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Livro Eletrônico Aula 02 Noções de Direito Administrativo (Exceto LRF) p/ IBAMA 2017 (Analista Ambiental) - Com videoaulas Rodrigo Rennó, Herbert Almeida 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita AULA 02: Atos administrativos. SUMÁRIO 1) INTRODUÇÃO À AULA 02 2 2) ATOS ADMINISTRATIVOS 2 2.1 CONCEITO DE ATO ADMINISTRATIVO. 2 2.2 ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO; TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES; PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO. 11 2.3 ATRIBUTOS (OU CARACTERÍSTICAS) DO ATO ADMINISTRATIVO. 39 2.4 CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 58 2.4.1 EXISTÊNCIA, VALIDADE, EFICÁCIA E EXEQÜIBILIDADE 59 2.4.2 VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE 62 2.4.3 OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DOS ATOS ADMINISTRATIVOS. 74 2.5 ATOS ADMINISTRATIVOS EM ESPÉCIE 82 2.5.1 ATOS ADMINISTRATIVOS NORMATIVOS 82 A. DECRETOS 82 B. INSTRUÇÕES NORMATIVAS, REGIMENTOS, REGULAMENTOS, RESOLUÇÕES E DELIBERAÇÕES 84 2.5.2 ATOS ADMINISTRATIVOS ORDINATÓRIOS 85 2.5.3 ATOS ADMINISTRATIVOS NEGOCIAIS 87 2.5.4 LICENÇA E ALVARÁ 89 2.5.5 PERMISSÃO E AUTORIZAÇÃO 90 2.5.6 ADMISSÃO, APROVAÇÃO, VISTO E HOMOLOGAÇÃO 91 2.5.7 ATOS ADMINISTRATIVOS ENUNCIATIVOS 92 2.5.8 CERTIDÕES 93 2.5.9 PARECERES 93 2.5.10 ATESTADOS 94 2.5.11 APOSTILA 94 2.5.12 ATOS ADMINISTRATIVOS PUNITIVOS 95 3) TEORIA DAS NULIDADES NO DIREITO ADMINISTRATIVO. 99 3.1 ATOS ADMINISTRATIVOS NULOS, ANULÁVEIS E INEXISTENTES. 99 3.2 TEORIAS MONISTA (OU UNITÁRIA) E DUALISTA. 101 3.3 VÍCIOS DO ATO ADMINISTRATIVO. 102 3.4 DESCONSTITUIÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS 106 3.4.1 INVALIDAÇÃO 107 3.4.2 REVOGAÇÃO 116 3.5 CONVALIDAÇÃO (OU SANATÓRIA) 135 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 4) RESUMO DA AULA. 141 5) QUESTÕES 153 6) REFERÊNCIAS 174 1) ,QWURGXomR�j�DXOD��� Que bom que você veio para nossa aula de Administração Pública para o concurso de IBAMA ±Analista Ambiental. Nesta aula falaremos sobre o seguinte assunto: ³7 Ato administrativo. 7.1 Conceito, requisitos e atributos. 7.2 Anulação, revogação e convalidação. 7.3 Discricionariedade e vinculação.´� Não se esqueça de que, ao final, você terá um resumo da aula e as questões tratadas ao longo dela. Use esses dois pontos da aula na véspera da prova! Chega de papo, vamos à luta! 2) $WRV�$GPLQLVWUDWLYRV 2.1 Conceito de ato administrativo. 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Antes de conceituarmos ato administrativo, lembrando que não há conceito legal e sim doutrinário, devemos distinguir os conceitos de fato e de ato, de modo que a ideia do ato administrativo fique clara. Fato: é acontecimento sem qualquer interferência da vontade humana, como no caso de eventos da natureza. Ato, por sua vez, é manifestação de vontade praticada pelo homem. 6H� ³DWR´� p� PDQLIHVWDomR� GD� YRQWDGH� KXPDQD�� ³atos administrativos´�VmR�GHFODUDo}HV�KXPDQDV��H�QmR�PHURV�IHQ{PHQRV�GD� natureza), unilaterais (as bilaterais constituem contratos), expedidas pela administração pública ou por particular no exercício de suas prerrogativas, com o fim imediato de produzir efeitos jurídicos determinados, em conformidade com o interesse público, sob regime de direito público e sujeitas a controle. Exemplos: aplicação de uma pena de multa em razão do excesso de velocidade; a desapropriação de uma área privada; o tombamento de um patrimônio de relevância histórica. Fernanda Marinela destaca que os serviços ou atividades controlados por computadores, como, por exemplo, as centrais controladoras dos semáforos da cidade, hipótese em que a própria máquina emite ordens GH� ³SDUH´� RX� ³VLJD´�� VmR� DWRV� MXUtGLFRV� H� DGPLQLVWUDWLYRV�� HPERUD� QmR� decorram de uma verdadeira manifestação de vontade humana. Como já visto, ato é diferente de fato, por isso não confunda ato administrativo com fato administrativo (acontecimentos que produzem efeitos jurídicos relevantes para o Direito Administrativo), cujos exemplos são: a morte de um funcionário que gera vacância de um cargo; a destruição de uma escola pública em razão da chuva; a mudança de lugar de certo órgão público; a cirurgia realizada por um médico em um hospital público; etc. Ademais, para Maria Sylvia Zanella Di Pietro, se o fato não produz qualquer efeito jurídico no Direito Administrativo, ele é denominado fato da administração. 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Os atos administrativos podem ser anulados e revogados dentro dos limites do Direito, em quanto os fatos administrativos não admitem nem anulação nem revogação. Por fim, os atos administrativos gozam de presunção de legitimidade, enquanto os fatos não. Por outro lado, importante destacar o conceito trazido por Marinela de ato da administração, que é todo ato praticado pela Administração Pública, mais especificamente pelo Executivo, no exercício da função administrativa, podendo ser regido pelo direito público ou pelo direito privado. Note que esse conceito tem sentido mais amplo do que o de ato administrativo, que necessariamente deve ser regido pelo direito público. A autora continua dizendo que os atos da administração podem ser: a) Atos privados da Administração. Exs: doação, permuta, compra e venda, locação b) Atos materiais: condutas que não contêm manifestação de vontade, constituindo apenas em uma execução, configurando fatos administrativos e não atos administrativos. Exs: demolição de uma cassa, apreensão de mercadoria, realização de um serviço c) Atos administrativos Ficam excluídos do conceito de atos da administração os atos administrativos não praticados pela Administração, como é o caso, por exemplo, de alguns atos praticados por concessionárias prestadoras de serviços públicos. A prescrição e da decadência são institutos que produzem efeitos jurídicos em razão da soma de dois elementos: o decurso do tempo e a inércia do titular do direito. Assim, não representam nem evento da natureza nem conduta material, tendo sido reconhecidos de forma pacífica como fatos jurídicos em sentido estrito, ou fatos jurídicos objetivos. 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 9ROWDQGR�DR�FRQFHLWR�GH�³DWR�DGPLQLVWUDWLYR´��Saraquem gosta de demonstrar seu apurado conhecimento jurídico em provas subjetivas, citando doutrinadores de renome, colacionamos a definição de ato administrativo da professora Di Pietro: ³SRGH-se definir o ato administrativo como a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob regime jurídico de direito público e VXMHLWD�D�FRQWUROH�SHOR�3RGHU�-XGLFLiULR´��������S������ Na tentativa de melhor definir o ato administrativo, Marinela fixa alguns pontos fundamentais, tais como: a vontade, que deve necessariamente emanar de um agente público no exercício de sua função administrativa, o que o distingue do particular; seu conteúdo, que deve propiciar efeitos jurídicos sempre com um fim público; e, por fim, o regime, que deve ser de direito público. O aluno não pode se esquecer de que, além do Poder Executivo, os órgãos que compõem o Poder Judiciário e o Legislativo também editam atos administrativos (ex: quando o Tribunal de Justiça realiza uma licitação para a compra de papel e de impressora, quando a Assembleia Legislativa contrata uma empresa de engenharia para fazer uma reforma etc.). Também não pode se esquecer de que a Administração Pública pode editar atos regidos pelo direito privado quando, por exemplo, uma empresa estatal vende os bens produzidos por ela no mercado num ambiente de livre concorrência. Assim, existem atos administrativos que não são atos da administração e vice-versa. Por fim, vale destacar a valiosa lição de Bandeira de Mello (2010, p. 413-416) acerca do silêncio da Administração quando esta não se pronuncia quando deve fazê-lo. Para o ilustre administrativista, o silêncio 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita não é ato jurídico, mas um fato jurídico administrativo, pois não houve qualquer manifestação. Para a doutrina majoritária, o silêncio administrativo não produz nenhum efeito, salvo quando a lei ± reconhecendo o dever da Administração de agir, atribui esse resultado, admitindo-se, nesse caso, a possibilidade de uma anuência tácita, ou até, de efeito denegatório do pedido, contrariando o interesse de peticionário. Nessas hipóteses ± em que a lei atribui efeito ao silêncio ± o mesmo não decorre do silêncio e sim da previsão legal. Normalmente, o silência é um ato irregular da Administração, pois o administrado tem o direito de obter uma resposta de suas solicitações e requerimentos dirigidos à Administração. Essa resposta obrigatória está prevista no texto constitucional (art. 5º, XXXIV), o qual define o direito de petição, que abrange não somente a possibilidade de requerer, como também a certeza de obter uma resposta, caracterizando-se, dessa maneira, como um dever para o administrador. Assim, se após o prazo fixado em lei a Administração não fornecer as informações solicitadas, o administrado pode questionar a conduta do agente público junto ao Judiciário, pois ele descumpriu o dever legal de decidir. Atualmente, a Lei n. 12.527/11 (lei do acesso a informação) regula o tema da seguinte forma: Art. 11. O órgão ou entidade pública deverá autorizar ou conceder o acesso imediato à informação disponível. § 1o Não sendo possível conceder o acesso imediato, na forma disposta no caput, o órgão ou entidade que receber o pedido deverá, em prazo não superior a 20 (vinte) dias: I - comunicar a data, local e modo para se realizar a consulta, efetuar a reprodução ou obter a certidão; II - indicar as razões de fato ou de direito da recusa, total ou parcial, do acesso pretendido; ou 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita III - comunicar que não possui a informação, indicar, se for do seu conhecimento, o órgão ou a entidade que a detém, ou, ainda, remeter o requerimento a esse órgão ou entidade, cientificando o interessado da remessa de seu pedido de informação. § 2o O prazo referido no § 1o poderá ser prorrogado por mais 10 (dez) dias, mediante justificativa expressa, da qual será cientificado o requerente. O STJ manifestou-VH�� ³��� 2� µGLUHLWR� GH� SHWLomR� DRV� poderes públicos em defesa de direitos e contra ilegalidade ou abuso de SRGHU¶�� DVVHJXUDGR� SHOR� DUW�� ��� ;;;,9�� ,�� GD� &)�� WHP� QDWXUH]D� instrumental: é direito, assegurado ao cidadão, de ver recebido e examinado o pedido em tempo razoável e de ser comunicado da decisão tomada pela autoridade a quem é dirigido. Nele não está contido, todavia, R�GLUHLWR�GH�YHU�GHIHULGR�R�SHGLGR�IRUPXODGR������´��506��������')��67-� ± Primeira Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, julg: 05.04.2005, DJ: 18.04.2005). 1. (CESPE - 2013 - DEPEN - Especialista - Todas as áreas) A função administrativa, ou executiva, é exercida privativamente pelo Poder Executivo. Além do Poder Executivo, os órgãos que compõem o Poder Judiciário e o Legislativo também editam atos administrativos. Gabarito: Errado. 2. (CESPE ± 2013 ± TJDFT ± Oficial de Justiça) A designação de ato administrativo abrange toda atividade desempenhada pela administração. Questões de concurso 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita O ato administrativo não abrange toda atividade desempenhada pela administração, representando apenas uma parcela da atuação da administração. Logo, está INCORRETA. 3. (CESPE - 2013 - DEPEN - Agente Penitenciário) Um banco estatal que celebra com o particular um contrato para fornecimento de cheque especial pratica um ato administrativo. 6H� ³DWR´� p� PDQLIHVWDomR� GD� YRQWDGH� KXPDQD�� ³atos administrativos´�VmR�GHFODUDo}HV�KXPDQDV��H�QmR�PHURV�IHQ{PHQRV�GD� natureza), unilaterais (as bilaterais constituem contratos), expedidas pela administração pública ou por particular no exercício de suas prerrogativas, com o fim imediato de produzir efeitos jurídicos determinados, em conformidade com o interesse público, sob regime de direito público e sujeitas a controle. O ato praticado não visa o interesse público, mas de particulares, por isso está errado!! 4. (CESPE ± 2010 - MPS ± Técnico Em Comunicação Social ± Rel. Públicas) Quando um banco estatal celebra, com um cliente, um contrato de abertura de conta-corrente, está praticando um ato administrativo. Cumpre ressaltar que nem toda ação da Administração Pública é tida como ato administrativo. Os atos administrativos são manifestações, unilaterais, quando a Administração age como tal, tendo assim, superioridade, prerrogativas e supremacia em relação ao particular. As empresas estatais (empresas públicas e sociedades de economia mista) são submetidas ao mesmo regime jurídico das demais empresas privadas (regime jurídico de direito privado). Desta forma, os atos praticados por estas não são consideradosatos administrativos, mas atos privados da 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Administração. Assim se enquadra o contrato de abertura de conta- corrente. Gabarito: Errado. 5. (CESPE - 2012 - ANATEL ± Analista) A formalização de contrato de abertura de conta-corrente entre instituição financeira sociedade de economia mista e um particular enquadra-se no conceito de ato administrativo. Vimos que atos de empresas estatais se enquadram como ato privado da administração, pois não é unilateral e também não possui prerrogativas. Gabarito: Errado. 6. (CESPE ± 2012 ± TJ/AL ± Analista Judiciário ± Administrativa) Todo ato praticado no exercício da função administrativa consiste em ato da administração. Vimos que os ³DWRV� DGPLQLVWUDWLYRV´� VmR� GHFODUDo}HV� KXPDQDV�� unilaterais, expedidas pela administração pública ou por particular no exercício de suas prerrogativas, com o fim imediato de produzir efeitos jurídicos determinados, em conformidade com o interesse público, sob regime de direito público e sujeitas a controle. Os atos administrativos são espécies do gênero atos da administração. Entre os atos da administração temos: os atos de direito privado; os atos materiais da administração; atos de conhecimento, opinião, juízo ou valor; os atos políticos; os contratos; os atos normativos; e os atos administrativos propriamente ditos. Gabarito: Certo. 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 7. (CESPE - 2012± TJ/AL ± Analista Judiciário ± Administrativa) Os atos políticos não se sujeitam ao regime jurídico constitucional. Todo ato da administração está sujeito ao regime constitucional. Lembre-se de que os atos políticos não são considerados atos administrativos. Gabarito: Errado. 8. (CESPE - 2010 - CETURB/ES - Advogado) Atos praticados pela administração valendo-se de suas prerrogativas e regido pelas normas de direito público são exemplos de atos administrativos, não podendo ser classificados, portanto, como atos da administração. A primeira parte do enunciado está correta. No entanto, se os atos citados são atos administrativas, consequentemente são atos da administração, já que são espécies destes últimos. Gabarito: Errado. 9. (CESPE - 2012 ± TJ/AL ± Analista Judiciário ± Administrativa) De acordo com os critérios objetivo, funcional ou material, ato administrativo corresponde ao ato praticado no exercício concreto da função administrativa que é editado exclusivamente por órgãos administrativos. Sabemos que o sentido objetivo, material ou funcional da administração pública denota a própria atividade administrativa exercida pelo Estado. Desta forma, por tal critério, o ato administrativo surge do exercício dessa função que poderá ser editado por órgão ou entidade administrativa, bem como pelos delegatários dos serviços públicos, ou seja, particulares no exercício delegado da função administrativa. Gabarito: Errado. 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 10. (CESPE - 2011 ± STM ± Analista Judiciário ± Administração) Os atos administrativos têm origem no Estado ou em agentes investidos de prerrogativas estatais. Vimos que se pode definir o ato administrativo como a declaração do Estado ou de quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei. Gabarito: Certo. 11. (CESPE - 2012 ± TJ/AL ± Analista Judiciário ± Administrativa) Os atos administrativos incluem os despachos de encaminhamento de papéis e os processos. Os despachos não são manifestações unilaterais de vontade da administração revestidas de prerrogativas públicas, ou seja, são considerados meros atos. Gabarito: Errado. 2.2 Elementos do ato administrativo; teoria dos motivos determinantes; procedimento administrativo. O que vamos estudar agora são os elementos que constituem os atos administrativos, sem eles o ato administrativo não completa seu ciclo de formação ou são considerados, até mesmo, a depender do elemento faltante, inexistente. Alguns doutrinadores preferem usar a expressão ³requisitos´��RXWURV�D�H[SUHVVmR�³SUHVVXSRVWRV´��$VVLP��VH�D� VXD�SURYD�WURX[HU�QR�HQXQFLDGR�R�WHUPR�³UHTXLVLWRV�RX�SUHVVXSRVWRV�GR� DWR�DGPLQLVWUDWLYR´�VDLED�TXH�D�TXHVWmR�HVWi�WUDWDQGR�GRV�HOHPHQWRV�GR� ato administrativo. A doutrina do direito administrativo brasileiro diverge quanto aos elementos que compõem os atos administrativos. Em razão disso, o 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita critério mais seguro para se utilizar em uma prova de concurso é o do art. 2º da Lei nº 4.717/65. Para essa lei, os elementos do ato administrativo são: competência, forma, objeto, motivo e finalidade. Isso não quer dizer que o aluno deve marcar errado se apresentada na questão que o sujeito, e não a competência, é um dos elementos do ato administrativo. O que você deve levar para a prova é que os elementos do ato administrativo são o SUJOMOFOFI = Sujeito, objeto, motivo, forma e finalidade; ou o COMFIFOMOB = Competência, finalidade, forma, motivo e objeto. Nesse ponto, Di Pietro (2009, p. 202) informa, com razão, que a competência é um atributo do sujeito que pratica o ato e, além desse atributo, ele deve ter a capacidade para realizá-lo. Desse modo, mais adequado falar-se que o sujeito ± e não a competência ± é um dos elementos do ato administrativos. a) Sujeito ou competência (SUJ ou COM) Sujeito é aquele que pratica o ato. Ele deve ter capacidade e competência para a prática do ato. A primeira se verifica das normas de direito civil (idade, sanidade mental etc.). Já a competência, no direito administrativo, decorre da Constituição, das leis e atos normativos. Esses diplomas não só definem o plexo de competências, mas impõem aos seus titulares o dever de exercê-las em prol do interesse público. *Pensou em sujeito ± pense em capacidade e competência!* O sujeito competente deve ser necessariamente um agente público, que é o conceito mais amplo encontrado na doutrina, consistindo em qualquer pessoa que exerça de forma temporária ou permanente, com ou sem remuneração, uma função pública, devendo estar, de alguma forma, ligado à Administração Pública. 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br13 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Além disso, é necessária a análise da capacidade jurídica desse agente e do ente a que ele pertence, a quantidade de atribuições do órgão que o produziu, a competência do agente emanante e a inexistência de óbices à sua atuação no caso concreto, tais como afastamentos legais, impedimentos e outros. Aqui já entramos em um ponto que pode ser explorado na prova: o estudo da competência para a prática do ato administrativo. Portanto, SINAL DE ALERTA! Segundo Marinela, entende-se por competência o conjunto de atribuições das pessoas jurídicas, órgãos e agentes públicos, fixado pelo direito positivo, representando a esfera de atuação de cada um deles; é o círculo definido por lei dentro do qual podem os administradores exercer legitimamente sua atividade. A competência para a prática de atos administrativos não se presume, dependendo sempre de previsão legal. Importante observar as características da competência exercida pelo sujeito que pratica o ato administrativo. Mencionamos aqui as características da competência trazidas por Alexandrino (2010, p. 437), com fundamento na doutrina brasileira, especialmente em Bandeira de Mello: x de exercício obrigatório; A competência representa regra de exercício obrigatório para os órgãos e agentes públicos, sempre que caracterizado o interesse público. Portanto, exercitá-la não é livre decisão de quem a titulariza; trata-se de um poder-dever do administrador. x irrenunciável; 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Com base no princípio da indisponibilidade do interesse público, o administrador que recebe uma competência legal não pode renunciá-la para deixar de exercê-la. Fundamenta-se em dois artigos da Lei nº 9.784/99: Art. 2o A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência. Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei; Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. x intransferível; O exercício da competência não admite transação ou acordo, descabendo repassá-la a outrem, salvo quando expressamente autorizado por lei. x imodificável pela vontade do agente; O administrador não pode, por intermédio de ato administrativo, dilatar ou restringir sua competência, considerando que sua fonte definidora é a lei, logo um ato superior na estrutura do ordenamento jurídico. x imprescritível O não exercício não extingue a competência, ou seja, mesmo que a competência não seja utilizada, independente do tempo, o agente continuará sendo o competente. x improrrogável Se o sujeito competente não exerce a competência, ela não se transfere ao órgão incompetente que praticou o ato. Isso porque, quem confere a competência é a lei. Assim, o agente não pode revogar uma lei pelo seu costume. 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita CUIDADO: O concursando nunca pode se esquecer de que, apesar das características de irrenunciabilidade e intransferibilidade, a competência pode ser objeto de delegação e avocação. A delegação é um instrumento de descentralização administrativa (art. 11 do Decreto-lei nº 200/67) e não importa em transferência de competência, tanto é que a autoridade delegante pode avocar a competência delegada a qualquer momento (art. 2º, parágrafo único, do Decreto nº 83.937/79). Assim, o ato de delegação não retira a competência da autoridade delegante que continua competente cumulativamente com a autoridade delegada; tal transferência também é passível de revogação a qualquer tempo, devendo também ser publicado no órgão oficial. Deve-se observar que a delegação de competência normalmente é realizada para agentes de plano hierárquico inferior. Contudo, a lei também a admite para o mesmo plano hierárquico, quando não existirem impedimentos, sendo conveniente em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. Essa hipótese aplica-se à delegação de competência dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes (art. 12 da Lei nº 9.784/99). O ato de delegação exige publicação oficial e deverá especificar as matérias e os poderes transferidos, definindo os limites de atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação, além dos recursos cabíveis e demais ressalvas que o delegante entender convenientes. MUITO CUIDADO ± EXCEÇÃO À REGRA DA DELEGAÇÃO: 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita A Lei nº 9.784/99 (art. 13), que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, proíbe a delegação da competência: (a) de editar atos normativos; (b) de decidir recursos administrativos; e (c) das matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. Por essa razão, os atos de delegação e os demais atos praticados em razão dessa ilegalidade pela autoridade que a recebeu são considerados inválidos. IMPORTANTE: Dos demais dispositivos da Lei nº 9.784/99 e do Decreto nº 83.937/79, extraem-se as seguintes conclusões que já foram cobradas em inúmeras provas de concursos, são elas: x o ato de delegar pressupõe a autoridade para subdelegar; x pode haver delegação de competências a órgãos não subordinados; x a delegação pode ser parcial; x ela deve ser feita por prazo determinado; x a autoridade delegante pode permanecer com o poder de exercer a competência de forma conjunta com a delegatária. Segundo Marinela, o fenômeno da avocação ocorrerá quando a autoridade superior, que inicialmente era incompetente, atrai para a sua esfera de competência a prática de um determinado ato. Enquanto na delegação há transferência, na avocação há atração. 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Importante ressaltar que, para a realização desse evento, pressupõem-se um sistema de hierarquia e a inexistência de competência exclusiva. Veja o art. 15 da Lei nº 9.784/99:Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior. Por fim, com relação à competência, o aluno deve ter em mente que, quando o agente público atua fora de sua esfera de competência, ocorre o excesso de poder (Alexandrino, 2010, p. 440). b) Forma (FO) Além do elemento sujeito ou competência, existe o elemento forma. Conforme destaca Marinela, a exteriorização da vontade é condição para que o ato administrativo produza efeitos no mundo jurídico, considerada como instrumento de sua projeção, representando elemento que integra a própria formação do ato e é fundamental para completar o ciclo de existência. Entretanto, para o ato administrativo ser válido, não basta a manifestação da vontade, sendo necessário que seja realizado de acordo com as exigências definidas pela lei (formalidades específicas do ato), cuja ausência gera vício de legalidade, com sua consequente invalidação. Em regra, os atos administrativos representam o resultado de um procedimento administrativo prévio, formado por uma série de atos formais que levam a um provimento final, observando o princípio constitucional do devido processo legal. Para completar as exigências da forma, a doutrina aponta, ainda, a motivação, enquanto correlação lógica entre o motivo, o resultado do ato e a previsão legal. Isso mesmo! A motivação decorre da forma. Com relação à motivação, Di Pietro (2009, p. 207) destaca que ela tem duas acepções: 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita a) em sentido estrito: a forma é considerada como a exteriorização do ato, ou seja, o modo pelo qual a declaração se apresenta; b) HP� VHQWLGR� DPSOR�� D� IRUPD� LQFOXL� ³WRGDV� DV� formalidades que devem ser observadas durante o processo de formação da vontade da Administração, e até os requisitos concernentes à SXEOLFLGDGH�GR�DWR´� A regra, estabelecida no art. 22 da Lei n. 9.784/99, é o informalismo do ato administrativo. Entretanto, esse princípio não chega ao ponto de aplicar no direito administrativo o princípio do direito privado da liberdade de formas. Pelo contrário, aplica-se o princípio da solenidade, segundo o qual os atos administrativos devem observar os procedimentos de formação previstos na lei. Assim, o informalismo só se aplica se a forma ou o procedimento formal não estiverem expressamente previstos em lei. Interessante notar que a motivação pode ser feita por meio de declaração de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou propostas, que, nesse caso, serão parte integrante do ato (art. 50, §2º, da Lei nº 9.784/99). É a chamada motivação per relationem ou aliunde, na qual as razões para a prática do ato não constam no ato em si, mas em um documento a que o ato faz referência. Os atos administrativos deverão ser formalizados por escrito, independentemente de qualquer previsão específica. Contudo, essa regra não é absoluta, admitindo-se que esses atos, excepcionalmente, sejam praticados de outra maneira, desde que expressamente autorizados por lei. Exemplos: gestos realizados pelo guarda de trânsito; palavras da polícia de segurança; art. 60, parágrafo único, da Lei nº 8.666/93 (possibilidade de contrato administrativo verbal, atendidas as condições legais). Quanto ao vício na forma, vamos observar o que diz Marinela: 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita ³&RQVLGHUDQGR�TXH�D�IRUPD�GRV�DWRV�DGPLQLVWUDWLYRV�p�GHILQLGD�SRU�OHL��QmR� se admite que o administrador deixe de observá-la, sob pena de invalidação do ato por vício de legalidade. Todavia, a adequação dessa forma legal exige sempre uma carga de comedimento e razoabilidade por parte do intérprete, do aplicador da norma, para evitar exageros desnecessários. Em algumas circunstâncias, o defeito de forma representa mera irregularidade sanável, o que ocorre quando o vício não atinge qualquer esfera de direito, merecendo, nessa hipótese, a correção pelo instituto da convalidação, como acontece com o ato administrativo formalizado por portaria, quando deveria ser por ordem de serviço, segundo a exigência da OHL�´ c) Objeto (O) Em seguida, ainda com relação aos elementos do ato administrativos apresentados na Lei nº 4.717/65, destacamos o objeto. O objeto é o conteúdo material, o resultado prático, é o que o ato UHDOL]D��p�D�UHVSRVWD�jV�VHJXLQWHV�SHUJXQWDV��³2�TXr�p�R�DWR"´��³3DUD�TXr� VHUYH�R�DWR"´��2�REMHWR�GHYH ser lícito, certo e moral. O objeto é o ato em si mesmo considerado, representa o efeito jurídico imediato que o ato produz, o que este decide, certifica, opina, atesta. Esse elemento configura a alteração no mundo jurídico que o ato administrativo se propõe a processar. Exemplos: em uma licença para FRQVWUXLU��R�REMHWR�p�R�³SHUPLWLU�TXH�R�LQWHUHVVDGR�HGLILTXH�OHJLWLPDPHQWH� ± R�FRQFHGR�D�OLFHQoD´��QD�DSOLFDomR�GH�XPD�PXOWD��R�REMHWR�p�D�³DSOLFDomR� efetiva da penaliGDGH´�� HP� XPD� QRPHDomR�� R� REMHWR� p� R� ³DGPLWLU� R� indivíduo no serviço público ± DWULEXLU�XP�FDUJR�D�DOJXpP´� Objeto e conteúdo são utilizados pela maioria dos doutrinadores como expressões sinônimas. Segundo Marinela, o objeto pode ser dividido em: 02888395363 - danielle varelo teixeira b Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita a) objeto natural: é o efeito jurídico que o ato produz, sem necessidade de expressa menção, é uma consequência natural do ato; b) objeto acidental: é o efeito jurídico que o ato produz, em decorrência de cláusulas acessórias apostas ao ato pelo sujeito que o pratica, como, por exemplo, o termo, a condição ou um encargo. d) Finalidade (FI) Além do sujeito (ou competência), da forma e do objeto, a finalidade é outro elemento do ato administrativo. Assim como a forma, a finalidade pode ser analisada sob duas acepções (que já foram objeto de cobrança em concurso público): a) em sentido estrito, a finalidade é o resultado específico que o agente quer alcançar com a prática do ato, é o efeito que ele deseja produzir ao praticar o ato; é a finalidade específica, prevista pela lei, tendo em vista que, para cada propósito que a Administração pretende alcançar, existe um ato definido em lei. Exemplo: não é possível remover um servidor com a finalidade de puni-lo, ainda que se trate de autoridade competente para praticar tanto a remoção, quanto a punição; o vício decorre do descumprimento da finalidade específica da remoção que não é punir, mas sim acomodar deficiências e necessidades do serviço público. b) em sentido amplo: a finalidade se confunde com o interesse público, com o bem comum, qualquer que seja o resultado esperado pelo sujeito, a finalidade dele éa consecução do interesse público, representando o fim mediato do ato 02888395363 - danielle varelo teixeira 4 Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita administrativo (lembrando que o fim imediato é o objeto). Exemplo: na nomeação de um servidor, o objetivo é aumentar o quadro da Administração, buscando dar maior eficiência ao serviço. Portanto, se o ato administrativo perseguir interesses ilícitos ou contrários ao interesse coletivo, estará eivado de vício de finalidade, denominado desvio de finalidade, e deverá ser retirado do ordenamento jurídico. Se o agente se valeu de um ato para atender finalidade diversa da prevista no ordenamento, esse ato será inválido em razão do desvio de poder. Bandeira de Mello (2010, p. 407) observa que o desvio de poder pode se manifestar de duas formas: (a) o agente busca finalidade alheia ao interesse público; (b) o agente busca uma finalidade de interesse público, mas alheia à prevista para o ato que utilizou. O desvio de poder (vício na finalidade) e o excesso de poder (vício na competência) são espécies do gênero abuso de poder (Alexandrino, 2010, p. 440) Assim, temos o importante quadro ± SINAL DE ALERTA: e) Motivo (MO) O motivo é outro elemento do ato administrativo e pode ser definido como a causa imediata do ato administrativo, representando as razões que justificam a edição do ato; é a situação de fato (ocorrida no mundo empírico, ou seja, conjunto de circunstâncias fáticas que levam à prática Desvio de poder ± vício na finalidade Abuso de poder Excesso de poder ± vício na competência 02888395363 - danielle varelo teixeira 1 Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita do ato) e de direito (previsão legal ou o princípio) que determina a prática do ato (Alexandrino, 2010, p. 444). A análise da vinculação e da discricionariedade é de fundamental importância no estudo do motivo e do objeto do ato administrativo. Nas hipóteses de vinculação, a situação de fato já está delineada pela norma legal, nada mais cabendo ao agente a não ser praticar o ato, tão logo seja configurada. Ele atua como executor da lei, em virtude do princípio da legalidade. Exemplo: licença para exercer atividade profissional em todo o território nacional. Quando da discricionariedade, a lei não delineia a situação fática, mas transfere ao agente a verificação de sua ocorrência, atendendo a critérios de caráter administrativo ± conveniência e oportunidade ± vale dizer, é o agente que elege a situação fática ensejadora da vontade, permitindo, assim, maior liberdade para definição do motivo do ato, sem se afastar dos princípios administrativos. O autor do ato pode traçar as linhas que limitam o objeto de seu ato, mediante a avaliação do motivo declarado. Exemplo: autorização para funcionamento de um circo em praça pública. Exemplos: remoção de um servidor público que pode ter como motivo a ausência de trabalho suficiente no local em que está lotado; dissolução de uma passeata tumultuosa que tem como motivo a perturbação da ordem pública ± o tumulto; interdição de uma fábrica poluente que tem como motivo a existência real de poluição da atmosfera causada por essa empresa. Segundo Marinela, para a legalidade do motivo e, por conseguinte, validade do ato administrativo, exige-se: a) materialidade do ato, isto é, o motivo em função do qual foi praticado o ato deve ser verdadeiro e compatível com a realidade fática apresentada pelo administrador. b) correspondência do motivo existente que embasou o ato com o motivo previsto na lei. 02888395363 - danielle varelo teixeira 9 Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita c) congruência entre o motivo existente e declarado no momento da realização do ato e o resultado prático desse ato, que consiste na soma do objeto com a finalidade do ato. É possível concluir que o motivo será ilegal e o ato administrativo será inválido quando o fato alegado não for verdadeiro, isto é, o motivo não existir; quando não existir compatibilidade entre o motivo declarado no ato e a previsão legal; quando inexistir congruência entre o motivo e o resultado do ato e, por fim, quando o motivo depender de um critério subjetivo de valoração do administrador e este extrapolar os limites legais, vale dizer, não for razoável e proporcional. CUIDADO PARA NÃO CONFUNDIR FINALIDADE COM MOTIVO NEM COM OBJETO!!! O motivo do ato administrativo é composto pelas razões de fato e de direito, que levam à prática do ato, portanto é uma ocorrência que antecede ao próprio ato. De outro lado, a finalidade sucede à prática do mesmo, porque corresponde a algo que a Administração quer alcançar com a edição do ato. Por fim, o objeto consiste no resultado da prática do ato, o que ele faz em si mesmo. Motivo Finalidade objeto Razões de fato e de direito, que levam à prática do ato Resultado específico (o efeito) que o agente quer alcançar com a prática do ato O que o ato faz no mundo exterior. A soma do objeto com a finalidade compõe o resultado do ato administrativo. Ambos são vetores desse resultado, que é composto pelo seu fim mediato ± a finalidade ± que é sempre o interesse público, 02888395363 - danielle varelo teixeira 3 Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita aspecto invariável do ato, e pelo seu fim imediato ± o objeto ± que é variável, conforme o resultado prático buscado pelo agente. Exemplos trazidos por Marinela: na hipótese da dissolução de uma passeata tumultuosa, tem-se o motivo que é o tumulto, o objeto que é a dissolução propriamente dita e a finalidade que é a proteção da ordem pública; na hipótese de interdição da fábrica poluidora da atmosfera, o motivo é a efetiva poluição com o prejuízo para o ar atmosférico, o objeto é o fechamento da empresa e a finalidade é a proteção da salubridade pública. Em resumo, diante de certa situação de fato ou de direito (motivo), a autoridade pratica certo ato (objeto ± efeito jurídico imediato) para alcançar determinado resultado (finalidade ± efeito jurídico mediato). Nesse tema, quatro pontos são relevantes para concursos públicos: (I) diferenciar conceitualmente motivo, móvel e motivação; (II) possível motivação posterior do ato administrativo, em hipóteses excepcionais; (III) o fundamento da motivação dos atos administrativos; e (IV) a teoria dos motivos determinantes. (I) A diferenciação conceitual mais exata entre motivo, móvel, motivação é dada por Bandeira de Mello (2010, p. 399). Ele observa que motivo se distingue de móvelporque este designa a representação subjetiva, psicológica, interna; a intenção do agente ao praticar o ato. O motivo decorre da situação objetiva, real, empírica, ou seja, ocorrida no mundo dos fatos e externa ao agente. O mesmo autor ensina também que o motivo não se confunde com a motivação, pois esta é a justificativa formalizada pelo agente para a prática do ato e decorre do princípio da transparência. O motivo é o fato e o fundamento jurídico que justificam a prática do ato, enquanto a motivação tem um enfoque mais 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita amplo. A motivação é a justificativa da edição do ato. Ela exige da Administração o dever de justificar seus atos, de expor as razões do ato para o mundo exterior, apontando-lhes os fundamentos de direito e de fato, assim como a correlação lógica entre esses fatos ocorridos e o ato praticado, demonstrando a compatibilidade da conduta com a lei. Enfim, exige um raciocínio lógico entre o motivo, o resultado do ato e a lei. temos o seguinte quadro conceitual: Motivo Causa imediata dos atos administrativos ocorrida no mundo dos fatos. Móvel Intenção do agente ao praticar o ato. Motivação Justificativa formalizada pelo agente para a prática do ato. (II) Para o entendimento majoritário da doutrina e da jurisprudência, o que se registra adequado ao atual contexto legal, a motivação é obrigatória em praticamente todos os atos administrativos, ou seja, não é necessária a motivação em todos os atos administrativos. Nas hipóteses em que a motivação é obrigatória, é imprescindível que ela seja prévia ou contemporânea à prática do ato. A motivação posterior à prática do ato só é admitida em hipóteses excepcionais, conforme reconhecido pelo Superior Tribunal de Justiça no seguinte julgado divulgado no Informativo STJ nº 529: O vício consistente na falta de motivação de portaria de remoção ex officio de servidor público pode ser convalidado, de forma excepcional, mediante a exposição, em momento posterior, dos motivos idôneos e preexistentes que foram a razão determinante para a prática do ato, ainda que estes tenham sido apresentados apenas nas informações prestadas pela autoridade coatora em mandado de segurança impetrado pelo servidor removido. De fato, a remoção de servidor público por interesse da Administração Pública deve ser motivada, sob pena de nulidade. Entretanto, consoante entendimento doutrinário, nos casos em que a lei não exija motivação, não se pode descartar alguma hipótese excepcional em que seja possível à Administração demonstrar de maneira inquestionável que: o motivo extemporaneamente 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita alegado preexistia; que era idôneo para justificar o ato; e que o motivo foi a razão determinante da prática do ato. Se esses três fatores concorrem, há de se entender que o ato se convalida com a motivação ulterior. Precedentes citados: REsp 1.331.224-MG, Segunda Turma, DJe 26/2/13; MS 11.862-DF, Primeira Seção, DJe 25/5/09. AgRg no RMS 40.427-DF, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 3/9/2013. Concluindo, para os atos administrativos em que a motivação é obrigatória e esta não for realizada, o ato será ilegal e deve ser retirado do ordenamento jurídico, ocorrendo o mesmo quando a motivação é apresentada após a prática do ato. De outro lado, para as hipóteses em que a motivação é facultativa (porém aconselhável), a sua ausência não prejudica a validade do ato, podendo ser apresentada posteriormente. (III) O fundamento da motivação dos atos administrativos é tema que pode auxiliar o aluno no momento de julgar itens de alta complexidade. Por isso, é de fundamental importância que o aluno absorva esse ponto da matéria. Para isso, partimos do voto do Ministro Ricardo Lewandowski, do STF, no julgamento do RE 589998. Ao analisar a necessidade de se motivar o ato administrativo que demite empregado de empresa pública, afirmou o Ministro que a obrigação de motivar os atos decorreria, ³HVSHFLalmente, do fato de os agentes estatais lidarem com a res publica, tendo em vista o capital das empresas estatais ² integral, majoritária ou mesmo parcialmente ² pertencer ao Estado, isto é, a todos os cidadãos. Esse dever, ademais, estaria ligado à própria ideia de Estado Democrático de Direito, no qual a legitimidade de todas as decisões administrativas tem como pressuposto a possibilidade de que seus destinatários as compreendam e o de que possam, caso queiram, contestá-las. No regime político que essa forma de Estado consubstancia, seria preciso 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita demonstrar não apenas que a Administração, ao agir, visou ao interesse S~EOLFR��PDV�WDPEpP�TXH�DJLX� OHJDO�H� LPSDUFLDOPHQWH´��WH[WR�H[WUDtGR� do Informativo STF nº 576 ± o julgamento ainda não foi concluído em razão do pedido de vista do Ministro Joaquim Barbosa). Por fim, com relação ao elemento motivo do ato administrativo, pedimos, mais uma vez, que o aluno ligue o SINAL DE ALERTA!, pois passamos a tratar da teoria dos motivos determinantes. (IV) A teoria dos motivos determinantes dispõe que a validade do ato se vincula aos motivos ± fáticos e legais ± indicados como seu fundamento. Os motivos enunciados pelo agente aderem ao ato e a sua ocorrência deve ser provada e deve ser suficiente para justificá-lo. Caso os motivos sejam inexistentes ou falsos, o ato será inválido. Esse é o entendimento que se extrai do ROMS 29774, julgado pela 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, e do MS 11741, julgado pela 1ª Seção da mesma Corte. Seja o ato discricionário ou vinculado, o motivo declarado vincula o ato para todos os efeitos jurídicos. A partir daí, os órgãos de controle internos e externos podem avaliar a legitimidade do ato também com relação aos motivos que ensejaram a sua prática, mesmo que desnecessária a expressa declaração do motivo. Havendo desconformidade entre os motivos determinantes e a realidade, o ato pode ser retirado do ordenamento. Foi isso que ocorreu no ROMS 29774, acima indicado. O STJ declarou nulo o ato da administração de reduzir unilateralmente o valor pago às escolas que realizam cursos para a obtenção da CNH em percentual muito superior ao verificado como necessário pelo estudo técnico da própria 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita administração. Esse estudo foi, justamente, o utilizado pelaadministração como motivação para a redução do valor do contrato com as escolas. O administrador pode praticar o ato administrativo sem declarar o motivo nas hipóteses em que este não for exigido. Porém, se ainda assim decidir declará-lo, o administrador fica vinculado às razões de fato e de direito que o levaram à prática do ato. Exemplos: 1 - se um determinado administrador decide exonerar um servidor ocupante de cargo em comissão, alegando como motivo a necessidade de redução de despesas com folha de pagamento, cumprindo regra para racionalização da máquina administrativa, prevista no art. 169 da CF, ele não poderá nomear outra pessoa para o mesmo cargo, em decorrência da teoria dos motivos determinantes, que exige a veracidade e o cumprimento do motivo alegado; 2 - determinado governador de um Estado tem uma filha que está namorando um rapaz, servidor público estadual, que não é de seu agrado, fazendo com que ele decida removê-lo para uma cidade bem distante, alegando necessidades do serviço, quando, na verdade, o administrador deseja prejudicar o relacionamento. Importante lembrar que há uma situação excepcional em que se admite a possibilidade de mudança do motivo alegado, quando ficarem mantidas as razões de interesse público. Isso ocorre no caso da desapropriação. Se, por exemplo, o Estado resolve desapropria um terreno para a construção de uma escola, declara essa razão no decreto expropriatório e, posteriormente, decide construir um hospital no local. No caso, o motivo se alterou, mas se mantiveram as razões de interesse público. Houve o que a doutrina e a jurisrprudência chama de tredestinação lícita, não representando violação à teoria dos motivos determinantes. 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Veja um julgado sobre a tredestinação lícita, divulgado no Informativo 331 do STJ: DESAPROPRIAÇÃO. TREDESTINAÇÃO LÍCITA.Cuida-se de recurso interposto contra acórdão do TJ-SP que entendeu não haver desvio de finalidade se o órgão expropriante dá outra destinação de interesse público ao imóvel expropriado. Para a Min. Relatora não há falar em retrocessão se ao bem expropriado for dada destinação que atende ao interesse público, ainda que diversa da inicialmente prevista no decreto expropriatório. A Min. Relatora aduziu que a esse tipo de situação a doutrina vem dando o nome de ³WUHGHVWLQDomR� OtFLWD´ - aquela que ocorre quando, persistindo o interesse público, o expropriante dispensa ao bem desapropriado destino diverso do que planejara no início. Assim, tendo em vista a manutenção da finalidade pública pecualiar às desapropriações, a Turma negou provimento ao recurso. Precedentes citados: REsp 710.065-SP, DJ 6/6/2005, e REsp 800.108-SP, DJ 20/3/2006. REsp 968.414-SP, Rel. Min. Denise Arruda, julgado em 11/9/2007. Por fim, com relação ao conceito de procedimento administrativo, mais uma vez invocamos a lição de Di Pietro. A professora ensina (2009, 197) que determinados atos são preparatórios de um ato principal, mesmo assim, esses atos são considerados atos administrativos, pois integram um procedimento ou fazem parte de um ato complexo. Assim, procedimento administrativo seria o rito legal a ser percorrido pela Administração para a obtenção de efeitos regulares de um ato administrativo principal. Importante deixar claro que adotamos os elementos do ato administrativo segundo a definição legal (Lei nº 4.717/65) e a lição da maioria da doutrina do direito administrativo (Di Pietro, José dos Santos Carvalho Filho, Vicente Paulo etc.). Não ignoramos a lição de Bandeira de Mello de que há outros elementos do ato administrativo, quais sejam: conteúdo (para o autor, o conteúdo é o próprio ato, se diferenciando do objeto, porque este seria sobre o que trata o ato), causa (relação entre o motivo ± fato ± e o conteúdo do ato sob o enfoque da finalidade conferida pela lei), requisitos 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita procedimentais (percurso percorrido pelo ato até a sua edição), formalização (modo específico pelo qual o ato administrativo deve ser externado) e pertinência à função administrativa (só é ato administrativo aquele que seja afeto às atividades administrativas). Não abordaremos profundamente a lição desse doutrinador, pois ele representa posição isolada no direito administrativo nesse ponto. 1) 6~PXOD�Q�����GR�67)��³3UDWLFDGR�R�DWR�SRU�DXWRULGDGH��QR� exercício de competência delegada, contra ela cabe o mandado de VHJXUDQoD�RX�D�PHGLGD�MXGLFLDO´. 2) ³������ ��� 6HJXQGR� D� 7HRULD� GRV�0RWLYRV�'HWHUPLQDQWHV�� HP� havendo motivo para a edição do ato exoneratório, fica o Administrador vinculado ao motivo, cuja existência e validade podem ser submetidas à DSUHFLDomR� GR� 3RGHU� -XGLFLiULR�� �����´� �506�������� �������������-6), STJ ± Sexta Turma, Rel.ª Min.ª Maria Thereza de Assis Moura, DJe: 21.03.2012). 3) ³��������2V�DWRV�GLVFULFLRQiULRV�GD�$GPLQLVWUDomR�3~EOLFD�HVWmR� sujeitos ao controle pelo Judiciário quanto à legalidade formal e substancial, cabendo observar que os motivos embasadores dos atos administrativos vinculam a Administração, conferindo-lhes legitimidade e YDOLGDGH�� ��� µ&RQVRDQWH� D� WHRULD� GRV� PRWLYRV� GHWHUPLQDQWHV�� R� administrador vincula-se aos motivos elencados para a prática do ato administrativo. Nesse contexto, há vício de legalidade não apenas quando inexistentes ou inverídicos os motivos suscitados pela administração, mas também quando verificada a falta de congruência entre as razões H[SOLFLWDGDV�QR�DWR�H�R�UHVXOWDGR�QHOH�FRQWLGR¶��06��������')��5HO��0LQ�� Castro Meira, Primeira Seção, julg: 26.10.2011, DJe: 14.11.2011). 3. No caso em apreço, se o ato administrativo de avaliação de desempenho confeccionado apresenta incongruência entre parâmetros e critérios estabelecidos e seus motivos determinantes, a atuação jurisdicional 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita acaba por não invadir a seara do mérito administrativo, porquanto limita- se a extirpar ato eivado de ilegalidade. 4. A ilegalidade ou inconstitucionalidade dos atos administrativos podem e devem ser apreciados pelo Poder Judiciário, de modo a evitar que a descricionariedade transfigure-se em arbitrariedade, conduta ilegítima e suscetível de controle de legalidade. 5. µAssim como ao Judiciário compete fulminar todo o comportamento ilegítimo da Administração que apareça como frontal violação da ordem jurídica, compete-lhe, igualmente, fulminar qualquer comportamento administrativo que, a pretexto de exercer apreciação ou decisão discricionária, ultrapassar as fronteiras dela, isto é, desbordar dos limites de liberdade que lhe assistiam, violando, por tal modo, os ditames normativos que assinalam os confins da liberdadediscricionária¶ (Celso Antônio Bandeira de Mello, in Curso de Direito Administrativo, Editora Malheiros, 15ª edição). (...) (AgRg no REsp 1.280.729/RJ, STJ ± Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins, julg: 10.04.2012, DJe: 19.04.2012). 4) ³������ ��� (P� XP� DWR� DGPLnistrativo discricionário, A Administração Pública possui uma certa margem de liberdade para escolher os motivos ou a postura a ser adotada. Todavia, onde houver a necessidade de motivação, não poderá a administração deixar de explicitar quais foram as razões que lhe conduziram a praticar o ato. 4. A necessidade de motivação ocorre em benefício dos destinatários do ato administrativo, em respeito não apenas ao princípio da publicidade e ao direito à informação, mas também para possibilitar que os administrados verifiquem se tais motivos realmente existem. Não é outra a ratio essendi da teoria dos motivos determinantes. (...) (AgRg-AG-REsp. 94.480, STJ ± Segunda Turma, Rel. Min. Humberto Martins, DJe: 19.04.2012). Creio que, até o momento, podemos acertar cerca de 20% (vinte por cento) das questões relativas a ato administrativo nos concursos. Isso não é o bastante para a aprovação num certame. Por isso, vamos em frente! 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 12. (CESPE ± 2015 ± MPU - Técnico do MPU - Segurança Institucional e Transporte) O servidor responsável pela segurança da portaria de um órgão público desentendeu-se com a autoridade superior desse órgão. Para se vingar do servidor, a autoridade determinou que, a partir daquele dia, ele anotasse os dados completos de todas as pessoas que entrassem e saíssem do imóvel. Com referência a essa situação hipotética, julgue o item que se segue. Na situação apresentada, a ordem exarada pela autoridade superior é ilícita, por vício de finalidade. Ocorre o abuso de poder na modalidade DESVIO. O agente tem poder para tal, porém o faz com finalidade diversa. Gabarito ± Certo. 13. (CESPE ± 2015 -DPE-PE - Defensor Público) Julgue o item que se segue, a respeito de atos administrativos. Em obediência ao princípio da solenidade das formas, o ato administrativo deve ser escrito, registrado e publicado, não se admitindo no direito público o silêncio como forma de manifestação de vontade da administração. Pessoal, o silêncio da administração pública só pode ser ato administrativo se na lei houver previsão legal. Simples assim! Gabarito ± Errado. 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 14. (CESPE ± 2009 - TRF 5ª Região - Juiz Federal Substituto) Analise a seguinte situação hipotética: Pedro, autoridade superior, delegou determinada competência a Alfredo com o propósito de descentralizar a prestação do serviço público e assegurar maior rapidez nas decisões, uma vez que Alfredo tem um contato mais direto com o objeto da delegação. Nessa situação, Alfredo somente pode subdelegar a competência se Pedro deixou essa autorização consignada de forma expressa no ato de delegação. O art. 11 GR�'/��������GLVS}H�TXH� ³D�GHOHJDomR�GH�FRPSHWrQFLD� será utilizada como instrumento de descentralização administrativa, com o objetivo de assegurar maior rapidez e objetividade às decisões, situando-DV�QD�SUR[LPLGDGH�GRV�IDWRV��SHVVRDV�RX�SUREOHPDV�D�DWHQGHU´�� Ocorre que, o Decreto nº 83.937/79, que regulamenta o dispositivo, DILUPD��HP�VHX�DUW����TXH�³o ato de delegar pressupõe a autoridade para subdelegar, ficando revogadas as disposições em contrário constantes de decretos, regulamentos ou atos normativos em vigor no kPELWR�GD�$GPLQLVWUDomR�'LUHWD�H�,QGLUHWD´� Assim o item está errado. 15. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário - Taquigrafia - Específicos) Nem todo ato administrativo necessita ser motivado. No entanto, nesses casos, a explicitação do motivo que fundamentou o ato passa a integrar a própria validade do ato administrativo como um todo. Assim, se esse motivo se revelar inválido ou inexistente, o próprio ato administrativo será igualmente nulo, de acordo com a teoria dos motivos determinantes. A teoria dos motivos determinantes de aplica tanto aos atos vinculados quanto aos discricionários. De acordo com Hely Lopes Meirelles o ato discricionário confere ao administrador uma margem de liberdade para fazer um juízo de conveniência e oportunidade, não sendo obrigatória a motivação. No entanto, se houver tal fundamentação, o ato 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 34 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita deverá condicionar-se a esta, em razão da necessidade de observância da Teoria dos Motivos Determinantes. Resposta: certo. 16. (CESPE - 2013 - TJ-RR - Titular de Serviços de Notas e de Registros) A competência, irrenunciável, pode ser delegada a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não sejam hierarquicamente subordinados ao órgão originalmente competente, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. Observem que essa questão caiu para Titular de Serviços de Notas e de Registros e que vocês tem pleno conhecimento para responder. É um boa questão, pois tem um peguinha interessante. Não confundam a FDUDFWHUtVWLFD� ³LUUHQXQFLiYHO´� FRP� ³H[FOXVLYD´�� (X� H[SOLFR�� Todas as competências administrativas são irrenunciáveis. O agente não pode simplesmente abrir mão delas. Acontece que algumas competências são delegáveis, enquanto outras jamais poderão ser delegadas, ou seja, são exclusivas (ex: decisão de recurso e elaboração de ato normativo). Se alguém pensou em marcar a questão como errada por conta do WHUPR� ³LUUHQXQFLiYHO´�� GHYH� OHPEUDU� TXH� HVVD� p� XPD� FDUDFWHUtVWLFD� GH� todos os atos. Portanto, a resposta está correta. 17. (CESPE/2011 ± PC/ES ± Perito Papiloscópico) O poder legal conferido ao agente público para o desempenho específico das atribuições de seu cargo constitui um requisito do ato administrativo, ou seja, o requisito da competência. 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 35 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita A competência é de fato o requisito ou elemento do ato administrativo que se traduz no poder legal conferido ao agente público para o desempenho específico das atribuições de seu cargo. Gabarito: Certo. 18. (CESPE - 2011 - TCU - Auditor Federal de Controle Externo) A decisão de recurso administrativo pode ser objeto de delegação. Abra o olho! Você não pode errar esse tipo de questão destacada em aula! A Lei nº 9.784/99, queregula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, proíbe a delegação da competência: (d) de editar atos normativos; (e) de decidir recursos administrativos; e (f) das matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade. Gabarito: Errado 19. (CESPE - 2012 ± DPE/RO ± Defensor Público) A competência, um dos elementos do ato administrativo, é irrenunciável, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos; entre as hipóteses cabíveis de delegação inclui-se a edição de decretos normativos. É verdade que a competência é um dos elementos ou requisitos do ato administrativo, sendo irrenunciável, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. No entanto, a Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, proíbe a delegação da competência de editar atos normativos. Gabarito: Errado. 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 36 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 20. (CESPE - 2011 - TJ-ES - Analista Judiciário) A delegação da competência para a realização de um ato administrativo configura a renúncia da competência do agente delegante. Como disse em aula, a delegação é um instrumento de descentralização administrativa (art. 11 do Decreto-lei nº 200/67) e não importa em transferência de competência, tanto é que a autoridade delegante pode avocar a competência delegada a qualquer momento (art. 2º, parágrafo único, do Decreto nº 83.937/79). Gabarito: Errado. 21. (CESPE - 2010 ± MPS ± Agente Administrativo) A competência é delegável, mas não é passível de avocação. De acordo com o art. 11, da Lei nº 9.784/99, a competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos. Portanto, é possível tanto a delegação quanto a avocação de competência. Gabarito: Errado. 22. (CESPE - 2013 - TCE-RO - Agente Administrativo) A motivação de um ato administrativo é o pressuposto fático e jurídico que enseja a prática do ato. O motivo de um ato administrativo é a exposição escrita da razão que determinou a prática do ato. Motivo Causa imediata dos atos administrativos ocorrida no mundo dos fatos. Motivação Justificativa formalizada pelo agente para a prática do ato. 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 37 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Gabarito: Errado. 23. (CESPE - 2012 ± TJ/AC ± Juiz) O motivo, como pressuposto de fato que antecede a prática do ato administrativo, será sempre vinculado, não havendo, quanto a esse aspecto, margem a apreciações subjetivas por parte da administração. O motivo pode ser expresso em lei ou a lei pode dar margem para escolha (decisão). Portanto, o motivo pode ser um elemento vinculado ou discricionário. Gabarito: Errado 24. (CESPE - 2013 - MJ - Analista Técnico) O motivo do ato administrativo não se confunde com a motivação estabelecida pela autoridade administrativa. A motivação é a exposição dos motivos e integra a formalização do ato. O motivo é a situação subjetiva e psicológica que corresponde à vontade do agente público. Como vimos, o motivo se distingue de móvel porque este designa a representação subjetiva, a intenção do agente ao praticar o ato. O motivo decorre da situação ocorrida no mundo dos fatos. Gabarito: Errado. 25. (CESPE - 2010 ± INSS ± Perito Médico Previdenciário) A alteração da finalidade do ato administrativo expressa na norma legal ou implícita no ordenamento da administração caracteriza o desvio de poder. Caracteriza o desvio de finalidade ou de poder a alteração da finalidade expressa ou implicitamente imposta no ordenamento legal. Gabarito: Certo. 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 38 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita 26. (AFCE ± TI ± CESPE/2010) Sempre que a lei expressamente exigir determinada forma para que um ato administrativo seja considerado válido, a inobservância dessa exigência acarretará a nulidade do ato. A forma é considerada elemento vinculado, ou seja, a forma é prescrita ou não vedada em lei. No entanto, quando a lei não a exigir como essencial, mesmo tendo sido adotada outra forma, o ato não será considerado nulo. Por outro lado, sempre que a lei expressamente a exigir, a inobservância acarretará a nulidade do ato. Gabarito: Certo. 27. (CESPE - 2014 - PGE-BA - Procurador) No que se refere aos atos administrativos, julgue os itens subsequentes. O ato de exoneração do ocupante de cargo em comissão deve ser fundamentado, sob pena de invalidade por violação do elemento obrigatório a todo ato administrativo: o motivo. Cargo em comissão é de livre nomeação e exoneração, ou seja, não precisa de motivo para destituir o cargo. Gabarito: Errado 28. (CESPE - 2014 - CADE - Nível Médio) Acerca de organização administrativa e ato administrativo, julgue o item a seguir. Considere que, após a realização de uma correição, tenha sido detectado vício de finalidade em ato administrativo editado pelo diretor de departamento de uma agência reguladora, situação que foi, então, comunicada ao presidente da entidade. Nessa situação, tendo avocado para si a competência, o presidente poderá convalidar o referido ato administrativo. 02888395363 - danielle varelo teixeira Administração Pública p/ IBAMA ʹAnalista Ambiental. Teoria e exercícios comentados Prof. Daniel Mesquita ʹ Aula 02 Prof. Daniel Mesquita www.estrategiaconcursos.com.br 39 de 177 Twitter: danielmqt danielmesquita@estrategiaconcursos.com.br Facebook: Daniel Mesquita Pessoal, a convalidação só atinge os vícios sanáveis de Forma e Competência. Vício de Finalidade o ato é anulado. Gabarito: Errado. 29. (CESPE - 2014 - PGE-BA - Procurador) No que se refere aos atos administrativos, julgue os itens subsequentes. Incorre em vício de forma a edição, pelo chefe do Executivo, de portaria por meio da qual se declare de utilidade pública um imóvel, para fins de desapropriação, quando a lei exigir decreto. Considera-se vício de forma a ilegalidade na forma do ato administrativo ocorre quando a forma prevista em lei não for observada. Gabarito: Correto. 2.3 Atributos (ou características) do ato administrativo. Os atos administrativos, como manifestação do Poder Público, possuem atributos que os diferenciam dos atos privados e lhes conferem características peculiares. Para a maioria da doutrina, os atributos são a presunção de legitimidade ou de veracidade, a autoexecutoriedade e a imperatividade, embora alguns doutrinadores incluam um quarto atributo, a tipicidade. O primeiro ponto que costuma cair em concurso relativo
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