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Controle de roedores sinantrópicos Saneamento

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1 
CONTROLE DE ROEDORES SINANTRÓPICOS 
 
 
INTRODUÇÃO 
 Quem é responsável pelo controle de roedores? Muito tem se perguntado: o rato é 
um problema Federal, Estadual ou Municipal? Ou, quem sabe, até particular? É um 
problema social ou individual? Na verdade, a responsabilidade desse problema é todos e 
de cada um. 
 A responsabilidade básica no controle dos roedores infestantes de uma 
propriedade, área livre ou edificada, é de seu proprietário e/ou ocupante. Mas se os ratos 
passam a ocupar áreas comunitárias, somente uma ação conjunta dos indivíduos dessa 
comunidade afetada poderá ser capaz de resolver o problema. De fato, os ratos e 
camundongos não reconhecem as divisas entre as propriedades, como desconhecem 
qualquer linha separatória entre Municípios, Estados e até países. 
 A coordenação e execução de ações sanitárias dos poderes públicos é essencial 
na solução desse problema. A cooperação e participação da comunidade é indispensável 
e vital para o sucesso no controle de roedores. 
 Afinal, somos todos responsáveis pelo problema dos roedores e por sua solução. 
A maioria das espécies de roedores vive em ambientes silvestres num perfeito 
equilíbrio na natureza, fazendo parte da cadeia alimentar de diversas espécies 
predadoras como aves de rapinas, cobras, lagartos e alguns carnívoros. Em áreas rurais, 
a ação do homem sobre o ambiente e a matança indiscriminada dos predadores naturais 
provocam desequilíbrio, que resultam em aumento da população desses roedores, 
podendo causar sérios prejuízos ao próprio homem. 
A oferta de alimentos aos roedores, através da produção de cereais, também 
acarreta sérios prejuízos econômicos nos campos em culturas de arroz, cana-de-açúcar, 
trigo e cacau. 
Algumas espécies de roedores adaptam-se melhor às condições ambientais 
criadas pelo homem, principalmente os Murídeos (Rattus e Mus), também chamados de 
roedores comensais ou sinantrópicos. Essas espécies, diferentes dos roedores silvestres, 
vivem próximo ao homem, que é o responsável pelo fornecimento de condições básicas 
para sua sobrevivência, quais sejam: 
- Alimentos: grãos armazenados, gêneros estocados, ração animal, resíduos 
alimentares, lixo, etc. 
- Abrigo: terrenos baldios com entulho, mato, edificações, sistema de esgoto mal 
conservados, etc. 
- Água: vazamento em instalações hidráulicas, valetas, caixas d’ água, sistemas 
coletores de águas pluviais e fluviais, etc. 
 
O PROBLEMA 
 Parece que a convivência entre o Homem e o rato começou há muito tempo atrás. 
Alguns achados arqueológicos na Europa demonstraram a presença de roedores já no 
período Pleisto-pliocênico, juntamente com restos humanos inservíveis atirados num 
mesmo local, formando montes de lixo. 
 Lamentavelmente, para nós, o rato é um dos animais superiores mais adaptados, 
aparelhados, capazes de sobreviver e prolíficos na natureza. Ele é capaz de instalar-se 
nas mais diversas regiões climáticas do globo e adaptar-se nelas com relativa facilidade. 
Por essas razões, principalmente, é que o controle de roedores deve ser visto dentro de 
um contexto de ecologia aplicada. O controle não deve estar nunca baseado no número 
de ratos que foram eliminados, mas sim no número de ratos que sobreviveram. Esse 
conceito é vital no processo de controlar as populações de roedores. No entanto, vários 
 2 
autores concordam num ponto: quanto mais se aproximar o método de combate à biologia 
do roedor, melhores as probabilidades de êxito no controle. 
 
 Perdas econômicas 
 Um dos maiores problemas causados pelos roedores é a extraordinária perda 
econômica que eles provocam ao longo de sua vida. 
 Nos campos, destroem as sementes recém-plantadas e atacam os cereais, tanto 
na espigagem como depois de colhidos e armazenados. Arroz, trigo, milho, cana-de-
açúcar, cacau são algumas culturas onde a ação dos roedores pode ser devastadora. 
Estima-se que a cada ano 1/5 de toda a produção mundial nunca chega à mesa do 
Homem, devido aos danos provocados pelos roedores. Cerca de 4% da produção de 
arroz e outros grãos armazenados são destruídos por ratos e outras espécies de 
roedores. 
 Na pecuária, infestam quase todas as propriedades que criam animais em regime 
de confinamento, como é o caso das granjas de suínos, coelhos e aves, devido ao 
armazenamento de ração. Numa granja com alta infestação de roedores, a perda de 
ração ingerida, espalhada ou contaminada pelos roedores pode facilmente chegar aos 
10% do total consumido pelos animais ali criados. Numa granja de poedeiras, fazem dos 
ovos parte de sua refeição diária, quando não os sujam (ovos), provocando queda de seu 
valor comercial devido a lavagem. Podem atacar os pintinhos, tornando-se carnívoros e 
causando grandes perdas. Os ratos e camundongos provocam ainda severos danos às 
estruturas e materiais, devido ao seu hábito de roer. Estima-se que cerca de 25% dos 
incêndios classificados como “de causas desconhecidas” possam ser provocados por 
ratos ao roerem fio elétricos, causando curto-circuitos. 
 Os ratos provocam danos e perdas em toda as fases de processamento, produção 
e estocagem de gêneros alimentícios. Podem comer cerca de 10% de seu próprio peso 
corporal/dia, o que significa alguma coisa entre 10 a 20 Kg/ano. Além disso, os ratos 
através de seus pelos, fezes e urina, contaminam muito mais alimentos do que podem 
comer. Um único rato pode produzir cerca de 25.000 cíbalas (fezes) num só ano. 
 
 Transmissão de doenças 
 Infelizmente, os roedores não causam somente danos materiais, são 
transmissores em potencial de várias doenças, tanto ao Homem (zoonose) com a outras 
espécie animais. Alguns exemplos de doenças: Leptospirose, Peste bubônica, Tifo 
murino, Febre por mordedura do rato, Triquinose, Raiva, Salmoneloses, Micoses e 
Sarnas...etc. 
 
AS ESPÉCIES DE ROEDORES 
 Os roedores pertencem a Ordem Rodentia, que contém mais de 3.000 espécies. 
O nome rato pode ser corretamente aplicado a cerca de 500 espécies, mas apenas duas 
delas têm significado universal e ambas podem ser encontradas no Brasil, Rattus 
norvegicus e o Rattus rattus. No gênero Mus, há mais de 130 espécies de camundongos, 
embora apenas uma tenha se adaptado totalmente à vida urbana, o Mus musculus. 
 
BIOLOGIA E COMPORTAMENTO 
 A fim de melhor planejar as ações de controle sobre a população de roedores 
existentes numa determinada área, são necessários estudos sobre a espécie infestante, 
sua biologia e comportamento. Os roedores que habitam o meio urbano são vistos com 
dificuldades à noite e ocasionalmente de dia. Este fato dificulta sua identificação pelo 
leigo, sendo necessária alguma experiência. A identificação é ainda mais problemática 
 3 
nos animais jovens das diferentes espécies como entre a ratazana jovem e rato de 
telhado ou do filhote deste último e o camundongo adulto. 
 
Identificação da espécie 
Dentre os roedores domésticos, as espécies mais comuns são: 
- Rattus norvegicus (ratazana, rato de esgoto ou gabiru) 
- Rattus rattus (rato de telhado, rato preto, rato de forro) 
- Mus musculus (camundongo ou catita) 
 
Nas zonas rurais, embora as três espécies urbanas estejam penetrando fortemente, 
podemos encontrar no Brasil pequenos roedores do campo chamados, genericamente de 
ratos-da-lavoura ou ratos do campo, representados, principalmente, pelo Holochilus sp, 
Orizomys sp e Mastomys sp. 
A identificação da espécie de roedor infestante é fundamental no sucesso das ações 
de controle, não esquecendo que mais de uma espécie pode estar presente no local de 
infestação, embora sendo relativamente raro. 
 A ratazanaprefere dominar o nível do solo, onde escava e habita tocas e túneis; o rato 
preto dá preferência a viver longe do solo, onde é derrotado pela ratazana, que supera em 
força, vigor físico, agressividade e tamanho. Por isso o rato preto é conhecido como rato-
de-telhado ou rato-de-forro. Já o camundongo, o menor e mais fraco dos três, consegue 
sobreviver aproximando-se ao máximo do homem, inimigo natural reconhecido e atávico 
dos ratos, compartilhando com ele seu próprio “habitat”, fazendo seus ninhos em gavetas, 
armários, etc. 
 É evidente que, se pudermos ver diretamente o roedor, ou até mesmo capturá-lo, sua 
identificação é muito mais fácil. Existem algumas características físicas de cada espécie 
que permitem diferenciá-las com margem de certeza razoável. Dois detalhes são de 
fundamental importância. 
1º. Na ratazana, o comprimento de cauda é visivelmente menor do que o comprimento 
total do corpo mais a cabeça; 
2º. A ratazana tem as formas corporais mais rombudas, enquanto que o rato preto e o 
camundongo possuem formas e extremidades mais afiladas. 
Outro sistema prático de reconhecimento: observe suas orelhas. Imagine-as dobradas 
para frente. No rato preto e no camundongo, suas grandes orelhas, se dobradas para a 
frente, tocariam a borda dos olhos e às vezes até os cobririam, ainda que parcialmente. 
Na ratazana quando dobramos suas orelhas para frente, elas não chegam nunca a tocar 
a borda dos olhos. 
 É importante atentar para o fato de que a cor do pelame (pelos) do roedor em nada 
nos auxilia na identificação da espécie. A cor do pelame do chamado rato preto vai desde 
o negro uniforme até o castanho avermelhado, com variações, como a barriga branca ou 
o cinza grafite, etc. Entretanto, a ratazana igualmente apresenta enorme variação de 
colorações como: acinzentadas, acastanhadas, tons de marrom, trechos brancos, indo até 
o negro uniforme. 
 Não obstante, essa identificação pode ser feita através de processos indiretos, como é 
o caso da observação das fezes dos roedores. Esses animais costumam defecar a céu 
aberto durante suas andanças noturnas e suas cíbalas são facilmente notadas ao longo 
de seus caminhos. Fezes grossas e terminadas em pontas afiladas (fusiformes) podem 
identificar o R. rattus; em comprimento e espessura menor mas também com pontas 
afiladas o M. musculus; o R. norvegicus as fezes são mais grossas e as pontas são 
rombas. Outra identificação indireta pode ser feita pelas pegadas encontradas. 
 
 4 
 
 
 5 
Áreas de abrigo e instalação da espécie 
As ratazanas constroem seus ninhos preferencialmente em túneis abertos no subsolo, 
enquanto os ratos de telhados os fazem nas árvores, em vegetações densas, em forros 
de residências, em estruturas de sustentação do telhado ou construções. Já o 
camundongo vive dentro do domicilio ou das edificações, fazendo ninhos em cantos de 
paredes, móveis como armários, sofás ou em amontoados de materiais ou mais 
raramente, na parte externa, fazendo pequenas tocas no chão. 
 Nascidos num ninho (abrigo) de 21 a 23 dias após a concepção, os roedores vêm ao 
mundo ainda não completamente formados, seus corpos nascem despidos de pelos, seus 
olhos completamente fechados, as unhas inexistentes, os ouvidos tampados. A mãe da 
prole entra em cio um ou dois dias após o nascimento e, se ocorrer o acasalamento e 
fecundação, essa nova gestação pode ser alguns dias mais extensa que a normal. Perto 
dos 3 meses de idade, os ratos jovens já estarão completamente independentes de sua 
mãe, a qual provavelmente deverá estar às voltas com uma nova ninhada. Nessa idade, 
atingem a maturidade sexual; nos ratos pretos ocorre com cerca de 62 dias de vida e nos 
camundongos a maturidade sexual chega por volta dos 40 a 42 dias de vida. 
 Nos países tropicais, as fêmeas podem ter de 6 a 8 cios por ano, cada um com 1 ou 2 
dias, onde elas se tornam receptivas. O acasalamento se dá com vários machos na 
ratazana e no rato preto, enquanto que os camundongos formam casais permanentes. 
 
Aspectos da biologia e comportamento dos roedores 
Os ratos roem a fim de desgastar seus dentes incisivos, que são de crescimento 
contínuo, chegando a crescer até 13 cm por ano na ratazana. Roem para atravessar 
obstáculos que se interponham em seu caminho, geralmente, na busca de alimento ou de 
local de instalação da colônia. 
São animais de hábitos noturnos, necessitando de habilidades sensoriais para se 
moverem livremente, encontrarem comida e fugirem de predadores no escuro. Enxergam 
mal, mas têm alta sensibilidade à luz, percebendo variações de claro ou escuro. 
Entretanto, sua habilidade olfativa é muito desenvolvida, mexendo continuamente o seu 
focinho e cheirando todo o ambiente, assim localizando determinado alimento preferindo 
no meio de outras substâncias de menor interesse ou detectando odores atrativos ou 
repelentes. Seu paladar é apurado e sua memória para gosto é extraordinária, uma vez 
experimentado tal sabor, podendo detectar pequenas quantidades de substâncias tóxicas 
nos alimentos. 
A audição do rato é um de seus sentidos mais desenvolvidos, sensível a qualquer 
barulho repentino e também ao ultrassom, ajudando-o a detectar e escapar do perigo com 
muita antecedência. Mas o sentido mais desenvolvido no rato é o tato. Suas vibrissas 
(bigodes) estão em contínuo movimento, em contato com o chão, muros ou objetos 
próximos, auxiliando a orientação do animal. Longos pelos-guarda espalhados por seu 
corpo, auxiliam, também na sua orientação, principalmente quando em contato com 
superfícies verticais. 
 
Aspectos das características sensoriais 
 O estudo das percepções sensoriais dos roedores tem facilitado o desenvolvimento 
de medidas de controle mais eficazes e explicado o fracasso de alguns métodos. 
 
OLFATO: Bastante apurado e sensível. Não estranham o odor humano. 
PALADAR: Bem desenvolvido, com boa discriminação e memorização dos diferentes 
gostos experimentados. Geralmente refugam alimentos estragados. A preferência 
alimentar dos roedores, que são onívoros, pode variar de uma colônia para outra, em 
 6 
função dos hábitos gerados pela disponibilidade de determinados alimentos em cada 
território. 
AUDIÇÃO: Muito aguçada, localizam com precisão a origem dos mínimos barulhos 
suspeitos, isto é, aos quais não estão acostumados. São sensíveis aos ultrassons, mas 
se adaptam aos mesmos, em pouco tempo. 
TATO: Extremamente desenvolvido, em particular ao nível de certos pelos sensoriais 
distribuídos pelo corpo e dos “bigodes” ou vibrissas, são de grande utilidade para o seu 
deslocamento no escuro. 
VISÃO: Os ratos não enxergam bem, nem distinguem cores, essa última pela falta de 
células piramidais. Talvez sua única fraqueza. Mas sua visão é bastante sensível às 
variações de intensidade luminosa, o que dá ao rato condições imediatas de perceber 
movimentos. Dessa forma, as iscas raticidas podem ser feitas de várias cores, sem que 
isso afete a aceitação pelos ratos. 
 
Habilidades físicas 
 As verdadeiras proezas que estes animais são capazes de realizar têm sido um 
grande desafio para o seu controle, em particular, na implantação de medidas de anti-
ratiração. Os ratos são dotados de certas habilidades físicas que tornam ainda mais 
viáveis na natureza. 
 
- podem penetrar em qualquer orifício ou abertura pouco maior do que 1,5 cm2, desde 
que consiga passar sua cabeça, 
- podem roer vários tipos de materiais considerados duros, incluindo madeira, tijolos, 
chumbo, folhas finas de alumínio e até mesmo cimentados do tipo 3:1 (3 partes de 
areia com 1 de cimento), 
- podem nadar com facilidade em águas abertas, em distâncias que chegam até a cerca 
de 800 metros, 
- podem mergulhar e nadar submersos, por exemplo, dentro de um cano de esgoto, 
mesmo contra a correnteza, e sustar a respiração até quase 3 minutos, razão pela 
qual podem invadirresidências através do vaso sanitário, 
- podem subir pelo interior de canos ou calhas verticais que tenham de 4 a 10 cm de 
diâmetro, usando para isso o apoio de suas patas e das costas 
- podem subir pelo exterior de canos ou calhas verticais que tenham até 9,5 cm de 
diâmetro, abraçando-se neles, 
- podem subir pelo exterior de canos ou calhas verticais que estejam separados de uma 
parede por até 7,5 cm de distância, apoiando as patas no cano e as costas na parede 
ou vice-versa 
- podem equilibrar-se e caminhar sobre qualquer tipo de cano ou conduíte horizontal, 
- podem equilibrar-se sobre cordas e fios um pouco mais calibrosos, 
- podem pular verticalmente cerca de 1 metro de altura, partindo de uma superfície 
plana, 
- podem dar saltos horizontais de até 1,2 metros em superfícies planas, partindo da 
imobilidade, 
- podem cair de alturas de até 15 metros sem sofrer qualquer dano maior, 
- podem cavar túneis verticais na terra que atingem a até 1,25 metros de profundidade, 
- podem ganhar andares superiores de uma construção usando simplesmente a quina 
de duas paredes como apoio. 
 
 Como tais habilidades, pode-se desde já perceber o porquê o rato é uma das pragas 
mais difíceis de serem derrotadas pelo homem. 
 7 
 Os ratos de telhados (R. rattus) são providos de grande senso de equilíbrio e são os 
que melhor conseguem escalar, graças à sua agilidade e as características das patas 
providas de calos rugosos na região plantar. 
 Graças às membranas digitais de suas patas, a ratazana é a espécie que melhor nada, 
podendo alcançar distâncias de várias centenas de metros, mesmo contra a correnteza. 
 
HÁBITOS E COMPORTAMENTO SOCIAL 
 Os roedores urbanos possuem características comportamentais em comum, bem 
como diferenciações que podem ser úteis à sua identificação no meio ambiente. Além 
disso, possuem atividades predominantemente noturnas; iniciam a procura de alimentos 
ao cair da noite, com um segundo período de incursões antes do nascer do dia. Apenas 
em casos de superpopulação ou de perigo são vistos de dia. 
 Nos seus deslocamentos, dos seus ninhos aos alimentos, utilizam os mesmos 
percursos, formando trilhas, visíveis no próprio solo, ou nas estruturas aéreas, conforme a 
espécie. 
 Os roedores costumam remover alimentos para suas tocas para comer em 
segurança ou alimentar os filhotes. Um detalhe fisiológico interessante é que estes 
animais não vomitam, devido à posição anatômica de sua glote. 
 Ratos e camundongos são onívoros, embora prefiram alimentos frescos e 
desprezem estragados, fermentados ou azedos. Sua dieta é variável, ma preferem 
cereais, frutas, vegetais, carne e peixe. As necessidades hídricas variam com a espécie e 
com o tipo de dieta que têm. 
 Extremamente prudentes e desconfiados, os roedores de gênero Rattus não 
encontram em contato com objetos ou alimentos recém-introduzidos em seu território 
(neofobia). Aguardam, observando os menos precavidos entrarem em contato com os 
mesmos e, caso não haja perigo evidente, passam a aceitá-los. Os camundongos, ao 
contrário, são menos desconfiados e até curiosos (neofilia) com qualquer novidade 
surgida no seu território, indo ao encontro da mesma. 
 Em caso de perigo iminente, o comportamento de fuga se alastra na cadeia na 
colônia, sem que a causa real de ameaça seja percebida por todos, bastando que um 
primeiro animal perceba o perigo e inicie o movimento de fuga, sendo em seguida imitado 
pelos demais. 
 Os roedores formam colônias ou agrupamentos, cujo número varia conforme as 
condições ambientais do território habitado. Tanto machos como fêmeas dividem-se em 
dominantes (em idade reprodutiva) e dominados (muito jovens ou muito velhos). Os 
primeiros são mais fortes, espertos e agressivos, tendo conquistado a preferência no 
acesso a alimentos, escolha de parceiro para acasalamento e melhores abrigos, enquanto 
que os demais ficam com as sobras, instalando-se na periferia do território. 
 Os camundongos formam colônias pequenas, constituídas geralmente por 
algumas famílias ou casais, enquanto que o gênero Rattus pode agregar até centenas de 
espécimes. 
 As colônias de diferentes espécies competem entre si, prevalecendo, geralmente, 
a espécie Rattus norvegicus, por serem maiores e mais agressivos. Colônias da mesma 
espécie também competem entre si. Em alguns casos de super-abundância de alimentos, 
pode haver convivência entre espécies diferentes numa mesma área, embora seus 
territórios sejam segregados. 
 O trabalho de controle de roedores também é desenvolvido a partir do 
conhecimento dos sinais deixados pelo rato na ambiente em que vivem: tocas, fezes, 
roeduras, trilhas, observação de ratos vivos ou mortos e manchas de gorduras. 
 
SINAIS DA PRESENÇA DE ROEDORES 
 8 
 Na prática, alguns sinais podem nos dar uma idéia se uma determinada área tem 
problema de roedores: 
 
Sons: os roedores produzem, especialmente à noite, sons de roer, de corridas curtas e 
rápidas, de bater de dentes, guinchos e correrias (lutas e acasalamento). É muito comum 
ouvir tais sons nos telhados ou forros das residências infestadas. 
 
Fezes: as fezes dos ratos, chamadas de cíbalas, são facilmente localizadas a olho nu. 
 
Urina: emite fluorescência se exposta à luz ultra-violeta (luz negra), mesmo depois de 
seca. 
 
Trilhas: podem ser encontradas facilmente quando a céu aberto, pois nelas a vegetação 
não consegue crescer. 
 
Marcas de Gordura: manchas contínuas de cor escura junto aos rodapés, próximos aos 
cantos, sobre canos ou caibros, provocadas pela gordura de seu pelame ao roçar seu 
corpo quando caminham pelos mesmos lugares. 
 
Roeduras: lascas de madeiras nos cantos das portas e parapeitos de janelas, pequenos 
orifícios semicirculares em armários, guarda-roupas, cômodas, paredes, etc. Observe 
marcas de dentes em materiais roídos. 
 
Ninhos: feitos geralmente com papel roído, alguns trapos, mas sempre com a presença 
de grande quantidade de pêlos da própria mãe que construiu o ninho. Pode haver restos 
de alimentos nesses ninhos. 
 
Observação Visual: à noite é possível localizar os ratos com o auxílio de uma lanterna 
de mão. Ratos vistos durante o dia podem sugerir uma infestação relativamente alta. 
 
Excitação de Cães e Gatos: detecção da presença de roedores, especialmente se esses 
invadiram a área recentemente. 
 
Odor: os ratos possuem um odor característico. 
 
CONTROLE DE ROEDORES 
 O combate aos roedores deve ser feito através de um conjunto de métodos que 
compreende não só a eliminação física dos roedores infestantes, mas também a 
modificação do meio ambiente, de forma a torná-lo mais impróprio à livre proliferação 
desses animais. De fato, quanto mais limpo, asseado, higiênico e organizado for o 
ambiente, menor será a probabilidade dos roedores ali se instalarem. Porém o combate 
principal ainda se concentra nos métodos de eliminação dos roedores infestantes e, 
didaticamente, podemos dividi-los em dois grandes grupos: antiratização e desratização 
com as formas mecânica ou física, biológica e química (raticidas). 
 
Antiratização 
 É o conjunto de medidas que visam modificar as características ambientais que 
favorecem a penetração, instalação e a livre proliferação de roedores. Basicamente 
compreende a eliminação dos meios que propiciem aos roedores o acesso ao alimento, 
abrigo e água. Compreendem também ações de educação em saúde, através de 
 9 
informação, orientação e esclarecimento às pessoas ligadas diretamente ao problema, 
escolares e população em geral. 
 Para se viabilizarem as medidas de antiratização, é necessário agilizar os serviços 
de coleta de lixo, aprimorar a utilização de aterrossanitários, aperfeiçoar a legislação 
sanitária e promover o envolvimento e participação da comunidade. 
 
Desratização 
 A desratização compreende todas as medidas empregadas para a eliminação dos 
roedores infestados, através de métodos mecânicos (ratoeiras), biológicos (gatos e outros 
animais predadores) e químicos (raticida). Essas ações de combate deverão ser 
acompanhadas de medidas de saneamento e controle ambiental (antiratização). 
 Para maior eficiência, a desratização deve ser realizada paralelamente aos 
trabalhos de limpeza e saneamento, a fim de se evitar a disseminação da população de 
roedores. 
 
MÉTODOS MECÂNICOS 
São empregados principalmente para camundongos, pois, devido a sua 
curiosidade vão investigar todo e qualquer objeto novo colocado em seu território 
(neofilia). São utilizados também em situações onde não é recomendado o uso de 
raticida, quando se deseja capturar roedores vivos, ou quando há poucos roedores a 
combater. O uso de ratoeiras (quebra-costas) e armadilhas surgiu para capturar ratos 
vivos ou mortos. Utiliza-se como isca, alimentos a que o animal esteja habituado a 
ingerir. 
Deve-se diminuir ou eliminar as fontes de alimentos disponíveis no ambiente, pois 
senão as ratoeiras terão poucas chances de sucesso. 
 As ratoeiras oferecem algumas vantagens como: 
- dispensam o uso de qualquer raticida, por mais seguro que seja; 
- permitem que o usuário observe visualmente seu sucesso; 
- eliminam o problema de ratos mortos em lugares inacessíveis ou escondidos, o que 
causa maus odores. 
 Alguns cuidados e artifícios podem, se adotados, melhorar sensivelmente os 
resultados no uso de ratoeiras “quebra-costas”, tais como: 
- deixe as ratoeiras desarmadas, mas com iscas colocadas por alguns dias, para que os 
ratos se acostumem com elas e acreditem que sejam sem perigo; pode ser um artifício 
que melhorará as capturas no dia em que todas elas forem iscadas e armadas; 
- a escolha das iscas é muito importante quando se usa ratoeiras. Pedaços de “bacon”, 
toucinho, peixe ou salsicha, são excelentes para atrair ratazanas e ratos de telhado; 
pedaços de pão untados com pasta de amendoim são iscas muito atrativas para 
camundongos; 
- as ratoeiras com iscas devem ser colocadas nas trilhas dos roedores; 
- se no ambiente houver fontes de alimentos disponíveis para os roedores, as ratoeiras 
terão poucas chances, por isso é indispensável diminuir essas fontes alternativas; 
- depois que alguns ratos forem capturados, torna-se mais difícil continuar apanhando-
os, pois os sobreviventes são perfeitamente capazes de compreender o perigo que 
elas representam; 
- o odor humano na ratoeira, adquirido durante seu manuseio, absolutamente não 
repele os roedores. 
 
 
MÉTODOS BIOLÓGICOS 
 10 
Em área rural, os animais predadores tais como algumas aves, carnívoros e ofídios, 
exercem certa atuação no controle de pequenos roedores. Em áreas urbanas, os animais 
domésticos como o gato e o cão quase não influem no combate, sendo comum encontrar 
ratos vivendo de restos de alimentos desses animais, enquanto o cão ou o gato dormem. 
 
MÉTODOS QUÍMICOS 
Raticidas (rodenticidas) são produtos químicos, desenvolvidos e preparados para 
causar a morte do roedor. Quanto à rapidez do efeito, os raticidas podem ser 
classificados em: 
Agudos: causam a morte de roedor desde alguns segundos até horas após sua 
ingestão. 
Crônicos: provocam a morte do roedor alguns dias após a ingestão. São 
anticoagulantes, interferindo no processo de coagulação sangüínea, provocando a 
morte por hemorragia (antídoto usado em caso de ingestão acidental: Vitamina K). 
Os raticidas anticoagulantes pertencem a dois grupos: 
- derivados da cumarina (cumarínicos), mais utilizados no Brasil e no mundo. 
- derivados da idantoína 
 
 Quanto ao número de doses, os raticidas anticoagulantes se classificam: 
 
a) Dose múltipla ou de 1a geração 
São aqueles com baixa toxicidade, apresentando efeito cumulativo no organismo, 
isto é, necessitam ser ingeridos mais de uma vez, para que os sintomas de 
envenenamento apareçam. 
 Por serem de baixa toxicidade, porém eficazes, são ideais para se manter nos 
postos permanentes de envenenamento (PPE), durante o ano todo para controlar 
ratos invasores em áreas indenes sob risco ou área já tratadas e controladas. Os 
PPEs são caixas fechadas (madeira, plástico, papelão ou metal) apropriadas 
destinadas à proteção intrínseca e extrínseca das iscas, em cochos-rato, que 
possuem basicamente uma tampa removível e dois orifícios laterais para que os 
roedores entrem e saiam livremente. 
 
b) Dose única ou de 2a geração 
 São os que com a ingestão de apenas uma dose, causam a morte do roedor entre 
3 a 10 dias de sua ingestão surgiram após o aparecimento dos casos de resistência 
aos raticidas de dose múltipla, sendo eles: 
- Bromadiolone e Brodifacoum 
Recomenda-se uma nova aplicação após 8 dias da 1a, no sentido de atingir os 
roedores que eventualmente não tenham ingerido o raticida da 1a vez. 
Por serem mais concentrados são mais tóxicos e menos seguros em caso de 
ingestão acidental, devendo ser usados com critério, segurança e técnica. 
 
Quanto às formas de apresentação podem ser classificados em: 
 
a) Iscas peletizadas ou granuladas preparadas com alimentos ou cereais 
atrativos e palatáveis aos roedores. 
 
 b) pó de contato: raticida formulado com pó finíssimo, para ser empregado nas 
trilhas e ninhos. O pó adere aos pêlos do roedor que lambe o corpo ao realizar sua 
higiene, ingerindo, assim, o raticida. São mais eficazes e concentrados que as iscas, 
 11 
devendo ser utilizados em locais onde haja oferta de alimentos, guardadas certas 
medidas de segurança. 
 
Quanto aos tipos de administração de raticidas: 
 
a) Bloco sólido impermeável: indicados em áreas onde a umidade ou as chuvas 
possam deteriorar as iscas. São utilizados em galerias subterrâneas de esgotos, de águas 
pluviais, canais de irrigação, escoamento ou áreas úmidas onde a disponibilidade de 
alimento não seja muito grande. 
 
 b) Concentrado / em pó: raticidas apresentados sob a forma de um pó fino, sem 
cheiro e gosto, que deve ser misturado com o próprio alimento que o roedor está 
acostumado, em proporções adequadas. Após a mistura, esse raticida deve ser colocado 
dentro ou na abertura das tocas, trilhas e passagens. Indicado em locais onde a oferta de 
alimento ao roedor seja grande e de boa qualidade. 
 
Precauções gerais no uso de raticidas 
- Todo raticida é tóxico ao homem e animais, portanto, não deve ficar em locais 
acessível às crianças e animais; 
- Não aplicar o pó de contato em locais que propiciem a contaminação de 
alimentos; 
- Uso de luvas de borrachas e máscaras ante-pó; quando utilizar o pó de 
contato, usá-lo de preferencia em locais arejados; 
- Nunca utilize raticidas proibidos ou sem registro no órgão competente 
(Ministério da Saúde); 
- Seguir corretamente as instruções contidas nas embalagens; 
- Recolher as iscas remanescentes no final do tratamento, devendo ser 
incineradas ou queimadas, assim como os roedores mortos encontrados a céu 
aberto (utilizar pinças de cabo longo ou luvas de borrachas); 
 
Acidentes com raticidas 
Embora todos os raticidas brasileiros, registrados na atualidade, pertençam 
ao grupo dos anticoagulantes, existem ainda, raticidas ilegais, geralmente agudos, 
fabricados clandestinamente. O acidente com estes raticidas é gravíssimo e 
requer socorro imediato. No Brasil, é proibida a fabricação de raticida líquido. 
Quando ocorre a ingestão de raticidas anticoagulantes (derivados da 
cumarina e indantiona), a terapêutica é muito mais segura e deve se levar o 
paciente prontamente a um médico (ou veterinário se for um animal) sempre que 
possível, levando a embalagem do raticida para melhor orientar a assistênciamédica. 
 
O FENÔMENO DA RESISTÊNCIA 
De acordo com alguns estudos realizados na Europa, América do Norte e na 
cidade de São Paulo, pode ocorrer o aparecimento de linhagens de roedores 
geneticamente resistentes aos raticidas anticoagulantes de dose múltipla. Essa 
resistência pode surgir quando esses raticidas são empregados desregradamente por 
muitos anos seguidos, sobre uma mesma população de roedores. 
 
MEDIDAS DE CONTROLE DE ROEDORES NAS ÁREAS URBANAS 
 
a) Em construções, residências: 
 12 
Sub-solo e sótão: deve-se vedar aberturas e eliminar possíveis esconderijos. 
 
Pisos e paredes: Rachaduras, buracos, paredes duplas, remendos, etc. Deve-se 
reconstruir com material maciço. 
 
Teto: Sem forro, com aberturas, vãos ou buracos. Deve-se reformar e proteger; telar as 
aberturas de ventilação existentes. 
 
Portas: com vãos, aberturas e outras danificações: deve-se colocar chapa metálica e 
vedar outras aberturas existentes. 
 
Janelas: com vãos, aberturas e outras danificações. Deve-se corrigir os defeitos 
existentes e telar as janelas de depósitos de alimentos. 
 
b) Em terrenos abertos 
 
Topografia: inspencionar e corrigir – quando possível, os acidentes geográficos, abrigos. 
 
Área verde: mato, arborização junto à construção: deve-se capinar e limpar a área peri-
domiciliar; recolher os frutos caídos no solo; evitar uso abundante de plantas espinhosas 
em jardins. 
 
Depósitos de materiais diversos: materiais jogados ou acumulados no solo ou junto a 
paredes. Deve-se removê-los ou mantê-los afastados do chão, de parede e de outros 
objetos 
 
Terreno baldio: exposição de entulho e lixo. Deve-se removê-los; cercar o terreno. 
 
Lixão: despejo de lixo bruto – a céu aberto. Deve-se depositar o lixo em aterros sanitários. 
 
c) Em instalação de: 
 
Esgotos: Inspecionar e reparar a rede de esgoto, fixar telas metálicas de malha de 6 mm 
nos ralos de acesso a rede. 
 
Lixo: Reparar e ou lacrar as lixeiras existentes. Acondicionar em sacos plásticos ou 
recipientes metálicos com tampas e suspensos. 
 
Água: Reparar, hidrômetros danificados, caixas abertas e vazamentos. 
 
Eletricidade e rede telefônica: Vedar e reparar entradas das fiações com telas metálicas 
de 6 mm. 
 
 MEDIDAS DE CONTROLE DE ROEDORES NAS ÁREAS RURAIS 
 
Locais de armazenamento de grãos, rações, alimentos: Deve-se proteger com rateiras, 
telamento, vedação de frestas. 
Peri-domicilio e outras áreas externas: realizar limpeza geral e remoção de mato alto, 
resíduos alimentares, restos de ração animal, abrigo de animais. 
 
 13 
Estábulos: limpeza geral, cimentar piso, retirar sobra de alimentos do local; inspecionar 
regularmente os possíveis esconderijos de roedores. 
 
Pocilgas: Limpar e lavar as instalações diariamente, remover resíduos alimentares e fezes 
do chão, cimentar piso. 
 
Aviários e Galinheiros: Limpar as instalações diariamente, remover restos de ração e 
esterco, proteger contra entrada de roedores: rateiras e telas 6 mm, o piso da construção 
deve ficar afastado do solo. 
Lavouras e hortaliças: inspecionar a área para detectar sinais de roedores, preservar os 
animais predadores, remover resíduos e capinar, retirar mato alto e alimentos disponíveis 
e resíduos alimentares. 
 
Lixo e esterco (aves, suínos, bovinos, equinos e outros): construir e utilizar esterqueiras 
apropriadas; queimar ou enterrar o lixo. 
 
Fontes de água: proteger com telas ou tampas apropriadas, reservatórios, cisternas e 
outras fontes de água. 
 
Destino final dos dejetos humanos: tampar as aberturas de acesso das fossas e rede de 
esgoto. 
 
EFEITO BUMERANGUE 
Um fenômeno aparentemente desconcertante é o aumento do número de roedores 
infestantes de uma determinada área, onde alguns meses antes foi praticada uma 
operação de desratização. Esse fenômeno tem base biológica e é sempre resultante de 
uma intervenção errada feita pelo homem. 
Uma dada colônia de roedores, uma vez completamente estabelecida numa certa 
área, alcança uma situação de equilíbrio após algum espaço de tempo, em função de seu 
tripé biológico: disponibilidade de água, disponibilidade de alimento e existência de abrigo. 
O número de exemplares de uma colônia parece ser determinado principalmente 
pelo fator alimento, mais que os outros fatores, quanto mais alimento disponível, maior 
será o número de roedores nessa colônia. O inverso também é verdadeiro: se a oferta de 
alimentos diminui, o número de roedores tende também a diminuir. 
Para um melhor entendimento do efeito bumerangue (vide ilustrações a seguir), 
tomemos um exemplo virtual onde numa certa área existiria uma colônia estabilizada de 
10 ratos, número esse fixado em função de fatores intrínsecos (da própria colônia) e 
extrínsecos (ambientais) dentre os quais ressalta a disponibilidade de alimento. Atingido o 
limite numérico dessa colônia (10 adultos no nosso exemplo) a simples existência de um 
outro membro será excessiva, colocando em risco a sobrevivência coletiva da colônia, 
uma vez que, em nosso exemplo, só há alimento suficiente para sustentar 10 adultos 
nesse território. 
Uma série de mecanismos biológicos garante a manutenção dessa colônia sempre 
com os mesmos 10 exemplares. Entre eles: baixa fecundidade e baixa fertilidade das 
fêmeas, diminuição da frequência e até supressão dos cios e, principalmente canibalismo 
dos recém-nascidos. Somente quando ocorre a morte de algum membro da colônia é que 
sua vaga será preenchida por algum filhote mais vigoroso, mais aparelhado para atingir a 
idade adulta. Claro que esse mecanismo não é estático, trata-se de um processo 
dinâmico e contínuo, mas capaz de exercer uma auto-regulação da colônia a níveis 
populacionais compatíveis com a própria sobrevivência da espécie naquele local (Figura 
4). 
 14 
 
 
Suponha agora que o homem decida intervir nesse ecossistema equilibrado 
partindo para a eliminação dessa colônia (desratização). Mas, também digamos que essa 
intervenção tenha sido mal planejada e/ou mal executada, de forma errada ou incompleta, 
de tal sorte que o objetivo de controle pela eliminação da maioria dos ratos ali existentes 
não seja atingido. 
Digamos então que apenas quatro dos 10 ratos existentes tenham sido 
eliminados, restando seis adultos sobreviventes. A partir desse instante, começará a 
haver uma “sobra” de alimento, representada pelas porções dos quatro ratos eliminados. 
Esse será o sinal de partida que desencadeará uma série de mecanismos biológicos 
inversos aos que vinham limitando o crescimento excessivo da colônia, com o objetivo de 
preservar a espécie. As fêmeas entrarão em cio que será fértil e prolífero, os recém-
nascidos não serão canibalizados, desenvolvendo-se normalmente (Figura 5). 
 
 
 
Voltando ao nosso exemplo, suponha então que 20 filhotes tenham nascido em 
função desse novo fenômeno. Após o desmame, e durante curto prazo de tempo, esses 
filhotes vão desenvolver-se às custas daquelas quatro porções de alimento que estavam 
sobrando. Todavia, essa situação não pode perdurar por muito tempo, pois as 
necessidades alimentares de cada um desses 20 filhotes crescem à medida que eles 
tornam-se maiores. 
Chega um determinado momento onde, para garantir sua sobrevivência, esses 
filhotes entram em disputa física pela posse definitiva de uma das quatro vagas 
disponíveis com direito a alimento. Apenas os quatro filhotes melhores dotados 
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fisicamente vencerão essa competição. A colônia então estará refeita com 10 membros: 
os seis adultos originais mais os quatro filhotes vencedores. 
A partir desse instante, os 16 filhotes de nosso exemplo que não conseguiram as 
vagas disponíveis, passarão a representar uma séria ameaça à colônia, pois disputarão o 
restrito alimento disponível noterritório. Como instinto de autodefesa, a colônia, unida, 
parte para tentar eliminar esse novo risco atacando aqueles filhotes. Estes, menores em 
tamanho e força, não poderão sustentar luta pela posse do território e, sob risco de serem 
mortos, fogem do território onde nasceram e vão localizar-se em áreas vizinhas e 
contíguas, onde formarão novas colônias. 
Se algum tempo depois voltarmos a essa área, encontrar-se-ão, para surpresa, 
não mais os 10 ratos que nos preocupavam tanto, mas 26 deles (10 da colônia original e 
mais os novos 16 distribuídos em colônias vizinhas, igualmente reguladas pela 
disponibilidade de alimento) (Figura 6). 
 
 
 
O efeito bumerangue é um fenômeno biológico bem mais frequente e comum do 
que se imagina e seus fundamentos devem ser evitados a todo custo. Em outras 
palavras, a intervenção humana em áreas infestadas por roedores tem, necessariamente, 
que ser decisiva, completa, abrangente e continuada. Uma intervenção errônea pode 
causar efeitos desastrosos e somente conduzirão a situações futuras de difícil e onerosa 
solução. 
 
 
Referências: 
Brasil. Fundação Nacional de Saúde. Manual de controle de roedores. - Brasília: 
Ministério da Saúde, Fundação Nacional de Saúde, 2002. 132p. 
 
Brasil. Fundação Nacional de Saúde. Manual de saneamento. 3. ed. rev. - Brasília: 
Fundação Nacional de Saúde, 2006. 408 p.

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