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filosofia clássica - 1. os pré-socráticos

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História da Filosofia Antiga por Jackislandy Meira, Professor Especialista em Filosofia Metafísica.
1. Introdução Geral
	Que é a Filosofia? 
	O primeiro elemento que se busca para uma tentativa de resposta é o homem, o sujeito, constituindo a busca do valor da realidade, e em particular, da existência humana, a busca do sentido das coisas e do sentido da vida, a busca do porquê último das coisas.
	Cada homem é um filósofo porque tem a sede do saber para perceber o valor da realidade. Sede de conhecer a estrutura das coisas. Os filósofos específicos analisam crítica e sistematicamente a realidade, o valor das coisas.
	Qual é o elemento do qual nasce a Filosofia?
	“O início da Filosofia é a maravilha, é o estado admirado diante das coisas. É o espanto diante da maravilha” (Aristóteles).
	Por isso, a idade mais filosófica é a infância, devido à sua curiosidade diante das coisas. Por que isso? Por que aquilo?... É a explosão da maravilha diante das coisas.
	É preciso também uma percepção da existência, da realidade. O início da Filosofia é algo positivo, não é dialético, ou seja, esquemático ou sistemático, consiste no espanto e na admiração espontâneas diante do ser, diante da existência das coisas. Não é que tenha uma dialética no sentido de esquema, mas é a própria realidade que nos educa, que nos faz crescer. Nessa direção, Sto. Tomás de Aquino, filósofo medieval, do séc. XII d.C. foi perspicaz ao afirmar que antes de escutar a voz dos filósofos, escute a voz das coisas, da realidade. Como se fosse uma abertura da inteligência pela razão da realidade. A realidade tem sua linguagem, a verdade tem sua linguagem. Estar diante das coisas como uma janela aberta.
	No caminho da Filosofia é importantíssima uma amizade ou um mestre, pois só se conhece verdadeiramente por meio da amizade, define Sto. Agostinho, filósofo clássico do séc. IV d.C. A amizade ajuda ao conhecimento.
	O segundo elemento é o ponto de vista histórico, da historicidade filosófica. Partindo-se disso, como surgiu a Filosofia?
	Afirma-se que os antecedentes da Filosofia fora os mitos, na Grécia antiga. Antes do primeiro filósofo reconhecido publicamente como Tales, floresceu uma grande mitologia, portanto, o mito representa o antecedente da Filosofia porque tem em comum com ela a busca dos sentidos das coisas e a tentativa de explicar a existência e as suas paixões.
	O mito tem um aspecto, é a tentativa de explicar a realidade. Como tenta explicá-la? Por meio de uma narração fantasiosa. O mito elabora um conto, uma estória, por meio da qual tenta explicar a criação do universo e as paixões humanas.
	O mito tem três aspectos: A busca de entender a realidade (conteúdo); Como é isso?(método); A finalidade (explicar a realidade, mas, sobretudo justificar as paixões). Exemplo: Se os filhos brigam é normal porque antigamente existiam lutas entre cavaleiros. Em Urânio existia um clima de insatisfação e contradição com outros planetas.
	Veremos agora um texto extraído do Livro Sociedade como mudá-la! De Oswaldo Herrera. Esse texto mostra um pouco a característica da Filosofia como encantamento, maravilha.
	A vida é um maravilhoso mistério que cada um de nós tem de desvendar por si próprio. Ela é muito bela, não é esta coisa feia que a sociedade fez.
	Só podemos usufruir sua riqueza, de seu encanto, quando nos libertarmos da tradição, dos padrões, da imitação aos outros, para então como entes humanos, descobrirmos por nós mesmos o que é verdadeiro.
	O condicionamento em que nos encontramos, nos estimula a tornar-nos isto ou aquilo, mas não é esta a compreensão de nós mesmos, nosso “eu” é uma coisa completa, é algo que está oculto.
	A esperança de uma nova sociedade está naqueles que começarem a ver o que é falso e transformá-lo em verdade, não verbalmente, porém realmente.
	A verdadeira sabedoria consiste em saber a verdade e fazer o que é justo.
	Um povo que almeja um total desenvolvimento não pode deixar de preocupar-se com o seu mais importante capital, o humano.
	Mais importante do que construir uma sociedade apenas tecnológica é despertar nas pessoas uma nítida consciência de valores, educando-as para discernirem sobre qual o melhor caminho na busca da superação de suas carências, aplicando os recursos científicos e tecnológicos para formar adequada valorização e, conseqüentemente, o autoconhecimento.
	
	A Filosofia se diferencia do mito no conteúdo, no método e na finalidade.
CONTEÚDO – A Filosofia tem como busca o porquê último das coisas. Busca a explicação de toda a realidade, não de um aspecto particular, mas do conteúdo total(a totalidade).
MÉTODO – Uma narração fantasiosa, o mito. Do contrário, a Filosofia usa com rigor a razão e o raciocínio(logos). Esta é a grande diferença, a do método.
FINALIDADE – A Filosofia é a busca da verdade em si mesma, não é a justificação das paixões e interesses particulares.
Aristóteles disse: “Amicus Socrates, amicus Plato, sed magis amica veritas”.
Sócrates é meu amigo, Platão é meu amigo, mas mais amiga é a verdade.
A Filosofia tem uma dupla finalidade: 1) Teorética: busca da verdade em si mesma. Sem misturas de interesses. Ela deve ser a ciência primeira. 2) Prática: a contemplação da verdade e tem o efeito de mudar, transformar a realidade. Este aspecto foi muito aprofundado por Platão. “A ciência ajuda a melhorar a vida” (Platão).
2. A religião pública e Orfismo.	
Por que o orfismo é importante para a Filosofia? Por causa do conhecimento que por meio dele se chega à purificação.
	A religião pública e Orfismo se relacionam com a Filosofia, mas o orfismo se aproxima mais da Filosofia devido ao conhecimento das coisas. Os deuses da religião pública são: Antropomórficos – ampliação quantitativa, e não qualitativa; Naturalistas – realizam a natureza, e não superam a natureza.
3. Tales de Mileto.
	O início da Filosofia nasce com a pergunta: Qual é a origem de todas as coisas? Qual é o primeiro princípio do qual tudo se deriva? Tales busca a origem de tudo; uma explicação de todas as coisas.
	O primeiro princípio se chama arché. A busca da arché caracteriza o início da Filosofia, porque o primeiro princípio é aquele elemento do qual deriva todas as coisas. Para Tales o primeiro princípio é a água entendida como:
a) Fonte e origem das coisas.
b) Foz e termo último das coisas.
c) Sustentáculo permanente que mantém todas as coisas. Este elemento do qual nasce tudo, que sustenta tudo e ao qual tudo corre e conflui, é o elemento da natureza, physis.
	Por isso Tales e os outros filósofos desse período se chamam fisiastas ou naturalistas porque buscam a explicação de todas as coisas através de um elemento da natureza.
	Por que a água é identificada como primeiro princípio?
	Porque a nutrição de todas as coisas é úmida, todas as sementes e as várias formas de vida nascem da umidade, e esta, pressupõe a água. Então a água é a fonte última da vida e de todas as coisas. Na Antigüidade, a água tinha também um valor mítico. Ex: Tettes a deusa da água.
	Porém Tales desenvolve a sua afirmação puramente no raciocínio, na reflexão racional, no logos. Ele deixa de lado o mito e aprofunda a argumentação. Tudo o que é vivo nasce da umidade. Trata-se de um primeiro uso do método propriamente filosófico, quer dizer, logos.
	Para nós, a escolha da água como origem de tudo pode parecer algo simplista, mas o seu valor verdadeiro está no fato de que por meio da água Tales tenta uma explicação do tipo racional, da origem do universo.
	Tales afirma, tudo está pleno de deuses. Ele quer afirmar que tudo é determinado por um princípio divino, que tudo tem em si algo maior. A água é ao mesmo tempo a arché das coisas, é o princípio divino que sustenta tudo.
	Assim Tales e os primeiros filósofos não são materialistas, mas sim, naturalistas enquanto afirmam algo maior além da matéria. A natureza para eles é divina. O princípio de tudo é divino.
4. Anaximandro e Anaxímenes.
	Os dois buscam a archéde todas as coisas. Para Anaximandro o arché é chamado a-peiron que significa indefinido. Ele afirma que o princípio de todas as coisas não pode ser uma das tantas coisas, mas o princípio que vem antes das coisas particulares. Este princípio é um elemento indeterminado que abarca e circunda, que governa e sustenta todas as coisas.
	Este elemento dá origem a todas as coisas por meio do movimento, assim de um elemento indeterminado se formam os outros vários elementos. Este princípio primeiro é parecido com o elemento divino. É parecido porque a ele, Anaximandro, atribui as características que Homero atribuía aos deuses. Portanto, a-peiron é de natureza divina.
	Anaxímenes afirma que o princípio de todas as coisas deve ser indefinido e por isso ele identifica como o ar, por que? Porque o ar, pela sua leveza e mobilidade pode se mudar em tantas coisas, em tantos elementos. O ar, quando se condensa, se resfria e se torna água e depois, terra. Quando se dilata, se esquenta e se torna fogo. O elemento de método que Anaxímenes utiliza para explicar como do ar deriva todas as coisas é a reflexão rigorosa e lógica sobre o processo de condensação e rarefação.
AR – Arché – 1.
REFLEXÃO – Método – 2.
CONCLUSÃO – Tudo é divino – 3.
5. Parmênides.
	Acompanhemos alguns trechos do poema parmenidiano:
apressavam-se a enviar-me, as filhas do Sol, para a luz,
deixando as moradas da Noite, retirando com as mãos os véus.
É lá que estão as portas aos caminhos de Noite e Dia
[...]
destes, justiça de muitas penas tem chaves alternantes.
[...]
E a Deusa me acolheu benévola, e na sua a minha
mão direita tomou, e assim dizia e me interpelava:
Ó jovem, companheiro de aurigas imortais,
tu que assim conduzido chegas à nossa morada,
Salve!...
[...]
é preciso que de tudo te instruas,
do âmago inabalável da verdade (alétheia) bem redonda,
e das opiniões (dóxai) dos mortais, em que não há fé verdadeira.
[...]
eu te direi, e tu, recebe a palavra que ouviste,
os únicos caminhos de inquérito que são a pensar:
o primeiro, que é; e, portanto, que não é não ser,
de Persuasão, é caminho, pois à verdade acompanha.
O outro, que não é; e, portanto, que é preciso não-ser.
Eu te digo que este último é atalho de todo não crível,
pois nem conhecerias o que não é, nem o dirias...
[...]
Pois o mesmo é a pensar e portanto ser.
[...]
Necessário é o dizer e pensar que o ente é; pois é ser.
E nada não é. Isto eu te mando considerar.
In CHAUÍ, Marilena. Introdução à História da Filosofia. Dos pré-socráticos a Aristóteles, Volume 1, São Paulo: Companhia das Letras. 2002. p. 89. 
	O que é a verdade que a deusa comunica a Parmênides em seu poema sobre o ser?
	O ser é, o não ser não é.
	Como se justifica o princípio de Parmênides?
	Toda vez que eu penso afirmo o ser. Toda vez que uso a inteligência dou imagem ao ser.
	O pensar em si mesmo significa afirmar o ser. Assim pensar o nada significa não pensar. O nada é impensável. Este princípio chama-se princípio de Parmênides ou de Contradição. Ao mesmo tempo, não se pode ser e não ser. Tem que ser ou não ser.
Existe um termo de Contradição – Aporia – dificuldade de solução entre dois elementos: 
A afirmação da razão – Logos: - o ser é.
 - o não ser não é.
A experiência sensível – afirma a mudança, o movimento, a passagem do ser ao não ser. Afirma ainda o devir, o vir a ser, os “fenômenos”(Heidegger).
Em que consiste a aporia parmenidéia?
Na diferença de conciliar a experiência sensível com a afirmação da razão.
Quais são as características do ser?
Imóvel.
Todo igual – esférico.
Eterno.
Único e uno.
Incriado.
Indivisível.
Indestrutível.
Pleno ou contínuo
Parmênides indica que existem duas formas de conhecimento; a razão e os sentidos. O conhecimento que se baseia sobre a razão, o conhecimento verdadeiro que afirma a verdade que o ser é e o ser não é. O conhecimento que se fundamenta nos sentidos é um conhecimento aparente e enganador. Os sentidos não me levam a verdade das coisas. Os sentidos enganam.
A razão – Verdade.
Os sentidos – Engano, mentira, doxa(opinião).
Parmênides se lança totalmente a favor da primeira, a da razão.
6. Zenão.
	Ele não prova a verdade do ser e do não ser. Mas mostra que a tese do não ser é absurda(per absurdum).
	Depois mostra o exemplo da flecha.
7. Heráclito de Éfeso.
	Tudo é em perene movimento(panta rhei).
	É o filósofo do devir, admitindo a passagem do ser ao não ser.
	O devir consiste na passagem de um contrário para o outro. Porém o filósofo percebe que estes contrários não se excluem, mas fazem parte de uma mesma realidade. São dois aspectos da mesma coisa. O homem do vulgo percebe somente o contraste, o conflito entre os dois aspectos. Ex.: Entre a subida e a descida, uma é o contrário da outra.
	A filosofia percebe que estes contrastes não se excluem. Mas são dois aspectos da realidade. O filósofo percebe por meio da razão uma harmonia dos contrários porque a subida e a descida fazem parte do mesmo caminho.
	O homem jovem e o homem velho são duas coisas em oposição, mas na realidade trata-se de dois aspectos da mesma vida humana.
	a) Passagem de um contrário ao outro(devir).
	b) O filósofo percebe a harmonia dos contrários, por meio da razão.
	Para Heráclito, o princípio físico que representa bem o devir de todas as coisas é o fogo. Trata-se de um elemento perenemente dinâmico em ação, no sentido de que todas as coisas contêm em si um profundo dinamismo. E, portanto, o fogo é um elemento simbólico que mais representa a mobilidade e o dinamismo existente no universo. O fogo é vida, a vida é mutação contínua. O fogo é para ele o elemento divino que julga todas as coisas.
	No aspecto do logos, Heráclito afirma que todas as coisas são governadas por meio de uma inteligência, por meio de um logos. Existe uma razão que o fundamento de tudo aquilo que existe e que é o fundamento dos contrastes que existem na realidade.
	Podemos afirmar que, para Heráclito, todas as coisas são manifestações do logos. Essa manifestação divina é o princípio de tudo e é o elemento estável que permanece idêntico, mesmo na mutação de todas as coisas. O logos é o elemento divino.
	Existe no homem uma realidade por meio da qual ele se dá conta da presença do logos no mundo. Trata-se da alma. Ela participa mais diretamente da natureza do logos. A alma constitui a presença do próprio logos em cada um de nós. “Nunca poderás encontrar os limites da alma, tão profundo é o seu logos”.
	A alma revela o interesse antropológico de Heráclito, ainda que ele não faça um estudo sistemático sobre o homem.
	Também Heráclito evidencia os dois diferentes elementos do conhecimento. Ele distingue o conhecimento por meio da razão e o conhecimento por meio dos sentidos. O filósofo capta a verdade das coisas por meio da sua alma e da razão. O vulgo fica parado ao puro conhecimento sensível. Heráclito distingue bem as duas formas de conhecer: por meio da razão e por meio dos sentidos.
	Conhecimento: - racional leva à verdade.
 - sensível leva ao engano.
	
8. Pitágoras.
	Pitágoras e a escola pitagórica.
	Pitágoras desenvolve o ensino que tem múltiplos aspectos. Ele é ao mesmo tempo filósofo, matemático, político, místico, religioso.
	O aspecto filosófico consiste no fato de que ele individua no número o princípio de todas as coisas. O universo todo é feito por número e relações numéricas. Para nós o número é algo abstrato, é uma abstração mental. Para Pitágoras e os antigos o número era o elemento físico e era representado por meio de pedrinhas. O número constituía a própria natureza última das coisas. A própria physis. Ele afirma que a realidade toda é feita por fenômenos que podem ser medidos por meio do cálculo. O que torna possível o cálculo é o número. Portanto,o número é o elemento que constitui a realidade como também é o elemento que torna possível a inteligência da humanidade.
	Tudo é feito de relações numéricas. O universo, os astros, são ordenados segundo uma harmonia extraordinária. O universo tem uma estrutura matemática, quer dizer, harmônica, por meio do número eu posso descobrir a natureza das coisas.
	O número é:
Natureza(physis) das coisas.			objetivo
Instrumento para conhecer a realidade.	Que está no sujeito
	No tocante ao aspecto religioso, Pitágoras forma uma escola que é uma comunidade que acredita em certas coisas e que segue uma regra de vida. Os pitagóricos afirmam a necessidade de uma purificação. O fim da vida é libertar a alma do corpo. Isso acontece por meio de dois caminhos. Primeiro, o caminho da ciência, o caminho do saber. Segundo, o caminho de uma severa prática moral. Para ele, a vida verdadeira se alcança por meio da busca da verdade que caracteriza a existência do filósofo. Por meio da contemplação, ele se purifica e alcança o conhecimento dos mistérios. Em relação ao orfismo, os pitagóricos acentuam mais o aspecto da purificação por meio do saber.
	Acerca da dimensão científica, o pitagorismo desenvolve bastante a matemática, o cálculo, que faz avançar o estudo, seja da aritmética, seja da geometria.
	Pitágoras desenvolve uma comunidade que tem um valor político. Ele organiza a vida política e social da cidade de Crotona do Sul da Itália, segundo uma forma de governo que será chamada aristocracia.
	Ele é também cultor da música. Esta é uma conseqüência do seu interesse filosófico e matemático porque a afirmação dos sons é possível por causa de afirmações numéricas. Ex: A lira produz um som diferente segundo o tamanho e o comprimento das cordas.
	A música maior e mais bonita é constituída pela harmonia dos astros.
	O número par é ilimitado e imperfeito.
	O número ímpar é limitado e perfeito.
	O par não encontra nada delimitado na passagem do vetor. Por isso é imperfeito.
	O ímpar encontra um ponto delimitado na passagem do vetor. Por isso é perfeito.
	
9. Os filósofos pluralistas.
	Têm a característica de tentar resolver o problema eleático(Logos/Experiência sensível), como é o caso de Empédocles e Anaxágoras, pluralistas, criam mais elementos:
Ar, Água, Terra e fogo.
Forças: amor e ódio.
Conhecimento: o semelhante conhece o semelhante.
	Contrariam, assim, a corrente filosófica dos jônicos e eleatas que se detinham em um só elemento, monistas, o ser, característica de Parmênides.
9.1. Anaxágoras.
	Seu discurso é o das sementes que são:
Como o ser de Parmênides.
Infinitas.
Qualitativamente diferentes.
Homeomeritas significa divisíveis em partes que são sempre iguais.
Uma outra característica é que tudo está em tudo. As coisas se formas pelo prevalecer de uma homeomeria sobre as outras(pão).
Esta é a idéia mais genial deste homem; como se formam as coisas, como se ordenam todas as coisas. Ele usa a palavra inteligência – nous.
O conhecimento se dá por meio do diferente. Eu conheço o carro quente pelo frio.
9.2. Demócrito.
	Outra tentativa de resolver a aporia eleática é constituída pelo aporismo de Demócrito. Para ele também é impossível afirmar o não ser. Todas as coisas se formam por meio de agregação de elementos pré-existentes. Estes elementos originários de preexistentes são chamados por Demócrito de Átomos que significa realidades últimas indivisíveis. Cada átomo tem a característica do ser uno de Parmênides. As coisas se formam por sua agregação.
	Os átomos e as homeomerias diferem entre si apenas do ponto de vista quantitativo, pois são iguais do ponto de vista qualitativo.
	Demócrito não admite uma inteligência como a força que produz a agregação das coisas. Para ele, as coisas se formam só por meio de um movimento vertiginoso que leva os átomos semelhantes a agregarem-se de modo diverso, gerando o mundo na sua variedade.

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