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Resumo – Melanie Klein 1º Bimestre de Desdobramento da Teoria Psicanalítica A estrutura psíquica, segundo Melanie Klein é concebida como um sistema de objetos internos produzidos por relações objetais e fantasias do inconsciente. O método utilizado para compreender como ocorrem as relações objetais e as fantasias foram através das brincadeiras. Diferente de Freud, afirmava que o Ego pré-existe no ser humano, de um modo primitivo (arcaico) onde estabelece contato com o mundo externo ao mesmo tempo em que vivencia suas experiências corporais. Já o mundo interno é o lugar (ou espaço psíquico) onde estão inseridos as pulsões, os instintos e os objetos das relações. MUNDO EXTERNO -> EXPERIÊNCIAS CORPORAIS MUNDO INTERNO -> LOCAL DE APROPRIAÇÕES DOS OBJETOS, INSTINTOS E PULSÕES Melanie Klein estabelece 3 princípios psicanalíticos: O primeiro é a existência de um mundo interno onde estão depositadas as pulsões de vida e morte, os instintos agressivos e de autopreservação e os objetos introjetados durante as experiências corporais vivenciadas pela criança nos seus primeiros meses de vida. Neste período onde o EGO já se estabelece enquanto uma realidade mesmo que fragmentada, a criança passa a relacionar-se com o seio da mãe enquanto um objeto primeiro no qual irá aliviar suas tensões e angústias, ao mesmo tempo em que passa a ser um objeto onde a criança deposita sua agressão ao mundo externo, concebendo a ideia de objeto bom e objeto mal (persecutório). O objeto é bom enquanto amamenta, aplacando a fome (instinto primitivo e ansiedade). O objeto é mal quando este não amamenta a criança no momento em que deseja. Como é impossível satisfazer a todos os desejos da criança, invariavelmente ela possui os dois registros desse seio, um bom e um mau. O segundo princípio é o sentimento de AMOR e ÓDIO que as crianças sentem logo ao nascer. Uma vez que a imago do seio da mãe é introjetado e percebido enquanto um objeto bom e um objeto mal, irá influenciar na fantasia da criança, no caso do objeto mal, ou seja, o seio que se ausenta mediante as necessidades primárias da criança, o mesmo irá se vingar desta criança através do ódio e destruí-la. Essa dinâmica é chamada de ANSIEDADE PERSECUTÓRIA. Porém, o EGO ainda fragmentado e não constituído produzem mecanismos que irão proteger essa criança de suas próprias fantasias criadas pela introjeção do objeto, esses mecanismos são chamados de POSIÇÃO ESQUIZOPARANOIDE. A partir do momento em que a criança ‘percebe’ que o ódio pelo objeto mal e o amor pelo objeto bom são dois registros de uma única pessoa, passa a também ter medo de perder o objeto bom, uma vez que o ódio e a voracidade investida no objeto mal poderiam tê-lo exterminado (o objeto). Esse medo em perder o objeto bom que o sustenta e o satisfaz é chamado de ANSIEDADE DEPRESSIVA, assim como do ego emergem mecanismos que o defendem na posição esquizoparanoide assim também o será no que Klein definiu como POSIÇÃO DEPRESSIVA. Tanto a Posição Esquizoparanoide quanto a Posição Depressiva são fundamentais no pensamento Kleiniano, Em terceiro, uma vez que todo o psiquismo funcionam a partir dessas duas posições. O que diferencia do pensamento de Freud, neste contexto, é que o conceito de POSIÇÃO irão “substituir” o que Freud chamou de Fase Oral, Fase Anal, Fase Fálica e Fase Lantente e Fase Genital. Os mecanismos de defesas na posição Esquizoparanoide: Negação: nega a ameaça do objeto persecutório; Idealização: o peito idealizado salva o ego do aniquilamento; Onipotência: cria um universo idealizado e corta ligações coma realidade exterior; Abafamento das emoções: para tentar controlar os objetos maus perde-se o contato com as emoções surgidas da angústia; Identificação projetiva: o objeto projeta conteúdos para tentar manter o objeto bom e destruir o mau; Identificação introjetiva: o bebê introjeta o seio idealizado; Negação mágica onipotente: Quando a perseguição é muito intensa para ser suportada, ela pode ser completamente negada. Essa negação mágica se baseia numa fantasia de total aniquilação dos perseguidores. Mecanismos de defesa na Posição Depressiva: Os processos de Introjeção se intensificam: A criança vê a mãe como um ser independente e tenta possuí-la e conservá-la dentro de si. Mecanismo de defesa de Reparação: - Atender e se preocupar com o estado do objeto (interno e externo). Inicia a aceitação de responsabilidade por toda a destrutividade que está ligada ao viver. Defesas Maníacas: Consiste em aniquilar os perseguidores e de lidar com sentimentos recentemente vivenciados de culpa e de desespero devido aos ataques ao objeto amado. Apesar de suas variedades, as defesas maníacas visam controlar e dominar o mundo externo e interno, ainda que a existência deste, é depreciada e negada. Defesa Obsessiva: Tentativa depressiva de dar conta das questões que angustiam o ego, utilizando de critério racional para resolver a síntese entre bom e mau, a partir de um mito criado pela mente, tido como verdade. Melanie Klein também desenvolveu o conceito COMPLEXO DE ÉDIPO PRECOCE, este seria um estágio primitivo marcado pela ambivalência dos sentimentos entre a criança e o objeto sexual. Para Melanie Klein tanto o pai quanto a mão são desejados e são odiados e não há um ataque direto a apenas um deles, o que difere do complexo de Édipo definido por Freud. Aqui há a eclosão de um superego precoce onde o sentimento de culpa é introjetado devido a introjeção de ambos objetos de desejos edipianos. A CASTRAÇÃO definida por Melanie Klein neste contexto de Edipismo Precoce são intensificações das frustrações já definidas por Freud. Porém neste caso o corpo da mãe é visto como palco de todos os processos e desenvolvimentos sexuais. A fase de feminilidade envolve um desejo frustrado por parte dos meninos por não possuírem o órgão especial. Tendências de roubar, destruir, estão ligadas aos órgãos de fecundação e seios. O menino teme ser punido, mutilado (castrado) por causa desse desejo. O desejo de ter um filho + impulso epistemofilico permite ao menino deslocar para o plano intelectual. Assim, a desvantagem é ocultada e supercompensada pela superioridade de ter um pênis. Agressividade excessiva também está relacionada a esta fase de feminilidade no menino. A luta prolongada entre as posições pré-genital e genital da libido. O auge caracteriza o conflito edipiano. - Desenvolvimento do complexo de édipo nas meninas: Objetivo oral e receptivo dos órgãos genitais exerce uma influencia determinante sobre a escolha do pai como objeto amoroso. Por consequência do desmame e privações anais a menina se afasta da mãe. As tendências genitais passam a operar e o desenvolvimento genital se completa com o deslocamento da libido da zona oral para a genital. O caráter receptivo do órgão e a inveja e ódio da mãe fazem com que a menina se volte para o pai no período inicial de manifestação dos impulsos edipianos. A menina sente falta do pênis e KratsPsique.com Fonte: Introdução a obra de Melanie Klein – Hanna Segal. Aulas de Psicanálise – Profa. Kátia Pavani. Página 7 odeia a mãe por isso, mas o sentimento de culpa faz com que aceite a punição. O complexo de castração nas meninas é vivido com frustração e amargura. O ódio e a rivalidade com a mãe faz com que a identificação com o pai seja abandonada e este volte a ser seu objeto de amor. Enquanto o menino possui o pênis, a menina possui o desejo insaciável de ser mãe, existe também a fantasia do útero danificado, que são tendências destrutivas dirigidas ao corpo da mãe. A ansiedade da menina quanto a sua feminilidade é análoga ao medo de castração do menino, pois ela ajuda a refrear os impulsos edipianos. A ansiedade no menino é mais aguda e na menina é crônica.
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