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APELAÇÃO CRIMINAL SEÇÃO 6

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EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA __ª VARA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER DA COMARCA DE RONDONÓPOLIS/MT.
Número do Processo...
GABRIEL MATOS, já qualificado nos autos em epígrafe/da ação supra, que move lhe move PEDIDO DE RELAXAMENTO DE PRISÃO já qualificado, vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado infra-assinado, com fundamento no art. 593, I do CPP, interpor o presente
RECURSO DE APELAÇÃO
Por não se conformar, com a devida “vênia”, com a r. sentença de fls., pelas razões de fato e de direito em anexo expostas, vejamos:
Igualmente, requer a Recorrente, diante cumprimento dos requisitos de admissibilidade, que o presente recurso seja recebido, processado e após a intimação do Recorrido para apresentar as Contrarrazões, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso com as inclusas razões.
Termos em que,
Pede deferimento.
Rondonópolis/MT e 21/06/2018.
Nome do Advogado
OAB/UF nº...
DAS RAZÕES DO RECURSO DE APELAÇÃO
RECORRENTE: ... 
RECORRIDOS: ...
PROCESSO DE ORIGEM N° ...
JUÍZO DE ORIGEM .... 
Egrégio Tribunal de Justiça
Colenda Câmara Criminal
Eminentes Desembargadores
Em que pese o indiscutível saber jurídico do MM. Juízo de primeiro grau, impõe-se, com a devida “vênia”, a reforma da respeitável r. sentença proferida às fls., pelas razões de fato e de direito a seguir expostas.
I – DO RESUMO DOS FATOS
 Com efeito, o MM. Juízo singular ao julgar o presente feito entendeu pela condenação do réu, conforme abaixo transcrito:
Após apresentar Alegações Finais (seção 5), os autos foram conclusos para o MM. Juiz da __ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da comarca de Rondonópolis/MT para prolação da Sentença. Lamentavelmente, o Magistrado acabou por condenar seu cliente, indeferindo todas as teses por você formuladas àquele momento. Ao proferir Sentença, o MM. Juiz condenou o Réu pela prática do crime de ameaça (art. 147 do Código Penal) à pena mínima de 01 (um) mês de detenção, em razão de sua primariedade e dos bons antecedentes. 
Para tanto, usou como argumento principal para sustentar sua decisão, o fato de que as declarações da vítima possuiriam valor probatório de maior relevo, não necessitando, assim, de estarem corroboradas por qualquer outro elemento, principalmente pelo depoimento das testemunhas. 
No dia 18 de junho de 2018, Gabriel Matos é intimado pessoalmente da prolação da Sentença e, imediatamente liga para o seu escritório, inconformado, questionando sobre a decisão e pedindo as devidas providências.
Desta forma, por não se conformar, data máxima “vênia” com o julgado, vem a Recorrente apresentar o competente recurso mediante os argumentos de fato e de direito a seguir expostos.
II – DO CABIMENTO DO RECURSO ORA INTERPOSTO
Na legislação brasileira, o recurso de apelação criminal é previsto, principalmente, no art. 593, I, II, do Código de Processo Penal. 
Art. 593 - Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias:
I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz singular;
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior;
Conforme estabelece o caput do art. 593 do Código de Processo Penal, o prazo para interposição da apelação é de 05 (cinco) dias. Diferentemente da apelação no âmbito processual civil, as razões recursais não precisam, necessariamente, serem apresentadas com a folha de interposição do recurso, abrindo-se o prazo, após assinado o termo da apelação, de 08 (oito) dias, nos casos de crime, ou 03 (três) dias, nos processos de contravenção, para a parte insurgente oferecê-las.
Desta forma, diante do cumprimento dos requisitos supra, passa abaixo ao mérito da reforma da r. sentença ora hostilizada, vejamos:
III – DA PRELIMINAR – DA NULIDADE POR CERCEAMENTO DE DEFESA
No caso em questão, não há nada além do auto de prisão em flagrante e o depoimento das testemunhas, cumpre observar que ás testemunhas do caso é a própria vitima, seu então amante e os dois policiais militares que atenderam o chamado, sendo assim, nenhum dos policiais estavam presentes diante do fato ocorrido.
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal possui julgados na qual confirma a sentença em primeiro grau que declarou a configuração da falta de justa causa no crime de ameaça.
PROCESSUAL PENAL. RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER. CRIME DE AMEAÇA CONTRA EX-COMPANHEIRA. CUMPRIMENTO DAS MEDIDAS PROTETIVAS. REJEIÇÃO DA DENÚNCIA POR FALTA DE JUSTA CAUSA. AUSÊNCIA DE PROVA SEGURA DA MATERIALIDADE E DE INDÍCIOS DE AUTORIA. DECISÃO MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. 1. É LEGÍTIMA A REJEIÇÃO DA DENÚNCIA, DETERMINANDO O ARQUIVAMENTO DO FEITO, QUANDO A DITA AMEAÇA PERPETRADA NÃO ENCONTRA QUALQUER RESPALDO PROBATÓRIO NOS AUTOS QUE NÃO MERAMENTE A PALAVRA DA VÍTIMA, POR AUSÊNCIA DA JUSTA CAUSA DA AÇÃO PENAL. 2. AUSENTE O PRESSUPOSTO PROCESSUAL OU CONDIÇÃO PARA O EXERCÍCIO DA AÇÃO PENAL, A REJEIÇÃO DA DENÚNCIA É MEDIDA QUE SE IMPÕE. 3. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.
(TJ-DF - RSE: 20130110336215 DF 0008662-79.2013.8.07.0016, Relator: JOSÉ GUILHERME, Data de Julgamento: 19/09/2013, 3ª Turma Criminal, Data de Publicação: Publicado no DJE : 30/09/2013 . Pág.: 235)
 Logo, a denúncia esta vazia, ou seja, necessita de provas concretas a iniciar a ação penal, como dispõe o artigo 5° da Constituição Federal de 1988, os princípios constitucionais da ampla defesa, contraditório, da culpabilidade e presunção de inocência, ou seja, devem ser respeitados, aqui há o desrespeito a esses preceitos, principalmente ao princípio da presunção de inocência, pois a levar em conta somente as declarações da vítima para o oferecimento temerário da denúncia, assim vejamos:
Art. 5° - [...]
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
[...]
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória;
Neste caso, a ação penal deve ser declarada nula, ou seja, analisando os autos nota-se a ausência de representação da vítima, por escrito, seja oralmente reduzida a termo, prosseguindo ao contrário no disposto no parágrafo único do artigo 147 do Código Penal.
No presente caso, importante a nulidade nos termos do art. 564, do CPP, em consequência da falta de representação da vítima, e fundamento da denúncia somente nas declarações da vítima aos policiais, vejamos o artigo:
Art. 564 - A nulidade ocorrerá nos seguintes casos:
[...] 
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante;
O MM. Juiz usou como argumento principal para sustentar sua decisão, o fato de que as declarações da vítima possuiriam valor probatório de maior relevo, não necessitando, assim, de estarem corroboradas por qualquer outro elemento, principalmente pelo depoimento das testemunhas.
Vale ressaltar que o juiz descumpriu o preceito do art. 196 do CPP, que presumi que a todo o momento o juiz deverá proceder á novo interrogatório de oficio ou a pedido das partes. 
Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das partes.
Ao que preceitua a excelência descumpriu o que dispões os arts. 212 do CPP, onde diz que as perguntas são formuladas pelas partes diretamente a testemunha, sendo assim nenhuma das partes teve chances de fazer suas perguntas acerca do caso. Concluindo assim que a declaração da vitima são suas manifestações pessoais ferindo assim o art. 213 do CPP.
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiveremrelação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida.
Art. 213. O juiz não permitirá que a testemunha manifeste suas apreciações pessoais, salvo quando inseparáveis da narrativa do fato.
Entretanto, vemos também que foi descumprido o art. 400 do CPP, onde não houve a audiência de instrução e julgamento, tornando-se essa sentença nula, pois descumpre as normas do ordenamento jurídico brasileiro.
 Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. 
Diante do exposto, sendo assim peço Excelência que anule a R. sentença proferida pelo magistrado e devolvida os autos de primeira instância para que seja proferida sentença de mérito.
IV – DO DIREITO 
A) DA ABSOLVIÇÃO POR ATICIPIDADE DA CONDUTA DO RÉU 
O réu está sendo acusado pelo crime tipificado pelo art.147 do Código Penal, por sua mulher Maria, no caso em questão, o fato narrado não constitui crime, haja vista que não houve o preenchimento legal do art. 147 do código penal.
Art. 147 - Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
 Cumpre nos observar que é possível destacar que a denúncia se encontra inepta, segundo os termos do art.41 do Código de Processo Penal.
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas. 
 No caso em discussão é possível verificar que o crime na qual o réu está sendo processado não foi configurado, pois para que para que haja a configuração do crime de ameaça é necessária que o autor ameace causar mal injusto e grave a vítima o que no presente caso não ocorreu.
	Por sua vez, para a configuração do crime de ameaça é necessário à existência do dolo específico o que não há no caso concreto, haja vista que não houve ameaça a vítima, o réu apenas falou em alto em bom som que não daria a separação, destacando que o mesmo disse isso durante uma discussão acalorada com a esposa.
	No dolo específico o agente deve demonstrar a intenção de realizar algo incriminado em desfavor da vítima, se recusar a dar o divórcio a esposa não é classificado como crime no ordenamento jurídico pátrio.
	É importante destacar que a conduta do réu é atípica, por não encontrar em nenhum dispositivo legal no ordenamento jurídico brasileiro.
 Diante do que fora narrado, é possível concluir que o crime tipificado no art. 147 do Código Penal Brasileiro não foi realizado, e a conduta do agente é classificada como atípica, devendo diante disso que este juízo realize a absolvição do réu.
Diante de todo o exposto podemos concluir que o juiz deverá absolver o réu pois a infração não constitui crime, assim como prevê o art. 386 do CPP.
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça:
III - não constituir o fato infração penal;
 Diante do exposto, sendo assim peço Excelência que anule a R. sentença proferida pelo magistrado e devolvida os autos de primeira instância para que seja proferida sentença de mérito.
DO PEDIDO
Diante do exposto, o Recorrente, com fulcro no art. 593, I, do CPP, requer que o presente recurso seja conhecido, com o acolhimento da preliminar arguida para o fim de declarar a nulidade do processo a partir da audiência de instrução, nos termos do(s) artigo 400 CPP e, no mérito seja provido no sentido de reformar a r. sentença de fls., aplicando em favor do Recorrente a absolvição por atipicidade da conduta.
	
Termos em que,
Pede deferimento.
Rondonópolis/MT e 21/06/2018.
Nome do Advogado
OAB/UF nº...

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