto ao desenvolvimento físico-motor do recém-nascido, é importante salientar que recém nascido não dispõe de muitas habilidades motoras, seu desenvolvimento atenderá ao princípio céfalo-caudal e próximo-distal. Sendo assim, quando nasce ele não consegue segurar a cabeça ou coordenar o olhar. Essas habilidades surgirão muito gradualmente ao longo do desenvolvimento.
O desenvolvimento cognitivo diz respeito à forma como os indivíduos adquirem um conhecimento. Algumas evidências indicam que os bebês pequenos podem exibir alguns tipos de imitação, tais como a protrusão da língua, a extensão do lábio e a abertura da boca, mas parece improvável que a imitação seja um importante mecanismo da aprendizagem nos primeiros meses de vida.
Os bebês recém-nascidos são extremamente hábeis em atrair e manter a atenção dos adultos. Portanto, suas habilidades sociais os predispõem a troca com seus cuidadores e fazem parte de programas abertos, geneticamente determinados, mas sensíveis ao ambiente, que o preparam para adquirir informações por intermédio de trocas sociais precoces.
 
Atividades recomendadas:
 
Considerando a informação acima sobre a política de natalidade da China, faça uma pesquisa sobre desde quando e porque isto ocorre e quais são as possibilidades para enfrentamento desta situação.
 
MÓDULO 2 - PRIMEIRA INFÂNCIA (POR VOLTA DOS ZERO AOS DOIS ANOS)
1. DESENVOLVIMENTO PERCEPTUAL E MOTOR
 
Geralmente, mais do que os homens, as mulheres costumam mudar os cabelos, o modo de se vestir, ganham ou perdem peso. No entanto, apesar de tais mudanças, é possível reconhecê-las após um período sem vê-las. Por outro lado, se cuidássemos 24 horas por dia de um bebê durante o primeiro mês e só voltássemos a reencontrá-lo um ano depois, provavelmente não o reconheceríamos. Isto porque as mudanças que ocorrem nos primeiros anos são drásticas, ou seja, as forças do crescimento e do desenvolvimento, neste período são muito poderosas.
 
O desenvolvimento é composto de uma série de fatores inter-relacionados com os demais aspectos desenvolvimentais: físicos, cognitivos e psicossoais.
Considerando as habilidades de percepção, pode-se afirmar que desenvolvem-se rapidamente nos primeiros dois anos de vida e permite à criança aprender e explorar o ambiente.
Os bebês diferem na velocidade ou eficiência dos processos perceptuais, como por exemplo, na habituação a estímulos repetidos. Essas variações estão correlacionadas a medidas posteriores de inteligência e da linguagem.
Quanto às habilidades motoras, pode-se afirmar que são desenvolvidas em uma seqüência, geralmente considerada como geneticamente programada, evoluindo das simples para as complexas, de acordo com o princípio céfalo-caudal e próximo-distal. No entanto, pesquisas recentes indicam que trata-se de um processo contínuo, dinâmico e multifatorial de interação entre o bebê e o ambiente.
Resumidamente, o desenvolvimento motor ocorre da seguinte forma:
de reflexos (simples) para mais deliberados (complexos)
da cabeça para os artelhos e do interior para o exterior
contínua, dinâmica e multifatorial (interação bebê e o meio).
Os marcos iniciais do desenvolvimento motor são:
1.º erguer a cabeça (por volta do 4 meses)
2.º engatinhar pelo chão (9/10 meses)
3.º caminhar (12 meses)
Ainda no que diz respeito às novas habilidades motoras, percebe-se que elas interferem, ou seja, acabam por determinar a forma da criança conhecer e se relacionar com o mundo. Uma criança que engatinha ou anda, explora ativamente o seu ambiente, tentando conhecê-lo em detalhes, tenta pegar tudo o que está em seu campo visual, as tomadas são um alvo, os objetos sob uma mesa de centro de sala também, inclusive aqueles que são relíquias de família. Tudo isto trará implicações, provocando alterações no relacionamento dos cuidadores com as crianças, como por exemplo, as crianças passam a ouvir uma série de “nãos”. Esse exemplo cotidiano nos ajuda a dimensionar como os diferentes aspectos desenvolvimentais são inter-relacionados de forma imbricada.
 
Atividades recomendadas:
 
Pesquise em livros de Psicologia do Desenvolvimento quais são as habilidade motoras finas e grossas previstas para este período e se há variações e diferenças (por exemplo: étnicas) nestes padrões.
 
2. DESENVOLVIMENTO FÍSICO: fator determinante e determinado.
 
A subnutrição é causada por uma complexa interação de fatores, sendo os problemas políticos e familiares de principal importância. Nos países subdesenvolvidos como o Brasil, esta questão fica muito mais evidenciada. As políticas socioeconômicas em nosso país,  normalmente não refletem a importância da nutrição infantil e quando refletem, não são cumpridas, porque faltam mecanismos para que sejam efetivadas.
Ao nascer, meninos e meninas são diferentes?
Na realidade, bebês masculinos são um pouco maiores e mais vulneráveis e parecem reagir de modo distinto ao estresse (talvez diferenças genéticas, hormonais ou temperamentais), no entanto, poucas diferenças físicas ou maturativas foram constatadas na infância.
Como o ambiente pode acelerar ou retardar o desenvolvimento?
Fatores ambientais, como por exemplo, nascer em clima mais ameno e com mais sol, bem como padrões culturais: amarrar os bebês ou fazer um treinamento precoce para a criança andar, podem afetar o ritmo de desenvolvimento do bebê.
Além destes, há outros fatores que determinam o desenvolvimento físico, entre eles, os políticos e sócio-econômicos, conforme já anunciado acima.
Por volta dos 10 meses, a maioria dos bebês já andam bem com apoio, podendo dar passos hesitantes. A habilidade de caminhar melhora à medida que eles têm apoio e incentivo do meio e por volta dos 11 ou 12 meses, as eles já podem dar seus próprios passos.
No segundo ano de vida, as crianças vão se tornando mais ágeis. Por volta dos 15 meses, muitas já sobem escadas, em cadeiras ou móveis; mas ainda não serão capazes de voltar para baixo, sozinhas.
A transição de uma postura para outra, como de deitada para sentada ou de sentada para em pé, vai sendo feita de forma mais suave. Até os 18 meses, se movem com maior facilidade, andando para trás, em círculos e usando o corrimão para subir as escadas.
Em torno dos 2 anos, as crianças podem pular no lugar, caminhar rapidamente de um lugar para o outro. No entanto, a supervisão dos cuidadores deve ser uma constante, no sentido de monitoração, principalmente quanto à segurança.
O desenvolvimento físico é marcado por um processo maturacional que vai gradativamente propiciando que a criança adquira novas possibilidades. Quando o sistema nervoso central, os músculos e os ossos estão suficientemente maduros e o ambiente oferece oportunidades adequadas, os bebês não param de surpreender os adultos com as novas habilidades.
 
Atividades recomendadas:
 
Faça uma pesquisa sobre a política de prevenção a subnutrição no Brasil e verifique se ela tem sido cumprida de acordocom a sua concepção.
 
3. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
 
Laura tem 3 meses. Ao seu redor, imagens, sons, cheiros e sensações físicas novas e em constante mudança como que rodopiam à sua volta. Ela precisa entender tudo isso, interligando cheiros com imagens visuais, sabores com sensações, percepções de objetos, pessoas e até mesmo das partes de seu próprio corpo, percebendo quais delas permanecem as mesmas e quais de modificam, em qual sequência e muitas outras coisas mais.
Para discutir a questão do desenvolvimento cognitivo, parece interessante iniciar falando um pouco sobre o que é cognição. A cognição é o pensamento em sentido mais amplo. Envolve inteligência e aprendizagem, memória e linguagem, fatos e conceitos, percepção e pressupostos. Bebês nascem com a capacidade de aprender a partir de suas experiências sensoriais, ou seja, daquilo que eles podem ver, ouvir, cheirar, degustar ou tocar, além de terem certa capacidade de lembrar o que aprenderam. Sendo assim, eles podem aprender por condicionamento, habituação ou imitação, coordenando as informações sensoriais. O bebê costuma ficar mais atento aos estímulos novos, do que aos familiares. Também repetem comportamentos que lhes são agradáveis. Tendem a repetir uma ação aprendida anteriormente, quando se lembram do seu conteúdo.
O bebê nasce com ferramentas básicas para a construção do conhecimento, sendo um ser ativo no seu desenvolvimento, um “pequeno cientista”, naturalmente curioso, engajado na exploração do meio, buscando o entendimento, o conhecimento do mundo e buscando adaptar-se a ele.
Nesta fase, segundo Piaget, começa o estágio sensório motor. Segundo ele, o desenvolvimento cognitivo é marcado por estágios, cada um desses é caracterizado por uma forma distinta de pensar a respeito do mundo e de compreendê-lo. As idades indicadas são sempre aproximadas, há variações individuais de acordo com habilidades e a experiência. A criança de zero a dois anos, por se encontrar no estágio sensório-motor, representa o mundo pelas ações, baseando seus julgamentos nas sensações e percepções.
Ainda segundo o referido autor, a partir dos 12 meses, a criança entende relações causais (causa-efeito), se envolve em jogos construtivos e procura objetos onde os viu pela última vez, o que representa para Piaget, a construção do objeto permanente.
Por volta dos 2 anos, a criança já lança mão de representações mentais e símbolos.
A aquisição da linguagem é um aspecto importante para o desenvolvimento cognitivo. Após a fase pré-linguística (choro, arrulho, balbucio e imitação) e a aprendizagem dos sons básicos da língua, pode-se afirmar que a palavra costuma surgir por volta dos dez aos quatorze meses. Cabe destacar, que antes de pronunciar sua primeira palavra, o bebê utiliza os gestos.
Entre os 16 e 24 meses ocorre uma explosão de nomes, e geralmente por volta dos 18 aos 24 meses, surgem as sentenças breves.
A fala inicial é caracterizada pela simplificação, restrição e supergeneralização dos significados das palavras e universalização das regras.
A capacidade para aprender a linguagem, segundo os teóricos atuais, é inata, podendo ser ativada ou não pelo meio.
 
Atividades recomendadas:
Faça uma pesquisa em artigos científicos: A leitura em voz alta para a criança, desde os primeiros meses, contribui para preparar o letramento?
 
 
4. DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL
 
Rafael (1 ano) não é propenso a sorrir e nem a vocalizar.
 Selma (2 anos) parece estar sempre “na defensiva”, ora chora compulsivamente, ora se fecha completamente.
 
O desenvolvimento psicossocial é constituído pelo desenvolvimento da personalidade, isto é, o padrão singular e relativamente duradouro de uma pessoa sentir, reagir e se comportar e pelo desenvolvimento social que se refere às mudanças nos relacionamentos com os outros.
Estudar o desenvolvimento psicossocial das crianças de 0 a 2 anos implica em descrever os principais passos do desenvolvimento da noção do eu e em paralelo a formação de relacionamentos significativos e efetivos com outras pessoas.
Observe a seqüência em que aparece o autoconceito ou a emergência do senso de identidade na primeira infância (de bebê para criança):
a) O autoreconhecimento físico: começa por volta dos 18 meses, quando a criança olha no espelho ou numa foto sua, podendo reconhecer-se.
b) autodescrição e autoavaliação: ocorre entre os 19-30 meses, a criança pode definir-se em termos descritivos, como por exemplo: grande, pequeno, cabelo liso; ou em termos de avaliação: bom, bonito.
c) resposta emocional a má ação: por volta dos 20 meses as crianças costumam ficar aborrecidas pela desaprovação dos pais e por algo que foi desaprovado e visto como mau.
Além destes eventos, percebe-se o crescimento das interações sociais, tanto em número e complexidade, como as próprias brincadeiras aumentam.
No que diz respeito ao contato com outras crianças, será que os irmãos influenciam uns aos outros?  A resposta é sim. Os irmãos influenciam uns aos outros de maneira positiva e negativa. Por outro lado, é preciso destacar que as ações e atitudes dos pais afetam os relacionamentos entre irmãos.
Nesta idade, a criança se interessa por bebês? É importante que a criança tenha contato com outras crianças?
Podemos observar que o interesse dos bebês por crianças vai aumentando na 1.ª infância. O contato com outras crianças, principalmente após o 1.º ano, afeta o desenvolvimento cognitivo e psicossocial.
Outro aspecto a enfatizar diz respeito a assistência diurna e seu impacto sobre o desenvolvimento da criança. Os novos estudos indicam a assistência diurna de boa qualidade parece ter impacto positivo sobre o desenvolvimento emocional, social e cognitivo. Parecem indicar também que a assistência diurna não é prejudicial, a menos que seja de má qualidade, instável ou extensiva, e esteja combinando com uma educação insensível por parte da mãe.
Outro aspecto a ser destacado é a Teoria Psicossocial do Desenvolvimento de Erik Erikson. Ele discute que o desenvolvimento da personalidade é afetado por fatores biológicos e sociais ou por variáveis pessoais e situacionais. Divide o desenvolvimento da personalidade em oito estágios psicossociais durante todo o ciclo vital e, em cada um deles, identificou uma crise determinada. Cada fase de desenvolvimento tem a sua crise ou momento decisivo particular que exige alguma mudança no comportamento ou na personalidade. Embora cada conflito nunca venha a desaparecer completamente, o indivíduo pode responder à crise de maneira negativa ou positiva; neste último caso ele consegue enfrentar com sucesso os conflitos dos próximos estágios. 
O primeiro estágio desenvolvimental proposto por Erikson corresponde à criança de zero a dezoito meses aproximadamente o qual denominou Confiança versus Desconfiança.
A confiança é um acompanhamento natural para um forte relacionamento de apego com um pai ou uma mãe que proporciona comida, calor e o conforto da proximidade física. Caso a confiança predomine, as crianças desenvolvem a “virtude da esperança”: a crença de que as suas necessidades serão atendidas assim que forem manifestadas.
Mas se uma criança for negligenciada, ou seja, não tiver suas necessidades básicas atendidas, poderá desenvolver uma sensação de desconfiança, insegurança e ansiedade. As crianças verão o mundo como hostil e imprevisível e terão dificuldade para formar relacionamentos íntimos.
Portanto, o desenvolvimento social tem início com o estabelecimento de um relacionamento emocional íntimo entre o bebê e seu principal cuidador.
Esse relacionamento intenso e duradouro é chamado apego.
John Bowlby, um influente teórico do apego humano, partiu da teoria etológica e supôs que a raiz da personalidade humana está nos primeiros relacionamentos na infância.
Os comportamentos de apego que incluem sorrir, fazer contato visual, chamar a outra pessoa, tocar, agarrar-se, chorar, entre outros, são eliciados quando o indivíduo precisa de cuidados, amparo ou conforto.
Os padrões de apego podem ter implicaçõesde longo prazo sobre o desenvolvimento; por exemplo, as crianças seguramente apegadas parecem ser socialmente mais hábeis, mais curiosas e persistentes em novas tarefas.  
A partir das experiências iniciais, o indivíduo vai desenvolvendo modelos funcionais internos, ou seja, trata-se de um modelo mental que as crianças usam para guiar suas interações sociais presentes e futuras.
Os modelos da infância não são imutáveis, embora tendam a ser levados adiante, continuando a modelar e a definir as experiências como adulto. Tal conceito também ajuda na compreensão dos motivos pelos quais a mesma experiência parece ter efeitos tão variados sobre diferentes adultos.
No tocante ao relacionamento social das crianças dessa faixa etária com outras crianças evidencia-se que o interesse por outra criança aumenta ao longo da primeira infância, especialmente após os doze meses. Nesse período, há o brincar paralelo, quer dizer, as crianças brincam sozinhas, mas mantêm um profundo interesse no que as outras crianças estão fazendo. Na brincadeira social simples (15-18 meses), as crianças se envolvem em atividades similares, falam, sorriem ou trocam brinquedos entre si.
Essas trocas interacionais horizontais favorecem o desenvolvimento cognitivo e psicossocial das crianças.
 
Atividades recomendadas:
Faça uma leitura cuidadosa do Quadro 6-1 (Papalia, 2009) e, em seguida, levante as principais questões sobre como a depressão da mãe pode afetar na regulação mútua.
 
1.ª Especificidade – O comportamento de apego é dirigido para um ou alguns indivíduos específicos, geralmente em ordem clara de preferência.
2.ª Duração – O apego persiste, geralmente, por grande parte do ciclo vital.
3.ª Envolvimento emocional – Muitas das emoções mais intensas surgem
durante a formação, manutenção, rompimento e renovação de relações de
apego.
4.ª Ontogenia – O comportamento de apego desenvolve-se durante os
primeiros nove meses de idade de vida dos bebês humanos. Quanto mais
experiências de interação social um bebê tiver com uma pessoa, maior são as probabilidades de que ele se apegue a essa pessoa. Por essa razão, torna-se a principal figura de apego de um bebê aquela pessoa que lhe dispensar a
maior parte dos cuidados maternos. O comportamento de apego mantém-se
ativado até o final do terceiro ano de vida; no desenvolvimento saudável, torna-se, daí por diante, cada vez menos ativado.
MÓDULO 3 - SEGUNDA INFÂNCIA (POR VOLTA DOS DOIS AOS SEIS ANOS)
1. DESENVOLVIMENTO FÍSICO
David aos 3 anos, conseguia andar em linha reta; aos 4 anos, podia saltar pequenas distâncias; aos 5 anos, salta mais ou menos 1 metro e consegue andar com apenas um pé, por 5 metros.
 A criança pré-escolar apresenta um contínuo crescimento físico, mas não tão rápido como o foi no período anterior. Já no aspecto motor há o aperfeiçoamento das habilidades motoras globais (dos grandes movimentos) e finas. Por quê?
A resposta é que as áreas sensório-motoras estão mais desenvolvidas, funcionando mais ou menos assim: “quero e posso fazer”. Além disso, os ossos e músculos estão mais fortes e há um aumento na capacidade respiratória. Todos estes fatores dependem de variações como herança genética e oportunidades do meio.
Por volta dos 3 anos as crianças normalmente começam a perder a forma roliça característica dos bebês e assumem a aparência mais esguia e atlética da infância. Entre um e três anos, com o desenvolvimento dos músculos abdominais, a barriga grande da criança se fortalece.
Alongam-se o tronco, braços e as pernas e a cabeça ainda permanece relativamente grande, mas as demais partes do corpo vão se amoldando e ficando mais parecidas com as de um adulto.  
Quanto às habilidades motoras finas, elas também avançam consideravelmente e nesta fase a maioria das crianças já podem: servir leite no prato, comer com talheres ou usar o banheiro sozinha, vestir-se com ajuda, recortar sobre a linha; desenhar uma pessoa quase completa e com mais detalhes. Por volta dos 3 anos, a preferência no uso das mãos fica evidenciada.
Outro aspecto importante para o desenvolvimento físico infantil diz respeito aos padrões de sono. Geralmente, as crianças no início deste período, ainda dormem bem à noite e fazem uma soneca ao dia. É comum, por volta dos 5 anos, ocorrerem rituais para retardar o sono.
A primeira dentição se completa entre os 30 - 36 meses e começa a cair e é substituída por volta dos 5 – 6 anos.
 
Atividades recomendadas:
Algumas crianças experimentam o “terror noturno” Faça uma leitura cuidadosa sobre os padrões e distúrbios do sono, e em seguida identifique quatro problemas comuns do sono e apresente estratégias ou recomendações de como tratá-los.
 
2. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
 
Paulo, aos 2 anos, percebeu sua imagem no espelho. Agora, aos 4 anos, ele diz: “Meu nome é Paulo, e eu moro numa apto. com minha mãe e meu pai. Tenho uma gata que chama Abóbora, tenho TV e assisto desenhos. Eu sei todo o alfabeto. Ouçam: A-B-C-D-E-F-G-J-L-M-P-Q-X-Z. Posso correr mais rápido que todo mundo! Posso subir num brinquedo mais alto e não tenho medo! Só fico feliz. Não se pode ficar feliz e com medo, não dá! Eu tenho cabelo escuro...”
 
No aspecto cognitivo, segundo JeanPiaget, a criança de 2 a 6 anos desenvolve o pensamento pré-operatório. Para o autor, o aparecimento da função simbólica (capacidade de empregar símbolos e signos que substituem as coisas, observada na linguagem, no jogo simbólico, na imitação indireta ou representativa) traz modificações na conduta afetiva e intelectual da criança.
Com o ingresso no período pré-operatório, a criança consegue formar conceitos e categorias. Há também a emergência de memória episódica, em seguida, aos 3 – 4 anos, tem início a memória autobiográfica.
Aos 4 anos, a maioria das crianças fazem cálculos pictóricos, envolvendo números inteiros.
No final desta fase, pode-se observar que a codificação, generalização e construção de estratégias se tornam mais eficientes.
Considerando ainda o desenvolvimento cognitivo, crianças entre 4 e 5 anos desenvolvem uma teoria da mente, ou seja, uma teoria sobre como sua própria mente e a dos outros funcionam e como as pessoas são afetadas por suas crenças e sentimentos.
Outro indício da referida teoria é a capacidade de uma criança contar uma mentira; para isto, ela tem que ser capaz de imaginar o que a outra pessoa poderia pensar, ou seja, é um sinal de desenvolvimento cognitivo. Ainda sobre a teoria da mente, pode-se destacar a distinção entre a fantasia e realidade; apesar de as crianças de 2 a 3 anos já conseguirem distinguir entre eventos reais e imaginários, ainda assim, crianças de 4 a 6 anos nem sempre têm certeza de que o que imaginam não é o real. Por isso, muitas vezes as crianças dessa fase, agem como se os monstros de sua imaginação existissem.
A linguagem da criança continua a se aperfeiçoar ao longo do seu desenvolvimento, suas frases vão se tornando cada vez mais complexas, os erros decorrentes da super-regularização (aplicar regras gramaticais a palavras que são exceções à regra) são gradativamente eliminados. O vocabulário da criança aumenta continuamente, a gramática e sintaxe se tornam mais sofisticadas.
 
Atividades recomendadas:
Faça uma leitura cuidadosa do processo de aquisição da linguagem e pesquise sobre a fala de bebê ou motherese e suas implicações para o processo de desenvolvimento da linguagem.
 
3. DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL
“Se meu irmão batesse em mim, eu ficaria triste e furiosa”.
 
“Estou animada de ir para uma escola nova, mas também estou com um pouco de medo”.
 
“Fico feliz quando vou ao parque”.
 
“Eu estava animada por ir ao EUA e satisfeita por ver meus avós”
 
“Fiquei brava com Caio, por isso o belisquei” e “Fiquei feliz porque papai não bateu em mim”
 
As afirmações acima são de crianças que se encontram na segunda infância. Neste sentido, é fundamental compreendermos as emoções das crianças e no início dessa fase podemos encontrar situações como a de uma criança que grita para sua mãe: “Eu te odeio!Você é uma mãe má!” O que pode estar refletindo esse estado emocional e o que a criança não consegue imaginar neste momento? Pode-se dizer que é comum a criança apresentar surtos de negativismo e acessos de raiva e, neste caso, ela não conseguirá imaginar amar sua mãe novamente.
No entanto, um ano ou dois depois, é comum aparecerem as emoções simultâneas, ou seja, reações emocionais diferentes ao mesmo tempo. A seguir, os cinco níveis de desenvolvimento das emoções:
1) Dois sentimentos quaisquer não podem existir, por exemplo: estar feliz e satisfeita.
2) Duas emoções, só podem existir se ambas forem positivas ou negativas e dirigidas ao mesmo alvo (Exemplo: “Se meu irmão batesse em mim, eu ficaria triste e furiosa”)
3) Duas emoções direcionadas a alvos diferentes (Exemplo.: “Eu estava animada por ir ao EUA e satisfeita por ver meus avós”)
4) Dois sentimentos opostos, com alvos diferentes (Exemplo: “Fiquei brava com Caio, por isso o belisquei” e “Fiquei feliz porque papai não bateu em mim”)
5) Sentimentos opostos em relação ao mesmo alvo (Exemplo: “Estou animada de ir para uma escola nova, mas também estou com um pouco de medo”).
Quanto ao desenvolvimento do eu, aproximadamente aos 18 meses, a criança reconhece sua imagem refletida no espelho, é o primeiro momento do seu auto-reconhecimento.
Aidentidade de gênero também é de grande importância para a formação do autoconceito. Ela afeta a maneira como meninos e meninas se sentem em relação a si mesmos e como agem. O significado da identidade de gênero é construído através da socialização e da cultura na qual a criança está inserida.
Durante os anos pré-escolares, a brincadeira cooperativa freqüentemente é a brincadeira de faz-de-conta. Ela promove o desenvolvimento cognitivo e permite à criança a exploração de temas que a amedronta.
A auto-estima nesse período tende a ser a ser global (bom ou ruim) e depende da aprovação de adultos. Pesquisas indicam que 1/3 ou ½ dos pré-escolares parecem mostrar o padrão ‘impotente’; ao brincar castigam a boneca por fracasso; mais que recompensam por esforço; acreditam que a ‘ruindade’ não pode ser superada.
Neste sentido, os pais e professores podem ajudar na construção da auto-estima, dando às crianças um retorno específico e com foco na estratégia em vez de criticar a criança enquanto pessoa.
E. Erikson contribui para uma melhor compreensão de questões como essas, e de acordo com ele, na segunda infância a criança passará por duas crises:
- Autonomia Versus Vergonha e Dúvida
- Iniciativa Versus Culpa
A primeira ocorre no segundo e terceiro ano. Neste período a criança passa a ter controle de suas necessidades fisiológicas e responder por sua higiene pessoal, o que dá a ela grande autonomia, confiança e liberdade para tentar novas coisas sem medo de errar. Por outro lado, se ela for criticada ou ridicularizada nas coisas que pensa, sente e faz, desenvolverá vergonha e dúvida quanto a sua capacidade de ser autônoma, provocando uma volta ao estágio anterior, ou seja, a dependência. Segundo Erikson, superar a crise leva a virtude da vontade.
No estágio Iniciativa X Culpa, a criança passa a perceber as diferenças sexuais, os papéis desempenhados por mulheres e homens na sua cultura (conflito edipiano para Freud) entendendo de forma diferente o mundo que a cerca. Se a sua curiosidade “sexual” e intelectual, natural, for reprimida e ela for castigada, poderá desenvolver sentimento de culpa e diminuir sua iniciativa de explorar novas situações ou de buscar novos conhecimentos. Sendo assim, nesta fase, a virtude é o propósito.
 
Atividades recomendadas:
Faça uma leitura cuidadosa de como se forma o autoconceito ou senso de identidade, na segunda infância e analise a situação abaixo, respondendo as questões a seguir.
De acordo com Papalia & Olds e Feldman (2006) uma equipe de pesquisadores entrevistou mães de 123 crianças de 14 a 40 meses de idade. Os pesquisadores chegaram a uma sequência do desenvolvimento do autoconceito ou senso de identidade, que se inicia aos 18 meses (na final da primeira infância) e prossegue na segunda infância.
Algumas das situações encontradas na pesquisa são:
Caso I- Mariana, 32 meses, fica aborrecida quando sua mãe fica brava com ela, ao descobrir que ela não está escovando os dentes, conforme sua mãe havia lhe pedido.
Caso II- João, 30 meses, diz para sua prima: “eu sou magro, meu cabelo é crespo e sou muito bonito”.
Caso III- Paula, 20 meses, estava brincando com sua irmã mais velha. Elas usavam a maquiagem da mãe e, quando sua irmã pintou seu rosto com o batom vermelho, ela viu sua imagem no espelho e, rapidamente, passou a mão sobre o rosto para tirar as manchas do batom.
Procure a pesquisa mencionada e verifique quais são as três etapas de formação do autoconceito ou senso de identidade. Faça um aprofundamento no tema, pesquisando sobre a formação e construção de gênero nesta fase.
 
4. BRINCADERIA: O NEGÓCIO DA SEGUNDA INFÂNCIA
 
"A palavra brincar se origina do equivalente latino, vinculum que significa vincular, estabelecer laços. Como então, ainda não percebemos a importância dessa ação na promoção da criança na sociedade?" (autor desconhecido)
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Brasileiro não vê o brincar como prioridade para criança
Pesquisa realizada desde 2001 pela Ipsos Public Affairs mostra que mais da metade dos pais brasileiros aponta como prioridade na vida de seus filhos o ensino escolar, maior segurança e melhor acesso à saúde. 30% acreditam que a criança deve ter prioritariamente acesso ao estudo de idiomas e informática. Porém, apenas 19% vêem o brincar como fundamental.
Apresentado no III Fórum de Desenvolvimento da Criança, o estudo dividiu-se na análise do ato de brincar e na importância dele para especialistas de 16 diferentes áreas que vão da educação, psicologia à arquitetura e a construção de espaços públicos, ordenando a metodologia para a pesquisa quantitativa.
Foram entrevistados então, 1.014 pais com filhos de idade entre seis e 12 anos, acumulando 834 horas de informação em 22 diferentes cidades por todas as regiões do país.
Assistir à televisão, vídeos e DVD é a principal atividade entre as crianças brasileiras (97%), seguidas por cantar e ouvir música (81%). 57% dos pais indicaram a leitura de histórias de livros e gibis como atividade realizada pelos filhos.
Apenas 14% dos pais responderam espontaneamente que brincar está associado ao bom desenvolvimento infantil, mas, ao serem estimulados, esse resultado cresceu exponencialmente, indicando que este é um assunto a ser pautado na sociedade e discutido, pois, certamente, os pais se mostraram interessados.
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 Disponível em<http://envolverde.ig.com.br/materia.php?cod=28466&edt=1>      Acesso em: 22/02/2011
Brincar é o trabalho das crianças. Pelo brincar, as crianças crescem, estimulam os sentidos, aprendem a usar os músculos, coordenam o que vêem com o que fazem, e adquirem domínio sobre os seus corpos. Exploram o mundo e a si mesmas, adquirem novas habilidades, tornam-se mais proficientes na língua, experimentam diferentes papéis e, ao reencenarem situações da vida real, manejam emoções complexas.
Quando brincam, as crianças crescem, aprendem a usar músculos; coordenam visão e dominam seus corpos; adquirem habilidades em línguas, papéis e emoções.
Pode-se afirmar que o brincar social é melhor que o brincar solitário?
Segundo Papalia & Olds e Feldman, os estudos indicam que brincadeiras solitárias podem refletir independência e maturidade. Crianças que brincam sozinhas podem ser boas na resolução de problemas, populares e socialmente habilidosas. Logo, é preciso prestar atenção no que as crianças fazem quando brincam, não apenas se brincam sozinha.
Quanto ao brincar cognitivo, observe a situação a seguir:
No “dia do brinquedo”, Fábio, 4 anos, pode levar à escola sua maleta de doutor. Junto aos demais amiguinhos, ele brinca que é médico. Examina os ‘pacientes’  dá injeçõese remédios para os que estão ‘doentes’.
Como Piaget denomina este brincar de Fábio? Que tipo de desenvolvimento este brincar promove? Geralmente, como são os pais de crianças que brincam desta forma?
Piaget chama de Jogo imaginativo. Tais brincadeiras permitem que a criança perceba mais o ponto de vista do outro, resolva problemas sociais, amplie sua criatividade, se torne mais cooperativa, popular e alegre. Segundo pesquisas, os pais de crianças assim se dão bem, expõem a criança a experiências interessantes, ao diálogo e não espancam a criança. Definem a hora e o local para brincar e estimulam seus filhos com brinquedos do tipo: blocos, trajes, etc.
É importante destacar que a cultura influencia no modo de brincar, havendo diferenças entre as culturas.
Sobre os companheiros imaginários, estudos revelam que de 15 a 30% de crianças entre 3-10 anos têm tais companheiros. Geralmente são os filhos primogênitos ou filhos únicos, ocorrendo mais com as meninas do que com os meninos. Os companheiros das meninas geralmente são humanos e os dos meninos, animais. Pode-se considerar que representam uma boa companhia, ajudando a criança a se relacionar com o mundo real.
Também, consistem em mecanismos de realização de desejos (exemplo: diz que tem um monstro no quarto para trazer a mãe perto); como bodes expiatórios (exemplo: foi ele que comeu as bolachas); para enfrentar os medos (exemplo: o amigo imaginário está com medo) e situações difíceis (exemplo: levar o companheiro imaginário para ver um filme de medo).
A criança de 2 a 6 anos é incrivelmente ativa e surpreendente. Capta os adultos com suas novas habilidades e perguntas inusitadas. Vive em um mundo onde fantasia e realidade se confunde.
 
Atividades recomendadas:
Faça uma pesquisa sobre as brincadeiras e jogos mais comuns na segunda infância e elabore um programa com atividades para crianças de 3-4 anos, de uma escola infantil.
MÓDULO 4 - TERCEIRA INFÂNCIA (POR VOLTA DOS SEIS AOS DOZE ANOS)
1. DESENVOLVIMENTO FÍSICO
 Quando passamos perto de uma escola de ensino fundamental e os alunos estão no intervalo, podemos observar uma grande quantidade de crianças, de todas as formas e de diferentes tamanhos. Crianças altas, baixas, fortes e magras. É possível constatar que as crianças nesta fase escolar são muito diferentes.
Em relação ao desenvolvimento físico, o corpo cresce continuamente durante os anos escolares e as habilidades motoras melhoram notavelmente. No entanto, esse desenvolvimento acontece de forma menos rápida que nos períodos anteriores. No tocante à habilidade motora, na maioria dos casos, os meninos são mais fortes, em parte devido à expectativa e experiências culturais.
Considerando a questão da habilidade física, ela vai se tornando cada mais desenvolvida: as crianças ficam mais fortes, rápidas e bem coordenadas.
É uma fase em que a criança se torna mais autônoma nas tarefas diárias e se envolve em várias atividades motoras em função das melhorias na manutenção do equilíbrio, no controle postural, na coordenação e na precisão dos movimentos.
O conhecimento dos limites do próprio corpo, ou seja, do esquema corporal vai sendo possível à medida que as crianças experimentam os movimentos e desafiam suas próprias capacidades físicas.
Por volta dos 10 anos, através de um treinamento mais específico, por exemplo, tocar um instrumento musical, a criança pode atingir a um nível de execução elevado.  
A taxa de mortalidade neste período é a mais baixa de todo ciclo vital, porque a duração de infecções respiratórias e outros problemas tende a diminuir bastante. Por outro lado, a obesidade é cada vez mais comum, principalmente nas crianças norte-americanas.
A visão é aperfeiçoada e menos de 16% das crianças nessa fase apresentam problemas de visão ou audição.
O destaque neste período é quanto aos acidentes, que acabam sendo a principal causa da morte (casa, automóveis, etc.),
Geralmente, os meninos são levemente maiores, no início dessa fase, enquanto que as meninas passam pelo surto do crescimento adolescente, mais cedo e tendem a ser maiores que os meninos, ao final deste período
Nesta direção, os processos biológicos ligados à puberdade (sobretudo, o desenvolvimento das características sexuais secundárias) podem aparecer nas meninas a partir dos nove anos e para os meninos a partir dos 11 anos.
Considerando o exposto, a preocupação ou o cuidado com a nutrição e prática de esportes adequada é relevante nessa faixa etária.
 
Atividades recomendadas:
Faça uma pesquisa sobre a “Síndrome do Fofão”, fenômeno presente na terceira infância e que atualmente é uma tendência mundial, e o Brasil a está acompanhando.
 
2. DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
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Minha filha de 09 anos estuda em um colégio privado, relatou recentemente os incômodos que um coleguinha de classe e do transporte, provoca diariamente. Estou consciente de que este tipo de comportamento é muito comum dentro dos colégios. Mas o relato me incomodou muito, pois acredito que esta pratica deve ser coibida de toda forma. Em uma outra situação, dois anos atrás, a coordenadora pedagógica, numa tentativa de minimizar a situação e seus efeitos, tentou me fazer entender que a minha postura é que era super- protetora, pois minha criança é filha única. Não aceitei claro, pois apesar desta condição, ensino ética e respeito ao próximo, dentro e fora de casa. Estou pensando em orientar a minha filha a gravar estas situações, e com provas, exigir que o colégio se posicione e não admita esta prática. Gostaria de saber o seguinte, além de recorrer ao colégio, por quem mais eu poderia ser assistida neste tipo de situação? Secretaria da Educação? Afinal, pretendo me preparar quanto à possibilidade do colégio manter a posição anterior, menosprezando a situação e ainda me dizer, sem rodeios que meu problema era excesso de ansiedade... (depoimento de uma mãe)
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Como nesta fase a vida escolar ocupa o papel central, a criança é denominada, muitas vezes, como criança escolar.
A criança de sete anos começa a se liberar de seu egocentrismo social e intelectual, é o início da construção lógica, isto é, a capacidade da criança de estabelecer relações que permitam a coordenação de pontos de vista diferentes. No plano cognitivo, isto significa o surgimento de uma nova capacidade intelectual da criança, as operações, ou seja, ela consegue realizar uma ação física ou mental dirigida para um objetivo e revertê-la para seu início. No entanto, esse domínio sobre as operações só ocorre quando se referem às coisas do seu cotidiano, a partir de objetos reais, concretos.
A criança por volta dos 6 – 7 anos, começa a entender causa e efeito, seriação, inclusão de classe, entre outros. Fica mais fácil neste momento, processar mais de uma tarefa por vez.
Por volta dos 9 aos 11 anos, sua capacidade de considerar perspectivas múltiplas aumenta, bem como os seus recursos mnemônicos.
A interação com amigos estimula o desenvolvimento das habilidades de escrita.
Pode-se afirmar que algumas das atuais características cognitivas das crianças nesta fase são: não confunde seu ponto de vista com o do outro (conexão entre as idéias e justificativas); compreende o jogo no sentido coletivo: ser bem sucedido; apresenta o início de uma reflexão ou discussão interiorizada e uma moral de cooperação e autonomia.
 
No plano afetivo, nesse período há a aparição de novos sentimentos morais tais como, uma moral autônoma baseada no respeito mútuo, a honestidade, o companheirismo, a justiça (fundada na igualdade estrita e que leva mais em conta as intenções e circunstâncias de cada um do que a objetividade das ações) e, sobretudo, há uma organização da vontade, que leva a uma melhor integração do eu e uma regulação da vida afetiva, levando a criança a balizar, por exemplo, o dever de estudar e a vontade de jogarbola.
Com relação à linguagem, pode-se observar que a compreensão da sintaxe e da estrutura da sentença torna-se mais sofisticada. A fala privada (egocêntrica) tende a diminuir gradativamente.
Considerando, portanto, todo esse processo desenvolvimental descrito acima, a criança nesta fase, torna-se capaz de jogar os jogos de regra, consegue compreender e respeitar as regras, como as de um jogo de futebol. A cooperação levou-a a abandonar o seu egocentrismo e, assim, as regras e as normas são concebidas como válidas e verdadeiras, desde que sejam aceitas e respeitadas por todos.
Atividades recomendadas:
Pesquise sobre o Bullying no ensino fundamental, da 6.ª até a 9.ª série. Procure identificar quais são os alunos que mais propensos a praticar e a sofrer Bullying, que ações as escolas têm praticado para enfrentá-lo e se essas ações têm sido efetivas.
 
3. DESENVOLVIMENTO PSICOSSOCIAL
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Os estudos de CASTRO (1998)em Infância e Adolescência na Cultura de Consumo indicam que:
- Os mass media pedagogizam, diferentemente do apelo à autoridade e à tradição, através do apelo ao consumo e do apelo ao arrebatamento pelo olhar.
- A nova pedagogia dos meios de comunicação em massa concorrem com a autoridade e experiência de mães e pais.
- A maioria das crianças e adolescentes de hoje encontram oportunidades para assistir televisão ou fazer uso da internet, o que indica uma inserção em redes simbólicas de subordinação cultural.
Tais resultados nos levam a pensar sobre o uso das ferramentas tecnológicas no mundo contemporâneo.
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 O desenvolvimento do eu, nesse período, é marcado por um auto-conceito cada vez mais abstrato focalizado em qualidades internas do que ligado à aparência externa. A descrição que as crianças fazem das outras pessoas também obedecem a essa tendência. Portanto, os conceitos de si mesmas agora são mias amplos e abrangentes – supera a definições próprias de tudo ou nada. As descrições mais equilibradas, por exemplo: “na escola me sinto inteligente em artes e estudos sociais; mas me sinto burra em ciências”.
Aparece um juízo global de autovalia, a opinião da criança sobre sua própria competência que dependerá de fatores como:
a) de quão competentes se acham
b) do apoio social que recebem
Neste período, as crianças costumam passar menos tempo com os pais; no entanto, esta permanece a relação mais importante. É preciso destacar que a cultura influência nos relacionamentos, nos papéis e na importância da família.
A criança descobre que a aceitação ou rejeição social depende de suas realizações. Essas experiências, por sua vez, influenciam a formação do autoconceito.
Pais e crianças dividem o poder – os pais supervisionam, mas as crianças tomam decisões a todo momento, o que se chama de co-regulação. Essa é uma etapa transicional.  
A instalação de um processo cooperativo só tem êxito se pais e crianças se comunicarem com clareza.
Quanto a fatores como família e finanças, pode-se afirmar que a estrutura familiar, a atmosfera econômica, o relacionamento dos pais e seus respectivos trabalhos têm efeitos diretos sobre a criança, podendo gerar um ambiente favorável ou não.
No que diz respeito à estrutura familiar, hoje encontramos várias tipos, entre elas: monoparentais; pais divorciados, pais homossexuais.
De acordo com Papalia & Olds e Feldman, as crianças se saem melhor quando são de famílias tradicionais ou intactas, com atmosfera familiar positiva.
Quanto aos aspectos sócio-econômicos, pode-se salientar que os papéis e responsabilidades em sociedades não-industrializadas são mais significativos e mais estruturados durante toda a vida do que nas sociedades industrializadas.
As relações com companheiros e amizades nesta fase, são mais profundas e estáveis, refletindo o desenvolvimento emocional e cognitivo. Meninas têm menos amigos, porém mais íntimos
O grupo tem diversas funções:
a) Funções positivas: desenvolvimento de habilidades sociais - “pertencer”; fortalecimento do auto-conceito. 
b) Funções negativas: segregação racial ou étnica que reforça o preconceito.
c) A popularidade que influencia a auto-estima.
d) A segregação por gênero vai se tornando completa.
Com relação às brincadeiras, Papalia & Olds e Feldman (2006) afirmam que elas parecem ser universais e, geralmente ocorre uma mudança, dos 7 aos 11 anos, as brincadeiras passam de impetuosas (lutas, golpes, perseguições) para brincadeiras com regras (amarelinha, esconde-esconde e pega-pega)
 
Atividades recomendadas:
Faça uma pesquisa sobre a influência dos jogos e uso da internet no desenvolvimento da terceira infância. Levante os aspectos positivos e negativos e pense nas prováveis maneiras de enfrentamento de algumas das questões negativas encontradas.
 
4. ENFRENTANDO A CRISE: A CONTRIBUIÇÃO DE ERIKSON
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O que eu vou ser quando crescer?
 
Um programa de uma TV educativa explora a curiosidade das crianças a respeito das profissões.
A seguir, alguns dos recados de crianças que assistem ao programa:
 
"eu quero ser veterinária" Bianca, 10 anos (Guarulhos, SP)
 
"eu quero ser médico " Lucas, 11 anos (Sorocaba, SP)
 
"quando eu crescer quero me formar em medicina..............." Loyane Ohana, 11 anos (Sobradinho, BA)
 
"quando eu crescer eu quero ser professor porque é legal " Paulo, 9 anos (Dores do Indaiá, MG)
Nesta fase, a criança nesta fase vive o que Erikson denomina de Competência (Diligência) versus Inferioridade. Este é o quarto estágio psicossocial e é no ambiente escolar que a criança fica mais exposta às novas influências sociais.
Como Freud, Erikson afirma que este período é emocionalmente silencioso, uma fase em que a criança parece ficar pronta para se dedicar a determinadas tarefas e habilidades e se esforça para dominar os valores de sua cultura. Baseando-se no seu grau de sucesso, as crianças se julgam ativas ou inferiores, ou seja, competentes ou incompetentes, produtivas ou fracassadas, vencedoras ou perdedoras.
Portanto, a escola e os esportes são cenários para a aprendizagem de habilidades intelectuais e motoras, e a interação com os pares proporciona um espaço para o desenvolvimento de habilidades sociais. O sucesso nessas iniciativas leva à sentimentos de competência, e segundo Erikson, a virtude desta fase é a habilidade. No entanto, algumas crianças são repreendidas, ridicularizadas ou rejeitadas em suas iniciativas e assim, desenvolvem um sentimento de inferioridade, o que as torna incapazes de cumprir as demandas dos próximos estágios de vida. 
Na escola, a criança começa a se comparar com seus colegas e percebe suas competências em relação aos outros, esta percepção pode produzir uma queda na sua auto-estima. No decorrer desse estágio, a auto-estima se torna mais diferenciada, quer dizer, as crianças se avaliam em mais aspectos, inclusive em diversos tipos de habilidades acadêmicas.
É nesta perspectiva que surge a curiosidade pelo mundo do trabalho e consequentemente das profissões.
As crianças sonham com a profissão que vão seguir no futuro, isso faz parte do imaginário e do desenvolvimento infantil. As fantasias, os modelos aprendidos na mídia, a profissão dos pais e de outras pessoas que elas admiram, inspiram seus imaginários.
Atividades recomendadas:
 Levante informações por meios tradicionais ou eletrônicos sobre programas de televisão e revistas de grande circulação que discutam a questão da criança e sua curiosidade pelas profissões.

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