Buscar

Processo Legislativo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 11 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

�PAGE \* MERGEFORMAT�11�
3. Processo Legislativo
Segundo MORAES (2006, p. 568), processo legislativo é “o conjunto coordenado de disposições que disciplinam o procedimento a ser obedecido pelos órgãos competentes na produção das leis e atos normativos que derivam diretamente da Constituição”.
O descumprimento de qualquer um dos requisitos do processo legislativo, em qualquer de suas fases, vicia a norma elaborada, resultando em sua inconstitucionalidade formal.
O vício formal, que gera a inconstitucionalidade formal da norma, é diz respeito ao processo de formação da lei, se este atendeu ao rito e aos requisitos necessários, motivo pelo qual é de importância fundamental estudar-se o processo legislativo.
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de:
I - emendas à Constituição;
II - leis complementares;
III - leis ordinárias;
IV - leis delegadas;
V - medidas provisórias;
VI - decretos legislativos;
VII - resoluções.
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.
A Lei Complementar n. 95/98, alterada pela Lei Complementar n. 107/01, regulamentou o parágrafo único do art. 59, dispondo sobre as técnicas de elaboração, redação e alteração das leis.
Por ser um processo, a elaboração das leis desenvolve-se em determinada sequência, dando lugar às denominadas fases do processo legislativo:
Iniciativa.
Deliberação Parlamentar (discussão e votação).
Emendas Parlamentares.
Sanção ou veto.
Promulgação e Publicação.
3.1 Fases do Processo Legislativo Ordinário
3.1.1 Iniciativa
É a fase inicial. Consiste na faculdade de apresentar um projeto de lei ao Congresso Nacional, atribuída pela Constituição Federal a certas pessoas ou órgãos.
A iniciativa pode ser:
Concorrente: quando várias pessoas ou órgãos têm a iniciativa, podendo cada qual, independentemente da ação dos demais, exercer esse poder.
Exclusiva: quando conferida a uma única pessoa ou órgão.
Parlamentar: cabe aos membros do Congresso.
Extraparlamentar: atribuída a outras pessoas ou órgãos que não parlamentares (ex: o Presidente da República).
Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição.
§ 1º São de iniciativa privativa(o termo mais apropriado seria exclusiva)do Presidente da República as leis que:
I - fixem ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas;
II - disponham sobre:
a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;
b) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e orçamentária,
serviços públicos e pessoal da administração dos Territórios;
c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;
d) organização do Ministério Público e da Defensoria Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios;
e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 84, VI;
f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos,promoções, estabilidade, remuneração, reforma e transferência para a reserva.
§ 2º A iniciativa popular pode ser exercida pela apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento dos eleitores de cada um deles.
Art. 64. A discussão e votação dos projetos de lei de iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores terão início na Câmara dos Deputados.
Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios [...]
Art. 96. Compete privativamente (interpreta-se exclusiva):
II - ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, observado o disposto no art. 169:
a) a alteração do número de membros dos tribunais inferiores;
b) a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive dos tribunais inferiores, onde houver; 
c) a criação ou extinção dos tribunais inferiores;
d) a alteração da organização e da divisão judiciárias;
Sempre que a iniciativa for de Senadores, Comissão ou Mesa do Senado, o projeto começará a tramitar no Senado e depois seguirá para a Câmara dos Deputados.
Sendo a iniciativa do Presidente da República, do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores e dos cidadãos (via iniciativa popular), o início da tramitação será na Câmara dos Deputados.
Existem apenas quatro projetos de lei de iniciativa popular aprovados:
Lei n. 8.930/94 – Projeto de Iniciativa Popular Glória Perez.
Lei n. 9.840/99 – Captação de Sufrágio.
Lei n. 11.124/05 – Fundo Nacional para Moradia Popular.
Lei Complementar n. 135/10 – Ficha Limpa.
Existe uma discussão doutrinária quanto a possibilidade de iniciativa popular de Projeto de Emenda Constitucional (PEC). Parte dos doutrinadores entende não ser possível, visto que a Constituição Federal não prevê expressamente a possibilidade desta. Por outro lado, autores como Pedro Lenza entendem ser possível diante de uma interpretação sistêmica da Constituição Federal, visto que todo poder pertence ao povo, podendo ser exercida através da iniciativa popular.
3.1.2 Deliberação Parlamentar
Todo projeto de lei deve ser discutido e votado em ambas as Casas. Haverá, em primeiro lugar, uma análise da constitucionalidade e do mérito do projeto. O projeto de lei passa primeiro pelas comissões e depois, se for o caso, será votado pelo Plenário.
A Comissão de Constituição e Justiça é a responsável pelo controle preventivo da constitucionalidade do projeto de lei.
De acordo com o art. 47, salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
Art. 47. Salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e de suas comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a maioria absoluta de seus membros.
Assim, para dar início a uma votação é necessário verificar se estão presentes, no mínimo, a maioria absoluta dos membros da casa iniciadora. Se estiverem, será iniciada a votação, sendo aprovado o projeto se obtiver o voto da maioria simples dos presentes. 
No caso de Lei Complementar, o quórum necessário para aprovação do projeto de lei é o da maioria absoluta dos membros da Casa presentes na sessão.
Art. 69. As leis complementares serão aprovadas por maioria absoluta.
Maioria Simples: corresponde à maioria dos parlamentares que efetivamente compareceram na sessão legislativa. Ex: estando presentes 50 senadores, a maioria absoluta será atingida com 26 votos. A maioria simples é sempre variável na proporção do número de parlamentares presentes.
Maioria Absoluta: corresponde à maioria dos membros de uma casa legislativa. No seu computo ingressa a totalidade de parlamentares, não importando se presentes ou ausentes à sessão. Ex: mesmo que do total de 81 senadores tenham comparecido apenas 50 deles, ainda assim o quórum para atingir a maioria absoluta ainda será 41 votos, independente do número de presentes à sessão.
Maioria Qualificada: refere-se a qualquer maioriaainda mais rigorosa que a absoluta. Ex: emendas constitucionais exigem um quórum de 3/5 de votos para sua aprovação.
Depois de o projeto ser aprovado por uma Casa, será revisto pela outra, denominada Casa revisora, em um só turno de discussão e votação.
Art. 65. O projeto de lei aprovado por uma Casa será revisto pela outra, em um sóturno de discussão e votação, e enviado à sanção ou promulgação, se a Casa revisora oaprovar, ou arquivado, se o rejeitar.
Parágrafo único. Sendo o projeto emendado, voltará à Casa iniciadora.
A Casa revisora pode:
Aprovar: então envia à apreciação do Presidente para sanção ou veto.
Rejeitar: será arquivado.
Emendar: voltando o projeto à Casa revisora.
O Presidente da República pode solicitar urgência na apreciação de projetos de sua iniciativa, o qual deverá ser apreciado em 45 dias pela Câmara, a seguir, em 45 dias pelo Senado, voltando em 10 dias para a Câmara apreciar as emendas do Senado. Tal urgência caracteriza o chamado “processo legislativo sumário”.
Art. 64, § 1º O Presidente da República poderá solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa.
Nesse período ficarão sobrestadas as demais deliberações, com exceção daquelas que tenham prazo constitucional determinado.
3.1.3 Emendas parlamentares
São modificações feitas ao projeto de lei. Quando feitas pela Casa revisora, o projeto retornará à Casa iniciadora para discussão e deliberação da parte emendada.
Nessa hipótese, se a Casa iniciadora aceitar a emenda introduzida pela Casa revisora, assim seguirá para a apreciação do Presidente da República.
Porém, se a Casa iniciadora rejeitar a emenda, o projeto, em sua redação original, que havia sido estabelecida pela Casa iniciadora, assim seguirá para a apreciação executiva.
Dessa forma, pode se afirmar que no processo legislativo de elaboração de leis, no sistema brasileiro haverá predominância da Casa iniciadora sobre a revisora.
Em seguida, havendo aprovação do projeto de lei, este será encaminhado para o autógrafo, ou seja, a reprodução de todo trâmite legislativo e o conteúdo final do projeto aprovado e/ou emendado, para posterior sanção ou veto presidencial, promulgação (no caso de emendas à Constituição) ou à outra Casa.
3.1.4 Sanção ou Veto
Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sancionará.
§ 1º Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará, dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto.
§ 2º O veto parcial somente abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
§ 3º Decorrido o prazo de quinze dias, o silêncio do Presidente da República importará sanção.
§ 4º O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em escrutínio secreto.
§ 5º Se o veto não for mantido, será o projeto enviado, para promulgação, ao Presidente da República.
§ 6º Esgotado sem deliberação o prazo estabelecido no § 4º, o veto será colocado na ordem do dia da sessão imediata, sobrestadas as demais proposições, até sua votação final.
§ 7º Se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo Presidente da República, nos casos dos §§ 3º e 5º, o Presidente do Senado a promulgará, e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.
Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.
Concluída a votação, a Casa envia o projeto de lei ao Presidente da República, que no prazo de 15 dias úteis, contados da data do recebimento, poderá sancionar ou vetar (art. 66).
A sanção (aprovação) pode ser:
Expressa: quando há aquiescência do Presidente.
Tácita: quando decorridos os 15 dias sem manifestação do Presidente, ou seja, em caso de silencia.
O veto poderá ser:
Total: abrangendo todo o projeto de lei.
Parcial: abrange apenas alguns dispositivos do projeto de lei. O veto parcial não pode ser de palavras ou expressões, deverá ser necessariamente de texto integral de artigo, parágrafo, inciso ou alínea.
Jurídico: quando fundamentado em inconstitucionalidade.
Político: quando o projeto for contrário ao interesse público.
Os motivos do veto devem ser comunicados em 48 horas ao Presidente do Senado Federal. O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de 30 dias a contar do seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em voto secreto.
Sendo derrubado o veto, o projeto é enviado ao Presidente da República para promulgação.
Obs: matéria constante de projeto de lei rejeitado somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer uma das Casas do Congresso Nacional (art. 67).
3.1.5 Promulgação e Publicação
O projeto torna-se lei com a sanção ou com a derrubada do veto pelo Congresso. Promulga-se a lei, constatando, com isso, sua existência.
Não promulgada a lei pelo Presidente da República em 48 horas, no caso de sanção tácita ou rejeição do veto pelo Congresso Nacional, o Presidente do Senado a promulgará e, se este não o fizer em igual prazo, caberá ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo.
A publicação é a forma de comunicação aos destinatários da lei de sua existência. É condição de eficácia da lei.
Dessa forma, o projeto é sancionado e a lei promulgada e publicada.
3.1.6 Fluxograma
3.2 Emendas Constitucionais
As emendas constitucionais são instrumentos utilizados pelo Poder Constituinte Derivado Reformador para alterar o texto constitucional.
O rito das emendas diferencia-se do aplicado às leis ordinárias e complementares, de forma que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) é discutida e votado em cada Casa do Congresso (Câmara dos Deputados e Senado Federal), em dois turnos de votação, tendo-se por aprovada a emenda que obtiver, em todos os turnos de votação, pelo menos 3/5 dos votos dos membros do Congresso Nacional.
Art. 60, § 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
Caso seja rejeitada, a emenda constitucional não poderá ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa (período de um ano). Se a PEC for aprovada, a promulgação da emenda constitucional deverá ser realizada em conjunto pelas mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Art. 60, § 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem.
Art. 60, § 5º A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
Destaca-se que a PEC aprovada pelas casas do Congresso Nacional não é passível de sanção ou veto pelo Presidente da República.
Além disso, deve se atentar para as limitações formais, materiais e circunstanciais impostas às PEC’s.
3.2.1 Limitações Formais ou Procedimentais.
Iniciativa: só pode ser proposta por um terço dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; pelo Presidente da República; por mais de metade das Assembleias Legislativas, se manifestado, cada uma, pela maioria relativa de seus membros (maioria absoluta quanto ao número de assembleias e maioria simples quanto aos seus membros).
Quorum da Votação: nas duas Casas, emdois turnos, 3/5 dos votos para aprovação.
Promulgação: conjuntamente pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Rejeição: não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
3.2.2 Limitações Materiais
São as chamadas cláusulas pétreas (art. 60, § 4º):
Art. 60, § 4º Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
IV - os direitos e garantias individuais (art. 5º e seus incisos).
3.2.3 Limitações Circunstanciais
A Constituição não poderá ser emendada na ocorrência de alguma das circunstâncias listadas no art. 60, § 1º, da CF, permanecendo seu texto imutável enquanto perdurarem.
Art. 60, § 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
3.2.4 Fluxograma
3.3 Medida Provisória (MP)
Apesar de constar no rol do art. 59, da CF, as medidas provisórias não são propriamente uma espécie normativa, possuindo força de lei, mas tornando-se lei tão somente após a apreciação e aprovação do Congresso Nacional.
A MP é adotada pelo Presidente da República, por ato monocrático, unipessoal, sem a participação do Legislativo, que é chamado a discuti-la somente em momento posterior, quando já adotada pelo Executivo, com força de lei e produzindo os seus efeitos jurídicos.
Trata-se de um caso de exercício atípico da função legislativa pelo Poder Executivo, de modo que a experiência brasileira acabou por alterar o verdadeiro sentido da MP, a qual teria caráter emergencial, trazendo insegurança jurídica para situações muitas vezes pouco urgentes e nada relevantes.
Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao Congresso Nacional.
Nota-se que a relevância e urgência são requisitos para a edição de MP’s, de modo que, editada medida provisória fora dessas circunstâncias, ter-se-á uma norma inconstitucional, não obstante a experiência brasileira muitas vezes não se ater a tais requisitos.
Todavia, a Emenda Constitucional n. 32/2001 foi editada a fim de regularizar o processo de criação, revisão e conversão em lei das MP’s, impondo uma séria de restrições à edição destas.
3.3.1 Vedações à edição das MP’s
O § 1º do art. 62 elenca algumas restrições à edição de MP’s.
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I - relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil;
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;
II - que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo financeiro;
III - reservada a lei complementar;
IV - já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do Presidente da República.
3.3.2 Processo de criação e aprovação das MP’s
Iniciativa: trata-se de competência exclusiva do Presidente da República, visto ser indelegável (art. 84, XXVI, CF).
Pressupostos para edição: relevância e urgência.
Prazo de duração: editada a MP, esta deverá ser enviada imediatamente ao Congresso Nacional, vigorando pelo prazo de 60 dias, contados da data de sua publicação no Diário Oficial, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional.
 
Art. 62, § 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de sessenta dias,prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes.
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional.
Prorrogação do Prazo: findo o prazo inicia de 60 dias, contados da data de publicação da MP, e não tendo sido encerrada sua votação nas duas casas do Congresso Nacional, esta poderá ser prorrogada por mais 60 dias, uma única vez, totalizando um prazo de 120 dias, quando então, se não for convertida em lei, a MP perderá sua eficácia desde a sua edição.
Art. 62, § 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada nas duas Casas do Congresso Nacional.
Tramitação: a MP deve ser analisada por uma comissão mista de Deputados e Senadores que irão emitir parecer sobre a constitucionalidade desta. Em seguida, a MP, acompanhada do parecer da comissão mista, passará à apreciação do plenário de cada uma das Casas. O processo de votação iniciará na Câmara dos Deputados e terá como casa revisora o Senado Federal, devendo cada qual verificar preliminarmente o atendimento ou não dos requisitos de relevância e urgência, bem como sua viabilidade financeira e orçamentária. Se o plenário entender que a MP não atende aos requisitos, esta será arquivada, do contrário, será julgado seu mérito (conteúdo).
Art. 62, § 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional.
Art. 62, § 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais.
Art. 62, § 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados.
3.3.3 Decisão de Mérito
O Congresso Nacional poderá adotar uma das seguintes medidas:
Aprovação sem alteração: o texto da emenda será promulgado em forma de lei pelo Presidente da Mesa do Congresso Nacional (Presidente do Senado) para publicação no Diário Oficial da União.
Aprovação com alteração: sendo a lei de conversão da MP emendada, esta deverá ser levada à apreciação do Presidente da República para que este sancione ou vete a lei de conversão. A matéria alterada deverá ser regulamentada por decreto legislativo, perdendo a medida provisória eficácia no ponto em que foi alterada, desde sua edição.
Rejeição tácita (não apreciação): a não apreciação da MP pelo plenário do Congresso Nacional num prazo de 60 dias implica na prorrogação desta por mais 60 dias (art. 62, § 7º). Entretanto, passado o prazo total de 120 dias sem apreciação pelo plenário, a MP perderá a eficácia desde sua edição (rejeição tácita), não podendo esta ser reeditada na mesma sessão legislativa. O Congresso Nacional deverá disciplinar os efeitos decorrentes da rejeição; que possuem efeito ex tunc (retroativo à data da edição); num prazo de 60 dias (art. 62, § 3º). Se o referido decreto legislativo não for editado no prazo acima indicado, as relações jurídicas constituídas na vigência da MP serão conservadas e por ela regidas (art. 62, § 11º).
Rejeição expressa: se por deliberação do Congresso Nacional este rejeitar a MP, o Congresso Nacional também deverá expedir decreto legislativo a fim de disciplinar as relações jurídicas constituídas durante a vigência da MP. Também será aplicado o § 11 do art. 62 no caso do Congresso Nacional não editar o decreto legislativo em tempo hábil.
3.3.4 Fluxograma

Outros materiais