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CLASS_CTD211-B_2015-1_JSenna_M2T2_5_Mat Terrestres_Mineal_Propriedades

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5 PROPRIEDADES (III) 
MINERALOGIA 
Juliano Senna. 
Para a identificação dos minerais através de suas 
propriedades físicas e morfológicas, que são decorrentes de 
suas composições químicas e de suas estruturas cristalinas, 
utilizamos características como: hábito, transparência, brilho, 
cor, traço, dureza, fratura, clivagem, densidade relativa, 
geminação e propriedades elétricas e magnéticas. 
IDENTIFICAÇÃO 
COR 
A cor de uma substância depende da absorção seletiva da luz por ele 
refletida ou transmitida. 
O fato de o mineral absorver mais um determinado comprimento de 
onda do que os outros faz com que os comprimentos de onda restantes 
se componham numa cor diferente da luz branca que chegou ao 
mineral. Os principais fatores que colaboram para a absorção seletiva 
são a presença de elementos químicos de transição como Fe, Cu, Ni, V 
e Cr. 
A cor dos minerais deve ser sempre observada em fratura fresca (sem 
alteração). 
Depende do tipo de átomos e de impurezas. Muitos cristais iônicos são 
incolores. Metais de transição costumam colorir os minerais. 
COR 
Quanto a cor os minerais se 
dividem em: 
Idiocromáticos: apresentam cor 
própria, constante, inerente à 
composição química; 
Alocromáticos: quando puros são 
incolores (acróicos) e assumem 
diversas cores em função da 
presença de impurezas, variações 
na composição química ou 
imperfeições no retículo cristalino. 
Vanadinita Pb5(VO4)3Cl 
Azurita Cu3(CO3)2(OH)2 
Granada - Fe3Al2(Si3O12) 
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• Observações em lascas delgadas, onde os minerais podem ser 
transparentes, translúcidos e opacos. 
• São os minerais que não absorvem ou absorvem pouco a luz. Os que 
absorvem a luz são considerados translúcidos e dificultam que as imagens 
sejam reconhecidas através deles. 
Diamante transparente 
Tranparência 
Identificação 
BRILHO 
É a capacidade de reflexão da 
luz incidente. Distinguem-se 
minerais de brilho: 
 
Metálico: aparência brilhante de 
metal; 
Não-Metálico: vítreo, sedoso, 
gorduroso, resinoso, etc... 
 
Tende a ser vítreo nos cristais 
iônicos e variável nos 
covalentes. 
IDENTIFICAÇÃO 
Brilho – Trata-se da quantidade de luz refletida pela superfície de um mineral. Os minerais que refletem mais de 75% da luz exibem brilho metálico. 
Galena com brilho metálico Topázio com brilho vítreo 
• É a resistência que sua superfície lisa oferece ao risco; 
• Ligações químicas fortes originam elevada dureza; 
• Minerais com ligação covalentes tendem a ser mais duros do que minerais iônicos. 
 
Escala de Mohs: 
• Escala relativa para determinação da dureza de um mineral em relação a outro(os); 
• Esta escala possui dez minerais comuns, em que cada um pode riscar todos os anteriores; 
• É um método para determinações rápidas para se conhecer a natureza relativa de um 
exemplar mineral; 
• Materiais comuns podem servir juntamente com a escala de Mohs para a determinação da 
dureza dos minerais; 
Dureza 
Definição 
Dureza 
Escala 
Dureza 
Escala 
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Dureza 
Mohs Hardness Scale 
Dureza 
Escala 
DUREZA 
• É a cor do pó mineral; 
• Esta propriedade é especialmente importante em minerais de brilho 
metálico, visto que em inúmeros casos a cor do pó é bem distinta da cor 
exibida pela superfície do mineral; 
Traço 
Cor do Traço 
Identificação 
Traço – Trata-se da cor do pó do mineral, sendo obtida riscando o mineral contra uma 
placa ou uma fragmento de porcelana de cor branca. 
Hematita – Traço vermelho Magnetita – Traço amarelo 
Traço Risco 
Identificação 
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FRATURA E CLIVAGEM 
A fratura é a superfície de quebra dos minerais, podem ser 
plana ou concóide (ou concoidal). Quando a quebra se dá 
preferencialmente segundo superfícies planas e que se 
repetem paralelamente, dizemos que o mineral apresenta 
clivagem. 
A Clivagem é pobre se as ligações no cristal são fortes. 
Ligações covalentes costumam resultar em clivagem pobre 
ou ausente (diamante é exceção). Ligações iônicas resultam 
em boa clivagem. Ligações tipo van der Waals geram 
excelente clivagem. 
IDENTIFICAÇÃO 
Fratura – Refere-se a superfície irregular e curva resultante da quebra do mineral. Obviamente é controlada pela estrutura atômica interna do mineral, podendo ser irregulares ou conchoidais. 
Quartzo com 
fratura conchoidal 
IDENTIFICAÇÃO 
Clivagem – São muito freqüentes, trata-se de superfícies de quebra que constituem planos de notável regularidade. Os tipos mais comuns são: 
Romboédrica - Calcita 
Octaédrica - Fluorita Cúbica - Galena 
IDENTIFICAÇÃO FRATURA E CLIVAGEM 
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Fluorescência vs Fosforecência 
Fosforescência - Definição 
• A fosforescência é um caso particular de luminescência (fenômeno geral), ou seja é 
um tipo de fotoluminescência; 
• Esta relacionado a capacidade que uma espécie química tem de emitir luz (e.g., no 
escuro); 
• Isso ocorre porque a estrutura eletrônica peculiar favorece os elétrons absorverem 
radiação; 
• O resultado é que estes materiais passam a irradiar luz visível ou radiação de maiores 
comprimentos de onda; 
• A escala de tempo para re-emissão da radiação são mais lentas, pois estão associadas 
com transições de estado de energia "proibidos" pela mecânica quântica; 
• Como estas transições ocorrem muito lentamente em certos materiais, a radiação 
absorvida pode ser reemitida com intensidade mais baixa para grandes intervalos de 
tempo após a excitação inicial. 
Fluorescência vs Fosforecência 
Fluorescência - Definição 
• A fluorescência é a capacidade de uma substância de emitir luz quando exposta a 
radiações do tipo ultravioleta (UV), raios catódicos ou raios X; 
• As radiações absorvidas (invisíveis ao olho humano) transformam-se em luz visivel, ou 
seja, com um comprimento de onda maior que o da radiação incidente. 
• Ocorre quando um elétron de uma molécula, um átomo ou nanoestrutura relaxa ao 
seu estado fundamental ao emitir um fóton de luz depois de ser excitados para um 
estado quântico mais elevado por algum tipo de energia 
Em mineralogia fosforescência é que quando a fonte de luz ultravioleta incidente 
em um mineral por um determinado tempo é desligada, e o fenômenos de 
fluorescência emitido pelo cristal continua ao longo de um tempo. 
Mexico Calcite Optical Calcite 
Uma peça de calcita (Mexico Iceland spar - Nuevo Leon / Mexico, 3.3 x 2.4 x 1.3 cm) 
possui uma “longaria de Islândia” muito rasa e com cor rosa. A clivagem é superior a 
dimensão da “longaria de Islândia” . Quando submetida a radiação ultravioleta de 
ondas curtas emite cor azul-violeta devido a sua fluorescência. Quando submetida a 
radiação ultravioleta de ondas longas emite cor energia fluorescente de cor rosa. 
Refração Dupla 
Calcita “Iceland Spar” (Espato da Islândia) 
Calcita 
Pode variar do transparente até o opaco. Ocasionalmente apresenta fosforescência ou 
fluorescência. Uma variedade transparente é chamada de espato da Islândia (island 
spar) é usado para fins ópticos. O termo “Iceland spar” significa “longarina Islândia”. 
Longarina é o termo usado para uma direçãoi de refração. Este tipo de calcita 
apresenta forte e dupla refração. 
https://www.youtube.com/watch?v=sy5vXxc5ppg 
https://www.youtube.com/watch?v=SJziyCLIqQ8 
Fluorescência vs Fosforecência 
Mexico Calcite Optical Calcite 
(c) Cor Rosa (ondas 
longas) 
Minerais Fluorescentes 
(a) Cristal claro (b) Cor Violeta-azul (ondas 
curtas) 
Fluorescencia 
http://www.geologyin.com/2014/11/mexico-calcite-optical-calcite.html 
HÁBITO 
Hábito – Forma geométrica externa, habitual, exibida pelos cristais dos minerais, que reflete a sua estrutura cristalina. 
Limonita – hábito cúbicoQuartzo – hábito prismático 
HÁBITO 
É a forma extrema mais freqüente com que se apresentam os 
indivíduos de uma mesma espécie mineral. Citam-se os 
seguintes hábitos: 
 
Equidimensional: as formas assumidas pelos cristais tendem a 
apresentar dimensões iguais nas 3 direções espaciais. Incluem-
se aqui as formas cúbicas, piramidais, romboédricas, 
octaédricas, etc..; 
Prismático: uma das dimensões predomina sobre as outras 
duas, resultando formas alongadas; 
Acicular: o predomínio exagerado de uma das dimensões 
confere a forma agulha (prisma muito alongado) aos cristais; 
Tabular: duas das dimensões predominam sobre uma terceira, 
configurando formas achatadas; 
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HÁBITO 
Placóides: o mineral se apresenta em folhas ou placas. 
Distingue-se em hábito cristalino (cada indivíduo cristalino se 
apresenta) e hábito dos agregados cristalinos (formado por 
muitos indivíduos da mesma espécie, e nos quais, 
freqüentemente, não se consegue a observação de cada 
indivíduo isoladamente); 
Compacto (maciço): massas homogêneas nas quais não se 
conseguem observar os indivíduos; 
Terroso: massas pouco coerentes (friáveis) constituídas por 
grânulos; 
Botroidal: concreções globulares que se reúnem a maneira de 
cacho de uva; 
Fibroso: massas de indivíduos aciculares onde se distinguem os 
indivíduos. 
HÁBITO 
HÁBITO DENSIDADE 
É o número que indica quantas vezes um certo volume de 
mineral é mais pesado do que um mesmo volume de água 
destilada, à temperatura de 4°C. 
Depende do peso atômico e do empacotamento cristalino. 
Minerais de ferro e metais possuem elevada densidade. 
Minerais covalentes possuem empacotamento mais aberto 
e são menos densos. 
IDENTIFICAÇÃO 
Densidade relativa – É o número que indica quantas vezes certo volume de mineral é mais pesado que o mesmo volume de água a 4 ºC. Na maioria dos minerais, a densidade relativa varia entre 2,5 e 3,3. Alguns minerais que contém elementos de alto peso atômico (Ba, Sn, Pb, Sr, etc. ) apresentam uma densidade superior a 4. 
Cassiteria (SnO2) – densidade relativa: 6,8 – 7,1 
IDENTIFICAÇÃO 
Geminação – É a propriedade de certos cristais de se desenvolverem de maneira irregular. A geminação pode ser classificada como simples (dois cristais intercrescidos) ou múltipla (polissintética). 
Estaurolita – geminação simples em cruz. Labradorita – geminação polissintética. 
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Propriedades elétricas – Muitos minerais são bons condutores de eletricidade, como é o caso dos elementos nativos (Cu, Au, Ag, etc.) e outros, são classificados como semicondutores (sulfetos). Alguns minerais são classificados como magnéticos, como é o caso da magnetita e a pirrotita, pois geram um campo magnético em sua volta com intensidade variável. 
IDENTIFICAÇÃO 
Magnetita (Fe3O4) 
Radioatividade 
http://www.geologyin.com/2014/11/radioactivity-and-earths-age.html

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