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FACULDADE EDUCACIONAL DE PONTA GROSSA 
 
ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
 
ANE CAROLINE ZELENSKI 
 
 
 
 
 
CENTRO DE ACOLHIMENTO INTEGRADO PARA PESSOAS EM SITUAÇÃO DE 
RUA 
 
 
 
 
 
 
 
PONTA GROSSA PR 
2018 
 
 
ANE CAROLINE ZELENSKI 
 
 
CENTRO DE ACOLHIMENTO INTEGRADO PARA PESSOAS EM SITUAÇÃO DE 
RUA 
 
 
 
 
 
Plano de Trabalho apresentado ao Curso 
de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade 
Educacional de Ponta Grossa - Unopar, a 
ser utilizado como diretrizes para a 
manufatura do Trabalho Final de 
Graduação (TFG). 
Coordenador da Disciplina do TFG: 
Prof. Me. Renata Maria Correia Degraf 
 
 
 
 
 
 
PONTA GROSSA PR 
2018 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico o presente trabalho aos meus pais, 
que com seus exemplos, me incentivaram 
e, com seus cuidados, me dirigiram até 
aqui. 
 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente ao maior arquiteto do mundo, Deus, que me sustentou 
e me guiou por todos os caminhos da minha vida e, que por meio de Suas palavras 
(Mateus 25:35-40) me inspirou no presente trabalho. 
À minha família por todo cuidado e apoio. Em especial, aos meus pais, por toda 
dedicação, amor e, por me incentivarem a ser sempre melhor; à minha prima por me 
dar suporte nos momentos precisos. 
Aos meus amigos e colegas de curso, por toda paciência, compreensão, e por 
estarem ao meu lado durante esses anos. 
Agradeço a todos que colaboram de alguma forma para a realização deste 
trabalho. 
A minha gratidão também aos docentes desse curso, que por meio dos seus 
conhecimentos, me capacitaram para a vida profissional. Em especial, agradeço à 
minha orientadora Andrea Biagi Bertocco, por ter aceitado o convite para esse desafio, 
pela paciência e por todos os conselhos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vi ontem um bicho 
Na imundície do pátio 
Catando comida entre os detritos. 
Quando achava alguma coisa, 
Não examinava nem cheirava: 
Engolia com voracidade. 
O bicho não era um cão, 
Não era um gato, 
Não era um rato. 
O bicho, meu Deus, era um homem. 
Manuel Bandeira 
 
 
CENTRO DE ACOLHIMENTO INTEGRADO PARA PESSOAS EM SITUAÇÃO DE 
RUA 
ZELENSKI, Ane Caroline1 
BERTOCCO, Andrea Biagi2 
 
RESUMO 
 
O presente trabalho final de graduação de curso, tem por finalidade apresentar um 
projeto arquitetônico, direcionado a idealização de um Centro de Acolhimento 
Integrado para pessoas em situação de rua, na região central do município de Ponta 
Grossa - PR. Este projeto busca não só uma infraestrutura necessária para retirar 
pessoas em estado de vulnerabilidade das ruas, mas oferece um cuidado integral a 
esses indivíduos, além de elaborar técnicas para reinseri-los na sociedade e, desse 
modo proporcionar perspectiva e qualidade de vida. O projeto será interdisciplinar, 
pois visa tanto a área de formação em arquitetura, como a sociedade no sentido 
contributivo. Para realizar este trabalho e nortear o programa de necessidades, 
fizeram-se necessárias visitas de campo em espaços já implantados para descobrir 
os principais desafios enfrentados nesse meio, também sendo indispensável uma 
observação minuciosa quanto a espacialização dos ambientes. Algumas entrevistas 
foram realizadas para ouvir a opinião e as necessidades das pessoas que utilizam 
programas existentes desse gênero, para tanto, realizou-se pesquisas quantitativas e 
qualitativas, bem como, leituras sobre a problemática abordada. 
 
 
 
Palavras chave: 1 Vulnerabilidade Social. 2 Acolhimento. 3 Situação de rua. 4 
Projeto Arquitetônico. 5 Cuidado Integral 
 
 
 
1 Ane Caroline Zelenski, Faculdade Educacional de Ponta Grossa, matriculada no curso de 
Arquitetura e Urbanismo. 
2 Andrea Biagi Bertocco, Faculdade Educacional de Ponta Grossa, professora orientadora do 
curso de Arquitetura e Urbanismo. 
 
 
ABSTRACT 
 
The current final paper has as an objective to present an architectural project, designed 
to be placed in the center of the city of Ponta Grossa- PR, which has been idealized 
as an Integrated Hosting Center for homeless people. This project aims at offering 
global care for these individuals and not only the necessary infrastructure for placing 
them in a safer location than the streets, besides elaborating techniques to reintegrate 
them in society in a way to provide life quality a good perspective. This project presents 
an interdipliscinary characteristic since it encompasses the knowledge provided by a 
major in architecture and the sense of society on how to contribute with it. For this 
project, field search has been done to orientate the program of necessities and finding 
out the greatest challenges that would be faced, it has also been imperative a thorough 
observation regarding environment spacialization. Some interviews have been done 
since it was necessary to listen to the opinions and necessities of the people which 
use such shelters, thus, quantitative and qualitative searches have been carried out as 
well as reading concerning the theme. 
 
Keywords: 1 Social Vulnerability. 2 Hosting. 3 Homeless. 4 Architectural Project. 5 
Global Care. 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
Figura 1 – Fachada ................................................................................................... 28 
Figura 2 - Sagão de Entrada ..................................................................................... 29 
Figura 3 - Unidade Habitacional ................................................................................ 30 
Figura 4 - Planta Baixa .............................................................................................. 30 
Figura 5 – Fachada ................................................................................................... 31 
Figura 6 - Implantação Fonte ................................................................................... 32 
Figura 7 - Planta Baixa Térreo ................................................................................. 33 
Figura 8 - Planta Baixa 1º Pavimento ........................................................................ 33 
Figura 9 - Planta Baixa 2º Pavimento ....................................................................... 33 
Figura 10 - Área de lazer ........................................................................................... 34 
Figura 11 – Fachada ................................................................................................. 35 
Figura 12 – Perspectivas ........................................................................................... 35 
Figura 13 - Planta Baixa 1º Pavimento ...................................................................... 36 
Figura 14 - Planta Baixa 2º e 3º Pavimento .............................................................. 36 
Figura 15 - Planta Baixa 4º Pavimento ...................................................................... 37 
Figura 16 - Entrada dos Alojamentos ........................................................................ 37 
Figura 17 - Refeitório ................................................................................................ 38 
Figura 18 - Entorno .................................................................................................. 38 
Figura 19 – Fachada ................................................................................................. 39 
Figura 20 - Arquitetura Interna.................................................................................. 40 
Figura 21 - Jardim externo ........................................................................................ 41 
Figura 22 - Fachada ................................................................................................. 42 
Figura 23 - Alojamentos ............................................................................................ 42 
Figura 24 – Quartos .................................................................................................. 43 
Figura 25 – Cozinha .................................................................................................. 44 
Figura 26 – Refeitório ................................................................................................ 44 
Figura 27 - Área externa de lazer .............................................................................. 44 
Figura 28 - Sala de Televisão ................................................................................... 45 
Figura 29 - Localização ............................................................................................ 50 
Figura 30 - Terreno com testada para Rua Comendador Miró .................................. 51 
Figura 31 - Terreno Rua Comendador Miró x Rua Comendador Airton Plaisant ..... 51 
Figura 32 - Terreno com testada para rua Visconde de Nacar................................. 52 
 
 
Figura 33 - Gabarito de Altura ................................................................................... 53 
Figura 34 - Gabarito de Uso do Solo ......................................................................... 54 
Figura 35 - Hierarquia de via e sentido de fluxo ........................................................ 55 
Figura 36 - Transporte Coletivo ................................................................................. 56 
Figura 37 - Organograma ......................................................................................... 58 
Figura 38 - Fluxograma ............................................................................................ 59 
Figura 39 - Setorização Subsolo ............................................................................... 60 
Figura 40 - Setorização Térreo .................................................................................. 60 
Figura 41 - Setorização 1º Pavimento ....................................................................... 61 
Figura 42 - Setorização 2º Pavimento ....................................................................... 61 
Figura 43 – Zoneamento ........................................................................................... 62 
Figura 44 - Edificação com Concreto Aparente ......................................................... 63 
Figura 45 - Cimento Queimado ................................................................................. 64 
Figura 46 - Edificação em Madeira de Demolição .................................................... 65 
Figura 47 - Edificação com uso de vidros ................................................................. 65 
Figura 48 - Abetura Zenital ........................................................................................ 66 
Figura 49 - Painel Solar ............................................................................................. 67 
Figura 50 – Cisterna .................................................................................................. 67 
Figura 51 - Tubulação Aparente ................................................................................ 68 
Figura 52 - Rampa aparente ..................................................................................... 69 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
Tabela 1 - Programa de Necessidades .................................................................... 49 
Tabela 2 - Média de temperaturas mensais em Ponta Grossa ................................. 57 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
AIA Instituto Americano de Arquitetos 
BBC NEWS British Broadcasting Corporation 
BBC Bud Clark Commons 
CNUDH Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos 
CONIC Conselho Nacional das Igrejas Cristãs 
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
LEED Liderança em Energia e Design Ambiental 
NBR Norma Brasileira 
ONU Organizações das Nações Unidas 
PMPG Prefeitura Municipal de Ponta Grossa 
PNAS Política Nacional de Assistência Social 
SMARH Secretaria Municipal de Administração e Recursos Humanos 
SMPPS Secretaria Municipal de Políticas Públicas Sociais 
SUAS Sistema Único de Assistência Social 
ZC Zona Comercial 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14 
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 16 
2.1 Objetivo Geral ............................................................................................................................. 16 
3 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 16 
4 METODOLOGIA ..................................................................................................... 17 
5 CENTRO DE ACOLHIMENTO INTEGRADO PARA PESSOAS EM SITUAÇÃO DE 
RUA ........................................................................................................................... 18 
5.1 Fundamentação Teórica .............................................................................................................. 18 
5.1.1 Vulnerabilidade Social, “Morador de Rua” .......................................................................... 18 
5.2 Análise de Correlatos .................................................................................................................. 27 
5.2.1 La Casa .................................................................................................................................. 28 
5.2.2 The Bridge Homelees Assistance Center .............................................................................. 31 
5.2.3 Bud Clark Commons (BBC) ................................................................................................... 34 
5.2.4 Redbridge Welcome Centre ................................................................................................. 39 
5.3 ESTUDO DE CASO ........................................................................................................................ 41 
5.4 MEMORIAL EXPLICATIVO ............................................................................................................ 45 
5.4.1 Conceito e Partido ................................................................................................................ 45 
5.4.2 Usuário e Programa de Necessidades .................................................................................. 46 
5.4.2.1 Usuário .......................................................................................................................... 46 
5.4.2.1 Programa de Necessidades ........................................................................................... 47 
5.4.3 Análise do entorno ............................................................................................................... 49 
5.4.3.1 O terreno ....................................................................................................................... 49 
5.4.3.2 Gabarito de Altura .........................................................................................................52 
5.4.3.3 Gabarito de Uso do Solo................................................................................................ 53 
5.4.3.4 Hierarquia Viária e Direção de Fluxos da Via ................................................................ 54 
5.4.3.5 Transporte Coletivo ....................................................................................................... 55 
5.4.3.6 Infraestrutura ................................................................................................................ 56 
5.4.3.7 Espaços Abertos e de Vegetação .................................................................................. 57 
5.4.4.1 Organograma ................................................................................................................ 58 
5.4.4.2 Fluxograma .................................................................................................................... 58 
5.4.4.3 Setorização .................................................................................................................... 60 
5.4.5 Contexto ............................................................................................................................... 61 
 
 
5.4.6 Zoneamento ......................................................................................................................... 62 
5.4.7 Estrutura e Tecnologias ........................................................................................................ 63 
5.4.7.1 Concreto Aparente ........................................................................................................ 63 
5.4.7.2 Cimento Queimado ....................................................................................................... 64 
5.4.7.3 Madeira de Demolição .................................................................................................. 64 
5.4.7.4 Vidro .............................................................................................................................. 65 
5.4.7.5 Abertura Zenital ............................................................................................................ 66 
5.4.7.6 Painel Solar .................................................................................................................... 66 
5.4.7.7 Cisterna ......................................................................................................................... 67 
5.4.7.8 Instalação Elétrica Aparente ......................................................................................... 68 
5.4.7.9 Estrutura em Aço para Rampa ...................................................................................... 68 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 70 
7 CRONOGRAMA ..................................................................................................... 71 
REFERENCIAS ......................................................................................................... 72 
ANEXOS ................................................................................................................... 82 
Anexo I ............................................................................................................................................... 82 
Anexo II .............................................................................................................................................. 83 
Anexo III ............................................................................................................................................. 84 
14 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A arquitetura é conhecida como a arte de construir sob a perspectiva do belo 
e, em sua maioria é caracterizada por sinônimos somente referente a beleza e 
estética. Esse trabalho além de apresenta-la baseado nessa afirmação, exibe a 
arquitetura como parte integrante e fundamental na reconstrução da dignidade 
humana de uma parcela da população. O projeto Centro de Acolhimento integrado 
visa estabelecer-se como ferramenta estratégica para atender pessoas que se 
encontram em estado de vulnerabilidade social por falta de moradia, oferecendo a 
elas meios para a reinserção social. 
O atual cenário mundial mostra dados3 alarmantes sobre o número de pessoas 
em situação de rua, contudo essa problemática não é de hoje e nem dessa década. 
O processo que levou pessoas à situação de rua iniciou-se com a chegada da 
Revolução Industrial, quando então a população perde a sua moradia e começa a 
vender seu trabalho. Muitas dessas pessoas não conseguiam se adaptar à nova forma 
de governo, ou até mesmo não tinham capacidade física para trabalho braçal e 
acabavam sendo obrigadas a morar nas ruas, ficando dependentes do Poder Público. 
A Comissão das Nações Unidas para os Direitos Humanos (CNUDH), diz que 
atualmente 1,5% da população mundial encontra-se em situação de rua e esse 
percentual só tende a aumentar. No Brasil, a estimativa (IBGE, 2017) é de 2 milhões 
de pessoas em situação de rua, esse dado revela um déficit habitacional de grande 
escala, representando um desafio, o qual consiste na necessidade de se evidenciarem 
esforços para suprir a primordialidade dos direitos constitucionais: a vida. 
A maioria das cidades brasileiras enfrentam essa problemática de forma 
inadequada, pois não existem abrigos suficientes para suprir os números dessa 
calamidade. Na cidade de Ponta Grossa, localizada no Estado do Paraná, mais de 
200 pessoas já atingiram as ruas do município, segundo o Sistema Único de 
Assistência Social (SUAS), e a mesma enfrenta inúmeros transtornos pela falta de 
 
 
3 COSTA, Ana Paula Motta . População em situação de rua . 2005. 1 f. Trabalho Científico 
(Assistencia Social)- Universidad Autónoma del Estado do Méximo, [S.l.], 2005. Disponível em: 
<http://www.redalyc.org/html/3215/321527157003/>. Acesso em: 09 abr. 2018. 
 
15 
 
atendimento qualificado. Um dos transtornos mais visíveis é em relação aos 
ambientes que antes tinham por objetivo proporcionar lazer, como praças e 
equipamentos urbanos, estes perdem seus significados e transformam-se em 
moradias noturnas para desabrigados, com isso, os mesmos não se encontram nas 
condições para as quais foram designadas, apresentando certa insegurança para a 
população. 
A socióloga, Luciana Bolognini (on-line, 2014), estudou o atual cenário das 
cidades brasileiras e diz que os fatores que levam esses indivíduos a estarem vivendo 
nessas condições são a “inexistência de um trabalho e de uma renda, dependência 
química, transtornos mentais, rompimento dos vínculos familiares, perda de todos os 
bens, entre outras situações”. Há também a parcela da população que veio a cidade 
em busca de melhores condições de vida, porém, não encontraram emprego e local 
para morar, estas tiveram que encontrar nas ruas a sua casa. 
Pessoas hipossuficientes que muitas vezes são traumatizadas pelas suas 
vivências, acabam não conseguindo alavancar suas próprias vidas, encontram-se em 
um processo de exclusão e não pertencimento a sociedade. 
Por consequência dos dados alarmantes e de todos esses fatores abordados, 
pensa-se através desse trabalho um projeto de interesse social, que atenda uma 
parcela da população em estado de vulnerabilidade da cidade de Ponta Grossa, um 
Centro de Acolhimento integrado para pessoas que se encontram nas rua, ofertando 
a oportunidade do indivíduo se reestabelecer e impulsionar na sua inclusão na 
sociedade. 
O projeto, baseado em diversas pesquisas, entende que não basta dar 
moradia, alimentação e higiene, é preciso dar condições para essas pessoas 
construíremum futuro e novamente se colocarem diante do mercado de trabalho. Para 
tal, é necessário que o centro de acolhimento funcione de forma integrada, verificando 
cada caso de forma pontual, e analisando as melhores possibilidades de auxílio para 
cada indivíduo. 
Para amenização dessa problemática abordada é preciso que o poder público 
externe um olhar real em relação a essa camada da população em estado de 
vulnerabilidade, mas também se faz necessário que a sociedade entenda que esse 
problema não é apenas do poder público, é uma tarefa interdisciplinar. E é justamente 
buscando essa interdisciplinaridade que o projeto, centro de acolhimento integrado 
16 
 
surge, pensando na dignidade humana e utilizando a arquitetura como um meio 
fundamental para esse resgaste. 
 
2 OBJETIVOS 
 
2.1 Objetivo Geral 
 
Propor através de um estudo teórico e projetual, um centro de acolhimento 
integrado para pessoas em situação de rua, que visará atender as necessidades 
básicas, e um cuidado integral do ser humano; através da identificação das 
características do público alvo, como meio, e ferramenta para reinserção desses 
indivíduos na sociedade. Para, assim, estar contribuindo com o Poder Público e com 
a sociedade em geral, com a promoção de garantias à moradia para determinadas 
parcelas da população, em estado de vulnerabilidade. 
 
2.2 Objetivos Específicos 
 
a) Definir o problema de vulnerabilidade social “morador de rua”; 
b) Qualificar elementos arquitetônicos que busquem através do projeto a 
dignidade humana; 
c) Aplicar um modelo de gestão integrada, visando cuidado integral; 
d) Desenvolver um projeto de atendimento as necessidades básicas para 
pessoas em situação de rua. 
 
3 JUSTIFICATIVA 
 
Com o passar dos anos, Ponta Grossa tem assistido sua população de rua 
crescer. Segundo dados da Casa da Acolhida da região, em 2007 a população de rua 
não chegava a 50 moradores, já em 2009, o número cresceu significativamente, 
passando para mais de 100 moradores. Um novo levantamento foi feito em 2017 e 
este estipulou mais de 200 pessoas em situação de rua. 
Na cidade existem dois abrigos regulamentados para moradores de rua, sendo 
eles a Casa da Acolhida, inaugurada em 2001 para 32 pessoas e, o Ministério Melhor 
Viver, inaugurado em 2004 para 40 pessoas. Existe também o abrigo Casa Deus Pai, 
17 
 
não regulamentado, que atende cerca de 18 pessoas. O número de vagas está ligado 
ao melhor atendimento desses indivíduos, uma vez que, quando números em grande 
escala de pessoas ocupando o mesmo local, se tornam precárias e insatisfatórias as 
condições de prestação de serviços por falta de acomodações. 
As vagas destes locais não suprem a quantidade de moradores vivendo em 
condições de rua do município, por esse motivo, há necessidade de criação de um 
espaço desenhado especialmente para abrigar essa parcela da população, um centro 
de acolhimento se torna proposta para a problemática. O então projeto a tem como 
função amenizar os números gritantes desse fato, proporcionando vaga para 70 
pessoas em situação de rua. Visto também, que a carência desses indivíduos não é 
somente pela oferta de moradia, o projeto deve ser entendido como meio de 
reinserção à sociedade, oferecendo acesso à educação, saúde e assistência social. 
O local será identificado como proteção e atendimento a pessoas que se 
encontram nas condições de vulnerabilidade da rua. Dará acesso as políticas públicas 
básicas e agirá como instrumento de socialização coletiva, incentivando a convivência 
e o relacionamento interpessoal, assim humanizando as relações entre os usuários 
do programa. 
Em meio ao caos, é importante dar perspectiva e brilho nos olhos daqueles que 
tem suas vidas frustradas. Pensando nisso, o centro de acolhimento propõe formas 
de o indivíduo ter autonomia para reconstruir a sua vida fora das ruas, viabilizando a 
colocação no mercado de trabalho e garantindo estratégias de sobrevivência. 
É necessário criar um espaço bem localizado, próximo a locais de grande 
concentração de moradores de rua, para melhor atender as necessidades de 
locomoção. 
O projeto a ser desenvolvido neste trabalho final de graduação irá implantar um 
centro de acolhimento onde a forma transmita o intuito de integração e venha resgatar 
a autoestima do morador de rua, reinserindo-o na sociedade e dando perspectiva de 
vida. 
 
4 METODOLOGIA 
 
Para concepção do projeto, se faz necessário o uso de métodos. O trabalho 
será dividido em três etapas. 
18 
 
A primeira envolverá uma análise sobre o município, os atuais centros de 
acolhimento e as pessoas que vivem nas condições tratadas no presente trabalho, 
realizando pesquisas quantitativas e qualitativas. Nessa etapa, serão definidas as 
diretrizes e programa de necessidades do projeto. 
A segunda etapa compreenderá a definição do terreno, e fará análise com seu 
entorno, levando em conta a população local e usuária, tal qual, as limitações do local. 
A última etapa proporá a definição do partido arquitetônico. Nessa etapa, será 
pensando em soluções arquitetônicas para a problemática, observando zoneamento, 
questões de espaço, orientação solar, implantação e volumetria. 
 
5 CENTRO DE ACOLHIMENTO INTEGRADO PARA PESSOAS EM SITUAÇÃO 
DE RUA 
 
O desenvolvimento desse projeto de elaboração de um centro de acolhimento 
integrado para pessoas em situação de rua, abordará a problemática da 
vulnerabilidade social e apresentará a arquitetura como um meio para o reencontro 
com a dignidade humana, através da prática de uma gestão integrada, a qual visa o 
cuidado integral do ser humano. 
 
5.1 Fundamentação Teórica 
 
5.1.1 Vulnerabilidade Social, “Morador de Rua” 
 
Compreende-se como vulnerabilidade social a exclusão do indivíduo humano 
da sociedade, causada pela falta de estrutura familiar, negação do acesso as 
oportunidades junto ao mercado de trabalho, desapropriação dos direitos básicos 
baseados em ações e descaso do Poder Público e, principalmente por fatores 
socioeconômicos. Todas essas causas precisam ser entendidas a partir de uma 
cosmovisão ampla e humanitária, de modo que possibilite um real entendimento sobre 
a gravidade dessa problemática. Katzman (1999, apud MONTEIRO, p. 33), diz que a 
vulnerabilidade é entendida: 
Como o desajuste entre ativos e a estrutura de oportunidades, 
provenientes da capacidade dos atores sociais de aproveitar 
oportunidades em outros âmbitos socioeconômicos e melhor sua 
situação, impedindo a deterioração em três principais campos: os 
19 
 
recursos pessoais, os recursos de direitos e os recursos em relações 
sociais. 
 
Constata-se que a vulnerabilidade social é uma expressão agravante 
estampada no mundo, manifestando-se nos mais diversos países. No Brasil, os 
principais fatores que expressam essa problemática, são a fome, a falta de saúde, 
educação, emprego e moradia. Todos esses aspectos são efeito do nível econômico, 
social e cultural. A vulnerabilidade social abrangida, portanto, se diz respeito, ao 
conjunto de fatores e soluções materiais que vem a ser insuficientes e impróprios para 
a garantia de dignidade de vida humana, classificando a mesma, em diversos graus. 
Abramovay et al. (on-line, 2002), define vulnerabilidade social como: 
Situação em que os recursos e habilidades de um dado grupo social 
são tidos como insuficientes e inadequados para lidar com as 
oportunidades oferecidas pela sociedade. Estas oportunidades 
constituem uma forma de ascender a maiores níveis de bem-estar ou 
diminuir probabilidades de deterioração de vida de determinados 
atores sociais. 
 
Para diminuição da vulnerabilidade social, os três clássicos poderes(Executivo, 
Legislativo e Judiciário), precisam estar atentos e preocupados com as causas que 
geram a mesma. Sobretudo, é imprescindível e necessário que estejam 
comprometidos com a chamada política de assistência social, pois somente através 
dessas especificas políticas pode-se atender os grupos em estado de vulnerabilidade 
e assim fortalecer e capacitar os indivíduos nesse estado. 
A diminuição dos níveis de vulnerabilidade social pode se dar a partir 
do fortalecimento dos sujeitos para que possam acessar bens e 
serviços, ampliando seu universo material e simbólico, além de suas 
condições de mobilidade social. Para isso, as políticas públicas 
constituem-se de fundamental importância. (MONTEIRO, 2011, p. 35). 
 
A Política Nacional de Assistência Social (PNAS), ou Política de Seguridade 
Social garante ao indivíduo proteção social, ou seja, assegura por meio do Poder 
Público direitos básicos, esses estão pautados no principal alicerce da Constituição 
Federal, de 1988, no capítulo II, Art. 6º que: “São direitos sociais a educação, a saúde, 
a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência 
social, a proteção à maternidade e a infância, a assistência aos desamparados”. 
Na atual realidade, esses direitos previstos na constituição federal não estão 
sendo respeitados pelos líderes de Estados, percebemos claramente essa afirmação 
20 
 
através das alarmantes pesquisas4 que mostram números gritantes em relação a 
miséria institucionalizada, a fome, a falta de moradia, falta de segurança, saúde e 
educação. Ao invés do Estado se preocupar com políticas de seguridade social, as 
quais combatem indiretamente e diretamente a vulnerabilidade social, ele criminaliza 
essa parcela da população que se encontra em condições extremamente insalubres, 
excluindo-os de exercer seus direitos sociais enquanto cidadãos. Contudo, essa 
criminalização e desapropriação de direitos estão baseados em ações do Poder 
Público e não do ressalvo da lei, contendo uma ausência de isonomia5. Visto que o 
bem mais precioso para o ordenamento jurídico brasileiro é a vida, essa merece todo 
amparo. 
Dignidade da pessoa humana a qualidade intrínseca e distintiva de 
cada ser humano que o faz merecedor do mesmo respeito e 
consideração por parte do Estado e da comunidade, implicando, neste 
sentido, um complexo de direitos e deveres fundamentais que 
assegurem a pessoa tanto contra todo e qualquer ato de cunho 
degradante e desumano, como venham a lhe garantir as condições 
existenciais mínimas para uma vida saudável. (SARLET, 2001, p. 60). 
 
A falta de aplicabilidade dos Direitos Sociais por meio do Poder Público, gera 
nesses indivíduos a busca incessante por alternativas que supram suas necessidades 
básicas. 
A falta de moradia tem apresentado um cenário assustador nas capitais e 
metrópoles, nos centros e nos bairros espalhados pela nação brasileira. Esse grupo 
de indivíduos que não obtiveram recursos necessários para manter dignidade de vida, 
são obrigados a fazer das ruas as suas moradias. 
Com está problemática acentuada, surge o termo “pessoas em situação de 
rua”, para denominar moradores de rua, cuja essa parcela da população encontra-se 
espalhada pelos logradouros públicos, fazendo deles a sua “casa”, vivendo em 
condições insalubres e subumanas. Esse grupo humano, passa a fazer parte do 
cenário urbano, se tornando estereotipados e invisíveis aos olhos da sociedade. 
O artigo primeiro da Constituição Federal Brasileira, em seu parágrafo único, 
diz que “o Poder emana do povo (...)”, então, pode-se comparar uma grande parcela 
 
 
4 IPEA. Atlas da Vulnerabilidade Social. Disponível em: http://ivs.ipea.gov.br/index.php/pt/. Acesso 
em:26 fev. 2018. 
5 Isonomia significa igualdade de todos perante a lei. Refere-se ao princípio da igualdade previsto no 
art. 5º, "caput", da Constituição Federal, segundo o qual todos são iguais perante a lei, sem distinção 
de qualquer natureza. (JURÍDICO, 2009) 
21 
 
da sociedade a simbologia de poder, pois ambos os “poderes” constituídos ou o poder 
das massas apresentam características semelhantes em relação ao olhar sobre esses 
indivíduos. Essa grande parcela da sociedade, olha para esse grupo em estado de 
vulnerabilidade com olhar de desprezo, com pré-conceitos e muitas vezes com 
sentimento de medo e ameaça. 
(...) nós as olhamos amedrontados, de soslaio, com uma expressão de 
constrangimento. Alguns as vêem como perigosas, apressam o passo. 
Outros logo as consideram vagabundas e que ali estão por não 
quererem trabalhar, olhando-as com hostilidade. Muitos atravessam a 
rua com receio de serem abordados por pedido de esmola, ou mesmo 
por pré-conceberem que são pessoas sujas e malcheirosas. Há 
também aqueles que delas sentem pena e olham-nas com comoção 
ou piedade. Enfim, é comum negligenciarmos involuntariamente o 
contato com elas. Habituados com suas presenças, parece que 
estamos dessensibilizados em relação à sua condição (sub) humana. 
(MATTOS; FERREIRA, 2004, p. 47) 
 
O termo “morador de rua” é popularmente conhecido e disseminado na 
sociedade, entretanto, a sociedade entende pouquíssimo sobre a real problemática, 
também, pouco sabe sobre quem são os indivíduos que pertencem a esse grupo e 
qual o real motivo para nessa situação de calamidade. 
O que se pode afirmar é que a falta de moradia assola a vida de mais de 2 
milhões de pessoas no Brasil, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e 
Estatística, 2014), e que um dos principais fatores contribuintes para estatística é a 
falta de emprego junto ao mercado de trabalho. O morador das ruas do Rio de Janeiro, 
Jorge Luiz de Souza, conta a British Broadcasting Corporation (BBC News), emissora 
pública de rádio e televisão, que nunca imaginou passar por esse estado de 
vulnerabilidade por falta de emprego. "O terrível é que hoje não tem nada. Todas as 
portas estão fechadas. Eu sei fazer, é só ter oportunidade. Mas ninguém está 
contratando, independentemente da minha experiência.", diz Souza. 
Os direitos humanos do trabalho, afirmam em sua Declaração Universal dos 
Diretos Humanos, promulgado pela Organizações das Nações Unidas (ONU), em 
1948, em seu artigo 23, que “Todo o homem tem direito ao trabalho, à livre escolha 
de emprego, a condições justas e favoráveis de trabalho e à proteção contra o 
desemprego”. Infelizmente, esse artigo não tem sido respeitado pelos órgãos 
competentes, gerando cada vez mais um aumento significativo quanto ao número de 
pessoas em situação de rua, consequentemente em condições de extrema 
vulnerabilidade social. 
22 
 
As causas, que levam todos os dias indivíduos humanos a viverem em um 
estado de vulnerabilidade social, precisam de um olhar imediato da sociedade e do 
poder público. É preciso reestabelecer a justiça social e a prática da cidadania, 
pensando no próximo. 
A urgência do resgate humano, depende de um entendimento sobre a cultura 
da sociedade, ou seja, de uma cosmovisão que possibilite a recomposição da 
dimensão dessa problemática. Esse alarmante problema clama para que o poder 
público e a sociedade assumam identidades culturais como pressuposto básico para 
uma atuação imediata. 
Ao situar essa tamanha problemática, “Percebe-se de imediato a necessidade 
de estabelecer práticas que tentem resgatar a identidade, a autoimagem, a utopia e 
autonomia, elementos imprescindíveis para o efetivo exercício da cidadania”. 
(DOMINGUES, 2002, p. 11). 
 
5.1.2 Arquitetura: Um projeto em busca da dignidade humana 
 
A arquitetura é a criação de espaços voltados para o ser humano, ela busca 
estrutura, conforto e beleza. Para Vitruvius, grande arquiteto romano, a arquiteturase 
baseia em três pilares, a firmitas, lado construtivo, a utilitas, que se refere a utilidade 
e conforto e, a venustas, ligada diretamente com a beleza. Para ele, esses elementos 
são fundamentais na execução de qualquer projeto arquitetônico, se detectada a falta 
de um dos componentes, não se trata de arquitetura. 
Moreira, (1955, on-line), define arquitetura como: 
Idealizar a obra visando a resolver, com intenção plástica, o problema 
proposto, de acordo com a época, os materiais e as possibilidades 
técnicas: analisando e considerando os fatores externos que nela 
influem; respeitando imposições e hábitos do meio: detalhando e 
articulando todos os elementos componentes e buscando sempre a 
verdade, quanto à finalidade e função, tanto na forma como no uso dos 
materiais. 
 
O arquiteto desempenha um papel primordial e de grande valor para a 
sociedade, por meio da elaboração de seus projetos é possível identificar ambientes 
com características adequadas para as mais diversas atividades do ser humano. Um 
exemplo que retrata essa prática de arquitetura relevante, é a projeção de ambientes 
coletivos, os quais são de grande impacto na vida da sociedade beneficiada. 
Esse tipo de arquitetura deve ser frequentemente praticada, de forma que 
atenda todas as camadas da população, mas infelizmente a realidade não é essa. 
23 
 
Assuntos envolvendo relevância a sociedade e a temática dignidade humana, estão 
deixadas de lado, gerando sérios problemas, os quais afetam muitas pessoas e 
sociedades ao redor do mundo. 
Profissionais de arquitetura, são capacitados para solucionar muitos problemas 
apenas utilizando o conhecimento de formação e ferramentas disponíveis para o 
arquiteto. Contudo, mesmo diante dessa realidade e entendimento sobre como 
resolver algumas problemáticas, são poucos os profissionais que se movem para 
ajudar na construção de uma sociedade mais justa e humana. 
Shelter (2011, p. 287), afirma que mesmo os arquitetos sendo capazes de 
amenizar os atuais cenários, não o fazem. 
É chocante que os arquitetos não trabalhem para atender as 
necessidades urgentes dos povos tocados por crises naturais e 
humanitárias. Temos de encontrar formas para abrigar pessoas que 
são adaptadas à realidade econômica, aos terrenos, aos desastres e 
perigos locais e aos materiais disponíveis. Nós temos as habilidades 
e competências para fazer isso. Não devemos esquecer que a base da 
nossa profissão é fornecer a todas as pessoas um lugar decente para 
viver. 
 
A falta de moradia é exemplo dessa problemática a ser citada por se tratar de 
uma crise humanitária, a qual gera impacto negativo na vida do indivíduo. O papel do 
arquiteto é inegável na construção de um projeto que visa cuidado e um olhar especial 
para pessoas em estado de vulnerabilidade. É preciso idealizar espaços que 
beneficiem a vida das mais diversas camadas da população. 
Hoje existe alguns espaços destinados para pessoas em estado de 
vulnerabilidade social, mais especificamente em situação de rua, nesses espaços é 
possível identificar a carência de um projeto arquitetônico, suas falhas em estruturas 
são agravantes, além de não possuir qualidade estética alguma. 
Ambientes mal projetados geram a diminuição da qualidade de serviço 
prestado, ambientes pouco agradáveis também fazem os colaboradores não 
encontrarem estimulo para desenvolver suas funções, gerando um atendimento 
desrespeitoso aos usuários em estado de vulnerabilidade. É possível encontrar 
diversos relatos6 que identificam essa problemática. 
 
 
6 COSTA, Flávio. Só no frio: moradores de rua explicam por que vão ou não aos abrigos . São 
Paulo: UOL, 2016. 1 p. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-
noticias/2016/06/17/so-no-frio-moradores-de-rua-explicam-por-que-vao-ou-nao-aos-abrigos-de-
sp.htm>. Acesso em: 10 abr. 2018. 
24 
 
Ante essa temática, é verossímil que os problemas são gritantes e geram 
efeitos decepcionantes. É indispensável projetar espaços que atendam às 
necessidades do público alvo e promovam mudanças significativas nessa realidade. 
Em busca desse objetivo, se faz eficaz a aplicabilidade de métodos eficientes que 
solucionem áreas que até o presente momento apresentam déficit, trazendo qualidade 
para o espaço projetado. 
Alguns modelos arquitetônicos podem ser utilizados como amenizadores de 
muitos problemas, bem como a problemática dos moradores de rua. A arquitetura 
sinestésica, é um desses modelos, o qual é definida como as diferentes sensações 
que o cérebro pode produzir baseado em um dado objeto. É possível por exemplo 
recordar um momento especifico, apenas através do cheiro (olfato). Não é diferente 
com os outros quatro sentidos, há situações que ao olhar (visão) um objeto, o indivíduo 
é dominado por uma recordação, sendo assim, mesmo ao ver o novo, o cérebro 
submeterá a lembranças antigas. Na arquitetura não é diferente, a sinestesia pode 
ajudar na criação das mais diversas sensações do ser humano, induzindo sempre ao 
lado positivo. 
O espaço esteticamente bonito passa de prioridade, para apenas mais um dos 
conceitos de arquitetura. Com esse método, as cores, texturas, objetos e, 
revestimentos, causam estímulos que desencadeiam as mais diversas sensações. A 
madeira é um grande exemplo, pois traz à lembrança de abrigo, aconchego e, casa. 
Já materiais como o concreto, criam sensações de segurança e proteção. 
O pesquisador Roger Ulrich é autor da teoria conhecida como recuperação 
psicofisiológia ao estresse, teoria a qual define a percepção visual e estética de 
ambiente como resolução a problemas de vulnerabilidade. Gressler; Gunter (2013, p. 
03 apud Ulrich, 1984), afirma que: 
As experiências de ambientes físicos, visualmente prazerosos, podem 
auxiliar na redução do estresse, uma vez que desencadeiam emoções 
positivas, mantêm o estado de atenção não vigilante, diminuem os 
pensamentos negativos e possibilitam o retorno à excitação fisiológica 
para níveis mais moderados. 
 
O pesquisador enfatiza que para ajudar na recuperação de um dado indivíduo, 
é preciso trabalhar o local onde está inserido, mesma técnica usada na arquitetura 
sinestésica. Exemplifica a temática com elementos da natureza, esses quando 
 
 
 
25 
 
colocados em ambientes que possui excesso de monotonicidade, produzem efeitos 
extraordinários. Gressler; Gunter (2013, p. 04 apud Ulrich, 1984), retrata essa temática 
com: 
Pacientes que haviam sido submetidos a cirurgia e que apresentavam 
o mesmo quadro clínico, quando colocados em leitos hospitalares que 
possibilitavam a visão da natureza através da janela do hospital, 
tiveram em geral menor tempo de internação pós-operatório, 
receberam menos comentários negativos na avaliação das 
enfermeiras e necessitaram de menor quantidade de analgésicos. 
 
A arquitetura mexe com o comportamento e sentimento do ser humano, por 
esse motivo, se faz necessária a aplicabilidade de projetos arquitetônicos que 
modelem e reorganizem as atuais condições dos abrigos. Projetos que deixem o 
monótono de lado e com criatividade, proporcionem interesse e motivação para os 
usuários de um determinado centro de acolhimento. 
Para que essa reorganização seja viável, é preciso compreender as 
dificuldades e limitações que antecedem um projeto. 
Em arquitetura sempre existem limitações: terrenos complicados, 
orçamentos apertados, leis, indisponibilidade de materiais, a cultura na 
qual o edifício está inserido. Mas é exatamente o conhecimento sobre 
as necessidades das pessoas que irão utilizar o edifício que possibilita 
ao designer ser criativo. Pensar em arquitetura como pessoa humana,requer conhecimento sobre as experiências de seus clientes, tendo 
feito isso atende as necessidades juntamente com a estética do novo 
local. (ZEISEL, 2007, apud SAYEGH, 2007, on-line). 
 
Usar a arquitetura para dar motivação tanto aos usuários, quanto aos 
servidores de um abrigo é essencial, é necessário também adequar os elementos 
arquitetônicos de forma que exerçam o seu papel criando espaços atrativos, 
promovendo até mesmo um apoio psicológico indireto. O arquiteto, antes de qualquer 
coisa, precisa analisar alguns fatores e métodos construtivos que atendam as reais 
necessidades do indivíduo. 
É também importante criar espaços atrativos e convidativos que 
promovam interação e apoio social, assim como criar espaços para 
a recuperação e as conversas particulares. Para motivar as 
pessoas a mudar o seu estilo de vida é necessário oferecer a elas 
atividades que fortaleçam a sua autoestima e eficácia. Isso pode ser 
parcialmente conquistado participando de diferentes atividades 
culturais (KARMAN, 2015 apud DILANI, 2015, on-line). 
 
A técnica de humanizar o ambiente também se faz eficaz e exerce sobre o local 
aplicado uma ligação expressiva com o usuário, tornando o homem foco principal do 
projeto. De acordo com o dicionário (AURÉLIO, 2007), humanizar é tornar humano, 
26 
 
dar condição humana, agir com bondade natural, humanar. Tornar benévolo, afável, 
fazer adquirir hábitos sociais polidos, civilizar. 
Para tornar a humanização real, é preciso que os espaços provoquem reações 
no corpo humano. “A integração interior/exterior apresenta-se como peça fundamental 
para a humanização do espaço arquitetônico por agrupar uma imensa variedade de 
estímulos provenientes do ambiente externo que provocam reações no corpo 
humano.” (VASCONCELOS, 2004, p. 10) 
Essas são técnicas que produzem sensações motivacionais no ser humano, 
principalmente em indivíduos em estado de vulnerabilidade social, o qual precisa de 
constantes estímulos para uma ressocialização e integração em um programa como 
o Centro de acolhimento integrado. As aplicabilidades desses métodos são totalmente 
eficazes, e se fazem necessários quando tratamos de um projeto a qual visa o bem-
estar de um ser humano que se encontra abalado em decorrência de circunstancias 
não favoráveis. 
 
5.1.3 Gestão Integrada, um cuidado integral 
 
O projeto Centro de acolhimento integrado para pessoas em situação de rua, 
tem irá proporcionar um cuidado integral aos usuários do programa. Segundo alguns 
estudiosos da área de ciências humanas, bem como psicologia e teologia, afirmam 
que o ser humano é formado por uma junção de três esferas, as quais compõe o ser. 
A chamada tricotomia, ou seja, corpo, alma e espirito. Com base neste entendimento, 
o projeto busca oferecer além do acolhimento e moradia, o qual atende o corpo, o 
cuidado da saúde mental, o reestabelecimento da alma, e a paz de espirito. Esse 
objetivo só é viável a partir de um entendimento claro sobre integração de áreas, ou 
seja, compreender uma gestão integrada. 
A gestão integrada é o pensamento integral e amplo de uma determinada 
administração, seja ela pública ou privada. A classe empresarial apropriou-se desse 
método administrativo para integrar sistemas, facilitar processos, gerenciar a empresa 
e seus colaboradores em geral, e os resultados tem garantido maior eficiência na 
gestão empresarial. Ferro; Neto (1999), afirmam a eficiência da gestão empresarial 
integrada como: 
Um instrumento muito eficaz e eficiente para integrar várias áreas de 
uma organização empresarial, aumentando a confiabilidade, a 
lucratividade e a produtividade. Setores como compras, estoques, 
produção, contabilidade, escrita fiscal, recursos humanos, logística e 
27 
 
marketing, entre outros, podem trabalhar e desenvolver-se de forma 
integrada. 
 
No sistema público, algumas lideranças já entenderam a eficácia desse método 
e a mesma tem ganhado espaço junto a administração de Países, Estados e Cidades. 
Com uma articulação baseada na gestão integrada políticos do poder executivo tem 
se destacado junto a aprovação da população. Esse formato adquirido por parcela do 
poder público, caracteriza-se pelo olhar integral da cultura e das necessidades da 
sociedade. Para melhor entendimento sobre gestão integrada, podemos utilizar como 
exemplo prático o cuidado com a saúde pública, se o executivo de um município cuidar 
da saúde, o índice de mortalidade causado por doenças certamente diminuirá, mas 
por outro lado se atender apenas a saúde e ignorar a segurança pública os índices de 
mortalidade causado pela violência será significativo. É exatamente isso que a gestão 
integrada combate, redimensionando as administrações para um olhar integral 
baseado em uma cosmovisão ampla em relação aos problemas que precisam de um 
urgente cuidado. 
Segundo Marinho (2008; apud Almeida; Martins, 2017, p. 08): 
O momento chama a atenção para uma mudança de 
paradigma pela integração dos problemas exigindo da Administração 
Pública uma gestão integrada com fins de alcançar eficiência e a 
sustentabilidade perante a opinião pública implicando na 
harmonização dos setores com iniciativa e estratégias alinhadas ao 
planejamento de longo prazo, trazendo para o ambiente interno da 
organização o resultado do seu desempenho mediante aos padrões 
estabelecidos pelo ambiente externo 
 
A aplicabilidade da gestão integrada se torna indispensável na elaboração do 
Centro de Acolhimento, pois trará um olhar amplo em relação as necessidades do ser. 
Integrar áreas como educação, saúde, psicologia, assistência social, entre outras, se 
faz primordial para o cuidado integral do ser humano. Essa integração desencadeará 
um acolhimento personalizado, proporcionando aos usuários do projeto uma maior 
qualidade no atendimento. Esse método também contribuirá com o processo de 
reinserção dos indivíduos em estado de vulnerabilidade a sociedade. 
 
5.2 Análise de Correlatos 
 
As obras apresentadas nesse capitulo serviram de referência para o projeto 
desenvolvido neste trabalho final de graduação de curso. 
 
28 
 
5.2.1 La Casa 
 
Ano do desenvolvimento: 2011- 2014; 
Localização: Washington, DC; 
Arquitetura: LEO A DALY e Studio Twenty Seven Architecture; 
Área Construída: 2,728 m². 
A obra recebeu o prémio Housing 2015, na categoria de Habitação 
Especializada, foi o primeiro projeto para abrigo aos sem tetos na cidade de 
Washington. O projeto atende as indigências dos moradores de rua. 
A fachada do edifício (figura 1) é composta por quantidades iguais de vidro do 
chão ao teto em cada quarto, os outros elementos componentes da fachada 
transmitem vibrações por meio das cores. O sólido-vazio repercutido faz com que o 
edifício alcance uma grande escala contextual. 
 
 
Figura 1 – Fachada 
Fonte: (DAILY, 2015) 
 
29 
 
É possível notar a escolha da verticalidade na obra, visto que, isso não é muito 
comum nos centros de acolhimento existentes. O edifício tem sete andares e possui 
quarente alojamentos, espaços de uso coletivo e espaços de apoio. A unidade 
funciona como fonte de ressocialização com a sociedade, uma vez que os outros 
abrigos oferecem abrigo temporário, ou seja, somente para passar a noite, esse 
oferece estadia permanente e/ou até morador de rua se estabilizar. Os úsuarios do 
programa participam de cursos profissionalizantes, habilitando-os para o mercado de 
trabalho. “Fornece serviços de apoio que reduzem o risco de os participantes 
retornarem à condição de sem-abrigo. Tanto seu modelo de serviço quanto o projeto 
de instalação abrangem o indivíduo e atendem suas necessidades de reabilitação e 
crescimento“ (LEO A DALY, 2015, on-line). 
Oprojeto La Casa sai do padrão de abrigo, e se adapta a muita iluminação 
natural, com quartos ventilados e seu arquitetônico bem definido, esteticamente 
agradável. 
O térreo da edificação é composta por um saguão impressionante (figura 2) e, 
escritório de apoio, tal como, assistencia social. O segundo andar possui uma sala e 
entrada para um terraço ao ar livre, sendo esse usado para reestruturação do convivio 
social. O andar dos alojamentos, possuem sete unidades habitacionais, incluindo 
nessa lista um quarto acessivel para portadores de necessidades especiais. O projeto 
é composto também por um telhado verde, o que dá a ele o certificado Liderança em 
Energia e Design Ambiental (LEED), ou seja, uma certificação para construções 
sustentáveis. 
 
 
Figura 2 - Sagão de Entrada 
Fonte: (DAILY, 2015) 
30 
 
O interior da edificação é projetado para ser durável. As janelas do chão ao teto 
traz iluminação natual e boa ventilação, cada unidade habitacinal (figura 3) é 
composta por sala de estar, cozinha, e nicho de dormir. O piso é de bambu, altamente 
durável, o contraste do mesmo com as paredes brancas complementa o projeto. A 
bancada da cozinha é feita por latas de alumínio recicladas, inteiramente sustentável. 
 
 
Figura 3 - Unidade Habitacional 
Fonte: (DAILY, 2015) 
 
 
Figura 4 - Planta Baixa 
Fonte: (DALY, 2014) 
31 
 
La Casa também tem importantes responsabilidades de planejamento urbano. 
As linhas de visão se estendem de La Casa até a estação de metrô, e a vibração do 
prédio e de seus moradores reflete-se nas idas e vindas dos passageiros do metrô 
(STUDIO TWENTY SEVEN ARCHITECTURE, 2015, on-line). Se localiza em uma 
região movimentada, de fácil acesso, próxima a mercado, escola, comercio e hotel. 
O uso desse projeto como referência, se dá pela funcionalidade e a semelhança 
do conceito, como também pelo objetivo dele concedido. Tem embasamento na 
organização do programa, que prioriza o bem-estar e conforto dos usuários. 
 
5.2.2 The Bridge Homelees Assistance Center 
 
Finalização: 2010 
Localização: Dallas, Texas, EUA 
Arquitetura: Overland Partners 
Área Construída: 75.000 m² 
O Centro de assistência aos sem tetos “The Bridge” é considerado um dos mais 
importantes. Ganhador do prêmio da África do Sul “Best Architecture Entry”, se tornou 
modelo mundial de design dos centros de acolhimento. 
 
 
Figura 5 – Fachada 
Fonte: (DAILY, 2011) 
32 
 
A obra atende 1200 moradores de rua, e tem como objetivo ajudar as pessoas 
a se reinserir na sociedade, proporcionando abrigo, serviço de apoio e ajuda para 
entrar no mercado de trabalho. 
O projeto consiste em seis edifícios organizados em torno de uma série de 
pátios internos: a entrada do prédio; a área de serviços, o refeitório e a cozinha; os 
banheiros ao ar livre e chuveiros; o pavilhão do sono; o edifício de armazenamento 
(BROOKS, 2010, on-line). 
The Bridge possui diversas instalações, além de dormitórios, é possível 
encontrar áreas para saúde física e mental, áreas de educação e treinamentos, 
espaço para aconselhamento, estes são escritórios legais. A edificação também é 
composta por lavanderia, centro de recreação, biblioteca, armários, serviços postais 
e, refeitório coletivo. 
 
 
Figura 6 - Implantação 
Fonte: (GIANONI, 2017) 
33 
 
 
Figura 7 - Planta Baixa Térreo 
Fonte: (GIANONI, 2017) 
 
 
Figura 8 - Planta Baixa 1º Pavimento 
Fonte: (GIANONI, 2017) 
 
 
Figura 9 - Planta Baixa 2º Pavimento 
Fonte: (GIANONI, 2017) 
 
34 
 
O projeto é altamente sustentável, por conta disso, recebeu o premio em 
Liderança em Energia e Design Ambiental (LEED), possui então, telhado verde, 
reutilização de água da chuva e iluminação natural. “Tounou-se o maior abrigo para 
os sem-teto nos Estados Unidos a ser certificado pela LEED” (ARCHDAILY, 2011, on-
line). 
 
 
Figura 10 - Área de lazer 
Fonte: (PARTNERS, 2010) 
 
The Bridge é uma referência a esse trabalho, pois seu programa de 
necessidades de assemelha ao objetivo do mesmo. O centro de acolhimento 
proposto, promoverá, assim como The Brigde, áreas de lazer para dar qualidade de 
vida aos usuários. 
 
5.2.3 Bud Clark Commons (BBC) 
 
Finalização: 2011 
Localização: Portland, OR, USA 
Arquitetura: Holst Architecture 
35 
 
Área Construída: 9850 m² 
O projeto Bud Clark Commons (figura 11) faz parte de um plano de dez anos 
de retirada da população de rua em Portland. 
A obra busca como objetivo principal, retirar todos os moradores de rua 
garantindo estabilidade, reinserindo-os na sociedade e dando condições de uma vida 
digna. Para isso dispõe de abrigos temporários para 90 pessoas e abrigos 
permanentes para 130 pessoas. 
 
 
Figura 11 – Fachada 
Fonte: (DAILY, 2011) 
 
 
Figura 12 – Perspectivas 
Fonte: (ARCHITECTURE, 2011) 
36 
 
O primeiro pavimento é destinado ao hall do abrigo e as atividades que nele 
serão acolhidas (figura 13). O segundo e terceiro pavimento é de uso diário, neste 
local estão direcionadas as atividades comunitárias (figura 14). Do quarto ao oitavo 
pavimento estão localizados as áreas de habitação (figura 15). 
 
 
Figura 13 - Planta Baixa 1º Pavimento 
Fonte: (ARCHITECTURE, 2011) 
 
 
Figura 14 - Planta Baixa 1º e Segundo Pavimento 
Fonte: (ARCHITECTURE, 2011) 
37 
 
 
Figura 15 - Planta Baixa 4º Pavimento 
Fonte: (ARCHITECTURE, 2011) 
 
A arquitetura interna da obra é inovadora e convidativa, isto é, atrai o público 
alvo para o local (figura 16). Pode-se notar a composição do piso de cimento queimado 
com a madeira que reveste a parede e dá um charme e aconchego para a obra. 
 
 
Figura 16 - Entrada dos Alojamentos 
Fonte: (DAILY, 2011) 
38 
 
Acessibilidade, luz natural através de janelas do chão ao teto (figura 17), ar 
limpo e abundante e materiais duráveis foram essenciais para o sucesso do edifício, 
tanto de uma perspectiva sustentável quanto funcional. (ARCHDAILY, 2011). O 
edifício é considerado sustentável pelo fato de apresentar elementos movidos a 
energia solar, telhado verde, cisternas e materiais de instalação de baixo custo. 
 
 
Figura 17 - Refeitório 
Fonte: (DAILY, 2011) 
 
Localizado em um antigo terreno abandonado na entrada do centro da cidade, 
em um bairro de uso misto de alta renda. O projeto apresenta equilíbrio com o entorno 
(figura 18). 
 
 
Figura 18 - Entorno 
Fonte: (ARCHITECTURE, 2011) 
39 
 
O BBC é referencial do centro de acolhimento, pois não só oferece um 
programa de necessidades completo, como também mostra como funciona a 
espacialização de todas as atividades. O programa mostra que é possível criar 
espaços com características esteticamente agradáveis, contradizendo a atual 
situação dos abrigos mundiais. 
 
5.2.4 Redbridge Welcome Centre 
 
Ano do desenvolvimento: 2012 
Localização: Green Ln, Ilford, Reino Unido 
Arquitetura: Peter Barber Architects 
O Redbridge Welcome Center é um projeto comunitário para dependentes 
químicos e sem-teto localizado em um edifício espetacular de última geração 
(BARBER, 2012). Assume formas irregulares, empilhadas uma sobre a outra (figura 
19). 
 
 
Figura 19 – Fachada 
Fonte: (STERNBERG, 2012) 
O edifício possui quatro andares, bem divididos e funcionalmente corretos. A 
fachada é composta por vidros do chão ao teto que contracenam com uma camada 
40 
 
de concreto. A entrada de luz natural se faz presente em todos os ambientes, trazendo 
beleza e sofisticação ao projeto. “O programa de necessidades é composto por 
unidades de assistência a dependentes químicos e álcoolicos,salas de treinamento e 
instalações de apoio em espaços de pé duplo, tudo isso localizado no térreo e no 1º 
andar” (WELCH, 2018, on-line). “Acomodações residenciais bem iluminadas e 
arejadas são oferecidas em 10 quartos com banheiro privativo no 2º e 3º andar” 
(WELCH, 2018, on-line). 
 
 
Figura 20 - Arquitetura Interna 
Fonte: (STERNBERG, 2012) 
 
A obra produz uma arquitetura voltada para convivencia social, possuindo um 
jardim na parte traseira e proporcionando uma vista paranoramica do mesmo para 
quem está nos quartos. (Figura 21). “O edifício é composto por uma série de planos 
dobrados formando uma faixa contínua de estrutura, desde a entrada do pavimento 
até o teto” (WELCH, 2018, on-line). O formato em L do edifício proporciona melhor 
visão de todos os ambientes para o jardim. 
41 
 
 
Figura 21 - Jardim externo 
Fonte: (STERNBERG, 2012) 
 
A obra é localizada em uma rua movimentada, em frente à escola primaria 
Winston Way. Em seu entorno, é possível encontrar academias de polícia, mercado, 
lojas, restaurantes e lanchonetes, igrejas, hoteis e academia. 
A referência adotada desse projeto advém da sua integração com o jardim. É 
possível identificar a harmonia entre o ambiente interno com o ambiente externo, 
forma essa, que proporciona ao indivíduo prazer em frequentar o local. 
 
5.3 ESTUDO DE CASO 
 
Nome da edificação: Casa da Acolhida 
Ano do desenvolvimento: 2001 
Localização: Rua Dolarício Correia, 316 
Localizada no bairro Cara-Cará, a casa da acolhida foi criada pela iniciativa do 
Conselho Nacional das Igrejas Cristãs da Região de Ponta Grossa (CONIC), através 
da Campanha da Fraternidade Ecumênica do ano 2000 – “Um Novo Milênio Sem 
Exclusões”. 
A entidade é filantrópica, ou seja, presta serviços à comunidade. É mantida por 
doações e por apoio da Prefeitura Municipal de Ponta Grossa (PMPG). 
42 
 
 
 
Figura 22 - Fachada 
Fonte: (Própria Autoria, 2018) 
O local oferece serviços de alimentação, higiene, pernoite, encaminhamento 
assistencial e terapia ocupacional. Tudo isso dividido em nove espaços, esses 
abrigam qualquer pessoa maior de idade que esteja em vulnerabilidade social, seja 
ela, morador de rua, andarilho, migrante, sem-teto, desempregados, pessoas sem 
família, enfermos em tratamento não hospitalar, pessoas que sofrem violência no lar, 
etc. A entidade tem limite máximo de 32 pessoas por pernoite, podendo ser homem 
ou mulher. 
 
 
Figura 23 - Alojamentos 
Fonte: (Própria Autoria, 2018) 
43 
 
Os quartos são divididos entre quatro a oito pessoas (figura 24), possuindo uma 
instalação sanitária a cada três quartos. Possui acessibilidade na entrada de cada 
bloco, porém a mesma deixa de se fazer presente nos dormitórios e banheiros. 
 
 
Figura 24 – Quartos 
Fonte: (Própria Autoria, 2018) 
 
A cozinha (figura 25) é ampla e equipada. São preparadas 128 refeições por 
dia para moradores, dividido em 4 etapas, sendo, café da manhã, almoço, café da 
tarde e jantar. Os indivíduos são direcionados ao refeitório (figura 26) para a 
alimentação, o mesmo é adequado para a quantidade de moradores de rua e 
funcionários. A instituição também possui espaços arborizados para lazer (figura 27), 
onde os usuários do programa passam a maior parte do tempo. Esses espaços 
produzem integração entre os indivíduos, contribuindo para um bom relacionamento 
entre eles. Conta também com uma sala de televisão para entretenimento (figura 28). 
 
44 
 
 
Figura 25 – Cozinha 
Fonte: (Própria Autoria, 2018) 
 
 
Figura 26 – Refeitório 
Fonte: (Própria Autoria, 2018) 
 
 
Figura 27 - Área externa de lazer 
Fonte: (Própria Autoria, 2018) 
 
45 
 
 
Figura 28 - Sala de Televisão 
Fonte: (Própria Autoria, 2018) 
 
A Instituição entra no espírito do ecumenismo, da solidariedade e no respeito à 
dignidade do ser humano, superando a exclusão social a que são submetidas tantas 
pessoas em nossa sociedade. (DOTE, 2009, on-line). 
O estudo de caso aprensentado é referencia por se encontrar na cidade de 
Ponta Grossa, onde o projeto proposto no presente trabalho será localizado. Por ele 
é possível identificar as reais necessidades do público alvo da região e se basear na 
estruturação do novo projeto. 
 
5.4 MEMORIAL EXPLICATIVO 
 
5.4.1 Conceito e Partido 
 
O Centro de acolhimento tem como conceito guia a criação de um espaço que 
resgate a identidade, proporcione abrigo, reinserção na sociedade e integração social 
para pessoas que se encontram em situação de rua. O espaço foi pensado de forma 
46 
 
que trouxesse a sensação de amparo e conforto, podendo ser explicada por uma 
relação afetiva desenvolvida pela estrutura física e sensorial do ambiente. 
O objetivo é que os usuários do programa tenham como referência um local 
que proporcione juntamente com o lazer, a segurança e o apoio assistencial. 
Oferecendo um atendimento de inclusão social e incentivando o desenvolvimento de 
atividades coletivas. 
O programa de necessidades é norteado pela atual precisão e realidade do 
morador. O espaço busca integrar interior/exterior de forma a desencadear reações 
positivas e sociabilizar o público alvo com as áreas projetadas. Portanto, as áreas de 
lazer e abrigo, tem vista para a praça lateral, localizada na maior testada do edifício. 
A orientação solar também se faz favorável nessas áreas. 
O centro de acolhimento é composto apenas por um bloco, esse possui três 
pavimentos para suprir o programa proposto. Sendo eles: 
1) Subsolo - Destinado aos estacionamentos e bicicletário; 
2) Térreo – Destinado a ambientes de atendimento, lavanderia para uso 
coletivo, área de lazer e espaços destinados aos servidores; 
3) Primeiro Pavimento – Destinado a áreas de uso coletivo, como salas de 
aula, oficinas profissionalizantes e refeitório, isolando desse fato a cozinha, 
esta com acesso restrito a servidores; 
4) Segundo Pavimento - Destinado aos alojamentos, estes que dão ao usuário 
uma visão privilegiada da redondeza e proporcionam um espaço mais 
acolhedor, isolado das demais atividades do edifício. 
Os ambientes serão projetados de forma a mexer com os sentidos do corpo 
humano, utilizando a arquitetura sinestésica, seja por meio de iluminação, dos sons, 
das texturas, do toque ou do cheiro. 
 
5.4.2 Usuário e Programa de Necessidades 
 
5.4.2.1 Usuário 
 
O centro de acolhimento irá atender, exclusivamente, a população que se 
encontra nas ruas da cidade de Ponta Grossa. A construção é arquitetada para 
atender 60 adultos, entre homens e mulheres, que se encontram nesse estado de 
vulnerabilidade, o número vem de encontro com o melhor atendimento dos usuários 
47 
 
e, também, sendo proporcional ao número de moradores de rua do município de Ponta 
Grossa. Em todos os períodos fornecerá abrigo, alimentação, higiene pessoal, aulas 
e/ou oficinas profissionalizantes, sendo assim, ficará aberto 24 horas por dia. 
 
5.4.2.1 Programa de Necessidades 
 
O programa de necessidades deste projeto foi produzido de acordo com 
estudos realizados com moradores de rua, visitas a casas de acolhimento do 
município e, referencias internacionais de edifícios com o mesmo propósito, este será 
elaborado para integrar todas as atividades em um único edifício. 
Os equipamentos estão divididos de modo a suprir as principais necessidades 
dos usuários, estes sendo constituindo por cinco setores, sendo eles: 
a) Atendimento e administração – Espaços assistencial e para atendimento 
do público alvo; 
b) Funcionários – Espaço para uso exclusivo de funcionários; 
c) Apoio – Espaços destinados a infraestrutura do local; 
d) Atividadescoletivas – Espaços diversos de convício para uso coletivo de 
moradores; 
e) Acolhimento - Espaços destinado a atendimento das necessidades básicas 
dos usuários, bem como, descanso e higiene pessoal. 
Tendo como base isso, segue abaixo o programa de necessidades: 
 
GRUPO AMBIENTE ATIVIDADE ÁREA TOTAL
COZINHA FUNCIONÁRIOS
ambiente destinado a 
preparo de alimentos para 
funcionários do programa
25,35 m²
SALA DE SERVIDORES
sala de descanso e 
guarda de materiais de 
servidores
37,15 m²
SANITÁRIO SERVIDORES
sanitário para uso de 
servidores
11,00 m²
DORMITÓRIO FEMININO
dormitório para ala 
feminina
187,90 m²
DORMITÓRIO MASCULINO
dormitório para ala 
masculina
242,30 m²
SALA DE ESTAR
espaço para descanso e 
lazer dos usuários do 
programa
18,60 m²
CONTROLE DE QUARTOS
atendimento para controle 
de quartos
18,60 m²
A
C
O
L
H
I
M
E
N
T
O
F
U
N
C
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O
N
Á
R
I
O
S
 
48 
 
GRUPO AMBIENTE ATIVIDADE ÁREA TOTAL
RECEPÇÃO E ESPERA 
atendimento inicial, 
passagem e espera
71,55 m²
SALA DE ASSISTÊNCIA 
SOCIAL
acompanhamento 
assistencial 
17,40 m²
SALA DE 
ACOMPANHAMENTO 
JÚRIDICO
acompanhamento jurídico 16,0 m²
SALA DE 
ACOMPANHAMENTO 
PSICOLÓGICO
acompanhamento 
psicológico
16,0 m²
TRIAGEM
atendimento inicial do 
estado atual do indivíduo
17,30 m²
ENFERMARIA
atendimento rápido a 
enfermos
17,30 m²
SALA DE ADMINISTRAÇÃO
atividades administrativas 
e produção de dados
17,3 m²
SALA DE COORDENAÇÃO gerenciamento da unidade 25,00 m²
SALA DE REUNIÕES
sala destinada a reuniões 
de servidores
39,15 m²
SEGURANÇA E CONTROLE sala de monitoramento 17,0 m²
ARQUIVO
sala destinada a guarda 
de arquivos
13,70 m²
GUARDA VOLUME guarda de pertences 14,15 m²
PRAÇA local destinado a lazer 60,00 m²
SALA MULTIUSO palestras, reuniões 35,20 m²
ESPAÇO DE ESTAR
espaço para descanso e 
lazer dos usuários do 
programa
81,45 m²
OFICINAS
sala para cursos 
profissionalizantes
89,00 m²
SALA DE AULA salas de aula 63,85 m²
INFORMÁTICA
sala de informática para 
uso público
42,85 m²
BIBLIOTECA
acervo de livros e espaço 
para leitura
60,00 m²
REFEITÓRIO refeitório de uso coletivo 156,20 m²
SANITÁRIOS
sanitários destinados a 
uso coletivo
153,90 m²
CHUVEIRO E VESTIÁRIOS
chuveiros e vestiários 
destinados a usuários do 
programa
57,00 m²
ESTACIONAMENTO
ambiente destinado a 
estacionamento de 
veículos
1042,75 m²
BICICLETÁRIO
ambiente destinado a 
guarda de bicicletas
40,00 m²
A
T
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N
D
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M
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e
 
A
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M
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O
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L
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T
I
V
O
 
 
 
49 
 
GRUPO AMBIENTE ATIVIDADE ÁREA TOTAL
DOAÇÕES
ambiente destinado a 
guarda de materiais de 
doação
40,00 m²
LIXO ambiente destinado a lixos 2,70 m²
CENTRAL DE GÁS
ambiente delimitado para 
recipietes e acessórios 
destinados a 
armazenamento de GLP
2,70 m²
LAVANDERIA
espaço público destinado 
a lavagem de roupas
35,20 m²
ROUPARIA
espaço público destinado 
a guarda de roupas
39,70 m²
DML
guarda de materiais de 
limpeza
28,80 m²
HALL ELEVADOR DE 
MERCADORIA
dutos para carregamento 
de alimentos 
6,80 m²
HALL DUTO
dutos para carregamento 
de lixos
8,70 m²
COZINHA
ambiente destinado a 
preparo de alimentos para 
usuários do programa
60,00 m²
DESPENSA
ambiente destinado a 
guarda de alimentos
10,00 m²
CAMARA FRIA
ambiente destinado a 
refrigeração de alimentos
10,00 m²
LAVA LOUÇA
ambiente destinado para 
lavar louças
8,70 m²
LOUÇA LIMPA
ambiente destinado a 
guarda de louças limpas
8,10 m²
HIGIENIZAÇÃO
ambiente destinado a 
higienização de alimentos
7,80 m²
A
P
O
I
O
 
Tabela 1 - Programa de Necessidades 
Fonte: (Própria Autoria, 2018) 
 
5.4.3 Análise do entorno 
 
5.4.3.1 O terreno 
 
 A escolha da área foi feita através de pesquisas com os moradores de rua, 
estes apontaram as dificuldades de locomoção para os atuais abrigos. Pensando 
nisso, o terreno escolhido se localiza na região central da cidade (figura 29). 
O terreno escolhido para o determinado projeto atende a resolução nº 109, de 
11 de novembro de 2009 do Conselhor Nacional de Assistencia Social (CNAS), sobre 
Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais, que determina ser "distribuídas 
no espaço urbano de forma democrática, respeitando o direito de permanência e 
50 
 
usufruto da cidade com segurança, igualdade de condições e acesso aos serviços 
públicos" (BRASIL, 2012, p. 03 apud SILVA, 2015, p. 42) 
O terreno faz parte do quarteirão demarcado pelas ruas Visconde de Nacar, 
Comendador Miró, Comendador Airton Plaisant e, rua do Rosario, intencionalmente 
próximo à Praça Barão de Guaraúna e a Capela Mortuária Municipal São José, locais 
onde há grande concentração de moradores de rua. 
A área de intervenção possui 2262 m², com 29 metros frontal e 78 metros na 
lateral. O terreno tem testada para as ruas Visconde de Nacar, Comendador Miró e 
Comendador Airton Paisant, onde há grande fluxo de veículos, sendo determinanda 
como uma área movimentada. O terreno é plano, porém se encontra 1 metro abaixo 
do nível da rua Comendador Miró, e atualmente é utilizada como estacionamento 
particular. 
 
 
Figura 29 - Localização 
Fonte: (Própria Autoria, 2018) 
 
51 
 
 
Figura 30 - Terreno com testada para Rua Comendador Miró 
Fonte: (Própria Autoria, 2018) 
 
 
Figura 31 - Terreno Rua Comendador Miró x Rua Comendador Airton Plaisant 
Fonte: (Própria Autoria, 2018) 
 
52 
 
 
Figura 32 - Terreno com testada para rua Visconde de Nacar 
Fonte: (Própria Autoria, 2018) 
 
5.4.3.2 Gabarito de Altura 
 
Analisando o entorno e o mapa de uso do solo (figura 33), é possível identificar 
um gabarito inconstante, desde residências de um e dois pavimentos, até edificações 
mistas de quinze pavimentos, sendo uso predominante comercial e de serviços. São 
poucas as áreas desocupadas na região, não sendo encontrada nenhuma área 
abandonada. 
Embora faça parte do centro da cidade e com quantidade excessiva de espaço 
construido, nessa área há poucas edificações de grande número de pavimentos, os 
mais encontrados são edificações até dois pavimentos. 
53 
 
 
Figura 33 - Gabarito de Altura 
Fonte: (Própria Autoria, 2018) 
 
5.4.3.3 Gabarito de Uso do Solo 
 
De acordo o gabarito de uso do solo (figura 34), é possível identificar nas 
edificações grande quantidade de residências e edificações mistas, sendo o térreo 
como gerador de renda (comércio) e os demais pavimentos residenciais. Esse 
aspecto foi fundamental na escolha do terreno, como o projeto se trata de um centro 
de acolhimento, ou seja, de estadia/moradia, esse precisa contemplar uma área 
residencial, sem ser longe do centro, dando um aspecto de acolhimento. 
O terreno é bem previlegiado e de grande valorização. As áreas de comércio 
são na sua maioria lojas de roupas e calçados, porém, também é constituído por 
floriculturas; farmácias; loja de móveis; lanchonete e restaurantes; salão de beleza. 
54 
 
No seu entorno é possível identificar equipamentos educacionais de nível 
infantil, fundamental, médio e superior; escritórios de advocacia, arquitetura e 
contabilidade; bancos; praças; estacionamentos. 
 
 
Figura 34 - Gabarito de Uso do Solo 
Fonte: (Própria Autoria, 2018) 
 
5.4.3.4 Hierarquia Viária e Direção de Fluxos da Via 
 
O mapa de Hierarquia Viária e Direção

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