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Resumo-MPS

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Monitoria MPS 1/2015 – Déborah Brandão
Validade de um teste: Capacidade de diferenciar quem tem a doença de quem não tem. Avalia se o teste/técnica mede/detecta o que deveria. É afetada por vieses (erros sistemáticos. Ex: balança mal calibrada)
Verdadeiro Negativo: Não tem a doença e obteve resultado negativo no teste.
Verdadeiro Positivo: Tem a doença e obteve resultado positivo no teste.
Falso Negativo: Tem a doença e obteve resultado negativo no teste.
A pessoa pode ter uma condição seria e não utilizar do tratamento disponível. A importância do falso negativo depende da gravidade da doença e da efetividade das intervenções disponíveis.
Falso Positivo: Não tem a doença e obteve resultado positivo no teste.
Sobrecarregam o sistema de saúde (são chamados para realizar outros exames), geram ansiedade no paciente. ( Alto custo financeiro e emocional)
Sensibilidade (S):
Capacidade de identificar corretamente os que têm a doença. Proporção de doentes que foram corretamente identificados como positivos.
S = Verdadeiros positivos/ verdadeiros positivos + falso negativos (total de doentes)
Especificidade (E):
Capacidade de identificar corretamente aqueles que não apresentam a doença. É a proporção de pessoas não doentes que foram corretamente identificadas pelo teste.
E = verdadeiros negativos/ total de não doentes.
Ex: teste de gravidez é muito especifico. Dificilmente dá falso positivo.
OBS: Para calcularmos S e E devemos saber quem realmente apresenta ou não a doença através de outra fonte, não o teste utilizado. Comparamos o resultado com um padrão-ouro (teste referência), que pode ser o resultado de outro teste já utilizado, mais definitivo e, geralmente, mais invasivo.
OBS 2: No caso de testes de variáveis contínuas (ex. PA, glicemia), não há resultados positivos ou negativos, é estabelecido um ponto de corte, acima de qual o resultado é considerado positivo.O valor do ponto de corte em um determinado exame interfere na especificidade e na sensibilidade. 
Quanto maior o ponto de corte, maior a especificidade e menor a sensibilidade.
Quanto menor o ponto de corte, aumentamos a sensibilidade e diminuímos a especificidade.
A escolha do ponto de corte está relacionada ao efeito de um falso positivo/falso negativo para a doença avaliada.
Incidência (I) = casos novos/ total
Prevalência (P) = Afetados/total
Valor Preditivo Positivo (VPP):
Proporção de testes verdadeiramente positivos entre os resultados positivos. Quanto maior o VPP, maior a especificidade.
VPP = P.S / P.S + (1-P) (1-E) = verdadeiros positivos/ verdadeiros positivos + falsos positivos
Valor Preditivo Negativo (VPN):
Proporção de testes verdadeiramente negativos entre todos os indivíduos com teste negativo. Quanto maior o VPN, maior a sensibilidade.
VPN= (1-P).E / (1-P).E + P(1-S) = Verdadeiros negativos/verdadeiros negativo + falsos negativos
OBS: Quanto maior a prevalência, maior o VPP e menor o VPN.
Ex. Em uma epidemia de dengue, maior a chance de “chutar” dengue como diagnóstico e acertar. Por outro lado, no caso de doenças raras, maior a chance de “chutar”e errar.
Risco absoluto: é a probabilidade de um evento ocorrer em uma população em estudo.
Risco Relativo
Éo número de vezes que que o risco é maior entre os expostos a um fator em relação aos não expostos
Risco Relativo = Incidência expostos / incidência não expostos 
Se igual a 1 o risco é igual entre expostos e não expostos.
Se diferente de 1: existe uma associação com o fator avaliado.
Risco Atribuído
Diferença entre os riscos. Risco atribuído ao fator. Diferença verificada entre o risco entre indivíduos expostos e não expostos a um fator
 Ex: Ao se retirar o valor de câncer de pulmão em não fumantes, temos o risco atribuído ao cigarro.
Risco Atribuído = Incidência expostos – incidência não expostos 
Kappa:
Mede a proporção da porcentagem ao acaso que poderia ser e foi obtida.
Kappa = % observada - % esperada ao acaso / 100% - % esperada ao acaso
>0,75 = excelente entre 0,75 e 0,45 = Regular/Bom <0.40= Ruim
Razão de chances (odds Ratio= OR)
Mede a força de associação: Quantas vezes o fato de ter sido exposto aumenta o risco de adoecer. 
Coorte: Parte da exposição: acompanha ao longo de tempo.
OR = Risco expostos desenvolverem a doença / risco de não expostos desenvolverem
Caso-controle:Parte da doença e estuda no passado a exposição. Não tem como calcular incidência ou prevalência. Bom indicador para risco relativo.
OR = Risco ter sido exposto e desenvolver a doença / Risco não ter sido exposto e desenvolver
Tratado de Medicina da Família e Comunidade (GUSSO)CAPÍTULO 55
ORIENTAÇÕES BÁSICAS PARA
PESQUISA QUANTITATIVA
Paulo V. N. Fontanive
Liége Teixeira Fontanive
Tipos de Estudo:
Estudos transversais:Coleta de dados observacionais em um único momento em que os indivíduos são selecionados da população fonte inteira (esquema completo). Apresenta limitada capacidade de inferência causal devido às características das coletas. É mais apropriado para levantar hipóteses etiológicas ou para estimativas populacionais como prevalências e médias.
Coorte: Indivíduos sem doença prévia são alocados em grupos conforme o grau de exposição a fatores de risco ou de prognóstico. Esses indivíduos são acompanhados por determinado período para comparar a incidência de agravos entre os diferentes grupos. Essa coorte pode ser fixa ou dinâmica. Toda a população predefinida é observada (esquema de seleção completo), sendo as informações obtidas por indivíduo e não por conglomerado. Como há seguimento, a observação não é pontual como nos estudos transversais, portanto, considera-se as coortes como estudos longitudinais.
Estudos ecológicos: Avalia informações obtidas de forma seccional e os analisa no nível de agregados. Não se conhece a distribuição de doença e de exposição a fatores de risco no nível individual. Permite o levantamento de hipóteses para novos estudos com outros delineamentos.
Estudo de casos e controles: Os casos de doenças de interesse são identificados e classificados de acordo com a exposição aos fatores de riscos de interesse. É um estudo longitudinal, já que as informações sobre a doença e a exposição a fatores de riscos referem-se a momentos diferentes. O esquema de seleção é incompleto, o grupo controle ser formado por uma amostra da base populacional. Os indivíduos são avaliados também por classificação conforme o grau de exposição ao fator em estudo.
Estudos de intervenção: Os indivíduos são alocados aleatoriamente em grupos garantindo a mesma probabilidade de fazer parte de um dos grupos comparados. O investigador controla a exposição ao fator em investigação. Por questões éticas, avalia apenas fatores que se acredita serem protetores à saúde. A escolha pelo tipo de desenho de pesquisa para avaliação de uma hipótese varia conforme a natureza do agravo, dos recursos existentes e da logística para tal, do tipo de exposição a fatores de proteção ou de risco e do conhecimento prévio da história natural do agravo.

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