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Ergonomia – Saúde e Segurança do Trabalho 1

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Brasília-DF. 
Ergonomia – SaúdE E SEgurança 
do Trabalho
Elaboração
Fernanda Alves de Lima Gomes
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 5
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 6
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
ASPECTOS GERAIS DA ERGONOMIA .................................................................................................... 11
CAPÍTULO 1
ERGONOMIA ......................................................................................................................... 11
CAPÍTULO 2
IMPORTÂNCIA DA ERGONOMIA ............................................................................................. 14
UNIDADE II
ERGONOMIA X DETERMINANTES DE SAÚDE .......................................................................................... 15
CAPÍTULO 1
FATORES AMBIENTAIS .............................................................................................................. 17
UNIDADE III
UTILIZAÇÃO DOS ÓRGÃOS DOS SENTIDOS EM ATIVIDADES LABORAIS ................................................... 25
CAPÍTULO 1
PROCESSAMENTO DA INFORMAÇÃO PELO USUÁRIO .............................................................. 25
UNIDADE IV
OPERAÇÃO DE CONTROLES ................................................................................................................ 29
CAPÍTULO 1
O TRABALHO COM MÁQUINAS ............................................................................................... 29
UNIDADE V
BASE DOS PRINCÍPIOS DA ERGONOMIA .............................................................................................. 31
CAPÍTULO 1
POSTURA E MOVIMENTO CORPORAL NO TRABALHO ............................................................... 31
CAPÍTULO 2
BIOMECÂNICA ....................................................................................................................... 32
CAPÍTULO 3
FISIOLOGIA ............................................................................................................................ 34
CAPÍTULO 4
ANTROPOMETRIA ................................................................................................................... 35
CAPÍTULO 5
POSTURA ................................................................................................................................ 37
CAPÍTULO 6
CORPO E MOVIMENTO .......................................................................................................... 41
PARA (NÃO) FINALIZAR ..................................................................................................................... 47
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 48
5
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
6
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para 
aprofundar os estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de 
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
7
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
8
Introdução
O presente Caderno de Estudos foi elaborado com a proposta de contribuir com o 
conhecimento dos princípios da ergonomia, de forma que possibilite aos especializados 
da área uma reflexão de sua aplicação no mercado de trabalho, uma vez que as 
organizações industriais crescem objetivando lucros incalculáveis deixando, muitas das 
vezes, em segundo plano a mão de obra que opera este processo.
Estudos têm sido realizados no mundo inteiro a cerca de formas mais saudáveis de 
se realizar atividades laborais com a preservação da saúde do trabalhador. E muitas 
conclusões desses estudos levam cada vez mais ao pensamento de que se pode ter 
uma ganho ainda maior quando se considera os trabalhadores parceiros e não simples 
assalariados .
É importante lembrar que a busca do conhecimento e a sua constante análise com a 
realidade do trabalho somada à perspectivas de se construir novas teorias, seja para a 
vida profissional, pessoal ou científica/acadêmica, muito contribui para as inovações 
na saúde do trabalhador, contribuindo com a evolução na formação de profissionais 
cada vez mais especializados neste saber.
Considerando que, nos diversos tipos diferentes de trabalho no mundo inteiro, onde 
houver uma máquina em funcionamento existirá um ser humano manipulando-a e 
junto com este uma série de determinantes inerentes a este ser, faz-se necessário um 
estudo integral que contemple às necessidades humanas, de forma que se faça com que 
a máquina se adapte ao homem e não o homem à máquina.
Objetivos
 » Contribuir para o conhecimento dos princípios básicos da ergonomia, 
voltada à saúde do trabalhador.
 » Realizar consultas e estudos a cerca da literatura sugerida.
 » Aperfeiçoar a percepção do aluno para uma visão da ergonomiano dia a 
dia do ser humano em casa, comércios em geral, escolas etc.
 » Despertar análise acerca da utilização dos princípios da ergonomia na 
realidade de trabalho de cada especializando. 
9
 » Despertar o especializando para a importância do profissional 
ergonomista, participando do planejamento das linhas de produção dos 
diversos utensílios consumidos pela sociedade. 
 » Oferecer subsídios para entendimento e análise das Normas 
Regulamentadoras Brasileiras (NRs), em especial a NR17, sobre 
Ergonomia.
11
UNIDADE IASPECTOS GERAIS DA 
ERGONOMIA
CAPÍTULO 1
Ergonomia
Durante a II Guerra Mundial, a ergonomia desenvolveu-se quando, pela primeira vez, 
houve uma conjugação sistemática de esforços entre a tecnologia e as ciências humanas, 
com resultados de um trabalho interdisciplinar tão gratificante, que foi aproveitado 
pela indústria, no pós-guerra. (DUL, 2004)
No fim da Guerra, os EUA e a Europa descobriram que, se a indústria bélica podia 
tirar partido desta nova disciplina, a ERGONOMIA, as indústrias não bélicas também 
o poderiam fazer. Em 1949, foi então fundada a Sociedade de Pesquisas Ergonômicas 
na Universidade de Oxford. Em 1961, foi organizada a Associação Internacional de 
Ergonomia, em Estocolmo. (DUL, 2004)
Atualmente vários países estão desenvolvendo esta disciplina e entre eles podemos 
destacar: USA, Inglaterra, França, Bélgica, Holanda, Alemanha e Polônia etc. 
No caso do Brasil, apesar de relativamente recente, a Ergonomia está-se desenvolvendo 
na medida em que é objeto de estudo e aplicação. Em comparação a outros países da 
América Latina, no entanto, a Ergonomia brasileira está mais avançada. (DUL, 2004)
O termo ergonomia deriva do grego, onde ergon (trabalho) e nomos (regras), 
significando o estudo de formas (regras) de melhor adaptação dos projetos de máquinas, 
equipamentos, sistemas e tarefas para se adaptarem ao trabalho do homem.
Ainda de acordo com (DUL, 2004), a Ergonomia é uma disciplina que estuda as 
interações dos homens com outros elementos do sistema, objetivando melhorar o 
bem-estar do homem na operacionalização global do sistema.
Ergonomia, antes de mais nada, é uma atitude profissional que se 
agrega à prática de uma profissão definida. Neste sentido é possível 
falar de um médico ergonomista, de um psicólogo ergonomista, de um 
designer ergonomista e assim por diante. (GENTE)
12
UNIDADE I │ ASPECTOS GERAIS DA ERGONOMIA
De caráter interdisciplinar, a ergonomia iniciou-se a partir de estudos de antropólogos, 
psicólogos, engenheiros e de médicos que almejavam encontrar melhores formas de se 
fabricar equipamentos de fácil uso pelos seres humanos.
Dentro dos projetos da Ergonomia estão para serem eliminadas as condições de 
insegurança, insalubridade, desconforto e ineficiência para que se adaptem cada vez 
mais às capacidades e às limitações do homem.
Neste estudo se incluem vários aspectos, como a postura e os movimentos na realização 
de um trabalho. A forma como dever ser realizada a atividade laboral, se sentado, em 
pé, puxando e/ou elevando cargas.
Entre as normas regulamentadores, a de número 17 (NR-17) é a que rege a Ergonomia no 
Brasil. Esta norma especifica quais são as condições mínimas de conforto físico e mental 
que uma empresa deve possuir para com seus trabalhadores, visando a estabelecer 
parâmetros que permitem a adaptação das condições de trabalho às características 
psicofisiológicas dos trabalhadores. Também a mesma norma estabelece parâmetros 
mínimos para o trabalho em atividades de teleatendimento/telemarketing nas diversas 
modalidades neste serviço.
Recomenda-se a leitura de: ATLAS, Manuais de Legislação. Segurança e 
Medicina do Trabalho. 64. ed. São Paulo, 2009, para conhecer melhor a NR 17 e 
suas aplicações ergonômicas.
Se a ergonomia se distingue pela sua característica de busca da adaptação das 
condições de trabalho ao homem, a primeira pergunta a se colocar é: quem é 
este ou quem são estes seres humanos a quem vou adaptar o trabalho?
A Ergonomia, então, pode ser assim dividida.
 » Ergonomia física: lida com as respostas do corpo humano à carga física e 
psicológica. Incluem manipulação de materiais, arranjo físico de estações 
de trabalho, demandas do trabalho e fatores, como repetição, vibração, 
força e postura estática, relacionada com lesões músculo-esqueléticas.
 » Ergonomia organizacional: direcionada à otimização dos sistemas sociais 
e técnicos, incluindo programação de trabalhos, supervisão, trabalho em 
equipe, à distância e ética no trabalho.
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ASPECTOS GERAIS DA ERGONOMIA │ UNIDADE I
 » Ergonomia cognitiva: relacionada às características psicológicas do 
trabalho, como atenção, controle motor, memória, habilidades, erro 
humano, interação homem-máquina. As características psicofisiológicas 
dizem respeito a todo o conhecimento referente ao funcionamento do ser 
humano. 
Neste campo do saber estudam-se, também, os fatores ambientais, como ruídos, 
vibrações, iluminação, clima, agentes químicos, informações captadas pelos órgãos dos 
sentidos humanos, a conjugação adequada desses fatores com os controles e os 
cargos e, ainda, como desenvolver outras tarefas em geral.
Leiam: Wisner, A. (1994a). A inteligência no trabalho: textos selecionados de 
Ergonomia. (I. FERREIRA & R. LEAL, Trads.) São Paulo: Fundacentro.
Ergonomista
No Brasil, ergonomistas são pessoas que adquirem conhecimentos de Ergonomia por 
treinamentos que realizam e/ou também trabalham na área. Em outros países, já existe 
graduação em Ergonomia e profissionais de saúde, como engenheiros, fisioterapeutas, 
psicólogos, enfermeiros, desenhistas industriais, médicos e outros que podem adquirir 
esses conhecimentos também em cursos latu senso (pós-graduação em Ergonomia). 
Ergonomistas realizam seu trabalho em consultorias, indústrias, instituições de 
pesquisa, universidades, órgãos normativos, saúde ocupacional, treinamentos e outros.
No Brasil, a Abergo instituiu o Sistema de Certificação do Ergonomista Brasileiro; na 
Europa, o Centro de Registro de Ergonomistas Europeus (CREE) fornece registro para 
os profissionais que queiram atuar na área.
Realize uma busca, em outras literaturas, a cerca da história da Ergonomia e 
elabore, em poucas palavras, uma síntese da sua origem.
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CAPÍTULO 2
Importância da Ergonomia
Uma série de problemas sociais relacionados com a saúde, a segurança, o conforto 
e a eficiência pode ser solucionado pela Ergonomia. A exemplo temos os acidentes 
com aviões, carros, guindastes, tarefas domésticas e diversos outros que podem ser 
prevenidos, pois muitos são causados por erros humanos. 
Ao analisar as causas de acidentes, relaciona-se como causa o relacionamento 
inadequado entre homem e máquina.
A ergonomia contribui com a prevenção de muitos agravos, como doenças do sistema 
músculo-esquelético (dores nas costas) e psicológicas (estresse) que juntas constituem 
uma das maiores causas de absenteísmos e de incapacitações no trabalho. Essas 
doenças muitas vezes são ocasionadas devido ao mau projeto e ao uso incorreto de 
equipamentos. Devido a isso, muito países já obrigam a contratação de ergonomistas 
nos serviços de saúde.
Muitos conhecimentos de Ergonomia foram convertidos em norma oficiais, objetivando 
a estimular a aplicação dos mesmos, como as normas ISO (International Standardization 
Organization), as normas europeias EM da CEN (Comité Européen de Normalisation), 
as normas nacionais ANSI (Estados Unidos) e BSI (Inglaterra). No Brasil, existe a 
Norma Regulamentadora no 17, que dispõe sobre a ergonomia, sob a Portaria no 3.214, de 
8.6.1978, do Ministério do Trabalho, modificada pela Portaria no 3.751, de 23/11/1990, 
do Ministério do Trabalho.
Os projetos realizados com bases ergonômicas devem atender a um percentualde 
95% entre as diferenças pessoais com alturas, pesos e outros fatores que diferem as 
populações. Isto significa que, em 5% dessa população, os projetos não se enquadram 
em pessoas muito gordas, muito baixas ou altas, mulheres grávidas, deficientes físicos, 
uma vez que nesses casos é necessário realizar projetos específicos.
Utiliza-se da Ergonomia também para a realização de planejamento no ambiente 
escolar, tendo em vista a expansão da utilização da informática nas escolas, pois o uso 
mais acentuado poder contribuir para uma geração de crianças com sérios problemas 
osteomusculares, que se agravaria pelo fato de estarem ainda em fase de crescimento. 
(ROCHA, 2003)
15
UNIDADE II
ERGONOMIA X 
DETERMINANTES DE 
SAÚDE
As características sociais, culturais, religiosas, biológicas, antropológicas, regionais, 
psicológicas... inerentes ao ser humano são fatores determinantes de saúde que 
precisam ser levados em conta nos estudos ergonômicos. 
Muitas empresas optam por ouvir o trabalhador quanto às diferentes formas de se 
realizar um determinado trabalho, até que se encontre uma que melhor se adepte às 
habilidade corporais e que possam minimizar o desgaste físico e ao mesmo tempo 
aumentando a capacidade de realização da atividade. Tendo em vista que muitos 
empregadores já adotam a ideia de que quanto mais confortável for o local de trabalho 
mais será o grau de satisfação e, consequentemente, o desempenho da pessoa, gerando 
um aumento significativo de lucros para a empresa.
Os aspectos psicológicos do ambiente de trabalho são também muito importantes de 
serem avaliados, por isso as rodas de conversa entre colegas de uma local de trabalho, 
os intervalos para um lanche, ou até eventos que ocorrem dentro das empresas facilitam 
a sociabilidade dos envolvidos e contribuem para uma saudável convivência entre 
trabalhadores. Esta Ergonomia cognitiva trata dos aspectos mentais da atividade de 
trabalho de pessoas e indivíduos, homens e mulheres, como cita Gente (2011):
O olhar do ergonomista não se contenta em apontar características 
humanas pertinentes aos projetos de postos de trabalho ou de se limitar 
a entender a atividade humana nos processos de trabalho de uma ótica 
puramente física. Nesse movimento de ideias, apreende-se – o que os 
filósofos gregos já discutiam – a importância dos atos de pensamento 
do trabalhador na consecução de suas tarefas. E com isso, apreendemos 
que os trabalhadores não são apenas simples executantes, são capazes 
de detectar sinais e indícios importantes, são operadores competentes 
e são organizados entre si para trabalhar. E que, nesse contexto, podem 
até cometer erros.
Existem ainda locais de trabalho em que a pessoa permanece muito tempo isolada 
das outras pessoas, podendo gerar comportamentos antissociais, inseguranças e 
dificuldades futuras de se relacionar com outras pessoas.
16
UNIDADE II │ ERGONOMIA X DETERMINANTES DE SAÚDE
Algumas empresas adotam instrumentos para avaliar a qualidade de vida e um dos mais 
utilizado é o WHOQOL (Instrumento de Avaliação da Qualidade de Vida da Organização 
Mundial da Saúde) que possibilita o conhecimento da percepção do indivíduo, sua 
posição na vida, na cultura, seus objetivos na vida, suas expectativas, seus padrões e 
suas preocupações. Segundo Rosa (2006), outro instrumento é o WHOQOL-100, que 
contém 100 itens que avalia diferentes domínios da qualidade de vida. 
Quadro 1. Domínios e facetas do WHOQOL.
domínio I – Domínio físico
1. Dor e desconforto
2. Energia e fadiga
3. Sono e repouso
domínio II – domínio psicológico
4. Sentimentos positivos
5.Pensar, aprender, memória e concentração
6. Autoestima
7. Imagem corporal e aparência
8. Sentimentos negativos
Domínio III – Nível de Independência
9. Mobilidade
10. Atividades da vida cotidiana
11. Dependência de medicação ou de tratamentos
12. Capacidade de trabalho
Domínio IV – Relações sociais
13. Relações pessoais
14. Suporte (apoio) social
15. Atividade sexual
Domínio V – Ambiente
16. Segurança física e proteção
17. Ambiente no lar
18. Recursos financeiros
19. Cuidados de saúde e sociais: disponibilidade e qualidade
20. Oportunidades de adquirir novas informações e habilidades
21. Participação em oportunidades de recreação/lazer
22. Ambiente físico: (poluição/ruído/trânsito/clima)
23. Transporte
Domínio VI – Aspectos espirituais/Religião/Crenças Pessoais
24. Espiritualidade/religião/crenças pessoais
Baseado também nesses determinantes, a Ergonomia dividiu os fatores de risco em 
ambientais.
17
CAPÍTULO 1
Fatores ambientais
Neste capítulo serão apresentadas as recomendações dos limites máximos de exposição 
a cada um dos fatores ambientais de natureza física e química, como os ruídos, as 
vibrações, a iluminação, o clima e as substâncias químicas que podem ser prejudiciais 
à saúde e à segurança, e o conforto dos seres humanos.
De um modo geral, existem três tipos de medidas que podem ser realizadas para 
minimizar ou eliminar os efeitos nocivos dos fatores ambientais.
 » Na fonte – eliminação ou redução da emissão de poluentes.
 » Na propagação entre a fonte e o receptor – isolar a fonte e – ou a pessoa.
 » No nível individual – reduzir o tempo de exposição ou usar equipamento 
de proteção individual.
Ruídos
Sabe-se que a presença de ruídos elevados e com longa duração de tempo pode provocar 
perda auditiva. Este problema pode ser reduzido em locais de trabalho que existem 
ruídos constantes, estabelecendo limites máximos admissíveis para esses ruídos. Esses 
níveis são expressos em decibéis ou dB(A), em que um ruído em um ambiente doméstico 
calmo está por volta dos 30 dB(A). Uma britadeira pneumática opera com nível de 100 
dB(A). Outro exemplo ruído é o de um avião a jato que chega a 120 dB(A) a 50m de 
distância dele.
Como parâmetro de ruído para o ser humano, é fixado 80 dB(A) como limite tolerado 
durante 8 horas de exposição. Acima desse valor já existe o risco de ocasionar surdez, 
principalmente se esse ruído estiver em uma intensidade constante. De acordo com 
(DUL, 2004), a cada aumento de 3 dB(A), deve haver uma redução do tempo para 
metade, ou seja, se o ruído for de 83 dB(A), o tempo de exposição se reduz para 4 horas.
A utilização de máquinas silenciosas tem sido mais amplamente recomendada para 
minimizar os ruídos ambientais. As indústrias devem substituir peças metálicas por 
peças de plásticos, fazer confinamento das partes ruidosas, colocando amortecedores 
onde existem vibrações e acrescentando isolantes acústicos.
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UNIDADE II │ ERGONOMIA X DETERMINANTES DE SAÚDE
Também é preciso realizar manutenção regular das máquinas, uma vez que a 
substituição regular de peças gastas e ruidosas, as regulagens e/ou lubrificações são 
medidas importantes.
A separação do trabalho barulhento do silencioso pode ser usada como estratégia para 
reduzir barulhos, e isso pode acontecer organizando os trabalhos em horários diferentes.
Outras medidas também podem ser realizadas, como a simples distância da fonte de 
ruído, a utilização de pisos e tetos acústicos, a proteção direta dos ouvidos com protetores 
auriculares (só devem ser usados em último caso, quando os outros métodos falharem).
Vibrações
Vibrações são um tipo de agente físico nocivo que afeta os trabalhadores e que pode 
ser oriunda das máquinas ou ferramentas portáteis a motor ou resultantes dos postos 
de trabalho. As vibrações encontram-se presentes em quase todas as atividades, 
nomeadamente em construções e obras públicas, indústrias extrativas, exploração 
florestal, fundições e transportes. 
Os riscos devidos a vibrações mecânicas têm efeitos sobre a saúde e a segurança dos 
trabalhadores e deles podem resultar perturbações musculoesqueléticas, neurológicas 
e vasculares, alémde outras patologias.
Cada parte do corpo é sensível a uma determinada faixa de vibrações. Vibrações de 
baixa frequência, como 1 Hz, podem produzir sensações de enjoos, já as vibrações entre 
1 e 100 Hz, principalmente entre 4 e 8 Hz, podem provocar algias no peito, dificuldades 
respiratórias, dores nas costas e vista embaralhada. As vibrações de mão e braço, entre 
8 e 1.000 Hz, produzem alterações na sensibilidade, redução da destreza dos dedos, 
“dedos brancos”, distúrbios de músculos, ossos e articulações. As ferramentas mais 
usadas possuem vibrações que variam entre 25 a 150 Hz.
Pesquise e descubra o que é a enfermidade “dedo branco” e como ela se 
deselvolve?
Uma das formas de se prevenir as vibrações é a amortização, por exemplo, com estofados 
que absorvem parte das vibrações nos bancos dos ônibus.
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ERGONOMIA X DETERMINANTES DE SAÚDE │ UNIDADE II
Iluminação
A quantidade de luz que é refletida para os olhos é medida em candela (cd/m²) e lux 
(intensidade da luz que incide sobre a superfície de trabalho).
Utiliza-se de 10 a 200 lux para locais, como corredores, depósitos etc. Para realização de 
tarefas normais, com leitura de livros, montagem de peças e operações com máquinas 
é preciso a intensidade entre 200 a 800 lux.
Para tarefas especiais, quando há grandes exigências visuais, o nível de iluminação 
precisa ser aumentado, para tanto é recomendado a colocação de um foco de lux 
diretamente sobre a tarefa. Neste caso, usa-se de 800 a 3.000 lux.
Seguem as medidas que podem ser utilizadas para melhorar a iluminação.
 » Combinar a iluminação localizada com a ambiental, sendo que a 
iluminação localizada deve ser ligeiramente superior a luz ambiental.
 » Evitar reflexos e sombras sobre a tarefa.
 » Usar luz de fusa no teto, substituindo as superfícies lisas e polidas de 
mesas, paredes e objetos, ou superficies foscas e de fusores, que ajudam 
a dispersar a luz.
 » Quebrar a incidência direta da luz nos olhos; a fonte dessa luz não deve 
ficar dentro do campo visual, para tanto deve ser colocado acima da 
cabeça ou ao lado, atrás dos ombros. 
 » Evitar as oscilações da luz florescente, pois a mesma pisca na mesma 
frequência da corrente alternada.
Quadro 2. Classificação básica de iluminação interna.
Classificação Nível de iluminação a ser obtido Tarefa
Baixa 100 a 200 lx (Lux)
 » Circulação
 » Reconhecimento facial
 » Leitura casual
 » Armazenamento
 » Refeição
 » Terminais de vídeo
Média 300 a 500 lx
 » Leitura /escrita de documentos com alto contraste
 » Participação de conferências
Alta 300 a 500 lx
 » Leitura/escrita de documentos com fontes pequenas e de baixo contraste
 » Desenho técnico
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UNIDADE II │ ERGONOMIA X DETERMINANTES DE SAÚDE
Clima
São quatro os fatores que contribuem para um clima de trabalho em boas condições: 
a temperatura do ar, o calor radiante, a velocidade do ar e a umidade relativa.
O clima pode ser ajustado de acordo com o tipo de trabalho realizado, pois, em trabalhos 
pesados, a pessoa se sentirá melhor num clima mais frio.
A umidade do ar relativa acima de 70% ou muito seco, abaixo de 30%, pode afetar o 
conforto térmico, uma vez que o ar seco provoca irritação nos olhos e nas mucosas, 
além de produzir eletricidade estática (risco de incêndios, choques desagradáveis, 
interferências em equipamentos). Já um ar muito úmido, ou seja, saturado a 100%, 
dificulta a evaporação do suor, tornando-se desagradáveis para trabalhos pesados. 
A umidade do ar pode ser controlada, adicionando ou retirando água do ambiente.
É importante evitar-se superfícies muito quentes ou muito frias, pois ocorre a troca de 
calor que pode ser diminuída, colocando-se superfícies refletoras, como uma folha de 
alumínio polido entre o corpo e a superfície. 
As correntes de ar também afetam o conforto térmico, principalmente quando a 
velocidade do ar supera 0,1m/s.
O manuseio de material quente deve ser feito durante um tempo determinado para 
não provocar queimaduras. De acordo com (DUL, 2004), para manipular metais com 
temperatura máxima de 50° utiliza-se uma duração de contato de até um minuto; para 
vidros, cerâmicas e concreto com 55° e para plásticos e madeira com 60° também a 
duração de contato é de, no máximo, 1 minuto.
Algumas medidas podem ser tomadas para o controle do clima.
 » Agrupar as tarefas que exigem esforços físicos semelhantes dentro de 
uma mesma sala, pois, de acordo com o esforço físico de cada grupo de 
pessoas, deverá ser regulado o tipo de temperatura.
 » Ajustar as tarefas ao clima externo. Como não é possivel controlar o clima 
externo, pode-se fazer as tarefas pesadas mais lentamente ou intercaladas 
com pausas, para permitir que o corpo elimine o calor adicional gerado 
pelo metabolismo.
 » Ajustar a velocidade do ar, pois, se a velocidade utrapassar 0,1m/s, deve-se 
aumentar a temperatura do ar para conservar o conforto térmico.
21
ERGONOMIA X DETERMINANTES DE SAÚDE │ UNIDADE II
 » Reduzir os efeitos do calor radiante com material isolante, em superfícies 
quentes ou frias, e manter as pessoas longe das fontes de radiação.
 » Limitar o tempo de exposição ao frio e ao calor intenso.
 » Utilizar roupas especiais: isolantes no frio e mais leves no calor.
Substâncias químicas
As substâncias químicas apresentam-se sobre a forma de líquidos, gases vapores, 
poeiras e sólidos, e muitos podem causar mal-estar e doenças quando inaladas ou 
ingeridas quando em contato com a pele e os olhos.
O limite de tolerância de cada substância é calculado a partir da concentração média 
encontrada no ar durante 8 horas. Cada país possui tabelas de limite de tolerância para 
diversas substâncias, que são atualizadas frequentemente. No Brasil, esses limites são 
estabelecidos pela Norma Regulamentadora NR-15 – Atividades e operações insalubres 
da CLT, Ministério do Trabalho.
Os produtos químicos que podem provocara acidentes devem conter um alerta, 
devidamente padronizado.
Tóxico Corrosivo Explosivo Perigoso ou Irritante Inflamável
Em caso de poluição, deve-se controlar a fonte do agente, em seguida, o processo de 
propagação desse agente e, por último, as pessoas atingidas. Esta é a hierarquia que 
existe para as medidas de controle.
Outras medidas que precisam ser adotadas. 
 » Remover a fonte de poluição.
 » Reduzir a emissão na fonte.
 » Isolem a fonte de poluição.
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UNIDADE II │ ERGONOMIA X DETERMINANTES DE SAÚDE
 » Reduzir a propagação do agente poluente no ambiente, extraindo-os do 
ar o mais rápido possível, para impedir a poluição atmosférica, através de 
ventilação e exaustão.
 » Proteger individualmente, afastando os trabalhadores das fontes 
poluentes e/ou usando equipamento de proteção individual (máscaras 
para poeiras, aventais e luvas protegem de líquidos).
Lista de verificação para fatores ambientais
Ruídos
Nível de ruídos
1. O ruído tem intensidade abaixo de 80 decibéis?
2. A perturbação causada pelo ruído é evitada?
3. O ambiente não é silencioso demais?
Redução do ruído na fonte
4. O método de trabalho escolhido é silencioso?
5. As máquinas usadas são silenciosas?
6. As máquinas têm boa manutenção?
7. As máquinas barulhentas estão confinadas?
Redução do ruído pelo projeto e organização do 
trabalho
8. O trabalho barulhento é separado do trabalho silencioso?
9. Há uma distância adequada entre as pessoas e a fonte de ruídos?
10. O teto e o piso são revestidos com material acústico? 
11. Há barreiras para evitar a propagação do som?
Proteção dos ouvidos
12. As proteções auriculares são adaptadas aos usuários e ao tipo de 
ruído?
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ERGONOMIA X DETERMINANTES DE SAÚDE │ UNIDADE II
Vibração
Recomendações sobre vibrações
13. A vibração desconfortável do corpo é evitada?
14. É evitada a vibração que provocao “dedo branco”?
15. Os choques e solavancos são eliminados?
Prevenção da vibração
16. A vibração é contida na fonte?
17. As máquinas recebem manutenção regular?
18. A transmissão da vibração é amortecida?
19. As medidas de proteção individual são aplicadas só como último 
recurso?
Iluminação
20. A luz do ambiente geral está entre 10 e 200lux?
21. A luz do local de trabalho está entre 200 e 800lux?
22. A luz para tarefas especiais está entre 800 e 3.000lux?
Diferenças entre brilho
23. As diferenças significativas de brilho no campo visual são evitadas?
24. As diferenças proporcionais do brilho entre o local da tarefa, os 
arredores e o ambiente geral são mantidas?
Melhoria da iluminação
25. A informação é facilmente legível?
26. A iluminação ambiental é combinada com a iluminação localizada?
27. A luz natural é aproveitada na iluminação?
28. A incidência direta da luz nos olhos é evitada?
24
UNIDADE II │ ERGONOMIA X DETERMINANTES DE SAÚDE
29. Os reflexos e as sombras são evitados?
30. É usada luz difusa?
31. A intermitência da luz fluorescente é evitada? 
Clima
Conforto térmico
32. As pessoas conseguem controlar o clima local?
33. A temperatura do ar é adequada às exigências da tarefa?
34. O ar não fica muito seco ou muito úmido?
35. As superfícies radiantes muito quentes ou muito frias são evitadas?
36. As fortes correntes de ar são evitadas?
Frio e calor
37. O clima não é muito quente ou muito frio?
38. Não há contato de pele com materiais muito quentes ou muito frios?
Controle do clima
39. As tarefas com o mesmo nível de exigência física são agrupadas?
40. As exigências físicas são ajustadas ao clima?
41. A velocidade do ar é adequada?
42. Há prevenção contra radiação indesejável?
43. A exposição e as temperaturas muito altas ou baixas são limitadas?
44. Há roupas especiais para temperaturas altas ou baixas?
25
UNIDADE III
UTILIZAÇÃO DOS 
ÓRGÃOS DOS SENTIDOS 
EM ATIVIDADES LABORAIS
CAPÍTULO 1
Processamento da informação pelo 
usuário
O desgaste dos órgãos dos sentidos humanos vem ocorrendo com mais frequência 
nos dias de hoje, principalmente devido a utilização de máquinas informatizadas 
que operam cada vez mais com um grande número de informações que precisam ser 
realizadas ao mesmo tempo.
O homem recebe informações da máquina e atua sobre ela com acionamento de 
algum dispositivo de controle, por este motivo, esta interface precisa ocorrer de forma 
ergonômica.
Desse modo, os controles devem ser adaptados às características psicofisiológicas do 
homem.
As informações que o trabalhador deverá encontrar nas máquinas que irá operar são, 
na sua maioria, do tipo visuais, auditivas e táteis.
As informações visuais devem ser apresentadas de forma adequada à percepção dos 
olhos, as táteis devem ser adequadas ao sentido tátil, precisando então que os caracteres 
sigam as recomendações a seguir.
Como precisam ser as informações elaboradas pelos programas de computador 
para garantir uma boa ergonomia ao usuário?
As informações para serem operadas precisam ter as seguintes características.
 » Como as informações são captadas principalmente pela visão, é preciso 
que as informações apresentem a característica de legibilidade de telas, 
26
UNIDADE III │ UTILIZAÇÃO DOS ÓRGÃOS DOS SENTIDOS EM ATIVIDADES LABORAIS
livros, jornais, prontuários, informativos de checagem rápidas (check-
list), revistas e, também, para materiais para apresentação, como slides e 
outras projeções multimídias. 
 » A forma de preparação dessas informações devem ser adequadas à 
capacidade de precepção dos olhos, por isso deve-se evitar textos com 
todas as letras maiúsculas, pois, de acordo com (DUL, 2004), as letras 
minúsculas são melhores de se identificar que as maiúsculas. Como o 
leitor enxerga a palavra inteira em um único relance, não precisando 
reconhecê-la letra por letra, as letras que possuem traços para baixo (g, 
p, q, y ...) e as com traços para cima (t, k, d...) são mais fáceis de serem 
identificadas o que facilita a visualização, melhorando o processamento 
da informação. Deve-se também evitar grandes espaços em branco entre 
as palavras, pois esses espaços prejudicam a legibilidade, quebrando 
a continuidade da linha, forçando a visão do usuário. O tipo de letra, 
o tamanho da fonte e a utilização de contrastes em textos, gráficos ou 
outros, também são fatores importantes na hora da escolha para realizar 
textos extensos, comandos em telas ou outras informações.
 » Não se recomenda a utilização intensa da audição para a realização de 
comandos, mas quando é necessário. Devido a sobrecarga da visão, 
deve-se optar por sons de baixas frequências (graves), pois são melhores 
para a propagação do som, superando cantos e obstáculos e facilitando o 
trabalho do usuários na sua identificação. 
Para a Ergonomia, outros órgão dos sentidos que podem ser utilizados para captar 
informações são: a audição, o olfato, o paladar, o tato, o senso cinestésico e a sensação 
térmica, sendo que o olfato, o paladar e a temperatura só devem ser usados na captação 
de sinais de alerta, como, por exemplo, a utilização de odores em gases nocivos.
A utilização do senso cinestésico ocorre em máquinas em que ocorre diminuição do 
campo visual, por exemplo, o alcance da alavanca do câmbio e dos pedais por uma 
motorista sem ter que olhar para eles, ou a digitação por meio de um teclado de 
computador quando uma pessoa treinada já sabe sem ver a posição de cada comando 
da letra que prefere.
Para facilitar a identificação tátil são feitas elevações em superfícies para diferenciar 
um comando do outro, na impossibilidade de se utilizar o campo visual.
Existem, no mercado, inúmeros maquinários que operam vários comando ao mesmo 
tempo, exigindo do usuário vários órgãos dos sentidos de uma só vez, como, por 
27
UTILIZAÇÃO DOS ÓRGÃOS DOS SENTIDOS EM ATIVIDADES LABORAIS │ UNIDADE III
exemplo, um operador de voo. Ele utiliza sua visão o tempo inteiro, então, para saber 
que precisa realizar outro comando, faz-se necessário a utilização dos sons como alerta, 
pois, se ao invés do sinal sonoro ele tivesse que utilizar ainda mais seu campo visual, 
sua visão ficaria mais comprometida. O mesmo ocorre com a ambulância que possui 
como sinal de alerta uma sirene e mesmo assim utiliza a luz (com cores diferentes às 
dos outros veículos), para que os motoristas que, possivelmente não escutem o som da 
sua sirene devido a outros sons, possam atender a este comando utilizando a visão.
Então, vê-se que a utilização de diferentes órgãos dos sentidos para a realização 
de muitas atividades laborais tem como objetivo prevenir a sobrecarga de um 
órgão somente.
Utilize este check-list (lista de checagem rápida) em seu local de trabalho ou outro 
local onde são realizados trabalhos entre homem e máquina para verificar se a 
atividade laboral está sendo realizada dentro das recomendações ergonômicas.
Lista de verificação para o trabalho com 
informações
Informações visuais:
 » Os textos escritos só com letras maiúsculas são evitados?
 » Os tipos de letra usados são familiares?
 » As confusões entre os tipos foram evitadas?
 » As letras tem um tamanho adequado?
 » O espaçamento entrelinhas é proporcional ao seu comprimento?
 » O contraste figura-fundo é suficiente?
Informações auditivas:
 » Os sons são reservados para sinais de alarme? (locais onde existem 
pequenos sons de alerta)
 » A voz sintetizada tem o tom adequado? (pessoas que trabalham 
como telefonistas)
28
UNIDADE III │ UTILIZAÇÃO DOS ÓRGÃOS DOS SENTIDOS EM ATIVIDADES LABORAIS
Informações envolvendo outros sentidos:
 » A pessoa utiliza o tato, o olfato e o sentido térmico somente para sinais 
de alerta?
 » São utilizados diferentes canais para informaçõessimultâneas?
 » O sentido sinestésico (psicológico) é utilizado em demasia? (ambiente 
de muito estresse)
29
UNIDADE IVOPERAÇÃO DE 
CONTROLES
CAPÍTULO 1
O trabalho com máquinas
A operacionalização dos controles é uma tarefa que exige bastante cuidado e concentração 
por parte dos usuários, devido aos riscos de acidentes em casos de confusão entre 
botões, alavancas, controles e outros dispositivos inerentes ao trabalho. 
Como devem ser os controles para garantir sua utilização com segurança?
Os controles precisam
 » ser identificados pelo tato, para isso precisam ter tamanhos e formas 
diferentes (material, rugosidade...), para evitar confusão entre eles;
 » ter uma diferença de 30% de tamanho de um para o outro, em caso de 
controles com o mesmo formato;
 » ter posição espacial que diferencie controles que acionam comandos 
contrários, por exemplo: botões que levantem voo dos que pousam uma 
aeronave; botões que acendem uma chama dos que apagam;
 » ter acionamento de um botão de forma que precise ser girado ou 
pressionado, para evitar a sua ativação acidentalmente quando se esbarra 
sem querer em um botão para evitar acidentes.
Outros aspectos devem ser levados em consideração, como: os controles devem ficar 
dentro da área de alcance do usuário e suas disposições precisam ser de acordo com 
o seu grau de importância, a sua frequência de uso e a sequência da operação a ser 
realizada.
30
UNIDADE IV │ OPERAÇÃO DE CONTROLES
A identificação dos controles pelo uso de cores diferenciadas deve ser usada, sendo 
recomendada a utilização somente das cinco cores: verde, vermelho, azul, amarelo 
e laranja, mesmo sabendo que o olho humano seja capaz de identificar outras cores. 
Deve-se, também, promover um contraste com a cor de fundo; fazer associação entre a 
cor e seu significado: vermelho perigo, verde segurança, amarelo atenção. 
Um tipo de controle muito utilizado é o teclado do computador e o mouse, ambos devem 
ser usados para evitar sobrecarga unilateral dos tendões e músculos de uma das mãos, 
em caso de utilizar o mouse demasiadamente.
Utilize este check-list (lista de checagem rápida) em seu local de trabalho ou outro 
local onde são realizados trabalhos entre homem e máquina para verificar se a 
atividade laboral está sendo realizada dentro das recomendações ergonômicas:
Lista de verificação para operação de 
controles e geral:
 » Os controles podem ser discriminados apenas pelo tato? (diferenças 
tátil entre um e outro: rugosidade)
 » A localização é racional e há espaço suficiente entre os controles?
 » A ativação acidental é evitada?
 » Os controles situam-se dentro das áreas de alcance?
 » Os letreiros e símbolos estão bem-colocados?
 » O uso de cores é limitado?
 » O teclado segue o padrão QWERTY?
 » O teclado numérico segue um padrão lógico?
 » A quantidade de teclas de função é limitada?
 » O tipo de cursor é adequado à tarefa?
 » Os pedais são usados somente quando o uso das mãos é inconveniente?
Bom trabalho!
31
UNIDADE VBASE DOS PRINCÍPIOS 
DA ERGONOMIA
CAPÍTULO 1
Postura e movimento corporal no 
trabalho
A realização de posturas e de movimentos acionam vários músculos, ligamentos e 
articulações do corpo. Quando inadequados provocam lesões, resultando em dores nas 
costas, nos punhos, nos ombros, no pescoço e outras partes do sistema músculo-esquelético.
Partes do corpo mais afetadas pela má postura.
Muitos do princípios da Ergonomia derivam-se das áreas do conhecimento da 
Biomecânica, Fisiologia e Antropometria. 
32
CAPÍTULO 2
Biomecânica
Neste estudo, aplica-se as leis físicas da mecânica do corpo humano.
Os princípios mais importantes da Biomecânica para a Ergonomia são estes.
 » Manter as articulações em posição neutra, pois nesta posição os músculos 
são capazes de liberar a força máxima e os músculos e os ligamentos são 
menos esticados (tensionados).
 » Manter os pesos próximos ao corpo. Quanto mais o peso se afasta do 
corpo mais são tensionados os músculos e os tendões. Neste caso, os 
braços serão tensionados e o corpo penderá para frente.
 » Evitar curvar o corpo para frente. Em média, a parte superior do corpo 
de uma adulto pesa 40kg e quando o tronco se inclina para frente há uma 
contração dos músculos e dos ligamentos das costas para manter esta 
posição, provocando o surgimento das dores.
 » Manter a cabeça o mais próximo da vertical. A cabeça de um adulto pesa 
em média de 4 a 5kg e, quando ela se inclina para frente, os músculos do 
33
BASE DOS PRINCÍPIOS DA ERGONOMIA │ UNIDADE V
pescoço são tensionados para manter esta postura, o que provoca dores 
na nuca e nos ombros. 
 » Evitar torções no tronco. Neste caso, os discos elásticos entre as vértebras 
são tensionados e as articulações e os músculos que existem nos dois lados 
da coluna vertebral são submetidos a cargas diferentes, prejudicando a 
mesma.
 » Evitar movimentos bruscos que produzem picos de tensão. 
O levantamento de carga deve ser feito gradualmente, sendo preciso 
aquecer a musculatura antes de fazer uma nova força.
 » Alterar posturas e movimentos. Todos os movimentos e as posturas 
devem sofrer alterações, para evitar fadigas. Isso pode ser feito fazendo 
rodízios periódicos entre as tarefas que exigem movimentos repetitivos.
 » Diminuir a duração do esforço muscular contínuo. Este procedimento 
diminui a fadiga muscular localizada, o que provoca queda do desempenho. 
Quando uma pessoa exerce 50% do esforço muscular, o tempo máximo 
suportável é de, aproximadamente, dois minutos.
 » Prevenir a exaustão muscular. Um músculo exausto precisa de trinta 
minutos para recuperar 90% de sua capacidade. Músculos meio exaustos 
podem demorar quinze minutos para se recuperarem e a recuperação 
total pode demora horas. Realizar várias pausas curtas são melhores do 
que somente uma ou duas pausas longas.
34
CAPÍTULO 3
Fisiologia
Neste estudo, estima-se a demanda energética do coração e dos pulmões, exigida para 
um esforço muscular.
O organismo humano, mesmo em repouso, consome energia correspondente ao 
metabolismo basal (aproximadamente 80W). O ser humano executa tarefas usuais por 
longo tempo sem sentir fadiga pelo esgotamento energético, desde que esta não exceda 
250Watts.
Exemplos de atividades com gasto energético menor do que 250W: digitação, montagem 
de pequenas peças, trabalhos domésticos, operação de máquinas leves, andar ao passo 
normal, ou pedalar por lazer.
Quando a energia gasta durante uma tarefa ultrapassar 250W, é preciso uma pausa para 
a recuperação, que não pode ser no fim da jornada, pois isso pode levar os músculos a 
exaustão.
Exemplos de atividades pesadas com gastos energéticos acima de 250W.
Atividades Pesadas Gastos Energéticos
Correr a 10 km/h 670W
Pedalar 20km/h 670W
Subir escada de 30 degraus, 1 km/h 960W
Levantar peso de 1kg, 1vez/seg 600W
35
CAPÍTULO 4
Antropometria
A Antropometria ocupa-se das dimensões e das proporções do corpo humano, 
considerando as diferenças individuais do corpo de cada pessoa. As medidas 
antropométricas são realizadas levando-se em consideração um padrão médio de 
estatura, representando 95% da população. Os 5% da população são as pessoas muito 
baixas, muito altas, muito gordas, muito magras etc. 
É preciso entender que Antropometria estuda as medidas humanas para adequação 
não somente do trabalho ao homem contribuindo com a Ergonomia, mas também é um 
estudo que atende o ser humano na sua harmonia com um universo de utensílios, tais 
como: na fabricação de carros, eletrodomésticos, talheres, móveis como camas, berços, 
sofás, cadeiras, serrotes etc. Pode-se, então, afirmar que a Antropometria estuda além 
das necessidades laborais! Um exemplo é a análise antropométrica realizada abaixo a 
seguir.
Hoje em dia,a indústria planeja diversas novidades que encantam e ganham o mercado 
e a antropometria precisa acompanhá-las. Um exemplo é a produção de “cangurus” para 
a sustentação dos bebês, como mostra a reportagem abaixo intitulada “Comparação 
entre Cangurus Convencionais e Carregadores de Bebê Ergonômicos”.
As principais diferenças entre estes e os carregadores de bebê tradicionais 
e ergonômicos descritos nessas páginas são as posturas adotadas pelo 
bebê neles. Se observarmos um bebê em uma dessas mochilas (cangurus), 
podemos constatar que a postura da cadeira (onde o bebê senta) não é correta. 
Habitualmente, observamos que as pernas do bebê ficam penduradas em 
relação ao resto do corpo, e não dobradas no estilo “rã” (postura que favorece o 
36
UNIDADE V │ BASE DOS PRINCÍPIOS DA ERGONOMIA
desenvolvimento das articulações dos quadris). Com as perninhas penduradas, 
o peso do bebê fica apoiado diretamente na zona genital ao invés de no seu 
bumbum, e sua coluna adquire uma postura não fisiológica.
Nas mochilas tradicionais, a posição não é ergonômica nem para bebê, nem para quem o 
carrega. 
A postura de “rã” consiste em levar o bebê no colo com as pernas abertas em 
cerca de 45° em relação ao eixo corporal (abertura total entre as pernas de 90°), e 
o quadril flexionado de maneira que os joelhos fiquem a uma altura ligeiramente 
superior ao bumbum. Isso permite que a cabeça do fêmur fique perfeitamente 
encaixada dentro da articulação do quadril; posição fisiologicamente correta, que 
previne problemas posteriores desta articulação. Esta técnica de encaixamento 
ajuda a resolver casos de displasia de quadril leves. Uma boa maneira de saber 
se um bebê está bem-colocado (ou está em um bom carregador de bebê) é 
verificar se os pés são vistos pelo outro lado na posição frontal (barriga-barriga) 
se vê por trás e no quadril vê-se pelo lado oposto.
Posição correta de um carregador de bebês: curva da coluna em “C”, pernas em “M” e joelhos 
mais altos que o quadril.
De acordo com esta reportagem, essas posturas são recomendadas pela Red Canguro, 
Associação Espanhola para o Incentivo ao Uso dos Carregadores de Bebê. Por isso 
percebe-se que os estudos ergonômicos estão presentes em diversos meios no dia a dia 
de cada ser humano. 
37
CAPÍTULO 5
Postura
As posturas prolongadas prejudicam os músculos e as a articulações.
O trabalho sentado por longo tempo geralmente ocorre em escritórios, fabricas. E essa 
posição apresenta algumas vantagens sobre a postura ereta, pois o corpo fica melhor 
apoiado em diversas superfícies: piso, assento, encosto, braços da cadeira, mesas. Por 
isso essa posição é menos cansativos do que de pé. Mesmo assim é aconselhado alternar 
as posições sentada com a posição em pé ou andar, pois ficar sentado durante muito 
tempo pode forçar o tronco e a cabeça a ficar inclinados para frente, ocasionando longas 
tensões no pescoço e nas costas, provocando dores.
É preciso que a altura do assento seja ajustada, devendo a coxa estar bem apoiada, sem 
esmagamento de sua parte inferior. Os pés devem se apoiar no chão, pois posturas com 
os pés em balanço são muito fatigantes.
A região lombar deve estar apoiada no encosto da cadeira, devendo deixar um vão livre 
de 10 a 20cm entre o assento e o encosto, que deve ter uma altura de 30cm. A parte 
inferior do encosto, que fica próxima do assento deve ser convexa, devido à curvatura 
das nádegas, ou ser vazada entre 10 a 20cm entre o assento e o encosto.
Uma cadeira ideal para um digitador deve apresentar assento e encosto reguláveis. 
A posição das mãos deve seguir o desenho abaixo.
38
UNIDADE V │ BASE DOS PRINCÍPIOS DA ERGONOMIA
A posição das mãos e o ponto de focalização dos olhos tem grande importância para a 
postura da cabeça, do tronco e dos braços. As recomendações para as alturas das mãos 
e dos olhos, na postura sentado ou em pé são as seguintes.
Tipo de Tarefa Altura da Superfície de Trabalho
Uso dos olhos: muito
Uso das mãos e braços: pouco
10cm a 30 cm abaixo da altura dos olhos
Uso dos olhos: muito
Uso das mãos e braços: muito
0cm a 15 cm acima da altura do cotovelo
Uso dos olhos: pouco
Uso das mãos e braços: muito
0cm a 30 cm abaixo da altura do cotovelo
Para usuários mais baixos, deve ser providenciado um apoio para os pés que seja uma superfície ligeiramente inclinada, pois 
irá diminuir a fadiga muscular.
Deve-se evitar as manipulações de objetos que estejam fora do alcance dos braços, para 
não movimentar o tronco. As operações devem situar-se dentro de um raio de 50cm, 
aproximadamente, a partir da articulação entre os braços e os ombros. Isso se aplica 
tanto ao trabalho em pé quanto sentado.
Para a realização de leituras muito prolongadas, devem ser feitas em superfície inclinada 
(45°), com o objetivo de aproximar o trabalho dos olhos, evitando a inclinação da cabeça 
e do tronco para a frente. No caso de realizar escrita, a inclinação pode ser de 15°.
39
BASE DOS PRINCÍPIOS DA ERGONOMIA │ UNIDADE V
Outro comportamento importante é deixar espaço para as pernas para permitir uma 
postura adequada, sem inclinar o corpo para a frente. A largura desse espaço deve ser 
de 60cm, no mínimo, a profundidade deve medir pelo menos 40cm na parte superior 
(joelhos) e 100cm na parte superior, junto aos pés, pois existe a necessidade de esticar 
os pés para mudar de postura.
Na realização do trabalho em pé, é importante que exista uma troca da posição em pé 
com aquela sentada e andando, pois não se recomenda passar o dia todo na posição 
em pé, para evitar fadiga nas costas e pernas. Por exemplo, tem-se os operadores de 
máquinas e vendedores em lojas.
40
UNIDADE V │ BASE DOS PRINCÍPIOS DA ERGONOMIA
Alguns trabalhos em pé são realizados com o auxílio de uma bancada, 
que deve ter um espaço para acomodar as pernas e os pés; também deve 
ser regulável em caso de ser utilizado por mais de uma pessoa. 
Outro fator importante a ser considerado é a mudança de postura, uma 
vez que trabalhos longos em qualquer posição requer mudança. Por isso 
deve se proporcionar variações das tarefas e atividades, realizar trabalhos 
com posturas alternadas. 
Para quem trabalha em pé, pode ser usado um selim, que consiste em um 
pequeno assento com altura regulável entre 65cm a 85cm e inclinado para frente em 
15 graus a 30 graus, possibilitando uma postura semissentado, servindo para aliviar a 
tensão nas pernas com tripé para apoiar as nádegas nessa posição.
Trabalhar utilizando por muito tempo a força das mãos e dos braços com posturas 
inadequadas podem provocar inflamações nos nervos, resultando em dores e sensações 
de formigamento nos dedos. Deve-se evitar trabalhar com os braços elevados acima 
da altura dos ombros sem apoio, pois isso causa dores no pescoço e nos ombros. Este 
problema ocorre principalmente com a utilização de ferramentas manuais. As dores 
agravam-se quando existem aplicação de forças ou quando se realizam movimentos 
repetitivos com as mãos, podendo ocasionar, em casos mais graves, LER (Lesões por 
Esforços Repetitivos), também conhecidos por DORT (Doenças Osteomusculares 
Relacionadas ao Trabalho). Na utilização de ferramentas manuais, o punho deve ficar 
alinhado com o antebraço, por isso existem ferramentas com empunhaduras curvas 
para não torcer o punho. Muitos utensílios domésticos, como vassouras e rodos, e 
ferramentas agrícolas, como enxadas e pás, têm cabo reto e provocam muitas dores nas 
costas dos usuários, quando poderiam ser substituídas por cabos curvos.
É importante, também, que as ferramentas manuais não ultrapassem 2kg de seu peso 
e que sejam feitas manutenções periódicas nas ferramentas, como, por exemplo, os 
serrotes sem corte, exigirão muito mais força.
O padrão para a pega das ferramentas manuais são de um diâmetro de 3cm e um 
comprimentode 10cm para que se possa exercer maior força com a palma das mãos.
41
CAPÍTULO 6
Corpo e movimento
A realização de movimentos exige muita energia, podendo provocar a sobrecarga dos 
músculos, do coração e dos pulmões. Para levantamento manual de cargas, é importante 
que o ritmo de trabalho seja determinado pelo próprio trabalhador, pois cada pessoa 
tem um ritmo de trabalho próprio. De acordo com as recomendações ergonômicas 
internacionais, é aconselhável que o levantamento de carga manual não ultrapasse os 
23kg, diferentemente das normas brasileiras que adotam valores mais altos! Outro fator 
importante é manter a carga próxima ao corpo, apoiar a carga sobre uma bancada de 
75cm de altura antes de começar o levantamento, ou seja, evitar pegar as cargas do chão. 
Recomenda-se, se possível, segurar a carga com as duas mãos; a carga deve ser provida 
de alças ou furos laterais para encaixe dos dedos, o tronco não deve ficar torcido durante 
o levantamento; a frequência dos levantamentos não devem ser superior a um minuto e 
a duração do levantamento não deve ser superior que uma hora, seguido por um período 
de descanso.
Existe uma equação desenvolvida pelo National Institute for Occupational Safety and 
Health (NIOSH) dos EUA, para determinar a carga máxima em condições desfavoráveis 
que uma pessoa pode exercer. Esta equação considera que 99% dos homens e 75% 
das mulheres não suportam cargas na região dorsal superiores a 340kg/força e que a 
energia gasta em uma hora de trabalho repetitivo é de 260W para levantamentos até a 
altura da bancada e 190W para levantamento acima da bancada. 
Para o levantamento de carga, a coluna deve estar reta na vertical e o objeto deve ser 
conservado o mais próximo possível do corpo, evitando torcer o corpo para a frente; 
se for necessário, mova a perna mantendo o tronco ereto, pois usar a musculatura das 
pernas previne a utilização da coluna. Deve se evitar também girar o tronco durante o 
levantamento de uma carga, para evitar lesões nas costas.
O dimensionamento dos postos de trabalho pode ser visto como uma maneira 
ergonômica de se trabalhar promovendo a saúde do trabalhador?
É recomendada a utilização de uma equipe para o levantamento de cargas superiores 
a 23kg. Existem casos em que há a necessidade da utilização de equipamentos para 
levantamentos de cargas como, por exemplo, carrinhos, alavancas, roldanas, guindastes 
e outros.
42
UNIDADE V │ BASE DOS PRINCÍPIOS DA ERGONOMIA
Para puxar ou empurrar cargas em movimento, como carrinhos, por exemplo, a força 
não deve ultrapassar 200N (cerca de 20kg/força) e, para movimentos com durações 
superiores a um minuto, a força permitida para puxar ou empurrar cai para 100N.
Os carrinhos utilizados para o transporte de cargas devem ter duas rodas giratórias; 
devem ter pegas em forma de barras, de modo que as duas mãos possam ser utilizadas 
para transmitir forças. É importante também que o piso seja duro e nivelado. 
Pesquise a NR-17, pois ela define aspectos relacionados ao levantamento, 
ao transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às 
condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho. 
Define, também, que todo trabalhador deverá receber treinamento do seu 
empregador para o manuseio de cargas consideradas pesadas. 
Quais posturas e/ou cuidados uma funcionária doméstica deve adotar no seu dia 
a dia para a realização do seu trabalho de forma a não prejudicar sua estrutura 
musculoesquelética (considere as ações de passar pano no chão, mudar móveis 
de lugar, limpar vidros das janelas no alto, limpar ventiladores de teto e manipular 
produtos químicos de limpeza)? 
O que é uma intervenção ergonômica?
O conceito de intervenção ergonômica inicialmente desenvolvido pela escola 
francesa de Ergonomia [...] é hoje uma forma internacional de atuação do 
profissional que trabalha com a Ergonomia. A efetividade da Ergonomia consiste 
no fato de resultar em transformações positivas no ambiente de trabalho [...]. Isto 
significa que a intervenção ergonômica é uma tecnologia da prática que objetiva 
modificar a situação de trabalho para torná-la mais adequada às pessoas que 
nela operam. Diferencia-se, desta forma, estudos e análises de caráter apenas 
43
BASE DOS PRINCÍPIOS DA ERGONOMIA │ UNIDADE V
descritivo ou sem comprometimento de fato com as mudanças no trabalho, 
como a produção de laudos ou diagnósticos puramente acadêmicos. (GENTE)
Escolha um determinado local em seu trabalho e realize uma intervenção 
ergonômica. Descreva esta atividade e envie-a ao tutor.
Lista de verificação para riscos posturais:
 » As articulações estão na posição neutra?
 » O trabalho é mantido bem perto do corpo?
 » A postura inclinada para frente é evitada?
 » A postura com tronco torcido é evitada?
 » Movimentos bruscos e aplicação de forças repentinas são evitados?
 » Evita-se que o músculo chegue à exaustão?
 » Há pequenas pausas distribuídas durante toda a duração da tarefa?
Fisiológicos
 » Há limitação de energia gasta em cada tarefa?
 » Há descanso para recuperação após um trabalho pesado?
Antropometria
 » São consideradas as diferenças individuais das medidas corporais?
Postura
 » Foi selecionada a postura básica adequada à tarefa?
Trabalho sentado
 » A postura sentada é alternada com aquela em pé e andando?
 » As alturas do assento e do encosto da cadeira são reguláveis?
 » Os ajustes da cadeira são em número limitado?
44
UNIDADE V │ BASE DOS PRINCÍPIOS DA ERGONOMIA
 » Os usuários são instruídos sobre a melhor forma de sentar?
 » As cadeiras têm características especiais adaptadas à tarefa?
 » A altura de superfície de trabalho é adequada à tarefa?
 » Há conjugação entre a altura da cadeira e superfície de trabalho?
 » Existe apoio adequado para os pés?
 » Os alcances manuais fora dos limites são evitados?
 » Existe superfície inclinada para leituras e outras tarefas visuais?
 » Existe espaço suficiente para acomodar as pernas sob a mesa ou 
bancada?
Trabalho em pé
 » O trabalho em pé é alternado com aquele sentado e andando?
 » A altura da superfície de trabalho é adaptada à tarefa?
 » A altura das superfície de trabalho é regulável?
 » O uso de plataformas é evitado?
 » Existe espaço suficiente para acomodar as pernas e os pés?
 » Os alcances manuais fora dos limites são evitados?
 » A superfície para leitura e outras tarefas visuais é inclinada?
Mudança de postura
 » O projeto do trabalho prevê mudanças frequentes de postura?
 » O posto de trabalho permite trabalhar sentado e em pé?
 » Existem assentos para permitir variações da postura sentada?
 » Um selim é usado de vez em quando para apoio das nádegas?
Postura das mãos e dos braços
 » As ferramentas são adequadas para o tipo da tarefa?
45
BASE DOS PRINCÍPIOS DA ERGONOMIA │ UNIDADE V
 » As pegas das ferramentas permitem manter o punho reto?
 » As ferramentas manuais não são muito pesadas?
 » As ferramentas são bem-conservadas (afiadas)?
 » As pegas das ferramentas têm forma adequada?
 » O trabalho acima do nível dos ombros é evitado?
 » O trabalho com as mão atrás do corpo é evitado?
Movimentos 
Levantamento de cargas
 » Há limites para tarefas envolvendo levantamentos manuais de carga?
 » As condições para levantamento de cargas estão adequadas?
 » As pessoas estão levantando menos e até muito menos de 23Kg?
 » As cargas levantadas são calculadas pela equação de NIOSH?
 » As cargas unitárias a serem levantadas não são leves demais?
 » Os postos de trabalho estão adaptados ao levantamento de cargas?
 » Os volumes a serem levantados possuem pegas adequadas?
 » Os volumes têm formas convenientes?
 » São usadas boas técnicas de levantamento de cargas?» Há uma equipe para levantar cargas muito pesadas?
 » São usados equipamentos auxiliares de carga?
Transporte de cargas
 » O peso do carregamento está dentro dos limites?
 » A carga é mantida tão próxima do corpo quando possível?
 » Existem boas pegas?
 » A dimensão vertical do volume é limitada?
46
UNIDADE V │ BASE DOS PRINCÍPIOS DA ERGONOMIA
 » O carregamento com apenas uma das mãos é evitado?
 » Os equipamentos de transporte estão sendo usados?
Puxar e empurrar cargas
 » As forças para puxar ou empurrar estão dentro dos limites?
 » O peso do corpo é colocado a favor do movimento?
 » Existem pegas nos carrinhos?
 » Os carrinhos possuem duas rodas giratórias?
 » O piso é duro e nivelado?
47
Para (não) Finalizar
As doenças da coluna são muito comuns na maioria da população, e no Brasil percebe-se 
que muitas pessoas sofrem deste mal sem fazer muito alarme, como se já fosse normal 
vivenciá-lo. Como foi estudado, as causas deste problema são variadas e estão ligadas 
às maneiras de como o corpo humano realiza uma atividade, seja sentado, em pé ou em 
movimento. 
Baseado nos estudos aqui realizados, quais motivos levam o ser humano a fabricar 
ainda utensílios de trabalho de forma não ergonômica?
Saudação a todos!
48
Referências
ABRAHÃO, Júlia Issy. Reestruturação produtiva e variabilidade do trabalho: 
uma abordagem da Ergonomia. Brasília, 2000. Disponível em: <http://www.scielo.br/
pdf/ptp/v16n1/4387.pdf >. Acesso em: 30 set. 2015.
ATLAS, Manuais de Legislação. Segurança e Medicina do Trabalho. 64. ed. São 
Paulo, 2009.
BRASIL. Manual de aplicação da Norma Regulamentadora no 17. 2. ed. Brasília: 
MTE, SIT, 2002.
DEJOURS, Cristophe et al. Psicodinâmica do trabalho. São Paulo: Atlas, 1994. 
DUL, Jan; WEERDMEESTER, Bernard. Ergonomia prática. São Paulo: Edgard 
Blücher, 1995. 
_____. Ergonomia prática. 2. ed. São Paulo, Edgard Blücher, 2004.
FERNANDES, Eda Conte. Qualidade de vida no trabalho: como medir para 
melhorar. Salvador: Casa da Qualidade, 1996. 
GENTE – Grupo de Ergonomia e Novas Tecnologias. CESERG – Curso de 
Especialização Superior em Ergonomia. Disponível em: <http://www.ergonomia.ufpr.
br/Introducao%20a%20Ergonomia%20Vidal%20CESERG.pdf>. Acesso em: 29 jul. 
2011.
GRUPO WHOQOL. Versão em português dos instrumentos de avaliação de 
qualidade de vida (WHOQOL) 1998. FAMED – UNIVERSIDADE FEDERAL DO 
RIO GRANDE DO SUL/HCPA. Disponível em: <http://www.ufrgs.br/psiq/whoqol1.
html#1>. Acesso em: 19 set. 2005. 
GUTIEREZ, Gustavo Luis; VILARTA, Roberto (Organizadores). Gestão da qualidade 
de vida na empresa. Campinas: IPES, 2005. pp. 85-104. 
IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. 5. ed. São Paulo: Edgard Blücher, 1998. 
MAURO, Maria Yvone Chaves et al. Introdução à análise ergonômica: um estudo 
da postura corporal de um profissional de Enfermagem. RJ, 2002.
49
REFERÊNCIAS
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Fisioterapia nas empresas: saúde x trabalho. 2. ed. Rio de Janeiro: Taba Cultural, 
2000. 
PILATTI, Luiz Alberto; BEJARANO, Viviane Carvalho. Qualidade de vida no 
trabalho: leituras e possibilidades no entorno. In: GONÇALVES, Aguinaldo.
Reportagem: Comparação entre cangurus convencionais e carregadores de 
bebê ergonômicos. Disponível em: <http://kikadepano.com/comparacao-entre-
cangurus-convencionais-e-carregadores-de-bebe-ergonomicos/>. Acesso em: 30 jul. 
2011.
ROCHA, Lys Esther; CASAROTTO, Raquel Aparecida; SZNELWAR, Laerte. Uso de 
computador e ergonomia: um estudo sobre as escolas de Ensino Fundamental e 
Médio de São Paulo. Educ. Pesqui. [on-line]. 2003, vol. 29, no 1, pp. 79-87. ISSN 1517-
9702.
ROSA, Marco Antonio Salles. Qualidade de vida no trabalho e legislação pertinente. 
Revista Digital, Buenos Aires, 2006. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/
efd93/trabalho.htm>.
VIDAL, M. C. (1993 [1991]) Os paradigmas em Ergonomia. Conferência Central no 
Seminário Paradigmas de Saúde do Trabalhador. DAMS/UFRJ, 1991. Reapresentado 
no II Congresso Latino- -Americano de Ergonomia, Florianópolis, 1993.
SOUSA, Fernando Ponte de. A Educação Física em busca de seu curso. Revista da 
Educação Física/UEM, Maringá, v.1, no 0, p. 5, 1989.

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