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Finnis e a coerção

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JOHN FINNIS: X A LEI E A COERÇÃO
1.O Direito e a Coerção
O Direito é uma orientação ao comportamento humano e ao mesmo tempo confere validade 
jurídica a outros arranjos normativos em uma comunidade completa.
De outro lado, a autoridade do Direito depende da justiça, e a justiça de sua garantia pela força 
coercitiva.
A força coercitiva do Direito pode ser preventiva (detenção de suspeitos), defensiva (legítima 
defesa), estimulativa (astrentes ou prisão do devedor de alimentos) e punitiva. Há ainda a sanção 
premial (que o Finnis não refere).
Assim, a coerção jurídica tem os seguintes objetivos:
1 FUNÇÃO POSITIVA: apontar com clareza a direção das ações ou omissões requeridas pelo 
Direito para o bem comum, e as consequências do desvio destas exigências;
2 Fazer com que certos tipos de conduta ou omissão ocorram com menor freqüência porque 
prejudiciais ao bem comum;
3 Desde que permitindo a autonomia individual e evitando o sacrifício de inocentes com a adoção 
de restrições às coerções através de princípios e regras.
4 A direção é apontada expressamente não apenas por palavras, mas também pelo drama público 
de punições e prisões.
5 Assim, há um incentivo racional de que se contribua com o bem comum, mas há também um 
incentivo palpável dirigido aos egoístas e recalcitrantes ao cumprimento da lei.
6 Os obedientes à lei, por seu turno, são estimulados pela constatação de que não estão sendo 
deixados à mercê dos criminosos.
7 As sanções são exigidas para evitar a injustiça ao manter uma igualdade entre todos os 
membros de uma sociedade.
8 O que ocorre porque quando alguém com liberdade de escolha privilegia a própria vontade em 
detrimento do bem comum, ganha certa vantagem em relação aos demais cidadãos; a qual seja, o 
fato de que enquanto é beneficiado pela obediência da lei pelos outros cidadãos, não permite que 
os outros se beneficiem dela. [obs. O mesmo que Montesquieu]
9 "o criminoso voluntário tenha esta vantagem, a situação teria que ser tão desigual e injusta 
quanto seria ele ficar com os lucros tangíveis de seu crime."
10 O que afetaria também a lealdade dos cidadãos obedientes ao Direito.
11 Para conseguir este reequilibro, a pena será aplicada privando o criminoso de algo que ele 
presa: liberdade, perda de direitos, serviço comunitário, multa, etc..
12 Há uma gradação pela intencionalidade e dano das ações, mas não há uma pena natural do 
tipo, olho-por-olho e dente-por-dente.
13 O criminoso também integra o bem comum, logo a pena deve buscar restituir a personalidade 
razoável e o bem ao infrator.
X.2 Punição injusta
É injusto punir um inocente para evitar consequências sociais, ou o bode expiatório

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