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Processo Penal II - Procedimentos Ordinario e Sumario

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UNIVERSIDDE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA
CURSO DE DIREITO – 6º PERÍODO 
DISCIPLINA: DIREITO PROCESSUAL PENAL II
PROFESSOR: Elizon Medrado	
PROCEDIMENTOS COMUM ORDINÁRIO E SUMÁRIO
1 – PROCEDIMENTO ORDINÁRIO:
 	O procedimento ordinário é o procedimento padrão, e suas disposições normativas se aplicarão, subsidiariamente, aos procedimentos especiais e aos procedimentos sumário e sumaríssimo (art. 394, § 5º, CPP). É aplicado aos crimes cuja pena máxima cominada for igual ou superior a quatro anos.
 	Algumas das novas regras (precisamente as contidas nos arts. 395-398 do CPP) serão aplicáveis a todos os procedimentos penais de primeiro grau, ainda que não regulados no CPP (é o caso do procedimento para apuração de crimes de entorpecentes - Lei n. 11.343/06).
1.1 – Oferecimento da denúncia ou queixa
	Concluído o inquérito pela autoridade policial no prazo previsto em lei (art. 10, do CPP), os autos vão com vista ao Ministério Público para formação de sua opinio delicti. Entendendo haver fato típico, ilícito e culpável, o Ministério Público oferece denúncia, nos termos do art. 41, do CPP, iniciando a ação penal. 
 	O art. 41, do CPP apresenta os requisitos da denúncia, sem os quais ela será rejeitada pelo juiz: exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias; a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. O prazo para oferecimento de denúncia é de 15 dias, se o indiciado estiver solto, e de 05 dias, se estiver preso. 
1.2 – Recebimento ou rejeição da denúncia
 	O juiz, ao receber a denúncia profere um despacho determinando o chamamento do réu a juízo para se defender (exercendo seu direito constitucional de ampla defesa). A lei, ao mencionar o despacho de recebimento da denúncia não determina que este seja fundamentado, entretanto, “à luz do garantismo penal, não admitimos despacho de recebimento da denúncia sem fundamentação, pois é garantia de todos os cidadãos que todas as decisões sejam fundamentadas, sob pena de nulidade” (Paulo Rangel)
 	O recebimento da denúncia dá início efetivo à ação penal e constitui causa interruptiva do prazo prescricional (art. 117, I, do CP).
 	Caso a denúncia não satisfaça aos requisitos, o juiz a rejeitará. 
 	As hipóteses de rejeição, antes da reforma processual, estavam elencadas no art. 43, do CPP, hoje revogado. Eram causas de rejeição: I - o fato narrado evidentemente não constituir crime; II - já estiver extinta a punibilidade, pela prescrição ou outra causa; III - for manifesta a ilegitimidade da parte ou faltar condição exigida pela lei para o exercício da ação penal. Não estando presente nenhum dessas hipóteses o juiz recebia a denúncia.
 	Hoje, porém, as causas de rejeição da peça acusatória estão previstas no art. 395, do Código de Processo Penal. Portanto, a inicial acusatória poderá ser rejeitada se:
a) manifestamente inepta (art. 395, I, CPP). A inépcia se caracterizará pela falta dos requisitos da inicial. Os requisitos da inicial são a exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias; a qualificação do acusado; a classificação do crime e, quando o caso, o rol de testemunhas (art. 41 do CPP), além de outros exigidos pela doutrina, como endereçamento ao juízo competente, assinatura do membro do Ministério Público ou do advogado do querelante (munido com procuração com poderes especiais – art. 44 do CPP), pedido de condenação e redação em vernáculo;
b) faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal (art. 395, II, CPP): os pressupostos processuais são a demanda judicial (veiculada pela denúncia ou queixa), a jurisdição (competência e imparcialidade do Juízo), a existência de partes que possam estar em Juízo (capacidade processual e de ser parte), a originalidade (ausência de litispendência ou coisa julgada) As condições da ação são a tipicidade em tese da conduta descrita na peça acusatória; a legitimidade ativa e passiva; e o interesse de agir.
c) faltar justa causa para o exercício da ação penal (art. 395, III, CPP): a justa causa, ou seja, lastro probatório mínimo que torna idônea a acusação [12] também é condição da ação.
1.3 – Citação 
 	Ato processual que tem a finalidade de dar conhecimento ao réu da existência da ação penal, do teor da acusação, cientificando-o e chamando-o para exercer sua defesa. 
 	Efetuada a citação estará completa a relação jurídica processual, nos termos do art. 363, CPP, que assim dispõe: “o processo terá completada a sua formação quando realizada a citação do acusado”. A falta de citação constitui causa de nulidade absoluta do processo (art. 264, III, “e”) e o seu não atendimento à citação conduz à revelia. 
 	Portanto, feito o juízo de admissibilidade positivo (recebimento da denúncia ou queixa, ou seja, se o juiz "não a rejeitar liminarmente"), ele receberá a inicial e ordenará a citação do acusado, para responder à acusação, por escrito, no prazo de 10 dias (art. 396 "caput"). Em caso de citação por edital, o prazo para defesa começa a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado ou do defensor constituído (art. 396, parágrafo único). 
1.5 – Resposta Escrita (Defesa Prévia)
	Nesta peça processual, segundo Paulo Rangel, o principal para o acusado é arrolar seu número legal de testemunhas e requerer diligências que entender cabíveis, pois, não requerendo nesta fase, haverá preclusão temporal, não lhe sendo mais lícito fazê-lo.
	Segundo ainda Paulo Rangel, a defesa técnica não deve, nesta peça processual, esmiuçar sua tese defensiva, mostrando ao Ministério Público sua bateria de provas, pois o ato de recebimento da denúncia já ocorreu e de nada adiante uma profunda contestação.
 	Entretanto, a resposta também é momento oportuno para arrolar testemunhas (08 no procedimento ordinário); opor exceções relativas (dilatórias) e absolutas (peremptórias); argüir nulidades absolutas e relativas, estas últimas sob pena de se considerarem sanadas, podendo ser suscitada qualquer matéria de fato e de direito, inclusive pedir produção de prova. 
 	Eis o que diz o art. 396-A, do CPP: 
“Na resposta, o acusado poderá argüir preliminares e alegar tudo o que interesse à sua defesa, oferecer documentos e justificações, especificar as provas pretendidas e arrolar testemunhas, qualificando-as e requerendo sua intimação, quando necessário”. 
Na prática, para não adiantar sua tese defensiva e facilitar a tarefa da acusação, a tendência é a defesa se limitar a afirmar que apresentará seus argumentos por ocasião das alegações finais. É verdade, no entanto, que, na resposta, o réu poderá tentar convencer o juiz a absolvê-lo sumariamente, conforme se verá adiante, razão pela qual essa fase não é completamente inútil. 
 	
 	Eventuais exceções (de litispendência, de coisa julgada, de incompetência do Juízo ou de ilegitimidade de parte - art. 95-112 do CPP) serão processadas em apartado (art. 396-A, § 1º).
 	Será nomeado defensor, concedendo-se-lhe vista dos autos por 10 dias, para apresentar a resposta em duas situações (art. 396-A, § 2º, CPP):
a) caso não seja apresentada a resposta no prazo legal; ou
b) se o acusado, citado, não constituir defensor.
 	A finalidade desta resposta após a citação acaba sendo a de proporcionar ao acusado a possibilidade de trazer aos autos argumentos que possam levar à absolvição sumária. A absolvição sumária trata-se de forma de julgamento antecipado da lide, e só existia no procedimento do Júri. Agora, estende-se também aos procedimentos comuns.
1.6 – Absolvição Sumária
 	O acusado será absolvido sumariamente quando o juiz verificar (art. 397):
a) a existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato (inciso I). Se o juiz tiver dúvida em relação à caracterização da causa de exclusão da ilicitude, não poderá absolver sumariamente o réu;
b) a existência manifesta decausa excludente da culpabilidade do agente, salvo inimputabilidade (inciso II). Da mesma forma, se o juiz tiver dúvida em relação à causa de exclusão da culpabilidade, o processo deve prosseguir. Interessante notar que, ainda que provada causa de exclusão da culpabilidade pela inimputabilidade do réu, não se dará a absolvição sumária. Isso porque, em tal situação, o acusado receberia medida de segurança (tratar-se-ia de absolvição imprópria), o que lhe pode ser mais desfavorável juridicamente do que conseguir, adiante, no desfecho do procedimento, a absolvição pura e simples, sem imposição de medida de segurança; 
c) que o fato narrado evidentemente não constitui crime: a atipicidade evidente da conduta descrita na denúncia ou queixa enseja a absolvição sumária (inciso III);
d) extinta a punibilidade do agente (inciso IV): como se vê, a extinção da punibilidade agora é causa de absolvição sumária, se a denúncia ou queixa tiver sido proposta. Antes do oferecimento da denúncia, no entanto, a extinção da punibilidade ensejará promoção de arquivamento do Ministério Público, caso em que o juiz se limitará a homologar o arquivamento (não absolvendo o indiciado, portanto).
1.7 – Audiência de Instrução e Julgamento 
 	Se o juiz receber a denúncia ou queixa, designará dia e hora para a audiência, ordenando a intimação (o termo técnico mais preciso seria notificação, pois se trata de comunicação processual para ato futuro) do acusado, de seu defensor, do Ministério Público e, se for o caso, do querelante e do assistente (art. 399, "caput", do CPP). 
 	Assim, ao receber a denúncia ou queixa, deverá o Juiz fazer duas comunicações ao réu:
a) citação, para que tome conhecimento da imputação que lhe pesa sobre os ombros e para que apresente defesa resposta à acusação; e
b) intimação (notificação) para comparecimento à audiência, ocasião em que inclusive será interrogado.
 	Então será preciso que o Juiz, ao fixar a data para a audiência, leve em conta o tempo necessário para que o réu seja citado e apresente resposta à acusação, e ainda para que eventual exceção oposta pelo réu seja analisada, o que pode tomar mais de um mês. Se o acusado estiver preso, será requisitado para comparecer à audiência, no âmbito da qual será realizado, dentre outros atos, o interrogatório (art. 399, § 1º, CPP).
 	Inovação realmente interessante é a vinculação do juiz que presidiu a instrução ao julgamento da causa: "o juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença" (art. 399, § 2º, CPP). Trata-se de estender ao processo penal a regra do processo civil (princípio da identidade física do Juiz – materializado no art. 132 do CPC), devendo-se aplicar as mesmas exceções (o juiz convocado, afastado por qualquer motivo, promovido, licenciado ou aposentado não fica vinculado ao feito).
 	Nessa audiência, denominada pela lei de "audiência de instrução e julgamento" (art. 400, "caput", CPP), a ideia é a de que todas as provas sejam produzidas de uma só vez ("as provas serão produzidas numa só audiência, podendo o juiz indeferir as consideradas irrelevantes, impertinentes ou protelatórias" - art. 400, § 1º, CPP). Trata-se de iniciativa elogiável, ao menos no plano teórico, pois visa a concretizar os princípios da oralidade, da imediatidade do Juiz com a prova e da concentração na realização de atos processuais. Na prática, contudo, sabe-se que tal não ocorrerá com tanta freqüência (nem nos Juizados Especiais Criminais tal concentração vem ocorrendo). É que sem o comparecimento de todas as testemunhas e vítimas, além do réu, ficará inviável a audiência única. A audiência deverá ser realizada no prazo máximo de 60 dias (não se especifica a partir de quando se conta o prazo, mas pode-se deduzir que a partir do despacho do Juiz designando a audiência). Eis a ordem de realização dos atos processuais na audiência (art. 400, "caput", CPP):
a) tomada de declarações do ofendido;
b) inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o caso de pessoa residente fora da comarca, que deverá ser ouvida mediante carta precatória (art. 222, CPP), podendo ser ouvidas até 8 testemunhas arroladas pela acusação e 8 pela defesa (art. 401, "caput", não se computando nesse número as que não prestam compromisso e as referidas (art. 401, § 1º, CPP). Ainda a respeito da inquirição das testemunhas, as partes poderão desistir da inquirição de qualquer das testemunhas arroladas, ressalvado o disposto no art. 209 do Código, que trata da possibilidade de o juiz, quando julgar necessário, decidir ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes - testemunhas "do juízo" (art. 400, § 2º, CPP). O legislador perdeu a oportunidade de consagrar no texto legislativo o princípio da comunhão da prova, sendo que uma das conseqüências desse princípio é que a prova proposta por uma das partes passa a integrar o processo, não podendo haver desistência unilateral de provas. Preferiu-se prestigiar o entendimento de que a prova se destina a demonstrar as alegações das partes individualmente consideradas, e não são provas "do processo"; 
c) esclarecimentos dos peritos, que dependerão de requerimento prévio das partes (art. 400, § 2º, CPP);
d) acareações;
e) reconhecimento de pessoas e coisas;
f) interrogatório do acusado: como se vê, o interrogatório passa a ser realizado após a oitiva de ofendido, testemunhas e peritos;
g) requerimento de diligências pelo Ministério Público, querelante, assistente e, a seguir, acusado, desde que a necessidade das diligências se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução (art. 402, CPP). Não há, aqui, alterações relevantes em relação ao antigo art. 499, CPP (redação original), que previa as diligências complementares. A única diferença consiste no fato de que as diligências serão requeridas em audiência, e não mais no prazo de 24 horas. Se, no entanto, for ordenada diligência considerada imprescindível, de ofício, ou a requerimento da parte, a audiência será concluída sem as alegações finais (art. 404, "caput", CPP). Na maioria das vezes é isso que ocorrerá, pois a grande maioria das diligências requeridas pelas partes envolve a colheita de elementos de prova que influirão nos argumentos que estarão contidos nas alegações finais e na fundamentação da sentença. É o caso, por exemplo, da vinda de um laudo de avaliação econômica de objeto subtraído, que poderá fazer que um furto seja considerado privilegiado pelo pequeno valor da coisa; da vinda de um esclarecimento da folha penal sobre eventual trânsito em julgado de uma condenação anterior, o que poderá ensejar a caracterização da reincidência; ou da vinda de um laudo de exame documentoscópico que poderá determinar a existência ou não de falsidade em documento, o que pode interferir na tipicidade do fato em apuração. Com isso, praticamente se inviabiliza a ideia do legislador de debates que se seguem imediatamente à colheita de provas. Nesse caso, as partes terão vista sucessiva dos autos, por 5 dias, para apresentação de memoriais, e, depois disso, em até 10 dias, o juiz profere sentença (art. 403, § 3º, CPP).
h) superada a fase de requerimentos de diligências (por ausência de requerimentos ou tendo em vista seu indeferimento), seguem-se alegações finais por 20 minutos para a acusação e 20 minutos para a defesa, prorrogáveis por mais 10 minutos (art. 403, "caput", CPP), sendo que, havendo mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual (art. 403, § 1º, CPP). Embora a lei não diga isso, em homenagem ao princípio constitucional do contraditório (paridade de armas e iguais oportunidades de se desincumbir de seu ônus processual), havendo mais de um acusado, o tempo destinado à acusação também deverá ser individual, pois seria desproporcional conceder tal benefício à defesa e não à acusação. O assistente do Ministério Público se manifestará após este, por até 10 minutos, prorrogando-se por igual tempo a manifestação da defesa (quandohouve assistente) - art. 403, § 2º, CPP). A possibilidade dada ao Juiz - dada a complexidade do caso ou o número de acusados - de conceder às partes prazo de 5 dias sucessivos para apresentação de memoriais, proferindo depois a sentença, em 10 dias, praticamente sepulta o objetivo do legislador de fazer com que a instrução seja toda colhida, com imediato debate e prolação de sentença (art. 403, § 3º, CPP)
i) segue-se a prolação da sentença (art. 403, "caput", CPP).
j) lavra-se termo de audiência assinado pelo juiz e pelas partes, com breve resumo dos fatos relevantes ali ocorridos (art. 405, "caput", CPP), sendo que, sempre que possível, o registro dos depoimentos do investigado, indiciado, ofendido e testemunhas será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinada a obter maior fidelidade das informações (art. 405, § 1º, CPP) e, no caso de registro por meio audiovisual, será encaminhado às partes cópia do registro original, sem necessidade de transcrição (art. 405, § 2º, CPP).
Se o réu tiver direito à suspensão condicional do processo, de acordo com os critérios do art. 89 da Lei n. 9.099/95, haverá três soluções:
a) na audiência, após a oitiva de ofendidos, testemunhas e peritos, e antes de se realizar o interrogatório, faz-se ao réu a proposta de suspensão condicional do processo. Caso ele aceite a proposta, não haverá necessidade de realização de interrogatório. Caso não aceite, o interrogatório se realiza. Essa solução não é boa, porque, em muitos casos, haverá desperdício de tempo e energia, com colheita de todas as provas (com exceção da versão pessoal do réu), para só depois ter lugar a suspensão. Ora, um dos objetivos primordiais da suspensão condicional do processo é evitar a instrução criminal e o desgaste de vítimas e testemunhas decorrente do comparecimento a uma audiência judicial, desafogando ainda a pauta de audiências;
b) na audiência, antes da oitiva de ofendidos, testemunhas e peritos, e antes ainda do interrogatório, faz-se ao réu a proposta de suspensão condicional do processo. Caso ele aceite a proposta, não haverá a colheita oral de provas. Essa solução é melhor que a anterior, mas ainda assim acarreta o inconveniente de se notificarem várias pessoas para comparecimento ao juízo criminal, sendo que, na maioria das vezes, essas pessoas sequer serão ouvidas, pois a realidade mostra que quase sempre o réu aceita a proposta de suspensão condicional do processo;
c) antes da audiência uma prevista na lei para colheita da prova oral, designa-se audiência extraordinária, especificamente para a proposta de suspensão condicional do processo. Caso o réu aceite a proposta, não será designada a audiência par colheita de provas. Dentre as soluções apontadas, essa é a melhor. Destaque-se, no entanto, que o réu em hipótese alguma poderá ser interrogado nessa audiência, sob pena de inversão processual capaz de gerar a nulidade do processo, pois doravante o interrogatório é ato que só será realizado após a oitiva de vítimas, testemunhas e peritos.
2 – PROCEDIMENTO SUMÁRIO:
 	O procedimento sumário é cabível quando a sanção máxima cominada ao crime for inferior a quatro anos.
 	Algumas regras do procedimento ordinário se aplicam também ao procedimento sumário, a saber, as regras dos arts. 395-398 do CPP (sobre rejeição da peça acusatória; juízo de admissibilidade da acusação; citação; resposta com apresentação de exceções, documentos e rol de testemunhas - até 5, conforme o art. 542 do CPP; possível absolvição sumária). 
	O procedimento comum sumário não se distingue substancialmente do procedimento ordinário, salvo quanto à pena máxima prevista para o crime (inferior a quatro e superior a dois anos de sanção privativa de liberdade), quanto ao número de testemunhas arroladas por cada parte (cinco testemunhas) quanto à regra de que a audiência de instrução e julgamento seja realizada no prazo máximo de trinta dias e por não prevê o Código requerimento de diligência em face de fato surgido na audiência, não obstante estatua a possibilidade de adiamento excepcional de ato processual quando imprescindível a prova faltante (art. 535, CPP)
2.1 – Oferecimento da denúncia ou queixa
	Valem as mesmas observações em relação ao procedimento ordinário, com exceção ao número de testemunhas, que no procedimento sumário é de no máximo 05 (cinco).
2.2 – Recebimento ou rejeição da denúncia
	Valem as mesmas observações em relação ao procedimento ordinário.
2.3 – Citação 
 	Valem as mesmas observações em relação ao procedimento ordinário.
2.5 – Resposta Escrita (Defesa Prévia)
		Valem as mesmas observações em relação ao procedimento ordinário.
2.6 – Absolvição Sumária
	Valem as mesmas observações em relação ao procedimento ordinário.
2.7 – Audiência de instrução e julgamento 
A estrutura do procedimento sumário é descrita no art. 531, do Código de Processo Penal, que reza que “na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 30 (trinta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, se possível, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem”, ressalvada a oitiva por carta precatória (art. 22, CPP), “bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado e procedendo-se, finalmente, ao debate”.
Para a audiência “poderão ser inquiridas até 5 (cinco) testemunhas arroladas pela acusação e 5 (cinco) pela defesa” (art. 532, CPP, não se computando nesse rol aquelas cujas oitivas sejam determinadas pelo juiz (extranumerárias ou referidas), nem as que não prestam compromisso. Da mesma forma que no procedimento ordinário (art. 533, CPP): a) as provas deverão ser produzidas em uma única audiência, indeferindo-se as irrelevantes, impertinentes e protelatórias; b) os esclarecimentos sobre a perícia dependerão de requerimento prévio das partes.
De acordo com o princípio da concentração dos atos em audiência, a reforma preconizou que “nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível a prova faltante, determinando o juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer” (art. 535, CPP), bem como que a “testemunha que comparecer será inquirida, independentemente da suspensão da audiência, observada em qualquer caso a ordem” legal da oitiva (art. 531 e 536, CPP).
Na audiência de instrução e julgamento, após a colheita das provas, serão oferecidas alegações finais orais, “concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação e à defesa, pelo prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, a sentença”. Caso haja “mais de um acusado, o tempo previsto para a defesa de cada um será individual” e, havendo “assistente do Ministério Público, após a manifestação deste, serão concedidos 10 (dez) minutos, prorrogando-se por igual período o tempo de manifestação da defesa” (art. 534, §§ 1º e 2º, CPP).
Encerrados os debates, deve ser prolatada a sentença. Não há previsão legal de oferecimento de memoriais escritos no rito comum sumário, nem de conclusão dos autos para sentença. O desatendimento das regras do rito sumário para possibilitar o oferecimento de razões escritas não ensejará reconhecimento de nulidade, podendo, contudo, autorizar relaxamento de prisão ou providências correicionais.
Como já foi mencionado, as diferenças em relação ao procedimento ordinário ficam por conta:
a) do prazo máximo de 30 dias para realização da audiência (no procedimento ordinário, esse prazo é de 60 dias)
b) do número máximo de testemunhas (5 para cada parte); 
c) da ausência da oportunidade de requerimento de diligências complementares pelas partes (ao contrário do que ocorre no procedimento comum); 
d) da determinação de que nenhum ato será adiado, salvo quando imprescindível a prova faltante, determinandoo juiz a condução coercitiva de quem deva comparecer; e 
e) da falta de previsão legal de oferecimento de alegações finais por escrito.
 	Finalmente, quando se tratar de infração penal de menor potencial ofensivo, dispõe o art. 538 do CPP que, se houver necessidade de encaminhamento pelo juizado especial criminal ao juízo comum das peças existentes para a adoção de outro procedimento, observar-se-á o procedimento sumário previsto neste Capítulo. As hipóteses de encaminhamento são a complexidade do caso e a não localização do denunciado ou querelado para citação no Juizado (art. 66, parágrafo único e art. 77, § 2º, da Lei n. 9.099/95), e ainda o concurso de crimes, quando a soma de penas máxima superar o patamar de dois anos (Lei n. 11.313/06).
 	Sendo cabível a suspensão condicional do processo, valem as mesmas observações feitas no tópico acima.
 	
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