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EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (Recuperação Automática)

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO EGRÉGIO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
O PARTIDO POLITICO BETA¸ partido político com representação no Congresso Nacional (doc.1), devidamente registrado no Tribunal Superior Eleitoral, inscrito no CNPJ sob o nº ( ), com sede (endereço) na forma do seu Estatuto Social (doc. 2), pelo seu Presidente(nome do presidente ) (ata da eleição em anexo, doc. 3), vem, por sua advogada abaixo assinada (procuração em anexo, doc. 4), com fundamento no disposto no Art. 103, inciso VIII, da CRFB/88 c/c. o Art. 2º, inciso I, da Lei nº 9.882/99.
, ajuizar a presente
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL COM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR 
a fim de que seja reconhecida a não recepção pela Constituição Federal de 1988 com a Lei nº 123/2018 do Município Alfa, ante a sua incompatibilidade com os preceitos fundamentais constitucionalmente previstos, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:
DO Cabimento da ADPF
Todos sabem que a Constituição Federal previu, já em sua redação original, que “A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei” (Art. 102, parágrafo único, transformado em parágrafo primeiro pela emenda constitucional nº 03/93).
 No entanto, somente com a edição da Lei nº 9.882/99 é que houve efetiva regulamentação desse novo instituto jurídico processual constitucional, que definiu os seguintes pressupostos para o seu ajuizamento, na modalidade direta:
 a) existência de ato do Poder Público;
 b) caracterização de lesão a preceito fundamental da Constituição; e
 c) subsidiariedade. 
Ou seja, o objetivo precípuo da ADPF é evitar ou reparar lesão a preceito fundamental da Constituição, resultante de ato do Poder Público.
Na presente demanda questiona-se a incompatibilidade da Lei municipal nº 123/2018 com a carta maior, a qual encontra-se descumprindo preceitos legais da Constituição Federal Brasileira/88.
 Cabível, assim, o manejo da presente ADPF por se tratar de ato do Poder Público, sendo desnecessário afirmar que essa Suprema Corte já teve a oportunidade de apreciar Arguições de Descumprimento de Preceito Fundamental a fim de restabelecer a harmonia com a Constituição.
Da SUBSIARIEDADE 
Dispõe o § 1º do Art. 4º da Lei nº 9.882/99: 
§ 1o Não será admitida arguição de descumprimento de preceito fundamental quando houver qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade.” 
Desse dispositivo os doutrinadores e a jurisprudência dessa Corte extraem a subsidiariedade como requisito de cabimento da ADPF enquanto ação autônoma. 
Em outras palavras, só será cabível a ADPF quando inexistir, no ordenamento jurídico, qualquer outro meio eficaz de sanar a lesividade a preceitos fundamentais da Constituição.
Como é sabido, já se firmou na jurisprudência dessa Corte o entendimento de que não cabe Ação Direta de Inconstitucionalidade contra ato concreto.
 Sendo assim, considerando a lei 123/2018, e sua natureza de ato concreto, revela-se cabível a admissão e o processamento da presente ADPF em relação a tais atos do Poder Público.
Ademais, os outros meios de controle objetivo de constitucionalidade não são aplicáveis ao caso porque: a) destinados a pleitear a constitucionalidade de lei ou ato normativo (ação declaratória de constitucionalidade), quando o que se pretende aqui é a declaração de incompatibilidade da íntegra da lei ora impugnadas por conta da manifesta contrariedade a preceitos fundamentais; b) destinados à materialização de intervenção federal ou estadual (representação interventiva), o que não é o caso.
 Assim, o único meio de sanar as lesividades apontadas de um modo amplo, geral e imediato é a admissão da presente Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental.
 O DISPOSITIVO LEGAL QUESTIONADO
O Município Alfa, situado na área de fronteira do território brasileiro, passou a receber intenso fluxo de imigrantes, fruto de graves complicações políticas e humanitárias ocorridas em país vizinho. Em razão desse fluxo, ocorreu um aumento exponencial da população em situação de rua, os serviços públicos básicos tiveram a sua capacidade operacional saturada e verificou-se um grande aumento nos índices de criminalidade. Para evitar o agravamento desse quadro, a Câmara Municipal aprovou e o Prefeito Municipal sancionou a Lei nº 123/2018, que vedou o ingresso de novos imigrantes, no território do Município, pelo período de 12 (doze) meses, e fixou o limite máximo para a população flutuante, de modo que o referido ingresso seria obstado sempre que alcançado esse limite. Além disso, foi previsto que a contratação de imigrantes estaria condicionada à prévia aprovação da Secretaria Municipal do Trabalho, que avaliaria a proporção entre o quantitativo de trabalhadores nacionais e estrangeiros, podendo autorizá-la, ou não.
Com isso, a referida norma viola os seguintes preceitos fundamentais: a competência legislativa privativa da União para legislar sobre emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros, e também sobre direito do trabalho, nos termos do Art. 22, inciso I e XV, da CRFB/88:
“Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho;
(...)
XV -emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de estrangeiros;”
Além do mais, todos tem o direito social ao trabalho, este encontra-se previsto no Art. 6º da CRFB/88. Porém, foi restringido ilegalmente aos estrangeiros, agredindo fortemente outro preceito fundamental, a dignidade da pessoa humana, prevista no Art. 1º, inciso III, da CRFB/88 , pois, ao serem impedidos de trabalhar, os estrangeiros não poderão garantir sua subsistência e de suas famílias, podem inclusive viver em estado de miséria. 
Da concessão da Medida Cautelar 
Deve ser formulado pedido de medida liminar, com fundamento no Art. 5º da Lei 9.882/99, com o objetivo específico de suspender os efeitos da Lei nº 123/2018.
Estão presentes os pressupostos legais para a concessão da tutela cautelar. Quanto ao fumus boni iuris, ele se consubstancia na plausibilidade jurídica das teses sustentadas nessa peça, atinentes à inconstitucionalidade da Lei 123/2018 do Município Alfa. O periculum in mora, por seu turno, se evidencia diante da constatação de que, após a Lei ter sido sancionada, OS IMIGRANTES FORAM SUBMETIDOS A UMA SITUAÇÃO VEXATÓRIA. Não bastasse isso, a aplicação DESSA NORMA, ao conferir prioridade para os nacionais nas relações de trabalho, acirrara os ânimos no Município Alfa, que passou a ser palco de conflitos diários. Fato esse que pode se agravar causando ainda mais conflitos no estado.
Sobre esse assunto, o art. 5o da lei 9.882/99, dispõe que “
 O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá deferir pedido de medida liminar na arguição de descumprimento de preceito fundamental.
§ 1o Em caso de extrema urgência ou perigo de lesão grave, ou ainda, em período de recesso, poderá o relator conceder a liminar, ad referendum do Tribunal Pleno.”
Sendo ressalvada mais uma vez a importância da concessão da medida cautelar que tem caráter de urgência.
Dos pedidos 
Pelo exposto, o arguente espera que a presente ação seja julgada procedente, a fim de que:
a concessão de medida cautelar, com base no art. 5º, § 3º, da Lei nº 9.882/99, para suspender a eficácia da Lei nº123/2018 até que se tenha uma decisão definitiva. 
a procedência do pedido de mérito para declarar a incompatibilidade da Lei 123/2018 em face da ofensa aos preceitos fundamentais da Carta Magna de 1988, conforme acima aduzido. 
a notificação do Exmo. Sr. Procurador-Geral da República, para que emita o seu parecer, nos termos do art. 103, § 1º da Constituição Federal;
 d) seja notificada a Câmara Municipal de vereadorese o Prefeito Municipal, para que, como responsáveis pela elaboração e sanção dos atos impugnados, manifestem-se;
 Nestes termos, pede deferimento.
 Local, data.
 ADVOGADA
 OAB/Nº

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