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Mestre em Alimentação e Nutrição pela 
UFPR (2015), especialista em Nutrição 
Clínica pela UFPR (2000), graduada em 
Nutrição pela UFPR (1992). Nutricionista 
concursada do Governo do Estado do 
Paraná, lotada na Secretaria de Estado da 
Educação/Fundepar, especialista em 
Chamadas Públicas da Agricultura Familiar 
para a Alimentação Escolar. Professora 
conferencista em EaD, palestrante, 
professora de graduação e cursos técnicos 
da área, escritora e revisora de livros EaD 
e tutora EaD. Possuo dez anos de 
experiência em área hospitalar, UTI´s, bem 
como em restaurantes industriais e 
comerciais. 
Políticas e 
Programas de 
Saúde 
Angelita Avi Pugliesi Martins 
2017 
POLÍTICAS E PROGRAMAS DE SAÚDE 
Elaborado por Angelita Avi Pugliesi Martins 
 http://lattes.cnpq.br/2147980559828413 
Resumo 
O Estado deve garantir os direitos básicos dos cidadãos, e para isto lança mão da 
elaboração e manutenção de políticas públicas que materializem as intenções 
manifestadas antes da eleição, e que venham de encontro aos anseios dos 
eleitores. As políticas públicas são formuladas para todas as áreas, como educação, 
segurança, assistência social, entre outras, porém as de saúde são prioritárias, 
como forma de manter a vida e promover o desenvolvimento social. Cada governo e 
país formulam políticas de saúde adequadas à sua realidade socioeconômica, e o 
Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS), apesar de suas dificuldades, ainda é 
considerado um dos melhores do mundo. Os programas e ações do SUS dão 
acesso à saúde de forma igualitária, integral e universal, onde são canalizados 
maiores esforços nos serviços de maior necessidade. 
 
Palavras-chave 
Políticas Públicas; Políticas de Saúde; Programas de Saúde; Saúde Coletiva; 
Sistema Único de Saúde (SUS). 
 
Introdução 
 
Nesta disciplina você conhecerá o conceito de política pública, quais são as políticas 
de saúde no Brasil, histórico da construção do SUS, qual o direcionamento atual 
destas políticas, e conhecerá os principais programas de saúde vigentes. 
A partir desta elaboração, há um declínio do sentido biológico e fortalecimento do 
sentido comunitário de saúde, bem como o entendimento de que a saúde é um 
direito humano, a ser garantido pelo Estado, sem distinção de raça, religião ou 
condição econômica. Esta dinâmica da transformação da visão biologistapara o 
social da saúde requer estudos, vontade política e a aplicação de recursos por parte 
do Estado para que seja operacionalizada, sendo imprescindível a participação 
social neste movimento. 
Convidamos você a refletir sobre o processo de elaboração e condução destas 
políticas e programas, considerando não somente a assistência médica, mas 
também e sim a assistência integral, com a participação de equipes 
multidisciplinares. Considere também repensar o caráter assistencialista 
habitualmente associado ao Sistema Único de Saúde, e passando a considerá-lo 
como um direito constitucional a ser exercido por todos os cidadãos, afinal todas as 
camadas da sociedade recolhem impostos e, portanto, por estes podem ser 
beneficiados. 
 
Desenvolvimento 
1. Políticas e Programas de Saúde 
O direito à saúde, instituído na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, 
foi incluído na Constituição Federal de 1988 que descreve a Saúde como direito de 
todos e dever do Estado, e indica as diretrizes iniciais do Sistema Único de Saúde – 
SUS. 
Sendo um estado de bem-estar social, a saúde depende das condições 
socioeconômicas de uma comunidade ou família, sendo assim um estado altamente 
dinâmico, que deve ser considerado do ponto de vista físico, mental e social. 
Devemos observar que neste contexto a saúde mental fica evidenciada, pois o modo 
de vida contemporâneo, marcado pela violência, trânsito, excesso de trabalho e 
crise econômica pode causar ansiedade e outras condições de desgaste psíquico. 
1.1 Política pública 
Para que o Estado cumpra seu dever de garantir a saúde da população, deve criar e 
manter os Sistemas de Saúde, constituídos pelas políticas e programas de saúde, 
onde constam as ações que direcionarão as práticas assistenciais. 
Primeiramente, iremos diferenciar Programa e Política. Programa é a maneira como 
o governo age, visando enfrentar uma necessidade da sociedade. Normalmente o 
Programa define um público específico, metas de atendimento e indicadores para 
avaliar a eficácia de suas ações. 
Já as Políticas Públicas são a soma de todos os programas, ações e atividades, 
sendo mais abrangentes e duradouras, e são a forma pela qual o Estado age na 
vida dos cidadãos. 
Todo executor de políticas públicas (governadores, prefeitos, secretários) deve 
conhecer as etapas que as mesmas devem seguir, a saber: definição de agenda, 
identificação de alternativas, avaliação das opções, seleção das opções, 
implementação e avaliação. As Políticas Públicas podem ser novas, causadas por 
uma nova situação social, recorrentes (constantemente necessárias) ou reprimidas, 
por não haver verba ou vontade política e administrativa. 
Para que você observe a complexidade das ações governamentais, existe uma 
teoria chamada de garbage can, ou “lata de lixo” que compara as decisões em 
políticas públicas ao aproveitamento de resíduos, onde existem muitos problemas e 
escassas soluções, que em algum determinado momento se encontram caso os 
executores ajam como pesquisadores. Em termos governamentais, normalmente os 
problemas são complexos, e as soluções idem, ou seja, os governantes devem fazer 
o possível com os recursos humanos, financeiros e de infraestrutura que têm em 
mãos (SOUZA, 2006). 
A política pública deixa clara a visualização entre o que o governo deseja fazer e o 
que realmente executa, e embora apresente efeitos em curto prazo, sempre é 
planejada para dar resultados em longo prazo, e exige o envolvimento de políticos, 
gestores, poderes legislativo, executivo, sociedade e também dos vários níveis 
decisórios dentro destes. 
Um conceito interessante em política pública é o de “nível da rua” ou street level, 
que defende que na verdade um dos principais fatores de sucesso de uma política 
pública é o executor (médico, enfermeiro, odontólogo, nutricionista, fisioterapeuta, 
assistente social, psicólogo, agente comunitário de saúde, professor, policial), pois 
de nada adianta os conceitos e metas serem cuidadosamente pensados, se quem 
efetivamente operacionaliza o programa não estiver adequadamente motivado e 
capacitado (SOUZA, 2006). 
Tambémhá outros atores, como movimentos sociais, sindicatos ou agrupamento de 
empresas que podem propor a criação das políticas públicas, visando atender aos 
seus interesses. 
As políticas públicas são compostas pelos instrumentos de planejamento, execução, 
monitoramento e avaliação, colocados da seguinte forma: 
 Planos: é o planejamento macro, que determina as normas, prioridades e 
objetivos a serem alcançados em longo prazo. Exemplo: Política Nacional de 
Alimentação e Nutrição (PNAN), que contém os programas de Vigilância 
Alimentar e Nutricional, 
 Promoção da Saúde e da Alimentação Adequada e Saudável, 
 Prevenção e Controle de Agravos Nutricionais, 
 Programa Bolsa Família e ações de 
Pesquisa, Inovação e Conhecimento. 
 Programas: divisão do plano ou política, que indica os objetivos para um 
determinado tema, público ou local (Exemplo: Programa Bolsa Família, que 
distribui renda para famílias em situação de pobreza, caso estas cumpram as 
condicionalidades de recebimento). 
 Ações: forma de alcançar algum objetivo estabelecido pelo Programa 
(cadastramento da população beneficiária, ação de avaliação nutricional pelo 
SISVAN –Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional). 
 Atividade: detalhamento prático que visa materializar uma ação (visitas 
domiciliares, realizar a avaliação antropométrica das crianças, etc.). 
Em políticas públicas podemos chamar as demandas ou problemas sociais de 
“estado das coisas”, que exigirão ideias para que sejam solucionadas. Estas ideias 
podem virar políticas públicas se tiverem apoio social e viabilidade econômica, 
entrarão na agenda governamental. Normalmente a gravidade, impacto social e 
político é que definem quais serão as políticas preteridas e priorizadas (FREY, 
2000). 
Existem três esferas no âmbito das políticas públicas. A dos problemas, a da política 
como um todo e a da política pública. Para que haja a abertura de uma “policy 
window” (janela política ou janela de oportunidades), as três devem se encontrar, 
fazendo com que determinada política pública “pule” direto para a agenda decisória, 
como foi o caso da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN). 
Como exemplo, podemos citar a situação que ocorreu no final da década de 1990, 
na qual vários movimentos sociais propuseram políticas e iniciativas para reduzir o 
problema da fome (estado das coisas) no país, sendo o sociólogo Betinho o 
protagonistada iniciativa Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida 
(ideia), que contou com o auxílio de outros segmentos da sociedade, comoda igreja, 
intelectuais, artistas e profissionais da saúde. Com a chegada do Partido dos 
Trabalhadores ao poderem 2003, houve o encontro destas três dimensões (vontade 
política), quando o PNAN foi reformulado ecriados vários programas de combate à 
fome, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Bolsa Família, 
entre outros. 
Todas as políticas públicas devem estar previstas no Planejamento Plurianual 
(PPA), mecanismo previsto na Constituição Federal que descreve e tornar possíveis 
as ações de um governo eleito (municipal, estadual ou federal). 
Os programas são compostos por atividades e projetos, sendo a atividade um 
recurso de planejamento para atingir os objetivos, e o projeto tem as mesmas 
características, porém se realiza num período limitado de tempo. 
1.1.1 Programas de saúde: 
Normalmente as políticas públicas visam atender a algumas parcelas definidas da 
população, seja do ponto de vista social, econômico, étnico, etário ou de gênero. 
Considerando todos estes aspectos, houve uma evolução do termo Saúde Pública, 
pois dentro do SUS surgiram atores sociais que defendiam a análise destas 
variáveis, numa aproximação das ciências sociais com as políticas sanitárias. A 
confluência e enriquecimento do debate levaram à criação do termo Saúde Coletiva, 
onde a participação social é fundamental na criação das políticas. 
1.1.2 Sistemas de Saúde 
Quando falamos em Sistemas de Saúde, devemos ter em mente que deve haver a 
articulação entre as três esferas destes, a saber: 
a) A esfera política – trata da gestão propriamente dita do sistema, 
b) A econômica – determina quem e como custeia os sistemas e 
c) A esfera médica – trata do modelo assistencial adotado pelo sistema em 
questão. 
Quanto aos tipos, os Sistemas de Saúde podem ser classificados em: 
a) Modelo Universalista, no qual o financiamento é público e o acesso aos 
serviços é universal e prestado por entes públicos. 
b) Modelo de Seguro Social, onde a participação é obrigatória, e o financiamento 
provém dos empresários e trabalhadores. 
c) Modelo de Seguros Privados, que é o modelo adotado pelos Estados Unidos, 
no qual existem centenas de empresas de seguro de saúde e pouca 
regulação estatal. 
d) Modelo Assistencialista, no qual o Estado entende que saúde é uma 
responsabilidade pessoal e as ações são direcionadas somente à população 
carente. 
Quanto às fontes de financiamento, estes podem ser públicos, através da 
arrecadação de impostos ou por meio de fundos privados (coparticipação ou 
pagamento privado), ou de fundos de empresas e cooperativas médicas. 
A evolução do debate entre profissionais da saúde e gestores públicos, que ocorreu 
mais fortemente após a década de 1960, trouxe à tona questões até então 
renegadas, pois toda a análise era voltada aos aspectos biológicos e controle das 
doenças, quase sem levar em conta as questões sociais que as causavam (pobreza, 
desnutrição, falta de saneamento básico e acesso à educação, entre outras). 
O conceito de determinação socioeconômica da saúde partiu das Conferências 
Internacionais sobre Promoção da Saúde, iniciadas em 1978, que deram origem aos 
documentos diretores das políticas mundiais de saúde, como a Carta de Ottawa, 
Declaração do México, Declaração de Alma-Ata, Declaração de Adelaide, 
Declaração de Sundswall, Declaração de Santafé de Bogotá, Declaração de Jacarta 
e Rede de Megapaíses (BRASIL, 2002). 
Atualmente este conceito não é descrito somente como “determinante”, e sim como 
“processo determinante”, pois as causas ambientais ocorrem gradualmente enão de 
modo repentino. Essa nova visão reforça a importância da reestruturação das 
cidades, transformando-as em espaços promotores da saúde, criando incentivos 
para que empresas, escolas e outros ambientes possampromover qualidade de vida. 
O Ministério da Saúde (2002) define que as condições fundamentais para que haja 
saúde são: paz, habitação, educação, alimentação, renda, ecossistema estável, 
recursos sustentáveis, justiça social e equidade. 
Desta forma as comunidades carentes, principalmente as que vivem sob controle do 
tráfico de entorpecentes, em locais insalubres ou áreas de invasão não podem ser 
consideradas saudáveis. Sem considerar os processos determinantes da saúde ou 
doença, os governantes não podem atuar satisfatoriamente na promoção, prevenção 
e recuperação da saúde dos usuários do Sistema de Saúde. 
 
2. Políticas Públicas para a Saúde 
 
Em vista das desigualdades e injustiças sociais próprias do sistema capitalista, as 
Políticas Públicasde cunho social são uma forma de minorar os agravos sociais 
causados pelo sistema, porém as Políticas Públicas de Saúde no Brasil foram 
realizadas ao longo dos anos, na sua maioria, de modo não planejado. O que se 
pode notar na realidade é que as mesmas até a Constituição Federal de 1988, 
nunca tiveram como objetivo proporcionar ao cidadão um bem-estar amplo e 
irrestrito. As políticas adotadas até então, sempre tiveram o intuito de dar uma 
resposta àsreinvindicações populares, no sentido de cessar os protestos e greves. 
Toda a condução das políticas públicas de saúde é historicamente caracterizada 
como curativa, focada na assistência médica e tendo como referência o hospital. 
 
3. Os Antecedentes Históricos das Políticas Públicas Sociais. 
 
Após a Proclamação da República, em 1889, o Brasil passou a ter dois núcleos de 
comando, governado por grupos de grandes fazendeiros e coronéis, que resistiam 
às determinações do governo federal e se opunham à criação de leis que fossem 
onerar os municípios (NETO, 2010). 
Nossa primeira Constituição, promulgada em 1891, estabeleceu que a incumbência 
pelas ações de saúde, saneamento e educação era dos estados. 
Na Europa dos séculos XVIII e XIX, os cientistas investigavam as causas e modos 
de transmissão das doenças mais prevalentes, normalmente infectocontagiosas. 
Observe que em 1904, Oswaldo Cruz, médico sanitarista brasileiro que estagiou no 
Instituto Pasteur em Paris, foi designado como diretor do Instituto Soroterápico 
Brasileiro e promoveinspeções sanitárias nos portos, demonstrando que as ações 
iniciais do Estado na área da saúde pública foram para garantir as exportações 
brasileiras. Também foram tomadas ações de limpeza em comunidades do Riode 
Janeiro, provocando a Revolta da Vacina, pois a população considerou tais atitudes 
como arbitrárias. 
Apesar de já haver um enfoque coletivo e de prevenção, a maior parte das pessoas 
ainda não tinham acesso à saúde, seja pública ou privada. 
O Deputado Eloy Chaves, em 1923, foi autor de um Projeto de Lei que criava Caixa 
de Aposentadoria e Pensões (CAPs) para os ferroviários, o que fez com que outras 
categorias profissionais e grandes empresas também criassem suas Caixas, que 
propiciavam aposentadoria, pensão e assistência à saúde, com pouco ou nenhum 
controle estatal. 
O período da Primeira República é considerado como marcado pelo sanitarismo, e 
nestas décadas de 1910 e 1930 ocorreu a fundação do Departamento Nacional de 
Saúde Pública (DNSP), comandado por Carlos Chagas. 
O Ministério da Educação e da Saúde Pública foi criado em 1930, no Governo de 
Getúlio Vargas, e com a criação do Ministério do Trabalho no mesmo ano, houve um 
incremento nos direitos dos trabalhadores, com a criação dos Institutos de 
Aposentadorias e Pensões (IAPs), que aprimorou as ações das CAPs. 
Apesar destas melhorias, os agricultores, profissionais liberais e outros ainda não 
tinham acesso à assistência médica e proteção previdenciária, fazendo com que 
ainda dependessem de hospitais de caridade. 
Nesta época começam a existir discussões sobre a necessidade de atenção à saúde 
como incentivo à produtividade, economia e ideais desenvolvimentistas, que 
relacionavam a pobreza com a doença e o subdesenvolvimento. 
Apesar da história da Saúde Pública no Brasil ter iniciado de modo incipiente no 
século XIX, iniciativas formais só foram tomadas no início do século XX, e na 
metade deste (1953), o Ministério da Saúde foi constituído por meio da Lei nº 1.920, 
que fez a divisão entre o Ministério da Educação e Saúde. 
No período pós Segunda Guerra Mundial, a prioridade dos países era a 
estabilização econômica e produtiva, visando à reconstrução e o crescimento 
científico e social. As ações de saneamento, vacinação e assistência ocorrem dentro 
do possível, e as décadas de 1950 e 1960 sofrem com a Guerra Fria. A divisão 
mundial entre as potências capitalista e socialista, a ocorrência de golpes de Estado 
na América Latina e as crises disto decorrentesafetam a execução das políticas 
públicas, não só do ponto de vista dos recursos a serem investidos, como também 
conceitualmente, pois o regime de exceção da ditadura militar busca desarticular a 
participação social em todos os âmbitos e desestruturar quaisquer programas que 
apresentem cunho socialista. 
Apesar da marca da década de 1970 ser a repressão política e social e o capital 
estrangeiro ter ganhado espaço em várias áreas da economia, inclusive da saúde, 
ocorreu a edição da revista Cebes/Saúde em Debate por sanitaristas paulistas e a 
criação da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), que articulava 
programas de especialização em saúde coletiva. 
Após o governo do General Figueiredo, realizou-se a 7ª Conferência Nacional de 
Saúde (CNS) que visava reformular a política de saúde, com o objetivo de ofertar 
cobertura de saúde para toda a sociedade até o ano 2000 (Conferência Nacional de 
Saúde, 1980). 
O regime militar termina em 1985, com a eleição de Tancredo Neves (que falece 
antes da posse), assumindo seu vice, José Sarney, com a promessa de estabilizar 
economicamente o país. 
Médicos sanitaristas e técnicos participaram pela primeira vez na discussão da 
política de saúde, durante a 8ª Conferência Nacional de Saúde, cujo relatório serviu 
de base para discussão da Assembleia Nacional Constituinte em 1987/1988. 
As nações que garantem os direitos sociais dos cidadãos têm sistemas de saúde 
universais e igualitários, portanto percebe-se que a consolidação da democracia 
passa pela consolidação de um sistema de saúde integral, igualitário e democrático. 
Segundo o artigo 196 da Constituição Federal Brasileira de 1988, que consolidou o 
retorno da democracia: 
“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e 
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao 
acesso universitário e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e 
recuperação”. 
Apesar de nesta definição ficar implícita a necessidade de proporcionar qualidade de 
vida, inexistente na fome e miséria, garantia à saúde também implica em melhor 
distribuição de renda e acesso de todos a alimentos e medicamentos de qualidade. 
A centralização ocorrida na década de 1970 foi alvo de críticas da academia e outros 
setores da sociedade.A partir de 1985, com a redemocratização do país, nasceu o 
movimento da Reforma Sanitária(ANDRADE, 2000). 
A Constituição Federal e a Lei Orgânica de Saúde apontaram em direção à 
expansão da assistência e previdência, mas a crise econômica que ocorreu no 
governo do presidente José Sarney reduziu as chances de efetivação dos ideais de 
equidade, integralidade e universalidade, fazendo com que estudiosos da área da 
saúde afirmassem que“a partir da análise dos problemas e contradições faz-se 
necessário dar continuidade à reforma que seria, portanto, um processo (ainda) 
inconcluso” (PAIVA, 2014). 
 
4. O sistema de saúde no Brasil e seus níveis de assistência. 
 
O Sistema Único de Saúde (SUS) é constituído por ações e serviços de saúde 
geridos pelo Estado e está inserido nas políticas públicas de seguridade social, das 
quais fazem parte também a previdência (INSS) e a assistência social (BRASIL, 
2004). 
Os princípios do SUS foram descritos no artigo 198 da Constituição Federal de 1988 
e no artigo 7º do Capítulo II da Lei n. º 8.080/1990, e são: 
a) Universalidade – determina o atendimento de todos, sem restrições de 
qualquer espécie, e sem custo para a população. 
b) Integralidade – o SUS deve prestar assistência integral à saúde, promovendo 
ações de prevenção e tratamento às comunidades, em todos os níveis de 
complexidade. 
c) Equidade – prevê a distribuição de recursos e serviços, de modo a destinar 
maior atenção aos que mais necessitam. 
d) Participação social – é um direito e também uma obrigação da sociedade 
participar das gestões públicas, e é dever do Estado possibilitar essa 
participação. Os atores sociais individuais (usuários e profissionais) ou 
coletivos (instituições e comunidades) devem participar dos processos de 
gestão, sendo esta participaçãodiretamente ligada ao nível de consciência 
política da sociedade. 
e) Descentralização – é a responsabilização dos municípios sobre a assistência 
em saúde, estimulando a capacidade político-institucional dos gestores locais, 
a melhor aplicação de recursos e facilitando o controle social. 
A Lei nº 8080 estabelece as diretrizes do SUS, que são a universalidade de acesso 
aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência e integralidade de 
assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e dos serviços 
preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso, em todos 
os níveis de complexidade do sistema (BRASIL, 1990). 
A Lei n. º 8.142/1990 dispõe sobre a participação social na gestão do SUS, sobre o 
financiamento e utilização dos recursos financeiros, onde a União repassa a verba 
diretamente aos municípios. O recurso do SUS provém dos tesouros federal, 
estaduais e municipais, que devem destinar no mínimo 15% de sua arrecadação na 
saúde. 
4.1 Promoção da saúde 
A Promoção da Saúde é o conceito mais amplo e cidadão no tema, cujo objetivo é o 
de“promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde 
relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de viver, condiçõesde trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura, acesso a bens e serviços 
essenciais (BRASIL, 2010). ” 
Entendido como fundamental, pois é a forma de prevenir agravos à saúde e 
promover a qualidade de vida, reduzindo custos e realizando ações articuladas com 
outros setores do governo, considerando seu contexto social, político, econômico e 
cultural. 
4.2 Vigilância em saúde 
Visa reduzir a morbimortalidade ocasionada pelas doenças transmissíveis, não 
transmissíveis, agravos e seus fatores de riscos, utilizando para isto a vigilância 
sanitária, epidemiológica, nutricional, ambiental e a análise de situação de saúde. 
Segundo o Ministério da Saúde, o SUS deve proporcionar à população as condições 
necessárias para melhorar e exercer controle sobre sua saúde, englobando a paz, a 
educação, a moradia, o alimento, a renda, um ecossistema estável, justiça social e 
equidade (BRASIL, 2002). 
A partir desta lei foram definidas algumas atribuições do SUS, como a assistência 
médica, odontológica e farmacêutica, orientação familiar, vigilância epidemiológica, 
nutricional e sanitária. 
A municipalização propiciou que cada município agisse de acordo com sua realidade 
e demanda, aumentando a autonomia dos gestores locais e facilitando a 
participação e o controle social, uma vez que a população tem maior acesso aos 
gestores municipais do que estaduais. 
4.3 Os níveis de atenção à saúde 
O SUS é dividido em níveis de atenção, que faz com que seja possível aumentar o 
acesso ao atendimento, já que cada um desses níveis corresponde a um conjunto 
de serviços. A seguir, veremos quais e como são caracterizados os três níveis de 
atenção à saúde no Brasil. 
4.4 Atenção básica ou nível Primário 
É o primeiro nível de atenção adotado pelo SUS, ou o primeiro contato do usuário 
com o sistema, que executa a maior parte das ações de promoção, prevenção, 
diagnóstico, tratamento e reabilitação da saúde. 
No nível primário de atenção, existem as Unidades Básicas de Saúde e também a 
atuação em diversos espaços, como centros comunitários e escolas, além da 
realização de visitas domiciliares. Estima-se que em torno de 85% dos casos 
demandados à atenção primária são resolvidos neste nível da atenção. 
As Unidades Básicas de Saúde são a porta de entrada preferencial do Sistema 
Único de Saúde (SUS), onde atuam as equipes de Atenção Básica, visando atender 
até 80% dos problemas de saúde, sem a necessidade de encaminhamento do 
usuário aos hospitais. Nelas realizam-se atendimentos básicos de Pediatria, 
Ginecologia, Clínica Geral, Enfermagem e Odontologia. Além das consultas, as UBS 
ofertam serviços de enfermagem, inalações, injeções, curativos, vacinas, coleta de 
exames laboratoriais, tratamento odontológico, encaminhamentos para 
especialidades e fornecimento de medicações básicas (BRASIL, 2008). 
 
4.5. Média complexidade ou nível Secundário 
 
Na média complexidade existem médicos especialistas, como cardiologistas, 
psiquiatras, oftalmologistas, endocrinologistas, e as ações ocorrem em ambulatórios 
e hospitais, onde são realizados procedimentos de intervenção, acompanhamento 
de doenças crônicas e agudas. Neste nível estão disponíveis serviços de 
ultrassonografia, raios-X, endoscopias, eco cardiogramas, odontologia, entre outros. 
4.6. Alta complexidade ou terciário 
 
Envolve os hospitais de médio e grande porte, onde podem ser realizados 
procedimentos invasivos, em caso de risco de morte. 
A alta complexidade é o conjunto de procedimentos que envolvem alta tecnologia e 
alto custo, com a presença de médicos especialistas, visando ofertar à população 
acesso a serviços qualificados, referenciados pela atenção básica e de média 
complexidade. Algumas de suas áreas de atuação são: assistência ao paciente 
portador de doença renal crônica (diálise), oncologia, cirurgia cardiovascular, 
cardiologia intervencionista, neurocirurgia, cirurgia bariátrica e terapia nutricional 
(BRASIL, 2007). 
A forma de encaminhamento entre os níveis de atenção é chamada de referência, e 
normalmente é crescente, do nível primário para o secundário e se necessário para 
o terciário. O movimento contrário é o retorno do usuário para um nível mais abaixo 
e se chamacontra referência. 
A assistência do SUS é composta por variados tipos de serviços, distribuídos em 
duas redes: a própria (pública) e a contratada. 
A ordem de prioridade na utilização e ocupação de leitos dos serviços de saúde é 
primeira nos hospitais públicos, depois hospitais filantrópicos, universitários e 
somente então hospitais privados, complementares à rede própria. 
 
5. Análise sobre as políticas brasileiras para a saúde. 
A Política Pública possui o caráter de intencionalidade pública, que é a razão da 
tomada de ações para uma determinada problemática social, e também de problema 
público, que vem a ser diferença entre a realidade e uma situação ideal. 
Podemos observar que as políticas públicas são executadas mediante leis, 
campanhas educativas, incentivos governamentais, atos administrativos e outros 
meios de operacionalização de programas. 
O Poder Executivo (Ministério da Saúde) define quais serão as políticas públicas 
prioritárias em um determinado governo, e nos últimos governos a segmentação das 
políticas de saúde, assistência social e previdência social foi mantida, não havendo 
nenhuma grande reestruturação na política de saúde. Havia a expectativa de 
fortalecimento do SUS, porém ocorreu sucateamento da estrutura física, 
terceirização de serviços e também não foi priorizada a promoção da saúde, ação 
estratégica que pode reduzir os custos com a saúde curativa, bem como propiciar 
condições de autocuidado e empoderamento da população. 
 
6. O direcionamento das políticas de saúde no Brasil 
Dentro do Ministério da Saúde existem vários programas de saúde voltados para os 
públicos abaixo relacionados. Citaremos os mais importantes: 
6.1 Saúde do Idoso 
No âmbito do SUS, a política voltada para o idoso objetiva proporcionar um 
envelhecimento saudável e ativo, por meio da ampliação do conhecimento sobre 
condições de saúde da pessoa idosa com e conta com alguns diferenciais, como: 
permitir o acompanhamento longitudinal por cinco anos, dentre outros. 
6.2 Saúde da Mulher 
O Programa Saúde da Mulher tem por finalidade ampliar o conhecimento das 
usuárias sobre sexualidade e cuidados com o corpo, prevenindo e tratando dos 
principais agravos e problemas de saúde que afetam as mulheres, como o câncer de 
colo do útero, de mama, gravidez de alto risco, violência contra a mulher, dentre 
outros. 
6.3 Saúde da Criança 
Assiste crianças do nascimento até o décimo ano de vida, visando reduzir a 
mortalidade infantil, os maus-tratos, trabalho infantil, e ainda atenção à saúde bucal, 
mental e à criança portadora de deficiência. 
6.4 Saúde do Adolescente 
As ações voltadas para os adolescentes enfatizamo Estatuto da Criança e do 
Adolescente, onde estes são reconhecidos como sujeitos sociais, portadores de 
direitos e garantias próprias, independentes de seus pais e/ou familiares. 
6.5 Saúde do Trabalhador 
Uma grande categoria de beneficiários, que é a dos trabalhadores, conta com ações 
de prevenção, assistência à saúde e vigilância relacionada ao trabalho, tais como os 
Acidentes de trabalho, Agravos à Saúde relacionados ao trabalho, Doença 
relacionada ao trabalho, Lesões por esforços repetitivos (LER) e vigilância dos 
ambientes de trabalho. 
6.6 Saúde Rural 
As comunidades rurais contam com redes de serviços regionalizadas, que 
contemple a realidade agrícola do trabalho, onde devem ser desenvolvidas ações de 
enfrentamento ao uso de agrotóxicos. 
6.7 Saúdeno Sistema Penitenciário 
Os Ministérios da Saúde e Justiça administram em conjunto a política de atenção à 
saúde nas unidades prisionais, sabendo que o confinamento favorece uma série de 
fatores de risco à Saúde dessa população (superlotação, más condições de higiene, 
relações violentas, uso indiscriminado de drogas). 
6.8 SaúdeSuplementar 
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) regula, normaliza, controla e 
fiscaliza a assistência suplementar à Saúde, em todo o território nacional, das 
instituições privadas que oferece serviços de atenção à Saúde (planos de saúde). 
 
7. Os Programas de Saúde 
 
Os Programas de Saúde são ações executadas pelo governo com o objetivo de 
prestar assistência à população. São realizadas em todos os níveis de atenção, e 
ocorrem prioritariamente nos municípios, por meio das Unidades Básicas de Saúde. 
O Ministério da Saúde criou em 2008 os Núcleos de Apoio à Saúde da Família 
(NASF), que devem ofertar Atenção Básica no Brasil, ampliando o atendimento e a 
abrangência das ações em saúde. 
7.1 Agentes Comunitários de Saúde 
O Programa de Agentes Comunitários de Saúde (ACS), criado em 1991, consiste na 
contratação de profissionais da própria comunidade, capacitados para auxiliar as 
ações de saúde das UBS, como visitas domiciliares, cadastramento de usuários, 
atividades de promoção da saúde, prevenção das doenças e agravos e vigilância em 
saúde (BRASIL, 2006). Pelo fato do ACS ser da própria comunidade, este cria maior 
vínculo com o usuário da UBS, conhece sua realidade social e atua como elo entre 
usuários e a equipe de saúde. 
7.2 Programa Brasil Sorridente 
O Brasil Sorridente foi um programa lançado em 2004, objetivando ampliar o 
atendimento odontológico e melhorar as condições de saúde bucal da população 
brasileira. Além da assistência, o programa prevê campanhas educativas e de 
prevenção à cárie, fluoretação da água e a distribuição de pasta e escovas de dente 
para as famílias carentes. Ainda na saúde bucal, existem os Centros de 
Especialidades Odontológicas (CEO), que realizam diagnóstico bucal, detecção do 
câncer de boca, periodontia, endodontia e cirurgias orais. 
Dentro da rede pública ainda existem os Centros Especializados em Reabilitação, 
que efetuam atendimentos de fisioterapia e prótese, e também os programas de 
Triagem Neonatal Biológica, Atenção à Pessoa com Deficiência, à Pessoa 
Amputada, Lesão Medular, Paralisia Cerebral, Síndrome de Down, Acidente 
Vascular Cerebral (AVC), Autismo e Traumatismo Crânio Encefálico (TCE). 
7.3 Saúde Mental 
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são unidades criadas para atender 
pacientes com transtornos mentais, promovendo a integração familiar. O Programa 
de Volta para Casa tem por objetivo assistir o paciente psiquiátrico após internação 
psiquiátrica acima de dois anos ou mais de internação. 
7.4 Farmácia Popular 
O Governo Federal implantou em 2004 o Programa Farmácia Popular do Brasil para 
possibilitar a obtenção de medicamentos utilizados no tratamento das doenças mais 
prevalentes na comunidade. O Programa possui rede própria de Farmácias 
Populares e também parceria com drogarias privadas, chamadas de "Aqui tem 
Farmácia Popular". 
As unidades próprias ofertam uma gama de 112 medicamentos e preservativos 
masculinos, sendo necessária a apresentação de receita para a aquisição dos 
medicamentos. 
Além dos medicamentos gratuitos para hipertensão, diabetes e asma, o Programa 
oferece medicamentos custeados, empregados no tratamento de dislipidemia, rinite, 
mal de Parkinson, osteoporose e glaucoma, além de pílulas anticoncepcionais e 
fraldas geriátricas. 
7.5 AtençãoDomiciliar 
A atenção domiciliar é uma modalidade criada para assistir usuários com agravos à 
saúde e dificuldade de locomoção até a unidade de saúde. 
Os Serviços de Atenção Domiciliar (SAD) são compostos pelas Equipes 
Multiprofissionais de Apoio, equipes de Saúde da Família e Núcleos de Apoio à 
Saúde da Família, e sua composição deve ter pelo menos três profissionais da 
saúde, entre estes: Assistente social, Fisioterapeuta, Fonoaudiólogo, Nutricionista, 
Odontólogo, Psicólogo, Farmacêutico e Terapeuta ocupacional. 
7.6 SAMU 
Em 2011, o Ministério da Saúde criou a Rede de Atenção às Urgências e 
Emergências no SUS, com atendimento rápido, ajudando a reduzir mortes e 
sequelas. Desta rede fazem parte as UBS, o Serviço de Atendimento Móvel de 
Urgência (SAMU 192) e as UPAs 24 horas, entre outros. 
As Unidades de Pronto Atendimento (UPA) funcionam 24 horas por dia, todos os 
dias da semana e estão aparelhados para resolver urgências e emergências, 
contando com aparelhos de radiografia, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de 
exames e leitos de observação, solucionando quase a totalidade dos casos na 
própria unidade, sem necessidade de hospitalização. 
7.7 Academia da Saúde 
O Programa Academia da Saúde fomenta a criação de espaços públicos 
programados para a prática de atividade física e lazer, com o objetivo de promoção 
da saúde da população. 
O Programa Melhor em Casa, criado em 2011, amplia o atendimento domiciliar, 
visando oferecer aos pacientes da rede pública de saúde um serviço humanizado e 
acolhedor. 
A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, criada em 1998, uma parceria entre 
o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz, tem o objetivo de expandir a 
quantidade e qualidade dos bancos de Leite Humano no Brasil, por meio da 
realização de parcerias entre instâncias federais, iniciativa privada e sociedade. 
 No Brasil, a doação de órgãos só pode ser realizada com permissão da família, e o 
procedimento deve seguir leis que regem as duas possibilidades de doação: de 
órgãos de doador vivo, familiar até 4º grau de parentesco, cuja maioria é a de 
transplantes renais, e a doação de órgãos ou tecidos de doador falecido, cuja 
autorização pode ser feita pela vontade dos familiares até 2º grau de parentesco, 
mediante documento de autorização. 
Os princípios e diretrizes deste programa são as atitudes de não-discriminação às 
pessoas com HIV/AIDS, garantia dos direitos individuais e sociais, acesso ao 
atendimento integral, fornecimento de preservativos masculinos e femininos, gel, 
agulhas e seringas e materiais educativos. 
O Plano de Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus é uma estratégia 
do Ministério da Saúde que visa à prevenção, ao diagnóstico, ao tratamento e ao 
controle da hipertensão arterial e do Diabetes Mellitus, cujo objetivo é diminuir as 
internações, complicações e mortalidade cardiovascular. 
7.8 Programa Nacional de Combate à Dengue: 
A dengue é uma doença causada por um vírus cujo vetor é o mosquito Aedes 
aegypti, característico de áreas tropicais e subtropicais e é atualmente um dos 
principais problemas de saúde pública a nível global, em virtude da quantidade de 
pessoas acometidas e casos fatais. 
7.9 Polícia Nacional de Alimentação e Nutrição 
A Política Nacional de Alimentação e Nutrição, criada em 1999 pelo Ministério da 
Saúde visa garantir a qualidade dos alimentos colocados para consumo no País, a 
promoção de práticas alimentares saudáveis e a prevenção e o controle dos 
distúrbios nutricionais, bem como o estímulo às ações intersetoriais que propiciem o 
acesso universal aos alimentos (BRASIL, 2003). 
Entre as ações da PNAN, estão a o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional 
(SISVAN), a Promoção da Saúde e da Alimentação Adequada e Saudável e um dos 
maiores programas de transferência condicionada de renda do mundo, o Programa 
Bolsa Família. 
Além destes Programas, o SUS realiza programas de vacinação, ações de 
orientação e prevenção nas áreas de aleitamentomaterno, prevenção e tratamento 
da Hanseníase e tuberculose, saúde do homem, cuidados básicos em situação de 
enchentes, malária, raiva e sarampo. 
 
Considerações finais 
Este artigo buscou ofertar um breve resumo do amplo espectro de atuação das 
políticas públicas de saúde, algumas características da dinâmica de criação e 
execução destas e os principais programas de saúde do Brasil na atualidade. 
O entendimento dos modelos apresentados pode permitir ao profissional 
aperspectiva histórica, como a política afeta e determina os programas de saúde, os 
possíveis conflitos de interesses entre as empresas médicas de capital privado e os 
governamentais, a importância da participação social e de que forma os profissionais 
de saúde podem se posicionar frente a estes pontos críticos. Esperamos que a 
leitura tenha suscitado o interesse de conhecer melhor a estrutura, forma de gestão 
e teorias do SUS, de forma que você exerça sua atividade profissional de modo 
consciente, estimulando a humanização, a boa gestão dos serviços, o controle social 
e o empoderamento dos usuários. 
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