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Tecnologias Sustentáveis livro

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Tecnologias Sustentáveis 
Introdução ao Projeto de 
Arquitetura Sustentável 
Arq. Ms. Edson Lucchini Jr 
 
Estrutura da aula de hoje: 
!   Panorama atual 
!   Construção civil: a vilã 
!   Evolução da quadra: a busca da salubridade: Luz e Ar 
!   Os modernos: mocinhos e vilões da eficiência energética 
!   Arquitetura pós-moderna e Hi-tech 
!   A arquitetura Sustentável 
!   A natureza inspirando o projeto 
!   A natureza inspirando a forma 
!   Estética ecológica 
 
 
 
INTRODUÇÃO: PANORAMA DE HOJE 
“A arquitetura é a vontade da época traduzida em espaço” 
Mies Van der Rohe 
 
!   Le Corbusier: Por uma arquitetura (Vers une Architeture) 
Manifesto do mestre franco-suíço por uma arquitetura uníssona, que 
expressasse o espírito de seu tempo. Para ele, a arquitetura grega era 
uníssona, resultado de anos de acertos e erros. Desta forma, por que o 
homem do século XX não poderia conseguir o mesmo?? O movimento 
moderno deu uma resposta arquitetônica ao momento que o homem vivia. 
 
Analogamente aos dias de hoje: 
 
!   Seguindo a premissa de que a arquitetura deve expressar as vontades de 
sua época, estamos em uníssono?? .......................NÃO. 
 
 
INTRODUÇÃO: PANORAMA DE HOJE 
“A arquitetura é a vontade da época traduzida em espaço” 
Mies Van der Rohe 
 
!   O mundo vive um momento de transição de paradigmas. O 
consumismo e o desperdício, ícones da segunda metade do século XX 
em diante, ainda são mais fortes, porém, os movimentos de reversão deste 
processo já se iniciaram e vêm ganhando força. 
!   A ARQUITETURA SUSTENTÁVEL ainda é uma expressão de ambições, 
mais que uma prática que tenha seus métodos, seus procedimentos e um 
corpo de conhecimentos definidos incorporados ao ensino. 
!   A arquitetura sustentável ainda não está incorporada aos olhos do grande 
público; ainda é vista como cara e elitista. 
 
INTRODUÇÃO: PANORAMA DE HOJE 
!   Prosperidade econômica e o crescimento populacional impactam cada 
vez mais o meio ambiente. Em 2050 a espécie humana causará um impacto 
ambiental 4x maior que em 2000, com uma média de crescimento 
econômico de 2% ao ano e uma população mundial de 10 bilhões. 
 
NESTE RITMO DE HOJE: 
 
Pior Cenário para 2050: 
 
!   Ar: irrespirável, água não potável, resíduos impossíveis de administrar, 
Combustíveis fósseis esgotados. 
 
CONSTRUÇÃO CIVIL: A VILÃ !! 
!   Indústria da construção civil consome 50% dos recursos mundiais. É uma 
das atividades menos sustentáveis do planeta. Porém, cada vez mais 
necessitamos da edificação para a realização de todas as funções da vida. 
!   Pela primeira vez na história, em 2008, a população das cidades superou 
a do campo !! 
!   CONSTRUÇÃO CONSOME 50% DOS RECURSOS, 40% DA ENERGIA 
E 16% DA ÁGUA. CONSTRUÇÃO É RESPONSÁVEL EM MÉDIA POR 
30% DAS EMISSÕES DE CO2. MAIS QUE OS TRANSPORTES. 
 
!   O uso de combustíveis fósseis para o aquecimento, a iluminação e o 
condicionamento de ar das edificações é responsável por 50% do 
aquecimento global. Os transportes correspondem a 25%, 
 
!   
!   
Ou seja... 
!   a arquitetura tende para o paradigma do 
bioclimático e sustentável...é a tônica do 
século XXI 
 
!   o nosso desafio é edificar sem destruir o 
planeta. 
 
 
Evolução da quadra: A busca da salubridade 
1-­‐	
  QUADRA	
  TRADICIONAL	
  
Paris	
  -­‐	
  Hausmann	
  
2-­‐	
  QUADRA	
  DO	
  PLANO	
  CERDÀ	
  
Barcelona	
  
Evolução da quadra: A busca da salubridade 
3-­‐	
  QUADRA	
  	
  COM	
  
OCUPAÇÃO	
  PERIMETRAL	
  
Karl	
  Marx	
  Hoff	
  -­‐	
  Viena	
  
Conjunto Karl Marx Hoff – Viena - anos 1920 
Fonte: www.vitruvius.com.br 
Evolução da quadra: A busca da salubridade 
3-­‐	
  QUADRA	
  	
  COM	
  EDIFÍCIOS	
  
LAMIONARES	
  PARALELOS	
  
EX:	
  IAPS	
  
Conjunto Residencial em São Paulo – Atílio Correia Lima 
anos 1940 
Fonte: www.vitruvius.com.br 
Evolução da quadra: A busca da salubridade 
4-­‐	
  EDIFÍCIO	
  	
  CIDADE	
  
Unidade de habitação de Marselha 
Fonte: www.vitruvius.com.br 
Evolução da quadra: A busca da salubridade 
5-­‐	
  QUADRA	
  ABERTA	
  
Quadra aberta do plano Paris Rive Gauche 
Cristian de Portzamparc 
Fonte: www.vitruvius.com.br 
Os modernos: mocinhos e vilões da 
eficiência energética 
O Movimento Moderno desenvolveu bons métodos para o controle 
climático de um edifício, mas por outro lado, negou elementos do 
passado, em busca de transparência e simplicidade, que prejudicaram o 
conforto térmico. 
 
A arquitetura moderna era afinada com o apogeu da máquina. 
 
Na escala da cidade, o protagonista passou a ser o automóvel. 
Na escala do edifício, o protagonista passou a ser o Ar Condicionado 
(principalmente depois dos anos 1950) 
 
 
Os modernos: mocinhos e vilões da 
eficiência energética 
ASPECTOS POSITIVOS 
 
!   Brise-Soleil e Ventilação cruzada: Fatores de conforto térmico que 
contribuem para a redução de gasto energético com refrigeração. 
!   Terraço-jardim: Devolver para a cidade a área verde tomada pela projeção 
do edifício. Ameniza o calor na edificação. 
!   Edifícios implantados em grandes áreas verdes: Superquadras e 
Unidade de Habitação. Desmaterialização da quadra: Implantação regida pela 
melhor insolação 
 
 
 
 
Palácio Gustavo Capanema: Lúcio Costa e equipe, 
1945 (inauguração) 
Fotos: Edson Lucchini 
BRISE-SOLÈIL TERRAÇO-JARDIM 
Os modernos: mocinhos e vilões da 
eficiência energética 
Palácio Gustavo Capanema: Lúcio Costa e equipe, 
1945 (inauguração) 
Fotos: Edson Lucchini 
Os modernos: mocinhos e vilões da 
eficiência energética 
Ed. Normandie - A. Franz Heep - 1953 
Desenhos: Edson Lucchini 
Os modernos: mocinhos e vilões da 
eficiência energética 
Caixilho do Ed. Normandie – Adolf Franz Heep 
Fonte: Revista Acrópole 
Os modernos: mocinhos e vilões da 
eficiência energética 
Galeria Metrópole 
Fonte: Croce, Aflalo e Gasperini 
Os modernos: mocinhos e vilões da 
eficiência energética 
Ed. Copan – Oscar Niemeyer – Anos 1950 
Foto: Edson Lucchini 
Ed. Montreal – Oscar Niemeyer – Anos 1950 
Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/
dimenstein/noticias/gd261107.htm - acesso em 
junho de 2011 
NIEMEYER ONTEM: JJJJJ 
Os modernos: mocinhos e vilões da 
eficiência energética 
Sede da Procuradoria Geral da República – Brasília 
Oscar Niemeyer – anos 2000 
Foto: Edson Lucchini 
NIEMEYER HOJE: 
 
LLLLLLLL 
TST – Brasília 
Oscar Niemeyer – anos 2000 
Foto: Edson Lucchini 
Os modernos: mocinhos e vilões da 
eficiência energética 
Unidade de Habitação de Marselha – Le Corbusier - 1945 
Fonte: Arcoweb 
 
Unidade de Habitação de Marselha: Desmaterialização do conceito 
tradicional de quadra: 
ASPECTO POSITIVO: 
O edifício laminar é implantado em meio a uma grande área verde, sempre 
buscando uma melhor insolação. 
 
 
 
 
 
Os modernos: mocinhos e vilões da 
eficiência energética 
Os modernos: mocinhos e vilões da 
eficiência energética 
 
ASPECTO NEGATIVO: 
 
Quando o assunto é cidade, o modernismo é muito pouco sustentável, pois 
prega uma cidade que, apesar da abundância de áreas verdes, é pouco densa. 
Deste modo, o automóvel se torna o elemento chave da cidade modernista, e 
isso é o contrário do pensamento atual da cidade, que prega a compactação. 
 
 
 
Superquadra de Brasília – Lúcio Costa 
Fonte: http://www.brasiliabsb.com – acesso em junho de 2011 
 
!   Superquadra de Brasília: Conceitos semelhantes à Unidade de Habitação 
no que diz respeito à implantação dos edifícios em meio ao verde. 
 
 
 
 
Superquadra deBrasília – Lúcio Costa 
Foto: Edson Lucchini 
Os modernos: mocinhos e vilões da 
eficiência energética 
 
!   Casa Tradicional brasileira: 
 
- Grande Varanda – avanço do telhado criando uma proteção solar aos 
ambientes. 
- Pé-direito generoso – Fundamental para o conforto térmico pois como o ar 
quente tende a subir, ele fica mais longe das pessoas. 
- Utilização dos Muxarabis – elemento tradicional de filtragem da luz e 
redução do calor. (influência moura) 
- Pátio interno – favorece a ventilação cruzada e o efeito chaminé. 
 
 
 
 
Os modernos: mocinhos e vilões da 
eficiência energética 
Os modernos: mocinhos e vilões da 
eficiência energética 
Os modernos: mocinhos e vilões da 
eficiência energética 
 
!   Lucio Costa 
 
- Atribui à arquitetura moderna brasileira elementos do regional e vernacular 
brasileiro, em busca e uma identidade e de uma arquitetura bem inserida em 
nosso contexto cultural e climático. 
 
 
 
 
Os modernos: mocinhos e vilões da 
eficiência energética 
 
!   Lucio Costa – pátio interno 
 
 
 
 
 
 
Os modernos: mocinhos e vilões da 
eficiência energética 
 
!   Lucio Costa – Parque Guinle – Rio de Janeiro 
 
 
 
 
 
 
Os modernos: mocinhos e vilões da 
eficiência energética 
 
!   Lucio Costa – Parque Guinle – Utilização do cobogó cerâmico como 
elemento de composição de fachadas. Assim como o muxarabi, o 
cobogó é um elemento de filtragem da luz e contenção do calor. 
 
 
 
 
 
 
 
Os modernos: mocinhos e vilões da 
eficiência energética 
 
!   Oscar Niemeyer – Grande Hotel Ouro Preto – 1944 
Elementos da arquitetura tradicional brasileira na arquitetura moderna. 
Inserção da paisagem da cidade sem precisar ser barroco. 
 
 
 
 
 
 
 
Os modernos: mocinhos e vilões da 
eficiência energética 
 
!   Oscar Niemeyer – Grande Hotel Ouro Preto – 1944 
. 
 
 
 
 
 
 
 
Edifício Horrível 
Fonte:istockphoto.com / Georg Winkens 
 
Arquitetura Pós moderna e Hi-tech 
 
!   Descoberta de novas tecnologias, porém muitas vezes pretensiosas, caras, 
de pouca eficiência energética e SEM CONTEMPLAR ASPECTOS SOCIAIS. 
 
 
 
 
Ed. Mais conhecido por “ROBOCOP” 
Fonte: http://www.previ.com.br – acesso em junho de 2010 
A arquitetura Sustentável: 
 
Talvez vocês já tenham ouvido falar a seguinte frase: 
 
“A arquitetura sempre foi sustentável...a boa arquitetura sempre esteve 
diretamente relacionada ao bom desempenho bioclimático do edifício” 
 
Isto é verdade. O acerto bioclimático sempre foi uma preocupação da 
arquitetura, porém, hoje em dia, sustentabilidade é um termo mais amplo e 
está relacionada a muito mais fatores. 
 
A natureza dos materiais utilizados é o fator preponderante do projeto 
sustentável, e essa tem que ser a nova preocupação da arquitetura, além do 
acerto bioclimático, que obviamente também é fundamental, para a economia 
de energia. 
 
 
 
 
A arquitetura Sustentável: 
 
Funde o que os movimentos passados nos ensinaram de melhor: 
!   Outorga uma nova validez moral à criação de assentamentos humanos; 
!   proporciona uma nova base ética para o exercício da arquitetura; 
!   Atribui à paisagem uma nova estética cultural. 
 
TUDO ISTO ATRAVÉS DE: 
!   Redução de custos (eliminação de desperdício e eficiência energética) 
!   Antecipação a legislação futura 
!   Redução de riscos ambientais 
!   Melhores relações políticas 
!   Melhor imagem pública 
!   Aumento das possibilidades de mercado 
!   Aumento da produtividade dos funcionários 
 
 
 
 
!   SUSTENTABILIDADE vem ocupando um lugar de destaque na 
vanguarda da ciência como base para tecnologias inovadoras, além de 
representar um novo paradigma para a equidade social. 
 
A natureza inspirando o projeto 
 
!   A combinação entre ecologia e tecnologia possibilita o projeto de uma 
nova geração de edificações capazes de diminuir, em todos os âmbitos 
o impacto ambiental 
 
PARA ISSO, O PROJETO DEVE INSPIRAR-SE NA NATUREZA: 
 
A natureza se recicla 
A natureza é diversa, rejeitando a repetição e a clonagem e a absurda 
busca pela perfeita duplicação 
 
O PROJETO IDEM !!! 
 
 
 
A natureza inspirando o projeto 
 
!   Aprendendo com a natureza: 
 
O projeto deve se apropriar de ciclos semelhantes aos da natureza 
 
A natureza tem o seu modo de lidar com a energia, água, materiais 
consumidos e resíduos produzidos. 
 
Um perfeito “ecossistema arquitetônico” se inspira na natureza, tornando-se 
auto-suficiente, reciclando sempre. 
 
 
 
 
A natureza inspirando a forma 
 
!   As estruturas e formas dos elementos naturais são testadas de forma muito 
rigorosas, muitas vezes em ambientes hostis. 
!   Formas, composições, configurações e materiais utilizados na natureza são 
resistentes e sustentáveis. 
 
 
 
Ed. Swiss Re – Londres - Norman Foster 
Fonte: www.eikongraphia.com– acesso em junho de 2010 
A natureza inspirando a forma 
 
!   Sagrada Família – Gaudi – Barcelona. 
Estrutura inspirada em troncos e galhos de árvores 
 
 
 
Sagrada Familia – Gaudi - barcelona 
Fotos: Edson Lucchini 
Estética Ecológica 
 
A natureza inspira o projeto, e este busca valorizá-la ainda mais. 
 
A sociedade estará mais preparada para aceitar o projeto ecológico se o 
mesmo for simultaneamente belo 
 
Premissas: 
!   Dar Visibilidade à natureza 
!   Projetar com a natureza 
!   Aprender com as estruturas da natureza 
!   Soluções surgem do lugar – utilização de materiais locais – além de atribuir 
identidade, isso minimiza o transporte de materiais. 
 
 
Estética Ecológica 
 
 
 
Casa das Canoas. Oscar Niemeyer, Rio de Janeiro. 
Construir com a paisagem, respeitando o sítio, é uma postura ecológica 
Fonte: www.eikongraphia.com– acesso em junho de 2010 
Estética Ecológica 
 
Museu Romano de Merida, Espanha. Rafael Moneo 
Tijolos feitos com a argila local 
 
 
 
Fonte: www.people.seas.harvard.edu – acesso em junho de 2010 
Estética Ecológica 
 
Piscina das Marés, Matosinhos, Portugal. Álvaro Siza 
Mimetismo com a paisagem. Respeito ao sítio. 
 
 
 
 
Fonte: www.people.seas.harvard.edu – acesso em junho de 2010

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