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Mestre em Alimentação e Nutrição pela UFPR (2015), especialista em Nutrição Clínica pela UFPR (2000), graduada em Nutrição pela UFPR (1992). Nutricionista concursada do Governo do Estado do Paraná, lotada na Secretaria de Estado da Educação/Fundepar, especialista em Chamadas Públicas da Agricultura Familiar para a Alimentação Escolar. Professora conferencista em EaD, palestrante, professora de graduação e cursos técnicos da área, escritora e revisora de livros EaD e tutora EaD. Possuo dez anos de experiência em área hospitalar, UTI´s, bem como em restaurantes industriais e comerciais. Políticas e Programas de Saúde Angelita Avi Pugliesi Martins 2017 POLÍTICAS E PROGRAMAS DE SAÚDE Elaborado por Angelita Avi Pugliesi Martins http://lattes.cnpq.br/2147980559828413 Resumo O Estado deve garantir os direitos básicos dos cidadãos, e para isto lança mão da elaboração e manutenção de políticas públicas que materializem as intenções manifestadas antes da eleição, e que venham de encontro aos anseios dos eleitores. As políticas públicas são formuladas para todas as áreas, como educação, segurança, assistência social, entre outras, porém as de saúde são prioritárias, como forma de manter a vida e promover o desenvolvimento social. Cada governo e país formulam políticas de saúde adequadas à sua realidade socioeconômica, e o Sistema Único de Saúde brasileiro (SUS), apesar de suas dificuldades, ainda é considerado um dos melhores do mundo. Os programas e ações do SUS dão acesso à saúde de forma igualitária, integral e universal, onde são canalizados maiores esforços nos serviços de maior necessidade. Palavras-chave Políticas Públicas; Políticas de Saúde; Programas de Saúde; Saúde Coletiva; Sistema Único de Saúde (SUS). Introdução Nesta disciplina você conhecerá o conceito de política pública, quais são as políticas de saúde no Brasil, histórico da construção do SUS, qual o direcionamento atual destas políticas, e conhecerá os principais programas de saúde vigentes. A partir desta elaboração, há um declínio do sentido biológico e fortalecimento do sentido comunitário de saúde, bem como o entendimento de que a saúde é um direito humano, a ser garantido pelo Estado, sem distinção de raça, religião ou condição econômica. Esta dinâmica da transformação da visão biologistapara o social da saúde requer estudos, vontade política e a aplicação de recursos por parte do Estado para que seja operacionalizada, sendo imprescindível a participação social neste movimento. Convidamos você a refletir sobre o processo de elaboração e condução destas políticas e programas, considerando não somente a assistência médica, mas também e sim a assistência integral, com a participação de equipes multidisciplinares. Considere também repensar o caráter assistencialista habitualmente associado ao Sistema Único de Saúde, e passando a considerá-lo como um direito constitucional a ser exercido por todos os cidadãos, afinal todas as camadas da sociedade recolhem impostos e, portanto, por estes podem ser beneficiados. Desenvolvimento 1. Políticas e Programas de Saúde O direito à saúde, instituído na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, foi incluído na Constituição Federal de 1988 que descreve a Saúde como direito de todos e dever do Estado, e indica as diretrizes iniciais do Sistema Único de Saúde – SUS. Sendo um estado de bem-estar social, a saúde depende das condições socioeconômicas de uma comunidade ou família, sendo assim um estado altamente dinâmico, que deve ser considerado do ponto de vista físico, mental e social. Devemos observar que neste contexto a saúde mental fica evidenciada, pois o modo de vida contemporâneo, marcado pela violência, trânsito, excesso de trabalho e crise econômica pode causar ansiedade e outras condições de desgaste psíquico. 1.1 Política pública Para que o Estado cumpra seu dever de garantir a saúde da população, deve criar e manter os Sistemas de Saúde, constituídos pelas políticas e programas de saúde, onde constam as ações que direcionarão as práticas assistenciais. Primeiramente, iremos diferenciar Programa e Política. Programa é a maneira como o governo age, visando enfrentar uma necessidade da sociedade. Normalmente o Programa define um público específico, metas de atendimento e indicadores para avaliar a eficácia de suas ações. Já as Políticas Públicas são a soma de todos os programas, ações e atividades, sendo mais abrangentes e duradouras, e são a forma pela qual o Estado age na vida dos cidadãos. Todo executor de políticas públicas (governadores, prefeitos, secretários) deve conhecer as etapas que as mesmas devem seguir, a saber: definição de agenda, identificação de alternativas, avaliação das opções, seleção das opções, implementação e avaliação. As Políticas Públicas podem ser novas, causadas por uma nova situação social, recorrentes (constantemente necessárias) ou reprimidas, por não haver verba ou vontade política e administrativa. Para que você observe a complexidade das ações governamentais, existe uma teoria chamada de garbage can, ou “lata de lixo” que compara as decisões em políticas públicas ao aproveitamento de resíduos, onde existem muitos problemas e escassas soluções, que em algum determinado momento se encontram caso os executores ajam como pesquisadores. Em termos governamentais, normalmente os problemas são complexos, e as soluções idem, ou seja, os governantes devem fazer o possível com os recursos humanos, financeiros e de infraestrutura que têm em mãos (SOUZA, 2006). A política pública deixa clara a visualização entre o que o governo deseja fazer e o que realmente executa, e embora apresente efeitos em curto prazo, sempre é planejada para dar resultados em longo prazo, e exige o envolvimento de políticos, gestores, poderes legislativo, executivo, sociedade e também dos vários níveis decisórios dentro destes. Um conceito interessante em política pública é o de “nível da rua” ou street level, que defende que na verdade um dos principais fatores de sucesso de uma política pública é o executor (médico, enfermeiro, odontólogo, nutricionista, fisioterapeuta, assistente social, psicólogo, agente comunitário de saúde, professor, policial), pois de nada adianta os conceitos e metas serem cuidadosamente pensados, se quem efetivamente operacionaliza o programa não estiver adequadamente motivado e capacitado (SOUZA, 2006). Tambémhá outros atores, como movimentos sociais, sindicatos ou agrupamento de empresas que podem propor a criação das políticas públicas, visando atender aos seus interesses. As políticas públicas são compostas pelos instrumentos de planejamento, execução, monitoramento e avaliação, colocados da seguinte forma: Planos: é o planejamento macro, que determina as normas, prioridades e objetivos a serem alcançados em longo prazo. Exemplo: Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), que contém os programas de Vigilância Alimentar e Nutricional, Promoção da Saúde e da Alimentação Adequada e Saudável, Prevenção e Controle de Agravos Nutricionais, Programa Bolsa Família e ações de Pesquisa, Inovação e Conhecimento. Programas: divisão do plano ou política, que indica os objetivos para um determinado tema, público ou local (Exemplo: Programa Bolsa Família, que distribui renda para famílias em situação de pobreza, caso estas cumpram as condicionalidades de recebimento). Ações: forma de alcançar algum objetivo estabelecido pelo Programa (cadastramento da população beneficiária, ação de avaliação nutricional pelo SISVAN –Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional). Atividade: detalhamento prático que visa materializar uma ação (visitas domiciliares, realizar a avaliação antropométrica das crianças, etc.). Em políticas públicas podemos chamar as demandas ou problemas sociais de “estado das coisas”, que exigirão ideias para que sejam solucionadas. Estas ideias podem virar políticas públicas se tiverem apoio social e viabilidade econômica, entrarão na agenda governamental. Normalmente a gravidade, impacto social e político é que definem quais serão as políticas preteridas e priorizadas (FREY, 2000). Existem três esferas no âmbito das políticas públicas. A dos problemas, a da política como um todo e a da política pública. Para que haja a abertura de uma “policy window” (janela política ou janela de oportunidades), as três devem se encontrar, fazendo com que determinada política pública “pule” direto para a agenda decisória, como foi o caso da Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN). Como exemplo, podemos citar a situação que ocorreu no final da década de 1990, na qual vários movimentos sociais propuseram políticas e iniciativas para reduzir o problema da fome (estado das coisas) no país, sendo o sociólogo Betinho o protagonistada iniciativa Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida (ideia), que contou com o auxílio de outros segmentos da sociedade, comoda igreja, intelectuais, artistas e profissionais da saúde. Com a chegada do Partido dos Trabalhadores ao poderem 2003, houve o encontro destas três dimensões (vontade política), quando o PNAN foi reformulado ecriados vários programas de combate à fome, como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Bolsa Família, entre outros. Todas as políticas públicas devem estar previstas no Planejamento Plurianual (PPA), mecanismo previsto na Constituição Federal que descreve e tornar possíveis as ações de um governo eleito (municipal, estadual ou federal). Os programas são compostos por atividades e projetos, sendo a atividade um recurso de planejamento para atingir os objetivos, e o projeto tem as mesmas características, porém se realiza num período limitado de tempo. 1.1.1 Programas de saúde: Normalmente as políticas públicas visam atender a algumas parcelas definidas da população, seja do ponto de vista social, econômico, étnico, etário ou de gênero. Considerando todos estes aspectos, houve uma evolução do termo Saúde Pública, pois dentro do SUS surgiram atores sociais que defendiam a análise destas variáveis, numa aproximação das ciências sociais com as políticas sanitárias. A confluência e enriquecimento do debate levaram à criação do termo Saúde Coletiva, onde a participação social é fundamental na criação das políticas. 1.1.2 Sistemas de Saúde Quando falamos em Sistemas de Saúde, devemos ter em mente que deve haver a articulação entre as três esferas destes, a saber: a) A esfera política – trata da gestão propriamente dita do sistema, b) A econômica – determina quem e como custeia os sistemas e c) A esfera médica – trata do modelo assistencial adotado pelo sistema em questão. Quanto aos tipos, os Sistemas de Saúde podem ser classificados em: a) Modelo Universalista, no qual o financiamento é público e o acesso aos serviços é universal e prestado por entes públicos. b) Modelo de Seguro Social, onde a participação é obrigatória, e o financiamento provém dos empresários e trabalhadores. c) Modelo de Seguros Privados, que é o modelo adotado pelos Estados Unidos, no qual existem centenas de empresas de seguro de saúde e pouca regulação estatal. d) Modelo Assistencialista, no qual o Estado entende que saúde é uma responsabilidade pessoal e as ações são direcionadas somente à população carente. Quanto às fontes de financiamento, estes podem ser públicos, através da arrecadação de impostos ou por meio de fundos privados (coparticipação ou pagamento privado), ou de fundos de empresas e cooperativas médicas. A evolução do debate entre profissionais da saúde e gestores públicos, que ocorreu mais fortemente após a década de 1960, trouxe à tona questões até então renegadas, pois toda a análise era voltada aos aspectos biológicos e controle das doenças, quase sem levar em conta as questões sociais que as causavam (pobreza, desnutrição, falta de saneamento básico e acesso à educação, entre outras). O conceito de determinação socioeconômica da saúde partiu das Conferências Internacionais sobre Promoção da Saúde, iniciadas em 1978, que deram origem aos documentos diretores das políticas mundiais de saúde, como a Carta de Ottawa, Declaração do México, Declaração de Alma-Ata, Declaração de Adelaide, Declaração de Sundswall, Declaração de Santafé de Bogotá, Declaração de Jacarta e Rede de Megapaíses (BRASIL, 2002). Atualmente este conceito não é descrito somente como “determinante”, e sim como “processo determinante”, pois as causas ambientais ocorrem gradualmente enão de modo repentino. Essa nova visão reforça a importância da reestruturação das cidades, transformando-as em espaços promotores da saúde, criando incentivos para que empresas, escolas e outros ambientes possampromover qualidade de vida. O Ministério da Saúde (2002) define que as condições fundamentais para que haja saúde são: paz, habitação, educação, alimentação, renda, ecossistema estável, recursos sustentáveis, justiça social e equidade. Desta forma as comunidades carentes, principalmente as que vivem sob controle do tráfico de entorpecentes, em locais insalubres ou áreas de invasão não podem ser consideradas saudáveis. Sem considerar os processos determinantes da saúde ou doença, os governantes não podem atuar satisfatoriamente na promoção, prevenção e recuperação da saúde dos usuários do Sistema de Saúde. 2. Políticas Públicas para a Saúde Em vista das desigualdades e injustiças sociais próprias do sistema capitalista, as Políticas Públicasde cunho social são uma forma de minorar os agravos sociais causados pelo sistema, porém as Políticas Públicas de Saúde no Brasil foram realizadas ao longo dos anos, na sua maioria, de modo não planejado. O que se pode notar na realidade é que as mesmas até a Constituição Federal de 1988, nunca tiveram como objetivo proporcionar ao cidadão um bem-estar amplo e irrestrito. As políticas adotadas até então, sempre tiveram o intuito de dar uma resposta àsreinvindicações populares, no sentido de cessar os protestos e greves. Toda a condução das políticas públicas de saúde é historicamente caracterizada como curativa, focada na assistência médica e tendo como referência o hospital. 3. Os Antecedentes Históricos das Políticas Públicas Sociais. Após a Proclamação da República, em 1889, o Brasil passou a ter dois núcleos de comando, governado por grupos de grandes fazendeiros e coronéis, que resistiam às determinações do governo federal e se opunham à criação de leis que fossem onerar os municípios (NETO, 2010). Nossa primeira Constituição, promulgada em 1891, estabeleceu que a incumbência pelas ações de saúde, saneamento e educação era dos estados. Na Europa dos séculos XVIII e XIX, os cientistas investigavam as causas e modos de transmissão das doenças mais prevalentes, normalmente infectocontagiosas. Observe que em 1904, Oswaldo Cruz, médico sanitarista brasileiro que estagiou no Instituto Pasteur em Paris, foi designado como diretor do Instituto Soroterápico Brasileiro e promoveinspeções sanitárias nos portos, demonstrando que as ações iniciais do Estado na área da saúde pública foram para garantir as exportações brasileiras. Também foram tomadas ações de limpeza em comunidades do Riode Janeiro, provocando a Revolta da Vacina, pois a população considerou tais atitudes como arbitrárias. Apesar de já haver um enfoque coletivo e de prevenção, a maior parte das pessoas ainda não tinham acesso à saúde, seja pública ou privada. O Deputado Eloy Chaves, em 1923, foi autor de um Projeto de Lei que criava Caixa de Aposentadoria e Pensões (CAPs) para os ferroviários, o que fez com que outras categorias profissionais e grandes empresas também criassem suas Caixas, que propiciavam aposentadoria, pensão e assistência à saúde, com pouco ou nenhum controle estatal. O período da Primeira República é considerado como marcado pelo sanitarismo, e nestas décadas de 1910 e 1930 ocorreu a fundação do Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP), comandado por Carlos Chagas. O Ministério da Educação e da Saúde Pública foi criado em 1930, no Governo de Getúlio Vargas, e com a criação do Ministério do Trabalho no mesmo ano, houve um incremento nos direitos dos trabalhadores, com a criação dos Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs), que aprimorou as ações das CAPs. Apesar destas melhorias, os agricultores, profissionais liberais e outros ainda não tinham acesso à assistência médica e proteção previdenciária, fazendo com que ainda dependessem de hospitais de caridade. Nesta época começam a existir discussões sobre a necessidade de atenção à saúde como incentivo à produtividade, economia e ideais desenvolvimentistas, que relacionavam a pobreza com a doença e o subdesenvolvimento. Apesar da história da Saúde Pública no Brasil ter iniciado de modo incipiente no século XIX, iniciativas formais só foram tomadas no início do século XX, e na metade deste (1953), o Ministério da Saúde foi constituído por meio da Lei nº 1.920, que fez a divisão entre o Ministério da Educação e Saúde. No período pós Segunda Guerra Mundial, a prioridade dos países era a estabilização econômica e produtiva, visando à reconstrução e o crescimento científico e social. As ações de saneamento, vacinação e assistência ocorrem dentro do possível, e as décadas de 1950 e 1960 sofrem com a Guerra Fria. A divisão mundial entre as potências capitalista e socialista, a ocorrência de golpes de Estado na América Latina e as crises disto decorrentesafetam a execução das políticas públicas, não só do ponto de vista dos recursos a serem investidos, como também conceitualmente, pois o regime de exceção da ditadura militar busca desarticular a participação social em todos os âmbitos e desestruturar quaisquer programas que apresentem cunho socialista. Apesar da marca da década de 1970 ser a repressão política e social e o capital estrangeiro ter ganhado espaço em várias áreas da economia, inclusive da saúde, ocorreu a edição da revista Cebes/Saúde em Debate por sanitaristas paulistas e a criação da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (ABRASCO), que articulava programas de especialização em saúde coletiva. Após o governo do General Figueiredo, realizou-se a 7ª Conferência Nacional de Saúde (CNS) que visava reformular a política de saúde, com o objetivo de ofertar cobertura de saúde para toda a sociedade até o ano 2000 (Conferência Nacional de Saúde, 1980). O regime militar termina em 1985, com a eleição de Tancredo Neves (que falece antes da posse), assumindo seu vice, José Sarney, com a promessa de estabilizar economicamente o país. Médicos sanitaristas e técnicos participaram pela primeira vez na discussão da política de saúde, durante a 8ª Conferência Nacional de Saúde, cujo relatório serviu de base para discussão da Assembleia Nacional Constituinte em 1987/1988. As nações que garantem os direitos sociais dos cidadãos têm sistemas de saúde universais e igualitários, portanto percebe-se que a consolidação da democracia passa pela consolidação de um sistema de saúde integral, igualitário e democrático. Segundo o artigo 196 da Constituição Federal Brasileira de 1988, que consolidou o retorno da democracia: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universitário e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Apesar de nesta definição ficar implícita a necessidade de proporcionar qualidade de vida, inexistente na fome e miséria, garantia à saúde também implica em melhor distribuição de renda e acesso de todos a alimentos e medicamentos de qualidade. A centralização ocorrida na década de 1970 foi alvo de críticas da academia e outros setores da sociedade.A partir de 1985, com a redemocratização do país, nasceu o movimento da Reforma Sanitária(ANDRADE, 2000). A Constituição Federal e a Lei Orgânica de Saúde apontaram em direção à expansão da assistência e previdência, mas a crise econômica que ocorreu no governo do presidente José Sarney reduziu as chances de efetivação dos ideais de equidade, integralidade e universalidade, fazendo com que estudiosos da área da saúde afirmassem que“a partir da análise dos problemas e contradições faz-se necessário dar continuidade à reforma que seria, portanto, um processo (ainda) inconcluso” (PAIVA, 2014). 4. O sistema de saúde no Brasil e seus níveis de assistência. O Sistema Único de Saúde (SUS) é constituído por ações e serviços de saúde geridos pelo Estado e está inserido nas políticas públicas de seguridade social, das quais fazem parte também a previdência (INSS) e a assistência social (BRASIL, 2004). Os princípios do SUS foram descritos no artigo 198 da Constituição Federal de 1988 e no artigo 7º do Capítulo II da Lei n. º 8.080/1990, e são: a) Universalidade – determina o atendimento de todos, sem restrições de qualquer espécie, e sem custo para a população. b) Integralidade – o SUS deve prestar assistência integral à saúde, promovendo ações de prevenção e tratamento às comunidades, em todos os níveis de complexidade. c) Equidade – prevê a distribuição de recursos e serviços, de modo a destinar maior atenção aos que mais necessitam. d) Participação social – é um direito e também uma obrigação da sociedade participar das gestões públicas, e é dever do Estado possibilitar essa participação. Os atores sociais individuais (usuários e profissionais) ou coletivos (instituições e comunidades) devem participar dos processos de gestão, sendo esta participaçãodiretamente ligada ao nível de consciência política da sociedade. e) Descentralização – é a responsabilização dos municípios sobre a assistência em saúde, estimulando a capacidade político-institucional dos gestores locais, a melhor aplicação de recursos e facilitando o controle social. A Lei nº 8080 estabelece as diretrizes do SUS, que são a universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência e integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e dos serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso, em todos os níveis de complexidade do sistema (BRASIL, 1990). A Lei n. º 8.142/1990 dispõe sobre a participação social na gestão do SUS, sobre o financiamento e utilização dos recursos financeiros, onde a União repassa a verba diretamente aos municípios. O recurso do SUS provém dos tesouros federal, estaduais e municipais, que devem destinar no mínimo 15% de sua arrecadação na saúde. 4.1 Promoção da saúde A Promoção da Saúde é o conceito mais amplo e cidadão no tema, cujo objetivo é o de“promover a qualidade de vida e reduzir vulnerabilidade e riscos à saúde relacionados aos seus determinantes e condicionantes – modos de viver, condiçõesde trabalho, habitação, ambiente, educação, lazer, cultura, acesso a bens e serviços essenciais (BRASIL, 2010). ” Entendido como fundamental, pois é a forma de prevenir agravos à saúde e promover a qualidade de vida, reduzindo custos e realizando ações articuladas com outros setores do governo, considerando seu contexto social, político, econômico e cultural. 4.2 Vigilância em saúde Visa reduzir a morbimortalidade ocasionada pelas doenças transmissíveis, não transmissíveis, agravos e seus fatores de riscos, utilizando para isto a vigilância sanitária, epidemiológica, nutricional, ambiental e a análise de situação de saúde. Segundo o Ministério da Saúde, o SUS deve proporcionar à população as condições necessárias para melhorar e exercer controle sobre sua saúde, englobando a paz, a educação, a moradia, o alimento, a renda, um ecossistema estável, justiça social e equidade (BRASIL, 2002). A partir desta lei foram definidas algumas atribuições do SUS, como a assistência médica, odontológica e farmacêutica, orientação familiar, vigilância epidemiológica, nutricional e sanitária. A municipalização propiciou que cada município agisse de acordo com sua realidade e demanda, aumentando a autonomia dos gestores locais e facilitando a participação e o controle social, uma vez que a população tem maior acesso aos gestores municipais do que estaduais. 4.3 Os níveis de atenção à saúde O SUS é dividido em níveis de atenção, que faz com que seja possível aumentar o acesso ao atendimento, já que cada um desses níveis corresponde a um conjunto de serviços. A seguir, veremos quais e como são caracterizados os três níveis de atenção à saúde no Brasil. 4.4 Atenção básica ou nível Primário É o primeiro nível de atenção adotado pelo SUS, ou o primeiro contato do usuário com o sistema, que executa a maior parte das ações de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação da saúde. No nível primário de atenção, existem as Unidades Básicas de Saúde e também a atuação em diversos espaços, como centros comunitários e escolas, além da realização de visitas domiciliares. Estima-se que em torno de 85% dos casos demandados à atenção primária são resolvidos neste nível da atenção. As Unidades Básicas de Saúde são a porta de entrada preferencial do Sistema Único de Saúde (SUS), onde atuam as equipes de Atenção Básica, visando atender até 80% dos problemas de saúde, sem a necessidade de encaminhamento do usuário aos hospitais. Nelas realizam-se atendimentos básicos de Pediatria, Ginecologia, Clínica Geral, Enfermagem e Odontologia. Além das consultas, as UBS ofertam serviços de enfermagem, inalações, injeções, curativos, vacinas, coleta de exames laboratoriais, tratamento odontológico, encaminhamentos para especialidades e fornecimento de medicações básicas (BRASIL, 2008). 4.5. Média complexidade ou nível Secundário Na média complexidade existem médicos especialistas, como cardiologistas, psiquiatras, oftalmologistas, endocrinologistas, e as ações ocorrem em ambulatórios e hospitais, onde são realizados procedimentos de intervenção, acompanhamento de doenças crônicas e agudas. Neste nível estão disponíveis serviços de ultrassonografia, raios-X, endoscopias, eco cardiogramas, odontologia, entre outros. 4.6. Alta complexidade ou terciário Envolve os hospitais de médio e grande porte, onde podem ser realizados procedimentos invasivos, em caso de risco de morte. A alta complexidade é o conjunto de procedimentos que envolvem alta tecnologia e alto custo, com a presença de médicos especialistas, visando ofertar à população acesso a serviços qualificados, referenciados pela atenção básica e de média complexidade. Algumas de suas áreas de atuação são: assistência ao paciente portador de doença renal crônica (diálise), oncologia, cirurgia cardiovascular, cardiologia intervencionista, neurocirurgia, cirurgia bariátrica e terapia nutricional (BRASIL, 2007). A forma de encaminhamento entre os níveis de atenção é chamada de referência, e normalmente é crescente, do nível primário para o secundário e se necessário para o terciário. O movimento contrário é o retorno do usuário para um nível mais abaixo e se chamacontra referência. A assistência do SUS é composta por variados tipos de serviços, distribuídos em duas redes: a própria (pública) e a contratada. A ordem de prioridade na utilização e ocupação de leitos dos serviços de saúde é primeira nos hospitais públicos, depois hospitais filantrópicos, universitários e somente então hospitais privados, complementares à rede própria. 5. Análise sobre as políticas brasileiras para a saúde. A Política Pública possui o caráter de intencionalidade pública, que é a razão da tomada de ações para uma determinada problemática social, e também de problema público, que vem a ser diferença entre a realidade e uma situação ideal. Podemos observar que as políticas públicas são executadas mediante leis, campanhas educativas, incentivos governamentais, atos administrativos e outros meios de operacionalização de programas. O Poder Executivo (Ministério da Saúde) define quais serão as políticas públicas prioritárias em um determinado governo, e nos últimos governos a segmentação das políticas de saúde, assistência social e previdência social foi mantida, não havendo nenhuma grande reestruturação na política de saúde. Havia a expectativa de fortalecimento do SUS, porém ocorreu sucateamento da estrutura física, terceirização de serviços e também não foi priorizada a promoção da saúde, ação estratégica que pode reduzir os custos com a saúde curativa, bem como propiciar condições de autocuidado e empoderamento da população. 6. O direcionamento das políticas de saúde no Brasil Dentro do Ministério da Saúde existem vários programas de saúde voltados para os públicos abaixo relacionados. Citaremos os mais importantes: 6.1 Saúde do Idoso No âmbito do SUS, a política voltada para o idoso objetiva proporcionar um envelhecimento saudável e ativo, por meio da ampliação do conhecimento sobre condições de saúde da pessoa idosa com e conta com alguns diferenciais, como: permitir o acompanhamento longitudinal por cinco anos, dentre outros. 6.2 Saúde da Mulher O Programa Saúde da Mulher tem por finalidade ampliar o conhecimento das usuárias sobre sexualidade e cuidados com o corpo, prevenindo e tratando dos principais agravos e problemas de saúde que afetam as mulheres, como o câncer de colo do útero, de mama, gravidez de alto risco, violência contra a mulher, dentre outros. 6.3 Saúde da Criança Assiste crianças do nascimento até o décimo ano de vida, visando reduzir a mortalidade infantil, os maus-tratos, trabalho infantil, e ainda atenção à saúde bucal, mental e à criança portadora de deficiência. 6.4 Saúde do Adolescente As ações voltadas para os adolescentes enfatizamo Estatuto da Criança e do Adolescente, onde estes são reconhecidos como sujeitos sociais, portadores de direitos e garantias próprias, independentes de seus pais e/ou familiares. 6.5 Saúde do Trabalhador Uma grande categoria de beneficiários, que é a dos trabalhadores, conta com ações de prevenção, assistência à saúde e vigilância relacionada ao trabalho, tais como os Acidentes de trabalho, Agravos à Saúde relacionados ao trabalho, Doença relacionada ao trabalho, Lesões por esforços repetitivos (LER) e vigilância dos ambientes de trabalho. 6.6 Saúde Rural As comunidades rurais contam com redes de serviços regionalizadas, que contemple a realidade agrícola do trabalho, onde devem ser desenvolvidas ações de enfrentamento ao uso de agrotóxicos. 6.7 Saúdeno Sistema Penitenciário Os Ministérios da Saúde e Justiça administram em conjunto a política de atenção à saúde nas unidades prisionais, sabendo que o confinamento favorece uma série de fatores de risco à Saúde dessa população (superlotação, más condições de higiene, relações violentas, uso indiscriminado de drogas). 6.8 SaúdeSuplementar A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) regula, normaliza, controla e fiscaliza a assistência suplementar à Saúde, em todo o território nacional, das instituições privadas que oferece serviços de atenção à Saúde (planos de saúde). 7. Os Programas de Saúde Os Programas de Saúde são ações executadas pelo governo com o objetivo de prestar assistência à população. São realizadas em todos os níveis de atenção, e ocorrem prioritariamente nos municípios, por meio das Unidades Básicas de Saúde. O Ministério da Saúde criou em 2008 os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), que devem ofertar Atenção Básica no Brasil, ampliando o atendimento e a abrangência das ações em saúde. 7.1 Agentes Comunitários de Saúde O Programa de Agentes Comunitários de Saúde (ACS), criado em 1991, consiste na contratação de profissionais da própria comunidade, capacitados para auxiliar as ações de saúde das UBS, como visitas domiciliares, cadastramento de usuários, atividades de promoção da saúde, prevenção das doenças e agravos e vigilância em saúde (BRASIL, 2006). Pelo fato do ACS ser da própria comunidade, este cria maior vínculo com o usuário da UBS, conhece sua realidade social e atua como elo entre usuários e a equipe de saúde. 7.2 Programa Brasil Sorridente O Brasil Sorridente foi um programa lançado em 2004, objetivando ampliar o atendimento odontológico e melhorar as condições de saúde bucal da população brasileira. Além da assistência, o programa prevê campanhas educativas e de prevenção à cárie, fluoretação da água e a distribuição de pasta e escovas de dente para as famílias carentes. Ainda na saúde bucal, existem os Centros de Especialidades Odontológicas (CEO), que realizam diagnóstico bucal, detecção do câncer de boca, periodontia, endodontia e cirurgias orais. Dentro da rede pública ainda existem os Centros Especializados em Reabilitação, que efetuam atendimentos de fisioterapia e prótese, e também os programas de Triagem Neonatal Biológica, Atenção à Pessoa com Deficiência, à Pessoa Amputada, Lesão Medular, Paralisia Cerebral, Síndrome de Down, Acidente Vascular Cerebral (AVC), Autismo e Traumatismo Crânio Encefálico (TCE). 7.3 Saúde Mental Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são unidades criadas para atender pacientes com transtornos mentais, promovendo a integração familiar. O Programa de Volta para Casa tem por objetivo assistir o paciente psiquiátrico após internação psiquiátrica acima de dois anos ou mais de internação. 7.4 Farmácia Popular O Governo Federal implantou em 2004 o Programa Farmácia Popular do Brasil para possibilitar a obtenção de medicamentos utilizados no tratamento das doenças mais prevalentes na comunidade. O Programa possui rede própria de Farmácias Populares e também parceria com drogarias privadas, chamadas de "Aqui tem Farmácia Popular". As unidades próprias ofertam uma gama de 112 medicamentos e preservativos masculinos, sendo necessária a apresentação de receita para a aquisição dos medicamentos. Além dos medicamentos gratuitos para hipertensão, diabetes e asma, o Programa oferece medicamentos custeados, empregados no tratamento de dislipidemia, rinite, mal de Parkinson, osteoporose e glaucoma, além de pílulas anticoncepcionais e fraldas geriátricas. 7.5 AtençãoDomiciliar A atenção domiciliar é uma modalidade criada para assistir usuários com agravos à saúde e dificuldade de locomoção até a unidade de saúde. Os Serviços de Atenção Domiciliar (SAD) são compostos pelas Equipes Multiprofissionais de Apoio, equipes de Saúde da Família e Núcleos de Apoio à Saúde da Família, e sua composição deve ter pelo menos três profissionais da saúde, entre estes: Assistente social, Fisioterapeuta, Fonoaudiólogo, Nutricionista, Odontólogo, Psicólogo, Farmacêutico e Terapeuta ocupacional. 7.6 SAMU Em 2011, o Ministério da Saúde criou a Rede de Atenção às Urgências e Emergências no SUS, com atendimento rápido, ajudando a reduzir mortes e sequelas. Desta rede fazem parte as UBS, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192) e as UPAs 24 horas, entre outros. As Unidades de Pronto Atendimento (UPA) funcionam 24 horas por dia, todos os dias da semana e estão aparelhados para resolver urgências e emergências, contando com aparelhos de radiografia, eletrocardiografia, pediatria, laboratório de exames e leitos de observação, solucionando quase a totalidade dos casos na própria unidade, sem necessidade de hospitalização. 7.7 Academia da Saúde O Programa Academia da Saúde fomenta a criação de espaços públicos programados para a prática de atividade física e lazer, com o objetivo de promoção da saúde da população. O Programa Melhor em Casa, criado em 2011, amplia o atendimento domiciliar, visando oferecer aos pacientes da rede pública de saúde um serviço humanizado e acolhedor. A Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano, criada em 1998, uma parceria entre o Ministério da Saúde e a Fundação Oswaldo Cruz, tem o objetivo de expandir a quantidade e qualidade dos bancos de Leite Humano no Brasil, por meio da realização de parcerias entre instâncias federais, iniciativa privada e sociedade. No Brasil, a doação de órgãos só pode ser realizada com permissão da família, e o procedimento deve seguir leis que regem as duas possibilidades de doação: de órgãos de doador vivo, familiar até 4º grau de parentesco, cuja maioria é a de transplantes renais, e a doação de órgãos ou tecidos de doador falecido, cuja autorização pode ser feita pela vontade dos familiares até 2º grau de parentesco, mediante documento de autorização. Os princípios e diretrizes deste programa são as atitudes de não-discriminação às pessoas com HIV/AIDS, garantia dos direitos individuais e sociais, acesso ao atendimento integral, fornecimento de preservativos masculinos e femininos, gel, agulhas e seringas e materiais educativos. O Plano de Atenção à Hipertensão Arterial e ao Diabetes Mellitus é uma estratégia do Ministério da Saúde que visa à prevenção, ao diagnóstico, ao tratamento e ao controle da hipertensão arterial e do Diabetes Mellitus, cujo objetivo é diminuir as internações, complicações e mortalidade cardiovascular. 7.8 Programa Nacional de Combate à Dengue: A dengue é uma doença causada por um vírus cujo vetor é o mosquito Aedes aegypti, característico de áreas tropicais e subtropicais e é atualmente um dos principais problemas de saúde pública a nível global, em virtude da quantidade de pessoas acometidas e casos fatais. 7.9 Polícia Nacional de Alimentação e Nutrição A Política Nacional de Alimentação e Nutrição, criada em 1999 pelo Ministério da Saúde visa garantir a qualidade dos alimentos colocados para consumo no País, a promoção de práticas alimentares saudáveis e a prevenção e o controle dos distúrbios nutricionais, bem como o estímulo às ações intersetoriais que propiciem o acesso universal aos alimentos (BRASIL, 2003). Entre as ações da PNAN, estão a o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), a Promoção da Saúde e da Alimentação Adequada e Saudável e um dos maiores programas de transferência condicionada de renda do mundo, o Programa Bolsa Família. Além destes Programas, o SUS realiza programas de vacinação, ações de orientação e prevenção nas áreas de aleitamentomaterno, prevenção e tratamento da Hanseníase e tuberculose, saúde do homem, cuidados básicos em situação de enchentes, malária, raiva e sarampo. Considerações finais Este artigo buscou ofertar um breve resumo do amplo espectro de atuação das políticas públicas de saúde, algumas características da dinâmica de criação e execução destas e os principais programas de saúde do Brasil na atualidade. O entendimento dos modelos apresentados pode permitir ao profissional aperspectiva histórica, como a política afeta e determina os programas de saúde, os possíveis conflitos de interesses entre as empresas médicas de capital privado e os governamentais, a importância da participação social e de que forma os profissionais de saúde podem se posicionar frente a estes pontos críticos. Esperamos que a leitura tenha suscitado o interesse de conhecer melhor a estrutura, forma de gestão e teorias do SUS, de forma que você exerça sua atividade profissional de modo consciente, estimulando a humanização, a boa gestão dos serviços, o controle social e o empoderamento dos usuários. Referências ANDRADE, L.O., PONTES, R.J.S.; MARTINS JUNIOR, T. A descentralização no marco da Reforma Sanitária no Brasil. Rev Panam Salud Publica, Washington , v. 8, n. 1-2, p. 85-91, Aug. 2000. BRASIL. Conferência Nacional de Saúde, 7., Brasília, 1980. Anais da 7ª Conferência Nacional de Saúde. Brasília, 1980. ______. Constituição1988.Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. ______. Lei n.8.080 de 19 de setembro de 1990 e Lei 8082 de 1992. Dispõem sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 1990. ______. Política nacional de alimentação e nutrição. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. Ed. rev. – Brasília: Ministério da Saúde, 2003. ______. O SUS no seu município:garantindo saúde para todos. In: Ana Lucia Pereira et al - Brasília: Ministério da Saúde, 2004. ______. Lei nº 11.350, de 5 de Outubro de 2006. Regulamenta o § 5º do art. 198 da Constituição, dispõe sobre o aproveitamento de pessoal amparado pelo parágrafo único do art. 2º da Emenda Constitucional nº 51, de 14 de fevereiro de 2006, e dá outras providências. Brasília-DF, 6 out. 2006. ______. Ministério da Saúde. As Cartas da Promoção da Saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2002. Disponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cartas_promocao.pdf> Acesso em: 28 jun. 2017 ______. Ministério da Saúde. Carta dos direitos dos usuários da saúde. Ministério da Saúde. – Brasília: Ministério da Saúde, 2006. ______. Conselho Nacional de Secretários de Saúde. Assistência de Média e Alta Complexidade no SUS: Conselho Nacional de Secretários de Saúde. – Brasília : CONASS, 2007. ______. Lei no 11.947 de 16 de julho de 2009. Dispõe sobre o atendimento da alimentação escolar e do Programa Dinheiro Direto na Escola aos alunos da educação básica. Diário Oficial da União 2009. ______. Portaria nº 2.048 de 3 de setembro de 2009. Aprova o Regulamento do Sistema Único de Saúde (SUS). Brasília, 2009. ______. Portaria nº 2.230 de 23 de setembro de 2009. Dispõe sobre a aplicação da Portaria Nº 2.048/GM, de 3 de setembro de 2009, que aprovou o Regulamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e dá outras providências. Brasília, 2009. FREY, K. Políticas públicas: um debate conceitual e reflexões referentes à prática da análise de políticas públicas no Brasil. Planejamento e Políticas públicas (IPEA), Brasília, v. 21, p. 211-259, 2000. NETO, M. V. et al. O processo histórico de construção do Sistema Único de Saúde brasileiro e as novas perspectivas. In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XIII, n. 76, maio 2010. PAIVA, C. H. A.; TEIXEIRA, L. A. Reforma sanitária e a criação do Sistema Único de Saúde: notas sobre contextos e autores. História, Ciências, Saúde – Manguinhos, Rio de Janeiro, v.21, n.1. 2014. SOUZA, C. Políticas Públicas: uma revisão da literatura. Revista Sociologias, Porto Alegre, ano 8, nº 16, jul/dez 2006, p. 20-45.
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