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Livro Eletrônico
Aula 06
Direito Constitucional p/ IBAMA 2017 (Analista Ambiental) - Com
videoaulas
Equipe Ricardo e Nádia 01, Nádia Carolina, Ricardo Vale, Equipe Ricardo e Nádia 02
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DIREITO CONSTITUCIONAL – IBAMA 
Teoria e Questões 
Aula 06 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale 
!ULA 06 
ADMINISTRAÇÃO!PÚBLICA 
Sumário 
Administração Pública .................................................................................................................... 3 
1‑Conceito de Administração Pública: ..................................................................................... 3 
2‑ Organização da Administração Pública: .............................................................................. 4 
3‑Regime Jurídico da Administração x Regime Jurídico‑Administrativo: ........................ 8 
4‑Princípios Explícitos da Administração Pública: ................................................................ 9 
5‑ Princípios Implícitos da Administração Pública: ............................................................ 15 
6‑ Agentes Públicos: ................................................................................................................... 17 
7‑ Administração Tributária: .................................................................................................... 59 
8‑ Contrato de Gestão: ................................................................................................................ 60 
9‑ Obrigatoriedade de Licitação: .............................................................................................. 61 
10‑ Improbidade Administrativa: ............................................................................................ 62 
11‑ Responsabilidade Civil do Estado: ................................................................................... 63 
Questões Comentadas ................................................................................................................... 65 
Lista de Questões ......................................................................................................................... 115 
Gabarito ......................................................................................................................................... 136 
 
 
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Teoria e Questões 
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Administra‹o Pœblica 
1-Conceito de Administra‹o Pœblica: 
No ordenamento jur’dico brasileiro, vigora o princ’pio da separa‹o de 
poderes. A Constitui‹o Federal estabelece, logo em seu art. 2¼, que s‹o 
poderes da Uni‹o, independentes e harm™nicos entre si, o Executivo, o 
Legislativo e o Judici‡rio. Cada um desses Poderes possui fun›es t’picas e 
fun›es at’picas. 
A fun‹o administrativa, como j‡ se sabe, Ž t’pica do Poder Executivo. 
Isso n‹o quer dizer, todavia, que os Poderes Legislativo e Judici‡rio n‹o 
exeram a fun‹o administrativa. Eles a exercem sim. Quando o Poder 
Judici‡rio realiza uma licita‹o e celebra um contrato, ele est‡ exercendo a 
fun‹o administrativa. Da mesma forma, fica claro o exerc’cio dessa fun‹o 
quando o Poder Legislativo realiza um concurso pœblico e nomeia novos 
servidores. 
Levando-se isso em considera‹o, Ž poss’vel concluir que, quando se fala em 
ÒAdministra‹o PœblicaÓ, n‹o estamos nos referindo apenas ao Poder 
Executivo, mas a todo o conjunto de —rg‹os e entidades governamentais, dos 
trs Poderes. 
A doutrina ensina que o termo ÒAdministra‹o PœblicaÓ pode assumir diferentes 
sentidos. ƒ poss’vel falar-se em ÒAdministra‹o Pœblica em sentido amploÓ e 
ÒAdministra‹o Pœblica em sentido estritoÓ. A Administra‹o Pœblica em 
sentido amplo engloba, alŽm dos —rg‹os e entidades que exercem fun‹o 
administrativa, os chamados —rg‹os pol’ticos (que exercem fun‹o pol’tica). 
A Administra‹o Pœblica em sentido estrito, por sua vez, engloba t‹o 
somente os —rg‹os e entidades que exercem fun‹o administrativa. 
Para que n‹o reste nenhuma dœvida, cabe apenas destacar a diferena entre 
fun‹o pol’tica e fun‹o administrativa. A fun‹o pol’tica Ž aquela que diz 
respeito ˆ elabora‹o de pol’ticas pœblicas e ao estabelecimento de diretrizes 
governamentais. A fun‹o administrativa est‡ relacionada ˆ execu‹o dos 
servios pœblicos e ˆ implementa‹o das pol’ticas pœblicas. 
TambŽm pode-se falar em Administra‹o Pœblica em sentido objetivo (material 
ou funcional) e em Administra‹o Pœblica em sentido subjetivo (formal ou 
org‰nico). 
A Administra‹o Pœblica em sentido subjetivo (formal ou org‰nico) diz 
respeito aos sujeitos que s‹o considerados pelo ordenamento jur’dico como 
integrantes da Administra‹o. Esse critŽrio, adotado no Brasil, reconhece como 
integrantes da Administra‹o Pœblica os —rg‹os pœblicos (que integram a 
chamada Administra‹o direta) e as entidades da Administra‹o indireta 
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(autarquias, funda›es, sociedades de economia mista e empresas pœblicas). 
Trata-se de uma perspectiva formalista, que n‹o leva em considera‹o a 
fun‹o desempenhada. Com efeito, h‡ empresas pœblicas e sociedades de 
economia mista que exploram atividades econ™micas e, portanto, n‹o exercem 
fun‹o administrativa. 
A Administra‹o Pœblica em sentido objetivo (material ou funcional) diz 
respeito ao conjunto de atividades relacionadas ˆ fun‹o administrativa do 
Estado. S‹o consideradas atividades t’picas da Administra‹o Pœblica: o 
fomento (est’mulo ˆ iniciativa privada), a pol’cia administrativa (atividade de 
restri›es aos direitos individuais), o servio pœblico (atividades destinadas a 
satisfazer as necessidades da coletividade) e a interven‹o (regula‹o e 
fiscaliza‹o estatal sobre as atividades econ™micas).  
Por essa l—gica, as sociedades de economia mista e as empresas pœblicas que 
exploram atividades econ™micas n‹o integrariam a Administra‹o Pœblica.1 Por 
outro lado, empresas privadas concession‡rias ou permission‡rios de servios 
pœblicos, por exercerem fun‹o administrativa, seriam abarcadas pelo conceito 
de Administra‹o Pœblica em sentido objetivo. 
Em breve s’ntese, podemos destacar o seguinte:  
a) Administra‹o Pœblica em sentido amplo: abrange os —rg‹os que 
exercem fun‹o pol’tica e os —rg‹os e entidades que exercem fun›es 
administrativas. 
b) Administra‹o Pœblica em sentido estrito: abrange apenas os 
—rg‹os e entidades que exercem fun›es administrativas. 
c) Administra‹o Pœblica em sentido subjetivo: tem como foco os 
sujeitos que integram a Administra‹oPœblica. A pergunta que se deve 
responder: Òquem s‹o os sujeitos que integram a Administra‹o 
Pœblica?Ó. 
d) Administra‹o Pœblica em sentido objetivo: tem como foco as 
atividades relacionadas ˆ fun‹o administrativa. A pergunta aqui Ž a 
seguinte: Òqual fun‹o desempenhada?Ó. 
2- Organiza‹o da Administra‹o Pœblica: 
O Estado exerce suas tarefas administrativas de duas formas diferentes: i) 
centralizadamente ou; ii) descentralizadamente. ƒ disso, inclusive, que 
                                                        
1
  Essa Ž a posi‹o mais segura para concursos pœblicos. No entanto, h‡ doutrinadores que 
consideram que quando o Estado atua diretamente no dom’nio econ™mico (por meio de 
empresas pœblicas e sociedades de economia mista) ele est‡ exercendo fun‹o administrativa 
e, como tal, estar’amos diante de atividade de administra‹o pœblica em sentido material. 
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resultam as express›es ÒAdministra‹o DiretaÓ e ÒAdministra‹o 
IndiretaÓ. 
Quando o Estado atua centralizadamente, ele n‹o delega competncia a 
nenhuma outra entidade. Por exemplo, uma das competncias administrativas 
da Uni‹o Ž assegurar a defesa nacional (art. 21, III). A Uni‹o n‹o atribuiu essa 
competncia a nenhuma outra pessoa; Ž ela mesma quem exerce essa 
competncia, por meio do MinistŽrio da Defesa. ƒ um —rg‹o pœblico o 
respons‡vel pela tarefa administrativa. Vale destacar que os —rg‹os pœblicos 
s‹o entes despersonalizados: eles n‹o possuem personalidade jur’dica pr—pria. 
Os —rg‹os pœblicos comp›em, ent‹o, a denominada Administra‹o Direta. A 
Administra‹o Direta pode ser conceituada como o conjunto de —rg‹os que 
integram os entes pol’ticos (Uni‹o, Estados, Distrito Federal e Munic’pios) e 
que tm a competncia para exercer as tarefas administrativas do Estado, de 
forma centralizada. 
Por outro lado, quando o Estado atua descentralizadamente, ele atribui a 
outra pessoa a competncia para realizar determinada tarefa administrativa. 
Surgem, ent‹o, entidades com personalidade jur’dica pr—pria, 
respons‡veis por executar atividades administrativas espec’ficas. Essas 
entidades comp›em o que denominamos Administra‹o Indireta. Segundo a 
CF/88, a Administra‹o indireta Ž composta pelas autarquias, funda›es 
pœblicas, empresas pœblicas e sociedades de economia mista. Vale 
destacar que essas entidades existem em todas as esferas federativas, ou 
seja, existe Administra‹o Indireta da Uni‹o, dos Estados, do Distrito Federal e 
dos Munic’pios. 
Se estivŽssemos estudando Direito Administrativo, ir’amos nos aprofundar 
bastante nas explica›es sobre cada uma dessas entidades da Administra‹o 
indireta. No entanto, como esse Ž um curso de Direito Constitucional, vamos 
apenas apresentar r‡pidas ideias sobre cada uma dessas entidades. 
 
1) Autarquias: s‹o pessoas jur’dicas de direito pœblico 
que exercem atividade t’pica da administra‹o pœblica. Ex: 
INSS, IBAMA, BACEN, ANATEL, ANVISA. S‹o criadas por 
lei. 
2) Funda›es Pœblicas: existem funda›es pœblicas com 
personalidade jur’dica de direito pœblico (equiparadas ˆs 
autarquias) e funda›es pœblicas com personalidade jur’dica 
de direito privado. As funda›es pœblicas de direito pœblico 
s‹o tambŽm chamadas de funda›es aut‡rquicas e, por 
serem equiparadas ˆs autarquias, devem ser criadas por lei. 
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J‡ as funda›es pœblicas de direito privado tm sua cria‹o 
autorizada por lei. Ex: FUNAI e FUNASA. 
3) Empresas Pœblicas: s‹o pessoas jur’dicas de direito 
privado que, em regra, exploram atividades econ™micas. 
Dizemos Òem regraÓ porque existem empresas pœblicas que 
prestam servios pœblicos. Nas empresas pœblicas, o capital 
social Ž 100% pœblico. Ex: Caixa Econ™mica Federal (CEF) e 
Empresa Brasileira de Correios e TelŽgrafos (ECT). A cria‹o 
de empresas pœblicas Ž autorizada por lei. 
4) Sociedades de economia mista: s‹o pessoas jur’dicas 
de direito privado que, em regra, exploram atividades 
econ™micas. TambŽm existem sociedades de economia mista 
que prestam servios pœblicos. Diferem, em essncia, das 
empresas pœblicas pelos seguintes motivos: i) s‹o 
constitu’das sob a forma de sociedade an™nima (as 
empresas pœblicas podem assumir qualquer forma jur’dica); 
ii) a maioria das a›es Ž do Estado, mas n‹o h‡ 
obrigatoriedade de que todo o capital social seja pœblico. Ex: 
Banco do Brasil e PETROBRçS. A cria‹o de sociedades de 
economia mista Ž autorizada por lei. 
ƒ importante que voc n‹o confunda centraliza‹o / descentraliza‹o com 
concentra‹o / desconcentra‹o. A descentraliza‹o envolve, sempre, 
mais de uma pessoa jur’dica. A desconcentra‹o, ao contr‡rio, Ž uma tŽcnica 
administrativa de distribui‹o de competncias dentro de uma œnica pessoa 
jur’dica. Por exemplo, dentro da Receita Federal do Brasil (RFB), s‹o criadas 
v‡rias Delegacias e Superintendncias Regionais. Ou, ainda, dentro da Uni‹o, 
s‹o criados v‡rios MinistŽrios, cada um com uma competncia pr—pria 
(MinistŽrio da Fazenda, MinistŽrio da Saœde, etc.) 
A CF/88 prev a cria‹o de entidades da Administra‹o Indireta. Trata-se 
de pessoas jur’dicas vinculadas ˆ Administra‹o Direta (no caso da 
Administra‹o Federal, a um MinistŽrio) cuja fun‹o Ž executar tarefas de 
interesse pœblico de maneira descentralizada. A descentraliza‹o consiste na 
transferncia da titularidade de determinadas atividades a pessoas jur’dicas 
criadas para executarem as mesmas. Veja o que determina o texto 
constitucional: 
XIX - somente por lei espec’fica poder‡ ser criada autarquia e 
autorizada a institui‹o de empresa pœblica, de sociedade de 
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economia mista e de funda‹o, cabendo ˆ lei complementar, neste 
œltimo caso, definir as ‡reas de sua atua‹o; 
XX - depende de autoriza‹o legislativa, em cada caso, a cria‹o de 
subsidi‡rias das entidades mencionadas no inciso anterior, assim 
como a participa‹o de qualquer delas em empresa privada; 
Observa-se que as autarquias s— podem ser criadas por lei espec’fica. 
Isso porque essas entidades s‹o pessoas jur’dicas de direito pœblico, que 
realizam atividades t’picas do Estado. 
J‡ as sociedades de economia mista e empresas pœblicas precisam de 
autoriza‹o em lei para serem criadas. Essas entidades s‹o pessoas 
jur’dicas de direito privado que poder‹o tanto prestar servios pœblicos quanto 
explorar atividades econ™micas. 
Por fim, as funda›es pœblicas tanto poder‹o ser criadas quanto ter sua 
cria‹o autorizada por lei. No primeiro caso, ter‹o personalidade jur’dica de 
direito pœblico, sendo uma espŽcie de autarquia (funda›es aut‡rquicas). No 
segundo, ter‹o personalidade jur’dica de direito privado. Em ambos os casos, 
contudo, caber‡ ˆ lei complementar definir as ‡reas de sua atua‹o. 
No que se refere ao art. 37, XX, da CF, observa-se que depende de 
autoriza‹o legislativa, em cada caso, a cria‹o de subsidi‡rias das 
entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participa‹o de 
qualquer delas em empresa privada. N‹o h‡ necessidade de aprova‹o do 
Poder Executivo,uma vez que a autoriza‹o se d‡ por lei, conforme o texto 
constitucional. 
 
(TJDFT Ð 2015) As autarquias s‹o servios aut™nomos, 
criados por lei, com natureza jur’dica de direito privado e 
personalidade jur’dica pr—pria. 
Coment‡rios: 
As autarquias s‹o pessoas jur’dicas de direito pœblico, 
criadas por lei. Quest‹o errada. 
(TJDFT Ð 2015) As empresas pœblicas e as sociedades de 
economia mista s‹o entidades com natureza jur’dica de 
direito privado e capital exclusivo do ente estatal que as 
instituir. 
Coment‡rios: 
Nas empresas pœblicas, o capital Ž 100% pœblico. Nas 
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sociedades de economia mista, a maioria das a›es Ž do 
Estado, n‹o havendo obrigatoriedade de que todo o capital 
seja pœblico. Quest‹o errada. 
3-Regime Jur’dico da Administra‹o x Regime Jur’dico-Administrativo: 
Essas s‹o duas express›es muito parecidas e, por isso, acabam sendo 
erroneamente consideradas sin™nimas. No entanto, elas tm significados 
diferentes. 
O Regime Jur’dico da Administra‹o Ž o conjunto de normas (princ’pios e 
regras) ˆs quais se submete a Administra‹o Pœblica, o que engloba o regime 
de direito pœblico e o regime de direito privado. Perceba que a 
Administra‹o Pœblica, em suas rela›es, pode atuar com supremacia perante 
os particulares (rela‹o vertical) ou em pŽ de igualdade com estes (rela‹o 
horizontal). Na primeira situa‹o, ir‡ vigorar o regime de direito pœblico; na 
segunda, o regime de direito privado. Um exemplo de situa‹o em que a 
Administra‹o est‡ envolvida em uma rela‹o horizontal Ž quando ela celebra 
um contrato de aluguel com um particular. 
O Regime jur’dico-administrativo, por sua vez, Ž o regime de direito 
pœblico ao qual se submete a Administra‹o Pœblica. ƒ esse regime que rege 
as rela›es em que a Administra‹o atua com supremacia perante os 
administrados. Trata-se de uma rela‹o vertical, na qual a Administra‹o Ž 
dotada de prerrogativas especiais. 
H‡ 2 (dois) princ’pios que fundamentam o regime jur’dico-administrativo: i) a 
supremacia do interesse pœblico e; ii) a indisponibilidade do interesse 
pœblico. 
O princ’pio da supremacia do interesse pœblico determina que em caso de 
conflito entre o interesse pœblico e o de particulares, aquele deve prevalecer. 
Em raz‹o da supremacia do interesse pœblico, a Administra‹o goza de 
prerrogativas especiais, das quais decorre a verticalidade nas rela›es entre 
esta e os particulares. Poder‡, por exemplo, determinar a desapropria‹o de 
um im—vel ou, ainda, prever as chamadas cl‡usulas exorbitantes em contratos 
administrativos. 
J‡ o princ’pio da indisponibilidade do interesse pœblico estabelece que a 
Administra‹o somente pode atuar quando autorizada por lei, nos limites 
estipulados pela norma legal. Veda ao administrador a pr‡tica de atos que 
implicam renœncia a direitos do Poder Pœblico ou que onerem 
injustificadamente a sociedade. Em virtude da indisponibilidade do interesse 
pœblico, a Administra‹o est‡ sujeita a determinadas restri›es. Ao adquirir 
bens, por exemplo, a Administra‹o dever‡ realizar prŽvia licita‹o. 
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4-Princ’pios Expl’citos da Administra‹o Pœblica: 
A Administra‹o Pœblica, em todos os seus n’veis, dever‡ observar certos 
princ’pios constitucionais em sua atua‹o. Esses princ’pios est‹o expressos 
no art. 37, CF/88: 
 
 
Art. 37. A administra‹o pœblica direta e indireta de qualquer dos Poderes 
da Uni‹o, dos Estados, do Distrito Federal e dos Munic’pios obedecer‡ aos 
princ’pios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia 
e, tambŽm, ao seguinte: (...) 
S‹o 5 (cinco) os princ’pios constitucionais da Administra‹o Pœblica: 
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia. Esses 
princ’pios vinculam toda a Administra‹o Pœblica (seja a administra‹o direta 
ou indireta), dos trs Poderes (Executivo, Legislativo e Judici‡rio) e de todas as 
esferas da federa‹o (Uni‹o, Estados, Distrito Federal e Munic’pios). 
 
a) Princ’pio da legalidade: 
A legalidade Ž princ’pio essencial dentro de um Estado democr‡tico de direito, 
representando a submiss‹o do Estado ˆ lei. ƒ por meio da observ‰ncia das 
leis que se concretiza a vontade do povo e, assim, Ž atendido o interesse 
pœblico. Ressalte-se que, ao falarmos em ÒleiÓ, n‹o estamos nos referindo 
apenas ˆ lei formal, elaborada pelo Poder Legislativo. Pelo princ’pio da 
legalidade, devem ser observadas as normas em geral, inclusive os atos 
infralegais (decretos, portarias e instru›es normativas). 
Segundo o princ’pio da legalidade, a Administra‹o Pœblica somente pode 
fazer o que est‡ expressamente previsto em normas jur’dicas. Assim, a 
Administra‹o s— pode agir segundo a lei (Òsecundum legemÓ), jamais contra a 
ÒLIMPE" 
LEGALIDADE IMPESSOALIDADE MORALIDADE PUBLICIDADE EFICIæNCIA 
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lei (Òcontra legemÓ) ou alŽm da lei (Òpraeter legemÓ), com base apenas nos 
costumes. 
ƒ claro, ˆs vezes, as normas deixam certa liberdade de escolha para o 
administrador pœblico; dizemos que, nesse caso, h‡ discricionariedade da 
Administra‹o. Por exemplo, a concess‹o de licena a um servidor, para tratar 
de interesse particular, Ž discricionariedade da Administra‹o (que poder‡ 
decidir por conceder ou n‹o a licena). 
Para os particulares, o princ’pio da legalidade tem uma conota‹o diferente: a 
eles, Ž l’cito fazer tudo aquilo que a lei n‹o pro’be. Enquanto a 
Administra‹o Pœblica deve agir da maneira que a lei determina, os 
particulares tm maior liberdade de atua‹o e s— n‹o podem fazer o que a lei 
lhes pro’be. 
b) Princ’pio da impessoalidade: 
O princ’pio da impessoalidade Ž tambŽm conhecido como princ’pio da 
finalidade ou, ainda, principio da isonomia. Para compreender o exato 
alcance desse princ’pio, Ž necess‡rio analis‡-lo em suas 4 (quatro) diferentes 
acep›es. 
Na primeira acep‹o, de finalidade, o princ’pio da impessoalidade traduz a 
ideia de que toda atua‹o da Administra‹o deve buscar a satisfa‹o do 
interesse pœblico. Quando um ato Ž praticado com objetivo diverso, Ž nulo, 
por desvio de finalidade. O administrador Ž mero executor do ato, que serve 
para manifestar a vontade do Estado. Pode-se dizer, portanto, que o princ’pio 
da impessoalidade decorre do princ’pio da supremacia do interesse pœblico. 
Segundo a doutrina, em sentido amplo, o princ’pio da impessoalidade busca 
o atendimento do interesse pœblico, enquanto em sentido estrito, visa 
atender a finalidade espec’fica prevista em lei para o ato administrativo. 
Ressalta-se que, sempre que o ato administrativo satisfizer sua finalidade 
espec’fica, a finalidade em sentido amplo tambŽm ter‡ sido atendida. Nesse 
sentido, destaca-se a li‹o de Hely Lopes Meirelles: 
Ò(É) o princ’pio da impessoalidade, referido na Constitui‹o de 
1988 (art. 37, ÒcaputÓ), nada mais Ž que o cl‡ssico princ’pio 
da finalidade, o qual imp›e ao administrador pœblico que s— 
pratique o ato para o seu fim legal. E o fim legal Ž 
unicamente aquele que a norma de direitoindica expressa ou 
virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoalÓ. 2 
                                                        
2 MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro, 21a Edi‹o, 1995 
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Na segunda acep‹o, o princ’pio da impessoalidade traz a ideia de veda‹o ˆ 
promo‹o pessoal. O agente pœblico n‹o pode utilizar as realiza›es da 
Administra‹o Pœblica para promo‹o pessoal. Fundamenta-se essa l—gica no 
art. 37, ¤ 1¼, da CF/88, que disp›e o seguinte: 
¤ 1¼ - A publicidade dos atos, programas, obras, servios e 
campanhas dos —rg‹os pœblicos dever‡ ter car‡ter educativo, 
informativo ou de orienta‹o social, dela n‹o podendo constar 
nomes, s’mbolos ou imagens que caracterizem promo‹o 
pessoal de autoridades ou servidores pœblicos. 
Uma terceira acep‹o do princ’pio da impessoalidade Ž aquela que o relaciona 
ˆ isonomia. ƒ o que se verifica, por exemplo, na exigncia de concurso 
pœblico para o acesso aos cargos pœblicos. A oportunidade de se ter acesso a 
esses cargos Ž igual para todos. Outro exemplo dessa acep‹o do princ’pio da 
impessoalidade diz respeito ao pagamento das d’vidas do Estado, que 
dever‡ observar, em regra, a ordem cronol—gica de apresenta‹o dos 
precat—rios (art. 100, CF/88). 
Finalmente, a quarta acep‹o do princ’pio da impessoalidade Ž a que considera 
que os atos praticados pelo agente pœblico n‹o s‹o imput‡veis a ele, 
mas ao —rg‹o ou entidade em nome do qual ele age. A a‹o dos agentes Ž, 
portanto, impessoal. Essa regra Ž extra’da do art. 37, ¤ 6¼, da CF/88: 
¤ 6¼ - As pessoas jur’dicas de direito pœblico e as de direito 
privado prestadoras de servios pœblicos responder‹o pelos danos 
que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, 
assegurado o direito de regresso contra o respons‡vel nos casos de 
dolo ou culpa. 
Destaca-se, ainda, que uma importante aplica‹o do princ’pio da 
impessoalidade diz respeito ˆ considera‹o dos atos praticados por agente de 
fato (putativo) como v‡lidos. Agente de fato Ž aquele indiv’duo que ingressa 
na Administra‹o Pœblica irregularmente. Devido ˆ teoria da aparncia 
(o agente parece ser servidor pœblico Òde direitoÓ), seus atos s‹o mantidos 
quando atingem terceiros de boa-fŽ, pois a Administra‹o Ž impessoal. 
c) Princ’pio da moralidade: 
A moralidade administrativa Ž princ’pio que imp›e aos agentes pœblicos a 
atua‹o Žtica e honesta na gest‹o da coisa pœblica. N‹o basta que o 
administrador pœblico atue segundo a Lei; alŽm disso, ele deve agir segundo 
os princ’pios da probidade e boa fŽ. Assim, Ž perfeitamente poss’vel que um 
ato administrativo esteja em conformidade com a lei, mas contrarie o princ’pio 
da moralidade, podendo, ent‹o, ser anulado. 
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AlŽm de erigir o princ’pio da moralidade a vetor fundamental de atua‹o da 
Administra‹o Pœblica, a Constitui‹o Federal de 1988 buscou concretiz‡-lo em 
diversos dispositivos. 
Como instrumento de controle da moralidade administrativa, o art. 5¼, 
LXXIII, previu a a‹o popular, que pode ser proposta por qualquer cidad‹o: 
LXXIII - qualquer cidad‹o Ž parte leg’tima para propor a‹o 
popular que vise a anular ato lesivo ao patrim™nio pœblico ou de 
entidade de que o Estado participe, ˆ moralidade 
administrativa, ao meio ambiente e ao patrim™nio hist—rico e 
cultural, ficando o autor, salvo comprovada m‡-fŽ, isento de custas 
judiciais e do ™nus da sucumbncia. 
O art. 37, ¤ 4¼, CF/88, por sua vez, prev a responsabiliza‹o por atos de 
improbidade administrativa. Os atos de improbidade administrativa 
poder‹o ensejar a suspens‹o dos direitos pol’ticos, a perda da fun‹o 
pœblica, a indisponibilidade dos bens e ressarcimento ao Er‡rio. Tudo 
isso sem preju’zo da a‹o penal cab’vel, que tambŽm poder‡ ser proposta. 
¤ 4¼ - Os atos de improbidade administrativa importar‹o a 
suspens‹o dos direitos pol’ticos, a perda da fun‹o pœblica, a 
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao er‡rio, na forma e 
grada‹o previstas em lei, sem preju’zo da a‹o penal cab’vel. 
 
ƒ bastante comum assertivas como a seguinte: 
ÒAtos de improbidade administrativa importar‹o a 
perda da fun‹o pœblica e dos direitos pol’ticosÓ. 
Essa assertiva est‡ ERRADA, pois a improbidade 
administrativa gera suspens‹o dos direitos pol’ticos. 
d) Princ’pio da publicidade: 
O princ’pio da publicidade deve ser analisado em duas acep›es diferentes: 
- Exigncia de publica‹o em —rg‹o oficial como requisito de efic‡cia 
dos atos administrativos gerais que devam produzir efeitos externos ou 
onerem o patrim™nio pœblico; 
- Exigncia de transparncia da Administra‹o em sua atua‹o, de 
forma a possibilitar o controle pelos administrados. 
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Na primeira acep‹o, deve ficar claro que a Administra‹o tem a obriga‹o de 
tornar pœblicos os seus atos. Com efeito, a publicidade dos atos 
administrativos Ž requisito de efic‡cia dos atos administrativos gerais e de 
efeitos externos ou, ainda, daqueles que onerem o patrim™nio pœblico. 
Exemplo de ato geral e de efeito externo Ž a publica‹o de uma Portaria: esta 
somente produzir‡ seus efeitos (ser‡ eficaz) ap—s a publica‹o no Di‡rio Oficial 
da Uni‹o. 
Na segunda acep‹o, a Administra‹o Pœblica tem a obriga‹o de dar 
conhecimento aos administrados (cidad‹os) da conduta interna de seus 
agentes. Segundo o art. 5¼, XXXIII, Òtodos os cidad‹os tm o direito de 
receber dos —rg‹os pœblicos informa›es de seu interesse particular, ou de 
interesse coletivo ou geralÓ. O princ’pio da publicidade evidencia-se, assim, na 
forma de uma obriga‹o de transparncia. 
XXXIII - todos tm direito a receber dos —rg‹os pœblicos 
informa›es de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou 
geral, que ser‹o prestadas no prazo da lei, sob pena de 
responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja 
imprescind’vel ˆ segurana da sociedade e do Estado. 
A partir da leitura do dispositivo supratranscrito, Ž poss’vel concluir que os 
—rg‹os pœblicos n‹o precisam fornecer aos cidad‹os toda e qualquer 
informa‹o de que disponham. As informa›es cujo sigilo seja 
imprescind’vel ˆ segurana da sociedade e do Estado n‹o precisam ser 
fornecidas. 
Cabe destacar, ainda, que somente com a publicidade dos atos administrativos 
Ž que torna-se vi‡vel o exerc’cio do controle da Administra‹o, seja este 
controle realizado pelos pr—prios cidad‹os (controle social) ou pelos chamados 
—rg‹os de controle (CGU e TCU). 
Com base no princ’pio da publicidade, o STF entendeu ser v‡lida a 
divulga‹o da remunera‹o bruta, cargos e fun›es titularizados por 
servidores pœblicos, bem como dos —rg‹os de sua formal lota‹o. Isso 
porque, sendo essas informa›es de interesse coletivo ou geral, est‹o 
expostas ˆ divulga‹o oficial. N‹o cabe, de acordo com a Corte, Òfalar de 
intimidade ou de vida privada nesse caso, pois os dados objeto da divulga‹o 
em causa dizem respeito a agentes pœblicos enquanto agentes pœblicos 
mesmos; ou, na linguagem da pr—pria Constitui‹o, agentes estataisagindo 
Ònessa qualidadeÓ (¤6¼ do art. 37)Ó. 3 
 
                                                        
3
 Pleno, SS 3902 AgR-segundo / SP - SÌO PAULO, Rel. Min. Ayres Britto, j. 09.06.2011, DJe-189 DIVULG 30-
09-2011 PUBLIC 03-10-2011.  
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e) Princ’pio da eficincia: 
O princ’pio da eficincia passou a estar expresso na Constitui‹o a partir da 
EC n¼ 19/98, que o introduziu com o objetivo de promover uma quebra de 
paradigma na Administra‹o Pœblica, substituindo a antiga administra‹o 
burocr‡tica pelo novo modelo: a administra‹o gerencial. A administra‹o 
gerencial tem nfase na obten‹o de resultados e na participa‹o do cidad‹o, 
que Ž visto como cliente dos servios pœblicos. 
O art. 37, CF/88 imp›e verdadeiro dever de eficincia ˆ Administra‹o 
Pœblica. N‹o basta que os agentes pœblicos atuem em conformidade com os 
ditames da legalidade. ƒ necess‡rio que desempenhem suas atribui›es da 
melhor forma poss’vel, a fim de obter os melhores resultados. Deve-se buscar 
a melhoria da qualidade dos servios pœblicos e a racionalidade dos 
gastos pœblicos. A Administra‹o Pœblica deve observar o princ’pio da 
economicidade, que determina que seja avaliado o custo/benef’cio dos 
gastos pœblicos. 
O princ’pio da eficincia se manifesta em diversos dispositivos constitucionais: 
- O art. 41, ¤ 4¼, estabelece que a avalia‹o especial de desempenho 
por comiss‹o institu’da com essa finalidade Ž condi‹o para aquisi‹o de 
estabilidade por servidor publico. 
- O art. 41, ¤ 1¼, III, estabelece a possibilidade de perda do cargo por 
servidor pœblico mediante procedimento de avalia‹o peri—dica de 
desempenho, na forma de lei complementar, assegurada ampla defesa. 
- O art. 37, ¤ 8¼, estabelece a possibilidade de que a Administra‹o 
Pœblica celebre contratos de gest‹o com —rg‹os e entidades da 
administra‹o direta e indireta, fixando metas de desempenho para o 
—rg‹o ou entidade. 
- O art. 37, ¤ 3¼, prev que lei disciplinar‡ as formas de participa‹o 
do usu‡rio na administra‹o pœblica direta e indireta. Esse dispositivo 
busca promover a gest‹o participativa. 
- O art. 39, ¤ 2¼, disp›e que a Uni‹o, os Estados e o Distrito Federal 
manter‹o escolas de governo para a forma‹o e o aperfeioamento 
dos servidores pœblicos, constituindo-se a participa‹o nos cursos um 
dos requisitos para a promo‹o na carreira, facultada, para isso, a 
celebra‹o de convnios ou contratos entre os entes federados. 
Esse dispositivo se destina a garantir a capacita‹o profissional dos 
servidores pœblicos, com o intuito de melhorar a qualidade do servio 
prestado pela Administra‹o Pœblica. Observa-se que a celebra‹o de 
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convnios ou contratos visando ˆ manuten‹o de escolas de governo 
para forma‹o e aperfeioamento dos servidores pœblicos Ž facultativa. 
- O art. 39, ¤ 7¼, estabelece que Òlei da Uni‹o, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Munic’pios disciplinar‡ a aplica‹o de recursos 
orament‡rios provenientes da economia com despesas correntes 
em cada —rg‹o, autarquia e funda‹o, para aplica‹o no 
desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, 
treinamento e desenvolvimento, moderniza‹o, reaparelhamento 
e racionaliza‹o do servio pœblico, inclusive sob a forma de 
adicional ou prmio de produtividade.Ó Essa Ž a previs‹o de adicional ou 
prmio de produtividade, como forma de estimular a excelncia no 
servio pœblico e dar concretude ao princ’pio da eficincia. 
- O art. 70, caput, prev que o controle da Administra‹o Pœblica 
dever‡, dentre outros par‰metros, observar a economicidade. 
5- Princ’pios Impl’citos da Administra‹o Pœblica: 
AlŽm dos princ’pios expl’citos no texto constitucional (art. 37), h‡ tambŽm os 
princ’pios impl’citos da Administra‹o Pœblica. N‹o nos aprofundaremos no 
estudo de cada um deles, pois a’ estar’amos entrando na seara do Direito 
Administrativo. Para fins do estudo do Direito Constitucional, basta que 
tenhamos uma breve no‹o sobre os principais dentre esses princ’pios. 
a) Controle judicial dos atos administrativos: No Brasil, adota-se o 
sistema ingls de jurisdi‹o œnica, no qual o Poder Judici‡rio pode efetuar 
o controle dos atos administrativos. Decorre do princ’pio da inafastabilidade de 
jurisdi‹o, segundo o qual Òa lei n‹o excluir‡ da aprecia‹o do Poder Judici‡rio 
les‹o ou ameaa a direitoÓ (art. 5¼, XXXV). ƒ diferente do sistema francs, do 
contencioso administrativo, no qual os atos administrativos n‹o s‹o apreciados 
pelo Poder Judici‡rio. 
b) Princ’pio da autotutela: Segundo esse princ’pio, a Administra‹o Pœblica 
tem competncia para controlar seus pr—prios atos, anulando-os (quando 
ilegais) ou revogando-os (por motivo de convnio e oportunidade). A Sœmula 
n¼ 473, do STF, disp›e que ÒA Administra‹o pode anular seus pr—prios atos, 
quando eivados de v’cios que os tornam ilegais, porque deles n‹o se originam 
direitos; ou revog‡-los, por motivo de convenincia ou oportunidade, 
respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a 
aprecia‹o judicial.Ó 
c) Presun‹o da segurana jur’dica: O princ’pio da segurana jur’dica Ž um 
princ’pio impl’cito que encontra previs‹o no art. 2¼ da Lei n¼ 9.784/99. Esse 
princ’pio imp›e que as normas sejam interpretadas de forma a garantir o 
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atendimento do fim pœblico a que se dirigem, vedada a aplica‹o retroativa 
de nova interpreta‹o. 
d) Princ’pio da motiva‹o: Um dos requisitos dos atos administrativos Ž o 
motivo, que Ž a situa‹o de fato ou de direito que autoriza a edi‹o do ato. A 
motiva‹o consiste na declara‹o dos motivos que fundamentaram o ato. 
e) Princ’pio da razoabilidade e da proporcionalidade: Os princ’pios da 
razoabilidade e da proporcionalidade est‹o intimamente relacionados. A 
doutrina majorit‡ria considera, inclusive, que o princ’pio da proporcionalidade 
est‡ contido no princ’pio da razoabilidade. 
O princ’pio da proporcionalidade consiste na adequa‹o entre os meios e os 
fins almejados; caso o ato administrativo n‹o respeite essa rela‹o, ser‡ 
desproporcional e, portanto, pass’vel de invalida‹o pelo Poder Judici‡rio. 
O princ’pio da razoabilidade possui trs aspectos: i) adequa‹o; ii) 
necessidade e; iii) proporcionalidade em sentido estrito. Assim, esses trs 
aspectos devem ser observados para a aferi‹o da razoabilidade de um 
determinado ato. 
A adequa‹o consiste em observar se o meio escolhido Ž o mais adequado 
para se alcanar o fim perseguido. A necessidade, por sua vez, consiste em 
analisar se o meio utilizado Ž o melhor ou menos oneroso para alcanar o 
objetivo do ato. Por œltimo, a proporcionalidade, conforme j‡ comentamos, Ž 
a aferi‹o da rela‹o entre os meios e os fins almejados. 
f) Princ’pio da continuidade do servio pœblico: Os servios pœblicos n‹o 
podem sofrer solu‹o de continuidade, isto Ž, n‹o podem ser paralisados. ƒ 
em raz‹o desse princ’pio que podem ser impostas restri›es ao direito de 
greve dos servidores pœblicos (art. 37, VII).Recorde-se que o direito de greve 
dos servidores pœblicos Ž norma constitucional de efic‡cia limitada. 
 
(TRE / GO Ð 2015) O regime jur’dico-administrativo 
brasileiro est‡ fundamentado em dois princ’pios dos quais 
todos os demais decorrem, a saber: o princ’pio da 
supremacia do interesse pœblico sobre o privado e o princ’pio 
da indisponibilidade do interesse pœblico. 
Coment‡rios: 
Esses princ’pios s‹o os pilares do regime jur’dico 
administrativo. Quest‹o correta. 
(FUB Ð 2015) Apesar de o princ’pio da moralidade exigir 
que os atos da administra‹o pœblica sejam de ampla 
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divulga‹o, veda-se a publicidade de atos que violem a vida 
privada do cidad‹o. 
Coment‡rios: 
ƒ o princ’pio da publicidade que exige ampla divulga‹o dos 
atos da Administra‹o Pœblica. Quest‹o errada. 
(FUB Ð 2015) A pretexto de atuar eficientemente, Ž 
poss’vel que a administra‹o pratique atos n‹o previstos na 
legisla‹o. 
Coment‡rios: 
N‹o se pode invocar a eficincia para descumprir a lei. Pelo 
princ’pio da legalidade, a Administra‹o somente pode fazer 
aquilo que est‡ expressamente previsto em normas 
jur’dicas. Quest‹o errada. 
(IPT / SP Ð 2014) O regime jur’dico administrativo e o 
regime jur’dico da Administra‹o Pœblica s‹o express›es 
sin™nimas. 
Coment‡rios: 
Essas duas express›es tm significados distintos. O regime 
Jur’dico da Administra‹o Ž o conjunto de normas 
(princ’pios e regras) aos quais se submete a Administra‹o 
Pœblica, o que engloba o regime de direito pœblico e o regime 
de direito privado. Por outro lado, regime jur’dico-
administrativo Ž o regime de direito pœblico ao qual se 
submete a Administra‹o Pœblica. Quest‹o errada. 
6- Agentes Pœblicos: 
6.1- Acesso aos cargos, empregos e fun›es pœblicas: 
Segundo o art. 37, inciso I, CF/88, Òos cargos, empregos e fun›es pœblicas 
s‹o acess’veis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em 
lei, assim como aos estrangeiros, na forma da leiÓ. 
Os brasileiros, para que possam ter acesso aos cargos, empregos e 
fun›es pœblicas, devem cumprir os requisitos definidos em lei. Assim, 
somente a lei Ž que pode definir os requisitos para acesso a cargos pœblicos. O 
STF j‡ se manifestou v‡rias vezes seguindo esse entendimento: 
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a) Sœmula Vinculante n¼ 44 (STF): "S— por lei se pode sujeitar a 
exame psicotŽcnico a habilita‹o de candidato a cargo pœblico." Em 
outras palavras, um edital de concurso pœblico s— pode trazer a exigncia 
de exame psicotŽcnico se a lei que criou o cargo assim o tiver 
estabelecido. 
b) Sœmula n¼ 14 (STF): ÒN‹o Ž admiss’vel, por ato administrativo, 
restringir, em raz‹o da idade, inscri‹o em concurso para cargo pœblico." 
c) ÒA exigncia de experincia profissional prevista apenas em edital 
importa em ofensa constitucional.Ó 4 
d) ÒA fixa‹o do limite de idade via edital n‹o tem o cond‹o de suprir a 
exigncia constitucional de que tal requisito seja estabelecido por lei.Ó5 
e) ÒEditais de concurso pœblico n‹o podem estabelecer restri‹o a 
pessoas com tatuagem, salvo situa›es excepcionais em raz‹o de 
conteœdo que viole valores constitucionaisÓ.6 
Segundo o STF Òo fato de uma pessoa possuir tatuagens, vis’veis ou n‹o, 
n‹o poderia ser tratado pelo Estado como par‰metro 
discriminat—rio quando do deferimento de participa‹o em concursos 
de provas e t’tulos para ingresso em carreira pœblicaÓ. A op‹o pela 
tatuagem est‡ diretamente relacionada ˆ liberdade de express‹o e de 
manifesta‹o (art. 5¼, IV e IX). 
H‡ que se fazer, entretanto, uma ressalva. Algumas tatuagens 
possuem conteœdo que viola valores constitucionalmente 
protegidos, como aquelas que fazem apologia a ideias terroristas e 
racistas ou que preguem a violncia e a criminalidade. Estas podem ser 
um obst‡culo para que um cidad‹o ingresse na Administra‹o Pœblica. 
É 
Os estrangeiros tambŽm podem ter acesso a cargos, empregos e fun›es 
pœblicas. No entanto, para eles a regra Ž um pouco diferente. Eles s— podem 
ocupar cargos, empregos e fun›es pœblicas quando a lei assim o autorizar. H‡ 
necessidade de que exista uma lei definindo as hip—teses em que os 
estrangeiros poder‹o ter acesso aos cargos pœblicos. 
Destaca-se que essa lei n‹o poder‡ estabelecer distin›es arbitr‡rias e 
abusivas, privilegiando determinados estrangeiros em detrimento de outros, 
em fun‹o do pa’s de origem. Ressalta-se, ainda, que essa previs‹o 
                                                        
4 RE 558.833-AgR. Rel. Min. Ellen Gracie. Julgamento em 08.09.2009. 
5 RE 559.823-AgR. Rel. Min. Joaquim Barbosa. Julgamento em 27.11.2007. 
6
 RE 898450/SP, Rel. Min. Luiz Fux, 17.8.2016. 
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constitucional se aplica igualmente aos estrangeiros residentes ou n‹o no pa’s, 
permitindo, por exemplo, que, ap—s a edi‹o da referida lei, estes tenham 
acesso a cargos, empregos ou fun›es pœblicas em reparti›es brasileiras no 
exterior. 
Percebe-se, dessa maneira, que o acesso de brasileiros a cargos pœblicos Ž 
norma de efic‡cia contida. Todos os brasileiros tm direito a ocupar cargos 
pœblicos, podendo a lei estabelecer requisitos, restringindo esse acesso. Por 
outro lado, o acesso de estrangeiros a cargos pœblicos Ž norma de efic‡cia 
limitada. Assim, para que estrangeiros possam ocupar cargos na 
Administra‹o, ser‡ necess‡ria a edi‹o de lei autorizadora. 
 
6.2- Concurso Pœblico: 
O art. 37, inciso II, CF/88, disp›e que Òa investidura em cargo ou emprego 
pœblico depende de aprova‹o prŽvia em concurso pœblico de provas ou de 
provas e t’tulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou 
emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomea›es para cargo 
em comiss‹o declarado em lei de livre nomea‹o e exonera‹oÓ. 
Desse dispositivo, podemos extrair v‡rias regras importantes: 
a) O acesso aos cargos e empregos pœblicos depende de prŽvia 
aprova‹o em concurso pœblico. Nesse sentido, o STF editou a 
Sœmula Vinculante n¼ 43, que diz: Ҏ inconstitucional toda modalidade de 
provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prŽvia aprova‹o 
em concurso pœblico destinado ao seu provimento, em cargo que n‹o 
integra a carreira na qual anteriormente investidoÓ. 
b) O concurso pœblico deve ser de provas ou de provas e t’tulos. 
Assim, n‹o se admite a realiza‹o de concurso pœblico com base 
unicamente em avalia‹o de t’tulos. 
Cabe destacar que, segundo o STF, o mero exerc’cio de fun‹o 
pœblica n‹o pode ser considerado como t’tulo, uma vez que isso 
representaria viola‹o ao princ’pio da isonomia. 7 
                                                        
7 ADI 3.443/MA, Rel. Min. Carlos Velloso. 09.09.2005. 
ACESSO AOS 
CARGOS PÚBLICOS
BRASILEIROS
 DEVEM CUMPRIR REQUISITOS LEGAIS
ESTRANGEIROS
 É NECESSÁRIO LEI AUTORIZADORA
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c) A exigncia de concurso pœblico vale para o provimento de cargos e 
empregos na administra‹o pœblica direta e indireta, inclusive para 
empregos em sociedades de economia mista e empresas pœblica. 
d) A exigncia de concurso pœblico s— vale para o provimento de 
cargos efetivos. A nomea‹o para cargos em comiss‹o independe de 
concurso pœblico. 
O prazo de validade do concurso Ž definido pelo edital. Segundo o art. 37, 
III, CF/88, o prazo de validade ser‡ de atŽ 2 (dois) anos, prorrog‡vel uma 
vez por igual per’odo. A contagem do prazo de validade Ž feita a partir da 
homologa‹o, que Ž o ato administrativo que atesta a conclus‹o do concurso 
pœblico. Dentro do prazo de validade do concurso Ž que poder‹o ser 
nomeados ou contratados os aprovados. 
H‡ vasta jurisprudncia do STF e do STJ acerca do tema Òconcursos pœblicosÓ. 
A seguir, reproduziremos os mais importantes entendimentos sobre o assunto: 
a) Segundo o STF, a aprova‹o em concurso dentro do nœmero de 
vagas previsto no edital garante direito subjetivo do candidato ˆ 
nomea‹o8. Assim, se o edital prev 30 vagas para o cargo de Auditor-
Fiscal, os 30 primeiros colocados ter‹o direito subjetivo a serem 
nomeados. Em outras palavras, a Administra‹o n‹o poder‡ deixar de 
nome‡-los. 
ÒE pode a Administra‹o nomear um candidato fora da ordem de 
classifica‹o? Nomear o 26¼ antes do 1¼, por exemplo?Ó 
N‹o pode. A Administra‹o dever‡ nomear os candidatos aprovados 
observando a ordem de classifica‹o. Mas isso j‡ aconteceu no 
passado... Tanto Ž que o STF chegou a editar a Sœmula n¼ 15 para evitar 
que algum candidato melhor classificado fosse preterido: ÒDentro do 
prazo de validade do concurso, o candidato aprovado tem o direito ˆ 
nomea‹o, quando o cargo for preenchido sem observ‰ncia da 
classifica‹oÓ. Assim, se o 15¼ colocado de um concurso for nomeado, 
por —bvio, todos aqueles que est‹o ˆ sua frente tambŽm o dever‹o ser. 
No RE n¼ 598.099 / MS, o STF deixou consignado que Ž poss’vel que, em 
situa‹o excepcional’ssima, a Administra‹o deixe de nomear os 
candidatos aprovados dentro do nœmero de vagas. No entanto, essa 
situa‹o dever‡ ser caracterizada pela supervenincia, imprevisibilidade 
e gravidade. 
                                                        
8 RE 598.099. Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgamento em 10.08.2011. 
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b) O STF considera que, comprovada a necessidade de pessoal e a 
existncia de vaga, configura preteri‹o de candidato aprovado em 
concurso pœblico o preenchimento da vaga, ainda que de forma 
tempor‡ria9. Suponha, por exemplo, que existam vagas para 
determinado cargo pœblico e comprovada necessidade de pessoal. AlŽm 
disso, existem candidatos aprovados em concurso pœblico no cadastro de 
reserva. Ao invŽs de cham‡-los, todavia, a Administra‹o faz diversas 
contrata›es tempor‡rias. Claro est‡ que os candidatos que estavam em 
cadastro de reserva foram preteridos. 
c) Segundo o STJ, Òa aprova‹o do candidato dentro do cadastro de 
reserva, ainda que fora do nœmero de vagas inicialmente previstas no 
edital do concurso pœblico, confere-lhe o direito subjetivo ˆ nomea‹o 
para o respectivo cargo se, durante o prazo de validade do concurso, 
demonstrado o interesse da Administra‹o Pœblica, surgirem novas 
vagas, seja em raz‹o da cria‹o de novos cargos mediante lei, seja em 
virtude de vac‰ncia decorrente de exonera‹o, demiss‹o, aposentadoria, 
posse em outro cargo inacumul‡vel ou falecimentoÓ.10 
d) Segundo o STF, a elimina‹o do candidato de concurso pœblico que 
esteja respondendo a inquŽrito ou a‹o penal, sem sentena penal 
condenat—ria transitada em julgado, fere o princ’pio da presun‹o de 
inocncia11. Ora, se n‹o houve sentena penal condenat—ria transitada 
em julgado, o candidato n‹o pode ser considerado culpado (art. 5¼, 
LVII). 
e) Segundo o STF, n‹o h‡ direito ˆ prova de segunda chamada nos 
testes de aptid‹o f’sica, em raz‹o de circunst‰ncias pessoais, ainda que 
de car‡ter fisiol—gico ou de fora maior, salvo disposi‹o em contr‡rio 
no edital.12 Assim, em regra, inexiste direito ˆ remarca‹o de teste de 
aptid‹o f’sica em raz‹o de problema pessoal de saœde. 
f) Segundo o STF, o edital de concurso pœblico poder‡ estabelecer que a 
classifica‹o seja feita por unidade da federa‹o, ainda que disso 
resulte que um candidato possa se classificar, em uma delas, com nota 
inferior ao que, em outra, n‹o alcance a classifica‹o respectiva. Assim, 
admite-se que a concorrncia seja regionalizada. Isto Ž bastante comum. 
Pode existir um concurso com 15 vagas para Minas Gerais, 10 vagas 
para S‹o Paulo e 30 vagas para o Rio de Janeiro. Os candidatos ˆs vagas 
de Minas Gerais concorrer‹o apenas entre si, assim como os candidatos 
ˆs vagas de S‹o Paulo e do Rio de Janeiro. 
                                                        
9 AI 820065/GO, Rel. Min. Rosa Weber, j. 21.08.2012, p. 05.09.2012. 
10 AgRg no RMS 38117 / BA, Julgamento em 18.12.2012. 
11 AI 741.101-AgR, Rel. Min. Eros Grau. Julgamento em 28-4-2009 
12 RE 630.733. Rel. Min. Gilmar Mendes. Julgamento em 15.05.2013. 
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g) Segundo o STF, o edital de um concurso pœblico n‹o pode ser 
alterado, exceto para corrigir erro material ou em virtude de imposi‹o 
de lei. Nesse sentido, Òem face do princ’pio da legalidade, pode a 
Administra‹o Pœblica, enquanto n‹o conclu’do e homologado o 
concurso pœblico, alterar as condi›es do certame constantes do 
respectivo edital, para adapt‡-las ˆ nova legisla‹o aplic‡vel ˆ espŽcie, 
visto que, antes do provimento do cargo, o candidato tem mera 
expectativa de direito ˆ nomea‹o ou, se for o caso, ˆ participa‹o na 
segunda etapa do processo seletivoÓ. 
h) O Supremo Tribunal Federal entende que, caso uma quest‹o de 
concurso cobre assunto n‹o incluso no edital, Ž poss’vel o controle 
jurisdicional, por ser o edital a lei do concurso. Entretanto, Ž bom que 
voc saiba que esse controle n‹o Ž poss’vel, de acordo com o STF, 
quando se trata de avaliar os critŽrios de corre‹o da banca 
examinadora, de analisar a formula‹o de quest›es ou de avaliar as 
respostas. 
Para complementar, citamos trecho de julgado do STF relacionado a 
esse entendimento: 
Òo Poder Judici‡rio seria incompetente para substituir-se ˆ banca 
examinadora de concurso pœblico no reexame de critŽrios de corre‹o 
das provas e de conteœdo das quest›es formuladas. Assentou-se que, 
existente previs‹o de determinado tema, cumpriria ao candidato estudar 
e procurar conhecer, de forma global, os elementos que pudessem ser 
exigidos nas provas, de modo a abarcar todos os atos normativos e 
casos paradigm‡ticos existentes. Do contr‡rio, significaria exigir-se das 
bancas examinadoras a previs‹o exaustiva, no edital de qualquer 
concurso, de todos os atos normativos e de todos os ÔcasesÕ atinentes a 
cada um dos pontos do conteœdo program‡tico do concurso, o que fugiria 
ˆ razoabilidadeÓ. 13 
i) Segundo o STJ, o candidato aprovado que foi tardiamente nomeado 
por fora de decis‹o judicial n‹o tem direito a ser indenizado pelo 
per’odo em que n‹o trabalhou.14 Isso evita que continuem ocorrendo 
aquelas Òindeniza›es milion‡riasÓ de servidores que conseguiram a 
nomea‹oquase vinte anos depois da realiza‹o do concurso, muitas 
vezes prestes a se aposentarem. Quem n‹o conhece um caso desses? O 
STJ Òacabou com a festaÓ! 
                                                        
13
 MS 308060/DF, rel. Min. Luiz Fux, 28.08.2012. 
14
 EResp1.117.974/RS, Corte Especial, Rel. Min. Eliana Calmon, Rel.p/Ac—rd‹o Min. Teori Albino 
Zavascki, DJE 19.12.2011. 
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j) Segundo o STF, na ocorrncia de vaga, a Administra‹o, ao prov-la, 
deve primeiro oferecer ao servidor classificado em Concurso de 
Remo‹o, para somente ent‹o nomear candidato habilitado em 
Concurso Pœblico, ainda que j‡ ocupe cargo de provimento efetivo 
pertencente ao Quadro de Pessoal do respectivo —rg‹o.15 Com isso, 
impossibilita-se que o Auditor-Fiscal da Receita Federal que ficou durante 
anos na fronteira, esperando por uma remo‹o, veja sua t‹o sonhada 
vaga em sua cidade natal ser ofertada a candidatos a novo concurso 
pœblico, em detrimento dele. Isso j‡ aconteceu no passado, pode 
acreditar! 
Ap—s esse grande repert—rio jurisprudencial, continuamos no estudo do tema 
dos concursos pœblicos. Vejamos o que disp›e o art. 37, IV, CF/88: 
IV - durante o prazo improrrog‡vel previsto no edital de 
convoca‹o, aquele aprovado em concurso pœblico de provas ou de 
provas e t’tulos ser‡ convocado com prioridade sobre novos 
concursados para assumir cargo ou emprego, na carreira; 
H‡ muita confus‹o quanto ao significado do termo Òprazo improrrog‡velÓ. Ora, 
sabemos que o prazo de validade do concurso pœblico Ž de atŽ 2 anos, 
prorrog‡vel uma vez por igual per’odo. Devemos considerar que findo esse 
per’odo Ž que o prazo se torna improrrog‡vel. 
A CF/88 n‹o impede que, no prazo de validade de um concurso, a 
Administra‹o realize novo concurso para o mesmo cargo. No entanto, o art. 
37, IV, estabelece a prioridade de nomea‹o para os aprovados no 
concurso anterior sobre os novos aprovados. 
O art. 37, VIII, CF/88, assegura um percentual dos cargos e empregos 
pœblicos para portadores de deficincia: 
VIII - a lei reservar‡ percentual dos cargos e empregos pœblicos 
para as pessoas portadoras de deficincia e definir‡ os critŽrios de 
sua admiss‹o; 
Note que Ž a lei que definir‡ os critŽrios de admiss‹o das pessoas 
portadoras de deficincia, jamais o administrador pœblico. TambŽm Ž 
importante ressaltar que, de acordo com as atribui›es do cargo, esta poder‡ 
prever que n‹o haver‡ reserva de vagas a essas pessoas. Nesse sentido, a Lei 
8.112/90 prev, em seu art. 5¼, ¤ 2¼, que: 
¤ 2¼ Ës pessoas portadoras de deficincia Ž assegurado o direito 
de se inscrever em concurso pœblico para provimento de cargo 
                                                        
15
 MS 31267 MS, Min. Ricardo Lewandowsky, j. 24.04.2012, p. 27.04.2012 
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cujas atribui›es sejam compat’veis com a deficincia de 
que s‹o portadoras; para tais pessoas ser‹o reservadas atŽ 20% 
(vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso. 
Continuando nossa an‡lise do art. 37 da Constitui‹o, determina o texto 
constitucional que: 
IX - a lei estabelecer‡ os casos de contrata‹o por tempo 
determinado para atender a necessidade tempor‡ria de excepcional 
interesse pœblico; 
Esse dispositivo prev a contrata‹o de pessoal sem concurso pœblico, 
por tempo determinado. Esse pessoal n‹o ocupa cargo pœblico, n‹o est‡ 
sujeito ao regime estatut‡rio a que se submetem os servidores pœblicos 
titulares de cargo efetivo e em comiss‹o. Em outras palavras, n‹o est‹o 
sujeitos ˆ Lei n¼ 8.112/90. TambŽm n‹o est‹o sujeitos ˆ Consolida‹o das 
Leis do Trabalho (CLT), a n‹o ser nos termos em que a lei espec’fica que os 
rege define. 
Esses agentes pœblicos s‹o estatut‡rios, pois tm seu pr—prio estatuto de 
regncia, que define seu regime jur’dico. Exercem fun‹o pœblica 
remunerada tempor‡ria, tendo v’nculo jur’dico-administrativo com a 
Administra‹o Pœblica. Sujeitam-se ao regime geral de previdncia social 
(RGPS) e suas lides com o Poder Pœblico contratante s‹o de competncia da 
Justia comum, federal ou estadual (ou do Distrito Federal), conforme o caso. 
Para a utiliza‹o do instituto da contrata‹o tempor‡ria, exce‹o ˆ contrata‹o 
mediante concurso pœblico, Ž necess‡rio o cumprimento de trs requisitos: 
a) Excepcional interesse pœblico; 
b) Temporariedade da contrata‹o; 
c) Hip—teses expressamente previstas em lei. 
A lei mencionada como requisito ser‡ editada pela entidade contratadora, 
podendo ser federal, estadual, distrital ou municipal, conforme a respectiva 
competncia constitucional. Contudo, n‹o ser‡ poss’vel, segundo o STF, a 
contrata‹o tempor‡ria por lei que fixe Òhip—teses abrangentes e genŽricas 
de contrata‹o, sem definir qual a contingncia f‡tica emergencial apta a 
ensej‡-laÓ, bem como para Òo exerc’cio de servios t’picos de carreira e 
de cargos permanentes de Estado, sem concurso ou motiva‹o de 
excepcional relev‰nciaÓ que o justifique (STF, Pleno, ADI 3116/AP, decis‹o 
14.02.2011). 
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(TRT Ð 3a Regi‹o Ð 2015) Empresa pœblica estadual 
pretende contratar advogados para preenchimento de 
empregos pœblicos vagos em seu departamento jur’dico. 
Considerando que os advogados n‹o exercer‹o a fun‹o de 
dire‹o, chefia e de assessoramento, a empresa pœblica 
dever‡ contrat‡-los mediante concurso pœblico, v‡lido pelo 
prazo de dois anos, prorrog‡vel uma vez por igual per’odo, 
sendo vedada a livre nomea‹o pelo dirigente da entidade. 
Coment‡rios: 
ƒ isso mesmo. A admiss‹o de empregados pœblicos tambŽm 
depende da realiza‹o de concurso pœblico, com prazo de 
validade de 2 anos, prorrog‡vel uma vez por igual per’odo. 
Quest‹o correta. 
(TCU Ð 2015) O prazo de validade de concurso pœblico Ž de 
atŽ dois anos, podendo ele ser prorrogado enquanto houver 
candidatos aprovados no cadastro de reserva. 
Coment‡rios: 
De fato, o prazo de validade do concurso pœblico Ž de 2 
(dois) anos. No entanto, ele s— pode ser prorrogado por igual 
per’odo (mais 2 anos). Quest‹o errada. 
(DPE / PE Ð 2015) Conforme entendimento atual do STF, 
Ž dever da administra‹o pœblica nomear candidato 
aprovado em concurso pœblico dentro das vagas previstas 
no edital, em raz‹o do princ’pio da boa-fŽ e da prote‹o da 
confiana, salvo em situa›es excepcionais caracterizadas 
pela necessidade, supervenincia e imprevisibilidade. 
Coment‡rios: 
Os candidatos aprovados dentro do nœmero de vagas 
previsto no edital tm direito subjetivo ˆ nomea‹o, ou 
seja, a Administra‹o tem o dever de nome‡-los. Essa Ž a 
regra geral, que somente pode ser excepcionada em 
situa›es excepcional’ssimas, nas quais fiquem 
caracterizadas a necessidade, supervenincia e 
imprevisibilidade. Quest‹o correta. 
(UEG Ð 2015) ƒ constitucional a cria‹o de cargos 
tempor‡rios mesmo para atender situa›es que n‹o sejam 
de necessidade tempor‡ria de excepcional interesse pœblico. 
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Coment‡rios: 
Os cargos tempor‡rios servem, exclusivamente, para 
atender a necessidade tempor‡ria de excepcional interesse 
pœblico. Quest‹o errada. 
(UEG Ð 2015) De acordo com o texto constitucional, 
durante o prazo de validade previsto no edital de concurso 
pœblico, n‹o Ž poss’vel a abertura de novo concurso para o 
mesmo cargo. 
Coment‡rios: 
A CF/88 n‹o impede que, no prazo de validade de um 
concurso, a Administra‹o realize novo concurso para o 
mesmo cargo. No entanto, fica estabelecida a prioridade de 
nomea‹o para os aprovados no concurso anterior sobre os 
novos aprovados. Quest‹o errada. 
6.3- Cargos em comiss‹o e fun›es de confiana: 
No art. 37, inciso V, a Carta da Repœblica trata das fun›es de confiana e dos 
cargos em comiss‹o: 
V - as fun›es de confiana, exercidas exclusivamente por 
servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comiss‹o, a 
serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condi›es 
e percentuais m’nimos previstos em lei, destinam-se apenas ˆs 
atribui›es de dire‹o, chefia e assessoramento; 
ƒ importante que voc n‹o confunda cargos em comiss‹o com fun›es de 
confiana. S‹o coisas diferentes. 
As fun›es de confiana s‹o exercidas exclusivamente por servidores 
ocupantes de cargo efetivo, regra introduzida pela EC n¼ 19/98. Os cargos 
em comiss‹o, por sua vez, s‹o de livre nomea‹o e exonera‹o. Todavia, 
existe previs‹o em lei de um percentual m’nimo dos cargos em comiss‹o que 
devem ser ocupados por servidores de carreira. 
Tanto os cargos em comiss‹o quanto as fun›es de confiana destinam-se 
apenas ˆs atribui›es de dire‹o, chefia e assessoramento. Nesse sentido, 
o STF j‡ declarou a inconstitucionalidade de lei estadual que criou cargos em 
comiss‹o com atribui›es de natureza tŽcnica. 
Esquematizando... 
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No que se refere a nomea›es para cargos em comiss‹o, Ž importante o 
entendimento do STF sobre o nepotismo, pr‡tica de nomear parentes para 
cargos em comiss‹o e fun›es de confiana. A Corte considera ofensiva a 
pr‡tica do nepotismo, vedando inclusive o Ònepotismo cruzadoÓ, que 
ocorre quando dois agentes pœblicos nomeiam parentes um do outro, para 
mascarar a contrata‹o. 
O STF entende que a pr‡tica do nepotismo ofende os princ’pios da 
moralidade e da impessoalidade, devendo a veda‹o a esta pr‡tica ser 
observada por todos os Poderes da Repœblica e por todos os entes da 
Federa‹o, independentemente de lei formal. 
Que tal lermos a Sœmula Vinculante no 13 em sua ’ntegra? 
 
ÒA nomea‹o de c™njuge, companheiro ou parente em linha 
reta, colateral ou por afinidade, atŽ o terceiro grau, 
inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma 
pessoa jur’dica, investido em cargo de dire‹o, chefia ou 
assessoramento, para o exerc’cio de cargo em comiss‹o ou 
de confiana, ou, ainda, de fun‹o gratificada na 
administra‹o pœblica direta e indireta, em qualquer dos 
poderes da Uni‹o, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Munic’pios, compreendido o ajuste mediante designa›es 
rec’procas, viola a Constitui‹o Federal.Ó 
ƒ importante destacar que a veda‹o ao nepotismo n‹o alcana a nomea‹o 
para cargos pol’ticos. Assim, o governador de um Estado pode nomear seu 
irm‹o para o cargo de secret‡rio estadual, por exemplo. 
FUNÇÕES DE 
CONFIANÇA
EXCLUSIVAS  DE  SERVIDORES  OCUPANTES  DE  CARGO 
EFETIVO.
CARGOS EM 
COMISSÃO
PODEM SER PREENCHIDOS SEM CONCURSO PÚBLICO, MAS A 
LEI  DEVE  ESTABELECER  PERCENTUAIS  MÍNIMOS  A  SEREM 
PREENCHIDOS POR SERVIDORES DE CARREIRA
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(UEG Ð 2015) A investidura em qualquer cargo pœblico 
exige prŽvia aprova‹o em concurso pœblico. 
Coment‡rios: 
A nomea‹o para cargo em comiss‹o independe de 
aprova‹o em concurso pœblico. Quest‹o errada. 
(UFRB Ð 2015) As fun›es de confiana, exercidas 
exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e 
os cargos em comiss‹o, a serem preenchidos por servidores 
de carreira nos casos, condi›es e percentuais m’nimos 
previstos em lei, destinam-se apenas ˆs atribui›es de 
dire‹o, chefia e assessoramento. 
Coment‡rios: 
Isso mesmo! As fun›es de confiana e os cargos de 
comiss‹o se destinam apenas ˆs atribui›es de dire‹o, 
chefia e assessoramento. Cabe destacar que as fun›es de 
confiana somente podem ser exercidas por servidores 
ocupantes de cargos efetivos. Quest‹o correta. 
 
6.4- Direitos Sociais dos servidores pœblicos: 
Nesse t—pico, estudaremos sobre os direitos sociais dos servidores pœblicos. 
Inicialmente, comentamos sobre o direito ˆ associa‹o sindical, o qual Ž 
assegurado pelo art. 37, VI, CF/88: 
VI - Ž garantido ao servidor pœblico civil o direito ˆ livre associa‹o 
sindical. 
O servidor pœblico tem, portanto, o poder de se associar a um sindicato. 
Entretanto, destaca-se que a Sœmula 679 do STF pro’be a conven‹o 
coletiva para fixa‹o de vencimentos dos servidores pœblicos. Destaca-
se, ainda, que aos militares s‹o vedadas a sindicaliza‹o e a greve (art. 
142, IV, CF), sem exce‹o. 
Os servidores pœblicos civis tambŽm tm o direito de greve, conforme art.37, 
VII: 
VII - o direito de greve ser‡ exercido nos termos e nos limites 
estabelecidos em lei espec’fica. 
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Teoria e Questões 
Aula 06 – Profa Nádia / Prof. Ricardo Vale 
Observe que, ao contr‡rio do direito ˆ associa‹o sindical, que Ž uma norma 
constitucional de efic‡cia plena, o direito de greve do servidor pœblico Ž uma 
norma constitucional de efic‡cia limitada. Em tese, Ž necess‡ria uma lei 
para que os servidores pœblicos possam usufruir do direito de greve. 
Como tal lei ainda n‹o foi editada, o STF, no julgamento de trs mandados de 
injun‹o, adotando a posi‹o concretista geral, determinou a aplica‹o ao 
setor pœblico, no que couber, da lei de greve vigente no setor privado 
(Lei no 7.783/1989) atŽ a edi‹o da lei regulamentadora. 
Destaca-se, porŽm, que a Corte decidiu pela inaplicabilidade do direito de 
greve a determinados servidores pœblicos, como, por exemplo, ˆs foras 
policiais, devido ˆ ’ndole de sua atividade. Segundo o Pret—rio Excelso, 
Òservidores pœblicos que exercem atividades relacionadas ˆ manuten‹o da 
ordem pœblica e ˆ segurana pœblica, ˆ administra‹o da Justia Ð a’ os 
integrados nas chamadas carreiras de Estado, que exercem atividades 
indeleg‡veis, inclusive as de exa‹o tribut‡ria Ð e ˆ saœde pœblicaÓ est‹o 
privados do direito de greve (STF, Rcl. 6568-SP, Rel. Min. Eros Grau). 
Mais recentemente, tambŽm examinando a problem‡tica do direito de greve, o 
STF decidiu que a Administra‹o Pœblica deve descontar da 
remunera‹o dos servidores pœblicos grevistas os dias de paralisa‹o. O 
desconto da remunera‹o somente n‹o ser‡ cab’vel quando ficar demonstrado 
que a greve foi provocada por conduta il’cita do Poder Pœblico.16 
A Carta Magna assegura, ainda, aos servidores pœblicos, os seguintesdireitos sociais (art. 39, ¤ 3o): 
a) Sal‡rio m’nimo , fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de 
atender a suas necessidades vitais b‡sicas e ˆs de sua fam’lia com 
moradia, alimenta‹o, educa‹o, saœde, lazer, vestu‡rio, higiene, 
transporte e previdncia social, com reajustes peri—dicos que lhe 
preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vincula‹o para 
qualquer fim; 
b) Garantia de sal‡rio, nunca inferior ao m’nimo, para os que percebem 
remunera‹o vari‡vel; 
c) DŽcimo terceiro sal‡rio com base na remunera‹o integral ou no 
valor da aposentadoria; 
d) Remunera‹o do trabalho noturno superior ˆ do diurno; 
                                                        
16 RE n¼ 693.456, Rel. Min. Dias Toffoli. Julg: 27.10.2016. 
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e) Sal‡rio-fam’lia pago em raz‹o do dependente do trabalhador de 
baixa renda nos termos da lei; 
f) Dura‹o do trabalho normal n‹o superior a oito horas di‡rias e 
quarenta e quatro semanais, facultada a compensa‹o de hor‡rios e a 
redu‹o da jornada, mediante acordo ou conven‹o coletiva de trabalho; 
g) Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos; 
h) Remunera‹o do servio extraordin‡rio superior, no m’nimo, em 
cinquenta por cento ˆ do normal; 
i) Gozo de fŽrias anuais remuneradas com, pelo menos, um tero a 
mais do que o sal‡rio normal; 
j) Licena ˆ gestante, sem preju’zo do emprego e do sal‡rio; 
l) Licena-paternidade, nos termos fixados em lei; 
m) Prote‹o do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos 
espec’ficos, nos termos da lei; 
n) Redu‹o dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de 
saœde, higiene e segurana; 
o) Proibi‹o de diferena de sal‡rios, de exerc’cio de fun›es e de 
critŽrio de admiss‹o por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil. 
 
(TRT 3a Regi‹o Ð 2015) Em que pese a Constitui‹o 
Federal assegurar aos servidores pœblicos o direito de greve, 
o exerc’cio regular desse direito depende da edi‹o de lei 
federal tratando da matŽria, n‹o podendo ser garantido por 
decis‹o proferida pelo Supremo Tribunal Federal em 
mandado de injun‹o. 
Coment‡rios: 
ƒ poss’vel, sim, que o direito de greve seja assegurado por 
meio de mandado de injun‹o impetrado no STF. O direito de 
greve dos servidores pœblicos Ž norma de efic‡cia limitada, 
dependente, portanto, da edi‹o de lei regulamentadora. AtŽ 
hoje, essa lei n‹o foi editada. Quest‹o errada. 
 
 
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6.5- Remunera‹o dos servidores pœblicos: 
O artigo 37, inciso X, CF/88 estabelece o seguinte sobre a remunera‹o dos 
servidores pœblicos: 
X - a remunera‹o dos servidores pœblicos e o subs’dio de que 
trata o ¤ 4¼ do art. 39 somente poder‹o ser fixados ou alterados 
por lei espec’fica, observada a iniciativa privativa em cada caso, 
assegurada revis‹o geral anual, sempre na mesma data e sem 
distin‹o de ’ndices; 
Antes de iniciarmos a an‡lise do dispositivo, cumpre fazermos algumas 
elucida›es. A remunera‹o dos servidores pœblicos pode se dar por meio de 
subs’dios, vencimentos ou sal‡rios. 
A primeira delas, o subs’dio, Ž uma forma de remunera‹o fixada em parcela 
œnica, sem acrŽscimo de qualquer gratifica‹o, adicional, abono, prmio, 
verba de representa‹o ou outra espŽcie remunerat—ria. ƒ remunera‹o 
obrigat—ria para os agentes pol’ticos e para servidores pœblicos de 
determinadas carreiras (Advocacia-Geral da Uni‹o, Defensoria Pœblica, 
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, procuradorias dos estados e do DF, 
Pol’cia Federal, Pol’cia Rodovi‡ria Federal, pol’cias civis, pol’cias militares e 
corpos de bombeiros militares). AlŽm disso, pode ser facultativamente 
adotado, a critŽrio do legislador ordin‡rio, para servidores pœblicos organizados 
em carreira (art. 39, ¤ 8¼, CF). ƒ o caso dos Auditores-Fiscais da Receita 
Federal do Brasil, por exemplo. 
Vejamos o que diz o art. 39, ¤ 4¼, CF/88 sobre o subs’dio dos agentes 
pol’ticos: 
¤ 4¼ - O membro de Poder, o detentor de mandato eletivo, os 
Ministros de Estado e os Secret‡rios Estaduais e Municipais ser‹o 
remunerados exclusivamente por subs’dio fixado em parcela œnica, 
vedado o acrŽscimo de qualquer gratifica‹o, adicional, abono, 
prmio, verba de representa‹o ou outra espŽcie remunerat—ria, 
obedecido, em qualquer caso, o disposto no art. 37, X e XI. 
J‡ os vencimentos compreendem a remunera‹o em sentido estrito, 
percebida pelos servidores pœblicos. O artigo 41 da Lei 8.112/90 estabelece 
que remunera‹o Ž o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens 
pecuni‡rias permanentes estabelecidas em lei. 
Finalmente, o sal‡rio Ž a forma remunerat—ria paga aos empregados 
pœblicos, contratados sob regime celetista. ƒ o caso do Presidente de uma 
empresa pœblica, por exemplo. 
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A altera‹o da reda‹o do dispositivo, promovida pela EC no 19/98 garantiu 
expressamente ao servidor pœblico o princ’pio da periodicidade, ou seja, no 
m’nimo, uma revis‹o geral anual da remunera‹o. Nesse sentido, 
entendeu o STF que trata-se de Ònorma constitucional que imp›e ao Presidente 
da Repœblica o dever de desencadear o processo de elabora‹o da lei anual de 
revis‹o geral da remunera‹o dos servidores da Uni‹oÓ, concluindo que Òseu 
atraso configurou-se desde junho/1999, quando transcorridos os primeiros 
doze meses da data da edi‹o da referida EC no 19/98Ó. 
A iniciativa das leis que fixam a remunera‹o e o subs’dio dos agentes 
pœblicos depende do cargo a que se refiram. As principais est‹o previstas no 
esquema a seguir: 
 
Alguns subs’dios s‹o fixados por decreto legislativo, dispensada a san‹o do 
Presidente da Repœblica (art. 49, CF): 
 
IN
IC
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T
IV
A
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Ã
O
 
E
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U
B
S
ÍD
IO
CARGOS DO EXECUTIVO FEDERAL
 PR
CARGOS DA CÂMARA DOS 
DEPUTADOS
CÂMARA DOS DEPUTADOS (ART. 
51, IV, CF)
CARGOS DO SENADO FEDERAL
 SENADO FEDERAL (ART. 52, XIII, CF)
MINISTROS DO STF
 STF
MEMBROS E JUIZES DE TRIBUNAISE 
SEUS SERVIÇOS AUXILIARES
 TRIBUNAIS RESPECTIVOS
DEPUTADOS ESTADUAIS, 
GOVERNADOR, VICE‑GOVERNADOR 
E SECRETÁRIOS DE ESTADO
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
SUBSÍDIOS FIXADOS POR DECRETO LEGISLATIVO
DEPUTADOS E 
SENADORES
 PR E VICE‑PR
 MINISTROS DE ESTADO
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O art. 37, XI, CF/88 estabelece o denominado teto constitucional de 
remunera‹o dos servidores pœblicos. Vamos l-lo na ’ntegra? 
XI - a remunera‹o e o subs’dio dos ocupantes de cargos, fun›es 
e empregos pœblicos da administra‹o direta, aut‡rquica e 
fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da Uni‹o, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Munic’pios, dos detentores de 
mandato eletivo e dos demais agentes

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