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Heteroforias - Aula 8 Desvio latente dos eixos visuais que não configura necessariamente uma patologia salvo se cumpre certas características. Avaliação das patologias oculomotoras em terapia manual - Aula 10. Examinar a resistência que oferece os tecidos ao correto movimento ocular. Esquema de diferença entre hipertonia e retração Vemos dois músculos em paralelo, o superior tem uma hipertonicidade por um estímulo tônico que provem de centros superiores este músculo em uma FA sobre sua duas inserções as forças geradas pelos seus antagonistas FB e FC não consegue encurtar. O músculo inferior temos uma restrição está encurtado pois gera mais FA do que FC de seu antagonista, pode ser dizer também que tem menor número de sarcômeros. Exame de segmento suave ou oculomotricidade. Imagem mostra as posições finais do movimento. Exploração em segmento suave em bipedestação ❖ O dedo no queixo do paciente percebe a intenção da cabeça de ir em ajuda do movimento ocular dificultado. ❖ Nesta posição estamos esplorando o reto interno esquerdo e o reto externo direito. Imagem do movimento de segmento suave em exame de reto interno direito e reto externo direito em várias posições de cabeça. A. Com inclinação esquerda e rotação direita. Em tensão de esternocleidomastoide direito. B. Com inclinação direita e rotação esquerda. Com tensão do esternocleidomastoideo esquerdo. A B Exame de palpação das resistencias fibro-espásticas sobre globo ocular. Colocação das articulações interfalangeanas para abraçar o olho em toda sua circunferência A. Fase prévia. B. Tomada. A B Imagem de tomada evitando girar o globo ocular para estirar o músculo reto interno, supostamente hipertrófico. Bibliografia Souza-Dias CR.; Goldchmil, Mauro. Os Estrabismos: teoria e casos cometados. Rio de Janeiro: Cultura Médica: Guanabara Koogan, 2011. Kanski J. J. Oftalmologia Clínica. Uma abordagem sistemática. Ed. Elsevier, Rio de Janeiro, 2008. Rhein, Leandro. Pediatria e Visão. Cert - Editora de Revistas Técnicas Ltda. São Paulo, 2006. Forias ❖ Entre os músculos não existe o mesmo tônus muscular porque não existe entre eles o mesmo grau de ativação. ❖ Algum ou alguns nusculos tem mais tônus que os outros e que estão com maior tensão estática. Esta tensão é uma maior resistência ao estiramento e consequentemente um maior freio sem necessariamente impedir o movimento no sentido contrário. ❖ A consequência desta situação é que para vencer esta resistência os músculos que querem realizar o movimento terão que fazer um maior esforço. Heteroforia ❖ A heteroforia é um desvio que não se manifesta porque o sistema é capaz de seguir mantendo os eixos alinhados sobre o objeto de fixação que provoca um reflexo de fusão. ❖ O desvio não acontece graças ao sistema a um sistema de defesa que garante uma visão estável. ❖ O primeiro destes sistemas é a contração muscular dos antagonistas dos músculos hipertônicos. ❖ O desequilíbrio será manifesto quando não existe um objeto para olhar ou quando se dissocia o olhar (fechar um olho, colocar um ocluso etc..) Classificação ❖ Direção do desvio. ❖ Distancia de fixação. ❖ Compensação dos sintomas. Direção do desvio ❖ Endoforia ou esoforia: Os eixos apresentam uma posição convergente quando os olhos estão dissociados. ❖ Exoforia: Os eixos tomam uma posição divergente quando os olhos estão dissociados. ❖ Hiperforia: Os eixos tomam uma posição divergente vertical, um olho acima e outro abaixo. ❖ Hipoforia: Os eixos tomam uma posição divergente um olho abaixo e outro acima. ❖ Cicloforia: Quando os olhos estão dissociados rodam em um eixo antero-posterior. ❖ Incicloforia: roda nasalmente. ❖ Excicloforia: roda temporalmente. Distancia de Fixação ❖ Podemos encontrar forias para longe (6 metros) e para perto (33 a 40 cm). ❖ Endoforia por deficiência de divergência: Se considera que a endossaria é maior para longe. ❖ Endoforia por excesso de convergência: Endoforia maior de perto. ❖ Endoforia básica: A magnitude não varia com a distância de fixação. Diantancia de Fixação ❖ Exoforia ❖ Exoforia por déficit de convergência: Exoforia maior de perto. ❖ Exoforia por excesso de divergência: Exoforia maior de longe. ❖ Exoforia Básica: Não varia com distância de fixação. Disntancia de Fixação Medida com prismas forias 1. Básico – longe e perto com diferença máxima de 8 a 10∆. 2. Tipo insuficiência de divergência – longe maior que perto com diferença acima de 10∆. 3. Tipo excesso de convergência – perto maior que longe com diferença acima de 10∆. ATENÇÃO Para a maioria dos optometrista uma heteroforia se atribui a uma falta de força de certos músculos extraoculares (MEO). Para a fisioterapia ocular a heteroforia se atribui pelo excesso de tônus dos músculos antagonistas ao do movimento. Creio que se os olhos tem uma convergência é porque os retos internos estão muito tônicos, se os olhos tem um divergência é porque os retos externos estão muito tônicos. E você o que acha? Compensação dos sintomas ❖ Esta é a classificação mais importante do ponto de vista clínico - é a compensação ou a descompensação. ❖ Heteroforia compensada: não apresenta sintomas ❖ Heteroforia descompensada: aquela que apresenta sintomas como: fadiga, cefaléia, visão dupla. ❖ A heteroforia não é uma patologia é uma condição fisiológica comum a maioria das pessoas, todos mais ou menos apresentamos certa foria, sem que apresentemos sintomas - no momento que a mesma descompensa é que os sintomas aparecem. Vamos pensar um pouco… ❖ Relação entre eixos visuais e relação recíproca. ❖ A posição de um olho e sua tendência posiciona; em relação ao outro (foria), depende do equilíbrio de tensão muscular entre os músculos oculomotores. Quando o reto interno tem mais tônus do que os outros músculos os olhos tendem a se desviar em adução. ❖ PORQUE ESTE MOVIMENTO NÃO OCORRE? ❖ Este movimento não ocorre devido a exigência do sistema em manter a hegemonia sensorial: uma visão estável, única e clara. ❖ O QUE ACONTECE? ❖ O sistema neste caso aumentará a força do reto externo para compensar a tonicidade preexistente do reto interno, sendo assim se este mecanismo falha teremos um estrabismo. Mas em muitas vezes os mecanismos motores conseguem evitar o estrabismo e assim temos uma heteroforia. ❖ E PORQUE AS VEZES TEMOS SINTOMAS NAS HETEROFORIAS? ❖ É o preço que se paga pelo sistema nervoso por forçar o sistema oculomotor para manter a hegemonia visual. ❖ Se a heteroforia é pequena - cansaço ocular no final do dia. ❖ Se a heteroforia é grande - o reto externo terá que trabalhar muito - dor de cabeça, confusão, fotofobia etc.. Heteroforia descompensada: fatores causais ❖ Estresse sobre o sistema visual. ❖ Patologia Cervical. ❖ Patologia Mandibular. ❖ Altrerações ligadas a saúde física e psicológica do paciente. Estresse sobre o sistama visual ❖ Presença de anomalias acomodativas - um exemplo o esforço que tem que fazer um hipermétrope não compensado para obter uma imagem nítida. ❖ Longos períodos de trabalho (leitura, computador). ❖ Condições de iluminação deficiente. ❖ Dirigir a noite pode levar a estresse visual. Problema Cervical ❖ Um traumatismo cervical pode desestabilizar o equilíbrio oculomotor (Oosterveld et al.,1991). ❖ Uma patologia cervical crônica, especialmente ligada as lesões cervicais altas (C1-C2) ou um estado de retração ou hipertonia da musculatura cervical vão impedir a compensação postural cervical para uma funcionalidade oculocefálica e em certos casos vão levar tensão a musculatura extraocular. - estudos indicam que estas alteraçõesalteram as funções no tronco cerebral (Wenngren et al., 1998) e este por sua vez é determinante para o equilíbrio oculomotor. ❖ Uma patologia cervical baixa (C6-C7 , C7-D1, D1-D2) pode repercutir sobre o sistema cilioespinhal de Budge (centro vegetativo crâniofacial) - compromete as fibras simpáticas do aparato ocular. Patologia Mandibular ❖ As aferências do trigêmeo que vem da boca podem ativar padrões tônicos errôneos nos músculos oculomotores. As informações do trigêmio tem mostrando conexões com o culícolo superior que é encarregado de coordenar a ação motora olho-pescoço. Alterações ligadas a saúde física ❖ Estado de saúde deficiente. ❖ Idade avançada. ❖ Problemas emocionais. ❖ Efeitos secundários a medicamentos. Sintomas Sintomas mais evidentes • Dor de cabeça. • Dor nos olhos. • Vertigem de curta duração, desencadeados por movimentos da cabeça e dos olhos. • Diplopia. • Visão turva. • Dificuldades acomodativas. • Conforto monocular. • Problemas de estereopsia. • Dor cervical. • Dificuldade de leitura e aprendizagem. • Fadiga e dificuldade de concentração. • Sensação constante de cansaço e sono. • Alterações posturais. • Fotofobia e dificuldade para contrastes de luz. Avaliação Básica em Oftalmooptometria na heteroforia. O Objetivo principal da avaliação é determinar se ela está descompensada. Caso esteja a avaliação deverá identificar quais são os fatores que estão descompensando. Refreção e Acuidade Visual ❖ É muito importante um exame de refração. ❖ Um problema acomodativo como a hipermetropia, que não foi corrigido levará a um problema oculomotor. ❖ Sendo assim a relação de hipermetropia com a endoforia é muito frequente. Cover Test ❖ Em princípio os dois olhos estão bem alinhados. ❖ Ao se ocluir o olho direito, se dissocia a visão nos dois olhos. ❖ O olha tapado sem a necessidade de realizar força para olhar em um objeto se relaxa em uma posição de conforto determinada pela contração tônica dos MEO. ❖ Ao destampar o olho o mesmo volta a um movimento de fixação de um objeto e coordenação com o outro olho. ❖ ISTO É UMA ENDOFORIA! Cover Test IMPORTANTE: "Quanto mais lento é a adaptação a nova situação mais o pacientente apresentará sintomas." Vergências Prismáticas ❖ Avaliam a quantidade de prisma que o paciente aceita até romper a fusão e assim levar a uma visão turva. ❖ Introduzir prismas é submeter o sistema a um estresse que exige uma adaptação tônica da musculatura extraocular. Amplitudes Fusionais Medem a eficiência (capacidade) dos movimentos disjuntivos Convergência (adução) Divergência (abdução) Material utilizado: Régua de Prisma Depende do lado para o qual estiverem a base do prisma Quando um dos olhos desviar o paciente deverá informar diplopia Base medial – divergência D Base lateral – convergência C Amplitudes Fusionais - medidas Convergência: – Longe: 25/20∆ – Perto: 40/40 ∆ Amplitudes Fusionais - medidas Divergência – Longe: 10/8∆ – Perto: 12/10 ∆ Estereopsia – visão de profundidade 3D Em casos onde há supressão, ambliopia ou descompensação da força a percepção da estereopsia pode estar diminuida ou ausente. Avaliação através da terapia manual Veremos em capítulo específico! Tratamento ❖ Problema mais motor do que sensorial e está direcionado ao tônus muscular dos MEO que por sua vez está relacionado a A/AC. ❖ Para a heteroforia a cirurgia não tem sentido, pois não há desvio manifesto dos eixos. ❖ O tratamento habitual é o optométrico. ❖ Terapia manual. Exercícios optométricos ❖ Na optometria a heteroforia é vista como a debilidade de alguns músculos. Ex: Uma endoforia seria ocasionada pela paresia do reto externo, sendo assim deveríamos fortalecer este músculo através de exercícios ortopédicos que veremos mais adiante. ❖ Será mesmo uma paresia? Qual a origem? Não sabemos? ❖ Com exercícios não poderíamos piorar os sintomas, ou seja fortalecer ainda mais os hipertônicos? ❖ Mesmo com esta dúvidas existem estudos que comprovam a melhora de heteroforia com exercícios ortópticos. Terapia Manual ❖ Resultados rápidos. ❖ Realinhar manualmente os globos oculares, reduzindo o tônus dos MEO mais hipertônicos. ❖ Não se tem nenhuma dúvida que o melhor para o paciente é a terapia combinada ou seja os exercícios ortópticos de recrutamento terão maior eficácia quando os músculos hipertônicos estiverem relaxados. Bibliografia Souza-Dias CR.; Goldchmil, Mauro. Os Estrabismos: teoria e casos cometados. Rio de Janeiro: Cultura Médica: Guanabara Koogan, 2011. Kanski J. J. Oftalmologia Clínica. Uma abordagem sistemática. Ed. Elsevier, Rio de Janeiro, 2008. Rhein, Leandro. Pediatria e Visão. Cert - Editora de Revistas Técnicas Ltda. São Paulo, 2006.
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