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FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS ELIZABETH GARLICH IANI FERREIRA DE LIMA RAIANE DA SILVA MARTINS ANÁLISE DAS DEMOSNTRAÇÕES CONTÁBEIS COMO FERRAMENTA DE GESTÃO: UM ESTUDO NA EMPRESA COMERCIAL DE ROLAMENTOS E USINAGEM PELOTAS LTDA ME MACEIÓ - AL 2015 ELIZABETH GARLICH IANI FERREIRA DE LIMA RAIANE DA SILVA MARTINS ANÁLISE DAS DEMOSNTRAÇÕES CONTÁBEIS COMO FERRAMENTA DE GESTÃO: UM ESTUDO NA EMPRESA COMERCIAL DE ROLAMENTOS E USINAGEM PELOTAS LTDA ME Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Faculdade Maurício de Nassau, do curso de Graduação em Ciências Contábeis, como exigência parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis. Orientador(a): Prof(a) Sara Oliveira Gonzaga MACEIÓ - AL 2015 i Dedico esse trabalho a Marly Possenti, minha fonte inspiradora de sabedoria e persistência, a minha querida e amada mãe pelo incentivo a não desistir, a minha irmã Nathalia por sempre acreditar em minha capacidade, por fim, mas não menos importante, ao meu querido esposo por toda ajuda e compreensão nos dias de ausência. Elizabeth Garlich Dedico aos meus pais e minha irmã, pelo esforço, dedicação, apoio e incentivo em todos os momentos desta e de outras caminhadas. Iani Ferreira de Lima Dedico aos meus pais, pelo esforço, oportunidade, paciência e incentivo, que me concederam a mais este desafio da minha vida. Raiane da Silva Martins ii AGRADECIMENTOS Primeiramente agradecemos a Deus, por ter nos dado saúde, paz e sabedoria para a concretização deste trabalho de conclusão de curso. Agradecemos aos nossos pais, pela compreensão, apoio e incentivo para conseguir força nos momentos difíceis para superar todas as dificuldades ao longo desta caminhada. A Professora Sara Oliveira Gonzaga, pela dedicação, disponibilidade, paciência e sabedoria ao longo de toda orientação no decorrer do trabalho. Agradecemos a todos com a convicção de que a conclusão deste curso e a realização deste trabalho só foi possível devido ao nosso esforço, dedicação e muito empenho com diversas renúncias. iii Não é o desafio com que nos deparamos que determina quem somos e o que estamos nos tornando, mas a maneira com que respondemos ao desafio. Somos combatentes idealistas, mas plenamente conscientes, porque o ter consciência não nos obriga a ter teoria sobre as coisas: só nos obriga a sermos conscientes. Problemas pra vencer; liberdade para provar. E, enquanto acreditamos no nosso sonho nada é por acaso. Henfil iv RESUMO A Análise das Demonstrações Contábeis é uma ferramenta de extrema relevância para a identificação da situação econômico-financeira de uma empresa, e até mesmo a eficiência e desempenho de sua administração. Este trabalho tem como objetivo considerar a importância dos indicadores financeiros na tomada de decisão dentro da empresa Comercial de Rolamentos e Usinagem Pelotas Ltda Me. Através de uma análise vertical e horizontal das demonstrações contábeis, dos Índices de liquidez, endividamento, rentabilidade e atividade procura-se identificar a saúde econômico-financeira da empresa, comparando seus desempenhos entre os exercícios de 2012, 2013 e 2014. Para isso utiliza-se o Balanço Patrimonial e Demonstrações do Resultado do Exercício dos anos acimas citados. Como Resultado, conclui-se que a empresa Comercial de Rolamentos e Usinagem Pelotas Ltda Me encontra-se em uma situação econômico-financeira confortável, porém com declínio durante o período analisado. Palavras-chave: Análises das Demonstrações Contábeis; Situação econômico-financeira; Desempenho; Administração. v LISTA DE TABELAS TABELA 01 – BALANÇOS PATRIMONIAIS ......................................................................17 TABELA 02 – DEMOSTRAÇÕES DO RESULTADO DO EXERCÍCIO ............................18 TABELA 03 – BALANÇOS PATRIMONIAIS ......................................................................19 TABELA 04 – DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO DO EXERCÍCIO .........................20 TABELA 05 – ÍNDICES DE LIQUIDEZ ...............................................................................21 TABELA 06 – ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO ................................................................22 TABELA 07 – ÍNDICES DE ATIVIDADE (EM DIAS) ........................................................24 TABELA 08 – ÍNDICES DE RENTABILIDADE ..................................................................25 vi vi LISTAS DE GRÁFICOS GRÁFICO 01 – ÍNDICES DE LIQUIDEZ .............................................................................21 GRÁFICO 02 – ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO ..............................................................23 GRÁFICO 03 – ÍNDICES DE ATIVIDADE (EM DIAS) ......................................................24 GRÁFICO 04 – ÍNDICES DE RENTABILIDADE ...............................................................26 vii vii SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 8 1.1 PROBLEMA ................................................................................................... 8 1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 9 1.2.1 Objetivo geral ......................................................................................................................................... 9 1.2.2 Objetivos específicos .............................................................................................................................. 9 1.3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................... 10 1.4 METODOLOGIA ............................................................................................... 11 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................................... 12 2.1 Análise das Demonstrações Contábeis .................................................................................................... 12 2.2 Análises Vertical e Horizontal ................................................................................................................. 13 2.3 Índices ..................................................................................................................................................... 13 2.3.1 Índices de Liquidez ............................................................................................................................... 14 2.3.2 Índices de Endividamento..................................................................................................................... 15 2.3.3 Índices de Atividade .............................................................................................................................17 2.3.4 Índices de Rentabilidade ....................................................................................................................... 18 3 ESTUDO DE CASO ............................................................................................................ 20 3.1 A EMPRESA .................................................................................................... 20 3.2 ANÁLISE FINANCEIRA .................................................................................... 22 3.2.1 Análise Vertical e Horizontal ............................................................................................................... 24 3.2.2 Índices de Liquidez ............................................................................................................................... 27 3.2.3 Índices de Endividamento..................................................................................................................... 28 3.2.4 Índices de Atividade ............................................................................................................................. 29 3.2.5 Índices de Rentabilidade ....................................................................................................................... 31 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 33 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 35 ANEXOS .................................................................................................................................40 8 1 INTRODUÇÃO Com o passar dos anos, a modernidade e rapidez das informações precisam ser cada vez mais eficazes, buscando-se o domínio de um todo acerca de organização e metodologia para incrementar os resultados. Baseando-se nas empresas de grande, médio e até pequeno porte, observa-se aprimorando e norteamento através das Análises das Demonstrações Contábeis a fim de alcançar o patamar de excelência em seu negócio. Segundo Iudícibus (2013, p. 5), a Análise de Balanços é mais que uma simples técnica a ser aplicada, é a “arte de saber extrair relações úteis, para o objetivo econômico que tivermos em mente, dos relatórios contábeis tradicionais e de suas extensões e detalhamentos, se for o caso”. Com base nos resultados levantados pela Análise das Demonstrações Contábeis, o gestor tem uma visão melhor sobre a situação e evolução financeira da empresa, e até mesmo a sua posição no mercado em relação aos seus concorrentes, quando comparados seus índices com os de outras empresas. Com estas informações, o gestor possui uma base mais estruturada para tomar decisões a respeito do futuro da empresa, tornando-as mais eficazes. 1.1 PROBLEMA O desconhecimento por parte da empresa de sua situação econômico-financeira, de seus índices de liquidez, endividamento, rentabilidade e índices de atividades, mostra que a empresa não sabe em que fase evolutiva encontra-se. Cada fase do ciclo de vida organizacional possui uma série de características e variáveis, e o que se pretende, é conhecer o ciclo de vida da empresa a fim de que todas as decisões nela tomadas sejam consistentes e capazes de conduzir a empresa ao sucesso. Assim, origina-se a seguinte questão problema: Quais as informações a análise das demonstrações contábeis podem trazer a Comercial de Rolamentos e Usinagem Pelotas Ltda Me, já que a empresa nunca fez um estudo de sua situação econômico-financeira? 9 1.2 OBJETIVOS Serão descritos a seguir o objetivo geral e os específicos deste projeto contábil. 1.2.1 Objetivo geral Analisar as demonstrações contábeis da empresa Comercial de Rolamentos e Usinagem Pelotas Ltda Me e verificar sua situação econômico-financeira para propor a empresa um conhecimento de sua liquidez, lucratividade, rentabilidade e endividamento. 1.2.2 Objetivos específicos a) Analisar os índices de liquidez; b) analisar os índices de endividamento; c) analisar os índices de rentabilidade; d) analisar os índices de atividade; e) fazer uma análise vertical e horizontal das demonstrações contábeis da empresa; f) Apresentar um relatório referente a tendência econômico- financeira da empresa. 10 10 1.3 JUSTIFICATIVA A análise dos indicadores econômico-financeiros vem sendo feita há muitos anos e atualmente em tempos de valorização da informação e do conhecimento estes indicadores tem sua validade. Para as microempresas a análises das demonstrações contábeis é uma ferramenta de gestão que ajuda a nortear as decisões a serem tomadas pelo gestor da empresa. Estas análises oferecem uma visão clara da situação econômico-financeira da empresa, identificando seus pontos fortes e fracos e mostrando sua evolução durante os anos. Com as análises da evolução da empresa é possível projetar a situação que a empresa pode vivenciar num futuro próximo. O trabalho será realizado na empresa Comercial de Rolamentos e Usinagem Pelotas Ltda Me, por ser uma microempresa e colocando foco na análise econômico-financeira. Com isso verificando seus índices de liquidez, endividamento, rentabilidade e índices de atividade, como também, uma análise vertical e horizontal das demonstrações contábeis da empresa. Após os resultados deste trabalho, serão apontadas soluções eficientes para a gestão financeira da empresa. Neste trabalho serão aplicados muitos conhecimentos adquiridos ao longo do curso, principalmente sob a ótica financeiro-contábil. 11 1.4 METODOLOGIA No presente trabalho foram feitas análises do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado do Exercício, comparando o desempenho da empresa entre os exercícios 2012, 2013 e 2014; análise horizontal e vertical das demonstrações contábeis e análise de alguns indicadores. Neste trabalho foram utilizadas as análises de indicadores, conforme descreve abaixo. a) analisar os índices de liquidez; b) analisar os índices de endividamento; c) analisar os índices de rentabilidade; d) analisar os índices de atividade. Após análise dos indicadores, será apresentado um relatório referente a tendência econômico-financeira da empresa. Com objetivo de identificar a situação econômico- financeira da empresa para propor a empresa um conhecimento de sua liquidez, lucratividade, rentabilidade e endividamento. 12 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA “A Contabilidade, vista como ciência, possui diversos objetivos, comumente associados ao processo de registro e controle patrimonial ou ao suporte da decisão e gestão empresarial. A sua relação com a administração financeira e orçamentária é imediata e de fundamental importância” (BRUNI, 2010, p. 01). A Contabilidade é a linguagem dos negócios. Mede os resultados das empresas, avalia o desempenho dos negócios, dando diretrizes para tomadas de decisões. [...] Vivemos um momento em que "aplicar os recursos escassos disponíveis com a máxima eficiência" tornou-se, dadas as dificuldades econômicas (concorrência etc.), uma tarefa nada fácil. A experiência e o feeling do administrador não são mais fatores decisivos no quadro atual; exige-se um elenco de informações reais, que norteiem tais decisões. E essas informações estão contidas nos relatórios elaborados pela Contabilidade (MARION, 2012, p. 26). Logo, entende-se que o modo mais eficaz para se tomar decisões é baseando-se nos relatórios contábeis através da análise das demonstrações contábeis, pois ela é uma ferramenta de grandevalia para a constatação da saúde econômica e financeira da empresa, considerando que para aperfeiçoar as tomadas de decisões é essencial que se conheça os fatos relevantes que ocorrem em uma empresa, verificando as causas e consequências de suas mutações patrimoniais como um todo. 2.1 Análise das Demonstrações Contábeis Segundo a Lei nº 11.638/2007, as organizações são obrigadas a elaborar as seguintes Demonstrações Contábeis: Balanço Patrimonial; Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados, que pode ser substituída pela Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido; Demonstração do Resultado do Exercício; Demonstração do Fluxo de Caixa; Demonstração do Valor Acumulado. As Demonstrações Contábeis a serem analisadas nesse trabalho são o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). 13 Para Marion (2012, p. 9), “é dada mais ênfase ao Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), uma vez que, por meio delas, são evidenciadas de forma objetiva a situação financeira (identificada no BP) e a situação econômica (identificada no BP e, em conjunto, na DRE) ”. 2.1.1 Balanço Patrimonial (BP) O balanço patrimonial evidencia num determinado momento, a posição patrimonial e financeira da Entidade. Do lado direito do balanço, o objetivo de controladores e administradores financeiros envolve a busca de investimentos que gerem o maior ganho possível, ponderando o risco. Do outro lado, do lado esquerdo, o objetivo envolve buscar fontes de financiamento com o menor custo possível. Ao tomar melhores decisões de investimentos e melhores decisões de financiamentos, gestores buscariam atingir o objetivo maior de Finanças, associado à criação de riqueza ou valor para os sócios (BRUNI, 2010, p. 71). 2.1.2 Demonstrações do Resultado do Exercício (DRE) A Demonstração do Resultado do Exercício apresenta o resultado líquido apurado em relação às operações realizadas num determinado período de forma resumida. “Saber a composição do resultado da empresa é tão importante quanto saber os elementos que compõem o seu patrimônio, pois ela somente terá sucesso caso gerencie de maneira eficiente o seu resultado, período a período” (COSTA, 2010, p. 64). 2.2 Análises Vertical e Horizontal A análise Horizontal é uma análise temporal do crescimento da empresa, que permite avaliar a evolução das vendas, custos e despesas, o aumento dos investimentos realizados nos diversos itens ativos, a evolução das dívidas, etc. Já a análise Vertical objetiva o estudo das tendências da empresa, ou seja, a participação relativa de cada elemento patrimonial e de resultados (NETO, 2009, p. 62). 2.3 Índices “Um índice é como uma vela acesa num quarto escuro. Os índices ou indicadores financeiros são relações entre contas ou grupos de contas das demonstrações contábeis que evidenciam diferentes dimensões da estrutura financeira e econômica das empresas” (MATARAZZO, 1998, p. 153). 14 2.3.1 Índices de Liquidez São utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, isto é, constituem uma apreciação sobre se a empresa tem capacidade para saldar seus compromissos. Essa capacidade de pagamento pode ser avaliada, considerando: longo prazo, curto prazo ou prazo imediato (MARION, 2012, p. 75). 2.3.1.1 Liquidez Geral O índice de Liquidez Geral indica quanto a empresa possui em dinheiro e tudo que converterá, para liquidar suas dívidas a curto e longo prazo (MARION, 2012). LG = ativo circulante + realizável a longo prazo (2.1) passivo circulante + exigível a longo prazo De acordo com Iudícibus (2013), através deste índice pode-se verificar a saúde financeira da empresa de longo prazo, no que se refere à liquidez. 2.3.1.2 Liquidez Corrente O índice de liquidez corrente é o mais comum. De acordo com Marion (2012), este índice demonstra a capacidade da empresa de pagar suas dívidas de curto prazo, calculado através da fórmula: LC = ativo circulante (2.2) passivo circulante Segundo Assaf Neto (2012, p. 177), “quanto maior a liquidez corrente, mais alta se apresenta a capacidade da empresa financiar suas necessidades de capital de giro” 15 2.3.1.3 Liquidez Seca O índice de liquidez seca demonstra se a empresa tem condições de cumprir suas obrigações a curto prazo sem depender de suas vendas futuras. LS = ativo circulante – estoque (2.3) passivo circulante Iudícibus (2013, p. 96) ressalta que “esta é uma variante muito adequada para se avaliar conservadoramente a situação da liquidez da empresa. Eliminando-se os estoques do numerador, estamos eliminando uma fonte de incerteza”. 2.3.1.4 Liquidez Imediata Este indicador tem como objetivo demonstrar a capacidade de pagamento imediata de todas as obrigações de curto prazo. LI = disponível (2.4) passivo circulante 2.3.2 Índices de Endividamento “Em linhas gerais comparam elementos do passivo da empresa, para medir a participação do capital de terceiros e de capital próprio no financiamento total das atividades da empresa” (LINS e FILHO, 2012, p. 157). Os índices de Endividamento refletem o grau de endividamento da empresa mostrando o nível de comprometimentos do capital próprio de uma empresa, com o capital de terceiros. Isso pode ajudar a orientar à obtenção e aplicação de recursos. 16 2.3.2.1 Endividamento Geral O índice de endividamento geral mostra a relação dos recursos de terceiros e do total de ativos da empresa, ou seja, mede a proporção do ativo total financiada por terceiros (ASSAF NETO, 2012). EG = passivo total (2.5) ativo total 2.3.2.2 Nível do Endividamento O nível de endividamento indica a proporção entre recursos de terceiros e recursos próprios (ASSAF NETO, 2012). NE = passivo circulante + passivo não circulante (2.6) patrimônio líquido Iudícibus (2013, p. 98) relata: Este quociente é um dos mais utilizados para retratar o posicionamento das empresas com relação aos capitais de terceiros. Grande parte das empresas que vão à falência apresenta, durante um período relativamente longo, altos quocientes e Capitais de Terceiros/Capitais Próprios. Isto não significa que uma empresa com um alto quociente necessariamente irá à falência, mas todas ou quase todas as empresas que vão à falência apresentam este sintoma. 2.3.2.3 Composição do Endividamento A composição do endividamento demonstra quanto da dívida total vencerá a curto prazo (IUDÍCIBUS, 2013). CE = passivo circulante (2.7) passivo circulante + passivo não circulante 17 Um índice maior que 0,5 significa que a maioria das suas dívidas vencem a curto prazo. Para Marion (2012), esta é uma situação desfavorável para a empresa e prejudica sua situação financeira, ou seja, sua liquidez corrente. 2.3.3 Índices de Atividade Para Marion (2012, pg. 112), “os índices de atividade estudam a quantidade de dias que a empresa demora, em média, para receber suas vendas, para pagar suas compras e para renovar seu estoque”. 2.3.3.1 Prazo Médio de Recebimento de Vendas O prazo médio de recebimento de vendas indica quanto tempo, em dias, a empresa demora a receber suas vendas a prazo (IUDÍCIBUS, 2013; MARION, 2012a). PMRV = duplicatas a receber x 360 (2.8) receitabruta 2.3.3.2 Prazo Médio de Pagamento de Compras Este índice demonstra quanto dias, em média, a empresa leva para pagar seus fornecedores (MARION, 2012). PMRC = fornecedores x 360 (2.9) Compras Para o cálculo deste índice, é necessário primeiro calcular o valor das compras, obtido pela fórmula: Compras = custo das mercadorias vendidas + estoque final – estoque inicial (2.10) Iudícibus (2013) destaca que este índice deve ser analisado juntamente com o Prazo Médio de Recebimento de Vendas, através da comparação dos dois que se poderá definir se a posição da empresa é favorável ou desfavorável. O ideal é que este índice seja maior que o Prazo Médio de Recebimento de Vendas, pois se a empresa demorar mais para receber do que pagar suas obrigações irá necessitar de um maior capital de giro para sustentar suas atividades. 18 Porém, conforme defende Assaf Neto (2012), um prazo elevado para pagamento de fornecedores pode não ser bom, pois podem aumentar os custos, devido os juros cobrados. 2.3.3.3 Prazo Médio de Renovação de Estoques O prazo médio de rotação dos estoques mostra qual o tempo médio, em dias, que os produtos ficam armazenados no estoque, ou seja, quantos dias a empresa demora a vender seu estoque (MARION, 2012). PMRE = estoque médio x 360 dias (2.11) custo da mercadoria vendida 2.3.3.4 Posicionamento de Atividade Este indicador mede se a empresa tem capacidade de pagamento envolvendo o momento de aquisição, momento de venda, momento de recebimento e momento de pagamento, ou seja, o ciclo financeiro operacional do processo. PA = PMRE + PMRV (2.12) PMPC 2.3.4 Índices de Rentabilidade “A rentabilidade é medida em função dos investimentos. As fontes de financiamento do Ativo são Capital Próprio e Capital de Terceiros. A administração adequada do Ativo proporciona maior retorno para a empresa” (MARION, 2007, p. 141). Os índices de Rentabilidade interpretam o desempenho global da empresa e sua capacidade de gerar lucros. 2.3.4.1 Margem de Lucro Sobre as Vendas A Margem de Lucro sobre as vendas, resulta da comparação entre os lucros bruto, operacional e líquido e o montante de vendas líquidas. Subdivide em três partes: 19 a) Margem Bruta MB = lucro bruto (2.13) vendas líquidas b) Margem Operacional MO = lucro operacional (2.14) vendas líquidas c) Margem Líquida ML = Lucro líquido (2.15) vendas líquidas 2.3.4.2 Taxa de Retorno Sobre Investimentos O índice de retorno sobre o investimento mede a lucratividade que a empresa propicia em relação aos investimos totais, representado pelo ativo total médio. TRI = lucro líquido (2.16) ativo total médio Demonstra quanto a empresa ganha para cada R$1,00 investido. É a taxa de retorno sob o ponto de vista da empresa (MARION, 2012). 2.3.4.3 Taxa de Retorno Sobre Patrimônio Líquido TRPL = lucro líquido (2.17) patrimônio líquido médio Segundo Marion (2012a), este índice demonstra quanto os proprietários têm de retorno para cada R$1,00 investido. Para Iudícibus (2013, p. 111), este índice é importante, por “[...] expressar os resultados globais auferidos pela gerência na gestão de recursos próprios e de terceiros, em benefícios dos acionistas”. 20 3 ESTUDO DE CASO 3.1 A EMPRESA É voltando às raízes, lá pelos idos de 1945, que podemos contar a história da atual Comercial de Rolamentos e Usinagem Pelotas Ltda. Atraído pelo potencial agrícola e industrial da zona sul do estado, mais precisamente da cultura do arroz, um italiano radicado em Caxias do Sul, fundou em Pelotas, a filial “Giron & Cia Ltda.” especializada na área de rolamentos, retentores, mancais, esferas e outros materiais de menor expressão, mas de emprego essencial nas máquinas, tratores, caminhões e outras ferramentas movediças. Administrou as duas empresas, matriz e filial, durante vários anos. Após a sua morte o genro, de origem alemã, que já o acompanhava na matriz, deu continuidade às empresas. Com nova administração houve alteração social e as empresas passaram para “Claumann & Cia Ltda.”. O novo proprietário seguiu a mesma rotina, viajando, mensalmente e, se necessário até mais vezes, por mês, para acompanhar a gerência da filial. Muitos empregados foram transferidos para a nova empresa e, entre outros novos ingressou, na matriz, na função de balconista, um jovem italiano, natural de Santa Catarina, residente em Caxias do Sul. Sem experiência na área, mas com muita disposição para aprender este jovem empregado, aos poucos, foi conquistando seu espaço até receber a proposta de transferência para a filial, haja vista a experiência direta de trabalho com o proprietário e que poderia contribuir para o melhor desempenho da filial. A empresa, em 1974 adquiriu prédio próprio e a tarefa de reforma e mudança ficou a cargo da gerência da filial. Em 1977, no mês de maio, em uma visita, o proprietário expôs a gerência, a sua decisão de vender a filial e permanecer só com a matriz por mais um diminuto tempo até adquirir o tempo para aposentadoria. 21 Retornou a Caxias do Sul e foi surpreendido, dois dias depois, pela proposta de compra feita pelo seu próprio empregado em sociedade com a sogra. Foram meses de bastante luta, temores, às vezes, até arrependimento. Contudo, a perseverança sempre dominou e a empresa ‘Comercial de Rolamentos Pelotas Ltda.” sobreviveu, ocupando, hoje, seu espaço no contexto comercial. Em 1987 mudou-se para instalações próprias, local do atual endereço, diminuindo as despesas com aluguel. Hoje a empresa Comercial de Rolamentos e Usinagem Pelotas Ltda Me continua atuando nos setores industrial, automotivo e agrícola oferecendo atualmente o serviço de usinagem que vem para completar a demanda por este serviço nos setores mencionados acima. A Comercial de Rolamentos e Usinagem Pelotas Ltda Me cujo resultado vem mostrando um faturamento estável, aliado a resposta dos antigos fornecedores, fregueses e agentes financeiros que ficam satisfeitos pelo atendimento e apresentação da empresa. 22 3.2 ANÁLISE FINANCEIRA Com base no que foi exposto, o objetivo da análise é demonstrar a situação econômico- financeira da empresa, tendo como fonte dados os Balanços Patrimoniais e Demonstrações do Resultado do Exercício divulgados em 31 de dezembro de cada exercício, entre 2012 e 2014. Segue abaixo os índices financeiros calculados e analisados. TABELA 01 – BALANÇOS PATRIMONIAIS BALANÇOS PATRIMONIAIS Levantamento em 31 de dezembro de 2014, 31 de dezembro de 2013 e 31 de dezembro de 2012. (Em reais) ATIVO 2012 2013 2014 Circulante 311.016,39 333.007,28 429.824,78 Caixa e equivalentes de caixa 32.021,61 1.714,15 10.807,78 Aplicação Financeira 2.196,68 3.678,80 5.345,68 Contas a receber de clientes 36.810,05 23.157,50 35.908,95 Duplicatas Descontadas -3.388,00 -12.748,66 0,00 Estoques 242.657,33 316.439,31 377.575,08 Impostos a recuperar 0,00 573,05 0,00 Outras contas a receber 3,25 0,18 0,26 Despesa do exercício seguinte 715,47 192,95 187,03 Não circulante 67.457,75 107.931,97 93.129,67 Outras contas a receber 0,00 23.206,46 25.846,70 Investimentos 567,00 772,00 1.404,11 Imobilizado 66.890,75 83.953,51 65.878,86 Intangível1.800,00 1.600,00 1.400,00 TOTAL DO ATIVO 380.274,14 442.539,25 524.354,45 PASSIVO 2012 2013 2014 Circulante 140.066,57 137.005,56 106.976,39 Fornecedores 38.007,88 14.921,26 8.073,08 Empréstimos e financiamentos 93.584,28 118.868,72 93.965,04 Salários a pagar 3.478,00 469,00 485,00 Obrigações previdenciárias 1.277,67 1.092,90 414,47 Obrigações sociais e tributárias 3.718,74 1.653,68 1.211,65 Obrigações provisionadas 0,00 0,00 2.827,15 Não circulante 29.242,15 52.390,27 131.538,49 Outras Obrigações 611,77 9.513,00 95.914,87 Empréstimos e financiamentos 28.630,38 42.877,27 35.623,62 Patrimônio Líquido 210.965,42 253.143,42 285.839,57 Capital social Subscrito 20.054,85 20.054,85 20.054,85 Reservas de lucros 0,00 190.910,57 190.910,57 Lucros ou Prejuízos Acumulados 190.910,57 42.178,00 74.874,15 TOTAL DO PASSIVO 380.274,14 442.539,25 524.354,45 Fonte: Elaborados pelas autoras 23 TABELA 02 – DEMOSTRAÇÕES DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Levantamento em 31 de dezembro de 2014, 31 de dezembro de 2013 e 31 de dezembro de 2012. (Em reais) DRE 2012 2013 2014 RECEITA OPERACIONAL BRUTA 364.185,46 362.879,93 330.875,10 Vendas de produtos e serviços 364.185,46 362.879,93 330.875,10 (-) DEDUÇÕES 15.660,63 15.155,15 13.541,72 Impostos sobre vendas 15.660,63 14.958,65 13.146,72 Devoluções e abatimentos 0,00 196,50 395,00 (-) CUSTO PRODUTOS/SERVIÇOS VENDIDOS 240.827,64 118.470,85 129.287,29 (=) LUCRO BRUTO 107.697,19 229.253,93 188.046,09 (-) DESPESAS/RECEITAS OPERACIONAIS 141.655,22 187.075,93 163.209,19 Despesas com pessoal 40.591,74 57.350,95 45.961,75 Despesas administrativas e gerais 58.681,39 78.364,57 64.908,90 Despesas financeira 42.945,76 52.597,15 54.579,96 (+) Receitas financeira 563,67 1.236,74 2.241,42 (=) RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO -33.958,03 42.178,00 24.836,90 (+) RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 0,00 0,00 7.859,25 (=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO -33.958,03 42.178,00 32.696,15 Fonte: Elaborado pelas autoras 24 3.2.1 Análise Vertical e Horizontal TABELA 03 – BALANÇOS PATRIMONIAIS BALANÇOS PATRIMONIAIS Levantamento em 31 de dezembro de 2014, 31 de dezembro de 2013 e 31 de dezembro de 2012. (Em reais) ATIVO 2012 AV% AH% 2013 AV% AH% 2014 AV% AH% Circulante 311.016,39 81,79 100 333.007,28 75,25 7,07 429.824,78 81,97 29,07 Caixa e equivalentes de caixa 32.021,61 8,42 100 1.714,15 0,39 -94,65 10.807,78 2,06 530,50 Aplicação Financeira 2.196,68 0,58 100 3.678,80 0,83 67,47 5.345,68 1,02 45,31 Contas a receber de clientes 36.810,05 9,68 100 23.157,50 5,23 -37,09 35.908,95 6,85 55,06 Duplicatas Descontadas -3.388,00 -0,89 100 -12.748,66 -2,88 276,29 0,00 0,00 -100,00 Estoques 242.657,33 63,81 100 316.439,31 71,51 30,41 377.575,08 72,01 19,32 Impostos a recuperar 0,00 0,00 100 573,05 0,13 0,00 0,00 0,00 -100,00 Outras contas a receber 3,25 0,00 100 0,18 0,00 -94,46 0,26 0,00 44,44 Despesa do exercício seguinte 715,47 0,19 100 192,95 0,04 -73,03 187,03 0,04 -3,07 Não Circulante 67.457,75 18,21 100 107.931,97 24,75 60,00 93.129,67 18,03 -13,71 Outras contas a receber 0,00 0,00 100 23.206,46 5,24 0,00 25.846,70 4,93 11,38 Investimentos 567,00 0,15 100 772,00 0,17 36,16 1.404,11 0,27 81,88 Imobilizado 66.890,75 17,59 100 83.953,51 18,97 25,51 65.878,86 12,56 -21,53 Intangível 1.800,00 0,47 100 1.600,00 0,36 -11,11 1.400,00 0,27 -12,50 TOTAL DO ATIVO 380.274,14 100 100 442.539,25 100 16,37 524.354,45 100 18,49 PASSIVO 2012 AV% AH% 2013 AV% AH% 2014 AV% AH% Circulante 140.066,57 36,83 100 137.005,56 30,96 -2,19 106.976,39 20,40 -21,92 Fornecedores 38.007,88 9,99 100 14.921,26 3,37 -60,74 8.073,08 1,54 -45,90 Empréstimos e financiamentos 93.584,28 24,61 100 118.868,72 26,86 27,02 93.965,04 17,92 -20,95 Salários a pagar 3.478,00 0,91 100 469,00 0,11 -86,52 485,00 0,09 3,41 Obrigações previdenciárias 1.277,67 0,34 100 1.092,90 0,25 -14,46 414,47 0,08 -62,08 25 Obrigações sociais e tributárias 3.718,74 0,98 100 1.653,68 0,37 -55,53 1.211,65 0,23 -26,73 Obrigações provisionadas 0,00 0,00 100 0,00 0,00 0,00 2.827,15 0,54 0,00 Não Circulante 29.242,15 7,69 100 52.390,27 11,84 79,16 131.538,49 25,09 151,07 Outras Obrigações 611,77 0,16 100 9.513,00 2,15 1.455 95.914,87 18,29 908,25 Empréstimos e financiamentos 28.630,38 7,53 100 42.877,27 9,69 49,76 35.623,62 6,79 -16,92 Patrimônio Líquido 210.965,42 55,48 100 253.143,42 57,20 19,99 285.839,57 54,51 12,92 Capital social Subscrito 20.054,85 5,27 100 20.054,85 4,53 0,00 20.054,85 3,82 0,00 Reservas de lucros 0,00 0,00 100 190.910,57 43,14 0,00 190.910,57 36,41 0,00 Lucros ou Prejuízos Acumulados 190.910,57 50,20 100 42.178,00 9,53 -77,91 74.874,15 14,28 77,52 TOTAL DO PASSIVO 380.274,14 100 100 442.539,25 100 16,37 524.354,45 100 18,49 Fonte: Elaborados pelas autoras TABELA 04 – DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO DO EXERCÍCIO DEMONSTRAÇÕES DO RESULTADO DO EXERCÍCIO Levantamento em 31 de dezembro de 2014, 31 de dezembro de 2013 e 31 de dezembro de 2012. (Em reais) DRE 2012 AV% AH% 2013 AV% AH% 2014 AV% AH% RECEITA OPERACIONAL BRUTA 364.185,46 100 100 362.879,93 100 -0,36 330.875,10 100 -8,82 Vendas de produtos e serviços 364.185,46 100 100 362.879,93 100 -0,36 330.875,10 100 -8,82 (-) DEDUÇÕES 15.660,63 4,30 100 15.155,15 4,18 -3,23 13.541,72 4,09 -10,65 Impostos sobre vendas 15.660,63 4,30 100 14.958,65 4,12 -4,48 13.146,72 3,97 -12,11 Devoluções e abatimentos 0,00 0,00 100 196,50 0,05 0,00 395,00 0,12 101,02 (=) RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 348.524,83 95,70 100 347.724,78 95,82 -0,23 317.333,38 95,91 -8,74 (-) CUSTO PRODUTOS/SERVIÇOS VENDIDOS 240.827,64 66,13 100 118.470,85 32,65 -50,81 129.287,29 39,07 9,13 (=) LUCRO BRUTO 107.697,19 29,57 100 229.253,93 63,18 112,87 188.046,09 56,83 -17,97 (-) DESPESAS/RECEITAS OPERACIONAIS 141.655,22 38,90 100 187.075,93 51,55 32,06 163.209,19 49,33 -12,76 Despesas com pessoal 40.591,74 11,15 100 57.350,95 15,80 41,29 45.961,75 13,89 -19,86 Despesas administrativas e gerais 58.681,39 16,11 100 78.364,57 21,60 33,54 64.908,90 19,62 -17,17 26 Despesas financeira 42.945,76 11,79 100 52.597,15 14,49 22,47 54.579,96 16,50 3,77 (+) Receitas financeira 563,67 0,15 100 1.236,74 0,34 119,41 2.241,42 0,68 81,24 (=) RESULTADO OPERACIONAL LÍQUIDO -33.958,03 -9,32 100 42.178,00 11,62 -224,21 24.836,90 7,51 -41,11 (+) RECEITAS NÃO OPERACIONAIS 0,00 0,00 100 0,00 0,00 0,00 7.859,25 2,38 100 (=) RESULTADO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO -33.958,03 -9,32 100 42.178,00 11,62 -224,21 32.696,15 9,88 -22,48 Fonte: Elaborado pelas autoras 27 3.2.2 Índices de Liquidez TABELA 05 – ÍNDICES DE LIQUIDEZ Índices 2012 2013 2014 Liquidez Geral 1,84 1,88 1,91 Liquidez Corrente 2,22 2,43 4,02 Liquidez Seca 0,49 0,12 0,49 Liquidez Imediata 0,24 0,04 0,15 Fonte: Elaborado pelas autoras GRÁFICO 01 – ÍNDICES DE LIQUIDEZ ELABORADO PELAS AUTORAS Liquidez Geral A capacidade financeira da empresa em liquidar suas obrigações a curto e longo prazo está satisfatória, pois a cada ano o quociente está igual ou maior que 1. Em 2014, para cada R$1,00 devedor, a empresa possui aproximadamente R$1,91 para liquidá-los. Liquidez Corrente Considerando os dados publicados, esse índice faz frente as suas obrigações a curto prazo, apresentando situação favorável a liquidação das mesmas. No ano de 2012 em diante a empresa apresentou um acréscimo na sua capacidade de pagamento e, em 2014 alavancou esses valores. Em 2014 a empresa possui R$4,02 para cada R$1,00 devido a curto. 0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 4,00 4,50 Liquidez Geral LiquidezCorrente Liquidez Seca Liquidez Imediata 2012 2013 2014 28 Liquidez Seca De acordo com esse índice, a empresa não paga suas dívidas de curto prazo com folga, ela só consegue pagar suas dívidas se considerar o estoque. Sendo, basicamente, para cada R$1,00 de dívida, possui R$0,37 para cumprir suas obrigações. Liquidez Imediata De acordo com o índice de 2013, para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a empresa possui R$ 0,04 no seu disponível, mostrando que a empresa não tem capacidade de pagamento imediata. 3.2.3 Índices de Endividamento TABELA 06 – ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO Índices 2012 2013 2014 Endividamento Geral 0,45 0,43 0,45 Nível de Endividamento 0,80 0,75 0,83 Composição do Endividamento 0,83 0,72 0,45 Fonte: Elaborado pelas autoras GRÁFICO 02 – ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO ELABORADO PELAS AUTORAS 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 Endividamento Geral Nível de Endividamento Composição do Endividamento 2012 2013 2014 29 Endividamento Geral A empresa Comercial de Rolamentos e Usinagem Pelotas Ltda em média para cada R$ 1,00 de ativo total, a empresa possui R$ 0,44 de capital de terceiros aplicados na empresa, sendo que R$ 0,56 é constituída de capital próprio. Isso significa que a maioria dos recursos aplicados em ativos são provenientes de capital próprio. Nível de Endividamento A empresa opera com capitais de terceiros em proporção maior do que os capitais próprios. No ano de 2014, para cada R$1,00 próprio, obteve-se R$0,83 de capital de terceiros. A empresa vem apresentando resultados estáveis ao longo dos anos, mas sempre utilizando mais os capitais de terceiros do que o capital próprio. Composição de Endividamento A maior parte das obrigações da empresa vencem a curto prazo, e essa proporção vem diminuindo, passando de 11,5% de 2012 para 2013 e 37,5% de 2013 para 2014. A empresa vem praticamente diminuindo com as dívidas de curto prazo. 3.2.4 Índices de Atividade TABELA 07 – ÍNDICES DE ATIVIDADE (EM DIAS) Índices 2012 2013 2014 Prazo Médio de Recebimento de Vendas 32 32 35 Prazo Médio de Pagamento de Compras 15 38 38 Prazo Médio de Renovação de Estoques 467 949 869 Posicionamento de Atividade 469 950 870 Fonte: Elaborado pelas autoras 30 GRÁFICO 03 – ÍNDICES DE ATIVIDADE (EM DIAS) ELABORADO PELAS AUTORAS. Prazo Médio de Recebimento de Vendas Em 2014, a empresa sofreu um aumento de 03 dias em relação ao ano base para recebimento de suas vendas a prazo. Porém faz parte de sua política facilidades e prazos amplos para o cliente. Prazo Médio de Pagamento das Compras Esse prazo tem apresentado uma estabilidade ao longo dos anos, chegando ao prazo de 38 dias em 2014. Esse aumento significa que a empresa possui um prazo maior para o pagamento de seus fornecedores. Prazo Médio de Renovação dos Estoques A empresa vem apresentando uma média renovação de estoque muito alta, consequentemente todo esse estoque parado é prejuízo para a empresa. A média de tempo que o estoque fica na empresa é de 760 dias. Posicionamento de Atividade 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 Prazo Médio de Recebimento de Vendas Prazo Médio de Pagamento de Compras Prazo Médio de Renovação de Estoques Posicionamento de Atividade 2012 2013 2014 31 Devido ao aumento do prazo médio de renovação dos estoques, aumento do prazo médio de recebimento das vendas e a estabilidade do prazo de pagamento, o ciclo financeiro da empresa vem aumentando. Durante o período analisado o ciclo financeiro apresenta valores elevados, chegando a seu pico em 2013, com 950 dias. Este ciclo elevado exige maior necessidade de capital de giro, pois durante esses dias a empresa financia suas atividades com recursos próprios. 3.2.5 Índices de Rentabilidade TABELA 08 – ÍNDICES DE RENTABILIDADE Índices 2012 2013 2014 Margem Bruta 0,31 0,66 0,59 Margem Operacional -0,10 0,12 0,08 Margem Líquida -0,10 0,12 0,10 Taxa de Retorno Sobre Investimento -0,08 0,09 0,07 Taxa de Retorno Sobre o Patrimônio Líquido -0,14 0,17 0,13 Fonte: Elaborado pelas autoras GRÁFICO 04 – ÍNDICES DE RENTABILIDADE ELABORADO PELAS AUTORAS. -0,20 -0,10 0,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 Margem Bruta Margem Operacional Margem Líquida Taxa de Retorno Sobre Investimento Taxa de Retorno Sobre o Patrimônio Líquido 2012 2013 2014 32 Margem Bruta No caso específico da margem bruta, podemos afirmar que a empresa em 2012, teve como cenário de margem bruta, para cada R$ 1,00 vendido, houve um ganho de R$ 0,31, enquanto que para o ano de 2013 foi de R$ 0,66 e o resultado de 2014 foi de R$ 0,59. Margem Operacional A empresa em 2012 teve um resultado negativo, não ganhando nada operacionalmente para cada R$ 1,00 vendido. Já em 2013 teve um ganho de R$ 0,12 e 2014 um ganho de R$ 0,08. Margem Líquida A margem líquida consiste em ganho real líquido para cada R$ 1,00 vendido. Conforme a análise a empresa em 2012 não obteve ganho real e em 2013 e 2014 obteve um ganho de R$ 0,12 e R$ 0,10 respectivamente. Taxa de Retorno Sobre Investimentos Para cada R$ 1,00 investido, a empresa obteve o retorno de R$ 0,07 em 2014, quanto menor, melhor, pois desta maneira, a empresa poderá intensificar os seus investimentos. Taxa de Retorno Sobre o Patrimônio Líquido O retorno aos acionistas vem apresentando um pequeno declínio, passando de R$0,17 em 2013, para R$0,13 em 2014 a cada R$1,00 investido. 33 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados obtidos apresentam, através da Análise das Demonstrações Contábeis, que é possível mensurar relevantes indicadores econômico-financeiros e dessa forma extrair informações seguras e concretas, proporcionando uma visão geral do desempenho e situação financeira, contribuindo para a tomada de decisões dentro de uma entidade. Os Índices de Liquidez demonstram a situação financeira da empresa, medindo a solidez e capacidade de arcar com suas obrigações. Apesar da Liquidez Seca e Liquidez Imediata apresentar baixa capacidade de pagamento de curto prazo, a empresa mantém certa folga financeira, indicando que a mesma mantém-se sólida. O Ciclo Financeiro indica o tempo em que a empresa mantém suas atividades com recursos próprios ou de terceiros. Assim, observa-se que a empresa Comercial de Rolamentos e Usinagem Pelotas Ltda Me possui o Ciclo de 950 dias em 2013, o que significa que durante esse período ela matem-se com recursos próprios ou busca recursos de terceiros. Nesse estudo entende-se ser problema por se tratar de uma empresa que não possui um movimento alto de dinheiro e tem crescimento econômico lento no decorrer de cada ano. Com relação à estrutura de capital a empresa deve tomar cuidado com o capital de terceiros, pois apesar de manter um resultado estável. Denota-se uma dependência de recursos de terceiros, de acordo com o Nível de Endividamento, que teve um aumento em 2014 em relação aos anos anteriores. Os Índices de Rentabilidade verificam a capacidade de a empresa gerar lucros. A empresa vem apresentando uma redução na sua rentabilidade. O retorno aos acionistas apresenta-se um declínio de 2013 para 2014 e o retorno sobre o investimento, vem se mantendo baixo. A empresa encontra-se numa situação confortável, porém vem apresentando um pequeno declínio ao longo dos anos. Para melhorar os resultados, a empresa precisa de novas estratégias. Dentre algumas sugestões, girar maisrápido os seus estoques, equilibrar os prazos de recebimento e pagamento. Com base neste relatório analítico pode-se obter uma visão geral da saúde e solidez da empresa, esse acompanhamento é no máximo anual, limitando-se a semanal, quinzenal, 34 mensal ou semestral (de acordo com a necessidade de gerenciamento). A informação deve chegar de forma clara ao profissional da contabilidade para que o mesmo possa transformá-las em Demonstrações Contábeis confiáveis. Somente com o resultado é possível tomar decisões que favoreçam a administração com margem de segurança podendo até serem erradas ou em tempo inoportuno, mas apresentando uma vantagem segura próxima a realidade. Este trabalho foi realizado em nível introdutório, com o intuito de ressaltar a importância da utilização dos índices econômico-financeiros como suporte para a administração das empresas, no caso, da empresa Comercial de Rolamentos e Usinagem Pelotas Ltda Me, abrangendo apenas o Balanço Patrimonial e Demonstração do Resultado do Exercício. Sabendo-se o quanto esse campo é vasto, recomenda-se novos estudos e pesquisas em níveis mais avançados, utilizando também outros índices e Demonstrações Contábeis, comparando-os com os índices setoriais, e até mesmo realizar uma análise comparativa com outras empresas do mesmo ramo de atividade, podendo assim obter informações a respeito da situação em que a empresa se encontra com relação ao mercado e não somente informações internas. 35 REFERÊNCIAS ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanços: um enfoque econômico- financeiro. 10.ed. São Paulo: Atlas, 2012. BRUNI, Adriano Leal. A análise contábil e financeira. – Série desvendando as finanças. Vol. 4. São Paulo: Atlas, 2010. COSTA, Rodrigo Simão da. Contabilidade para iniciantes em ciências contábeis ou cursos afins. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2010. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de balanços. 10.ed. São Paulo: Atlas, 2013. LINS, Luiz dos Santos; FILHO, José Francisco. Fundamentos e análise das demonstrações contábeis: uma abordagem interativa. 1. Ed. São Paulo, Atlas, 2012. MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis: Contabilidade Empresarial. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2007. MARION, José Carlos. Análise das Demonstrações Contábeis – Contabilidade Empresarial. 7 ed. São Paulo: Altas, 2012. MARION, José Carlos. Contabilidade Empresarial. 16 ed. São Paulo: Altas, 2012. MATARAZZO, Dante C. Análise Financeira de Balanços. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1998. NETO, A. Assaf. Estrutura e Análise de Balanços. 8 ed. SAO PAULO: ATLAS, 2008. NETO, Alexandre Assaf. Estrutura e análise de Balanços. Um enfoque Econômico- financeiro. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2009. ANEXOS Anexo 1 - BALANÇO PATRIMONIAL DE 2012 Anexo 2 - BALANÇO PATRIMONIAL DE 2013 Anexo 3 – BALANÇO PATRIMONIAL DE 2014 Anexo 4 – PRÉ-PROJETO CONTABIL
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