Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CONSTRUÇÃO CIVIL II - AIM0217 Materiais Cerâmicos 2019 Prof° Newton Chwartzmann newtonc@ufrgs.br 1 2 SUMÁRIO Introdução. Materiais Cerâmicos: principais propriedades e produtos. Classificação dos Materiais Cerâmicos. Vidros. Cerâmicas Avançadas. Cerâmicas Tradicionais. Bibliografia complementar. 2 3 INTRODUÇÃO 3 Os materiais são classificados tecnicamente em três classes principais independentes e uma composta, denominadas, respectivamente: polímeros, cerâmicas, metais e compósitos. Fonte: Nestor Cezar Heck / UFRGS 4 INTRODUÇÃO O termo “cerâmica” vem da palavra grega Keramikos, que significa “matéria prima queimada”. as propriedades desejáveis desses materiais são atingidas através de um processo de tratamento térmico a alta temperatura (ignição). 4 5 INTRODUÇÃO Por que estudar Materiais Cerâmicos? Estão presentes no nosso cotidiano: nos carros que dirigimos; edifícios que moramos; calçadas que pisamos; porcelana porosa para isolar micróbios e bactérias; além de aplicações mecânicas, elétricas e óticas; 5 6 INTRODUÇÃO Estão presentes no nosso cotidiano: componentes eletrônicos; indústria aeroespacial; Biomedicina; indústria de computadores, etc. 6 Porque usar revestimento cerâmico em construções? Adequado ao clima brasileiro; Facilidade de limpeza; Durabilidade e resistência – material inerte; Antialérgico; Anti-inflamável; Diversas possibilidades de decoração. 7 INTRODUÇÃO Cerâmica Mistura de argila e outras matérias-primas inorgânicas, queimadas em altas temperaturas. Vem sendo produzida a séculos, destinadas às mais variadas aplicações, como para fins utilitários (louças, tijolos cerâmicos) e fins estéticos (esculturas). Sua aplicação à arquitetura, com o uso dos revestimentos cerâmicos, tem início com as civilizações do Oriente. 8 INTRODUÇÃO 9 HISTÓRICO No período neolítico (entre 12.000 e 4000 a.C.), a necessidade de armazenar alimentos levou o homem à criação de componentes de barro seco naturalmente. Posteriormente a descoberta do fogo o homem constatou que o calor fazia endurecer o barro, surgindo a cerâmica. 9 10 HISTÓRICO No ano de 4.0 a.C. os Assírios já obtinham cerâmica vidrada. No século VII os chineses fabricavam a porcelana, e no século XVIII surgiu a louça branca, na Inglaterra. 10 A produção cerâmica, artesanal, muda para se adaptar aos conceitos de fabricação em série da Revolução Industrial. Surgem, no início do século XIX, os primeiros fornos contínuos, os fornos túneis com carrinhos. 11 HISTÓRICO A industrialização leva a cerâmica a setores onde nunca havia entrado: das louças de mesa da elite para a higiene das louças sanitárias. A linha esmaltadeira, nos anos 50, dá início à fabricação em série na indústria cerâmica que vai desde a matéria-prima até o produto acabado. 12 HISTÓRICO 13 HISTÓRICO INTRODUÇÃO Devido às suas características de impermeabilização e higiene, os azulejos passaram a ser utilizados em banheiros e cozinhas. Inicialmente, se restringiam às regiões ao redor das pias e paredes de chuveiros até uma altura de cerca de 1,5 m, após foram ampliados até o teto. 14 INTRODUÇÃO 15 MATERIAIS CERÂMICOS NO BRASIL A maior parte do solo Brasileiro é de solo argiloso e este tem sido utilizado de maneiras diferentes ao longo da nossa história, desde: as casas do período colonial até os tijolos, blocos e telhas cerâmicas, além de azulejos e pisos cerâmicos. 16 FABRICAS DE CERÂMICA NO BRASIL A maior concentração de fábricas localiza-se nos Estados de São Paulo e de Santa Catarina. Existem fábricas também: no Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Ceará e Pará. 17 Fabrica da Portobello – SC. 18 Fabrica da Incepa - Campo Largo – PR. 19 Fabrica do Grupo Delta - Barra Bonita - SP. 20 Fabrica da Itagres - Tubarão – SC. 21 22 DEFINIÇÃO “Materiais cerâmicos são materiais metálicos e não metálicos, inorgânicos, cuja estrutura, após queima em altas temperaturas, apresenta-se inteira ou parcialmente cristalizada.” 22 23 CARACTERÍSTICAS São constituídos de elementos metálicos e elementos não metálicos. Apresentam alto ponto de fusão. Geralmente isolantes elétricos, (existem materiais semicondutores, condutores e até mesmo supercondutores). São comumente estáveis sob condições ambientais severas. 23 Imã flutuando sobre uma cerâmica supercondutora 24 fibras cerâmicas usadas como isolante térmico 25 PROPRIEDADES FÍSICAS Depois que o material é queimado no forno, os átomos da sua estrutura ficam arrumados de forma simétrica e repetida de tal modo que parecem pequenos cristais, uns juntos dos outros. A cristalização produz no material Propriedades físicas 25 26 PROPRIEDADES FÍSICAS Refratariedade; a condutividade térmica; a resistência ao choque térmico; a resistência ao ataque de produtos químicos; a resistência à tração e à compressão e a dureza. 26 27 MATÉRIAS PRIMAS BÁSICAS As três matérias primas básicas utilizadas na fabricação de produtos cerâmicos são: a) Argila; b) Feldspato; c) Areia. 27 28 ARGILA Antes da utilização da argila, é necessária a realização de algumas operações como: Separação granulométrica; Filtração; Secagem. 28 29 ARGILA 29Jazida de argila 30 TIPOS DE ARGILAS 1. Argila natural: Que foi extraída e limpa, e que pode ser utilizada em seu estado natural, sem a necessidade de adicionar outras substâncias. 2. Caulim (argila da china): Utilizada na fabricação de massas para porcelanas. É de coloração branca e funde a 1800°C (pouco plástica) deve ser moldada em moldes ou formas (com a mão é impossível). 30 31 TIPOS DE ARGILAS 3. Argila refratária: Utilizadas nas massas cerâmicas dando maior plasticidade e resistência em altas temperaturas. (bastante utilizadas na produção de placas refratárias como isolantes e revestimentos para fornos). 31 32 TIPOS DE ARGILAS 4. Argilas de bola (Ball-Clay): Muito plásticas, de cor azulada ou negra, apresenta alto grau de contração tanto na secagem quanto na queima. É adicionada em massas cerâmicas para proporcionar maior plasticidade e tenacidade à massa. Vitrifica aos 1300°C. 32 33 TIPOS DE ARGILAS 5. Argilas para grês: Argila de grão fino, plástica, sedimentária e refratária - que suporta altas temperaturas. Vitrificam entre 1250 - 1300°C. 33 34 TIPOS DE ARGILAS 6. Argilas vermelhas: São plásticas com alto teor de óxido de ferro resistem a temperaturas de até 1100°C (fundem a uma temperatura maior) e podem ser utilizadas com vidrados para grês (decorativo). 34 35 TIPOS DE ARGILAS 7. Bentonite: Argila vulcânica muito plástica, contém mais sílica do que alumínio, se origina das cinzas vulcânicas. Adicionada a argilas para aumentar sua plasticidade. Funde por volta de 1200°C. 35 36 TIPOS DE ARGILAS 8. Argilas expandida: Produzida em grandes fornos rotativos, utilizando argilas especiais que se expandem a altas temperaturas (1100°C). Características: leveza, resistência mecânica, inércia química, estabilidade dimensional, incombustibilidade, além de excelentes propriedades de isolamento térmico e acústico. 36 3737Argila expandida 3838 Argila expandida em uma sacada 39 PRINCIPAIS COMPONENTESDAS ARGILAS Caulim É a argila com predomínio de caulinita - pó branco matéria da porcelana. De origem chinesa (Kao-liang: colina elevada), quando seco é oleoso e quando úmida é muito plástica. 39 40 PRINCIPAIS COMPONENTES DAS ARGILAS Óxido de ferro Provenientes das rochas ígneas que dá a cor avermelhada ou amarelada a maioria das argilas. Reduz a sua plasticidade e a propriedade de ser refratária. 40 41 PRINCIPAIS COMPONENTES DAS ARGILAS Cálcio A fonte primária de cálcio na natureza são as rochas calcárias. Age como fundente e clareia a cerâmica. 41 42 PRINCIPAIS COMPONENTES DAS ARGILAS Alumina livre Reduz a plasticidade e a resistência mecânica, mas aumenta a Refratariedade. 42 43 SÍLICA LIVRE (AREIA) Reduz a plasticidade e a retração, facilitando a secagem. Como paradoxo ela diminui a resistência mecânica, porém com a parte que funde (vitrifica) no cozimento endurece o produto. 43 44 FELDSPATOS Agem como fundentes aumentando a massa específica, a resistência e a impermeabilidade cerâmicas. Existem três tipos: Sódicos (Na2O.Al2O3.6SiO2); Potássicos (K2O.Al2O3.6SiO2); Cálcicos (CaO.Al2O3.6SiO2). 44 45 UTILIZAÇÃO DOS FELDSPATOS 1) Industria de Fabricação do vidro: Reduzem a temperatura de fusão do quartzo, ajudando a controlar a viscosidade do vidro. 2) Industria de tintas, Plásticos e Borracha: Boa dispersibilidade, (quimicamente inertes), apresentarem pH estável, alta resistência à abrasão e congelamento e pelo seu índice de refração. 45 46 UTILIZAÇÃO DOS FELDSPATOS 3) Industria Cerâmica: Atua como fundente, pois seu ponto de fusão é menor do que a maioria do outros componentes, servindo de cimento para as partículas das varias substâncias cristalinas, além de outros aspectos, como as reações físico-químicas. 46 47 PRINCIPAIS COMPONENTES DAS ARGILAS Matéria orgânica Embora melhore a plasticidade, torna a cerâmica mais porosa. Ela é responsável pela cor escura da argila antes do cozimento. 47 49 PRINCIPAIS PROPRIEDADE DAS ARGILAS Cor A cor não tem muita importância em cerâmica porque é alterada durante o cozimento. Entretanto, para a indústria do papel, a cor é muito importante, devendo ser medida com muita precisão. 49 50 PRINCIPAIS PROPRIEDADE DAS ARGILAS Composição química A composição química regula as aplicações especificas das argilas: Propriedades plásticas; Retração por secagem; Resistência de ruptura à flexão; Desagregabilidade em água; Queima. 50 51 PRINCIPAIS PROPRIEDADE DAS ARGILAS Propriedades plásticas As argilas mais finas são muito plásticas, porém certas argilas, mesmo de maior granulometria ou com matéria orgânica também podem ser plásticas. 51 52 PRINCIPAIS PROPRIEDADE DAS ARGILAS Retração por secagem Medida pela variação do comprimento ou do volume quando a amostra da argila é seca em estufa a 105 – 110º C. É importante na moldagem das peças cerâmicas que podem fissurar devido ao efeito da retração. 52 53 PRINCIPAIS PROPRIEDADE DAS ARGILAS Resistência de ruptura à flexão Propriedade importante para facilitar o manuseio entre o secador e o forno sem danificar. Argilas muito finas ou de matéria orgânica húmica (decomposição de resíduos vegetais e animais no meio ambiente) são as mais resistentes. 53 54 PRINCIPAIS PROPRIEDADE DAS ARGILAS Desagregabilidade em água É importante conhecer o tempo de desagregação das argilas para se estabelecer: Escolha correta do processo e equipamentos para a obtenção da massa plástica no processo cerâmico. 54 55 PRINCIPAIS PROPRIEDADE DAS ARGILAS Queima As propriedades de: Queima; a retração; variações da porosidade; liberação e absorção de calor; e perda de massa. também variam com composição química. 55 Fonte: USP - Introdução a Ciência dos Materiais para Engenharia. 2005 56 57 PRINCIPAIS MATERIAIS CERÂMICOS 1) Materiais Cerâmicos Tradicionais: cerâmicas estruturais, louças, refratários, etc.; 57 58 MATERIAIS CERÂMICOS 2) Vidros e Vitro-Cerâmicas: vidros transformados de um estado vítreo para um estado cristalino mediante tratamento térmico apropriado a altas temperaturas. 58 59 MATERIAIS CERÂMICOS 3) Abrasivos: desgaste. 59 60 MATERIAIS CERÂMICOS 4) Cimentos: 60 61 MATERIAIS CERÂMICOS 5) Cerâmicas “Avançadas”: aplicações eletro- eletrônicas, térmicas, mecânicas, ópticas, químicas, bio-médicas. 61 62 MATERIS PRIMAS X PROPRIEDADES 62 63 MATERIS PRIMAS X PROPRIEDADES 63 64 PROPRIEDADES DOS MATERIAIS CERÂMICOS PROPRIEDADES MECÂNICAS Embora os materiais cerâmicos sob tensão mecânica comportem-se diferentemente dos metais são utilizados em diversas aplicações estruturais de engenharia. 64 PROPRIEDADES DOS MATERIAIS CERÂMICOS 11 pavimentos em alvenaria estrutural 66 PROPRIEDADES DOS MATERIAIS CERÂMICOS MÓDULO DE ELASTICIDADE É uma medida de tensão necessária para produzir deformação. Quanto maior esse módulo, maior a tensão necessária para o mesmo grau de deformação, e portanto mais rígido é o material. Materiais cerâmicos apresenta elevado módulo de elasticidade. 66 67 PROPRIEDADES DOS MATERIAIS CERÂMICOS RESISTÊNCIA MECÂNICA Define quanto o material é capaz de resistir à esforços, como: a tração e a compressão. A cerâmica é um material não-dúctil e praticamente sem deformações plásticas. A sua resistência a compressão é bem maior do que a resistência a tração. 67 68 PROPRIEDADES DOS MATERIAIS CERÂMICOS DEFORMAÇÃO PLÁSTICA Os materiais cerâmicos cristalinos não apresentam deformação plástica em baixas temperaturas (elas se rompem). TENSÃO DE RUPTURA É a tensão com a qual o material se rompe. Fratura dútil; Fratura moderadamente dútil; Fratura frágil. 68 69 PROPRIEDADES DOS MATERIAIS CERÂMICOS PROPRIEDADES TÉRMICAS E ELÉTRICAS A condutibilidade térmica é bem menor nos compostos cerâmicos do que nos metálicos. Vale o mesmo em relação à condutibilidade elétrica: tem baixa condutividade, já que seus elétrons não estão livres. São considerados isolantes térmicos e elétricos, salvo exceções de alguns que se enquadram na classe dos semicondutores. 69 70 TRATAMENTO DOS MATERAIS CERÂMICOS A matéria prima pode sofrer os seguintes tratamentos: a) Químicos: as matérias primas não são tratadas quimicamente, exceto as utilizadas nos vidrados ou refratários especiais; b) Separação magnética: utilizada para remover resíduos de minerais de ferro presentes nos feldspatos; 70 71 TRATAMENTO DOS MATERAIS CERÂMICOS c) Flutuação pela espuma: o minério é pulverizado em água com agente espumante para separar as partículas prejudiciais; d) Filtragem: é empregada para remover sais solúveis da argila; e) Secagem: a secagem é feita a céu aberto, sob cobertura ou em câmara quente; 71 72 MOLDAGEM DOS MATERAIS CERÂMICOS Os métodos de moldagem (conformação): Prensagem simples: ex: pisos e azulejos. Prensagem isostática: ex: vela do carro. Extrusão: ex: tubos e capilares, tijolos, etc. Injeção: ex: pequenas peças com formas complexas como rotor de turbinas. Colagem de barbotina: ex: pias, vasos sanitários, artesanato. Torneamento: ex: xícaras e pratos. 72 73 ETAPAS DE PRODUÇÃO DAS CERÂMICAS Processamento da argila: 1) Mistura: matérias-primas previamente tratadas e dosadas são misturadas de forma homogênea. 2) Moagem: o material é moído parareduzir o tamanho dos grãos até diâmetros máximos inferiores a 0,074 mm. (pó bem fino). 73 74 ETAPAS DE PRODUÇÃO DAS CERÂMICAS 3) Umidificação: acréscimo de água para formar a massa cerâmica. (quantidade de acordo com método de moldagem). 4) Moldagem: produzidas por vários métodos: colagem, torneamento, extrusão, prensagem ou injeção. 5) Secagem (natural ou artificial):grande parte da água livre (umidade superficial) é evaporada. 74 75 ETAPAS DE PRODUÇÃO DAS CERÂMICAS 6) Queima: cuja temperatura é definida em função da composição química da mistura e na qual o aumento de temperatura causa as seguintes reações: desidratação, calcinação (decomposição química pelo calor); oxidação (ligação de um elemento químico com o oxigênio da atmosfera do forno); formação de silicatos. O conjunto dessas modificações feitas pelo calor, é chamado de sinterização. 75 76 ETAPAS DE PRODUÇÃO DAS CERÂMICAS Queima das peças após secagem As peças são queimadas geralmente entre 900°C e 1400°C. Depende da composição da peça e das propriedades desejadas. Durante a queima: aumento da densidade e da resistência mecânica devido à: Eliminação do material orgânico; Decomposição e formação de novas fases; Sinterização (eliminação da porosidade e densificação). 76 77 REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA PROCESSO DE SINTERIZAÇÃO Na sinterização as partículas vão se aproximando formando uma massa homogênea. 77 Formação do “pescoço” Produto Cerâmico (alumina sinterizada) 1 2 3 4 Fonte: USP - Introdução a Ciência dos Materiais para Engenharia. 2005 Fonte: Cerâmica e Mecânica: um casamento de futuro. 78 Processo de produção 80 VIDROS 81 VIDROS Pode ser definido como uma substância amorfa e fisicamente homogênea resultante da fusão e posterior solidificação (aumento contínuo de viscosidade) de uma mistura de materiais inorgânicos. Os produtos de vidro são conformados (moldados) a quente. Principal tipo de vidro: vidro de sílica – Sólido não cristalino 81 82 PRODUÇÃO DOS VIDROS 1) Prensagem 2) Prensagem + sopro 82 83 PRODUÇÃO DOS VIDROS 3) Fibra de vidro 4) Vidros planos 83 FABRICAÇÃO Defeitos do vidro Pedras, nós, estrias: má granulação e má mistura de componentes. Bolhas: falta de afinantes e de temperatura no forno. Defeitos de moldagem: temperatura incorreta. 84 FABRICAÇÃO Defeitos do vidro Excesso de quebras: resfriamento muito rápido na moldagem. Diferença de coloração: variações nas matérias primas e temperatura do forno. Desvitrificação (opaco e quebradiço): presença de impurezas. 85 86 CERÂMICAS AVANÇADAS CERÂMICAS AVANÇADAS Produtos cerâmicos manufaturados a partir de matérias primas puras, normalmente sintéticas. Conformadas por processos especiais, sinterizadas em condições rigidamente controladas a fim de apresentarem propriedades superiores. Processo livre de impurezas. 87 CERÂMICAS AVANÇADAS Propriedades: Baixa densidade; Baixa condutividade térmica; Alta resistência à corrosão e à abrasão; Capacidade de suportarem altas temperaturas; outras características específicas: supercondutividade, condutividade iônica, propriedades nucleares), etc. 88 CERÂMICAS AVANÇADAS As aplicações baseadas em propriedades mais específicas: a) Magnéticas Memória para computadores. b) Ópticas Laser. c) biológicas Próteses e implantes. d) mecânicas e térmicas ferramentas de corte. 89 CERÂMICAS AVANÇADAS e) químicas sensores de gases e vapores. f) elétricas ferroelétricos (capacitores, piezoelétricos); varistores (resistores não lineares). f) Eletrônicas Chip capacitor. 90 CERÂMICAS AVANÇADAS O ônibus espacial Colúmbia utiliza 24.192 placas de cerâmica térmica como revestimento protetor contra as altas temperaturas por causa atrito da nave, em alta velocidade, com a atmosfera. Cada placa é feita individualmente e não há duas iguais em toda a nave. 91 CERÂMICAS AVANÇADAS 92 Placas cerâmicas sendo fixadas no ônibus espacial Colúmbia. CERÂMICAS AVANÇADAS 93 Formado por um miolo cerâmico (ou metálico), é responsável por transformar grande parte dos gases tóxicos produzidos pelo motor em gases inofensivos a saúde e ao meio ambiente. Catalisador CERÂMICAS AVANÇADAS 94 Materiais Piezoelétricos CERÂMICAS AVANÇADAS 95 O filtro de linha protege os equipamentos a ele ligados. (transientes e ruídos presentes na rede elétrica) Varistores para filtros de linha CERÂMICAS AVANÇADAS 96 Turbina a gás CERÂMICAS AVANÇADAS 97 Vela de ignição CERÂMICAS AVANÇADAS 98 Utensílios de cozinha CERÂMICAS AVANÇADAS 99 Embreagem em cerâmica da VW CERÂMICAS AVANÇADAS 100 Próteses e implantes 101 CERÂMICAS PARA CONSTRUÇÃO CERÂMICAS PARA CONSTRUÇÃO A escolha da matéria-prima para a obtenção de um determinado produto dependerá do: custo inicial do material; aceitação do mercado; da disponibilidade (extração, localização); do processo de fabricação (prensagem, colagem); das exigências fundamentais de desempenho; preço do produto acabado. 102 CERÂMICAS PARA CONSTRUÇÃO Classificadas como: Naturais: não submetidas a tratamentos químicos. ex: argila, feldspato. Sintéticas: obtidos através de processos químicos, a partir de: Matérias-primas naturais, ex: bauxita, calcita. Outras matérias-primas sintéticas, ex: CaO (óxido de cálcio), SiC (carbeto de silício). 103 CLASSIFICAÇÃO 104 Carbeto de silício Bauxita MATÉRIAS-PRIMAS NATURAIS 1) Extraídas da natureza e que não foram beneficiadas. 2) Extraídas da natureza e foram submetidas a algum tratamento físico. (sem alterar a composição química e mineralógica dos componentes principais). Podem variar em: composição química, pureza, propriedades física (tamanho das partículas) e custos de processamento. 105 MATÉRIAS-PRIMAS NATURAIS NÃO BENEFICIADAS Apresentam uniformidade física e química de depósitos naturais. Muitas indústrias cerâmicas primitivas eram construídas próximas a depósitos naturais que continham a combinação de minerais que poderiam ser processados para produtos acabados. Materiais de construção tais como: tijolos, telhas e muitos são até identificados pelo nome regional. 106 MATÉRIAS-PRIMAS NATURAIS NÃO BENEFICIADAS 107 MATÉRIAS-PRIMAS NATURAIS BENEFICIADAS MECANICAMENTE Minerais beneficiados mecanicamente para remoção das impurezas, aumentando a pureza mineral e a consistência física. Para produção de: materiais refratários, cerâmicas brancas, e algumas cerâmicas elétricas, como aditivos em esmaltes cerâmicos, vidros e matérias-primas para as indústrias químicas. 108 Secadores artificiais encarregam-se de reduzir o grau de umidade da argila. 109 MATÉRIAS-PRIMAS SINTÉTICAS Aquelas que foram submetidas a algum tipo de tratamento químico (calcinação, sinterização ou fusão/redução) e as produzidas por processos químicos: minerais industrializados: caulim, talco, feldspato, quartzo; produtos químicos industrializados: Al2O3, MgO, AlN, ETC.; produtos especiais: BaTiO3 (Titanato de bário), sílica gel. 110 CARACTERÍSTICAS DAS CERÂMICAS TRADICIONAIS Em relação ao grau de porosidade, os materiais cerâmicos podem ser classificados em: Cerâmica branca; Cerâmica estrutural; Cerâmica refratária. 111 CERÂMICA BRANCA Material constituído por um corpo branco e em geral recobertos por uma camada vítrea. Ex: Azulejos,pisos, pastilhas, vasos, etc. 112 CERÂMICA BRANCA Produzidas a partir de argila unidas por quantidades variáveis de fundentes e aquecidos em fornos (1200 a 1500°C). Por isso, ocorrem diferentes teores de vitrificação para os diferentes produtos: Louça comum; Louça vitrificada; Porcelana; Louça sanitária; Ladrilhos. 113 114Cerâmica branca CERÂMICAS TRADICIONAIS Cerâmica estrutural - características Fundentes abundantes; Baixa temperatura; Pouca vitrificação; Resistência mecânica maior que a cerâmica branca. São os produtos mais baratos, porém os mais duráveis. 115 CERÂMICA ESTRUTURAL Argilas vermelhas; Argilas brancas; Argilas ocres. 116 PRODUTOS PARA CONSTRUÇÃO Tijolos/blocos Produzidos em todas as regiões do país por diferentes tipos de processos. No processo mecânico a pasta é amassada, moldada por extrusão e cortada no comprimento desejado. São secos á sombra ou artificialmente, antes do cozimento que é feito em fornos intermitentes e contínuos. 117 118Cerâmica vermelha 119Cerâmica vermelha PRODUTOS PARA CONSTRUÇÃO Telhas Materiais de cobertura com formas e cores diferentes. Requisitos: Apresentar estrutura homogênea, granulação fina; Não apresentar manchas ou eflorescências; Não ter irregularidades de forma; Ter baixa permeabilidade; Ser resistente à flexão. 120 121Cerâmica vermelha CERÂMICAS TRADICIONAIS Cerâmica refratária Materiais capazes de suportar altas temperaturas sem perder suas propriedades físico-químicas (resistência, condutividade térmica e elétrica). Elevadas temperaturas; Pequena vitrificação; Alta porosidade; Alta resistividade térmica. 122 123Cerâmica refratária PRODUTOS PARA CONSTRUÇÃO Argila Expandida Agregado leve de formato esférico, formado por uma espuma cerâmica com microporos e superfície rígida e resistente, que se expandem a altas temperaturas (1.100°C). Propriedades de isolamento térmico e acústico. 124 PRODUTOS PARA CONSTRUÇÃO Materiais de Revestimento Materiais usados na construção civil para revestimento de paredes, pisos e bancadas tais como pisos, azulejos, placas ou ladrilhos para pisos e pastilhas. 125 126 PROCESSO DE FABRICAÇÃO Processo mais obsoleto, no qual o tratamento térmico é dado apenas ao esmalte, pois a base já foi queimada anteriormente. Uma outra técnica utilizada é a terceira queima, que consiste em criar efeitos de decoração (sobre o esmalte já queimado) e recolocá-lo no forno sob temperaturas mais baixas, para obter o design definitivo. 127 BIQUEIMA É um produto constituído de um “biscoito” poroso, coberto em uma face com vidrado que lhe dá o acabamento final. São classificados pelo ensaio PEI que mede a resistência ao desgaste superficial. A outra face é a sua superfície de aderência, destinada ao assentamento, chamada de tardoz. 128 CERÂMICA CONVENCIONAL REVESTIMENTOS CERÂMICOS Indicação do sentido (flecha) no tardoz da peça. 129 CERÂMICA CONVENCIONAL 130 Ladrilho cerâmico O Porcelain Enamel Institute (PEI) 131 REVESTIMENTOS CERÂMICOS 132Terceira queima sobre azulejo branco São queimados, ao mesmo tempo, a base e o esmalte, em temperaturas que giram em torno de 1000ºC a 1200ºC. Garante maior ligação do esmalte/base e melhor resistência à abrasão superficial. A absorção de água depende do produto produzido, pois pode-se ter tanto um porcelanato (baixa absorção), quanto uma monoporosa (alta absorção). 133 MONOQUEIMA É o processo atualmente o mais utilizado entre as empresas de cerâmica. Os benefícios desse processo são: a) maior resistência à abrasão superficial; b) maior resistência mecânica e química; c) absorção relativamente baixa de água. 134 MONOQUEIMA PORCELANATOS 135 PASTILHAS CERÂMICAS São materiais de louça, empregados para revestimentos de paredes e nos pisos. Fornecidas coladas em folhas de papelão ou plástico. A dimensão de cada pastilha é de 15x15 mm ou de 20x20 mm com 5 mm de espessura. O assentamento é feito com argamassa de cimento e areia com traço 1:3 em volume ou cimento cola. 136 137 138 Internos: Resfriamento (por ar condicionado); Umidade interna; Aquecimento; Externos: Aquecimento e dilatação pelo sol; Umidificação pela chuva; Ressecagem e resfriamento pelo vento; Ação de poluentes; vibrações. FATORES DE AGRESSÃO 139 Sol: Aquecimento e dilatação; Gretamento e perda da vivacidade das cores das placas com esmalte deficiente; Maresia e chuva ácida: Escurecimento e alteração de cor. Regiões sujeitas ao congelamento: Pode ocorrer a dilatação da água que tiver penetrado no interior da peça cerâmica causando fissuras. FATORES DE AGRESSÃO GRETAMENTO Fissuras na superfície esmaltada da peça. expansão por umidade e temperatura, quando o esmalte, não acompanhando esse movimento, fissura em forma semelhante a um fio de cabelo ou descascamentos. 140 141 142 Gretamento com “descascamento” da cerâmica 143 144 O destacamento pode ocorrer devido à: Falhas no assentamento; Ausência de garras de fixação no tardoz; Expansão por umidade; Ausência de juntas de contrôle. DESTACAMENTO 145 Escurecimento Ocorre devido à absorção de água nas cerâmicas não esmaltadas que apresentam alta porosidade. Eflorescência Ocorre devido à penetração de água da chuva pelo rejuntamento, à ascensão de água pelo piso ou mesmo vazamentos. Solubiliza sais solúveis ocasionando o depósito na superfície da placa. ESCURECIMENTO E EFLORESCÊNCIA 146 Eflorescência 147Eflorescência 148 Escurecimento e manchamento 149 CERÂMICAS ABRASIVAS CERÂMICAS ABRASIVAS Usadas para desgastar por abrasão, esmerilhar ou cortar outros materiais que precisam ser obrigatoriamente mais moles. Produtos mais conhecidos: óxido de alumínio, diamante, carbeto de silício, e carbeto de tungstênio. 150 151 CIMENTOS CIMENTOS O cimento é um material cerâmico que, em contato com a água produz a cristalização de produtos hidratados, ganhando assim resistência mecânica. É o principal material de construção usado na construção como aglomerante. 152 BIBLIOGRAFIA FUSCO, P.B. Técnicas de armar estruturas de concreto. PINI, 1995. BARROS, M. M. & MELHADO, S. B. Recomendações para a produção de estruturas de concreto armado em edifícios. projeto Epusp/Senai. São Paulo. 1998. ARAÚJO, L. O. C & FREIRE, T. M. Tecnologia e Gestão de Sistemas Construtivos e Edifícios. Apostila “Tecnologia de produção de Edificações em concreto aramado”. 2004. Aulas da Profª Paula Salum e Prof° Eduardo Pachla – Uniritter 2018. 153 BIBLIOGRAFIA BAUER, L. A. F., Materiais de Construção. Rio de Janeiro, LTC. 5ª Ed, 2000. CALLISTER, W. D., Ciência e Engenharia de Materiais - Uma Introdução São Paulo, LTC - 5ª Ed., 2002. ISAIA, G. Materiais de Construção Civil e Princípios de Ciência e Engenharia de Materiais. 2 ed. São Paulo: IBRACON, 2010. SOUZA, R. & Mekbekian, G. Qualidade na aquisição de materiais e execução de obras. Ed. PINI, São Paulo, 1996. 154 BIBLIOGRAFIA ABNT NBR 6118 –Projeto de Estruturas de Concreto. ABNT NBR 7480 –Barras e Fios de Aço Destinados a Armaduras de Concreto Armado. ABNT NBR 7481 –Tela de Aço Soldada -.Armadura para Concreto. ABNT NBR 7482 –Fios de Aço para Concreto Protendido. ABNT NBR 7483 –Cordoalhas de Aço para Concreto Protendido – Requisitos. ABNT NBR 14931 –Execução de Estruturas de Concreto –Procedimento.NR 18 -Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção. 155
Compartilhar