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4C ESTEQUIOMETRIA QUÍMICA A estequiometria é definida como a relação quantitativa existente entre as espécies químicas que reagem entre si. Esta seção fornece uma breve revisão da estequiometria e suas aplicações em cálculos que envolvem a química. 4C-1 Fórmulas Empíricas e Fórmulas Moleculares Uma fórmula empírica fornece a razão mais simples de números inteiros de átomos que fazem parte de um composto químico. Em contraste, a fórmula molecular especifica o número de átomos presentes em uma molécula. Duas ou mais substâncias podem ter a mesma fórmula empírica, mas fórmulas moleculares diferentes. Por exemplo, CH2O representa tanto a fórmula empírica quanto a fórmula molecular do formaldeído; também é a fórmula empírica para diversas substâncias, como o ácido acético, C2H4O2, gliceraldeído, C3H6O3, e glicose, C6H12O6, assim como para mais de 50 outras substâncias que contêm seis ou menos átomos de carbono. A fórmula empírica é obtida a partir da composição porcentual de um composto. A fórmula molecular requer, adicionalmente, o conhecimento da massa molar da espécie. Figura 4-2 Fluxograma para a realização de cálculos estequiométricos. (1) Quando a massa de um reagente é dada, primeiramente, ela é convertida em número de mols, usando a massa molar. (2) Então, a razão estequiométrica fornecida pela equação química da reação é utilizada para encontrar o número de átomos do outro reagente que se combina com a substância original, ou o número de mols do produto que são formados. (3) Finalmente, a massa do outro reagente ou do produto é calculada a partir da sua massa molar. Uma fórmula estrutural fornece informações adicionais. Por exemplo, os produtos químicos etanol e dimetil éter têm a mesma fórmula molecular C2H6O. Suas fórmulas estruturais, C2H5OH e CH3OCH3, reve- lam diferenças estruturais entre estes compostos que não são mostradas em sua fórmula molecular usual. 4C-2 Cálculos Estequiométricos Uma equação química balanceada fornece as razões de combinação, ou estequiometria – em unidades de mols – de reagentes e seus produtos. Assim, a equação 2NaI(aq) � Pb(NO3)2(aq) S PbI2(s) � 2NaNO3(aq) indica que 2 mols de iodeto de sódio aquoso se combinam com 1 mol de nitrato de chumbo aquoso para produzir 1 mol de iodeto de chumbo sólido e 2 mols de nitrato de sódio aquoso.2 O Exemplo 4-12 demonstra como os pesos em gramas, de reagen- tes e produtos, estão relacionados em uma reação química. Da mesma Massa Dividir pela massa molar (1) (2) (3) Multiplicar pela massa molar Multiplicar pela razão estequiométrica Mols Mols Massa 76 FUNDAMENTOS DE QUÍMICA ANALÍTICA – EDITORA THOMSON � Normalmente o estado físico da substância, que aparece na equação, indicado pelas letras (g), (l), (s) e (aq), refere-se aos estados gasoso, líquido, sólido e solução aquosa, respectivamente. A estequiometria de uma reação é a relação entre o número de mols de reagentes e produtos, como especificada por uma equação balanceada. 2 Nesse caso, é vantajoso mostrar a reação em termos dos compostos químicos. Se desejarmos focalizar nossa atenção sobre as espécies que efetivamente reagem, a reação iônica líquida seria preferível: 2I�(aq) � Pb2�(aq) S PbI2(s) maneira, como mostrado na Figura 4-2, os cálculos desse tipo constituem um processo de três etapas envolvendo (1) transformação da massa conhecida de uma substância, em gramas, para o correspondente número de mols, (2) multiplicação por um fator que considera a estequiometria e (3) nova conversão dos dados em mols para a unidade métrica requerida para a resposta. SKOOG, WEST, HOLLER, CROUCH CAP. 4 Cálculos Empregados na Química Analítica 77 (a) Qual a massa de AgNO3 (169,9 g/mol) necessária para converter 2,33 g de Na2CO3 (106,0 g/mol) para Ag2CO3? (b) Qual a massa de Ag2CO3 (275,7 g/mol) que será formada? (a) Na2CO3(aq) � 2AgNO3(aq) S Ag2CO3(s) � 2NaNO3(aq) Etapa no 1. no mol Na2CO3 � nNa2CO3 � 2,33 � 0,02198 mol Na2CO3 Etapa no 2. A equação balanceada mostra que no mol AgNO3 � nAgNO3 � 0,02198 mol � 0,04396 mol AgNO3 Aqui a razão estequiométrica é (2 mol AgNO3) / (1 mol Na2CO3). Etapa no 3. massa AgNO3 � 0,04396 � 7,47 g AgNO3 (b) no mol Ag2CO3 � no mol Na2CO3 � 0,02198 mol massa Ag2CO3 � 0,02198 � 6,06 g Ag2CO3 mol Ag2CO3 � 275,7 g Ag2CO3 mol Ag2CO3 mol AgNO3 � 169,9 g AgNO3 mol AgNO3 Na2CO3 � 2 mol AgNO3 1 mol Na2CO3 g Na2CO3 � 1 mol Na2CO3 106,0 g Na2CO3 EXEMPLO 4-12 Qual a massa de Ag2CO3 (275,7 g/mol) formada quando 25,0 mL de AgNO3 0,200 mol L�1 são mistu- rados com 50,0 mL de Na2CO3 0,0800 mol L�1? A mistura dessas duas soluções resultará em uma (e apenas uma) das três alternativas que seguem: (a) Um excesso de AgNO3 permanecerá após a reação ter se completado. (b) Um excesso de Na2CO3 permanecerá após a reação ter se completado. (c) Não existirá excesso de qualquer reagente (isto é, o número de mols de Na2CO3 é exatamente igual a duas vezes o número de mols de AgNO3). Como primeiro passo, precisamos estabelecer qual das situações se aplica, calculando as quanti- dades de reagentes (em unidades químicas) disponíveis inicialmente. As quantidades iniciais são quantidade de AgNO3 � � 25,0 � � 5,00 � 10�3 mol AgNO3 0,200 mol AgNO3 L AgNO3 mL AgNO3 � 1 L AgNO3 1.000 mL AgNO3 nAgNO3 EXEMPLO 4-13 (continua) Neste capítulo, revimos muitos dos conceitos químicos básicos e dos conhecimentos necessários para um estudo efetivo da química analítica. Nos capítulos restantes deste livro você irá desenvolver seus co- nhecimentos alicerçando-se firmemente sobre esses fundamentos, à medida que você passe a explorar os métodos de análise química. 78 FUNDAMENTOS DE QUÍMICA ANALÍTICA – EDITORA THOMSON Qual será a concentração molar analítica de Na2CO3 na solução produzida quando 25,0 mL de AgNO3 0,200 mol L�1 são misturados com 50,0 mL de Na2CO3 0,0800 mol L�1? No exemplo anterior, vimos que a formação de 5,00 � 10�3 mol de AgNO3 vai requerer 2,50 � 10�3 mol de Na2CO3. O número de mols de Na2CO3 que não reage é dado por � 4,00 � 10�3 mol Na2CO3 � 5,00 � 10�3 � 1,50 � 10�3 mol Na2CO3 Por definição, a molaridade é o número de mols de Na2CO3/L. Assim, � � 0,0200 mol L�1 Na2CO3 1,50 � 10�3 mol Na2CO3 (50,0 � 25,0) mL � 1.000 mL 1 LcNa2CO3 mol AgNO3 � 1 mol Na2CO3 2 mol AgNO3 nNa2CO3 EXEMPLO 4-14 Este capítulo se iniciou com um destaque a respeito de esferas de silício praticamente perfeitas, que estão sendo utilizadas para se determinar o número de Avogadro. Use seu navegador na Web para se conectar em http://www.thomsonlearning.com.br. Acesse a página do livro e, no item material suplementar para estudantes, clique no menu Chapter Resources, escolha Web Works. Localize a seção Chapter 4 e clique no link para o Australian National Measurement Laboratory. Leia o artigo sobre o núme- ro de Avogadro e o quilograma de silício. Que fatores limitam a exatidão na determinação deste número? Quais as incertezas atuais e definitivas na medida da massa molar do silício, no número de átomos por célula unitária, na massa, no volume e nos parâmetros do cristal de silício? EXERCÍCIOS NA WEB no mol Na2CO3 � � 50,0 � � 4,00 � 10�3 mol Na2CO3 Como cada íon CO reage com dois íons Ag�, 2 � 4,00 � 10�3 � 8,00 � 10�3 mol AgNO3 é necessário para reagir com o Na2CO3. Uma vez que temos AgNO3 em quantidade insuficiente, a situa- ção (b) prevalece e a quantidade de Ag2CO3 produzida será limitada pela quantidade de AgNO3 disponível. Assim, massa Ag2CO3 � 5,00 � 10�3 � � 0,689 g Ag2CO3 1 mol Ag2CO3 2 mol AgNO3 � 275,7 g Ag2CO3 mol Ag2CO3 mol AgNO3 2� 3 0,0800 mol Na2CO3 L Na2CO3 mL Na2CO3 � 1 L Na2CO3 1.000 mL Na2CO3 nNa2CO3
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