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Esquema de Política e Teoria de Estado - Prova 1

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Esquema de Política e Teoria do Estado - DIR 3007 
Sergio Somenzi Junior 
 
 1 2015-01 
 
Sumário 
1- PRÉ-PROVA – As prováveis 5 questões ........................................................................................................... 2 
2- SEPARAÇÃO DOS PODERES ........................................................................................................................... 3 
2.1 I - GÊNESE HISTÓRICA: ................................................................................................................................... 3 
1- ESTADO MODERNO – UM PODER .......................................................................................................... 3 
2- EXECUTIVO ARCAICO – DOIS PODERES ............................................................................................. 3 
3- EXECUTIVISMO CLÁSSICO – TRÊS PODERES ................................................................................... 3 
4- GOVERNAMENTALISMO – TETRAPARTIÇÃO DOS PODERES ........................................................ 5 
EXPLICAÇÃO RETIRADA DA INTERNET SOBRE A TETRAPARTIÇÃO DOS PODERES: ............ 6 
5- GOVERNAMENTALISMO DE PARTIDO – PENTAPATIÇÃO DOS PODERES (prova).................... 7 
VISÃO GERAL ................................................................................................................................................ 7 
VISÃO ESPECÍFICA ...................................................................................................................................... 7 
MATERIAL COMPLEMENTAR PESQUISADO NA INTERNET. ............................................................ 9 
6- GOVERNAMENTALISMO COM TRIBUNAL CONSTITUCIONAL – HEXAPARTIÇÃO DOS 
PODERES ............................................................................................................................................................. 11 
MATERIAL COMPLEMENTAR PESQUISADO NA INTERNET. .......................................................... 11 
2.2 II - O PROBELA DO ALCANCE – PREDOMÍNIO x EXCLUSIVIDADE .................................................... 12 
2.3 III – ÓRGÃOS E FUNÇÕES e IV - PERSPECTIVAS DO STF .................................................................. 12 
Constituição Federal – Art. 2º e 60º: ................................................................................................................. 12 
Julgamentos do STF ............................................................................................................................................ 13 
1) ADI 3739 + Art. 61 §1, II, c da CF. .................................................................................................... 13 
2) HC 92628 ............................................................................................................................................... 14 
3) ADIN 2911 ............................................................................................................................................. 15 
Comissões Parlamentares de Inquérito ............................................................................................................ 15 
Sobre CPIs ..................................................................................................................................................... 15 
Julgamentos do STF sobre poderes de CPI .................................................................................................... 16 
1) Mandado de Segurança 26.441 – CPI Aviação no mandato Lula. .............................................. 16 
2) MS 25510 .............................................................................................................................................. 17 
3) MS 23452 .............................................................................................................................................. 17 
3- Teoria do Mandato ............................................................................................................................................... 20 
3.1 Mandato Imperativo. ..................................................................................................................................... 20 
3.2 Mandato Imputativo ...................................................................................................................................... 20 
3.3 Mandato Partidário ....................................................................................................................................... 21 
 3.3.1 A questão da fidelidade partidária ......................................................................................................... 21 
3.3.1.1 Noção - Dois níveis ................................................................................................................................. 21 
Esquema de Política e Teoria do Estado - DIR 3007 
Sergio Somenzi Junior 
 
 2 2015-01 
 
3.3.1.2 Marco legal ............................................................................................................................................... 22 
4- Os sistemas de governo ...................................................................................................................................... 24 
4.1 Noção de parlamentarismo: ........................................................................................................................ 24 
4.2 Noção do presidencialismo ......................................................................................................................... 25 
4.3 Diferenças entre Parlamentarismo e Presidencialismo .......................................................................... 26 
4.4 Questões Relevantes ao Parlamentarismo .............................................................................................. 26 
4.4.1 A responsabilidade do Gabinete .............................................................................................................. 26 
4.4.2 A dissolução do Parlamento ..................................................................................................................... 26 
4.4.3 O Shadow Cabinet ..................................................................................................................................... 26 
4.4.4 Membros do governo e parlamentares? ................................................................................................. 27 
4.5 Algumas notas sobre a Constituição da Inglaterra .................................................................................. 27 
4.5.1 O Parlamento: Abrangência ..................................................................................................................... 27 
4.5.2 Os poderes intangíveis do Monarca ........................................................................................................ 27 
4.6 Semipresidencialismo .................................................................................................................................. 27 
4.6.1 De Gaulle e a passagem para a V República ........................................................................................ 28 
4.6.2 Três características .............................................................................................................................. 28 
4.6.3 O Nome engana... ................................................................................................................................29 
4.6.4 O problema da dissolução .................................................................................................................. 29 
 
 
1- PRÉ-PROVA – As prováveis 5 questões 
1- Separação de Poderes - Nos dedicamos muito a isso. Vimos que é importante a evolução histórica desde a ideia 
de Estado moderno, passando por todas as partições do poder. Um ponto (dica) é o Estado Social. Esquema de 
Weimar e a importância de Max Weber. 
 
2- Qual o rigor na separação dos poderes de acordo com as duas escolas teóricas sobre a separação dos poderes: 
a corrente da exclusividade (só legislativo pode legislar) e a corrente do predomínio (interferência parcial dos 
poderes). 
 
3- Vários julgados do STF sobre separação dos poderes. Neles aparecem algumas coisas importantes, como por 
exemplo, o sistema de pesos e contrapesos no julgamento do processo do estado do Espirito Santos, para o STF 
"materialmente inelástico". É possível interferência parcial, contrapeso, mas só nas hipóteses previstas na 
constituição federal (inelasticidade material). 
Muito importante aquele caso da CPI que decreta a quebra de sigilo de uma juíza. Havia dois argumentos para 
dizer que a CPI estava errada: (1) falta de fundamentação e (2) inviolabilidade da prestação jurisdicional (decisão 
judicial só é modificável por um sistema de recurso processual judicial e não por CPI). 
 
Esquema de Política e Teoria do Estado - DIR 3007 
Sergio Somenzi Junior 
 
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4 - Teorias dos mandatos 
1- Mandato imperativo de raízes medievais: lógica de direito privado - pode haver quebra de contrato se o 
eleito não cumprir o que deveria fazer. 
2- Mandato imputativo: típico do Estado Liberal Clássico - se constrói contrário sensu (politico está lá para 
expressar o que a sociedade quer) - verbo imputar deve ser bem compreendido e significa Atribuir ao 
eleitorado à vontade do eleito. Se o representante pensa X presume-se que o eleitorado pensa X. O 
eleitorado não pode e não deve interferir no mandato, dessa forma o eleito agiria livre de influências 
externas, de forma a agir conforme a razão. O eleito não representa quem o votou, mas representa a 
ideia ampla de nação e busca do Bem Comum. 
3- Mandato partidário - quem troca de partido perde o mandato, exceto por justa causa – criação, fusão ou 
incorporação partidária, desvio reiterado do programa do partido e grave discriminação pessoal. O voto 
de Aires Brito, a Partidocracia - partido filia a pessoa, designa o filiado em convenção para ser candidato, 
patrocina o candidato, disponibiliza o tempo de propaganda. 
5 – Semipresidencialismo: é uma variação do parlamentarismo. Situação em que o primeiro ministro e presidente de 
visões diferentes convivem é denominada Coabitação. 
Obs.: Matéria sobre partidos políticos não cairá na prova. 
 
2- SEPARAÇÃO DOS PODERES 
2.1 I - GÊNESE HISTÓRICA: 
1- ESTADO MODERNO – UM PODER 
a. Funções Estatais todas concentradas na Figura do Rei. 
b. Estado Moderno foi fundado contra “certos inimigos” e por isso todo poder fica nas mãos 
dos Reis. 
c. Poder Centralizado para combater disputas com o Papa; 
d. A idade média havia sido marcada pela disputa entre Poder Temporal x Poder Espiritual. 
2- EXECUTIVO ARCAICO – DOIS PODERES 
a. Na Bipartição o Parlamento era Independente e o Rei acumulava os poderes de Governar, 
Administrar, Chefiar o Estado e o Judiciário; 
b. Ocasionada pela Revolução Gloriosa que afirmou os direitos históricos do parlamento; 
c. Bill of Rights - pacto entre forças sociais no Parlamento e os novos titulares da Coroa 
escolhidos para suceder a um trono vacante; 
d. John Locke foi o teorizador da bipartição dos poderes com o 2º Tratado do Governo Civil. 
3- EXECUTIVISMO CLÁSSICO – TRÊS PODERES 
a. Judiciário ganhou independência com o Act of Settlement em 1701 (vitaliciedade e salário 
não podem ser reduzidos + garantia de independência para julgar); 
b. Principal Teórico foi Montesquieu (descrição detalhada abaixo); 
c. Rei ainda permanece com bastante poder; Legislativo Autônomo; Judiciário autônomo; 
Montesquieu 
Principal teórico da Tripartição dos Poderes. 
Esquema de Política e Teoria do Estado - DIR 3007 
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Do livro o Espírito das Leis: “quem diria que a própria virtude precisa de limites”. 
Foi filósofo da moderação, dos limites, da Euritmia (para a felicidade precisa-se de equilíbrio). 
Assim como querer demais também nos faz infeliz, a concentração de poder também. 
Defendeu a liberdade como um duplo papel/valor: 
1- O fim Supremo do Direito e Política; e, 
2- O meio para que os indivíduos busquem por sua própria felicidade. 
Liberdade era Negativa; Liberdade Securitas. “Todo homem que tem poder é levado a abusar do 
mesmo”. Quanto maior o poder, maior o abuso. Por isso não pode haver concentração de poderes. 
Ele não é otimista em relação à natureza humana. Solução que ele apresenta é bem realista (não 
utópica): Dividir o Poder. Nada de propor a transformação do homem. 
O direito para Montesquieu serve para controlar as paixões humanas para evitar guerras.“O 
poder tranca o poder”. 
Fórmula para separação dos poderes (feita a partir de uma análise da Constituição da 
Inglaterra): 
 Em todo Estado há três tipos de poder: 
1- Executivo das coisas que dependem do direito das gentes 
a. Seu Papel é manter a ordem interna e a segurança externa; 
b. Executivo de feição liberal, de Estado Mínimo; 
c. Está concentrado no Rei (ele reina e governa); 
d. Não se ocupava com determinas tarefas empregadas pelo poder executivo atual; 
e. Para ele o Estado Liberal era para garantir a Liberdade (Securitas). 
2- Executivo das Coisas que dependem do direito Civil 
a. Poder de Julgar (jamais empregou a expressão judiciário); 
b. Funções: Punir Crimes e Resolver conflitos entre particulares; 
c. Detido pelos juízes, mas não são juízes de carreira. Ideia de júri anglo-saxão; 
d. Como bom iluminista ele dizia: 
O Juiz deve ser a boca da lei (“La bouche de la loi”); 
Juiz deve ser submisso à letra da lei, um automático aplicador da lei; 
Juiz legalista (positivista no mal sentido); 
“A potência de julgar é de alguma maneira nula”; 
3- Poder Legislativo: Bicameral – Câmara Alta e Câmara Baixa 
a. Câmara Baixa (C.B.) – Dos Comuns – Eletiva; 
b. Câmara Alta (C.A.) – Dos Lordes – Hereditária; 
Esquema de Política e Teoria do Estado - DIR 3007 
Sergio Somenzi Junior 
 
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O interessante é a relação entre as Câmaras, basicamente um sistema em que a 
Câmara dos Lordes desacelerasse a velocidade das mudanças políticas propostas pela 
Câmara dos Comuns: 
a. C.B  1ª Casa: Papel de deliberar; estatuir – criar estatutos. 
b. C.A.  2ª Casa: Poder de Impedir - Moderar Excessos da C.B.; 
Desacelera a política -> Perigo do Provo* 
*Montesquieu era liberal conservador, portanto tinha medo do povo. 
Curiosidade: 
O 1º Senado Moderno foi dos EUA para controlar a Câmara dos Deputados. Medo das Tiranias das 
Maiorias. 
Observações: 
1 – O Rei em Montesquieu tem o chamado Veto Absoluto, ou seja, o rei pode vetar as leis do parlamento e 
esse poder de veto do reinão pode ser derrubado. O Monarca, portanto, possuía alguma interferência 
numa atividade que não é a sua, a atividade legislativa. Veto era um direito Constitucional. 
2 – Segundo Montesquieu os nobres não estavam submetidos ao poder de julgar, eles deveriam ser 
julgados pelos pares da Câmara Alta. Na Inglaterra essa tradição permanece até hoje. 
Dessas duas observações, percebe-se que, para Montesquieu, a separação dos poderes não é rígida. 
Mas uma forma de um poder controlar (trancar) o outro. 
 
4- GOVERNAMENTALISMO – TETRAPARTIÇÃO DOS PODERES 
Rei perde o poder de governar. 
Iniciou na Inglaterra, em 1783, após enfraquecimento do Rei George devido a independência dos 
EUA. 
A consolidação ocorreu em 1832 com a Reform Act: 
 Fim dos Burgos podres; 
 Ampliação dos direitos de Votar; 
 Consolidação Tetrapartição  Consolida-se o Gabinete; 
 Primeiro Ministro Governa. 
Rei acumula função Administrativa e de Chefe de Estado. 
Principal teórico é Benjamin Constant. Ele expressa as preocupações do Liberalismo pós-revolução 
Francesa. 
Dois fatos da Revolução Francesa o chocaram: 
1- Terror Jacobino; 
2- Despotismo Napoleônico. 
Esquema de Política e Teoria do Estado - DIR 3007 
Sergio Somenzi Junior 
 
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Ambos os eventos foram efetivados em nome da Soberania Popular. E esse será um problema a 
ser encarado pelo liberalismo pós-revolução francesa. Em nome da Soberania Popular poderia se 
escravizar a liberdade individual. 
Quando o Estado cresce a ponto de sufocar o individuo transforma-se num Sistema Totalitarista. 
Constant não nega o principio da soberania popular, mas propõe uma estratégia jurídica de limites 
baseado em dois pontos: 
a) Declaração de direitos individuais; 
b) Concepção alternativa da separação de Poderes. 
Ele propõe 4 Poderes: 
1- Poder Neutro ou Real – Função de Poder Preservador (moderador), de Chefe de Estado. 
2- Poder dos Ministros (do Governo); 
3- Poder Legislativo; 
4- Poder Judiciário. 
É importante entender as funções do Poder Real segundo Benjamin Constant: 
 Não é Ativo – Ele não age, reage; 
 Ele é juiz dos outros poderes; 
 Ele é superior à diversidade de opiniões; 
 Função do poder é reparar equilíbrio ao outros poderes; 
 Está ao mesmo tempo acima e junto dos outros poderes; 
 Poder do Chefe de Estado; 
 Dispõe do veto contra Legislativo para evitar excessos; 
 Pode dissolver o parlamento e convocar novas eleições; 
 Dispõe do Indulto contra o Judiciário. 
“A chave da Organização Política está na distinção entre Poder Real e dos Ministros”. 
No Brasil o poder moderador foi previsto na Constituição de 1824. Foi a Expressão do liberalismo 
conservador. 
A ideia do Poder Moderador está presente na atualidade em alguns países como: 
1. França (Semipresidencialismo); 
2. Espanha (Monarca é o símbolo da unidade e arbitro); 
3. Portugal; 
4. Itália. 
Poder Real ou Neutro tem base na distinção entre: 
1. Auctoritas – Autoridade – Chefe de Estado; 
2. Potestas – Poder. 
EXPLICAÇÃO RETIRADA DA INTERNET SOBRE A TETRAPARTIÇÃO DOS PODERES: 
Essa independência foi realmente acontecer em 1832 com a primeira reforma eleitoral-Reform 
Act-, onde o povo passou a poder assumir o controle da política pela escolha do Primeiro 
Ministro, escolha que antes era do Rei, a partir de então o Gabinete passa a ser mais 
independente, prova disso foi que em 1841 em um conflito entre o Primeiro Ministro Robert Peel 
e a rainha Vitória, o ministro apoiado da maioria Parlamentar fez prevalecer a sua decisão. 
Esquema de Política e Teoria do Estado - DIR 3007 
Sergio Somenzi Junior 
 
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O idealizador dessa teoria foi o suíço-francês Benjamin Constant, ele propôs um novo poder, o 
pouvouir ministérie (poder ministerial) que estaria separado do pouvouir Royal (poder Real). 
Esse poder ministerial, enquanto função política era o responsável pela função governamental, 
visando o bem comum da sociedade, era esse órgão que decidia as questões que envolvessem 
conflitos de interesses, exigindo responsabilidade de quem opera e para isso tinha que ser visto 
como um Poder independente. 
O Poder Real seria responsável pela chefia do Estado e pela chefia da Administração Pública, já 
que estas funções exigem neutralidade e imparcialidade, fato, como visto bem diferente do 
poder ministerial. Assim, para Benjamin Constant os poderes políticos chegariam a quatro – o 
poder real (imparcial), o poder ministerial (governamental), o poder representativo (Senado e 
Câmara Baixa) e o poder judiciário. 
No Brasil tivemos a tetrapartição dos Poderes na Constituição de 1824, devido à presença, além 
das três funções estatais, do Poder Moderador. Porém este era confinado ao Imperador que 
acabava sendo detentor de grande parte do poder. 
 
5- GOVERNAMENTALISMO DE PARTIDO – PENTAPATIÇÃO DOS PODERES (prova) 
VISÃO GERAL 
Na Pentapartição há a diferenciação entre Governo (política) e Administração (execução). 
 
O Governo é responsável pela direção geral, por estabelecer as diretrizes, ou seja, direção política 
e a Administração é responsável por organizar os meios práticos para concretização dessas 
diretrizes. 
“A Administração é serviço de quem não é dono... mas pelo direito público”. (Ruy Cirne Lima*) 
 
Seu início foi no séc. XX e o Estado Alemão com a Constituição de Weimar. Alemanha sempre teve 
a tradição de uma forte burocracia (governo da razão) e a forte influência do pensamento de Max 
Weber (Legitimidade Tradicional, Carismática ou Burocrática). “Uma sociedade que 
voluntariamente escolhe as próprias leis e quer obedecer às leis, é uma sociedade que quer ser 
governada pela razão”. 
 
O Estado Social é um fenômeno do século XX tendo como marcos as Constituições do México de 
1917 e a Constituição de Weimar em 1919. Nelas foram inseridos Direitos Sociais e Econômicos, 
os chamados Direitos de Segunda Geração**. 
 
O século XX foi uma era dos extremos ideológicos. Assim, os juristas alemães concebem uma ideia 
de racionalização do poder, cujo objetivo é impedir que essas diferenças ideológicas se levassem a 
uma guerra. Portanto, os partidos devem respeitar as mínimas regras do jogo previsto na 
constituição. 
 
5° Poder: A Administração não pode ser manipulada pelo governo ao bel prazer de quem é eleito. 
Deste modo, a administração passa a ser técnica, permanente e imparcial. A Administração 
continua sendo meio, mas desta vez enquadrada na legalidade e com garantia de continuidade. 
 
VISÃO ESPECÍFICA 
Seu surgimento deveu-se a alguns fatores históricos de grande influência no séc. XX como: (1) A 
ascensão da classe Trabalhadora, (2) Doutrinas como do Socialismo, (3) A Primeira Guerra 
Mundial e (4) Progressiva implantação do sufrágio universal (direito ao voto). 
Esquema de Política e Teoria do Estado - DIR 3007 
Sergio Somenzi Junior 
 
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5.1 Ele possui três grandes objetivos: 
1- Preservar as conquistas do Estado Liberal: a Separação de Poderes e as Liberdades 
negativas; 
2- Harmonizar as conquistas com Direitos Sociais e Econômicos; 
3- Compatibilizar novas conquistas com ideal democrático de pluralismo  Estado Pluralista.5.2 A noção de racionalização poder: 
Surge para conciliar os três grandes objetivos; 
Objetiva organizar de forma pacífica as disputas ideológicas enquadrando as diversas correntes na 
constituição e organizando lhes a alternância. Foi defendido por vários juristas alemães para 
impedir a guerra entre ideologias. 
Enquadrou-se na Constituição as diversas correntes políticas, de modo a existir uma alternância 
entre elas e arbitrada pelo poder. Racionalizar o poder via Constituição como se ela fosse uma 
moldura. 
5.3 Resposta da Racionalização do Poder 
 Distinção entre o chefe de Estado e de Governo; 
 O Chefe de Estado terá sua legitimidade reforçada por eleições diretas; 
 Imparcialidade da Administração Pública 
 Torna-se real e um verdadeiro poder; 
 Governo  Cabeça: Dá a direção e o pensamento geral; 
 Administração  Membros: É a função mecânica de meios. 
5.4 Função Administrativa 
Administração pública é serviço de quem não é dono; de quem não é senhor. Ela é o Quinto Poder, 
cujas características são: 
 Permanência; 
 Profissionalidade; 
 Tecnicidade; 
 Imparcialidade (por exemplo, ser apartidária). 
5.5 A herança de Bismarck e o contexto de Weimar: 
A unificação da Alemanha em torno de um regime militarista com combate aos movimentos sociais, 
mas com incorporação dos valores defendidos por tais movimentos. 
Contexto de Weimar: Forte Tradição burocrática, pressão crescente de tarefas administrativas e 
aspiração por um Estado de direito Pluralista. 
5.6 O contraponto de Max Weber 
 Há um incomodo com a Herança de Bismark devido excesso de Militarismo; 
 Superar castração politica de Bismarck; 
 Queria recuperar função do Parlamento; 
 Hipertrofia da Burocracia. 
5.7 Weber na Constituição alemã de 1919 
Estratégia para recuperar pluripartidarismo e reduzir o sufocamento da burocracia sobre o político; 
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Sergio Somenzi Junior 
 
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Weber contribuiu para a constituição de Weimar com três ideias principais: 
1- Uma constituição federal como a maior unidade possível; 
2- Comissões parlamentares de inquérito; 
3- Consagração de Eleição direita para presidente da república que representava plebiscito em 
contraposição do 1º Ministro. 
Weber demonstra um caráter Dualista entre: Presidencialismo e Parlamentarismo. 
5.8 Burocratização e legitimidade 
Há três categorias de obediência por legitimidade: 
1- Tradicional (Irracional): Pela força do hábito. Ex. Regimes Patriarcais; 
2- Carismática (irracional): “Qualidades mágicas”; 
3- Legal (racional): Parâmetros legais, pois os líderes os seguem. 
Weber via o século XX da seguinte maneira e propunha a seguinte estratégia: 
 
 
 
 
 
 
Burocracia: como poder autônomo e individual; 
Diferenciar Burocracia de Judiciário; 
Conservar o Judiciário; 
Promover eleição direta do Chefe do Estado  Incorporação de elementos carismáticos. 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR PESQUISADO NA INTERNET. 
*Ruy Cirne Lima 
Ruy Cirne Lima, Jurista gaúcho, ensinou que administração é a atividade do que não é 
proprietário, senhor absoluto. Por isso, segundo o mestre, traço característico da administração 
pública é estar vinculada não a uma vontade, mas a uma finalidade pública. Nesse sentido, os 
governos são eleitos para servir à sociedade, e não para se servirem dela; devem atuar para 
fielmente alcançar finalidades públicas, independente de interesses pessoais ou partidários. 
Sem qualquer romantismo utópico, são pessoas que devem se apresentar para prestar um 
serviço à população. 
Caberá à administração - constituída por entidades, órgãos e agentes públicos - seguir o rumo 
e o ritmo ditados pelos representantes dos cidadãos, sempre com fiel obediência à 
Constituição e às leis do País. A grande massa de agentes públicos será responsável por 
realizar, na prática, a maior promessa trazida pela Constituição: a construção de uma 
Séc. XX 
Democratização 
Esquema de Política e Teoria do Estado - DIR 3007 
Sergio Somenzi Junior 
 
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sociedade justa e solidária, na qual seja possível promover o bem de todos. 
(http://idag.jusbrasil.com.br/noticias/2534285/administracao-publica-por-fabricio-motta) 
 
**Classificação dos Direitos de acordo com “suas Gerações”: 
Os direitos fundamentais não surgiram simultaneamente, mas em períodos distintos conforme 
a demanda de cada época, tendo esta consagração progressiva e sequencial nos textos 
constitucionais dando origem à classificação em gerações. Como o surgimento de novas 
gerações não ocasionou a extinção das anteriores há quem prefira o termo dimensão por não 
ter ocorrido uma sucessão desses direitos: atualmente todos eles coexistem. (NOVELINO, 
Marcelo. Direito Constitucional. São Paulo: Editora Método, 2009, 3º ed., 362/364.) 
Primeira Geração são os direitos ligados ao valor liberdade; são os direitos civis e políticos. 
São direitos individuais com caráter negativo por exigirem diretamente uma abstenção do 
Estado, seu principal destinatário. Direitos contra intervenção do Estado, por exemplo: 
direito de liberdade, de ir e vir, direito de propriedade. 
São Liberdades Negativas  Liberdade dos Modernos. Caracterizam o Estado Liberal. 
Espaço na Vida Privada que o Estado não pode e não deve intervir. 
Exemplo: O domicílio é inviolável, as correspondências são invioláveis. 
“São direitos que buscam libertar todos e cada um do absolutismo de um ou de alguns 
sobre todos. Na origem, no plano político, como visto acima, cuidava-se de libertar o 
indivíduo do absolutismo do monarca e seus agentes, aos quais se opõe a liberdade 
individual irrestrita: o absolutismo da individualidade, que só pode ser restringida pela lei, 
como expressão da vontade geral e em função do interesse comum. (Sérgio Rezende de 
Barros) 
Segunda Geração – Caracterizam o Estado Social 
São os direitos ligados ao valor igualdade; são os Direitos Sociais, Econômicos e 
Culturais. 
São direitos de titularidade coletiva e com caráter positivo, pois exigem atuações do 
Estado. 
É uma prestação devida pelo Estado ao indivíduo (prestação positiva do Estado). 
Por exemplo, Direito à Educação, saúde e habitação. 
Surgiu no Governamentalismo com a Pentapartição do Poder. 
Terceira Geração são os direitos ligados ao valor fraternidade ou solidariedade. 
São os relacionados ao desenvolvimento ou progresso, ao meio ambiente, à 
autodeterminação dos povos, bem como ao direito de propriedade sobre o patrimônio 
comum da humanidade e ao direito de comunicação. 
São direitos transindividuais, em rol exemplificativo, destinados à proteção do gênero 
humano. 
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6- GOVERNAMENTALISMO COM TRIBUNAL CONSTITUCIONAL – HEXAPARTIÇÃO DOS 
PODERES 
 
Governamentalismo com Tribunal Constitucional 
Esse sistema teve início com a Lei fundamental de 1949 na Alemanha após o trauma do nazismo. 
O Tribunal constitucional foi instituído com a missão de proteger os valores constitucionais, mesmo 
que seja contra a maior. Portanto, para muitos, ele é umórgão contra majoritário. 
Não se pode confundir o Tribunal Constitucional com Poder Judiciário. O Trib. Constitucional possui 
jurisdição constitucional (por exemplo, julgar leis inconstitucionais) e o Poder Judiciário tem a 
jurisdição comum. 
 Jurisdição Comum  Judiciário; 
 Jurisdição Constitucional  Adequação de Atos normativos à Constituição. 
(STF do Brasil não é um Tribunal Constitucional, pois ele é o órgão máximo do judiciário). 
A instituição do Tribunal Constitucional tem relação com o pós Segunda Guerra Mundial e o erro da 
democracia das maiorias. Anteriormente a Constituição era vista como uma Carta de Regulação 
Política. Mas após a 2º GM a constituição passa ser vista como: 
 Fundamento de validade de todo ordenamento jurídico; 
 Como repositório das normas jurídicas supremas; 
 O paradigma para a elaboração das normas; 
 A cabeça de capítulo de todos os ramos do direito. 
 
MATERIAL COMPLEMENTAR PESQUISADO NA INTERNET. 
Nos países europeus que possuem Tribunais Constitucionais, como, por exemplo, a Alemanha, esse 
tribunal é órgão constitucional cuja atuação repercute em todos os Poderes, situando-se no organograma 
do Estado ao lado do Executivo, Legislativo e Judiciário, não sendo, portanto, órgão do Poder Judiciário e 
nem se situando acima dos Poderes Executivo e Legislativo. É formado por pessoas indicadas pelos três 
poderes, com mandato certo e transitório, vedada a contínua ou posterior recondução. O tribunal 
constitucional é, portanto, suprapartidário. 
Sob este prisma, o professor José de Albuquerque Rocha analiza o fundamental é o Tribunal 
Constitucional garantir a primazia da Constituição. 
Deste modo, para que um órgão tenha uma genuína natureza de Corte Constitucional, nos moldes dos 
Tribunais europeus, adverte o citado autor, que deve-se ainda ter o monopólio do contencioso 
constitucional e uma verdadeira jurisdição, a qual deve estar fora do máquina estatal. Trata-se, assim, de 
um poder com atribuições políticas, ou seja, um órgão com jurisdição constitucional e independente, cujas 
decisões tem o desiderato de cumprir o postulado da Constituição. 
No modelo europeu, segundo Louis Favoreu, o contencioso constitucional não se equipara ao contencioso 
ordinário, uma vez que “as questões constitucionais são de competência exclusiva de apenas um Tribunal, 
o qual é especialmente designado para esta finalidade, cujas decisões tem força de coisa julgada erga 
omnes.” Assim, possuem uma jurisdição constitucional de natureza concentrada, a qual centraliza suas 
decisões em um só Tribunal. 
 
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2.2 II - O PROBELA DO ALCANCE – PREDOMÍNIO x EXCLUSIVIDADE 
 
Princípio da Separação dos Poderes não é tão simples, tão redondo. 
A pergunta que surge nesse contexto é: Qual é o rigor da Separação dos Poderes? 
 Escola Exclusividade: Cada poder tem exclusividade na sua esfera de ação. Não há que 
se falar em interferência entre os poderes, a separação entre poderes é rígida. 
 
 Escola Predomínio: Cada poder tem predomínio na sua esfera de ação, mas não 
exclusividade. É aceito uma interferência parcial dos poderes. 
Montesquieu admitia expressamente a não exclusividade. Por exemplo: Os nobres deveriam ser 
julgados pela câmara alta (legislativo) e o Poder de Veto do Monarca num ato do poder legislativo. 
A separação de poderes não proíbe que um poder interfira parcialmente na esfera de ação de outro 
departamento. O que é vedado é que um poder tome o lugar de outro. De tal forma que é de 
destaque a teoria do “Checks and Balances” (doutrina desenvolvida no federalismo dos EUA): “Os 
três poderes não são como retas paralelas”. 
Separação dos Poderes é uma Separação de órgãos e tarefas e essas duas separações nem 
sempre coincidem. 
História dos EUA 
Ano de 1776 – Início da Confederação, a qual possuía as seguintes características: 
 Cada membro era Independente; 
 Direito de Secessão; 
 Governo Central não legisla diretamente para indivíduos, cada Estado deveria ou não 
ratificar a Lei Federal; 
 Regida pelos “Artigos de Confederação”. 
Ano de 1787 – Início da Federação com as seguintes características: 
 Presidencialismo 
 Constituição dos EUA 
 Membros autônomos 
 Membros não tem poder de Secessão 
 Governo Central pode legislar diretamente para os indivíduos 
 Federalismo dual: Competências de lista da União e o resíduo é dos estados. 
 Defensores da Federação: Alexander Hamilton, Jonh Jay e James Madison que sob o 
pseudônimo de Publius publicaram “The Federalist Paper” e figuram entre os Fouding 
Fathers dos EUA. 
Federalismo Alemão (Weimar) 
 Competências Compartilhadas; 
 Possui uma centralização maior que os EUA. 
 
2.3 III – ÓRGÃOS E FUNÇÕES e IV - PERSPECTIVAS DO STF 
Constituição Federal – Art. 2º e 60º: 
Esquema de Política e Teoria do Estado - DIR 3007 
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 13 2015-01 
 
 
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário. 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
§ 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: 
III - a separação dos Poderes; 
Julgamentos do STF 
 
1) ADI 3739 + Art. 61 §1, II, c da CF. 
O Processo legislativo cuja primeira etapa é chamada de “iniciativa” é o ato que desencadeia todo 
o processo, é uma proposta de direito novo. 
Para os Governadores e prefeitos o STF assegura o princípio da Simetria que fazem que sigam os 
preceitos constitucionais do Presidente da República. 
Por tal princípio os Estados e municípios seguem os mesmos parâmetros da União. 
Normas Gerais do Processo Legislativo são de observância compulsória pelos Estados e 
Municípios. 
STF: O Fato das normas do processo legislativo federal serem compulsórias aos Estados Membros 
é uma garantia da Separação dos Poderes. 
Um pouco mais sobre a ADI 3739, matéria que consta no site Âmbito Jurídico: 
http://www.ambito-juridico.com.br/site/?n_link=visualiza_noticia&id_caderno=20&id_noticia=6353 
O governador do Estado do Paraná, Roberto Requião de Mello e Silva, ajuizou, no Supremo Tribunal Federal (STF), Ação 
Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 3739, com pedido de liminar, contra a Lei Estadual 15.000/06. A norma assegura à 
servidora pública que seja mãe, esposa, companheira, tutora ou que detenha a guarda e responsabilidade de pessoa 
portadora de deficiência, a dispensa de parte do trabalho, respeitada a execução de metade da carga horária semanal, 
sem prejuízo de remuneração. 
A dispensa é aplicada aos servidores e funcionários da administração direta e indireta e dos poderes Executivo, 
Legislativo e Judiciário, inclusive aqueles que possuem carga horária de 20 horas semanais. O artigo 3º da lei 
questionada prevê o mesmo tratamento aos servidores públicos que sejam viúvos, separados judicialmente ou 
divorciados, que tenham sob sua guarda, tutela ou curatela, pessoa portadora de deficiência ou que tenha esposa ou 
companheira portadora de deficiência. 
Afirma que há violação a alínea “c”, inciso II, parágrafo 1º do artigo 61 da Constituição Federal, por se tratar de regime 
jurídico de servidor público do estadual. Este dispositivo diz que é de competência do poder Executivo dispor sobre 
servidor público e seu regime jurídico. 
O governador alegaque a lei estadual invade competência privativa dos órgãos do poder Judiciário para propor lei que 
fixe o regime jurídico dos servidores. Segundo ele, a norma viola a alínea “b”, inciso II do artigo 96, da Constituição 
Federal, que estabelece a competência privativa do Supremo Tribunal Federal (STF), dos tribunais superiores e 
aos tribunais de justiça para propor ao poder Legislativo regulamentação sobre a remuneração dos serviços auxiliares. 
Sustenta ainda que há violação ao princípio da independência harmônica dos Três Poderes, previsto no artigo 2º da 
Constituição Federal. Este dispositivo diz que os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário são poderes da União, 
independentes e harmônicos entre si. 
O governador pede suspensão liminar e, no mérito, a declaração de inconstitucionalidade da lei estadual. O relator da 
ADI é o ministro Gilmar Mendes. 
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Matéria que consta no site Estudo de Direito Administrativo 
Na linha da orientação fixada no julgamento acima relatado, o Tribunal julgou procedente pedido formulado em ação 
direta ajuizada pelo Governador do Estado do Paraná para declarar a inconstitucionalidade da Lei estadual 15.000/2006, 
de iniciativa parlamentar, que assegura, à servidora pública que seja mãe, esposa ou companheira, tutora, curadora ou 
que detenha a guarda e responsabilidade de pessoas portadora de deficiência, a dispensa de parte do trabalho, 
respeitada a execução de metade da carga horária semanal, sem prejuízo de remuneração. 
 
2) HC 92628 
Furto x Roubo. 
Joaquim Barbosa julgou que seguir a tese de dar uma pena de outro crime seria criar uma terceira 
espécie normativa inexistente em nosso ordenamento. 
Princípio da Separação dos poderes impede que um juiz modifique a essência das normas 
estabelecidas pelo legislador. Impede que o juiz crie normas jurídicas primárias. 
Um pouco mais sobre o HC 92628, matéria que consta no site: 
http://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/2916287/habeas-corpus-hc-92628-rs 
Ementa 
HABEAS CORPUS. CRIME DE BAGATELA. TESE NÃO SUBMETIDA ÀS INSTÂNCIAS INFERIORES. NÃO 
CONHECIMENTO. CRIME DE FURTO E CRIME DE ROUBO. CONCURSO DE AGENTES. AUMENTOS DE PENA 
DIFERENCIADOS. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. VIOLAÇÃO INOCORRENTE. DIVERSIDADE DOS 
PARÂMETROS. IMPOSSIBILIDADE DE COMBINAÇÃO ENTRE PRECEITOS NORMATIVOS. PRINCÍPIO DA 
SEPARAÇÃO DE PODERES E DA RESERVA LEGAL. ORDEM PARCIALMENTE CONHECIDA E DENEGADA. 
1. A alegação de insignificância da conduta por cuja prática o paciente foi condenado não foi objeto de impugnação nas 
instâncias inferiores, razão pela qual o pleito não pode ser conhecido, nesta parte. 
2. Não se constata a alegada desproporcionalidade da pena imposta pelo legislador ao furto qualificado pelo concurso de 
agentes, quando comparada ao roubo agravado pela mesma circunstância (art. 155, § 4º, e art. 157, § 2º, do Código 
Penal). 
3. O parâmetro adotado pelo legislador para a elevação da pena no crime de roubo é a pena prevista para o referido 
delito, praticado na modalidade simples. 
4. Por esta razão, é impossível aplicar, à pena do furto simples, a fração prevista pelo legislador para incidir sobre uma 
pena muito maior, que é a do roubo simples. A diversidade dos parâmetros confere integral legitimidade à diferença das 
frações de aumento. 
5. Ademais, não é dado ao Poder Judiciário combinar previsões legais, criando uma terceira espécie normativa, 
não prevista no ordenamento, sob pena de ofensa ao princípio da Separação de Poderes e da Reserva Legal. Não 
há pena sem prévia cominação legal. É um atentado contra a própria democracia permitir que o Poder Judiciário 
institua normas jurídicas primárias, criadoras de direitos ou obrigações. Ausência de legitimidade democrática. 
6. Ordem parcialmente conhecida e, nesta parte, denegada. 
 
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3) ADIN 2911 
Art. 57 da Constituição do Espírito Santos -> Convocação do Presidente do TJ. O que vai de 
encontro ao artigo 50 da CF. 
Princípios de freios e contrapesos é materialmente inelástico. Ou seja, o sistema de freios e 
contrapesos só se aplica nos casos previstos na CF. Qualquer aplicação além daquelas 
modalidades previstas são Inconstitucionais conforme julgamento do STF. 
Um pouco mais sobre a ADIN 2911, matéria que consta no site: 
http://stf.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/759955/acao-direta-de-inconstitucionalidade-adi-2911-es 
Ementa 
CONSTITUCIONAL. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. 
IMPUGNAÇÃO DA EXPRESSÃO "PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA", CONTIDA NOS §§ 1º E 2º DO ART. 57 
DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DO ESPIRITO SANTO. Os dispositivos impugnados contemplam a possibilidade de a 
Assembleia Legislativa capixaba convocar o Presidente do Tribunal de Justiça para prestar, pessoalmente, informações 
sobre assunto previamente determinado, importando crime de responsabilidade a ausência injustificada desse Chefe de 
Poder. 
Ao fazê-lo, porém, o art. 57 da Constituição capixaba não seguiu o paradigma da Constituição Federal, extrapolando as 
fronteiras do esquema de freios e contrapesos -- cuja aplicabilidade é sempre estrita ou materialmente inelástica 
-- e maculando o Princípio da Separação de Poderes. Ação julgada parcialmente procedente para declarar a 
inconstitucionalidade da expressão "Presidente do Tribunal de Justiça", inserta no § 2º e no caput do art. 57 da 
Constituição do Estado do Espirito Santo 
 
Comissões Parlamentares de Inquérito 
 
Sobre CPIs 
1- Caracterização: 
a. Previsão Expressa- Art. 58 § 3 
i. Poderes de Investigação própria de autoridade judicial; 
ii. Aprovação por 1/3 dos membros; 
iii. Fato certo e Prazo Definido. 
 
b. Órgão Extraordinário 
i. Temporários 
1. Câmara dos Dep. – Prazo é de até 120 dias, prorrogável por mais 60 
dias. (art 35 do regimento interno) 
2. Senado – Prazo é aquele solicitado no Ato do Requerimento de 
instalação da CPI. 
ii. Podem funcionar no recesso 
 
c. Órgãos Colegiados 
i. Não há regra que estipule quantos são devam os membros da CPI; 
ii. Número deve ser definido no Requerimento de Abertura 
iii. Deve ser composto respeitando a proporção do plenário “o quanto possível”. 
(Art. 58 §1 CF) 
2- Qual deve ser o objeto de uma CPI? 
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a. A CPI pressupõe presunção de existir fato com verossimilhança; 
b. O fato deve ser relevante à vida pública Nacional; 
c. O fato deve estar bem delimitado; 
d. O fato deve ser revestido de ilicitude e ilegalidade. 
 
3- Os poderes de uma CPI: 
a. Lei 1579-52 
i. Convocar Ministro 
ii. Tomar depoimento de qualquer autoridade 
iii. Ouvir indiciados 
iv. Inquirir Testemunhas 
v. Requisitar de repartições públicas e autárquicas aquisições e documentos 
vi. Transportar-se a lugares onde se fazer mister a sua presença 
vii. Decretar a quebra dos sigilos (de dados) bancário, fiscal e telefônico dos 
investigados. Não podendo fazer interceptação (escuta) telefônica. 
 
4- O que CPI não pode? (a maioria são prerrogativas dos juízes)a. Ordenar Busca Domiciliar; 
b. Não pode negar aos depoentes e Testemunhas assistência jurídicas 
c. Proibir pessoas de se ausentar do país. 
 
5- Conclusões 
a. CPI não condena nem impõe pena ou sanção de qualquer espécie. 
b. Ela encaminha relatório sob forma de resolução e encaminha ao MP. 
Julgamentos do STF sobre poderes de CPI 
1) Mandado de Segurança 26.441 – CPI Aviação no mandato Lula. 
 
1- Mesa da Câm. dos Dep. defere requerimento para criar a CPI; 
2- Líder do PT interpõe Questão de Ordem (Q.O.); 
3- A mesa indefere a Q.O.; 
4- O líder recorre ao plenário e defere a Q.O; 
5- STF é acionado e garante o direito das Minorias, direito de instalação da CPI. 
STF diz que: 
1- Existe um verdadeiro estatuto constitucional das minorias quanto ao direito de oposição; 
2- O direito de oposição não pode ser uma prerrogativa sem eficácia sujeita a concordância da 
maioria; 
3- A cláusula que prevê a CPI é claramente contra majoritária. 
 
Um pouco mais sobre a ADIN 2911, matéria que consta no site: 
http://www.stf.jus.br/imprensa/pdf/ms26441mc.pdf 
MED. CAUT. EM MANDADO DE SEGURANÇA 26.441-1 DISTRITO FEDERAL 
RELATOR: MIN. CELSO DE MELLO 
Cumpre registrar, finalmente, em face das gravíssimas consequências que vêm afetando a regularidade do sistema de 
tráfego aéreo neste País, com especial atenção para o trágico acidente ocorrido em 29/09/2006, que o inquérito 
parlamentar pretendido pelas minorias legislativas que atuam na Câmara dos Deputados, mais do que representar 
prerrogativa desses grupos minoritários, constitui direito insuprimível dos cidadãos da República, de quem não pode ser 
subtraído o conhecimento da verdade e o pleno esclarecimento dos fatos que tanto prejudicam os superiores interesses 
da coletividade. 
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2) MS 25510 
 
Uma juíza protocola junto ao STF contra a quebra de sigilo no caso das CPI dos Bingos (suspeitas 
que ela estivesse vendendo liminares). O STF acolheu o mandado de segurança sob os seguintes 
argumentos: 
 
1- A decisão de que trata de sigilo não teve fundamentação suficiente; 
2- Devido Princípio da Intangibilidade da prestação jurisdicional. 
O argumento do Princípio de Intangibilidade dá garantia a separação dos poderes e como 
conclusão do processo estabelece que CPIs não podem quebrar sigilo de juiz. 
Ementa 
MANDADO DE SEGURANÇA. CPI DOS BINGOS. ATO JURISDICIONAL. SEPARAÇÃO DE PODERES. 
1. O acerto ou o desacerto da concessão de liminar em mandado de segurança, por traduzir ato jurisdicional, não pode 
ser examinado no âmbito do Legislativo, diante do princípio da separação de poderes. O próprio Regimento Interno do 
Senado não admite CPI sobre matéria pertinente às atribuições do Poder Judiciário (art. l46, II). 
2. Segurança deferida. 
3) MS 23452 
 
MS impetrado por particulares que tiveram sigilo quebrado por decisão de comissão parlamentar 
de inquérito. 
Poder legislativo alega: Ato de CPI não poderia ser revisado pelo judiciário devido separação dos 
Poderes. 
STF responde que: 
1- A CPI é a Longa Manus do Poder legislativo; 
2- O controle jurisdicional atos praticados com abuso de poder da CPI não ofende separação 
dos poderes; 
3- A separação dos poderes tem por essência duas coisas: 
a. Conter os excessos dos órgãos do poder; 
b. Conservar as liberdades dos cidadãos. 
4- A separação dos Poderes visa evitar a formação de instâncias hegemônicas de poder; 
5- A quebra de sigilo deveria ter sido motivada quando da sua decretação. Não é possível 
motivação a posterior, quando da manifestação nos autos do mandado de segurança. 
Ementa 
COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO - PODERES DE INVESTIGAÇÃO (CF, ART. 58, § 3º)- LIMITAÇÕES 
CONSTITUCIONAIS - LEGITIMIDADE DO CONTROLE JURISDICIONAL - POSSIBILIDADE DE A CPI ORDENAR, POR 
AUTORIDADE PRÓPRIA, A QUEBRA DOS SIGILOS BANCÁRIO, FISCAL E TELEFÔNICO - NECESSIDADE DE 
FUNDAMENTAÇÃO DO ATO DELIBERATIVO - DELIBERAÇÃO DA CPI QUE, SEM FUNDAMENTAÇÃO, ORDENOU 
MEDIDAS DE RESTRIÇÃO A DIREITOS - MANDADO DE SEGURANÇA DEFERIDO. COMISSÃO PARLAMENTAR DE 
INQUÉRITO - COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 
- Compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, em sede originária, mandados de segurança e habeas corpus 
impetrados contra Comissões Parlamentares de Inquérito constituídas no âmbito do Congresso Nacional ou no de 
qualquer de suas Casas. É que a Comissão Parlamentar de Inquérito, enquanto projeção orgânica do Poder 
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Legislativo da União, nada mais é senão a longa manus do próprio Congresso Nacional ou das Casas que o 
compõem, sujeitando-se, em consequência, em tema de mandado de segurança ou de habeas corpus, ao controle 
jurisdicional originário do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 102, i, d e i). 
Precedentes. O CONTROLE JURISDICIONAL DE ABUSOS PRATICADOS POR COMISSÃO PARLAMENTAR DE 
INQUÉRITO NÃO OFENDE O PRINCÍPIO DA SEPARAÇÃO DE PODERES. - A essência do postulado da divisão 
funcional do poder, além de derivar da necessidade de conter os excessos dos órgãos que compõem o aparelho de 
Estado, representa o princípio conservador das liberdades do cidadão e constitui o meio mais adequado para tornar 
efetivos e reais os direitos e garantias proclamados pela Constituição. Esse princípio, que tem assento no art. 2º da Carta 
Política, não pode constituir e nem qualificar-se como um inaceitável manto protetor de comportamentos abusivos e 
arbitrários, por parte de qualquer agente do Poder Público ou de qualquer instituição estatal. - O Poder Judiciário, quando 
intervém para assegurar as franquias constitucionais e para garantir a integridade e a supremacia da Constituição, 
desempenha, de maneira plenamente legítima, as atribuições que lhe conferiu a própria Carta da Republica. O regular 
exercício da função jurisdicional, por isso mesmo, desde que pautado pelo respeito à Constituição, não transgride o 
princípio da separação de poderes. Desse modo, não se revela lícito afirmar, na hipótese de desvios jurídico-
constitucionais nas quais incida uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que o exercício da atividade de controle 
jurisdicional possa traduzir situação de ilegítima interferência na esfera de outro Poder da República. O 
CONTROLE DO PODER CONSTITUI UMA EXIGÊNCIA DE ORDEM POLÍTICO-JURÍDICA ESSENCIAL AO REGIME 
DEMOCRÁTICO. - O sistema constitucional brasileiro, ao consagrar o princípio da limitação de poderes, teve por objetivo 
instituir modelo destinado a impedir a formação de instâncias hegemônicas de poder no âmbito do Estado, em ordem a 
neutralizar, no plano político-jurídico, a possibilidade de dominação institucional de qualquer dos Poderes da República 
sobre os demais órgãos da soberania nacional. Com a finalidade de obstar que o exercício abusivo das prerrogativas 
estatais possa conduzir a práticas que transgridam o regime das liberdades públicas e que sufoquem, pela opressão do 
poder, os direitos e garantias individuais, atribuiu-se, ao Poder Judiciário, a função eminente de controlar os excessos 
cometidos por qualquer das esferas governamentais, inclusive aqueles praticados por Comissão Parlamentar de 
Inquérito, quando incidir em abuso de poder ou em desvios inconstitucionais, no desempenho de sua competência 
investigatória.OS PODERES DAS COMISSÕES PARLAMENTARES DE INQUÉRITO, EMBORA AMPLOS, NÃO SÃO ILIMITADOS E 
NEM ABSOLUTOS. - Nenhum dos Poderes da República está acima da Constituição. No regime político que consagra o 
Estado democrático de direito, os atos emanados de qualquer Comissão Parlamentar de Inquérito, quando praticados 
com desrespeito à Lei Fundamental, submetem-se ao controle jurisdicional (CF, art. 5º, XXXV). As Comissões 
Parlamentares de Inquérito não têm mais poderes do que aqueles que lhes são outorgados pela Constituição e pelas leis 
da República. É essencial reconhecer que os poderes das Comissões Parlamentares de Inquérito - precisamente porque 
não são absolutos - sofrem as restrições impostas pela Constituição da República e encontram limite nos direitos 
fundamentais do cidadão, que só podem ser afetados nas hipóteses e na forma que a Carta Política estabelecer. 
Doutrina. Precedentes. LIMITAÇÕES AOS PODERES INVESTIGATÓRIOS DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE 
INQUÉRITO. - A Constituição da República, ao outorgar às Comissões Parlamentares de Inquérito "poderes de 
investigação próprios das autoridades judiciais" (art. 58, § 3º), claramente delimitou a natureza de suas atribuições 
institucionais, restringindo-as, unicamente, ao campo da indagação probatória, com absoluta exclusão de quaisquer 
outras prerrogativas que se incluem, ordinariamente, na esfera de competência dos magistrados e Tribunais, inclusive 
aquelas que decorrem do poder geral de cautela conferido aos juízes, como o poder de decretar a indisponibilidade dos 
bens pertencentes a pessoas sujeitas à investigação parlamentar. A circunstância de os poderes investigatórios de uma 
CPI serem essencialmente limitados levou a jurisprudência constitucional do Supremo Tribunal Federal a advertir que as 
Comissões Parlamentares de Inquérito não podem formular acusações e nem punir delitos (RDA 199/205, Rel. Min. 
PAULO BROSSARD), nem desrespeitar o privilégio contra a auto-incriminação que assiste a qualquer indiciado ou 
testemunha (RDA 196/197, Rel. Min. CELSO DE MELLO - HC 79.244-DF, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE), nem 
decretar a prisão de qualquer pessoa, exceto nas hipóteses de flagrância (RDA 196/195, Rel. Min. CELSO DE MELLO - 
RDA 199/205, Rel. Min. PAULO BROSSARD). OS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS NÃO TÊM CARÁTER 
ABSOLUTO. Não há, no sistema constitucional brasileiro, direitos ou garantias que se revistam de caráter absoluto, 
mesmo porque razões de relevante interesse público ou exigências derivadas do princípio de convivência das liberdades 
legitimam, ainda que excepcionalmente, a adoção, por parte dos órgãos estatais, de medidas restritivas das prerrogativas 
individuais ou coletivas, desde que respeitados os termos estabelecidos pela própria Constituição. O estatuto 
constitucional das liberdades públicas, ao delinear o regime jurídico a que estas estão sujeitas - e considerado o substrato 
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ético que as informa - permite que sobre elas incidam limitações de ordem jurídica, destinadas, de um lado, a proteger a 
integridade do interesse social e, de outro, a assegurar a coexistência harmoniosa das liberdades, pois nenhum direito ou 
garantia pode ser exercido em detrimento da ordem pública ou com desrespeito aos direitos e garantias de terceiros. A 
QUEBRA DO SIGILO CONSTITUI PODER INERENTE À COMPETÊNCIA INVESTIGATÓRIA DAS COMISSÕES 
PARLAMENTARES DE INQUÉRITO. - O sigilo bancário, o sigilo fiscal e o sigilo telefônico (sigilo este que incide sobre os 
dados/registros telefônicos e que não se identifica com a inviolabilidade das comunicações telefônicas) - ainda que 
representem projeções específicas do direito à intimidade, fundado no art. 5º, X, da Carta Política- não se revelam 
oponíveis, em nosso sistema jurídico, às Comissões Parlamentares de Inquérito, eis que o ato que lhes decreta a quebra 
traduz natural derivação dos poderes de investigação que foram conferidos, pela própria Constituição da República, aos 
órgãos de investigação parlamentar. As Comissões Parlamentares de Inquérito, no entanto, para decretarem, 
legitimamente, por autoridade própria, a quebra do sigilo bancário, do sigilo fiscal e/ou do sigilo telefônico, relativamente a 
pessoas por elas investigadas, devem demonstrar, a partir de meros indícios, a existência concreta de causa provável 
que legitime a medida excepcional (ruptura da esfera de intimidade de quem se acha sob investigação), justificando a 
necessidade de sua efetivação no procedimento de ampla investigação dos fatos determinados que deram causa à 
instauração do inquérito parlamentar, sem prejuízo de ulterior controle jurisdicional dos atos em referência (CF, art. 5º, 
XXXV). - As deliberações de qualquer Comissão Parlamentar de Inquérito, à semelhança do que também ocorre com as 
decisões judiciais (RTJ 140/514), quando destituídas de motivação, mostram-se írritas e despojadas de eficácia jurídica, 
pois nenhuma medida restritiva de direitos pode ser adotada pelo Poder Público, sem que o ato que a decreta seja 
adequadamente fundamentado pela autoridade estatal. - O caráter privilegiado das relações Advogado-cliente: a questão 
do sigilo profissional do Advogado, enquanto depositário de informações confidenciais resultantes de suas relações com 
o cliente. MOTIVAÇÃO PER RELATIONEM CONSTANTE DA DELIBERAÇÃO EMANADA DA COMISSÃO 
PARLAMENTAR DE INQUÉRITO. Tratando-se de motivação per relationem, impõe-se à Comissão Parlamentar de 
Inquérito - quando esta faz remissão a elementos de fundamentação existentes aliunde ou constantes de outra peça - 
demonstrar a efetiva existência do documento consubstanciador da exposição das razões de fato e de direito que 
justificariam o ato decisório praticado, em ordem a propiciar, não apenas o conhecimento do que se contém no relato 
expositivo, mas, sobretudo, para viabilizar o controle jurisdicional da decisão adotada pela CPI. É que tais fundamentos - 
considerada a remissão a eles feita - passam a incorporar-se ao próprio ato decisório ou deliberativo que a eles se 
reportou. Não se revela viável indicar, a posteriori, já no âmbito do processo de mandado de segurança, as razões que 
deveriam ter sido expostas por ocasião da deliberação tomada pela Comissão Parlamentar de Inquérito, pois a existência 
contemporânea da motivação - e não a sua justificação tardia - constitui pressuposto de legitimação da própria resolução 
adotada pelo órgão de investigação legislativa, especialmente quando esse ato deliberativo implicar ruptura da cláusula 
de reserva pertinente a dados sigilosos. A QUESTÃO DA DIVULGAÇÃO DOS DADOS RESERVADOS E O DEVER DE 
PRESERVAÇÃO DOS REGISTROS SIGILOSOS. - A Comissão Parlamentar de Inquérito, embora disponha, ex propria 
auctoritate, de competência para ter acesso a dados reservados, não pode, agindo arbitrariamente, conferir indevida 
publicidade a registros sobre os quais incide a cláusula de reserva derivada do sigilo bancário, do sigilo fiscal e do sigilo 
telefônico. Com a transmissão das informações pertinentes aos dados reservados, transmite-se à Comissão Parlamentar 
de Inquérito - enquanto depositária desses elementos informativos -, a nota de confidencialidade relativa aos registros 
sigilosos. Constitui conduta altamente censurável - com todas as conseqüências jurídicas (inclusive aquelas de ordem 
penal) que dela possam resultar - a transgressão, por qualquer membro de uma Comissão Parlamentar de Inquérito, do 
dever jurídico de respeitar e de preservar o sigilo concernente aos dados a ela transmitidos.Havendo justa causa - e 
achando-se configurada a necessidade de revelar os dados sigilosos, seja no relatório final dos trabalhos da Comissão 
Parlamentar de Inquérito (como razão justificadora da adoção de medidas a serem implementadas pelo Poder Público), 
seja para efeito das comunicações destinadas ao Ministério Público ou a outros órgãos do Poder Público, para os fins a 
que se refere o art. 58, § 3º, da Constituição, seja, ainda, por razões imperiosas ditadas pelo interesse social - a 
divulgação do segredo, precisamente porque legitimada pelos fins que a motivaram, não configurará situação de ilicitude, 
muito embora traduza providência revestida de absoluto grau de excepcionalidade. 
POSTULADO CONSTITUCIONAL DA RESERVA DE JURISDIÇÃO: UM TEMA AINDA PENDENTE DE DEFINIÇÃO 
PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. O postulado da reserva constitucional de jurisdição importa em submeter, à 
esfera única de decisão dos magistrados, a prática de determinados atos cuja realização, por efeito de explícita 
determinação constante do próprio texto da Carta Política, somente pode emanar do juiz, e não de terceiros, inclusive 
daqueles a quem se haja eventualmente atribuído o exercício de "poderes de investigação próprios das autoridades 
judiciais". A cláusula constitucional da reserva de jurisdição - que incide sobre determinadas matérias, como a busca 
domiciliar (CF, art. 5º, XI), a interceptação telefônica (CF, art. 5º, XII) e a decretação da prisão de qualquer pessoa, 
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ressalvada a hipótese de flagrância (CF, art. 5º, LXI)- traduz a noção de que, nesses temas específicos, assiste ao Poder 
Judiciário, não apenas o direito de proferir a última palavra, mas, sobretudo, a prerrogativa de dizer, desde logo, a 
primeira palavra, excluindo-se, desse modo, por força e autoridade do que dispõe a própria Constituição, a possibilidade 
do exercício de iguais atribuições, por parte de quaisquer outros órgãos ou autoridades do Estado. Doutrina. - O princípio 
constitucional da reserva de jurisdição, embora reconhecido por cinco (5) Juízes do Supremo Tribunal Federal - Min. 
CELSO DE MELLO (Relator), Min. MARÇO AURÉLIO, Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Min. NÉRI DA SILVEIRA e Min. 
CARLOS VELLOSO (Presidente) - não foi objeto de consideração por parte dos demais eminentes Ministros do Supremo 
Tribunal Federal, que entenderam suficiente, para efeito de concessão do writ mandamental, a falta de motivação do ato 
impugnado. 
(encerra-se a matéria sobre separação dos poderes) 
 
3- Teoria do Mandato 
Manuel Gonçalves Ferreira Filho fala sobre três Teorias do Mandato. 
3.1 Mandato Imperativo. 
Considera-se o Mandato uma espécie de contrato entre eleitores e eleito. 
Os eleitores atribuíam ao eleito certo número de tarefas que se não fosse bem desempenhadas 
poderia levar ao cumprimento do contrato. 
Essa Teoria tem lógica de direito privado e é como se trouxesse o direito privado para dentro do 
direito público. 
Era uma prática anterior ao sufrágio universal. Permitia a fiscalização e a interferência no 
desenvolvimento do mandato. 
Recall 
Existe nos EUA o instituto de uma Consulta Popular denominada “Recall”. O qual é uma espécie de 
resquício do Mandato Imperativo. Ela serve tanto para o executivo, legislativo e judiciário. 
Necessita-se de dois Requisitos para dar início a esse processo: (1) Lista de Adesão de Eleitores e 
(2) Um Depósito em dinheiro. Após a abertura desse processo democrático há toda uma 
sequências de etapas até o rompimento do “contrato” com o eleito. 
 
3.2 Mandato Imputativo 
 
Temos que inverter o senso comum para entender a teoria. Ela imputa ao eleitor as presunções do 
eleito ao nos afirmar que os Eleitos seriam os “Notáveis” e que nem todos seriam capazes de tomar 
as melhores decisões, mas os notáveis seriam capazes. 
Presume-se que, se o eleito está votando de determinada maneira é porque o eleitor pensa assim. 
Ao invés de pensar que o eleito está votando conforme a vontade do eleitorado. 
Liberta o político da influência de grupos organizados. “O representante representa a nação e não o 
corpo particular de eleitores que nele votaram”. O objetivo é livrar o parlamento da pressão dos 
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grupos. O eleito decide conforme a razão o que é bom para a nação. Essa teoria tem base no 
Jusracionalimo, o qual diz que razão mais liberdade dos representantes levaria ao Bem Comum. 
Para a produção da vontade geral da nação quem decide são os representantes bem informados e 
livres de influências. Vale dizer, livre da interferência de órgãos intermediários (igreja, sindicatos...). 
“A cereja do bolo” é: o eleitorado não fiscaliza, nem interfere durante o mandato. 
Não pode ser interrompido o mandato, e para alguns mais radicais não deveria haver reeleição que 
é sempre manifestação do eleitorado sobre fatos pretéritos. 
Razões para Teoria são: 
 Invenção do Estado liberal Clássico. 
 Para evitar parlamento trabalhe para grupos, por interesses de classes organizadas. 
 Inspirados em Rousseau o Liberalismo para formar a vontade geral previu uma política de 
dois níveis: 
 Nível 1 – Cidadão; 
 Nível 2 – Os representantes da nação (não do cidadão). 
Os representantes eram vistos como os Notáveis capazes de governar. Nem todos tinham essa 
capacidade conforme destacava Montesquieu: “Nem todos são capazes de governar, mas ao 
menos capazes de escolher os melhores governantes”. 
3.3 Mandato Partidário 
Eleitor escolhe um candidato vinculado a um partido cuja ação relaciona-se ao programa do 
partido. 
Temos dois pontos importantes nessa teoria: (1) Noção de partido político e (2) programa 
partidário. 
Idealmente vota-se num partido com programa ao invés de votar na pessoa. 
A teoria surge no momento histórico do desenvolvimento do Estado Social e a ideia de 
Racionalização do Poder. 
Mandato partidário esta relacionado com o estado social + racionalização do poder. A 
racionalização do poder: 1° busca enquadrar as ideologias dos partidos na constituição; 2° 
possibilidade de alternância, essa alternância era um árbitro, esse será o eleitor que escolherá 
programas de partidos. 
Partidos políticos verificam a necessidade de tornar os seus programas cada vez mais genéricos, 
ou seja, que agradem a todos como uma maneira de ascender ao poder. O excesso de 
generalidade é um problema, uma vez que os programas de partido são cada vez mais amplos e 
abstratos. 
3.3.1 A questão da fidelidade partidária 
 
3.3.1.1 Noção - Dois níveis 
1°- Relativo aos deveres partidários (cumprir o estatuto, seguir a bancada); 
2°- Obrigação de permanência no partido como condição de manutenção do mandato. 
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3.3.1.2 Marco legal 
CF. Art. 17 - É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a 
soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa 
humana e observados os seguintes preceitos: 
§ 1º É asseguradaaos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna, 
organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o regime de suas 
coligações eleitorais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito 
nacional, estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de 
disciplina e fidelidade partidária. 
Lei 9096/95- Cap. V – Da Fidelidade e da Disciplina Partidárias (Diz respeito à forma do partido 
político responsabilizar um dos seus membros por violação dos deveres partidários. O estatuto do 
partido político deve criar um órgão incumbido dessa questão disciplinar. A conduta a ser punível 
deve estar tipificada no estatuto do partido). 
Art. 23. A responsabilidade por violação dos deveres partidários deve ser apurada e punida 
pelo competente órgão, na conformidade do que disponha o estatuto de cada partido. 
 
§ 1º Filiado algum pode sofrer medida disciplinar ou punição por conduta que não esteja 
tipificada no estatuto do partido político. 
 
 § 2º Ao acusado é assegurado amplo direito de defesa. 
 
Art. 24. Na Casa Legislativa, o integrante da bancada de partido deve subordinar sua ação 
parlamentar aos princípios doutrinários e programáticos e às diretrizes estabelecidas pelos 
órgãos de direção partidários, na forma do estatuto. 
 
Art. 25. O estatuto do partido poderá estabelecer, além das medidas disciplinares básicas de 
caráter partidário, normas sobre penalidades, inclusive com desligamento temporário da 
bancada, suspensão do direito de voto nas reuniões internas ou perda de todas as 
prerrogativas, cargos e funções que exerça em decorrência da representação e da proporção 
partidária, na respectiva Casa Legislativa, ao parlamentar que se opuser, pela atitude ou pelo 
voto, às diretrizes legitimamente estabelecidas pelos órgãos partidários. 
 
Art. 26. Perde automaticamente a função ou cargo que exerça, na respectiva Casa Legislativa, 
em virtude da proporção partidária, o parlamentar que deixar o partido sob cuja legenda tenha 
sido eleito. 
 
Resolução N° 22.610/2007 do TSE – Ela trata de um problema que a lei não enfrentava: Com 
quem fica o mandato no caso de troca de partido? 
RESOLUÇÃO Nº 22.610 
Relator: Ministro Cezar Peluso. 
O TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, no uso das atribuições que lhe confere o art. 23, XVIII, 
do Código Eleitoral, e na observância do que decidiu o Supremo Tribunal Federal nos 
Mandados de Segurança nº 26.602, 26.603 e 26.604, resolve disciplinar o processo de perda 
de cargo eletivo, bem como de justificação de desfiliação partidária, nos termos seguintes: 
Art. 1º - O partido político interessado pode pedir, perante a Justiça Eleitoral, a decretação da 
perda de cargo eletivo em decorrência de desfiliação partidária sem justa causa. 
 
§ 1º - Considera-se justa causa: 
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I) incorporação ou fusão do partido; 
II) criação de novo partido; 
III) mudança substancial ou desvio reiterado do programa partidário; 
IV) grave discriminação pessoal. 
 
§ 2º - Quando o partido político não formular o pedido dentro de 30 (trinta) dias da desfiliação, 
pode fazê-lo, em nome próprio, nos 30 (trinta) subsequentes, quem tenha interesse jurídico ou 
o Ministério Público eleitoral. 
 
§ 3º - O mandatário que se desfiliou ou pretenda desfiliar-se pode pedir a declaração da 
existência de justa causa, fazendo citar o partido, na forma desta Resolução. 
 
A partir da resolução entende-se que a troca de partido implica na perda de mandado. Entretanto a 
lei prevê hipóteses de troca de partido sem perder o mandato em ocorrência de justa causa, as 
quais compõe uma lista contida na resolução. Então alguns questionamentos referentes a esta 
resolução são pertinentes: 
 Teria o TSE essa prerrogativa de editar resolução a esse respeito? 
 E se o mesmo tivesse essa prerrogativa, teria ele a exercido de forma satisfatória? 
 
Essas perguntas resultaram na ADI 4086 STF: Joaquim Barbosa relata – "não faria sentido se a 
corte reconhecesse um dever de fidelidade partidária e não reconhecer um mecanismo capaz de 
assegurar esse dever". Ou seja, Joaquim Barbosa afirma que o TSE possui prerrogativa para editar 
a resolução segundo os argumentos abaixo: 
 O que garante a constitucionalidade da resolução é a sua excepcionalidade somada a sua 
transitoriedade; 
 Joaquim Barbosa parece dividido entre: o direito à vaga obtida no sistema proporcional 
versus a legitimidade soberana do eleitor. Joaquim Barbosa opta por defender o sistema 
proporcional, ou seja, não deve permanecer o mandato com o candidato caso ele saia do 
partido. Isso no caso de troca de partido; 
 STF decide pela improcedência da ADI e, portanto, pela constitucionalidade da resolução. 
Petição 2.766 TSE - Deputado Clodovil declara que houve contra ele, quando membro do PTC, 
grave discriminação pessoal. Dessa forma pretende trocar de partido sem perder o mandato. Entre 
seus argumentos estão a falta de auxílio judicial por parte do partido, a não convocação dele para 
assuntos internos partidários, etc. 
 Ministro Lewandowski questiona qual teria sido a importância de Clodovil para o partido, 
feita a ponderação declara que o partido deveria ter dado maior atenção ao candidato, isso 
pelo fato do candidato ter sido o mais votado do partido. 
 Clodovil obtêm sucesso e mantem o seu mandato. 
Consulta N° 1.720 TSE - Feita na forma de pergunta: De quem é a competência para autorizar os 
detentores de mandatos eletivos deixarem seus respectivos partidos sem a perda de seus 
mandatos, se os diretórios municipais aos quais são filiados, os diretórios regionais ou somente os 
diretórios nacionais? 
RESP: Nenhum dos três, o partido não pode fazer essa autorização. “Acordos ou deliberações de 
qualquer esfera partidária não tem o condão de afastar as consequências impostas pela 
Resolução-TSE nº 22.610/2007...” 
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- O partido não pode autorizar a troca sem perda do mandato, pois estaria se instaurando a compra 
da fidelidade. 
Agravo Regimental na ação cautelar TSE - A resistência do partido a futura pretensão do filiado a 
concorrer a cargo eletivo é grave discriminação? RESP: não é grave discriminação. 
“A jurisprudência do Tribunal é no sentido de que a eventual resistência do partido à futura 
pretensão de o filiado concorrer a cargo eletivo ou a intenção de viabilizar essa candidatura por 
outra agremiação não caracterizam justa causa para a desfiliação partidária, pois a disputa e a 
divergência interna fazem parte da vida partidária”. 
Duas perguntas centrais: 
1. Qual concepção de mandatos nós adotamos no Brasil hoje? 
 
Nossa democracia é uma democracia de partidos. No Brasil não se pode ter candidatos 
independentes. 
 
2. A regra da fidelidade partidária aplica-se a membros do executivo? 
 
Anterior à resolução do TSE a questão da fidelidade partidária estava mais voltada ao 
legislativo. Porém hoje a resolução abriu essa possibilidade. 
 
4- Os sistemas de governo 
4.1 Noção de parlamentarismo: 
 
Possui quatro características principais: 
1. Distinção entre chefia de Estado e chefia de governo: Chefe de governo é o primeiro ministro; 
chefe de estado pode ser o rei ou o presidente. Pessoas diferentes

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