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ED Flaviviridae - 2015.1

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CAMPUS II – CCA – AREIA, PB
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
DISCIPLINA: MICROBIOLOGIA VETERINÁRIA
PROFESSOR: DANILO TANCLER STIPP
ESTUDO DIRIGIDO (Flaviviridae)
A família Flaviviridae é causadora de enfermidades de notificação obrigatória, como por exemplo, o vírus da peste suína clássica e da Diarréia viral bovina (BVDV) de importância na medicina veterinária. Já na saúde pública, é causadora da hepatite C, dengue e febre amarela, onde esta última também terá sua importância em se tratando de animais selvagens. Sobre alguns aspectos relacionados à essa família, discorra sobre:
Características gerais (morfológicas): São vírus esféricos, tendendo a ser hexagonal devido à proximidade com o nucleocapsídeo, de tamanho variando entre 40-60 nm, envelopados possuindo em sua membrana de 2 a 3 glicoproteínas (E1, E2 e nos pestivirus a Ems).
Genoma: ssRNA+ linear, que confere à essa família viral a característica de alta variabilidade genética, mutação, ou seja, esses vírus RNA não tem um sistema de verificação das partículas virais produzidas, podendo assim haver um erro durante o processo de replicação, que não será corrigido.
Resistência: Por serem vírus envelopados, são altamente sensíveis ao ambiente quando isoladamente (pois haverá desnaturação das proteínas do envelope). São sensíveis também a solventes orgânicos, porém “resistentes” ao ambiente quando presentes em matéria orgânica (fezes, secreções), ou sejam, permanecem por mais tempo assim, também graças ao auxílio de vetores artrópodes, que irão fazer a manutenção da partícula viral.
Desde a entrada na célula até a saída, o vírus da família Flaviviridae apresenta características específicas para cada etapa no processo de replicação. Cite as particularidades encontradas em cada um desses processos e o local onde são realizados:
Adesão ou Adsorção: Graças às proteínas estruturais, presentes na membrana do envelope do vírus que irão se ligar as proteínas de membrana da célula a ser infectada. Mais especificamente a proteína E2, que possui uma maior projeção na célula para ligar-se aos receptores de membrana.
Penetração: Ocorre pelo processo de endocitose, ou seja, a formação de um endossoma que será encarregado de trazer o vírus para dentro da célula. De certa forma, pode-se dizer que esse processo de penetração ocorre por meio de fusão de membrana, pois a membrana do vírus irá fundir-se à membrana do endossoma já dentro da célula, no citoplasma. Ocorre uma diminuição do pH, acarretando na fusão do endossoma com a membrana do vírus.
Desnudamento: Ocorre no citoplasma. As enzimas presentes dentro do citoplasma irão agir sobre as proteínas do nucleocapsídeo, liberando o genoma no citoplasma, onde começará o processo de replicação.
Replicação do genoma: Ocorre no citoplasma. Por ser um vírus ssRNA+ linear, esse genoma já pode ser considerado o próprio RNA mensageiro, ou seja, aquele que leva a mensagem do genoma ao ribossomo para o processo de tradução, que é a formação da proteína, que nesse caso será também uma proteína gigante, a poliproteína, que após sofrerá clivagem enzimática para a formação das proteínas estruturais e não-estruturais. Pode ocorrer também que a RNApol passe pela fita de ssRNA+ linear e crie uma fita de RNA antigenômico, onde a RNApol irá passar por ela e assim formar uma fita de RNA igual a original. Esses processos ocorrem de forma simultânea.
Montagem ou morfogênese: Ocorre no citoplasma. Primeiro há a formação das proteínas iniciais ou não-estruturais do genoma, e depois as tardias ou estruturais do capsídeo e do envelope. Após todas essas proteínas serem formadas, elas irão unir-se para formar o vírus. É válido salientar que a aquisição do envelope pode ser por meio das organelas citoplasmáticas (Complexo de golgi ou Retículo Endoplasmático).
 Liberação: Ocorre de duas formas: Por lise(CP do Pestivírus) ou exocitose (Flavivírus, Hepacivírus e NCP do Pestivírus). Quem determina que seja por lise ou exocitose é o genoma do vírus, que vai conferir também se ele é um biótipo NCP ou CP.
No processo de replicação da partícula viral da família Flaviviridae, mais especificamente no processo de liberação, pode ocorrer por meio de dois processos: Lise celular ou Brotamento. Isso confere características importantíssimas ao gênero Pestivirus, responsável pela BVDV. Sobre essas características, responda:
O que diferencia um biótipo citopático (CP) do não citopático (NCP)?
Um biótipo citopático (CP) ocorre quando a liberação é feita por lise e os sinais clínicos aparecem justamente por conta da quantidade de células lesadas, pois um tipo CP confere à célula infectada mudança na sua morfologia. NCP ocorre quando liberação é por exocitose, é uma infecção mais branda por não aparentar lesões, porém é de grande virulência, pois ocorre a replicação sem destruir as células, sendo assim ele irá aproveitar mais da maquinaria da célula infectada e haverá mais replicações liberando mais vírus no ambiente e tem alto poder de transmissão.
A quem se deve essa diferenciação biotípica?
Ao genoma e espécie do vírus, pois ele quem determina a atividade biológica exercida pela partícula viral.
Uma vaca prenhe chega a ter 280 dias de gestação. Nesse meio tempo, ocorreu que ela adquiriu o vírus BVDV na sua forma não citopática (NCP). Certamente o feto também irá adquirir o vírus também na forma não citopática. Sobre o caso, responda:
Como o sistema imune do feto irá atuar sobre a forma NCP do vírus entre os dias 30 a 80 (Terço inicial) de gestação?
Como o sistema imune do feto ainda estará no seu processo de evolução (diferenciação das células de defesa), aquela partícula viral adquirida na gestação será reconhecida pelo organismo como uma célula normal própria no corpo do animal, e não será destruída.
Como será classificado então o feto que nasceu com esse biótipo NCP?
Persistentemente infectado (PI). O animal nascerá com o vírus, não reconhecido pelas células de defesa como um antígeno (ou seja, uma partícula capaz de causar doença), nascerá sem alterações morfológicas (animal normal, sem deficiência).
Ele poderá tornar-se CP após o nascimento?
Sim. É importante saber que não irá ter alteração do genótipo (BVDV-1 ou BVDV-2), mas sim da atividade biológica (CP ou NCP), porém como esse genótipo é reconhecido como natural do organismo infectado, o sistema imune não terá como realizar uma resposta à esse vírus, porém ele se manifestará no animal por meio das lesões.
O que ocorreria se a vaca tivesse adquirido o BVDV na forma CP?
Apresentaria os sinais clínicos de morte embrionária, aborto, animais natimortos ou mumificação ou reabsorção fetal.
Sobre a família Flaviviridae, assinale a alternativa correta:
Os gêneros de importância dessa família são os Flavivirus, Pestivirus, Hepacivirus e Aphtovírus, sendo esse último o mais importante, pois é causador do Vírus da diarréia viral bovina (BVDV).
Um genoma RNA tem alta variabilidade genômica que confere mutação à partícula viral, pois não há nenhum mecanismo que os submeta à verificação, tornando-se assim possível uma replicação com um processo diferente da replicação normal de determinada família viral.
O Vírus da diarréia viral bovina (BVDV) apresenta dois genótipos, onde o BVDV-1 tem uma maior taxa de virulência nos animais acometidos, provocando assim danos mais severos.
Nenhuma das alternativas estão corretas.
Todas as alternativas estão corretas.
Boa prova!
(Ilda Mayara)

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