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resenha linguagem, escrita e poder

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LINGUAGEM, ESCRITA E PODER
GNERRE. Maurízio. Linguagem, Escrita e Poder. São Paulo: Martins Fontes, 1998.
RESENHA CRÍTICA
	O livro trata da relação entre a linguagem, escrita e poder. Geralmente associamos a linguagem somente como uma forma de transmitir informações para outros. Esse recurso tem outros fins, que nós desconhecemos, que é o poder que a palavra tem em mobilizar outras pessoas. Podemos ver que a língua é um sistema que não muda porque está inerente a pessoa desde que ela nasce. O texto mostra que no passado o estudo da língua ou lingüística gerou grandes controvérsias, pois cada um queria que fosse a seu modo.
Mostra que, o poder, por sua vez, sempre teve uma relação direta com a informação e com a percepção da informação por parte de quem lê, tanto os sinais do tempo, como os sinais da economia. O poder, segundo o autor, se nutre da informação sigilosa, e análise contínua, feita por grupos de pesquisadores que deduzem e ensaiam a verdade a ser vendida. Nesse ponto, o mercado da informação ultrapassa a fronteira da escrita, para cair novamente no círculo de pensamento.
É neste espaço da procura pela informação qualitativa da verdade que se formam os princípios básicos de todo o conhecimento humano.
	Na nossa língua portuguesa algumas palavras se tornam chavões, segundo ele, pois elas estão associadas a fatos reais vivenciados por nós. Quando ouvimos determinada palavra, logo associamos aos fatos registrados pela história. A importância real da linguagem está em ela ser uma fonte de ligação entre todas as línguas. 
Na visão tradicional, a visão sobre a lingüística é muito restrita, com ênfase forte sobre as estruturas das lingüísticas.
De acordo com o autor, os estudos da linguagem, principalmente aqueles ligados à análise do discurso, têm mostrado que as relações de poder estão presentes em todos os processos de comunicação.
A ideologia é inerente à linguagem. As linguagens não são inocentes nem inconseqüentes. Toda linguagem é ideológica porque, ao refletir a realidade, ela necessariamente a refrata.
Dessa forma, podemos dizer que os discursos que aparecem na imprensa estão carregados de ideologia, inclusive aqueles que se pretendem neutros ou imparciais, como os textos informativos, mas que revelam um conteúdo implícito.
As relações de poder e ideologia cotidianamente aparecem na imprensa, mas muitas vezes não são percebidas pelo leitor comum. 
Gnerre diz que, “assim como o estado e o poder são apresentados como entidades superiores e neutra, também o código aceito 'oficialmente' pelo poder é apontado como neutro e superior, e todos os cidadãos têm que produzi-lo e entendê-lo nas relações com o poder”.
A idéia que se tem é que as matérias são escritas para os já incluídos na linguagem da imprensa. Aparecem termos como “globalizar”, “neoliberais” e “reacionária”, julgando que o leitor conhece o léxico utilizado.
Entretanto, como lembra Gnerre, isso não basta, ou como ele diz, “não é suficiente 'conhecer' o léxico para entender uma mensagem em gíria ou jargão. É necessário ser de alguma forma 'intero' aos conteúdos referenciais para entender algo das mensagens”.
	É interessante saber que as ligações lingüísticas específicas não tem nada haver com valores ideológicos, pois essas não estão em nenhum motor ideológico para aqueles que tem um pouco mais de conhecimento, embora perante a nossa constituição todos sejam declarados iguais, em seus direitos, já são discriminados ao não ter acesso direto às leis que dizem protegê-lo. Embora seja uma realidade no mundo todo.
	Para conviver dentro de um processo onde existe uma tradição exclusivamente oral, é complexo, pois ela abrange todo um conjunto de relações sociais. Hoje não é possível pensar qualquer caso de processo de formação de uma língua padrão devido não ser possível o contato direto com outras línguas e culturas. 
	Sabemos que todas as pequenas mudanças na lingüística vão definindo a variedade padrão da língua. Embora seja feito um esforço no plano lingüístico, para criar uma variedade da língua escrita, é importante que tudo isso esteja inserido dentro dos conteúdos da escola. 
Sobre a gramática normativa e a discriminação, o autor acredita que talvez exista uma contradição de base entre ideologia democrática e a ideologia que é implícita na existência de uma norma lingüística. 
Nos dias de hoje é difícil, por exemplo, uma comunidade indígena escrever a sua língua nativa e continuar até o final do estudo com a mesma.
Ao falar das crenças sobre a escrita, a percepção da amplitude da educação nos conduz a pensar mais profundamente a questão da educação de adultos, mais especificamente no seu sentido mais restrito dentro da sala de aula, considerando que o indivíduo necessariamente já foi educado como membros de grupos étnicos e de classes sociais próprios. 
Gnerre (1994:45) faz uma análise, sobre a alfabetização tanto de adultos como de crianças, que nos interessa nesse momento, no que diz respeito as interpretações feitas na relação professor-aluno:
"Eles compartilham atitudes, crenças, hipóteses sobre a escrita, sua natureza, suas funções e os valores que a ela estão associados, da mesma forma que nós (os alfabetizados reais ou em termos sócio-históricos) compartilhamos atitudes, crenças, hipóteses sobre a escrita. Só se partirmos de uma perspectiva deste tipo podemos perceber que estamos envolvidos num processo de interpretação recíproca: assim como em outras atividades, também na atividade específica do processo de alfabetização, interpretações recíprocas defrontam-se: nós os interpretamos e ao seu mundo, projetamos sobre eles a nossa perspectiva profundamente letrada e grafocêntrica do nosso mundo sócio-cultural. Eles nos interpretam como portadores de valores diferentes ou, no mínimo, de uma técnica e de um saber que eles por uma razão ou outra não controlam”.
Sendo assim o ambiente escolar, como um meio a mais de educação para crianças, jovens e adultos, deve favorecer o crescimento dos indivíduos por ampliar os espaços em que se considera as diversas interpretações feitas por uma e outra classe sobre muitas das atividades sociais e refletir sobre elas.
O autor fala também da oposição entre escrita alfabética e não-alfabética dizendo que está presente na forma implícita e explícita da literatura. A concepção de que o adulto analfabeto é "ignorante" não está presente por acaso. É importante considerar como esta concepção se constitui. 
A sociedade brasileira foi se configurando a partir de um modelo europeu, capitalista, de glorificação à escrita. Então começa a surgir a discriminação dos analfabetos. 
Nas democracias, as pessoas que tem que tomar decisões para a coletividade tem o poder de tomar tais decisões legitimado de alguma forma com base no saber de que elas dispõem. No saber diferente em qualidade e em quantidade do saber necessário para tomar decisões de alcance individual ou familiar. É importante um componente de saber tal como filosofia, história línguas clássicas, etc... 
Estas áreas de saber e de atividade intelectual estão em estrita relação com a verbalização e a expressão lingüística em geral, "principalmente a escrita" e a retórica em particular.
Para Gnerre, a escrita e a língua foram objetos ou completamente internos ou completamente externos para os lingüistas e, toda a história da escrita é feita através de hipóteses, pois, como vemos pelo texto, há ausência de pesquisas lingüísticas e psicolingüísticas. Através dessas hipóteses chegaram a evidencias empíricas que muitas das vezes se tornaram informações falsas. 
O autor também conta que demoraram em aparecer pesquisas cuidadosas. A leitura escrita surgiu quando os povos deixaram de ser nômades, quando as tribos já possuíam uma larga tradição oral e quando as imagens das cavernas já não davam conta das novas formas de viver do homem agrário.Antes, porém, havia uma cultura oral, transmissora do conhecimento do vivido pela experienciação, ou seja, de modo empírico de viver. Quando do surgimento da escrita, a oralidade e a imagem já estavam em processo de esquecimento.
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CONCLUSÃO
Este livro faz uma retrospectiva de como surgiu a escrita e a linguagem e de como o poder sempre esteve presente. Faz críticas e procura trazer aos leitores base para pesquisas. Em seu conteúdo desenvolve a relação entre os processos de variação e padronização lingüística, sob uma perspectiva social, discute também as várias formas de como os lingüistas chegaram às conclusões que cita no texto.
O texto trata da relação entre a linguagem e o poder, permeada pela a importância da leitura, além de frisar o poder de libertação que a leitura proporciona, libertação no sentido de autonomia do sujeito que lê. Além disso, são frisadas as vantagens da leitura em relação à não-leitura, como por exemplo, o enriquecimento de vocabulário e o exercício da imaginação humana.
O Poder sempre teve uma relação direta com a informação. Na verdade, o autor, simplesmente, em seu texto esclarece que toda língua representa, além de um bem cultural, um importante fator de comunicação entre pessoas. Tanto isso é verdadeiro, que todos os países do mundo têm, a despeito das diversidades e/ou das variações lingüísticas existentes em seus territórios, um idioma oficial, isto é, uma língua por meio da qual todos os cidadãos se comunicam.
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