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Características dos anestésicos locais Os anestésicos estão dispostos como sais (geralmente na forma de cloridrato (base anestésica + hidrogêno H) ), exibindo 3 porções bem definidas em sua configuração química: Porção hidrofílica, que permite sua difusão nos tecidos; Porção lipofílica, responsável pela difusão do anestésico através da bainha nervosa; Cadeia intermediária, que une as porções hidrofílica e lipofílica e, de acordo com a estrutura química, permite classificar os anestésicos locais em ésteres ou amidas. Os ésteres foram os primeiros anestésicos locais a serem sintetizados, tendo como precursor a cocaína. Além dela, fazem parte desse grupo a procaína, cloroprocaína, tetracaína e benzocaína. Destes, a benzocaína é o único atualmente empregado em odontologia, apenas como anestésico tópico, na forma de pomadas ou géis. As amidas surgiram a partir de 1948 com a síntese da lidocaína. A menor capacidade em produzir reações alérgicas foi determinante para o sucesso deste grupo de anestésicos. Além da lidocaína, fazem parte deste grupo: mepvacaína, articaína, bupivacaína, ropivacaína e etidocaína, com as seguintes características farmacológicas: Lidocaína: Droga padrão de comparação para todos os anestésicos locais. Início de ação rápido, em torno de 2 a 3 minutos. Devido a sua ação vasodilatadora, a duração da anestesia pulpar é limitada a apenas a 10 minutos. Por este motivo, praticamente não há indicação do uso da solução de lidocaína 2% sem vasoconstritor em odontologia. Quando se emprega soluções de lidocaína associada a um vasoconstritor, a duração da anestesia aumenta de forma considerável – aproximadamente 1 hora de anestesia pulpar e 3 a 5 horas de anestesia nos tecidos moles. É metabolizada no fígado e excretada pelos rins. Meia-vida plasmática de aproximadamente 90 minutos. Toxicidade: a sobredosagem promove estimulação do SNC, seguida de depressão. Mepvacaína: Potência anestésica similar à da lidocaína (ligeiramente mais potente e mais cara). Início de ação entre 1,5 a 2 minutos. Produz discreta ação vasodilatadora. Por este motivo, quando empegada na forma pura, sem vasoconstirtor, numa concentração de 3%, promove anestesia pulpar mais duradoura que a lidocaína. É metabolizada no fígado e excretada pelos rins. Meia-vida plasmática de aproximadamente 90 minutos. Toxicidade: semelhante à da lidocaína. Prilocaína: Potência anestésica similar à da lidocaína. Início de ação um pouco menor que a da menor que a da mepvacaína e da lidocaína. No Brasil não é comercializada na forma pura, sem vasoconstirtor. É metabolizada mais rapidamente que a lidocaína, no fígado e nos pulmões, sendo que a orto-toluidina, seu principal metabólito, pode induzir a formação de metemoglobina, e causar metemoglobinemia, no caso de soredosagem (não se deve usar prilocaína em grávidas). Excreção renal. Meia-vida plasmática de aproximadamente 90 minutos. Toxicidade: semelhante à da lidocaína. Articaína: Rápido início de ação, ente a 2 minutos. Potência um pouco superior à lidocaína (é mais cara). Ação vasodilatadora similar à da lidocaína. É metabolizada no fígado e no plasma sanguíneo. Excreção renal. Toxicidade: semelhante à da lidocaína. Bupvacaína: Início de ação entre 6 a 10 minutos. Potência 4 vezes que a da lidocaína. Ação vasodilatadora maior em relação à lidocaína, mepvacaína e prilocaína. Anestésico local de longa duração. No bloqueio dos nervos alveolar inferior e lingual produz anestesia pulpar por até 3 horas, em tecidos moles por até 12 horas (geralmente é mais usada em hospitais). É metabolizada no fígado. Meia-vida plasmática de aproximadamente 3 horas. Toxicidade: devido a sua maior potência, apresenta cardiotoxicidade 4 vezes maior em relação à lidocaína. Por esse motivo, é utilizada na concentração de 0,5%, enquanto a lidocaína é empregada a 2%.
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