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Escola de postura

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Escola postural: revisão sistemática dos programas
desenvolvidos para escolares no Brasil
Matias Noll*
Cláudia Tarragô Candotti**
Adriane Vieira***
Resumo: Este estudo tem como objetivo apresentar e discutir
os programas de Escola Postural desenvolvidos para escolares
no Brasil. Foi utilizada uma metodologia de revisão sistemática
de artigos científicos em várias bases de dados e no Banco de
Teses e Dissertações da Capes. A partir das nove publicações
incluídas neste estudo concluiu-se que os programas de Escola
Postural contribuem para a aquisição de conhecimentos
teóricos e de hábitos posturais saudáveis durante a execução
das Atividades de Vida Diárias. No entanto, estudos que visem
identificar se os conhecimentos e os hábitos posturais
adquiridos são mantidos no transcorrer do tempo ainda são
escassos.
Palavras-chave: Postura. Coluna Vertebral. Educação em
Saúde. Estudantes. Brasil.
*Mestre em Ciências do Movimento Humano pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências do
Movimento Humano - ESEF/UFRGS. E-mail: matiasnoll@yahoo.com.br
**Professora do curso de Fisioterapia e do Programa de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado)
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: claudia.candotti@ufrgs.br
***Professora do curso de Fisioterapia e do Programa de Pós-Graduação (Mestrado e Doutorado)
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. E-mail: adriane.vieira@gmail.com
1 INTRODUÇÃO
Atualmente, as ocorrências de dor nas costas e de alterações
posturais estão entre os maiores problemas socioeconômicos e de
saúde pública enfrentados pelos países em desenvolvimento, pois
contribuem consideravelmente para limitar a vida ativa dos
trabalhadores (SOUZA, 1996; SILVA; MENEZES; NOAL, 2009;
CANDOTTI; NOLL; CRUZ, 2010), resultando em prejuízos em
função do tempo de afastamento do trabalho e aposentadorias
Matias Noll et al
, Porto Alegre, v. 18, n. 04, p. 265-291, out/dez de 2012.
2 Ensaios
precoces (CARDON; CLERCQ; BOURDEAUDHUIJ, 2000). As
altas despesas resultantes do diagnóstico e tratamento; os prejuízos
gerados às instituições, tanto públicas quanto privadas; e a falta de
resultados das práticas terapêuticas convencionais, deram origem à
"Back School" (ANDRADE; ARAUJO; VILAR, 2005).
A "Back School", que consiste em um programa de educação
e treinamento postural utilizado na prevenção e no tratamento de
indivíduos com dores nas costas (ANDRADE; ARAUJO; VILAR,
2005), pode, dependendo da origem dos pesquisadores e de sua
concepção epistemológica, ser também denominada de "Health
Education, Postural Program, Postural School, Back Care
Education", entre outros. Quando o termo original "Back School" é
traduzido para o português, o mesmo também recebe distintas
nomenclaturas, sendo as mais utilizadas: Escola de Coluna (CHUNG,
1996; ANDRADE; ARAUJO; VILAR, 2005), Escola de Postura
(KNOPLICH, 2006; FERREIRA; NAVEGA, 2010), Escola Postural
(SOUZA; VIEIRA, 2003, UES; MORAES, 2003), e Programa de
Educação Postural (BENINI; KAROLCZAK, 2010; CANDOTTI
et al, 2011). Neste artigo adotou-se como a tradução mais adequada
de "Back School", a expressão "Escola Postural". Não obstante, ao
longo desta revisão será respeitada a nomenclatura adotada pelos
diferentes autores.
Tem sido referenciado que participantes de "Escolas Posturais",
de diferentes faixas etárias, tendem a modificar positivamente sua
postura durante as Atividades de Vida Diária (AVD's), bem como
seus conhecimentos teóricos sobre a coluna vertebral
(ROBERTSON; LEE, 1990, CARDON; CLERCQ;
BOURDEAUDHUIJ, 2002, MÉNDEZ; GÓMEZ-CONESA, 2010).
Desse modo, as Escolas Posturais podem ser oferecidas a públicos
distintos, como, por exemplo, terceira idade, crianças e adolescentes
(SPENCE; JENSEN; SHEPARD, 1984, ROBERTSON; LEE, 1990,
CARDON; CLERCQ; BOURDEAUDHUIJ, 2002, CANDOTTI et
al, 2009; REBOLHO; CASAROTTO; AMADO, 2009, MÉNDEZ;
GÓMEZ-CONESA, 2010), desde que seus conteúdos teóricos e
práticos sejam adaptados às diferentes necessidades.
Escola postural: revisão sistemática dos ...
, Porto Alegre, v. 18, n. 04, p. 265-291, out/dez de 2012.
3
O sucesso deste método preventivo e de tratamento fez com
que, nas últimas décadas, em diversos locais do mundo, as "Escolas
Posturais" fossem uma opção eficaz para atenuar as altas
prevalências de alterações posturais e de dores na coluna vertebral
(SOUZA; VIEIRA, 2003, FERREIRA; NAVEGA, 2010).
Especificamente no Brasil, o ensino das AVD's por meio de "Escolas
Posturais" e metodologias similares tem sido amplamente pesquisada
como um recurso para o tratamento de dores nas costas na população
de adultos (CHUNG, 1996, VIEIRA; SOUZA, 2002, SOUZA;
VIEIRA, 2003, UES; MORAES, 2003, FERREIRA; NAVEGA,
2010, TOBO et al, 2010, BORGES et al, 2011). Esses programas
apresentam diferentes estruturas em termos de números de aula,
tempo de duração de cada aula, conteúdos abordados. Entretanto,
observa-se que todos os programas contemplam tanto conteúdos
teóricos, como a anatomia e fisiologia da coluna vertebral e a
importância dos exercícios físicos e cuidados com a postura durante
a realização de AVD's para evitar dores musculoesqueléticas, quanto
atividades práticas, como vivências de posturas adequadas e
exercícios. Os programas de Escola Postural têm sido oferecidos a
grupos de adultos que apresentam dores nas costas em diferentes
contextos, como, por exemplo, em Unidades Básicas de Saúde (UES;
MORAES, 2003, FERREIRA; NAVEGA, 2010, BORGES et al,
2011), projetos de extensão universitários oferecidos à comunidade
(VIEIRA; SOUZA, 2002, SOUZA; VIEIRA, 2003), hospitais/
clínicas universitárias (CHUNG, 1996; TOBO et al, 2010).
No entanto, a ocorrência de dor nas costas e as alterações
posturais, além de estarem presentes em larga escala em adultos,
manifestam-se também em grandes proporções na infância e na
adolescência (DETSCH; CANDOTTI, 2001, LIMON; VALINSKY;
SHALOM, 2004, SHEHAB; JARALLAH, 2005, SKOFFER, 2007).
Paananen et al (2010) demonstraram que a ocorrência de dor
musculoesquelética em duas ou mais áreas anatômicas é muito
frequente em jovens escolares. Do mesmo modo, outros estudos,
em que avaliaram escolares das cidades de Jaguariúna - SP (SANTOS
et al, 2009) e de São Leopoldo - RS (DETSCH et al, 2007),
verificaram uma alta prevalência de alterações posturais laterais e
Matias Noll et al
, Porto Alegre, v. 18, n. 04, p. 265-291, out/dez de 2012.
4 Ensaios
ântero-posteriores, acometendo mais de 66% dos avaliados.
Especula-se que a dor nas costas e os problemas posturais em jovens
podem ter causa multifatorial (SIIVOLA et al, 2004), como: utilizar
mochilas pesadas e transportá-las de modo assimétrico (KELLIS;
EMMANOUILIDOU, 2010), permanecer longos períodos sentado,
utilizar cadeiras e mesas que não possuam dimensões adequadas ao
tamanho do usuário (LIMON; VALINSKY, 2004), assumir posturas
que não mantenham as curvaturas fisiológicas da coluna vertebral
durante a execução de AVD's (VANDERTHOMMEN et al, 1999;
WOMERSLEY; MAY, 2006, TREVELYAN; LEGG, 2006), utilizar
calçados de salto alto que gerem compensações na busca do
equilíbrio postural (PEZZAN et al, 2011), dormir menos de sete
horas por dia, estar com sobrepeso (PAANANEN et al, 2010;
AUVINEN et al, 2010) e apresentar algum fator psicossocial, como,
por exemplo, depressão e ansiedade (LIMON; VALINSKY, 2004).
Desta forma, sabendo-se que a postura corporal executada
durante as AVD's está presente entre os fatores de risco associados
à lombalgia e à ocorrência de problemas posturais na população de
escolares (MÉNDEZ; GÓMEZ-CONESA, 2010), especula-se que
a mesma tem importantes implicações para a saúde e o bem-estar
do ser humano (CANDOTTI; NOLL; CRUZ, 2010). Isso porque
ela determina a quantidade e a distribuição do esforço sobre os vários
ossos, músculos, tendões, ligamentos e discos intervertebrais,
podendo potencializar ou amenizar os malefícios e sobrecargas
resultantes na coluna vertebral (KARAHAN;
BAYRAKTAR, 2004).
Neste contexto, torna-se relevante a inclusão de propostas
educativas e preventivas nas escolas que visem à diminuição das
altas prevalências de alterações posturais e de dores na coluna
vertebral em crianças e adolescentes (FERNANDES;
CASAROTTO; JOÃO, 2008). As "Escolas Posturais" apresentam
estratégias pedagógicas direcionadas ao conhecimento e aquisição
de hábitos posturais saudáveis que visam prevenir e minimizar a
dor e as alterações posturais. Seus conteúdos e métodos de ensino
podem ser adaptados as diferentes faixas de desenvolvimento
Escola postural: revisão sistemática dos ...
, Porto Alegre, v. 18, n. 04, p. 265-291, out/dez de 2012.
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cognitivo e motor, adequando-se à infância e à adolescência.
Um passo inicial para que o desenvolvimento de "Escolas
Posturais" torne-se uma realidade no cotidiano escolar é conhecer
os programas existentes, seus métodos de ensino e avaliação, bem
como seus resultados. Deste modo, o presente estudo de revisão
sistemática objetivou apresentar e discutir os programas de "Escola
Postural" desenvolvidos nas últimas quatro décadas para a população
de escolares no Brasil, e apontar direções e perspectivas para o
desenvolvimento de estudos e intervenções no meio escolar.
2 METODOLOGIA
Para cumprir com o propósito deste estudo, foi utilizada a
metodologia de revisão sistemática de artigos científicos, a qual
consiste em uma forma de síntese dos resultados de pesquisas
encontradas em várias bases de dados relacionados a um problema
específico (GALVÃO; SAWADA; TREVIZAN, 2004). As bases
de dados consultadas no presente estudo foram: Scopus, Science
Direct, PubMed, Scielo e o Banco de Teses e Dissertações da Capes
(BTDC). As palavras-chave utilizadas na busca pelos estudos foram:
Postural Program; Postural School; Back School; Back Care
Education; Back Education; e os respectivos termos em português.
Os estudos encontrados, para integrar a presente revisão sistemática,
deveriam preencher os seguintes critérios: (a) desenvolver um
programa teórico e/ou prático educativo e/ou preventivo relacionado
ao ensino da execução adequada das AVD's e assuntos relacionados
à postura corporal e coluna vertebral; (b) terem sido desenvolvidos
a partir da década de 1970 no Brasil; e (c) que a população alvo
fosse crianças e/ou adolescentes. Optou-se pela inclusão de
publicações a partir de 1970, pois esta data caracteriza a origem do
desenvolvimento das "Escolas Posturais" (FORSSEL, 1980;
FORSSEL, 1981, ANDRADE; ARAUJO; VILAR, 2005).
A seleção inicial ocorreu pela simples leitura dos títulos
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, Porto Alegre, v. 18, n. 04, p. 265-291, out/dez de 2012.
6 Ensaios
encontrados, sendo descartados aqueles não relacionados às
palavras-chave definidas. Para os estudos potencialmente elegíveis,
além da leitura dos títulos foram também lidos os resumos. Os artigos
que aparentemente cumpriram com os critérios de inclusão foram
lidos e analisados na íntegra, sendo finalmente incluídos aqueles
que contemplassem todos os três critérios estabelecidos na presente
revisão sistemática. Adicionalmente, as referências bibliográficas
de cada publicação foram examinadas objetivando encontrar artigos
ainda não rastreados pela busca eletrônica.
A Figura 1 apresenta o fluxograma da estratégia adotada
para busca, realizada nos meses de outubro e novembro de 2011, e
inclusão dos artigos e as razões de exclusão para os artigos não
inseridos. Dos 291 artigos inicialmente identificados a partir das
palavras-chave, 249 foram excluídos, pois não foram desenvolvidos
a partir da década de 70 no Brasil. Dos 42 artigos restantes, ao serem
analisados na íntegra, 36 foram excluídos por não abrangerem a
população de escolares. Assim, somente 6 artigos cumpriram com
os todos os critérios de inclusão da revisão. Ainda foram incluídos
2 artigos obtidos por meio da análise das referências bibliográficas
e uma dissertação de mestrado obtida no BTDC.
Escola postural: revisão sistemática dos ...
, Porto Alegre, v. 18, n. 04, p. 265-291, out/dez de 2012.
7
Figura 1 - Fluxograma da seleção de artigos
Fonte: autores
3 PROGRAMAS DE ESCOLA POSTURAL DESENVOLVIDOS PARA A
POPULAÇÃO DE ESCOLARES NO BRASIL
No Quadro 1 são apresentados e descritos os nove estudos
selecionados e incluídos nesta revisão sistemática. A seguir, listar-
se-ão os artigos por ordem cronológica, assim como uma breve
discussão e reflexão sobre cada um deles e suas principais
características. Sabendo-se que os programas de ensino da postura
adequada nas AVD's apresentam nomenclaturas distintas, optou-se
por manter as nomenclaturas descritas originalmente na publicação
destes estudos. São discutidos aspectos relacionados à metodologia
de ensino (técnicas de ensino, periodicidade e duração do programa
de ensino), instrumentos de coleta de dados e resultados do programa
de ensino.
Busca sistemática 
(Scopus + Science Direct + PubMed +Scielo) 
Artigos identificados por meio das 
palavras-chave 
(n=291) 
 
 
Artigos excluídos por não 
serem desenvolvidos a 
partir da década de 70 no 
Brasil 
(n=249) 
 
Artigos potencialmente selecionados, 
publicados a partir da década de 70 e 
desenvolvidos no Brasil 
(n=42) 
 
 
Artigos excluídos por não 
abranger a população de 
escolares 
(n=36) 
 
Artigos desenvolvidos com escolares 
selecionados para este estudo de 
revisão 
(n=6) 
 
Artigos encontrados 
nas referências 
(n=2) 
 
 Estudo encontrado 
no BTDC 
(n=1) 
 
 
Estudos incluídos nesta 
revisão sistemática 
(n=9) 
 
Matias Noll et al
, Porto Alegre, v. 18, n. 04, p. 265-291, out/dez de 2012.
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, Porto Alegre, v. 18, n. 04, p. 265-291, out/dez de 2012.
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Matias Noll et al
, Porto Alegre, v. 18, n. 04, p. 265-291, out/dez de 2012.
10 Ensaios
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Escola postural: revisão sistemática dos ...
, Porto Alegre, v. 18, n. 04, p. 265-291, out/dez de 2012.
11
O primeiro estudo sobre um programa de ensino de AVD's
para escolares, realizado no Brasil, foi desenvolvido por Santos
(1998), na década de 90. Este estudo teve como objetivo central
verificar os efeitos de um programa teórico sobre o conhecimento
de escolares de 5ª a 8ª séries, em relação aos desvios posturais e
suas possíveis causas. O programa de ensino foi composto por uma
única palestra, a qual foi realizada por acadêmicos, abordando os
seguintes conteúdos: técnicas de prevenção, causas e avaliação de
desvios posturais. Foram utilizadas, durante a palestra, técnicas
expositivas (oral e visual), momentos de discussão ao longo das
atividades, e foi projetado um filme sobre os hábitos posturais
adequados nas AVD's. Santos (1998) concluiu, a partir da utilização
de questionário aplicado após um período de 40 dias da intervenção,
que o seu programa de Educação Postural foi eficaz na melhora do
nível de conhecimento dos escolares. No entanto, o autor afirma
que não se pode garantir que com apenas esta contribuição do
programa de ensino realizado na melhora do conhecimento dos
escolares, ocorra uma mudança dos hábitos posturais nas AVD's.
Cronologicamente, o próximo estudo desenvolvido no Brasil
foi realizado por Ritter (2003) o qual desenvolveu uma Escola
Postural de 20 sessões. As sessões abordaram temas relativos à
evolução do homem e a coluna vertebral, estrutura e função da coluna
vertebral, e postura adequadas nas AVD's, de forma teórica e prática,
como por exemplo, postura ao pegar objeto do solo, postura ao
transportar o material escolar e postura sentada. Todos os encontros
seguiram a seguinte dinâmica: atividade de alongamento muscular,
avaliação da tarefa realizada em casa, revisão do tema da aula
anterior, introdução teórica e aplicação prática do tema do encontro,
estabelecimento da tarefa para o encontro posterior e avaliação do
encontro. Foram utilizados diversos materiais, tais como, esqueleto
humano, materiais esportivos e recicláveis, e diversos recursos de
aprendizagem, dentre eles, momentos de discussões e atividades
recreativas.
Ritter (2003) utilizou cinco instrumentos avaliativos: (a)
Análise da postura dinâmica das AVD's através de vídeo, protocolo
Matias Noll et al
, Porto Alegre, v. 18, n. 04, p. 265-291, out/dez de 2012.
12 Ensaios
proposto por Rocha e Souza (1999); (b) Questionário sobre AVD's,
validado em estudo piloto, o qual objetivou verificar a forma como
os escolares executam as AVD's; (c) Observação da postura sentada
para escrever em sala de aula, por meio de filmagens; (d)
Questionário sobre as AVD's dos escolares respondido pelos pais,
cujo objetivo era de que os mesmos avaliassem os seus filhos nas
atividades domésticas; e (e) Teste de amplitude de movimento das
articulações do tornozelo, quadril, e da coluna lombar. Os resultados
encontrados por Ritter (2003) demonstraram que os participantes
da Escola Postural apresentaram melhora significativa em todas as
AVD's avaliadas através de vídeo, e na observação da tarefa de sentar
para escrever em sala de aula por meio de filmagens. No entanto, o
mesmo não foi observado no questionário sobre as AVD's, na
observação das tarefas investigadas no ambiente doméstico e na
amplitude de movimento articular, sugerindo que este programa não
contribuiu para a modificação destas variáveis.
Um ano mais tarde, Zapater et al (2004) publicaram um estudo
cujo objetivo foi avaliar a contribuição de um programa de educação
sobre o conhecimento relacionado à postura sentada. O programa
de educação teve como objetivo instalar e/ou modificar
comportamentos pessoais em relação aos movimentos e posturas
corporais inadequadas, capacitando os indivíduos a executar medidas
preventivas. O programa foi dividido em duas partes: a) a primeira
parte foi ministrada pelos pesquisadores, caracterizada como
atividades de ensino em grupo, duas horas semanais, ao longo de
quatro semanas, com sessões expositivas, sendo utilizadas
transparências e pôsteres, com o intuito de informar sobre o "que
fazer", e sessões práticas, com o intuito de informar sobre "como
fazer"; b) a segunda parte foi ministrada pelas próprias professoras
de classe, caracterizada como atividades de reforço, durante 30 dias.
Os temas das aulas, tanto da primeira quanto da segunda parte do
programa, foram: anatomia básica da coluna vertebral, membro
superior e inferior; efeitos e sobrecargas relacionadas à postura
sentada; e como prevenir os malefícios
relacionados à postura
sentada.
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Foi verificado pelos autores (ZAPATER et al, 2004), por meio
de um questionário aplicado logo após a finalização da intervenção,
que o programa de educação se mostrou eficaz para aumentar os
conhecimentos dos escolares a respeito da postura sentada. Os
autores relatam a necessidade de se dar continuidade a essa linha de
pesquisa, com estudos que investiguem o comportamento preventivo
em longo prazo, com consequente mudança de hábito postural, além
de programas preventivos que orientem o professor a identificar
fatores de risco e atuar no ambiente escolar.
Nos últimos quatro anos houve um aumento no interesse dos
pesquisadores em desenvolver programas educativos com a
população de escolares (FERNANDES; CASAROTTO; JOÃO,
2008, REBOLHO; CASAROTTO; AMADO, 2009, CANDOTTI
et al, 2009, BENINI; KAROLCZAK, 2010, CANDOTTI et al, 2010;
CANDOTTI et al, 2011), os quais são descritos a seguir.
Fernandes, Casarotto e João (2008) objetivaram avaliar o efeito
de sessões educativas teóricas sobre as posturas adotadas pelos
escolares no transporte de mochilas escolares, sobre o modelo e
modo de transporte de mochilas, e sobre a quantidade de carga
transportada. Os alunos, sem aviso prévio, foram filmados no
momento de chegada na escola, a partir de uma câmera de vídeo
fixada discretamente na portaria principal da escola. Os dados das
filmagens foram categorizados seguindo quatro modos de transporte
(ombro unilateral, ombro bilateral, mãos e mãos no modelo carrinho)
e três tipos de mochila (uma alça, duas alças e carrinho). Em seguida,
a quantidade de carga (kg) das mochilas foi verificada.
O programa educativo foi composto por três palestras sobre
orientação postural destinadas (1) aos pais e/ou responsáveis, (2)
aos professores e diretor da escola, e (3) aos escolares participantes
do estudo. Nas palestras, com duração de 60 minutos, foram
desenvolvidos os seguintes conteúdos: conceitos de anatomia,
biomecânica e fisiopatologia das lesões de coluna vertebral;
orientações sobre excesso de carga transportada, modelo e modo
adequado para o transporte das mochilas escolares; orientações sobre
carga do material de uso diário exigido pela escola e orientações
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14 Ensaios
para aquisição de materiais mais leves. Na palestra destinada às
crianças, além destes conteúdos, foram também realizadas vivências
práticas. Após a intervenção, as crianças receberam reforços
educativos durante três meses, com frequência de 1 sessão de 60
minutos por mês. Nesses encontros mensais, as orientações práticas
foram reforçadas na sala de aula. Do mesmo modo, foi enviado um
folheto com conteúdo resumido da palestra para os pais e/ou
responsáveis, e foram fixados nas salas de aula cartazes para servir
de reforço aos professores e aos próprios alunos. Os escolares foram
avaliados antes do início das palestras e após o fim dos reforços.
Estes pesquisadores verificaram que esta intervenção promoveu
mudanças significativas no transporte de mochilas, principalmente
com relação à diminuição da quantidade de carga (relativa e absoluta)
transportada. Especificamente, os resultados mostraram um aumento
significativo do número de alunos que utilizavam mochila de duas
alças, sendo esta significativamente transportada por mais alunos
de forma bilateral sobre os ombros.
Rebolho, Casarotto e Amado (2009) objetivaram verificar a
contribuição de duas estratégias educacionais na retenção de
informações sobre hábitos posturais adequados. Os escolares foram
submetidos a dois diferentes programas de educação postural: a)
história em quadrinhos e b) experiência prática. Foram ministrados
aos dois grupos, os mesmos conteúdos sobre hábitos posturais, porém
por meio de diferentes estratégias de ensino-aprendizagem. Os
escolares participaram de quatro encontros sendo desenvolvidos os
seguintes conteúdos: anatomia e biomecânica do sistema
musculoesquelético e articular, e hábitos posturais adequados. As
avaliações, realizadas após seis meses do término da intervenção
por meio de um questionário de conhecimentos sobre hábitos
posturais adequados, demonstraram que as duas estratégias de ensino
utilizadas mostraram-se efetivas no sentido de ensinar e fixar
conceitos dos hábitos posturais.
Candotti et al (2009) objetivaram verificar a contribuição de
uma Escola Postural com metodologia adaptada para crianças em
proporcionar mudanças nos hábitos de postura nas AVD's e ajustes
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posturais estáticos da cabeça e ombros em busca de uma postura
adequada, e proporcionar informações acerca da coluna vertebral.
Nos períodos avaliativos foram realizadas as seguintes avaliações
com ambos os grupos: (a) Avaliação da Postura Estática, avaliada
no posturógrafo, visando avaliar a postura estática nos planos frontal
e sagital, bem como observar possíveis desvios posturais do avaliado;
(b) Avaliação da Postura Dinâmica, avaliada a partir de um circuito
de AVD's, proposto por Rocha e Souza (1999) com registros em
vídeo; e (c) Questionário informativo sobre os conhecimentos
teóricos, o qual objetivou verificar o conhecimento teórico sobre a
coluna vertebral. O Programa de Escola Postural desenvolvido neste
estudo (CANDOTTI et al, 2009) para crianças entre oito e onze
anos de idade, foi adaptado de Souza (1996). Os conteúdos
desenvolvidos foram: estrutura e funções das estruturas da coluna
vertebral, objetivos da Escola Postural, postura adequada nas AVD's.
Os resultados demonstraram que o Programa de Escola Postural foi
eficaz no aprendizado da execução das AVD's e dos conhecimentos
teóricos sobre a coluna vertebral logo após a finalização do programa,
não sendo eficaz no realinhamento da postura estática.
Benini e Karolczak (2010) objetivaram analisar os benefícios
de um programa de educação postural em escolares de uma escola
de ensino fundamental. O programa educativo consistiu em uma
única sessão educativa aos escolares e professores, sendo
desenvolvidos os seguintes conteúdos: anatomia e as lesões da coluna
vertebral, e informações sobre modo de transporte e excesso de peso
da mochila escolar, e sobre as posturas adequadas nas AVD's. Os
escolares foram avaliados quatro semanas após a intervenção por
meio de um questionário sobre hábitos posturais na escola e nas
AVD's. Os pesquisadores, a partir dos resultados deste estudo,
concluíram que apenas uma sessão de educação postural para alunos
promoveu o conhecimento de hábitos posturais saudáveis e a
modificação de algumas posturas cotidianas.
Em estudo também publicado em 2010, Candotti et al (2010)
desenvolveram uma pesquisa similar à publicada em 2009, descrita
anteriormente (CANDOTTI et al, 2009), com pubescentes. Os
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16 Ensaios
pesquisadores objetivaram verificar a contribuição de um programa
de escola de postura em proporcionar mudanças nos hábitos
posturais. Nos períodos de pré e pós-experimento, além dos
procedimentos de avaliação realizadas por Candotti et al (2009),
foi utilizado também um Questionário de Dor. A Escola de Postura
proposta neste estudo é idêntica à proposta por Candotti et al (2009).
Os resultados desse estudo sugerem que a Escola de Postura
Adaptada para pubescentes teve um efeito positivo quanto: (a) ao
realinhamento da postura estática, (b) ao conhecimento teórico sobre
o funcionamento da coluna vertebral e suas estruturas, (c) à postura
dinâmica na execução das atividades do dia a dia do pubescente, e
(d) à diminuição da dor nas costas.
A mais recente publicação encontrada foi desenvolvida por
Candotti et al (2011). Este estudo teve
como objetivo avaliar os
efeitos de um Programa de Educação Postural para as crianças e
adolescentes oito meses após o seu término. Este estudo foi um
follow-up de dois estudos realizados anteriormente pelos mesmos
autores (CANDOTTI et al, 2009; CANDOTTI et al, 2010).
Utilizando os mesmos procedimentos de avaliação anteriores
(CANDOTTI et al, 2009) os autores buscaram verificar se o efeito
apresentado imediatamente após o término dos Programas de
Educação Postural era mantido após oito meses sem qualquer
intervenção. Os resultados encontrados sugerem que os efeitos
positivos resultantes do Programa de Educação Postural não foram
estendidos ao período de follow-up. Portanto, os participantes do
Programa de Educação Postural, oito meses após seu término
demonstraram: (a) não conhecer e não saber identificar a coluna
vertebral, suas partes e funções; e (b) não manter as curvaturas
naturais da coluna vertebral, seja durante a postura estática ou
durante as AVD's. Estes resultados sugerem que os conteúdos
teóricos e o conhecimento da importância da boa postura durante as
AVD's não foram efetivamente incorporados aos hábitos das crianças
e adolescentes, sinalizando a necessidade de rever a metodologia
de ensino utilizada e o tempo ou carga horária utilizada para
desenvolvimento das atividades através de novas pesquisas.
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4 APONTAMENTOS FINAIS
A partir da análise dos objetivos das nove publicações verifica-
se que estas apresentam objetivos similares, visto que pretendem
avaliar a contribuição de programas de ensino para a aquisição de
hábitos posturais adequados. No entanto, diferem no que tange a
avaliação, pois algumas publicações enfatizam a contribuição do
programa a partir da melhora dos conhecimentos e outras a partir
da execução (prática) das AVD's. A estrutura dos programas variou
desde um único encontro até vinte encontros; de aula direcionada
exclusivamente para escolares à aula para escolares, pais, corpo
docente e direção da escola. No que diz respeito às metodologias de
ensino destes programas, de forma geral, as publicações apresentam
métodos de ensino bastante distintos entre si. As metodologias de
ensino contemplaram desde aulas expositivas à utilização de diversos
recursos pedagógicos como filmes, pôsteres, transparências e
vivências corporais. Quanto aos conteúdos abordados nestes
programas de ensino, alguns tópicos em comum foram encontrados,
tais como: anatomia e biomecânica da coluna vertebral, e postura
adequada nas AVD's, o que é também observado nos programas
direcionados a população de adultos. Entretanto, cada estudo
apresenta particularidades individuais, como o ensino detalhado
sobre os desvios posturais, sobre as lesões da coluna vertebral,
metodologias baseadas em história em quadrinhos e vivências
corporais. Isto demonstra que os pesquisadores não seguem uma
única metodologia de ensino, pois utilizam estratégias pedagógicas
diversificadas para o ensino da postura corporal.
Como instrumento avaliativo, utilizado para comparar as
avaliações antes e após as intervenções, predomina a utilização de
questionários, seja para avaliar o conhecimento teórico, a postura
corporal nas AVD's, e/ou a dor nas costas. Dentre as nove
publicações, oito utilizaram o questionário como instrumento
avaliativo, e em quatro destas, o questionário foi o único instrumento
avaliativo (Quadro 1). Referente a isto, Andreotti e Okuma (1999)
relatam que existe a necessidade de serem utilizados conjuntamente
aos questionários, testes dinâmicos padronizados e validados para
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18 Ensaios
avaliação da postura dinâmica, elevando a qualidade da avaliação,
visto que os questionários em geral não são capazes de mensurar a
incorporação do conhecimento teórico para a prática, ou seja, a
transferência do conhecimento para a execução do movimento, fato
este facilmente obtido por meio da filmagem da postura dinâmica
(SPENCE; JENSEN; SHEPARD, 1984). Possivelmente, por este
motivo, o grupo de pesquisadores do Rio Grande do Sul (RITTER,
2003; CANDOTTI et al, 2009; CANDOTTI et al, 2010;
CANDOTTI et al, 2011) e de São Paulo (FERNANDES;
CASAROTTO; JOÃO, 2008), na busca por avaliações de maior
qualidade, tem utilizado, conjuntamente aos questionários, testes
dinâmicos padronizados para avaliação da postura dinâmica.
Fernandes, Casarotto e João (2008) utilizaram a filmagem com
o objetivo apenas de verificar o modelo e o modo de transporte da
mochila escolar dos avaliados. Já Candotti et al (2009; 2010; 2011)
e Ritter (2003) utilizaram como instrumento avaliativo a
"Observação das Atividades de Vida Diária através de vídeo",
instrumento este proposto e validado por Rocha e Souza (1999).
Este instrumento, com o objetivo de avaliar a postura durante a
execução de seis AVD's, foi submetido à validação de conteúdo por
três especialistas em postura corporal, e após, à consistência interna
e fidedignidade, sendo verificado um elevado coeficiente alfa e
elevados valores de correlação, respectivamente. Embora muito
acessível e de fácil aplicação, este instrumento foi validado com
uma amostra composta por trabalhadores adultos, e por isso não
avaliou AVD's comuns no contexto escolar, como, por exemplo,
transportar mochila e utilizar o computador. Não obstante, uma vez
que o instrumento proposto por Rocha e Souza (1999) não foi
concebido para o ambiente escolar, entende-se que ainda existe a
necessidade do desenvolvimento e validação de instrumentos
específicos para avaliar a postura corporal nas AVD's rotineiras dos
escolares, para que se possa avaliar de forma mais eficaz esta
população.
Os programas de ensino, avaliados por meio de questionário,
filmagem da execução das AVD's, assim como por testes de
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amplitude de movimento e de avaliação da postura estática,
demonstraram resultados similares. De forma geral, os programas
de ensino foram eficazes na melhora imediata dos conhecimentos
teóricos sobre os conteúdos ensinados, e na melhora da execução
das AVD's, ou seja, demonstraram que os escolares foram capazes
de assimilar os conhecimentos teóricos e, em algumas situações, de
levá-los para a prática. Ainda, o peso da mochila escolar, avaliado
em um único estudo, diminuiu após a realização das sessões
educativas (FERNANDES; CASAROTTO; JOÃO, 2008). No
entanto, a melhora da amplitude de movimento articular e a
contribuição das intervenções no realinhamento da postura estática
ainda não foram alcançadas, embora estes tipos de resultados não
sejam objetivos específicos das Escolas Posturais.
Como se pode observar, de forma geral, os resultados da
presente revisão sistemática demonstraram a contribuição dos
programas de ensino na melhora imediata dos conhecimentos
teóricos e na capacidade dos escolares levarem este conhecimento
à prática, quando avaliada logo após o término dos programas. Estes
dados corroboram com estudos de intervenção realizados para
adultos (UES; MORAES, 2003, FERREIRA; NAVEGA, 2010;
TOBO et al, 2010; BORGES et al, 2011) e são encorajadores para
que mais experiências desta natureza sejam desenvolvidas e
integradas ao programa escolar. Na análise dos resultados de cada
estudo, um aspecto que merece destaque, diz respeito ao
delineamento metodológico. Segundo Thomas, Nelson e Silverman
(2012), os estudos experimentais, compostos por grupos
experimental e controle, apresentam maior validade interna quando
comparados aos estudos compostos por apenas um grupo
experimental, visto que existe maior garantia e possibilidade de
afirmar que os resultados obtidos se devem de fato à intervenção.
Sugere-se que novas pesquisas de escolas posturais com escolares
concentrem
esforços para agregar um grupo controle no seu
delineamento metodológico, possibilitando uma avaliação das
repercussões de uma intervenção específica sobre a postura.
No entanto, embora se verifique os efeitos positivos das Escolas
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20 Ensaios
Posturais e programas de ensino similares, estudos que visem
identificar se estas mudanças são permanentes ainda são escassos.
Entre as nove publicações encontradas realizadas com a população
de escolares no Brasil, apenas uma, a mais recente (CANDOTTI et
al, 2011), objetivou avaliar se os conhecimentos adquiridos
permaneciam após um longo período sem intervenção. Os autores
concluíram que os aprendizados adquiridos após a intervenção não
se mantiveram por um período de oito meses demonstrando que um
intervalo desta magnitude, sem orientação e reforço das novas
aprendizagens, provavelmente deve ter afetado negativamente os
efeitos do programa em longo prazo. Segundo Weineck (2005)
movimentos incorporados se perdem do ponto de vista mecânico e
fisiológico quando não são renovados de tempo em tempo, o que
justifica o retrocesso dos conhecimentos adquiridos com a Escola
Postural. A incorporação de novos conhecimentos está associada a
uma metodologia que sistematize e dê significado para que os
mesmos façam parte do cotidiano dos escolares.
Um aspecto relevante na aprendizagem e na incorporação dos
conhecimentos teóricos é a motivação dos escolares na participação
dos programas de ensino, pois a motivação é dinamizadora da
aprendizagem, conduzindo os seres humanos à ação ou à inércia,
ou seja, é o motivo pelo qual se escolhe fazer ou manter algo. Assim,
os autores (CANDOTTI et al, 2011) acreditam que a motivação foi
fundamental para a realização do PEP, pois a mesma é decisiva
no processo de aprendizagem, sendo responsável pela inércia ou
pela ação em qualquer atividade. Cardon, Clercq e Bourdeaudhuij
(2002), desenvolveram uma Escola Postural de seis aulas para 347
escolares da quarta e quinta séries da Bélgica, encontrando resultados
positivos em relação ao conhecimento teórico e à realização das
AVD's logo após a finalização da intervenção e no follow-up de um
ano, resultados que demonstram a possibilidade de incorporação de
conhecimentos e de hábitos posturais adequados por escolares.
Candotti, Rohr e Noll (2011) identificaram, junto a professores
de Educação Física do Ensino Fundamental II da cidade de
Montenegro, que 90,9% dos professores consideram importante
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ensinar e praticar a educação postural com os alunos, mas que apenas
13,6% trabalhavam este conteúdo específico em suas aulas. Dos 22
professores que participaram dessa pesquisa, 50% não haviam
cursado disciplinas que contemplassem conteúdos de educação
postural na graduação. Para que mudanças ocorram no campo da
atuação profissional, é necessário que os cursos de graduação
invistam em disciplinas focadas na Educação Postural. Nesse
sentido, a inclusão de uma disciplina de educação postural na
formação dos professores de Educação Física estimularia a
incorporação da educação postural no planejamento das aulas,
cumprindo-se com conteúdo obrigatório no ensino básico previsto
nos Parâmetros Curriculares de Educação Física (1997).
5 PERSPECTIVAS
Buscando minimizar os efeitos tardios negativos e para
fomentar a utilização da Escola Postural, uma sugestão seria a
implantação de "reforços de aprendizagem" periódicos, ou seja, que
após a participação destes programas de ensino, os participantes
fossem convidados a retornar em períodos inferiores a oito meses
para vivenciar, por exemplo, em um único encontro, as experiências
corporais e posturais experimentadas na Escola Postural.
Diante destes resultados, acredita-se ser importante continuar
a implantar e estudar os efeitos de uma Escola Postural, com
avaliações em longo prazo, para averiguar a permanência dos
conteúdos adquiridos. Assim, torna-se interessante que novos
programas de Escola Postural sejam realizados com crianças e
adolescentes, porém é necessário que, após o término destes
programas, houvessem reforços periódicos por meio de atividades
mensais como palestras e/ou vivências posturais. Especula-se que
estas atividades possivelmente garantiriam o aprendizado e
assimilação dos conteúdos da Escola Postural, sendo incorporados
aos hábitos dos escolares. Entretanto, novas investigações científicas
são necessárias para comprovar ou refutar esta hipótese.
Em suma, entende-se fundamental que se inicie, logo na
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22 Ensaios
infância, uma orientação postural adequada, alertando do perigo
das atitudes corporais inadequadas durante a execução das AVD's e
mostrando as posturas corretas a serem realizadas diariamente.
Cardon et al (2007) e Candotti, Roth e Noll (2012) relatam a
importância dos programas de orientação e prevenção serem
iniciados já nos primeiros anos do Ensino Fundamental, pois deste
modo grande porcentagem da população poderia ser educada, visto
que, por lei, toda criança deve estar regularmente matriculada no
ensino básico. Além disto, o início destes programas nos primeiros
anos do ensino básico possibilita a realização de vários reforços de
aprendizagem (CARDON et al, 2007, CANDOTTI; ROTH; NOLL,
2012), o que proporciona aos jovens a possibilidade de aprender a
estabelecer padrões adequados de movimento sem ter que quebrar
padrões ineficientes e hábitos inadequados.
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Back school: systematic review of programs
designed for schoolchildren in Brazil
Abstract: This study aims to present and discuss the
Back School programs developed for students in Brazil.
It was used a methodology for systematic review of
scientific articles in several data bases and in the Bank
of Thesis and Dissertations of the Capes. From nine
publications included in this study it was concluded that
Back School programs contribute to the acquisition of
the theoretical knowledge and postural habits healthy
during the execution of activities of daily living. However,
studies aimed to identify whether the knowledge and
the postural habits acquired are kept in the course of
time are still scarce.
Keywords: Posture. Spine. Health Education.
Students. Brazil.
Educación postural: revisión sistemática de
programas educativos desarrollados en Brasil
Resumén: Este estudio tiene como objetivo presentar
y discutir los programas de Escuela Postural
desarrollados para los estudiantes de lo Brasil. Se
utilizó una metodología sistemática de artículos
científicos en bases de datos y Banco Tesis e
Disertaciones Capes. A partir de las nueve
publicaciones incluidas en este estudio se deduce que
los programas de Escuela Postural son eficaces para
mejorar los conocimientos teóricos y para mejorar el
desempeño de las actividades de la vida diaria. Sin
embargo, los estudios encaminados a identificar los
conocimientos y hábitos posturales adquiridos se
conservan en el transcurso del tiempo escasos.
Palabras clave: Postura. Columna Vertebral.
Educación en Salud. Estudiantes. Brasil.
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